2. O QUE É O DADAÍSMO?
O Dadaísmo é a oposição a qualquer tipo de equilíbrio,
pela combinação do pessimismo irónico e ingenuidade
radical, através do ceticismo absoluto e improvisação.
Surgiu por volta de 1916, no Cabaret Voltaire, em
Zurique, acabando por se espalhar por vários países
europeus e também pelos Estados Unidos da América.
O movimento protestava contra a loucura da guerra, a
sua principal estratégia era denunciar e escandalizar.
O início do Dadaísmo não envolveu uma estética
específica mas a forma principal da expressão Dada foi
a poesia. A sua tendência extravagante é baseada no
acaso e serviu de base para o início de inúmeros
movimentos artísticos do século XX, entre eles o
Surrealismo, a Arte Conceptual, a Pop Art e o
Expressionismo Abstrato. Abrange áreas das artes
plásticas, da fotografia, da música e do teatro.
1ª edição da capa da publicação Dada,
por Tristan Tzara, Zurique, 1917
3. O QUE É O DADAÍSMO? continuação
O Dadaísmo surge como reação à I Guerra Mundial. Os seus alicerces são os da
repugnância por uma civilização que atraiçoou os homens em nome dos símbolos
vazios e decadentes. Este desespero faz com que o grande objetivo dos dadaístas seja
limpar a cultura já existente, especialmente da burguesia, substituindo-a pela loucura
consciente, ignorando o sistema racional que empurrou o homem para a guerra.
Sendo a negação total da cultura, o movimento defende o absurdo, a incoerência, a
desordem, o caos. Afirma-se como um protesto contra uma civilização que não
conseguiria evitar a guerra.
A maioria das obras Dadaístas são Ready-Made, que significa confecionado, pronto –
uma expressão criada em 1913 pelo artista francês Marcel Duchamp para designar
qualquer objeto manufaturado de consumo popular, tratado como objeto de arte por
opção do artista.
O fim do Dada como atividade de grupo ocorreu por volta de 1921.
5. BIOGRAFIA
Marcel Duchamp, nasceu em Blainville-Crevon, em
França, em 1887. Filho de uma família burguesa
dedicou-se à pintura, juntamente com os seus irmãos
também artistas. A genialidade de Duchamp como
pintor pode ser observada na obra “Nu a descer uma
escada”, que depois de rejeitado no Salão de Outono de
Paris, em 1911, teve um grande sucesso no Armory
Show de Nova York em 1912. O quadro põe em crise o
cubismo analítico. Duchamp declarara-se contrário a
uma pintura puramente retínica. Mais tarde abandona a
pintura tradicional tornando-se um dos expoentes do
movimento dadaísta.
Era um artista muito pensativo, questionador, que
desenvolveu desde cedo o raciocínio lógico, e com o
passar do tempo a sua obra adquiriu características
irónicas e contestadoras.
6. BIOGRAFIA continuação
Em 1917 apresenta, no Salão da Sociedade Nova-Iorquina de Artistas Independentes,
uma obra que mudaria os rumos de toda a arte do século XX. Intitulada “A Fonte”. A
obra trata-se de um urinol branco invertido, assinado: R. Muth, 1917. Com isto,
Duchamp questionava o estatuto da arte no seu tempo, assim como os critérios de
avaliação e seleção das obras de arte. O urinol foi um desafio colocado à sua época.
A sua obra conservou esse caráter questionador e insatisfeito com os padrões, até ao
ponto de desfazer os padrões existentes até então. Fez um tipo de arte que não se
enquadrava em nenhuma categoria – os ready-mades, que não são pinturas, gravuras
nem esculturas, já que ele nem sequer os fez. Assim, ao designar um objeto fabricado
em série como obra de arte, Duchamp expandiu os horizontes da arte contemporânea.
Foi convidado para expor as suas obras na primeira exposição de arte moderna em
Nova York, onde mostra o seu primeiro ready-made, desenhou um bigode na
“Monalisa” de Da Vinci. Ao intervir sobre ela, o artista colocou a sua forma de
autenticidade na obra.
7. BIOGRAFIA continuação
Para ele o título da obra era o elemento essencial da pintura, e com o jogo de palavras, a
linguagem é capaz de destruir e construir. A obra na qual se apropria do quadro da “Monalisa”
e embaixo põe a sigla L.H.O.O.Q (sigla que, lida em francês, se assemelha ao som da frase "Elle
a chaud au cul"; traduzida para o português, significa "Ela tem fogo no rabo"), profanando a
obra com um bigode. Duchamp vem quebrar as barreiras desta visão tecnicista, onde quem
decide o que é arte são os artistas e não os críticos.
A base teórica do seu trabalho influenciou as gerações que o seguiram e foram fundamentais
para a trajetória que a arte contemporânea seguiu, tornando-se propositiva e questionadora.
Movimentos artísticos como o Surrealismo, o Expressionismo Abstrato e a Arte Concetual
foram muito influenciados por Duchamp. André Breton, artista surrealista, tentou por várias
vezes, fazer com que Duchamp aderisse à causa do movimento surrealista; Tristan Tzara, um
dos responsáveis pelo Dadaísmo, também reconheceu a obra de Duchamp como uma
precursora.
Foi um artista que questionou, através do seu trabalho, o que é uma obra de arte e propôs um
novo método para a sua realização: partindo de ideias, em vez de partir de assuntos do
quotidiano.
Faleceu a 2 de outubro de 1968.
8. CARACTERÍSCAS
• Fez várias experiências artísticas.
• Criou o ready-made, rompendo com o cartesianismo e introduzindo objetos da vida
quotidiana no campo das artes plásticas.
• Embora seja considerado um artista dadaísta, trabalhou com vários conceitos
artísticos do impressionismo, cubismo e expressionismo.
• Introduziu aspetos intelectuais nas suas obras de arte.