1. Os Lusíadas contados às crianças e lembrados ao Povo
De João de Barros
Histórias de amor na história de Portugal contada por Vasco da Gama ao
Rei de Melinde no capítulo IV “A mais linda história do amor”:
A história fala de dois amantes, Inês de Castro (filha do fidalgo galego D.
Pedro de Castro) e Pedro (filho de rei de Portugal D. Afonso IV).
D. Pedro foi forçado a casar com D. Constança, apesar de estar apaixonado
pela sua aia, D. Inês de Castro. Contudo, ao dar à luz, D. Constança morre e
D. Pedro une-se a D. Inês de Castro mesmo sendo uma relação que não era
do agrado de D. Afonso IV da corte e do próprio povo, uma vez que essa
união poderia pôr em causa a independência de Portugal.
Mais tarde, D. Pedro e D. Inês tiveram filhos, o que fez com que o rei e a
corte conspirassem para a matar, apesar de saberem que ela era inocente e
era o grande amor de D. Pedro. Neste caso, era mais importante manter a
independência de Portugal e os benefícios do reino, que estariam em causa
se um dos filhos desta união fosse sucessor ao trono.
Um dia quando D. Pedro sai para caçar, D. Afonso IV mandou-a chamar e
apesar de comovido pelas suas palavras junto aos filhos, as vozes dos
ministros falaram mais alto e ela foi assassinada. D. Pedro nunca perdoou
este acto chegando mesmo a coroá-la rainha quando subiu ao trono e
castigou os ministros responsáveis pela morte de D. Inês.
* “D. Pedro o Justiceiro” – o cruel, o apaixonado *
2. A obra é composta de dez cantos, 1102 estrofes.
Poema: Canto III (narrado na sua maior parte por vasco da Gama que conta a história
de Portugal ao rei de Melinde)
Traziam-na os horríficos algozes
Ante o Rei, já movido a piedade;
Mas o povo, com falsas e ferozes
Razões, à morte crua o persuade.
Ela, com tristes e piedosas vozes,
Saídas só da mágoa e saudade
Do seu Príncipe e filhos, que deixava,
Que mais que a própria morte a magoava,
Queria perdoar-lhe o Rei benigno,
Movido das palavras que o magoam;
Mas o pertinaz povo e seu destino
(Que desta sorte o quis) lhe não perdoam.
Arrancam das espadas de aço fino
Os que por bom tal feito ali apregoam.
Contra uma dama, ó peitos carniceiros,
Feros vos amostrais e cavaleiros?
O caso triste e digno de memória,
Que do sepulcro os homens desenterra,
Aconteceu da mísera e mesquinha
Que depois de morta foi rainha.
3. Diferenças:
• Na obra de João de Barros, os Lusíadas revelam uma linguagem acessível à
maior parte das pessoas. A história é narrada em prosa, o que torna mais fácil a
sua compreensão;
• Luís de Camões utiliza uma linguagem mais erudita, não poupando palavras
que demonstram o sofrimento e a dor que D. Inês passou ao ser assassinada:
“Os Lusíadas” Camões “Os Lusíadas” João de Barros
1) Ante o rei, já movido a piedade; 1) E o povo não gostava das mulheres
Mas o povo, com falsas e ferozes vindas do país, cujo povo tinha sido/e era
razões, à morte crua o persuade. seu inimigo.
2) Do seu Príncipe e filhos, que 2) Apertando muito ao peito os filhinhos
deixava… que tinha de D. Pedro, Inês chore, geme,
pede e suplica piedade.
3) Queria perdoar-lhe o Rei benigno 3) Ainda se comove o rei mas não se
… comovem os conselheiros.
4) Ó peitos escarniceiros. 4) Arrancaram das espadas de aço fino,
e trespassam o seio da formosa Inês.
5) O caso triste e digno de memória. 5) Um caso triste aconteceu então, um
caso de infelicidade e crueldade, mas
que mostra quanto é sincero e terno,
sendo forte e corajoso o coração dos
portugueses.
Língua Portuguesa
Nome: Gabriela Pinto
8ºB