O documento introduz o rádio e áudio, descrevendo brevemente a história do rádio desde sua invenção por Marconi até sua popularização no Brasil no início do século 20. Também resume os principais gêneros, formatos, funções e linguagem do rádio.
Baladão sobre Variação Linguistica para o spaece.pptx
Introdução à Rádio e Áudio
1. Introdução a Rádio e Áudio
Revisão
Prof. Alexandre Lenzi
lenzi.alexandre@gmail.com
Março/2013
2. Em 1890, o italiano
Guglielmo Marconi
conseguiu transmitir sinais
sonoros a uma distância
de nove metros; depois,
de 275 metros; depois,
três quilômetros; e, em
1901, 3.200 quilômetros.
Naquele tempo, o rádio
era apenas uma extensão
do telégrafo, usado para
se comunicar com navios
em alto-mar.
3. Rádio no Brasil
No centenário da Independência Brasileira, em
1922, é inaugurado oficialmente o Rádio no Brasil.
Na transmissão inédita, os brasileiros ouviram o
discurso do então presidente Epitácio Pessoa e
trechos da ópera O Guarany, de Carlos Gomes.
Já em 1923, convicto de que era primordial fazer
rádio no Brasil, Edgar Roquette Pinto conseguiu
sensibilizar com suas idéias a Academia Brasileira
de Ciências, nascendo assim, no dia 20 de abril
daquele ano, a primeira estação de rádio do país, a
Sociedade Rádio do Rio, hoje Rádio MEC.
4. No início as rádios se mantinham apenas
com a contribuição do público, mas com o
passar do tempo foi permitida a presença de
patrocinadores (março de 1932).
De 1920 até o início da década de 1960, o
que se destaca são as radionovelas.
Nos anos 1930, as marchinhas de carnaval
+ A Voz do Brasil (1935)
Nos anos 1950, o radiojornalismo ganha
mais força.
5. Linguagem radiofônica - Recursos
Comunicação afetiva
- poder de sugestão, estímulo à imaginação
- construção de imagens auditivas, ver por meio das palavras
Empatia
- estético
- emocional
- interação com o ouvinte
Elementos de identificação
- cotidiano, vivências
- caráter intimista
Técnicas criativas
- explorar a potencialidade sonora do veículo: música, efeitos sonoros,
ruídos, silêncio, palavra e voz.
6. Linguagem radiofônica - Limitações
Unisensorialidade (só usa um sentido - audição)
- cansaço
- distração
Ausência do interlocutor
- unidirecionalidade
- desconhece a reação do ouvinte
Receptor condicionado
- atenção superficial
- inconstância
- limitada capacidade de apreensão
Fugacidade
- limitada capacidade de informação
- monotonia
7. O texto no Rádio
Nitidez: a linguagem deve ser clara, inconfundível de modo que o
ouvinte possa ver através das palavras.
Simplicidade: nunca escreva o que você não diria. O texto deve ser
simples, fácil de falar e de ser compreendido.
Forte e incisiva: a linguagem dever ser convincente, que demonstre
segurança, firmeza, clareza e conhecimento do assunto.
Síntese: é rigorosamente exigida para dar dinâmica.
Invocativa: é fundamental colocar-se na posição do ouvinte,
reagindo como ele, dirigindo-se a ele, imaginando seus anseios e
maneira de pensar.
Agradável: o texto deve ser agradável aos ouvidos, o que requer
escolha de termos e expressões que soem agradavelmente.
Coloquial: ser natural, informal, usar linguagem simples são
condições absolutamente indispensáveis para quem fala no Rádio.
8. A estrutura do rádio
A estrutura de
uma emissora
de rádio não é
complexa:
bastam microfone,
mesa de som,
transmissor,
antena, receptor...
9. 1 - O estúdio de uma
emissora de rádio é
acusticamente isolado,
geralmente com espuma.
Lá, o locutor fala ao
microfone, que é um
"transdutor": recebe
a vibração da voz em
ondas mecânicas e as converte em corrente elétrica
2 - O microfone é ligado a uma mesa de som, assim
como o tocador de CD ou MP3 e o computador onde
ficam armazenados comerciais, efeitos sonoros e
músicas. A função da mesa de som é unir esses
sons a outros, como as ligações telefônicas dos
ouvintes, e fazer a peneira do que vai ao ar.
10. 3 - O sinal em forma de impulsos elétricos que sai da
mesa é fraco, por isso ele passa por um
amplificador, que aumenta a intensidade de corrente
elétrica por meio de um circuito eletrônico.
4 - No alto da emissora fica a antena.
Lá, é mais fácil evitar que o sinal
seja interrompido. Ela recebe os
sinais elétricos e os transforma em
ondas eletromagnéticas.
5 - Esses sinais chegam ao receptor,
o aparelho de rádio. Quando mexemos
no dial, um circuito interno faz com que a antena do
aparelho oscile de acordo com cada estação. Os
alto-falantes, então, convertem as ondas elétricas
em vibrações mecânicas (o som propriamente dito).
11. Funções na redação de uma rádio:
Áreas específica do comunicador/jornalista:
Pauteiro
Repórter
Redator
Produtor
Chefe de reportagem
Apresentador
Locutor
Comentarista
Editores
Diretor
12. Gêneros e formatos
Dramático
Radioteatros, radionovelas, séries,
esquetes, cômicos, etc.
Jornalístico
Notas simples e ampliadas, boletins,
entrevistas, reportagens, comentários,
editoriais, debates, entrevistas, etc.
13. Musical
Programas de variedades,
programas de um ritmo só,
de um intérprete só, festivais,
pedidos dos ouvintes, etc.
Radiorevista
Não chega a ser um quarto gênero, mas um
superformato onde cabe todo tipo de
recursos e formatos, sejam eles dramáticos,
jornalísticos ou musicais.
14.
15. Uma linha de 70 toques
cada = cinco segundos
Uma lauda com
12 linhas = um minuto
Lembrando que para facilitar a leitura e controle
do tempo, tudo deve ser escrito por extenso,
incluindo números e datas.
16. Roteiro básico
Legendas
LOC: Locutor
BG: Background
TEC: Técnico de estúdio
CONV: Convidado
ETV: Entrevistado
FADE: Diminui som
Pode ter LOC1, LOC2,
LOC3 (Se sabe quem vai
gravar, pode substituir
pelo nome do repórter)
17. SONORA: Depoimento do entrevistado no meio da
matéria. Não deve ser muito longa.
Pode ter deixa inicial e deixa final da fala do
entrevistado.
A fonte do roteiro deve ser limpa e de tamanho
razoável para que o locutor/leitor possa vê-la com
clareza (usar corpo de tamanho 12 para cima).
OBS: O programa de rádio tem de ter agilidade para
mudar de assunto sempre que os acontecimentos
assim o exigirem. Durante a apresentação podem
ser incluídas informações atuais. Isso significa que
algo sairá do roteiro inicialmente previsto.
18. Outras expressões
Ambiente: Sons que dão idéia do local da
transmissão. Podem ser ouvidos ao fundo das
narrações ou entrevistas, ou isolados em pequenos
trechos no meio das matérias. Som ambiente.
Background (BG): Música, vozes ou ruído em
fundo que servem de suporte para a fala. Não
pode de forma alguma prejudicar o som da fala
(se sobrepor a ela).
Chamada: Flash gravado sobre matéria
ou programa, transmitida várias vezes durante
a programação, para despertar o interesse
do ouvinte.
19. Decupagem: Processo de registro da ordem e da
duração das diversas sequências de uma
reportagem gravada, anotando-se frases que
identifiquem essas sequências para editá-las.
Edição: Preparo das gravações originais antes de
serem transmitidas; montagem de uma matéria, após
selecionar, cortar e emendar trechos da gravação.
Enquete: Levantamento de testemunhos públicos.
O mesmo que fala povo.
20. Fade: Efeito que consiste no aparecimento ou
desaparecimento gradual do som.
Fade in: Elevação gradual do volume de um som
(música, fala ou ruídos)
Fade out: Diminuição gradual do volume.
Roteiro: Texto que apresenta o desenrolar total do
programa de rádio; também significa a relação de
comerciais que devem ser veiculados em ordem de
horário, no jargão radiofônico é o mesmo que “tripa”.
Espelho: é o esqueleto do programa, o roteiro a ser
seguido, com a ordem das matérias e intervalos,
delimitando o tempo de cada tópico.
21. Vinheta: Mensagem transmitida no intervalo de
programas, composta de um texto curto, música
e efeitos sonoros. Pode haver vinheta para
chamar uma matéria ou programa, campanha
institucional e outras.
“Break”: intervalo comercial entre um bloco e
outro do produto radiojornalístico.
Teaser: pequeno trecho de entrevista,
destacado para servir como chamada no início
de um produto radiojornalístico ou durante a
programação.
22. Cabeça: é o texto que serve para chamar uma
reportagem e que apresenta o assunto ao ouvinte.
Não deve ser muito extenso. O texto da cabeça das
matérias deve introduzir o assunto e não repetir o
que o repórter falará.
Nota-pé: após a matéria apresentada pelo repórter,
o locutor ainda se refere ao assunto reportagem para
complementar ou acrescentar informações.
Suíte: breve resumo dos acontecimentos anteriores,
relacionados ao fato que se vai comentar/noticiar.
23. Chamada interblocos: é o destaque anunciado
pelo locutor para o próximo (ou próximos) bloco.
Seu objetivo é anunciar as notícias que vêm
depois do intervalo.
Deixa: é a última ou as últimas palavras de uma
sonora, às quais o locutor deve estar atento para
retomar a locução/apresentação.
Escalada: é a leitura do conjunto de títulos em
destaque (manchetes) na abertura do radiojornal
ou boletim.
24. Entrevistas
O objetivo de uma entrevista é fornecer,
nas próprias palavras do entrevistado,
fatos, razões ou opiniões sobre um
determinado assunto.
25. Há três tipos básicos de entrevistas: informativa,
interpretativa e emocional
O objetivo da entrevista informativa é transmitir
informações ao ouvinte.
O repórter faz perguntas abertas buscando revelar
informações novas (o quê? quem? quando? onde?
como? e por quê?).
O objetivo da entrevista interpretativa é expor o
raciocínio do entrevistado, permitindo ao ouvinte
fazer um julgamento sobre o senso de valores ou as
prioridades do entrevistado.
Checa a opinião do entrevistado sobre um
determinado assunto. Busca ampliar e esclarecer
fatos já conhecidos
26. O objetivo da entrevista emocional é dar
uma idéia do estado de espírito do
entrevistado, de modo que o ouvinte possa
entender melhor o que ocorre em termos
humanos.
Marcada pela sensibilidade e espontaneidade
(Exemplo: Captar impressões de um atleta
que acabou de receber um prêmio). O silêncio
é uma ferramenta interessante.
Existe o perigo de cair no sensacionalismo.
Deve-se permitir a manifestação emocional,
com base na solidariedade e não na
exploração.
27.
28. Convergência
Convergência é um conceito que surge com força
dentro das empresas de comunicação jornalística
mundo afora. Lourival Sant’Anna (2008) aponta que
a experiência internacional, sobretudo nos Estados
Unidos e na Inglaterra, indica que há uma tendência
para a fusão de veículos rumo à convergência dos
meios de comunicação, acompanhada por uma
gestão mais profissional das redações. Neste novo
quadro, repórteres de jornais impressos podem
produzir textos para os sites, assim como jornalistas
das versões digitais podem ter sua produção
publicada na versão de papel.
29. O que exige muita competência para ser feito em um
único meio – impresso, televisivo, radiofônico ou
digital – torna-se ainda mais difícil quando se exige
do jornalista atuação em mais de uma frente.
Sant’Anna acredita que a sobrecarga de tarefas e
de preocupações com aspectos técnicos, por mais
simples que sejam as operações dos novos
aparelhos, pode afetar a qualidade na apuração.
Diante deste quadro, a alternativa não é desistir de
uma produção multimídia, mas investir na formação
de um novo perfil de jornalistas, no qual o
individualismo e o protagonismo cederiam algum
espaço para o trabalho em equipe.
30. Uma nova mídia não necessariamente acaba
com sua antecessora, mas exige sua
revisão/transformação/atualização.
31. Heródoto Barbeiro e
Paulo Rodolfo de Lima:
A internet não acabará com o rádio. A internet não
concorre com o rádio; é a salvação deste. O avanço
tecnológico não deixa outra saída para o rádio senão
a internet, o que proporcionará um salto de
qualidade tanto em propagação como em conteúdo.
É preciso separar a ideia de rádio como aquele
aparelhinho quadrado, com botões, e que
retransmite emissoras de áudio. O rádio,
comunicação auditiva, eletrônica a distância,
pode se materializar no computador, basta que
este tenha instalado um programa de áudio.
32. O rádio via internet potencializa interatividade.
33. A propagação da rádio via internet globaliza
o meio. Basta digitar o endereço eletrônico e
uma pequena rádio comunitária, por exemplo,
cujo alcance pela antena FM é de apenas um
quilômetro em volta da praça da vila, é ouvida
em qualquer lugar do
mundo, com todas as
características desse
tipo de comunicação,
algo inimaginável
na era da antena
e das ondas
eletromagnéticas.
34. Debora Cristina Lopez
O rádio informativo enfrenta dois desafios: o
incremento da concorrência e o
envelhecimento da audiência.
E a resposta está na própria origem deste
novo cenário: a internet, que estabelece um
novo modelo narrativo baseado na linguagem
multimídia e no hipertexto; que impõe novas
rotinas produtivas e novos tempos de
programação e escuta; e que gera uma
conversação renovada e interativa.
35. Multimídia - Marcos Palacios (2003) aponta a
multimidialidade como a convergência dos
formatos das mídias tradicionais (imagem, texto
e som) na narração de um fato jornalístico numa
situação de agregação e complementaridade.
Palacios reconhece que essa multimidialidade
na internet é uma continuidade, se
considerarmos que na TV já ocorre uma
conjugação de formatos (imagem, som e texto).
No entanto, é igualmente evidente que a web,
pela facilidade de conjugação dos diferentes
formatos, potencializa essa característica.
36. Hipermídia - É o conjunto de meios que permite
o acesso simultâneo a textos, imagens e sons
de modo interativo e não-linear, possibilitando
fazer links entre elementos de mídia, controlar a
própria navegação e, até, extrair telas, imagens
e sons cuja sequência constituirá uma versão
pessoal do usuário
37. De todos os suportes digitais, a internet se
apresenta como o espaço propulsor de uma
nova rádio que exige a atualização das
estratégias, conceitos e hábitos de trabalho
tradicionais do meio.
O rádio precisa despertar para o novo ambiente
em que está inserido e, ainda que
gradualmente, precisa rever ações e
estratégias. O rádio não desaparecerá, mas
será fortalecido pelas possibilidades que a
internet e, acredita-se, a digitalização, oferecem.
38. O rádio na TV, na internet,
em dispositivos móveis
ou no rádio digital
ainda é rádio.
Desde que tenha
como base a
transmissão sonora
e as rotinas produtivas
de comunicação radiofônica,
ainda é rádio e produz conteúdo
radiojornalístico multimídia.
39. O uso das tecnologias da informação e da
comunicação e este novo cenário fazem com que
o rádio contemporâneo se encontre em um marco,
que determinará mais uma vez uma mudança em
sua concepção e em suas rotinas – na produção
radiofônica de maneira geral e, de maneira mais
pontual, no radiojornalismo.
Como em outros momentos da história do rádio, a
mudança atual tem uma origem tecnológica
imediata. É a tecnologia digital que afeta a
produção (com maior qualidade); a transmissão
(com um sinal mais resistente a interferências); e
os sistemas de recepção dos programas (com
condições técnicas melhores).
40. A tendência, para o futuro do rádio em sua
configuração hipermidiática, é que ele passe a
congregar produções audiovisuais, fotográficas,
infográficas e de texto, buscando a
complementação
do conteúdo sonoro.
Com isso, novas
habilidades serão
demandadas do
profissional deste
meio e novas funções
serão criadas nesse
ambiente de
convergência.
41. Convergência de primeiro,
segundo e terceiro níveis
Estes níveis são integrados,
complementares e compõem um
processo de construção da identidade e de
determinação do papel da comunicação
radiofônica no novo cenário que se instaura.
42. O primeiro nível deste
processo diz respeito
ao período de
informatização das
redações, que teve
consequências
importantes para
o jornalismo, permitindo a edição digital
de sons e textos e agilizando o processo de
construção da informação na emissora.
43. Já o segundo nível engloba a tecnologização
de diversas etapas do processo.
Trata-se do momento em que se estabelece
um diálogo entre as ferramentas de apuração,
produção e transmissão de informações, sem,
no entanto, afetar diretamente a estrutura
narrativa e a composição do produto.
Neste nível, a diferença para o produto final
diz respeito à velocidade com que a
informação é composta e transmitida e a
qualidade do som.
44. Já na convergência de terceiro nível, a
inserção das tecnologias da informação da
comunicação no processo de construção e
transmissão da notícia afeta a configuração do
veículo, suas definições tradicionais e suas
estratégias de linguagem.
É o momento em que se configura a produção
multimídia, com repórteres multiplataforma
produzindo conteúdo em áudio, vídeo, texto,
fotografia e infografia para a emissora.
45. Assim, no radiojornalismo é possível
considerar convergência de terceiro nível a
produção multimídia. Para o desenvolvimento
desta, o rádio conta com dois ambientes
tecnológicos distintos: a utilização da internet
como um suporte para a transmissão de dados
complementares e a definição por um padrão
de rádio digital, que permita no próprio
aparelho receptor a construção de uma
narrativa multimídia e, a depender do sistema
adotado, propicie ferramentas de interação.
46. Hipermidiático
Jornalismo online, telejornalismo,
radiojornalismo e jornalismo impresso
hoje dialogam. Grupos de comunicação
permitem a visualização mais intensa dos
processos de convergência – seja em um
âmbito ou em outro. É importante considerar
que nem sempre as iniciativas buscam a
integração das redações.
47. Entre as principais alterações identificadas nas
rotinas do rádio pela adoção de novas
tecnologias está a demanda por conteúdos
multimídia e complementares, como vídeos,
áudios, textos, imagens e infografias.
Trata-se da configuração do rádio
hipermidiático, o que vai além da transmissão
em antena, ampliando sua produção pela
internet e dispositivos de rádio digital, mas que
ainda mantém a raiz no conteúdo sonoro.
A eficácia informativa do rádio hipermidiático
tem origem e fim na difusão sonora.
48. O conteúdo multiplataforma, embora importante,
não se apresenta como fundamental para a
compreensão da mensagem. Trata-se de uma
produção complementar, de aprofundamento,
detalhamento, memória ou utilidade pública.
Informações de trânsito ou tempo, por exemplo,
além de serem transmitidas
no ar são disponibilizadas
de maneira mais organizada
e personalizada na internet.
49. Neste contexto, o rádio precisa atender a duas
demandas:
a) integrar-se aos ambientes de interação e de
convívio do ouvinte-internauta, participando
ativamente de redes sociais, da blogosfera, da
twittosfera, entre outros.
b) investir na criação radiofônica, na
atualização da estética sonora e dos usos da
forma como colaboração para a construção do
conteúdo. A integração às redes sociais é vista
como fundamental.
50. Surgem, desta forma, novos formatos
para rádio hipermidiático.
Formatos estes que, aliados às novas
funções e habilidades do jornalista de rádio
propiciam a revisão estrutural do veículo.
Ressurge o espaço da criação
radiofônica, intensifica-se o espaço da
análise e são apresentadas novas
estratégias de envolvimento e relação
com o ouvinte-internauta.
51. A análise, a discussão e a contextualização,
embora convivam com o hard news, assumem
um papel central, com a predominância de
mesas redondas, comentários e âncoras.
52. Streaming live e on demand
Com a internet banda larga, surgiram aplicações
com a tecnologia de streaming de áudio e vídeo.
Para tornar mais leve e rápido o download, a
tecnologia de streaming utiliza a execução de áudio
e vídeo na web por permitir escutar e visualizar os
arquivos enquanto se faz o download.
Caso não utilize streaming para mostrar um
conteúdo multimídia na rede, o usuário terá de
descarregar primeiro o arquivo inteiro no seu
computador e mais tarde executá-lo, para
finalmente ver e ouvir o conteúdo do arquivo.
Entretanto, o streaming permite que esta tarefa seja
realizada durante o download do arquivo.
53. O streaming funciona da seguinte maneira:
primeiro o computador do cliente conecta com o
servidor e este começa a lhe mandar o arquivo;
O cliente começa a receber o arquivo e constrói
um buffer, onde começa a salvar a informação;
Quando se enche o buffer com uma pequena
parte do arquivo, o cliente começa a mostrar e ao
mesmo tempo continua o download;
Se em algum momento a conexão sofre
decréscimos de velocidade, utiliza-se a
informação existente no buffer, de modo que se
pode suportar um pouco esse decréscimo; caso a
comunicação interrompa durante muito tempo, o
buffer se esvazia e a execução do arquivo irá
cortar até que haja a restauração do sinal.
54. Existem dois modos de
transmissão por streaming.
Streaming on Demand, que trata arquivos já
gravados, que podem ser acessados em
qualquer momento e quantas vezes
necessárias.
Streaming Live, uma transmissão “ao vivo”, em
que todas as pessoas escutam ou assistem a
mesma coisa, ao mesmo tempo.
55. Transmissão assíncrona
A transmissão assíncrona (ou sob demanda) é a
melhor opção para quem não tem condições de
fazer uma rádio ao vivo, mas sim utilizando arquivos
de áudio (MP3 ou outro formato pré-gravado e
armazenado no seu site).
Os áudios são gravados num computador qualquer
e em seguida são enviados a um servidor de
internet, junto com uma lista contendo o nome
desses arquivos. Quem quiser escutar algum
desses programas simplesmente utiliza um
programa de áudio para solicitar esses arquivos
diretamente do servidor.
56.
57. Transmissão síncrona
A transmissão síncrona ("ao vivo“) é um pouco mais
complicada e é usada para veicular uma rádio ao
vivo pela internet. Pra começar, é preciso um
computador com internet e uma placa de som.
Note que "ao vivo" não quer dizer no mesmo
instante. É inviável ter uma transmissão/recepção
instantânea. Primeiro porque, no universo
observável, a velocidade máxima da informação é a
velocidade da luz. No caso da transmissão via
ondas eletromagnéticas (rádio AM, FM, etc) esse
limite é quase atingido, mas no caso da internet
existem vários fatores que fazer com que ocorram
até três minutos de diferença entre a mensagem
se enviada e recebida.
58. Na transmissão síncrona, é possível tanto transmitir
músicas armazenadas no computador (nos
formatos MP3, OGG, etc) quanto veicular áudio
externo, que é inserido na transmissão através da
placa de som do computador. A primeira etapa de é
selecionar essas fontes de áudio.
Na segunda etapa, o áudio das fontes é comprimido
e codificado nos formatos MP3 ou OGG. Em
seguida, esse áudio é enviado ao servidor.
Do outro lado da transmissão está o computador do
ouvinte, que por um programa reprodutor de áudio
se conecta ao servidor de webradio, recebe o áudio
e faz com que este seja reproduzido no auto-falante
do seu computador.
59. Resumindo, uma transmissão síncrona é
equivalente a produzir e enviar pela internet um
arquivo de MP3 (ou similar) em tempo real. A
cada etapa do processo há um pequeno atraso
devido ao processamento dos computadores, à
velocidade da conexão, etc.
60. Áudio comprimido: MP3 e OGG
O áudio digitalizado ocupa muita informação.
Armazenar arquivos do tipo WAV gasta tanto espaço
que você não conseguiria ter muitas horas de música
no computador. Transmitir pela internet, nem pensar.
A solução foi a compressão dos arquivos de áudio.
Da mesma forma que você compacta um arquivo de
texto ou imagem, também é possível comprimir áudio.
Isso é feito eliminando do áudio frequências
inaudíveis ou pouco audíveis por seres humanos e
utilizando métodos de compactação de dados. Um
arquivo comprimido pode ser mais de dez vezes
menor do que o arquivo WAV original. Esse tamanho
reduzido possibilita as rádios via internet.
61. Os dois formatos de áudio comprimidos mais
conhecidos são o MP3 e o OGG.
Para fazer um arquivo em MP3 ou OGG, é
necessário comprimir o áudio original. Para
ouvi-lo, é preciso descompactá-lo, e isso é
feito pelos programas de áudio.
62. O que é podcast
Um arquivo de áudio,
geralmente salvo no formato
MP3, que pode ser ouvido
na internet ou transferido para
o computador do internauta
para ser ouvido mais tarde.
Neologismo que funde duas
palavras: iPod, o tocador de arquivos digitais
de áudio da Apple, e broadcast, que significa
transmissão em inglês.
63. No celular
Os celulares deram uma contribuição importante
à popularização do podcast.
O principal ingrediente dessa receita é o fato de
o podcast poder ser
ouvido em tantos
aparelhos eletrônicos,
em qualquer lugar,
qualquer hora.
64. Dicas para fazer um bom podcast
Programas de rádio são os ancestrais do podcast.
Com eles, você aprende sobre fidelizar o ouvinte.
Seja claro. A linguagem deve ser simples.
Seja qual for o estilo escolhido - musical,
noticioso, humorístico, educativo, de entrevistas -
lembre-se de que você conduz o ouvinte para um
universo feito apenas de imaginação e sons.
Assim como o rádio, o podcast libera o público
para fazer outras atividades enquanto ouve o
programa. Evite despejar uma avalanche de
dados por segundo sobre o ouvinte. Procure ser
redundante, mas de forma inteligente.
65. Faça um breve roteiro
Esboce o caminho que pretende seguir. Não é
necessário criar uma estrutura rígida com todos
os detalhes previstos, ela pode roubar a
simpatia e a naturalidade.
O roteiro serve para você não esquecer o que
vai falar e contribui para eliminar parte daqueles
murmúrios de indecisão. Ajuda também no
cálculo do tempo do programa.
66. Edição
Identifique os pontos fortes e procure valorizá-
los. Elimine ruídos, acrescente som de fundo,
corte momentos de silêncio. São muitos os
recursos. Não use todos ao mesmo tempo, não
crie um carro alegórico de efeitos.
Use vinhetas para demarcar partes do
programa. Como uma boa moldura, a vinheta
valoriza a obra.
67. Alguns usos dos podcasts
Programas de entretenimento (cultura pop,
cinema e tecnologia são os temas mais comum)
Rádios (transmissão de programas das rádios
tradicionais como forma de aumentar audiência
e atingir um novo público)
Entrevistas (depoimentos de especialistas e
consultores sobre assuntos específicos)
68. Educação (aulas em aúdio para ensino a
distância ou complemento das aulas
tradicionais, cursos de idiomas, etc.)
Propaganda política (prefeituras e governos
adotaram o podcast para divulgar discursos,
fazer campanha, prestar contas, estreitar o
relacionamento com o eleitor).
69. Rádios Comunitárias
Conceito do governo:
Trata-se de radiodifusão de sons, em
frequência modulada (FM), de baixa potência
(25 Watts), que dá condições à comunidade de
ter um canal de comunicação inteiramente
dedicado a ela, abrindo oportunidade para
divulgação de suas ideias, manifestações
culturais, tradições e hábitos sociais.
Não pode ter fins lucrativos.
Lei nº 9.612, de 20 de fevereiro de 1998
70. O que diz a lei federal
A legislação atual confere existência legal às
emissoras de rádio comunitárias, detalhando
que elas devem ter como finalidade primordial a
prestação de serviços de utilidade pública,
oportunizando a difusão de suas idéias,
culturas, tradições e hábitos. Devem também
oferecer mecanismos que visem a integração da
comunidade por meio de estímulos ao lazer,
cultura e convívio social, fortalecendo o direito
de expressão dos seus integrantes.
71. Art. 3º - Finalidades das rádios comunitárias:
I - dar oportunidade à
difusão de ideias,
elementos de cultura,
tradições e hábitos
sociais da comunidade;
II - oferecer mecanismos
à formação e integração
da comunidade, estimulando
o lazer, a cultura e o convívio social;
III - prestar serviços de utilidade pública,
integrando-se aos serviços de defesa civil,
sempre que necessário;
72. IV - contribuir para o aperfeiçoamento
profissional nas áreas de atuação dos
jornalistas e radialistas, de conformidade com a
legislação profissional vigente;
V - permitir a capacitação dos cidadãos no
exercício do direito de expressão da forma mais
acessível possível.
73. Art. 4º Princípios da programação:
I - preferência a finalidades educativas,
artísticas, culturais e informativas em benefício
do desenvolvimento geral da comunidade;
II - promoção das atividades artísticas e
jornalísticas na comunidade e da integração dos
membros da comunidade atendida;
74. III - respeito aos valores éticos e sociais da
pessoa e da família, favorecendo a integração
dos membros da comunidade atendida;
IV - não discriminação de raça, religião, sexo,
preferências sexuais, convicções político-
ideológico-partidárias e condição social nas
relações comunitárias.
75. § 1º É vedado o proselitismo de qualquer
natureza (como as propagandas religiosas ou
políticas, por exemplo).
§ 2º As programações opinativa e informativa
observarão os princípios da pluralidade de
opinião, divulgando, sempre, as diferentes
interpretações relativas aos fatos noticiados.
76. § 3º Qualquer cidadão da comunidade
beneficiada terá direito a emitir opiniões sobre
quaisquer assuntos abordados na programação
da emissora, devendo observar apenas o
momento adequado
da programação para
fazê-lo, mediante pedido
encaminhado à
Direção responsável
pela Rádio Comunitária.
77. Limitações técnicas
Entende-se por cobertura restrita aquela
destinada ao atendimento de determinada
comunidade de um bairro e/ou vila.
Mas a lei estabelece como alcance
o raio de um quilômetro
a partir da antena.
Gera críticas, muitas
rádios desobedecem.
Uma alternativa legal
é a transmissão
pela internet.
78. Sinal fora do dial
No Brasil, o dial definido para FM vai
de 88 a 108 MGz, que é a frequência captada
pelos principais aparelhos do mercado.
Mas a normatização do governo para as
Rádios Comunitárias prevê a utilização dos
canais 200 (87,9 MHz), 199 (87,7MHz)
e 198 (87,5MHz), dificultando a sintonização.
79. A Rádio Comunitária
só pode ter apoio
cultural (dar nome
e contatos das
empresas apoiadoras)
Não pode ter
publicidade
tradicional.
80. Jornalismo na Rádio Comunitária
Para Cicilia Peruzzo, são características do
jornalismo nas rádios comunitárias:
Parte do local - Isto é, interessa mais (não só)
a notícia de proximidade, tanto a geográfica
como provindas de outras identidades
comunitárias. Enquanto o critério número um da
grande imprensa é abordar temas que
interessam a um grande número de pessoas, o
jornalismo comunitária privilegia assuntos que
dizem respeito diretamente às pessoas que
vivem em uma dada localidade ou que
compartilha de outras afinidades.
81. Esse "jornalismo de proximidade",
porém, não ocorre em todas as
rádios comunitárias, seja por falta
de equipe para apurar os fatos,
pela carência de formação ou
porque a emissora ainda está
na fase de imitar as
rádios comerciais.
Profissionais, geralmente,
são voluntários. Jornalistas
em início de carreira, que se
qualificam e mudam para
as rádios comerciais em
busca de salários melhores.
82. As principais fontes são pessoas comuns -
São as lideranças populares e cidadão comuns
que vivem as situações tratadas.
Linguagem coloquial - A padronização no
formato leal, em geral, não chega a ser
respeitada nos meios populares.
As abordagens são mais características do
formato debate, entrevistas simples e
notas do que reportagens.
Preponderantemente ao vivo.
83. Caráter denunciativo
O poder público é
denunciado quando comete
atos irregulares
ou presta serviços
inadequados.
Jornalismo como
serviço social
Ênfase a esclarecimentos sobre campanhas,
orientações, seja para inscrição para
participação em uma determinada atividade ou
acesso a serviços regulares.
84. Podemos, então, agrupar os informes de
uma rádio comunitária em três linhas:
1 - Notícia - O fato ou acontecimento nos
moldes do jornalismo tradicional, com suas
peculiaridades.
2 - Serviço - Campanhas, oferta de
emprego, localização de pessoa
desaparecida, documentos perdidos, etc.
3 - Social/afetivo - Informes pessoais ou das
famílias, reuniões, casamentos, etc.