Este documento apresenta um estudo sobre a avaliação do efeito analgésico da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) e da Corrente Interferencial na cervicalgia por Osteoartrose cervical. O estudo foi realizado com 30 pacientes divididos em dois grupos, que receberam os diferentes tratamentos de eletroestimulação ao longo de 10 sessões. Os resultados indicaram uma redução na sensação subjetiva de dor em ambos os métodos, sem diferenças estatísticas significativas entre eles.
1. UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO
ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE
INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA POR OSTEOARTROSE
CERVICAL
LAURA SANTOS DE MORAES
PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO
Belém – Pará
2007
2. UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO
ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE
INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA POR OSTEOARTROSE
CERVICAL
LAURA SANTOS DE MORAES
PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Fisioterapia do Centro de
Ciências Biológicas e da Saúde
da UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA
(UNAMA), como requisito para a obtenção do
grau de Fisioterapeuta, orientado pelo
professor e fisioterapeuta Paulo Eduardo
Santos Avila e co – orientado pela
fisioterapeuta Ana Júlia Cunha Brito.
Belém – Pará
2007
3. AVALIAÇÃO DO EFEITO ANALGÉSICO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA
TRANSCUTÂNEA (TENS) E DA CORRENTE INTERFERENCIAL NA CERVICALGIA
POR OSTEOARTROSE CERVICAL
LAURA SANTOS DE MORAES
PAOLA KARYNNE PINHEIRO MONTEIRO
Avaliado por:
___________________________________________
Data: ______/______/______
Belém – Pará
Universidade Da Amazônia – UNAMA
2007
4. DEDICATÓRIA
De Laura:
À DEUS, primeiramente,por ter me dado força durante esses quatro anos de curso, a meio
de dificuldades. Por ter me iluminado nas decisões mais difícies e por ter me guiado ao longo do
curso para trilhar o caminho mais correto possível.
Aos meus pais, WALDIR MORAES E HELENA SANTOS, pelo amor e dedicação e por
ter me proporcionado essa oportunidade de um futuro promissor, principalmente meu pai, que fez
dele todos os esforços possíveis para dá continuidade a essa jornada, me dando todo apoio e força
para pleitear essa formação.
Ao meu marido, JOSIAS COELHO, pelo amor e compreensão sempre, me deixando mais
tranqüila nos momentos mais díficies do curso e até mesmo no decorrer do projeto. Dando – me
apoio nas minhas decisões, por mais que algumas prejudiquem algumas das partes.
De Paola:
AGRADEÇO A DEUS, por toda proteção durante a minha jornada acadêmica, que entre
tantos problemas, me deu força e iluminou os meus passos desde o ínicio da minha trajetória.
AOS MEUS PAIS, HEYDER MONTEIRO E SANDRA MONTEIRO, por todo o apoio
dado, na escolha da minha profissão, estando nos momentos mais felizes até os mais dificies da
minha trajetória acadêmica.
5. AGRADECIMENTOS
De Laura:
Ao meu irmão, WALDIR JUNIOR, pelo amor e carinho, pelos conselhos, enfim por tudo,
pois foste e sempre serás meu espelho e meu exemplo de pessoa e profissional.
A minha amiga e companheira de TCC, PAOLA MONTEIRO, por ter me aturado
durante essa jornada estressante, por ter me compreendido nas piores situações possíveis, por ter
superado as brigas normais de convivência.
A minha orientadora Fisioterapeuta, ANA JÚLIA, por ter grande participação não tão
somente nesse projeto, mas sim na minha jornada acadêmica, me dando apoio e carinho e além
de tudo me dando conhecimento imprescindíveis na área.Acima de tudo sendo um espelho e
exemplo de profissional pra mim.
Ao meu orientador Fisioterapeuta, PAULO ÁVILA, pelo conhecimento dado na vida
acadêmica, e pela compreensão em muitos momentos difícies.
A TODOS OS MEUS PROFESSORES, que colaboram e muito para a minha formação
acadêmica, me dando perspectiva de um futuro promissor nesta profissão.
De Paola:
AOS MEUS IRMÃOS, HEYDER JUNIOR E ANA GABRIELA, por terem contribuído
para a finalização da primeira etapa da minha vida, me ajudando, mesmo que em um simples
sorriso.
A MINHA IRMÃ ANA PAULA, por todo carinho e dedicação, incentivando, aplaudindo
e dando suas opiniões durante toda a minha vida acadêmica.
AO MEU TIO HÉLCIO, por tornar meu sonho realidade.
AOS MEUS TIOS E AVÓS, pelo incentivo e ajuda no dia –a dia.
6. A MINHA AMIGA LAURA MORAES, que apesar de todos os obstáculos superados
ajudou a realizar nosso sonho, alcançando nosso objetivo.
AO MEU AMIGO RODRIGO CORRÊA, pela preocupação e zelo, presente em todos os
momentos.
A ORIENTADORA ANA JÚLIA BRITO, pela ajuda e colaboração para que o projeto se
concretizasse da melhor maneira possível, e por todos os conhecimentos dados durante a vida
acadêmica.
AO MEU ORIENTADOR PAULO AVILA, que desde o começo acreditou, incentivando
- me sempre a busca de novos conhecimentos, me dando conselhos, contribuindo para o meu
crescimento na vida acadêmica.
A TODOS OS PROFESSORES DO CURSO, os conhecimentos que transmitiram – me
desempenharam especial sucesso em minha formação.
7. Sem sonhos, a vida não tem brilho.
Sem metas, os sonhos não tem alicerces.
Sem prioridade, os sonhos não se tornam reais.
Sonhe, trace metas, estabeleça prioridade e corra
riscos para executar seus sonhos.
Melhor é errar por tentar do que errar por se omitir!
Não tenhas medo dos tropeços da jornada.
Não podemos esquecer que nós, ainda que incompleto,
fomos o maior aventureiro da história.
Augusto Cury
8. LISTA DE TABELAS
Tabela I – Estatística Descritiva das variáveis nos dois métodos de tratamento............
........................................................................................................................................... 57
Tabela II- Análise de Variância entre as diferenças entre antes e depois das dez sessões
de tratamento nos dois métodos de tratamento..................................................................59
Tabela III- Estatística Descritiva e Comparativa nos dois métodos de tratamento............
........................................................................................................................................... 61
9. LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Queixa principal nos dois grupos ...........................................................
..................................................................................................................................... 52
Gráfico 2 – Localização da dor nos dois grupos .........................................................
..................................................................................................................................... 53
Gráfico 3 – Horário de ocorrência da dor nos dois grupos .........................................
..................................................................................................................................... 54
Gráfico 4 – Ínicio da dor nos dois grupos ..................................................................
..................................................................................................................................... 55
Gráfico 5 –.Fatores da piora nos dois grupos................................................................
..................................................................................................................................... 56
Gráfico 6 –.Evolução da dor na diferença entre as sessões, nos dois métodos..............
......................................................................................................................................58
10. LISTA DE QUADROS
Quadro 1- Parâmetros de um pulso elétrico da TENS ....................................................
........................................................................................................................................... 37
11. LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Vértebras cervicais....................................................................................... 19
Figura 2 – Visão esquemática lateral da coluna cervical.............................................. 20
Figura 3 – Flexão cervical............................................................................................. 21
Figura 4 – Extensão cervical......................................................................................... 21
Figura 5 – Inclinação à direita....................................................................................... 22
Figura 6 – Inclinação à esquerda................................................................................... 22
Figura 7 – Rotação à direita.......................................................................................... 22
Figura 8 – Rotação à esquerda...................................................................................... 22
Figura 9 – Processo de degeneração da cartilagem....................................................... 25
Figura10 – Fisiopatologia da Osteartrose..................................................................... 26
Figura 11 – Demonstração da evolução do processo articular degenerativo................
....................................................................................................................................... 27
Figura 12 – AP: Osteoartrose de coluna cervical e Perfil: Osteofitose.........................
....................................................................................................................................... 30
Figura 13 – Osteoartrose de coluna cervical................................................................. 30
Figura 14 – Sistema de Controle das Comportas.......................................................... 39
Figura 15 – Onda de amplitude modulada (c) gerada pela interferência entre as ondas (a) e (b),
defasadas................................................................................................................ 41
Figura 16 – Dois circuitos dispostos perpendicularmente entre si, com interseção na área-
alvo............................................................................................................................... 43
Figura 17 – Instalação da varredura em vetor.............................................................. 44
Figura 18 – Representação da onda quadrada, processos crônicos.............................
12. ..................................................................................................................................... 46
Figura 19 – Aparelho de Infravermelho da Marca CARCI.........................................
..................................................................................................................................... 49
Figura 20 – Aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable...........................................
..................................................................................................................................... 49
Figura 21 – Aparelho Neurovector, geração 2000......................................................
..................................................................................................................................... 50
Figura 22 – Aplicação tetrapolar transversa na Cervicalgia.......................................
..................................................................................................................................... 50
Figura 23 – Aplicação tetrapolar na Cervicalgia........................................................
...................................................................................................................... 51
13. LISTA DE ABREVIATURAS
IASP Associação Internacional para o Estudo da Dor
CI Corrente Interferencial
TENS Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
EMS Estimulação Muscular Eletrônica
AMF Freqüência de Modulação da Amplitude
CERIR Centro de Estudos de Reciclagem e de Investigação em Reumatologia
EVA Escala Visual Analógica
UNAMA Universidade da Amazônica
FISIOCLÍNICA Clínica Escola de Fisioterapia
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
14. RESUMO
MORAES, Laura Santos de; MONTEIRO, Paola Karynne Pinheiro. Avaliação do efeito
analgésico da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) e da Corrente
Interferencial na cervicalgia por Osteoartrose cervical. Trabalho de Conclusão de Curso
(TCC), Dezembro de 2007.
A coluna cervical é uma área com alto potencial para lesões graves, o que a torna uma
região que precisa ser abordada com cuidado. O sintoma mais comum de distúrbios cervicais é a
dor contínua, que acompanhada de dor músculo esquelética levanta a possibilidade de
cervicalgia. As alterações degenerativas da coluna cervical ocorrem em 75% das pessoas com
mais de 65 anos. Porém não é a essa idade que corresponde o pico de prevalência de dores, que é
de pessoas mais jovens (média 35 anos). Este estudo teve como objetivo verificar qual método
de aplicação de eletroestimulação proporcionará maior alívio ao processo doloroso em pacientes
com cervicalgia por osteoartrose. Para tal, foi realizado um estudo de ensaio clínico controlado e
randomizado, do tipo experimental, a partir da coleta de dados por meio de pesquisa de campo,
realizada na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade da Amazônia – FISIOCLÍNICA, no
período de 01 março a 27 de agosto de 2007, contendo uma amostra de 30 pacientes com
osteoartrose cervical, encaminhados por médicos traumatologistas. Submetidos a uma conduta
eletroterapêutica, durante 10 sessões. Dentre os principais resultados obtidos, observou que em
todas as sessões, nos dois métodos, ocorreram reduções na sensação subjetiva de dor, com uma
tendência de reduzir estas diferenças, em função do fato de que com o avanço das sessões, a dor
foi reduzindo, mesmo antes da sessão de tratamento propriamente dita. Portanto, ao comparar os
métodos para o tempo de dor e para a eficiência dos métodos, não se verificou diferença
estatística, não permitindo-se assim, afirmar que um método é estatisticamente melhor que o
outro.
Palavras – Chave: osteoartrose cervical, TENS, corrente interferencial
15. ABSTRACT
MORAES, Laura Santos de; MONTEIRO, Paola Karynne Pinheiro. Evaluation of the analgesic
effect of the Electric Stimulation Nervous Transcutânea (TENS) and of the Interferencial Chain
in the cervicalgia for cervical Osteoartrose. Work of Conclusion of Curso (TCC), December of
2007.
The cervical column is an area with high potential for serious injuries, what it becomes it
a region that it needs to be boarded with care. The symptom most common of cervical riots is the
continuous pain, that folloied of esquelética pain muscle raises the cervicalgia possibility. The
degenerative alterations of the cervical column occur more than in 75% of the people with 65
years. However it is not to this age that corresponds the peak of prevalence of pains, that is of
younger people (average 35 years). This study it had as objective to verify which method of
stimulation application it will provide to greater relief to the painful process in patients with
cervicalgia for osteartrose. For such, a study of controlled clinical assay was carried through and
randomizado, of the experimental type, from the collection of data by means of research of field,
carried through in the Clinical School of Fisioterapia of the University of Amazônia -
FISIOCLÍNICA, in the year of 2007, where one shows of 30 patients, had been submitted to a
eletroterapeutic behavior to the patients with osteartrose cervical directed by traumatologist
doctors, taken care of in period 01 of March the 27 of August of 2007. Amongst the main gotten
results, it observed that in all the sessions, in the two methods, had occurred reductions in the
subjective sensation of pain, with a trend to reduce these differences, in function of the fact of
that with the advance of the sessions, pain was reducing, same before the session of treatment
properly said. Therefore, when comparing the methods for the time of pain and the efficiency of
the methods, difference was not verified statistics, not allowing itself thus, affirming that a
method is statistical better that the other.
Words - Key: cervical osteoartrose, TENS, interferencial chain.
16. SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16
2 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................16
2.1 COLUNA VERTEBRAL .......................................................................................... 18
2.1.1 Coluna Cervical .....................................................................................................18
2.1.2 Biomecânica da coluna cervical ......................................................................... 20
2.1.3 Funções da coluna cervical ................................................................................. 23
2. 1. 4 Incidência de dor na coluna cervical ............................................................... 23
2.2. OSTEOARTROSE CERVICAL ...............................................................................24
2.2.1 Fisiopatologia da Osteoartrose Cervical ...........................................................25
2.2.2 Classificação da Osteoartrose ..............................................................................28
2.2.2.1 Osteoartrose Primária ........................................................................................... 28
2.2.2.2 Osteoartrose Secundária.........................................................................................28
2.2.3 Sinais Clínicos ........................................................................................................29
2.2. 4 Sinais Radiológicos ................................................................................................29
2.3 CERVICALGIAS ........................................................................................................31
2.3.1 Tipos de dor cervical ............................................................................................33
2.4 CORRENTES ELÉTRICAS .......................................................................................33
2.4.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) ........................................35
2.4.1.1 Parâmetros de um pulso elétrico de TENS ............................................................36
2.4.1.2 Modalidade de TENS Acupuntura .........................................................................37
2.4.1.3 Teoria do controle da comporta de dor .................................................................38
2.4.2 Corrente Interferencial ......................................................................................... 40
2.4.2.1 Definição .............................................................................................................. 40
2.4.2.2 Freqüência de Modulação da Amplitude ............................................................ 41
2.4.2.3 Intensidade ........................................................................................................... 42
2.4.2.4 Distribuição da Corrente ..................................................................................... 42
2.4.2.5 Campo Interferencial Dinâmico: Tetrapolar com Vetor manual ou automático .. 43
2. 4.2.6 Escolha da AMF ou Freqüência de Tratamento ................................................. 44
2.4.2.7 Sweep ou Espectro de Freqüência ........................................................................ 45
17. 2.4.2.8 Programas da Sweep – Sweep programado ......................................................... 45
2.4.2.9 Efeitos Fisiológicos .............................................................................................46
3. METODOLOGIA .......................................................................................................47
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO ........................................................................... 47
3.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO .................................................................................... 47
3.3 AMOSTRA ................................................................................................................ 47
3.4 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO ....................................................................... 48
3.4.1 GRUPO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS) .........50
3.4.2 GRUPO DA CORRENTE INTERFERENCIAL ................................................ 51
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ....................................................................................... .51
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................... 52
5. CONCLUSAO ............................................................................................................ 63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 64
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...............................................................................70
APÊNDICES
APÊNDICE 1 – ACEITE DO COMITÊ DE ÉTICA ................................................ 74
APÊNDICE 2 – ACEITE DA CLÍNICA ESCOLA DA UNAMA – FISIOCLÍNICA
................................................. .........................................................................................75
APÊNDICE 3 – ACEITE DO ORIENTADOR ........................................................... 76
APÊNDICE 4 – ACEITE DO CO – ORIENTADOR ................................................. 77
APÊNDICE 5 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
.......................................................................................................................................... 78
APÊNDICE 6 – FICHA DE AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA ...................... 82
APÊNDICE 7 – FICHA DE AVALIAÇÃO DA DOR ............................................... 84
18. 1. INTRODUÇÃO
Atualmente, de acordo com a “International Association for the Study of Pain (IASP),
cerca de 90 milhões de pessoas sofrem de dor crônica nos Estados Unidos, o que representa
custos anuais de 1,25 bilhões de dólares com o tratamento destes pacientes (TRIBIOLI, 2003).
No Brasil, a dor crônica atinge cerca de 30% a 40% da população, sendo a principal causa
de absenteísmo, afastamentos e incapacidades (TRIBIOLI, 2003).
A dor, quando crônica, consiste num dos maiores problemas de saúde pública da
sociedade moderna. É mais agravante do que preocupante e possui características como: sua
intensidade varia de leve a moderada, em geral, possui duração limitada, embora possa persistir
por longos períodos de tempo, o local da dor não causa alarmes e não há alarmantes associados
(DUTTON, 2006; CASTRO et al, 2003; STARKEY, 2001).
A coluna cervical é uma área com alto potencial para lesões graves, o que a torna uma
região que precisa ser abordada com cuidado. O sintoma mais comum de distúrbios cervicais é a
dor contínua, que acompanhada de dor músculo esquelética levanta a possibilidade de cervicalgia
(DUTTON, 2006).
A cervicalgia, ou seja, a dor na região cervical, pode ser gerada por vários fatores, um
desses consiste no processo de artrose, isto é, a perda progressiva da cartilagem articular,
provocando um contato direto entre as extremidades ósseas, o que poderá ocasionar dores fortes e
possíveis deformidades (KNOPLICH, 2003).
A percepção da dor não é meramente o resultado da quantidade de tecido lesado, mas um
mecanismo complexo, determinado por muitos fatores, incluindo idade, sexo, cultura, influências
ambientais e múltiplas variáveis ambientais (DUTTON, 2006).
19. Segundo o autor acima, pode ser caracterizada como um sintoma individual e subjetivo,
sua avaliação deve ser sistemática, continuada, registrada de forma detalhada e visa à
compreensão e diagnóstico etiológicos do quadro álgico, implementação de medidas analgésicas
e avaliação terapêutica.
Para a promoção da analgesia nesses pacientes, a utilização de várias modalidades
elétricas para o alívio da dor tem sido uma prática, em geral, aceita por muitos anos, bem antes de
MELZACK e WALL terem apresentado sua teoria das comportas da modulação da dor em 1965
(ANDREWS, 2000).
Segundo o autor acima, desde então, o número e a variedade de modalidades elétricas
usadas para proporcionar analgesia para o alívio de todos os tipos de dor proliferaram com um
ritmo impressionante.
Das várias formas de correntes, a Corrente Interferencial (CI) é, juntamente, com a
Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS), umas das modalidades mais utilizadas na
prática clínica (FIRMINO & ESTEVES, 2007).
Segundo FIRMINO & ESTEVES, 2007, esta preferência poderá pressupor a existência de
evidência científica que sustente a aplicação destas modalidades, identificando os mecanismos
subjacentes à diminuição da dor. No entanto, grande parte dos estudos, abordam os efeitos e
mecanismos de ação da TENS, extrapolando os seus resultados para a CI.
Sendo assim, devido à falta de conhecimentos e reconhecendo a importância desses
recursos na prática fisioterapêutica, justifica-se esse estudo, a busca de parâmetros de estimulação
mais adequados no quadro doloroso ocasionado pelo processo de artrose na coluna cervical,
fazendo assim, uma comparação entre as propriedades individuais das correntes para a promoção
da analgesia.
20. 2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 COLUNA VERTEBRAL
A coluna vertebral é uma série de ossos individuais, chamados vértebras que, ao serem
articulados, constituem o eixo central esquelético do corpo. A coluna vertebral é flexível, porque
as vértebras são móveis, mas a sua estabilidade depende principalmente dos músculos e
ligamentos (MOORE, 2001).
Embora seja uma entidade puramente esquelética, do ponto de vista prático, quando nos
referimos à “coluna vertebral”, na verdade estamos também nos referindo ao seu conteúdo e aos
seus anexos, que são os músculos, nervos e vasos a ela relacionados (NAUTOR, 2004).
A coluna vertebral do adulto apresenta quatro curvaturas sagitais: cervical, torácica,
lombar e sacral. A curvatura torácica e sacral, convexas posteriormente, são denominadas
primárias, porque apresentam a mesma direção da coluna vertebral fetal e decorrem da diferença
de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais (NAUTOR, 2004).
Segundo o autor acima, as curvaturas cervical e lombar, côncavas posteriormente, formam
- se após o nascimento e decorrem da diferença de espessura entre as partes anteriores e
posteriores dos discos intervertebrais.
2.1.1 Coluna Cervical
A coluna cervical é constituída, do ponto de vista ósseo, de sete vértebras, e formam o
esqueleto ósseo. As menores das 24 vértebras móveis, as vértebras cervicais, estão localizadas
entre o crânio e o tórax (MOORE, 2001; KNOPLICH, 2003).
21. Segundo LIPPERT, 1996, é composta primeiramente por duas articulações bem
diferentes. A articulação atlantooccipital, formada pelos côndilos do occipital articulando-se com
as facetas superiores do atlas, esta união é forte e suporta o peso da cabeça. E a articulação
atlantoaxial, do tipo sinovial, localizada entre o processo odontoíde (dente) do áxis e o arco
anterior do atlas, anteriormente, e o ligamento transverso, posteriormente.
Comparados com o restante da coluna, os corpos vertebrais da coluna cervical são
pequenos e constituídos, de forma predominante, de osso trabecular. Da terceira até a sexta
vértebras cervicais podem ser consideradas típicas, enquanto a sétima é atípica. O áxis é a
segunda vértebra cervical e recebe esse nome porque forma um pivô (processo odontoíde ou
dente) em torno do qual o atlas gira, levando consigo o crânio (DUTTON, 2006).
Da terceira a sexta vértebras cervicais, cada uma apresenta um corpo vertebral pequeno e
largo, um grande forame vertebral triangular e um processo espinhoso curto e bífido. A sétima
vértebra cervical é conhecida como vértebra proeminente, possui um processo espinhoso longo,
visível na anatomia de superfície, principalmente com o pescoço flexionado (HOPPENFELD,
1999; NAUTOR, 2004) (Figura 1).
Fig. 1: Vértebras cervicais
Fonte: João, 2007.
22. Segundo os autores acima, os corpos vertebrais estão envolvidos no seu aspecto anterior e
posterior por dois ligamentos: longitudinal anterior e longitudinal posterior.As articulações entre
os arcos vertebrais são sustentadas pelo ligamento supra - espinhoso, que se torna o ligamento
nucal na coluna cervical, pelos ligamentos interespinhosos, pelo ligamento amarelo e pelas
articulações interfacetárias e suas cápsulas. (Figura 2).
Fig. 2: Visão esquemática lateral da coluna cervical
Fonte: Silva, 2004.
2.1.2 Biomecânica da coluna cervical
O alcance normal dos movimentos do pescoço, além de permitir um amplo campo de
visão, promove também um apurado senso de equilíbrio (HOPPENFELD, 1999).
Segundo o autor acima, a movimentação do pescoço se compõe, basicamente, dos
seguintes movimentos: flexão, extensão, rotação lateral para a direita e para a esquerda e
inclinação lateral da cabeça para a direita e para a esquerda. Estes movimentos são utilizados
combinadamente, dando à cabeça e ao pescoço uma ampla diversificação de movimentos
(DUTTON, 2006).
23. A flexão é descrita como uma inclinação de balanço osteocinemática da vértebra superior
do plano sagital, um deslizamento supero – anterior das duas facetas superiores das articulações
zigoapofisiais e um deslizamento de translação anterior da vértebra (Figura 3) (DUTTON, 2006).
Fig. 3: Flexão cervical
Fonte: Nautor, 2004.
A extensão é descrita como balanço sagital osteocinemático posterior, deslizando inferior
– posterior e aproximação das facetas superiores das articulações zigoapofisiais e translação
posterior das vértebras sobre o disco (Figura 4) (DUTTON, 2006).
Figura 4: Extensão cervical
Fonte: Nautor, 2004.
24. A inclinação lateral é o balanço osteocinemático ipsilateral, o deslizamento supero –
anterior da faceta superior contralateral e o deslizamento postero – inferior da faceta ipsilateral
(FIGURA 5) (FIGURA 6) (DUTTON, 2006).
Fig. 5: Inclinação à direita Fig. 6: Inclinação à esquerda
Fonte: Nautor, 2004. Fonte: Nautor, 2004.
A rotação é, principalmente, o movimento osteocinemático da vértebra ao redor de um
eixo vertical, que é acoplado com flexão lateral para o mesmo lado (FIGURA 7) (FIGURA 8)
(DUTTON, 2006).
Fig. 7: Rotação à direita Fig. 8: Rotação à esquerda
Fonte: Nautor, 2004. Fonte: Nautor, 2004.
25. 2.1.3 Funções da coluna cervical
A coluna vertebral tem duas funções básicas. A primeira serve como eixo de sustentação
da estrutura corporal. Para agilizar os movimentos, o corpo realiza complexos movimentos no
sentido antero-posteiror (flexão e extensão) como no sentido lateral e rotacional. Para que esses
movimentos se realizem, verifica-se um deslocamento menor na porção anterior e um
deslocamento intervertebral mais amplo na região posterior, onde –se localizam as apófises
articulares, apófises transversas e posteriores (VALENÇA, 2003).
Segundo o autor acima, a segunda função da coluna vertebral está relacionada com a
condução das estruturas nervosas através do canal vertebral e dos foramens intervertebrais, visto
que a estrutura medular nervosa, estende-se desde C1 (primeira vértebra cervical) até L1
(primeira vértebra lombar).
2. 1. 4 Incidência de dor na coluna cervical
É a causa mais comum de comprometimento articular. Estima-se que a incidência nos
Estados Unidos atinja aproximadamente 28 milhões de indivíduos e, no Brasil, este índice é de
aproximadamente 16,49%, sendo responsável por 7,5% do afastamento do trabalho (MOREIRA
e CARVALHO, 1996; ALMEIDA et al., 2001).
As alterações degenerativas da coluna cervical ocorrem em 75% das pessoas com mais de
65 anos; porém, não é a essa idade que corresponde o pico de prevalência de dores, que é de
pessoas mais jovens (média 35 anos) (KNOPLICH, 2003).
Saase e Col, em estudo, constataram que 14% das pessoas com alterações degenerativas
na radiografia da coluna cervical queixam-se de dores, com freqüência, na idade média de 35
anos, havendo uma proporção de 1,8 mulher para um homem (KNOPLICH, 2003).
26. A prevalência da osteoartrose aumenta com a idade, sendo pouco comum em indivíduos
abaixo dos 40 anos de idade e mais freqüente após os 60 anos, sendo que aos 75 anos, 85% das
pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença (MOREIRA e CARVALHO, 1996;
BROSSEAU et al, 2002).
Ocorre com maior freqüência de C4 a C7, onde esse processo degenerativo está
relacionado diretamente com a idade, ampliando-se com a degeneração de outras estruturas,
como os ligamentos amarelos, as artérias vertebrais e até as próprias meninges, fatores esses que
podem desencadear um possível quadro de dor (KNOPLICH, 2003).
Atinge ambos os sexos, mas o padrão de distribuição articular é diferente. Nos homens, o
maior comprometimento é o quadril, joelho, coluna vertebral, tornozelo, ombro e dedos; nas
mulheres, a ordem do acometimento difere, sendo o joelho primeiramente mais acometido,
posteriormente dedos, coluna vertebral, quadril, tornozelo e ombros (THONSON e SKINNER,
1994).
2.2. OSTEOARTROSE CERVICAL
Durante o processo de envelhecimento, ocorre uma redução progressiva do conteúdo de
água do núcleo pulposo e uma diminuição na capacidade de embebição do disco, associada a um
aumento do número de fibras colágenas, determinando uma menor elasticidade e
compressibilidade (NAUTOR, 2004).
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, 2003, a osteoartrose pode ser definida
como uma doença crônica, multifatorial. Gerando uma afecção dolorosa das articulações que
ocorre por insuficiência da cartilagem, ocasionada por um desequilíbrio entre a formação e a
destruição dos seus principais elementos, associada a uma variedade de condições como:
27. sobrecarga mecânica, alterações bioquímicas da cartilagem e membrana sinovial e fatores
genéticos, levando à incapacidade funcional progressiva.
Esta afecção articular é comumente uma conseqüência inevitável do envelhecimento, do
desgaste articular anormal ou resultado de uma mecânica articular anormal (SKARE, 1999).
As principais manifestações clinicas são dor, limitação de movimento, perda da função
articular, assim como deformidade articular, principalmente nas articulações da coluna vertebral e
das extremidades inferiores por serem articulações de grande sustentação de peso (SNIDER,
2000; ALMEIDA et al., 2001).
2.2.1 Fisiopatologia da Osteoartrose Cervical
Nos estágios iniciais a, patologia é assintomática, pois a cartilagem é avascular e aneural.
Com a progressão da doença, ocorre frouxidão capsular devido à neoformação óssea, o que
resulta em hipermobilidade ou instabilidade articular, desencadeando o quadro álgico, assim
como contratura da cápsula e da musculatura adjacente (KISNER e COLBY, 1998).
Fig. 9: Processo de degeneração da cartilagem.
Fonte: Albuquerque, 2004.
28. A partir do momento em que a osteoartrose é desencadeada, ela pode evoluir até a
destruição da articulação, pode parar em qualquer ponto do processo evolutivo, ou mesmo, em
situações raras, o processo degenerativo pode reverter (SKARE, 1999).
O processo da osteoartrose desencadeia um evento onde a matriz cartilaginosa próxima da
superfície é alterada devido ao aumento da atividade enzimática, agressão dos condrócitos pelas
enzimas proteolíticas dos lisossomos ,e isto contribui com a absorção dos constituintes do fluido
sinovial (YOSHINARI e BONFÁ, 2000; COSSERMELLI, 2000).
Segundo SWEZEY, 1994, a osteoartrose é desencadeada devido a um distúrbio onde a
proliferação óssea nas margens articulares e do osso subcondral é uma conseqüência da
deterioração na cartilagem articular, as alterações primárias são: despolimerização de
glicoproteína ao redor dos condrócitos, desgaste da superfície cartilaginosa e proliferações ósseas
que podem levar à formação de cistos ósseos justa – articulares com subseqüente colapso dos
mesmos e desarranjos das superfícies articulares.
Fig 10: Fisiopatologia da osteoartrose
Fonte: Pastor, 1994.
29. As proliferações, nas margens articulares, aparentam ser uma tentativa de aumentar a
superfície de suporte de peso, mas, na verdade, comprometem a elasticidade e aumentam a
rigidez do osso e conseqüentemente desenvolve microfraturas (SKARE, 1999).
As células da sinóvia na periferia da articulação tornam – se metaplásicas e produzem
osteófitos, o líquido sinovial é empurrado pelas fendas da cartilagem até o osso subcondral nos
pontos de microfraturas, os elementos da articulação ligamentos, cápsula, tendões e músculos
sofrem hipertrofia (SKARE, 1999).
Embora os mecanismos envolvidos na formação da osteoartrite ainda sejam
desconhecidos, sabe-se que fatores genéticos, bioquímicos, fatores mecânicos, tais como:
traumatismos, instabilidade articular, lesões ocupacionais e esportivas podem estar inter
relacionados com o efeito do envelhecimento e o desenvolvimento da osteoartrose (ALMEIDA et
al., 2001).
Fig 11: Demonstração da evolução do processo articular degenerativo
Fonte: www.anato.ufrj.br
30. 2.2.2 Classificação da Osteoartrose
2.2.2.1 Osteoartrose Primária
É dita primária, quando o fator etiológico é idiopático, porém quase sempre é hereditária e
principalmente associada a nódulos de Heberden. Devido ao seu padrão de hereditariedade
genética dominante, ela é normalmente expressa em mulheres após a menopausa e menos
freqüente nos homens (SKARE, 1999; GOLDING, 2001; SWEZEY, 1994).
FELICE et al, 2002, sugerem que o fator hormonal relacionado à menopausa possa ter
algum papel na predisposição da osteoartrite. A queda dos níveis de estrógeno, um hormônio com
ação anabolizante, pode ter alguma ação sobre o metabolismo da cartilagem.
2.2.2.2 Osteoartrose Secundária
O termo secundária é usado para designar todas as situações em que um fator inicial pode
ser identificado: como um processo traumático, infeccioso, inflamatório e metabólico (SWEZEY,
1994 ; HETTINGA, 1993).
Surge devido a fatores subjacentes que aceleram a degeneração da cartilagem relacionada
à idade, fatores esses como osteoartrite por artrites inflamatórias (como artrite inflamatória ou
espondiloartrite), secundária a doenças metabólicas (como acromegalia, diabetes ou
hemocromatose) e secundária a anormalidades congênitas da articulação, alterando tanto as
margens da articulação quanto acelerando o dano à cartilagem em áreas específicas. Como causa
secundária, ainda temos os traumas após lesão grave, traumas de repetições ou ocupacionais que
podem alterar as forças que atuam nas articulações (ALBUQUERQUE, 2004).
31. 2.2.3 Sinais Clínicos
O sintoma dominante da osteoartrose é a dor articular de duração e intensidade variáveis,
de acordo com o estágio evolutivo da patologia. A dor é fugaz e episódica nas fases iniciais e,
com a progressão da doença, torna-se contínua e difusa, com características basicamente
mecânicas e melhora com o repouso (ALBUQUERQUE, 2004).
Em alguns indivíduos, a dor provém do estiramento de terminações nervosas existentes no
periósteo que cobre os osteófitos, pode dever-se a fraturas de stress que ocorrem na região
subcondral ou até mesmo pela hipertensão intramedular, causada por trabéculas hipertróficas
subcondrais que alteram o fluxo sangüíneo (SKARE, 1999).
A rigidez pela parte da manhã ou após um período prolongado de imobilização é comum,
porém persiste por curto período (geralmente menos de 20 minutos), sendo aliviada pela
realização de movimentos. A partir do momento em que ocorre hipertrofia dos tecidos da
articulação, há perda da mobilidade articular e da congruência articular que leva à instabilidade
do segmento articular (SKARE, 1999; KAUFFMAN, 2001).
2.2. 4 Sinais Radiológicos
Estudos radiográficos são de suma importância para o diagnóstico radiológico da artrite
degenerativa, onde poderá ser identificado osteófitos, redução assimétrica do espaço articular, o
que traduz degeneração e desaparecimento gradual da cartilagem articular, esclerose óssea e
cistos subcondrais, como pode ser observado na radiografia e ressonância magnética,
respectivamente (Figura 11) (Figura 12) (NAIDES et al., 2000)
32. Fig. 12 :AP: Osteoartrose de coluna cervical e Perfil: Osteofitose
Fonte: Nautor, 2004.
Fig. 13: Osteoartrose de coluna cervical.
Fonte: Nautor, 2004.
33. Os osteófitos têm aspecto radiológico bem definido, podem atingir vários tamanhos e
geralmente são recobertos na sua extremidade por uma camada de cartilagem hialina, podendo
aparecer nas bordas das articulações, classificados como osteófitos marginais ou crescer dentro
do espaço sinovial. (FELICE et al., 2002).
Segundo FRONTEIRA, DAUSON e SLOVICK, 2001, dois terços dos pacientes com
características radiográficas não têm sintomas ou são oligossintomáticos. De acordo com Greve e
Amatuzzi (1999) apenas 50% dos pacientes com alterações radiológicas graves apresentam
sintomatologia dolorosa.
A presença ou ausência das manifestações radiológicas torna-se possível indicar o grau de
comprometimento articular, quanto maior o número de alterações radiológicas maior será o grau
de envolvimento radiológico articular (RAMOS, 2003).
2.3 CERVICALGIAS
A cervicalgia é uma síndrome caracterizada por dor e rigidez transitória na região da
coluna cervical, na maioria das vezes auto limitada. Acomete 12 a 34% de uma população adulta
em alguma fase da vida, tendo maior incidência no sexo feminino (DUTTON, 2006).
Há uma grande dificuldade em obter dados fiéis para a estimativa da real prevalência das
cervicalgias, visto que se trata de um grupo de doenças com aspectos clínicos multifatoriais,
envolvendo desde fatores de risco individuais, como características físicas e psicossociais, até
fatores relacionados com a ergonomia e atividades laborativas (NAUTOR, 2004).
A cervicalgia é menos freqüente que a lombalgia. Sua prevalência atual na população
geral é estimada em 29% nos homens e 40% nas mulheres, embora estes índices possam ser ainda
34. maiores quando avaliamos populações selecionadas de acordo com as atividades exercidas no
trabalho (NAUTOR, 2004).
Embora haja uma clara relação entre as queixas musculoesqueléticas e fatores
ocupacionais, muitos estudos apresentam baixa qualidade metodológica, sendo que até o presente
momento existem evidências positivas de cervicalgias relacionadas com posturas fixas e
prolongadas, curvatura aumentada do tronco, flexão cervical acentuada durante atividades por
períodos longos, ergonomia inadequada e atividades que envolvam vibração contínua das mãos e
dos braços (NAUTOR, 2004).
A maioria dos estudos indica a necessidade urgente de orientação e de programas de
reeducação postural, com finalidade de diminuição dos custos gerados pelas síndromes dolorosas
cervicais (NAUTOR, 2004).
Os pacientes apresentando queixas de dor cervical devem ser avaliados no sentido de
descartarmos possíveis condições orgânicas subjacentes que podem ser responsáveis pelo seu
quadro clínico, seja por meio de propedêutica clínica ou armada (NAUTOR, 2004).
São inúmeros os sinais que têm como origem a patologia cervical, podendo estes, muitas
vezes, apresentarem – se de maneira inespecífica, dificultando o diagnóstico preciso e ampliando
o espectro do diagnóstico diferencial (NAUTOR, 2004).
A classificação quanto ao tipo de dor cervical facilita a determinação da entidade
patológica. Compressões extrínsecas em estruturas vasculares ou em nervos periféricos são as
principais causas que mimetizam cervicobraquialgia (NAUTOR, 2004).
35. 2.3.1 Tipos de dor cervical
A IASP publicou a seguinte definição de dor, que reflete o que se aprendeu sobre dor nos
últimos quatro séculos: “Dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável associada a
um dano tecidual real ou potencial, ou descrita em termos de tal dano” (MERSKEY e SPEAR
Apud MELLO FILHO, 1992, p.165; ANDRADE FILHO et al, 2001).
Para RODRIGUES E GUIMARÃES, 1998, a dor pode ser classificada, quanto à duração,
em dor aguda ou crônica. A dor, quando crônica, consiste num dos maiores problemas de saúde
pública da sociedade moderna.
Definida por sua persistência, geralmente está associada a processos degenerativos. “Em
termos simples, é a dor que dura mais de quatro a seis meses”, persistindo além do tempo
razoável para a cura de uma lesão, ou que está associadas a processos patológicos crônicos que
causam dor contínua ou recorrente em intervalos de meses ou anos (TRIBIOLI, 2003).
Os objetivos do tratamento da dor crônica têm consistido não na cura, mas no controle,
bem como na eliminação do uso excessivo e abusivo de medicamentos. De acordo com MELLO
FILHO et al, 1992, a dor crônica é difícil de ser localizada em um ponto preciso, devido à
conectividade multissináptica, envolvendo várias estações intermediárias (formação reticular,
hipotálamo e sistema límbico), antes de atingir o córtex sensório motor.
2.4CORRENTES ELÉTRICAS
Embora se possa pensar que a estimulação elétrica de músculos seja uma matéria de
estudo recente, a verdade é que a idéia de utilizar a eletricidade para tratamento de problemas
musculares é bastante antiga. Algumas experiências de eletroterapia foram conduzidas pelo físico
36. grego Aetius, o qual estabeleceu um tratamento para a gota sob a forma de descarga elétrica em
peixes (MATIAS, 2002).
Em 1780, Galvani, um professor da Universidade de Bolonha, observou a contração da
perna de uma rã sob a influência de eletricidade, abrindo caminho para todo um conjunto de
novas técnicas aplicáveis desde o âmbito da fisioterapia de reabilitação e manutenção física até
ao desportivo (MATIAS, 2002).
Vários sistemas de estimulação muscular começam igualmente a ser aceitos no ramo da
fisioterapia no tratamento de lesões, como inibidor de atrofia muscular ou efeito analgésico
(MATIAS, 2002).
A redução de dores pelo uso de correntes elétricas pode ajudar a melhorar a qualidade
analgésica de pacientes até mesmo no período pós-operatório. Além disso, o uso combinado aos
tratamentos analgésicos convencionais tende a diminuir a quantidade de medicamentos ingeridos
com esta finalidade (SANTANA).
Segundo o autor acima, a eficiência da corrente elétrica tem surpreendido especialista em
dor no mundo inteiro e os resultados são cada vez mais promissores. A Estimulação elétrica é
segura, não-invasiva, não causa efeitos adversos e nem dependência física ou química. As
principais desvantagens da terapia de correntes elétricas são o efeito de tolerância, assim no uso
dos fármacos, e a necessidade de associação à medicação para tratamento de dores mais severas.
Por isso que ela é indicada principalmente como adjuvante terapêutico, que combinado a outros
tipos, potencializa o efeito analgésico do tratamento.
De acordo com MATIAS (2002) existem cinco tipos de estimulação electromuscular
principais: a Estimulação Muscular Eletrônica, na vertente da terapia de estimulação
neuromuscular (EMS), a Estimulação Muscular Russa, a TENS, a Estimulação Interferencial e a
Electro – Acupuntura.
37. Segundo o autor, estas caracterizam – se por apresentar diferentes objetivos e formas de
estimulação na sua utilização, tanto a nível dos sinais enviados aos músculos como do próprio
posicionamento e tipo de elétrodos utilizados.
2.4.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)
O termo T.E.N.S provém das iniciais do termo inglês “Transcutaneous Eletrical Nerve
Stimulation”, que significa “Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea” (AGNE, 2005).
A TENS, como um tratamento de dor, é singular, pois exerce sua função analgésica,
baseada na teoria da comporta de dor, desenvolvida por Welzack e Wall (LASMAR et al, 2002),
ativando mecanismos de controle internos do sistema nervoso, quando aplicada sobre a pele, via
eletrodos de superfície, não trazendo nenhum efeito colateral nem dependência física aos
pacientes (COHEN, 2003; RESTIFFE e BERLOFFA, 2002).
É um método não invasivo utilizado para reduzir a dor, mas não o edema de condições
inflamatórias (RESENDE et al, 2006). A TENS é usada com finalidade de influenciar e modular
o processo de neurocondução da dor e atuar sobre a liberação de opióides endógenos a nível
medular e da hipófise (MELO et al, 2006).
Segundo o autor acima, este recurso tem sido usado extensivamente em locais de
atendimento à saúde para o manejo sintomático de dor aguda e dor crônica de origem benigna e
também no atendimento paliativo da dor causada por doenças ósseas metastáticas e neoplasias
(MELO et al, 2006).
Este recurso terapêutico se constitui num método simples, prático, de baixo custo e de
resolução rápida, sem, no entanto, promover efeitos colaterais para os pacientes (MELO et al,
2006).
38. É uma corrente de baixa freqüência capaz de alterar de forma terapêutica os impulsos
elétricos de nervos em resposta a um estímulo doloroso (LASMAR et al, 2002). Embora efetiva
no tratamento de dores agudas, seu maior papel é no tratamento de dores crônicas (COHEN,
2003).
Segundo TRIBIOLI, 2003, atualmente, é enorme o montante de tempo e de recursos
gastos com pacientes de dor crônica, sendo esta a razão mais comum para absenteísmo ao
trabalho. Entre os vários procedimentos não - farmacológicos existentes para o tratamento
sintomático da dor crônica, a TENS tem se destacado como um excelente recurso terapêutico,
amplamente utilizado pelos profissionais fisioterapeutas.
Existem vários modos de estimulação que podem ser selecionados e administrados como
os atuais sistemas de TENS: convencional (de alta freqüência), acupuntura (de baixa freqüência e
alta intensidade), Burst (“trem de pulsos”) e breve-intensa (AYALA, 2005).
No entanto, na prática clínica, percebe –se a grande discrepância de parâmetros sugeridos
e utilizados, na tentativa de se extrair os melhores resultados com a aplicação deste recurso
(TRIBIOLI, 2003).
2.4.1.1 Parâmetros de um pulso elétrico da TENS
Em todos os estimuladores, independente da forma de onda que eles fornecem, pode
variar a amplitude dos pulsos elétricos, a freqüência de pulso, a largura de pulso e a forma de
onda (COHEN, 2003) (QUADRO 1).
39. Quadro 1: Parâmetros de um pulso elétrico da TENS
PARÂMETROS DA TENS
Amplitude ou Intensidade (Ma);
Duração do impulso (mseg ou ms);
Intervalo entre os pulsos (mseg ou ms);
Freqüência dos pulsos (Hz) – (pps ou cps);
Forma do pulso: bidirecional assimétrica.
Fonte: Cohen, 2003.
2.4.1.2 Modalidade de TENS Acupuntura
A modalidade de TENS acupuntura, usualmente indicado na fase crônica, utilizando baixa
freqüência, com duração de pulsos longos, com forte intensidade, o que provoca contrações
musculares visíveis dos miotomos dependentes da mesma inervação segmentária que a localidade
álgica (BISSCHOP et al, 2001).
A TENS com parâmetros de baixa freqüência e alta intensidade, de acordo com
SALGADO (1999), é também conhecida como acupuntura, e ocorre em freqüências menores que
10 Hz, e otimamente entre 1 a 4 Hz. LOW e REED (2001), citam cerca de 2 Hz. Utiliza largura
de pulso maior que 200 microssegundos, para recrutamento de fibras nervosas tanto sensitivas,
quanto motoras, produzindo contrações musculares visíveis.
Segundo os autores acima, essa modalidade estimula as fibras aferentes nociceptivas do
tipo A delta e C, e também as fibras eferentes motoras. A sensação gerada por esse tipo de TENS
é de parestesia, promovendo um tempo de analgesia com a estimulação a baixa freqüência e alta
40. intensidade, tem sido descrito como sendo mediado por opiáceos, podendo ser revertido parcial
ou completamente, pela administração de naloxona.
De acordo com LOW e REED (2001), esse tipo de estimulação proporciona impulsos
sensoriais adicionais provenientes dos aferentes dos fusos musculares. Em contraste com a TENS
convencional, esse modo costuma ser aplicado uma vez por dia por 20 ou 30 minutos.
Segundo MANNHEIMER e LAMPE Apud LOW e REED (2001), a dor contínua,
profunda, de longa duração, responderia melhor a TENS de baixa freqüência.
2.4.1.3 Teoria do controle da comporta de dor
Postulada por MELZACK & WALL (1965), a “teoria das comportas” tornou – se a base
para o entendimento do controle elétrico da dor. A transmissão de estímulos aferentes no sistema
nervoso periférico ocorre tanto por fibras do tipo A, quanto do tipo C (TRIBIOLI, 2003).
A teoria da comporta é um modelo anatomofisiológico que tem o mérito de conciliar os
efeitos inibitórios e excitatórios, que se manifestam igualmente nos níveis espinhais e supra –
espinhais. Entretanto, os fenômenos que regulam a nocicepção são muitos mais complexos e
colocam em jogo vários outros sistemas (KERAVEL & SINDOU Apud ANDRADE FILHO,
2001, p.35).
A teoria provocou muitas críticas, debates e pesquisa, onde se dizia que o sistema era
simples demais, sendo provável o envolvimento de sistemas sensoriais mecânicos, térmicos e
outros (SHEON et al., 1989, p.287). A ausência de correspondência anatômica, eletrofisiológica,
neuroquímica e de achados clínicos que sustentassem a “teoria das comportas”, como
originalmente foram razões para que ela não mais fosse aceita, como apresentada (TEIXEIRA
Apud ANDRADRE FILHO, 2001, p.16).
41. Entretanto, segundo o autor acima, inaugurou um conceito, atualmente considerado o
mais apropriado para justificar a sensibilidade, ou seja, da interação ao sensorial, segundo o qual,
as diferentes modalidades e qualidades sensoriais interagem entre si, modificando – se quanto a
sua expressão.
Desse modo, a base do efeito da TENS, conforme a teoria de controle da comporta é a
hiper – estimulação das fibras A, com a finalidade de bloquear a transmissão das fibras do tipo C,
nas comportas do corno posterior da medula. No entanto, esse modelo teórico explicaria o alívio
da dor, enquanto a TENS estivesse sendo aplicada (CASTRO, 1998).
A título de curiosidade, poderíamos comparar o sistema neural funcional da comporta,
com um sistema eletrônico. Bastaria imaginar que ao invés de um complexo emaranhado de
células, existisse um sistema de porta lógica invertida, na substância gelatinosa da medula
espinhal, em conexão direta com o tálamo (TRIBIOLLI, 2003).
Controle Central
Sistema de Controle das Comportas
Fibras Grossas + _
+
SG
Entrada _ _ Sistema de
T Ação
Fibras Finas +
Fig. 14: Sistema de Controle das Comportas
Fonte: Tribioli, 2003.
42. 2.4.2 Corrente Interferencial
2.4.2.1 Definição
A CI é o fenômeno que ocorre quando se aplicam duas correntes de média freqüência,
com amplitude modulada em baixa freqüência, para finalidades terapêuticas no mesmo ponto ou
série de pontos de um determinado meio, com freqüências levemente diferentes, essas correntes
irão interagir entre si. Em decorrência da interferência das ondas, as amplitudes das correntes são
somadas algebricamente e surge uma nova onda com freqüência igual à média aritmética das
duas freqüências (MARTIN, 1998).
Este tipo de estimulação denomina-se interferencial, porque as freqüências presentes na
onda modulada vão interferir na transmissão de sinais de dor ao nível da espinal medula, podendo
reduzi-los, ou até mesmo bloqueá-los, apresentando, assim, um caráter sedativo na sua utilização
(MATIAS, 2002).
De acordo com MARTIN, 1998, a impedância da pele à eletricidade é inversamente
proporcional à freqüência da corrente elétrica, no entanto, acredita-se que as correntes de média
freqüência, associadas à resistência relativamente baixa da pele, sejam mais agradáveis que as
correntes de baixa freqüência. Sendo assim, verifica-se que, com a utilização de uma média
freqüência, é possível uma penetração mais tolerável da corrente através da pele (MARTIN,
1998).
LOW & REED, 2001, concluem que a utilização de correntes de média freqüência passa
muito mais facilmente através da pele do que correntes de baixa freqüência devido à impedância
mais baixa oferecida pelos pulsos elétricos muito curtos.
43. 2.4.2.2 Freqüência de Modulação da Amplitude (AMF)
São necessários dois canais, sendo cada par formando parte de um circuito independente.
Uma destas ondas é a portadora (F1), que apresenta uma freqüência constante, geralmente 2.000 e
4.000 Hz, e a outra é a moduladora (F2), com uma freqüência ajustável. Esta diferença das
freqüências (F2 – F1) é chamada de interferência AMF ou batida (GAUGLITZ et al, 2005;
COHEN, 2003).
Segundo ALBUQUERQUE (2004), na terapia interferencial usam-se duas correntes de
média freqüência, uma das correntes tem sua freqüência fixa de 4000 Hz, enquanto que a outra
pode ser ajustada entre 4000 Hz e 4250 Hz (estes valores podem variar entre os diferentes
estimuladores interferências). A superposição das duas correntes alternadas denomina-se
interferência, nesse ponto onde ocorre a intercessão das duas, surge uma nova corrente com
amplitude modulada.
Fig. 15: Onda de amplitude modulada (c) gerada pela interferência
entre as ondas (a) e (b), defasadas.
Fonte: Martin, 1998.
44. A freqüência de modulação da amplitude pode ser modulada pela freqüência. A aplicação
de uma freqüência de varredura de 10 Hz irá resultar numa freqüência de modulação de
amplitude que varia entre 100 a 110 Hz, o que origina uma freqüência média variável entre 4050
a 4055 Hz (MARTIN, 1998).
2.4.2.3 Intensidade
A intensidade da corrente pode ser ajustada no próprio aparelho (MARTIN, 1998). À
medida que a intensidade aumenta o indivíduo irá sentir uma sensação de formigamento que é
concomitante à estimulação seletiva dos tipos de nervos, a partir do momento em que a
intensidade é suficientemente aumentada ocorrerá uma contração muscular, no entanto, a
intensidade apropriada é aquela em que o paciente não sinta desconforto ou dor (
ALBUQUERQUE, 2004).
2.4.2.4 Distribuição da Corrente
O método tradicional de amplitude da terapia interferencial é a técnica tetrapolar, onde o
equipamento libera duas correntes alternadas não moduladas em circuitos separados. Quando
estas correntes se superpõem no tecido, ocorre a interferência (MARTIN, 1998).
45. Fig. 16: Dois circuitos dispostos perpendicularmente entre si, com
interseção na área-alvo.
Fonte: MARTIN, 1998.
Método tetrapolar com vetor automático, presente em alguns aparelhos, com objetivo de
variar as potências das correntes entre si. Com isto, o padrão de interferência irá girar,
assegurando que uma ampla área poderá ser coberta pela corrente interferencial (MARTIN,
1998).
2.4.2.5 Campo Interferencial Dinâmico: Tetrapolar com Vetor manual ou automático
O modo Vetor Manual ou Automático nada mais é que o fluxo de corrente produzido,
acrescentando-se vetorialmente os dois circuitos (canais) juntos. Uma descrição técnica melhor
colocada seria o conceito de sistema de vetor “rotacional” ou “dinâmico” (MANUAL DE
OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
O conceito de sistema de vetor “dinâmico” é basicamente simples, ou seja, implica uma
rotação do Campo Interferencial Estático de zero a aproximadamente 45 graus retornando
novamente para zero. A área de influência do campo no tecido passa a ser mais extensa do que no
Campo Interferencial Estático (MANUAL DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
Este “movimento” é produzido ritmicamente pelo desequilíbrio das correntes, alterando a
posição da área de máxima estimulação.
46. Figura 17: Instalação da varredura em vetor
Fonte: MARTIN, 1998.
2. 4.2.6 Escolha da AMF ou Freqüência de Tratamento
A escolha da AMF depende da natureza, estágio, gravidade e do local do problema. As
sensações experimentadas pelo paciente nas diversas AMF devem ser consideradas. Freqüências
altas são sentidas como “agradáveis e mais leves”. AMF altas (75 Hz a 200 Hz) são
aconselháveis para problemas agudos, grande dor, hipersensitividade (MANUAL DE
OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
Quando o paciente demonstra um certo receio da estimulação elétrica, uma AMF alta
deve ser usada no inicio do tratamento. Em freqüências baixas a sensação é mais “áspera e
pesada”. Freqüências entre 25 Hz e 50 Hz tendem a produzir contrações (tetânicas). Nas
contrações musculares, problemas crônicos ou sub agudos, uma AMF baixa é bem adequada.
Freqüências abaixo de 50 Hz produzem contrações pulsadas e fibriladas (MANUAL DE
OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
As AMFs baixas, na ordem de 25 a 75 Hz são usadas para distúrbios na fase crônica. Em
um espectro amplo sobreposto a uma AMF baixa haverá variações marcadas das sensações e/ ou
47. contrações. Esta forma de tratamento pode ser para lesões na fase crônica, prevenindo, portanto, a
acomodação (COHEN, 2003).
2.4.2.7 Sweep ou Espectro de Freqüência
É o tempo (segundos) que a corrente levará para percorrer da AMF Básica até a AMF
Máxima, retornando a AMF Básica (CONTI et al, 2001).
Com o passar do tempo, um paciente submetido à estimulação elétrica, irá aos poucos
senti-la com menos intensidade, podendo até mesmo parar de sentir a sensação provocada por
aquela corrente. Este processo é chamado de “acomodação” e ocorre porque os sensores
estimulados passam informações relativas às mudanças externas em grau decrescente. A
acomodação pode ser evitada pela variação da AMF (freqüência de tratamento) (MANUAL DE
OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
2.4.2.8 Programas da Sweep – Sweep programado
A AMF permanece na freqüência básica por um segundo e então muda abruptamente para
a freqüência mais alta, na qual permanece também por um segundo. Isto se repete
automaticamente, sendo o mais recomendado o slope (tipo de onda), onda quadrada (MANUAL
DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
Esta forma de tratamento tem um efeito agressivo e torna-se mais agressivo ainda se for
escolhido uma extensão “larga” de varredura da AMF. Um efeito que pode ser observado logo
depois do tratamento com este tipo de programa é uma hiperemia superficial. Este programa é
recomendado para problemas crônicos (MANUAL DE OPERAÇÃO NEUROVECTOR, 2006).
48. Fig. 18: Representação da onda quadrada, processos crônicos
Fonte: Manual de Operação Neurovector, 2006
2.4.2.9 Efeitos Fisiológicos
A CI vetorial ativa de forma seletiva as fibras nervosas aferentes mielinizadas originando
analgesia, normalização do equilíbrio neurovegetativo com conseqüente relaxamento e melhora
da circulação sangüínea (MARTIN, 1998).
Segundo a teoria proposta por Melzack e Wall tanto as fibras de grande quanto as de
pequeno diâmetro projetam-se para a substância gelatinosa e para as primeiras células de
transmissão central. O efeito inibitório exercido pela substância gelatinosa sobre os terminais das
fibras aferentes é exacerbado pela atividade nas fibras de grande diâmetro e deprimido pela
atividade das fibras de pequeno diâmetro (GUIRRO e GUIRRO, 2004).
Em relação à normalização do equilíbrio nerurovegetativo, ou seja, amortecimento do
sistema ortossimpático que se refere ao relaxamento e melhora da circulação, isto contribui para a
liberação dos mediadores químicos, tais como: as prostaglandinas responsáveis pelo efeito da
analgesia (MARTIN, 1998).
As prostaglandinas sensibilizam as terminações nervosas e outros agentes por inibir os
canais de potássio através de reações de fosforilação, mediados por segundos mensageiros, que
facilitam a abertura dos canais de cátion aos agentes nocivos (RANG, DALE e RITTER, 2001).
49. 3. METODOLOGIA
3.1 DELINEAMENTO DO ESTUDO
O presente trabalho foi desenvolvido por um ensaio clínico controlado e randomizado, do tipo
experimental, de caráter quantitativo analítico com dois grupos experimentais, um fazendo uso da
TENS e outro da CI, sendo os pacientes divididos por amostras aleatórias simples nos respectivos
grupos. Além de revisão de literatura em acervo bibliográfico da Universidade da Amazônia
(UNAMA) e bibliotecas virtuais pelas bases de dados Scielo, Bireme e Lilacs.
3.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO
O estudo foi conduzido obedecendo aos princípios éticos da Clínica Escola de Fisioterapia
da Universidade da Amazônia - FISIOCLÍNICA, em Belém – PA. Todos os procedimentos
descritos, relativos à pesquisa, seguiram a orientação do protocolo previamente estabelecido
segundo o projeto piloto elaborado e aprovado pela Comissão de Ética da UNAMA, com
protocolo n° 24894/07.
3.3 AMOSTRA
O estudo foi realizado a partir da coleta de dados por meio de pesquisa de campo
associado à aplicação de protocolos de tratamento com a utilização de uma ficha de avaliação
fisioterapêutica de Alexandre e Moraes modificado (APÊNDICE 6), utilizada para o
armazenamento e controle dos dados de cada paciente. Além da avaliação da dor através de uma
escala analógica de Jones Agne modificado (APÊNDICE 7), a qual foi utilizada nas 10 sessões
50. do tratamento para descrição da dor. Sendo que todos os dados coletados dos pacientes foram
guardados em arquivos digitais.
O estudo obteve uma amostra de 30 pacientes, encaminhados por médicos traumatologistas,
que foram informados sobre a realização da pesquisa, assinando, portanto, o Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 5).
Os pacientes foram atendidos no turno matutino, cinco vezes na semana (segunda a sexta-
feira), durante 10 sessões, salvo feriados, com supervisão do orientador da pesquisa.
Cada sessão teve duração de aproximadamente 50 minutos para cada paciente, sendo
realizada e anotada a avaliação da dor pré e pós-utilização da corrente na ficha previamente
elaborada.
Fizeram parte da amostra pacientes com cervicalgia por osteoartrose cervical na fase crônica
do processo inflamatório, até 5 anos, do sexo feminino e com idade entre 37 há 89 anos. Foram
excluídos aqueles pacientes que apresentavam patologias associadas (hérnia de disco e fratura de
vértebras), com uso de marcapasso cardíaco, cardiopatas, hipertensos, que apresentem alguma
labirontopatia, que estejam grávidas e que faltem três dias consecutivos ao tratamento.
3.4 PROTOCOLO DE ATENDIMENTO
Foi aplicada uma conduta eletroterapêutica aos pacientes com osteoartrose cervical
encaminhados por médicos traumatologistas, atendidos no período 01 de março a 27 de agosto de
2007, com o objetivo de verificar qual método de aplicação, por meio da eletroestimulação,
proporcionará maior alívio ao processo doloroso na cervicalgia.
Estes pacientes foram divididos em dois grupos que fizeram uso prévio do infravermelho
com objetivo de diminuir a impedância da pele, proporcionando, portanto, a facilitação da
51. passagem da corrente. Após o procedimento, os pacientes foram submetidos a TENS e a CI, em
seus respectivos grupos.
Foram utilizados para o tratamento o aparelho de Infravermelho da marca CARCI, o
aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable, da marca IBRAMED e o aparelho Neurovector, da
marca IBRAMED, geração 2000.
Fig 19: Aparelho de Infravermelho da Marca CARCI
Fonte: Fisioclínica, 2007.
Figura 20: Aparelho de TENS/ FES Neurodyn portable.
Fonte: Fisioclínica, 2007.
52. Figura 21: Aparelho Neurovector, geração 2000.
Fonte: Fisioclínica, 2007.
3.4.1 GRUPO DA ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA TRANSCUTÂNEA (TENS)
É composto por 15 pacientes que realizaram como conduta fisioterapêutica, a aplicação do
infravermelho, durante 15 minutos, após isso foi feito à aplicação tetrapolar tranversa da TENS,
utilizando os respectivos parâmetros: freqüência (R) 2 Hz, largura de pulso (W) 250 µs,
intensidade (I) de acordo com a sensibilidade de cada paciente e tempo (T) de 30 minutos.
Figura 22: Aplicação tetrapolar transversa na Cervicalgia.
Fonte: Fisioclínica, 2007.
53. 3.4.2 GRUPO DA CORRENTE INTERFERENCIAL
É composto por 15 pacientes que terão como conduta fisioterapêutica, aplicação do
infravermelho, durante 15 minutos, após isso foi feita à aplicação tetrapolar da Corrente
Interferencial, utilizando os respectivos parâmetros: modalidade tetrapolar varredura automática,
AMF de 10 Hz, SWEEP de 10 Hz, SLOPE com onda tipo quadrada, intensidade de acordo com a
sensibilidade de cada paciente e tempo de 30 minutos.
Figura 23: Aplicação tetrapolar na Cervicalgia
Fonte: Fisioclínica, 2007.
3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA
As informações coletadas foram inseridas no programa BioEstat 4.0 (Ayres, 2005) para
análise estatística destes. As tabelas e gráficos construídos no Microsoft WORD XP. Para análise
estatística, adotou-se a estatística descritiva para caracterização da amostra. Para análise da
significância, foi utilizado o teste t – Student para análise comparativa das médias de
permanência, a Taxa de Incidência e para comparação entre os grupos com o nível de
significância adotado de a (menor ou igual) 0,005 (5%).
54. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Nos gráficos de 1 a 5 são apresentadas as características qualitativas da amostra estudada, para os
dois métodos de tratamento propostos no estudo em questão.
6
5
4
3
2
1
0
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oço
oço
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Gráfico 2 - Queixa Principal nos dois Grupos. TENS
Gráfico 1: Queixa principal nos dois grupos.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
O gráfico 1 demonstra a distribuição da queixa principal dos sujeitos tratados pelos dois
métodos no estudo. Nele, é possível identificar uma maior variabilidade de queixas entre os
sujeitos do grupo tratado por CI, em relação ao tratado por TENS, no qual se verificou uma maior
incidência de dor constante no pescoço.
De acordo com o Centro de Estudos de Reciclagem e de Investigação em Reumatologia
(CERIR), 2007, a dor mais referida na osteoartrose cervical é a dor na região cervical, podendo
irradiar para o antebraço, face lateral da mão e região lateral do ombro e braço, respectivamente.
55. 3,5
3
2,5
2
1,5
1
0,5
0
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5-C6
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Cerv
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Cerv
TENS
Gráfico 3 - Localização da Dor nos dois Grupos.
Gráfico 2: Localização da dor nos dois grupos.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
No gráfico 2, estão indicadas as localizações mais freqüentes da dor nos dois grupos de
tratamento. Nele observa - se que a dor se localiza mais no nível cervical e membro superior
direito além de no nível cervical e nos membros superiores, nos sujeitos tratados pelo método de
CI, enquanto entre os sujeitos tratados pela TENS, a localização principal foi no nível cervical e
no nível cervical e membros superiores. Para as demais localizações houve uma menor incidência
nos dois métodos.
De acordo com a CERIR, 2007, os casos de artrose que são sintomáticos apresentam
principalmente dor cervical, podendo está associada a restrições dos movimentos do pescoço ao
exame físico. Ainda a dor referida em regiões posterior e lateral do pescoço, estendendo – se até
o trapézio com eventuais irradiações para membro superior.
Segundo o autor acima, os achados radiológicos mostram que a osteoartrose cervical
envolve predominantemente os segmentos vertebrais de C4 até T1.
56. 10
8
6
4
2
0
oite
ã
rde
Noite
fixo
Manh
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Tard
Manh
ho
Sem
C. Interferencial
Gráfico 4 - Horário de Ocorrência da Dor nos dois Grupos. TENS
Gráfico 3: Horário de Ocorrência da Dor nos dois Grupos
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
No gráfico 3, que trata do aspecto relacionado ao horário de maior ocorrência da dor nos
dois grupos, é possível constatar que ambos os grupos diferem muito pouco, evidenciando a
ocorrência maior da dor, sem um horário fixo, variando, assim, bastante ao longo do dia.
Segundo GIORG, 2007, o horário de ocorrência da dor em paciente com osteoartrose
cervical é mais evidente pelo turno da manhã, quando o paciente se levanta, ou após inatividade;
Essa dor melhora com o movimento da articulação ou dos segmentos afetados.
De acordo com a Sociedade de Reumatologia do Rio de Janeiro, 2007, o horário de
ocorrência de dor, em casos de osteoartrose cervical, é pré – repouso e matinal e de curta direção.
Já Wagner & Barreiro, 2007, relatam que a artrose das articulações intervertebrais é um
outro diagnóstico a considerar. Clinicamente, a dor piora com o movimento, ao acordar pela
manhã.
57. 14
12
10
8
6
4 C. Interferencial
2 TENS
0
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Gráfico 5 - Início da Dor nos dois Grupos.
Gráfico 4: Início da Dor nos dois Grupos
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
No gráfico 4, em relação à forma como a dor se inicia, verifica-se que no grupo tratado
por Corrente Interferencial, a mesma inicia de forma gradual na maioria dos sujeitos,
diferentemente do que ocorre com os sujeitos tratados pela TENS, onde se verificou um
equilíbrio entre as formas gradual e súbita de início da dor.
De acordo com Calil e Pimenta, 2005, a confirmação da dor é um evento que acompanha
o trauma e a magnitude da intensidade dolorosa vivenciada por essas vítimas.
Venturini et al, 2004, em estudo realizado, indagou aos participantes da pesquisa sobre a
duração da dor, e mais da metade 57,5% relatou a permanência desta por 1 a 2 dias, sendo que a
intensidade dessa dor variou de leve (15%) a forte (15%), e grande parte dos casos, 65% citando
uma intensidade moderada.
58. 6
5
4
3
2
1
0
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ento
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Sent
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C. Interferencial
Gráfico 6 - Fatores de Piora nos dois Grupos. TENS
Gráfico 5: Fatores da Piora nos dois Grupos.
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
No gráfico 5, observa – se que no grupo tratado por CI os movimentos são o fator de
maior piora na dor, enquanto no grupo tratado pela TENS, essa piora se acentua mais, quando os
sujeitos estão sentados e em movimento, além de quando estão somente sentados.
De acordo com Filho e Barreto, 2001, os estudos epidemiológicos recentes confirmam a
relação dos movimentos de esforço, repetição e sobrecarga estática na origem de muitos
problemas músculo-esqueléticos. Entre os mecanismos fisiopatológicos referidos na gênese
desses problemas, englobam-se contrações contínuas e aumento de pressão intramuscular,
interrupção do aporte sangüíneo e compressões de feixes nervosos, levando a sofrimento
muscular crônico. Essas condições parecem explicar tanto a associação com a exposição no
trabalho, como outras atividades que envolvam esforço semelhante.
59. Segundo Brasil, 1997, a manutenção da postura inadequada, principalmente na região dos
membros superiores como braço, ombros e punhos, devido a posturas estáticas do corpo mantidas
por tempo prolongado, favorece um metabolismo anaeróbico dos músculos e conseqüente
irritação nos receptores do sistema nervoso.
Tabela I - Estatística Descritiva das Variáveis nos dois Métodos de Tratamento.
VARIÁVEIS C. INTERFERENCIAL TENS
Idade 65.07 ± 1.14 54.00 ± 9.99
Tempo de dor (anos) 3.16 ± 1.84 3.35 ± 1.64
Diferença sessão 1 -1.17 ± 0.77 -0.80 ± 0.92
Diferença sessão 2 -0.80 ± 1.07 -0.63 ± 0.61
Diferença sessão 3 -0.57 ± 0.78 -0.80 ± 0.77
Diferença sessão 4 -0.80 ± 1.32 -0.60 ± 0.60
Diferença sessão 5 -0.63 ± 1.01 -0.47 ± 0.64
Diferença sessão 6 -0.33 ± 0.62 -0.77 ± 1.22
Diferença sessão 7 -0.33 ± 0.70 -0.43 ± 0.53
Diferença sessão 8 -0.43 ± 0.86 -0.23 ± 0.42
Diferença sessão 9 -0.20 ± 0.41 -0.20 ± 0.32
Diferença sessão 10 0.00 ± 0.00 -0.13 ± 0.30
Fonte: Pesquisa de Campo, 2007.
Como pode ser observada na tabela I, a amostra estudada apresentou uma grande
variabilidade na sensação de dor após as sessões, nos dois métodos, o que se evidencia através do
elevado desvio padrão observado nos momentos das dez sessões de tratamento. Outro aspecto
que se pode verificar é o fato de que em todas as sessões, nos dois métodos, ocorreram reduções