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CÓRTEX CEREBRAL

                 Neuroanatomia
     Prof. Carlos Frederico Rodrigues
CONCEITO E ESTRUTURA
 É constituído por uma camada de substância
 cinzenta que envolve os hemisférios cerebrais.

 Sua superfície é marcada pela presença de inúmeros
 sulcos e giros que aumentam a quantidade de córtex,
 sem aumento do volume craniano.

 Em sua maior parte é constituído de seis camadas:
 molecular; granular externa, piramidal externa,
 granular interna, piramidal interna e células
 fusiformes.

 Essas camadas são denominadas de acordo com o
 tipo de célula predominante.
CONCEITO E ESTRUTURA
 A camada molecular é pobre em células.


 Nas camadas granulares há um predomínio das
 chamadas células granulares, que são pequenas e
 com formato estrelado. Sao interneurônios corticais
 que recebem fibras que chegam ao córtex e as
 enviam para outras camadas.

 Nas camadas piramidais, encontramos as células
 piramidais, que dão origem a fibras eferentes do
 córtex cerebral. Possuem uma árvore dendrítica que
 se relaciona com camadas mais superficiais e um
 axônio descendente que terminará em estruturas
 subcorticais.
CONCEITO E ESTRUTURA
 As células fusiformes também originam fibras
 eferentes/

 Ao contrário do que ocorre no córtex cerebelar
 onde existe um padrão constante de
 interconexões entre as diversas células ali
 presentes, no córtex cerebral parece haver uma
 enorme diversidade de circuitos intracorticais,
 que são ainda pouco conhecidos.
Fig 13.1
CLASSIFICAÇÕES
 Classificação anatômica – divide-se o córtex de
 acordo com o nome do osso que a eles se
 sobrepõe. Frontal, parietal, occipital, temporal e
 da ínsula.

 Para uma localização mais precisa, utiliza-se
 uma classificação citoarquitetural, que leva em
 conta a estrutura microscópica do córtex:
 isocórtex – 6 camadas estão presentes e
 alocórtex – 6 camadas não estão presentes.

 O isocórtex pode ser dividido de acordo com a
 espessura das camadas.
CLASSIFICAÇÕES
 Já vimos que a camada é responsável por
 receber as fibras que chegam ao córtes e a
 camada piramidal por fibras eferentes.

 Sendo assim, é legítimo esperar que as áreas
 sensoriais tenham uma camada granular
 desenvolvida, enquanto as áreas efetuadoras
 possuem uma camada piramidal desenvolvida.

 Podemos classificar o córtex de acordo com
 áreas citoarquiteturais, a mais conhecida é a de
 Brodmann – divide o córtex em 50 regiões
Fig 13.2
CLASSIFICAÇÕES
 Outra maneira de classificar o córtex leva em
 consideração aspectos filogenéticos.

 O alocórtex é mais antigo em termos evolutivos e
 seria subdividido em arquicórtex (hipocampo) e
 paleocórtex (úncus).

 Todo o resto é chamado de neocórtex.
CLASSIFICAÇÕES
 Finalmente, podemos abordar o córtex sob o
 ponto de vista fisiológico, ou seja, funcional.

 A primeira divisão seria em áreas de associação
 e projeção.

 Projeção seriam as áreas que recebem fibras
 sensoriais ou emitem fibras eferentes.

 As áreas de associação são aquelas que não
 estão diretamente relacionadas nem com
 motricidade nem com sensibilidade.
CLASSIFICAÇÕES


                           1. áreas de projeção (primárias) –
    sensitivas e motoras.
 Córtex cerebral           2. áreas de associação – unimodais e
    supramodais.

                            3. áreas límbicas
CONEXÕES
 As diferentes áreas do córtex cerebral se ligam a
  regiões do próprio córtex e a numerosas estruturas
  subcorticais.

 As conexões intracorticais se fazem com áreas
  adjacentes ou distantes através das fibras de
  associação, algumas visíveis à dissecção.

 A maior parte do córtex de um hemisfério se liga ao
  do lado oposto pelo corpo caloso (maior comissura
  do telencéfalo), sobretudo, os hemisférios frontal,
  parietal e occipital.

 O hemisfério temporal se liga ao do lado oposto pela
  comissura anterior.
CONEXÕES
 A maior parte das aferências sensivas do córtex
 chegam até ele passando pelo tálamo.

 Recebe ainda fibras da formação reticular
 (catecolaminérgicas e serotoninérgicas) e fibras
 colinérgicas chegam através do núcleo de Meynert.

 Possui também conexões eferentes amplas: medula,
 ponte, diferentes regiões do tronco, corpo estriado,
 tálamo e etc.

 Grande parte das fibras que se dirigem ao ou partem
 do córtex passam pela cápsula interna. Alojadas as
 fibras relacionadas com a sensibilidade e motricidade
 de todo corpo.
CONSIDERAÇÕES
              FUNCIONAIS
 Não é uma estrutura homogênea do ponto de
 vista funcional.

 Diferentes regiões tem diferentes conexões e
 funções.

 Admite-se que existam áreas cerebrais
 relativamente específicas para determinadas
 funções, porém, não em termos absolutos.
ÁREAS DE PROJEÇÃO.
 Também chamadas áreas primárias do cérebro, estão
  diretamente relacionadas com a sensibilidade ou com
  a motricidade.

 Área motora primária;

 Área somatossensorial primária;

 Área visual primária;

 Área auditiva primária;

 Outras áreas primárias
Área motora primária
Localiza-se na região do giro pré-central – área 4
 de Brodmann.

Camadas piramidais bem desenvolvidas.

Encontra-mos as células piramidais gigantes, ou
 células de Betz, que originam os tratos córtico-
 espinhal e córtico-nuclear.

Estímulos elétricos aplicados nessa região
 provocam o parecimento de movimentos em
 partes específicas da metade oposta do corpo.
Fig 13.4
Área motora primária
 Estímulos aplicados na porção mais baixa do giro
 produzem movimento da língua.

 Um pouco mais acima da face e assim
 sucessivamente até a porção medial do hemisféri,
 onde estimulam o pé.

 Esxiste na área primária uma somatotopia –
 homúnculo de Penfield.

 A correspondência não é com o tamanho da área
 corporal, mas com a importância e capacidade para
 realizar movimento.
Área motora primária
 Lesões da área motora primária irão provocar
 paralisias das porções correspondentes da
 metade oposta do corpo.

 É interessante notar que fibras sensitivas
 também chegam até a área motora.

 Elas possuem importante participação no
 controle dos movimentos.
Área somatossensorial primária
 Situa-se no giro pós-central, nas áreas 1,2 e 3 de
 Brodmann.

 Aqui terminam as fibras provenientes dos
 núcleos ventral-póstero –lateral e ventral-póstero-
 medial do tálamo, que trazem infromações
 sensoriais somáticas da metade oposta do corpo
 e da face.

 Também aqui existe uma somatotopia distorcida.
 As áreas do corpo que possuem mais
 sensibilidade são representadas de forma mais
Área somatossensorial primária
 Estímulos elétricos aplicados nessa região
 provocarão o aparecimento de sensações mal
 definidas (disestesias), algo como formigamento.

 Lesões dessas áreas promoverão incapacidade
 de reconhecer estímulos táteis, localizar dois
 pontos e sentido de posição.
Fig 13.4
Área visual primária
 Bordas do sulco calcarino no lobo occipital, área
 17 de Brodmann.

 Recebe as fibras do trato genículo-calcarino, que
 se originam no corpo geniculado lateral.

 O córtex visual de cada hemisfério recebe
 informações procedentes do lado oposto.

 Existe uma retinotopia, já que cada ponto da
 retina se projeta para uma área específica do
 córtex.
Fig 13.2
Área visual primária
 A estimulação elétrica da área 17 faz com que o
 indivíduo relate ver pontos luminosos ou clarões
 nas regiões correspondentes do campo visual.

 Lesões dessas áreas provocarão amaurose
 parcial ou total dependendo da extensão da
 lesão.
Área auditiva primária
 Situa-se no giro temporal superior – áreas 41 e
 42.

 Recebe as fibras oriundas do corpo geniculado
 medial.

 Sons de diferentes frequências atingem áreas
 diferentes do córtex – tonotopia.

 Sons mais graves são representados mais
 anteriormente e os agudos posteriormente.
Fig13.2
Área auditiva primária
 Estimulação dessa área provoca acúfenos.


 Dificilmente provocam surdez porque as vias
 auditivas, apesar de cruzarem a linha média,
 como as demais vias sensitivas, possuem um
 grande componente ipsilateral.

 Assim, uma surdez cortical só é possível por
 lesão bilateral.
Outras áreas primárias
 Área olfatória – porção mais anterior do giro
 para-hipocampal e do úncus.

 A área gustativa situa-se na porção mais inferior
 do giro pós-central (área 43 de Brodmann) junto
 a área somática da língua.

 Impulsos originados dos receptores vestibulares
 atingem o córtex também no giro pós-central
 (área 3) na região correspondente à sensibilidade
 da face.
Áreas de associação
 Ocupam a maior parte da superfície do cérebro
 humano.

 O aumento da superfície cortical durante a
 evolução se deu através da expansão do córtex
 de associação.

 Podem ser divididas, segundo Luria, áreas
 secundárias e terciárias.

 As secundárias estão diretamente conectadas as
 áreas de projeção e são unimodais – uma
 modalidade sensorial ou com a motricidade.
Áreas de associação
 Áreas teciárias são áreas integradoras.


 Estão conectadas basicamente com as áreas
 secundárias e com as áreas límbicas.

 São multimodais ou supramodais.


 Ocupam-se das atividades superiores, como, por
 exemplo, o pensamento abstrato e os processos
 simbólicos.
Áreas de associação unimodais
 Normalmente estão justapostas às áreas primárias
 correspondentes.

 Área somestésica secundária – área 5 de Brodmann.
 Situa-se no lobo parietal, atrás da área somestésica
 primária.

 Área auditiva secundária – área 22 de Brodmann –
 circunda a área auditiva primária.

 Área visual secundária – mais extensa e abrange as
 áreas 18 e 19 no lobo occipital e ainda 20,21 e 37 de
 Brodmann no lobo temporal.
Áreas de associação unimodais
 As áreas secundárias recebem aferências
 principalmente das áreas primárias e repassam para
 outras áreas corticais.

 Lesões das áreas secundárias não causam déficits
 simples mas levam às chamadas agnosias (agnosis –
 desconhecer).

 Lesão da área visual secundária não provoca
 cegueira, produz agnosia visual. O indivíduo será
 capaz de enxergar o objeto, mas não consegue
 reconhecer o objeto como um relógio.

 Como as outras modalidades estão intactas, o
 indivíduo pode reconhecer o relógio pelo tato ou
Áreas de associação unimodais
 As áreas secundárias ou gnósicas, parecem ser
  importantes em uma segunda etapa do processo de
  percepção.

 Recebem informações já elaboradas pelas áreas
  primárias e interagem com as terciárias e límbicas.

 Quando se estimula um indivíduo com luz branca,
  detectamos o estímulo da área visual primária. Com
  uma cena visual mais complexa, detectamos o
  estímulo das áreas secundárias.

 Outra característica dessas áreas é a sua assimetria.
Áreas de associação unimodais
 Lesões dessas áreas no hemisfério esquerdo
 tendem a demonstrar-se clinicamente de maneira
 diversas das lesões do hemisfério direito.

 Lesões das áreas da audição secundária do lado
 esquerdo levam à afasia e do lado direito à
 amusia.
Áreas de associação unimodais
 De forma análoga às áreas sensoriais, as áreas
 motoras também possuem áreas unimodais
 justapostas.

 Área motora secundária corresponde as áreas
 6,8 e 44 de Brodmann.

 Admite-se que seja importante para o
 planejamento motor – há um aumento do
 metabolismo quando se pede para um indivíduo
 pensar um movimento.
Áreas de associação
            supramodais
 Existem basicamente duas áreas terciárias.


 A primeira na confluência temporoparietal e a
 segunda na porção mais anterior do lobo frontal –
 área pré-frontal.

 Não estão associadas a uma modalidade
 sensorial específica nem à função motora.

 Promovem integração sensório-motora e
 participa dos processos motivacionais.
Áreas de associação
            supramodais
 Ocorreria uma associação entre entre as funções
 límbicas e não límbicas.

 Recebem o fluxo de informações das áreas
 primárias e secundárias.

 Elaboram estratégias comportamentais.


 Enviam de volta as informações para áreas
 secundárias e primárias.
Áreas de associação
            supramodais.
 A área temporoparietal – áreas 39,40 e parte da
 7 de Brodmann.

 Seus neurônios respondem a mais de uma
 modalidade sensorial e podem até mesmo estar
 envolvidos na motricidade.

 Existem evidências de que só se ativam em
 momentos relevantes para o animal. Por
 exemplo, em presença de comida, mas só se o
 animal estiver com fome.
Áreas de associação
              supramodais.
 Recebe fibras das regiões unimodais e interage com
  a área pré-frontal e o córtex límbico.

 Parece estar relacionada com a linguagem e
  representação simbólica, bem como, percepção
  espacial.

 Lesões no hemisfério esquerdo levam a problemas
  de linguagem, de cálculos (acalculia) e com a
  percepção espacial (incapacidade de discriminar
  direita/esquerda).

 Do lado direito – desorientação espacial generalizada
  – distúrbios da percepção do próprio esquema
  corporal – anosognosia.
Áreas de associação
            supramodais.
 A área pré-frontal corresponde às áreas 45,46,
 47, 8, 9, 10,11 e 12 de Brodmann.

 Bem desenvolvida no cérebro humano -1/4 da
 superfície total do cérebro.

 Recebe fibras de todas as áreas unimodais, da
 área terciária temporoparietal e tem ainda
 conexões com o sistema límbico e se comunica
 com o núcleo dorsomedial do tálamo.
Áreas de associação
             supramodais.
 Seus neurônios respondem a diversos estímulos
 sensoriais e parecem estar relacionados com
 questões motivacionais, só funcionam se houver uma
 recompensa.

 As observações de pacientes com lesões nessa área
 não se manifestam de maneira uniforme.

 Muitos pacientes exibem dificuldade de concentração
 e atenção. Outros desenvolvem abulia ou euforia.

 Possuem dificuldade de modificar estratégias
 comportamentais.
Áreas de associação
             multimodais.
 Alterações da capacidade de julgamento e
 previsões – comportamento inadequado em
 público.

 Alterações emocionais – não respondem mais
 aos estímulos com reações emocionais.

 Resumindo, poderíamos dizer que a área pré-
 frontal é importante para o planejamento,
 execução e modificação de estratégias de
 comportamento.
Áreas de associação
             multimodais.
 Quando ainda não haviam drogas psicotrópicas,
 preconizava-se a lobotomia pré-frontal. Valeu o
 Nobel de Medicina para Egas Moniz.

 Realizado com picador de gelo nas ruas.


 Inúmeros efeitos colaterais.
Áreas relacionadas com a linguagem
  e a assimetria da função cortical.
 Linguagem – embora seja uma função complexa,
 parece estar ligada a duas áreas corticais.

 No lobo frontal e na juncão temporoparietal. Em
 95% das pessoas essas áreas estão no
 hemisfério esquerdo.

 A área anterior ou de Broca, situa-se no giro
 opercular e giro frontal inferior.

 A área posterior localiza-se na região
 temporoparietal e é conhecida como área de
 Wernicke.
Áreas relacionadas com a linguagem
  e a assimetria da função cortical.
 A área de Broca relaciona-se com os aspectos da
 expressão da linguagem.

 A área de Wernicke se ocupa da percepção da
 linguagem.

 Lesões nessas áreas provocam as chamadas
 afasias, ou seja, o paciente é incapaz de se
 comunicar através da linguagem verbal, embora
 os mecanismos periféricos sensitivos e motores
 estejam intactos.
Áreas relacionadas com a linguagem
  e a assimetria da função cortical.
 Dois tipos básicos de afasia:


 Motora – lesão da área de Broca – capaz de
 compreender a linguagem falada ou escrita, mas
 incapaz de expressar. Usará monossílabos.

 Sensitiva – lesão da área de Wernicke –
 incapacidade de reconhecer a linguagem falada
 ou escrita.
Áreas associadas com a linguagem
  e a assimetria da funcão cortical.
 A descoberta de que as áreas da linguagem
  situavam-se no hemisfério esquerdo gerou o conceito
  de hemisfério dominante.

 Hoje sabe-se que o hemisfério direito é mais
  desenvolvido em outras funções e esse conceito de
  dominância não possui mais sentido.

 A assimetria funcional é uma característica das áreas
  de associação.

 Hoje sabe-se que os hemisférios são assimétricos até
  na macroscopia.
Rosa – áreas primárias.

Amarelo – áreas secundárias

Azul – áreas terciárias

Verde – áreas límbicas.

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Córtex cerebral: estrutura, classificações e funções

  • 1. CÓRTEX CEREBRAL Neuroanatomia Prof. Carlos Frederico Rodrigues
  • 2. CONCEITO E ESTRUTURA  É constituído por uma camada de substância cinzenta que envolve os hemisférios cerebrais.  Sua superfície é marcada pela presença de inúmeros sulcos e giros que aumentam a quantidade de córtex, sem aumento do volume craniano.  Em sua maior parte é constituído de seis camadas: molecular; granular externa, piramidal externa, granular interna, piramidal interna e células fusiformes.  Essas camadas são denominadas de acordo com o tipo de célula predominante.
  • 3. CONCEITO E ESTRUTURA  A camada molecular é pobre em células.  Nas camadas granulares há um predomínio das chamadas células granulares, que são pequenas e com formato estrelado. Sao interneurônios corticais que recebem fibras que chegam ao córtex e as enviam para outras camadas.  Nas camadas piramidais, encontramos as células piramidais, que dão origem a fibras eferentes do córtex cerebral. Possuem uma árvore dendrítica que se relaciona com camadas mais superficiais e um axônio descendente que terminará em estruturas subcorticais.
  • 4. CONCEITO E ESTRUTURA  As células fusiformes também originam fibras eferentes/  Ao contrário do que ocorre no córtex cerebelar onde existe um padrão constante de interconexões entre as diversas células ali presentes, no córtex cerebral parece haver uma enorme diversidade de circuitos intracorticais, que são ainda pouco conhecidos.
  • 6. CLASSIFICAÇÕES  Classificação anatômica – divide-se o córtex de acordo com o nome do osso que a eles se sobrepõe. Frontal, parietal, occipital, temporal e da ínsula.  Para uma localização mais precisa, utiliza-se uma classificação citoarquitetural, que leva em conta a estrutura microscópica do córtex: isocórtex – 6 camadas estão presentes e alocórtex – 6 camadas não estão presentes.  O isocórtex pode ser dividido de acordo com a espessura das camadas.
  • 7. CLASSIFICAÇÕES  Já vimos que a camada é responsável por receber as fibras que chegam ao córtes e a camada piramidal por fibras eferentes.  Sendo assim, é legítimo esperar que as áreas sensoriais tenham uma camada granular desenvolvida, enquanto as áreas efetuadoras possuem uma camada piramidal desenvolvida.  Podemos classificar o córtex de acordo com áreas citoarquiteturais, a mais conhecida é a de Brodmann – divide o córtex em 50 regiões
  • 9. CLASSIFICAÇÕES  Outra maneira de classificar o córtex leva em consideração aspectos filogenéticos.  O alocórtex é mais antigo em termos evolutivos e seria subdividido em arquicórtex (hipocampo) e paleocórtex (úncus).  Todo o resto é chamado de neocórtex.
  • 10. CLASSIFICAÇÕES  Finalmente, podemos abordar o córtex sob o ponto de vista fisiológico, ou seja, funcional.  A primeira divisão seria em áreas de associação e projeção.  Projeção seriam as áreas que recebem fibras sensoriais ou emitem fibras eferentes.  As áreas de associação são aquelas que não estão diretamente relacionadas nem com motricidade nem com sensibilidade.
  • 11. CLASSIFICAÇÕES  1. áreas de projeção (primárias) – sensitivas e motoras.  Córtex cerebral 2. áreas de associação – unimodais e supramodais.  3. áreas límbicas
  • 12. CONEXÕES  As diferentes áreas do córtex cerebral se ligam a regiões do próprio córtex e a numerosas estruturas subcorticais.  As conexões intracorticais se fazem com áreas adjacentes ou distantes através das fibras de associação, algumas visíveis à dissecção.  A maior parte do córtex de um hemisfério se liga ao do lado oposto pelo corpo caloso (maior comissura do telencéfalo), sobretudo, os hemisférios frontal, parietal e occipital.  O hemisfério temporal se liga ao do lado oposto pela comissura anterior.
  • 13. CONEXÕES  A maior parte das aferências sensivas do córtex chegam até ele passando pelo tálamo.  Recebe ainda fibras da formação reticular (catecolaminérgicas e serotoninérgicas) e fibras colinérgicas chegam através do núcleo de Meynert.  Possui também conexões eferentes amplas: medula, ponte, diferentes regiões do tronco, corpo estriado, tálamo e etc.  Grande parte das fibras que se dirigem ao ou partem do córtex passam pela cápsula interna. Alojadas as fibras relacionadas com a sensibilidade e motricidade de todo corpo.
  • 14. CONSIDERAÇÕES FUNCIONAIS  Não é uma estrutura homogênea do ponto de vista funcional.  Diferentes regiões tem diferentes conexões e funções.  Admite-se que existam áreas cerebrais relativamente específicas para determinadas funções, porém, não em termos absolutos.
  • 15. ÁREAS DE PROJEÇÃO.  Também chamadas áreas primárias do cérebro, estão diretamente relacionadas com a sensibilidade ou com a motricidade.  Área motora primária;  Área somatossensorial primária;  Área visual primária;  Área auditiva primária;  Outras áreas primárias
  • 16. Área motora primária Localiza-se na região do giro pré-central – área 4 de Brodmann. Camadas piramidais bem desenvolvidas. Encontra-mos as células piramidais gigantes, ou células de Betz, que originam os tratos córtico- espinhal e córtico-nuclear. Estímulos elétricos aplicados nessa região provocam o parecimento de movimentos em partes específicas da metade oposta do corpo.
  • 18. Área motora primária  Estímulos aplicados na porção mais baixa do giro produzem movimento da língua.  Um pouco mais acima da face e assim sucessivamente até a porção medial do hemisféri, onde estimulam o pé.  Esxiste na área primária uma somatotopia – homúnculo de Penfield.  A correspondência não é com o tamanho da área corporal, mas com a importância e capacidade para realizar movimento.
  • 19. Área motora primária  Lesões da área motora primária irão provocar paralisias das porções correspondentes da metade oposta do corpo.  É interessante notar que fibras sensitivas também chegam até a área motora.  Elas possuem importante participação no controle dos movimentos.
  • 20. Área somatossensorial primária  Situa-se no giro pós-central, nas áreas 1,2 e 3 de Brodmann.  Aqui terminam as fibras provenientes dos núcleos ventral-póstero –lateral e ventral-póstero- medial do tálamo, que trazem infromações sensoriais somáticas da metade oposta do corpo e da face.  Também aqui existe uma somatotopia distorcida. As áreas do corpo que possuem mais sensibilidade são representadas de forma mais
  • 21. Área somatossensorial primária  Estímulos elétricos aplicados nessa região provocarão o aparecimento de sensações mal definidas (disestesias), algo como formigamento.  Lesões dessas áreas promoverão incapacidade de reconhecer estímulos táteis, localizar dois pontos e sentido de posição.
  • 23. Área visual primária  Bordas do sulco calcarino no lobo occipital, área 17 de Brodmann.  Recebe as fibras do trato genículo-calcarino, que se originam no corpo geniculado lateral.  O córtex visual de cada hemisfério recebe informações procedentes do lado oposto.  Existe uma retinotopia, já que cada ponto da retina se projeta para uma área específica do córtex.
  • 25. Área visual primária  A estimulação elétrica da área 17 faz com que o indivíduo relate ver pontos luminosos ou clarões nas regiões correspondentes do campo visual.  Lesões dessas áreas provocarão amaurose parcial ou total dependendo da extensão da lesão.
  • 26. Área auditiva primária  Situa-se no giro temporal superior – áreas 41 e 42.  Recebe as fibras oriundas do corpo geniculado medial.  Sons de diferentes frequências atingem áreas diferentes do córtex – tonotopia.  Sons mais graves são representados mais anteriormente e os agudos posteriormente.
  • 28. Área auditiva primária  Estimulação dessa área provoca acúfenos.  Dificilmente provocam surdez porque as vias auditivas, apesar de cruzarem a linha média, como as demais vias sensitivas, possuem um grande componente ipsilateral.  Assim, uma surdez cortical só é possível por lesão bilateral.
  • 29. Outras áreas primárias  Área olfatória – porção mais anterior do giro para-hipocampal e do úncus.  A área gustativa situa-se na porção mais inferior do giro pós-central (área 43 de Brodmann) junto a área somática da língua.  Impulsos originados dos receptores vestibulares atingem o córtex também no giro pós-central (área 3) na região correspondente à sensibilidade da face.
  • 30. Áreas de associação  Ocupam a maior parte da superfície do cérebro humano.  O aumento da superfície cortical durante a evolução se deu através da expansão do córtex de associação.  Podem ser divididas, segundo Luria, áreas secundárias e terciárias.  As secundárias estão diretamente conectadas as áreas de projeção e são unimodais – uma modalidade sensorial ou com a motricidade.
  • 31. Áreas de associação  Áreas teciárias são áreas integradoras.  Estão conectadas basicamente com as áreas secundárias e com as áreas límbicas.  São multimodais ou supramodais.  Ocupam-se das atividades superiores, como, por exemplo, o pensamento abstrato e os processos simbólicos.
  • 32. Áreas de associação unimodais  Normalmente estão justapostas às áreas primárias correspondentes.  Área somestésica secundária – área 5 de Brodmann. Situa-se no lobo parietal, atrás da área somestésica primária.  Área auditiva secundária – área 22 de Brodmann – circunda a área auditiva primária.  Área visual secundária – mais extensa e abrange as áreas 18 e 19 no lobo occipital e ainda 20,21 e 37 de Brodmann no lobo temporal.
  • 33. Áreas de associação unimodais  As áreas secundárias recebem aferências principalmente das áreas primárias e repassam para outras áreas corticais.  Lesões das áreas secundárias não causam déficits simples mas levam às chamadas agnosias (agnosis – desconhecer).  Lesão da área visual secundária não provoca cegueira, produz agnosia visual. O indivíduo será capaz de enxergar o objeto, mas não consegue reconhecer o objeto como um relógio.  Como as outras modalidades estão intactas, o indivíduo pode reconhecer o relógio pelo tato ou
  • 34. Áreas de associação unimodais  As áreas secundárias ou gnósicas, parecem ser importantes em uma segunda etapa do processo de percepção.  Recebem informações já elaboradas pelas áreas primárias e interagem com as terciárias e límbicas.  Quando se estimula um indivíduo com luz branca, detectamos o estímulo da área visual primária. Com uma cena visual mais complexa, detectamos o estímulo das áreas secundárias.  Outra característica dessas áreas é a sua assimetria.
  • 35. Áreas de associação unimodais  Lesões dessas áreas no hemisfério esquerdo tendem a demonstrar-se clinicamente de maneira diversas das lesões do hemisfério direito.  Lesões das áreas da audição secundária do lado esquerdo levam à afasia e do lado direito à amusia.
  • 36. Áreas de associação unimodais  De forma análoga às áreas sensoriais, as áreas motoras também possuem áreas unimodais justapostas.  Área motora secundária corresponde as áreas 6,8 e 44 de Brodmann.  Admite-se que seja importante para o planejamento motor – há um aumento do metabolismo quando se pede para um indivíduo pensar um movimento.
  • 37. Áreas de associação supramodais  Existem basicamente duas áreas terciárias.  A primeira na confluência temporoparietal e a segunda na porção mais anterior do lobo frontal – área pré-frontal.  Não estão associadas a uma modalidade sensorial específica nem à função motora.  Promovem integração sensório-motora e participa dos processos motivacionais.
  • 38. Áreas de associação supramodais  Ocorreria uma associação entre entre as funções límbicas e não límbicas.  Recebem o fluxo de informações das áreas primárias e secundárias.  Elaboram estratégias comportamentais.  Enviam de volta as informações para áreas secundárias e primárias.
  • 39. Áreas de associação supramodais.  A área temporoparietal – áreas 39,40 e parte da 7 de Brodmann.  Seus neurônios respondem a mais de uma modalidade sensorial e podem até mesmo estar envolvidos na motricidade.  Existem evidências de que só se ativam em momentos relevantes para o animal. Por exemplo, em presença de comida, mas só se o animal estiver com fome.
  • 40. Áreas de associação supramodais.  Recebe fibras das regiões unimodais e interage com a área pré-frontal e o córtex límbico.  Parece estar relacionada com a linguagem e representação simbólica, bem como, percepção espacial.  Lesões no hemisfério esquerdo levam a problemas de linguagem, de cálculos (acalculia) e com a percepção espacial (incapacidade de discriminar direita/esquerda).  Do lado direito – desorientação espacial generalizada – distúrbios da percepção do próprio esquema corporal – anosognosia.
  • 41. Áreas de associação supramodais.  A área pré-frontal corresponde às áreas 45,46, 47, 8, 9, 10,11 e 12 de Brodmann.  Bem desenvolvida no cérebro humano -1/4 da superfície total do cérebro.  Recebe fibras de todas as áreas unimodais, da área terciária temporoparietal e tem ainda conexões com o sistema límbico e se comunica com o núcleo dorsomedial do tálamo.
  • 42. Áreas de associação supramodais.  Seus neurônios respondem a diversos estímulos sensoriais e parecem estar relacionados com questões motivacionais, só funcionam se houver uma recompensa.  As observações de pacientes com lesões nessa área não se manifestam de maneira uniforme.  Muitos pacientes exibem dificuldade de concentração e atenção. Outros desenvolvem abulia ou euforia.  Possuem dificuldade de modificar estratégias comportamentais.
  • 43. Áreas de associação multimodais.  Alterações da capacidade de julgamento e previsões – comportamento inadequado em público.  Alterações emocionais – não respondem mais aos estímulos com reações emocionais.  Resumindo, poderíamos dizer que a área pré- frontal é importante para o planejamento, execução e modificação de estratégias de comportamento.
  • 44. Áreas de associação multimodais.  Quando ainda não haviam drogas psicotrópicas, preconizava-se a lobotomia pré-frontal. Valeu o Nobel de Medicina para Egas Moniz.  Realizado com picador de gelo nas ruas.  Inúmeros efeitos colaterais.
  • 45. Áreas relacionadas com a linguagem e a assimetria da função cortical.  Linguagem – embora seja uma função complexa, parece estar ligada a duas áreas corticais.  No lobo frontal e na juncão temporoparietal. Em 95% das pessoas essas áreas estão no hemisfério esquerdo.  A área anterior ou de Broca, situa-se no giro opercular e giro frontal inferior.  A área posterior localiza-se na região temporoparietal e é conhecida como área de Wernicke.
  • 46. Áreas relacionadas com a linguagem e a assimetria da função cortical.  A área de Broca relaciona-se com os aspectos da expressão da linguagem.  A área de Wernicke se ocupa da percepção da linguagem.  Lesões nessas áreas provocam as chamadas afasias, ou seja, o paciente é incapaz de se comunicar através da linguagem verbal, embora os mecanismos periféricos sensitivos e motores estejam intactos.
  • 47. Áreas relacionadas com a linguagem e a assimetria da função cortical.  Dois tipos básicos de afasia:  Motora – lesão da área de Broca – capaz de compreender a linguagem falada ou escrita, mas incapaz de expressar. Usará monossílabos.  Sensitiva – lesão da área de Wernicke – incapacidade de reconhecer a linguagem falada ou escrita.
  • 48. Áreas associadas com a linguagem e a assimetria da funcão cortical.  A descoberta de que as áreas da linguagem situavam-se no hemisfério esquerdo gerou o conceito de hemisfério dominante.  Hoje sabe-se que o hemisfério direito é mais desenvolvido em outras funções e esse conceito de dominância não possui mais sentido.  A assimetria funcional é uma característica das áreas de associação.  Hoje sabe-se que os hemisférios são assimétricos até na macroscopia.
  • 49. Rosa – áreas primárias. Amarelo – áreas secundárias Azul – áreas terciárias Verde – áreas límbicas.