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Resolução da Lista 2 de FF-207
01. Dois corpos de massa m são unidos por um bastão de comprimento
   l, do qual o centro é vinculado a se mover num círculo de raio a.
   Escreva a equação da energia cinética nas coordenadas
   generalizadas.

   SOLUÇÃO:
                          Como as massas dos corpos das
                          extremidades do bastão são iguais, temos
                          que o centro do bastão é a posição do
                          centro de massas dos corpos. Agora, vamos
                          considerar que o bastão é tangente à
                          trajetória (circunferência, nesse caso) de seu
                          centro que se move a uma velocidade
   angular de        constante.
         Para escrever as equações de transformação de coordenadas
   cartesianas para coordenadas generalizadas em relação ao centro
   de massa, é necessário primeiro analisar a existência de vínculos
   holonômicos. Com isso, sabemos que a distância do centro de
   massa à origem O é constante. Daí, temos o seguinte vínculo
   holonômico:

   Com este vínculo, podemos escrever as equações de transformação
   de coordenadas para o centro de massa que são:



   Este vínculo também reduz o número de coordenadas
   independentes, pois antes se tinha 2, que eram os cartesianos x, y e
   agora só tem 1, que é a coordenada generalizada .
   Então, através da figura, é fácil ver que:
Logo, fazendo as derivadas temporais de   e   , teremos:




  Daí, podemos calcular a energia cinética do sistema como:




  Calculando    e    , temos:




   De maneira análoga, temos que:



   Assim, concluímos que a energia cinética em coordenadas
   generalizadas é:




02. Obtenha as equações de Lagrange para o movimento de um
   pêndulo esférico, ou seja, uma massa puntiforme suspendida por
   uma barra de massa desprezível.
SOLUÇÃO:
                                    Podemos pensar inicialmente
                                    que o pêndulo esférico tem 3
                                    coordenadas independentes,
                                    que são as cartesianas x, y e z.
                                    No entanto, o comprimento da
                                    barra é constante, o que
                                    implica na seguinte equação de
                                    vínculo holonômico:

                                   Dessa forma, o número de
                                   coordenadas generalizadas
será apenas 2, a saber e , como mostra a figura.
Assim, temos as seguintes equações de transformação de
coordenadas:




Fazendo as derivadas temporais, temos:




Então, a energia cinética é calculada da seguinte maneira:




Já a energia potencial é calculada da seguinte maneira:



Assim, temos a seguinte função Lagrangiana:
Para obtermos as equações de Lagrange, utilizamos a fórmula
  abaixo, para cada coordenada generalizada , onde j=1,2:




  Para j = 1, temos      =   e:




  De (1) e (2), temos:




  Para j = 2, temos      =   e:




  De (1) e (3), temos:




  Assim, as equações de Lagrange são:




03. Duas massas puntiformes   e    são conectadas por uma corda
   através de um buraco em uma mesa lisa, tal que está na
superfície da mesa e       está suspensa. Assumindo que      possa se
mover somente na vertical, quais são as coordenadas generalizadas
do sistema? Escreva as equações de Lagrange para o sistema e, se
possível discuta o significado físico que elas podem ter. Reduza o
problema a uma única equação diferencial de segunda ordem e
obtenha a primeira integral da equação. Qual é o seu significado
físico? (Considere no movimento tal que nem        e nem      passa
pelo buraco).

SOLUÇÃO:
Como o sistema é composto por duas partículas, teríamos um total
de 6 variáveis independentes para descrevê-lo. No entanto, existem
alguns vínculos. Um deles é que a massa       se move somente no
plano da mesa, logo          (considerando o plano da mesa como z
= 0). Assim, também podemos descrever a posição de         usando
coordenadas polares r, θ. O outro é que      só se move no eixo z
(vertical), então         e      . O último vínculo é que as massas
estão conectadas pela corda, assim temos que              que
integrando tem                                                  ,
onde k é a constante                . Como há 4 equações de
vínculos holonômicos, tem-se apenas duas variáveis independentes,
a saber z e θ. Assim, as coordenadas generalizadas do sistema são z
e θ. Com isso, podemos determinar os vetores posições de e          .



Derivando em função do tempo, temos:



Assim, a energia cinética do sistema é:




Já a energia potencial do sistema é:
Assim, temos a seguinte função Lagrangiana:




Para obtermos as equações de Lagrange, utilizamos a fórmula
abaixo, para cada coordenada generalizada , onde j=1,2:




Para j = 1, temos      =   e:




De (1) e (2), temos:




Para j = 2, temos      =   e:




De (1) e (3), temos:
Assim, as equações de Lagrange são:




Analisando as equações (**) e (*), vemos que                e que
                               é igual ao momento angular da
massa      na direção . Como sua derivada temporal é igual a zero
(ver equação (**)), temos que o momento angular se conserva, e
disso podemos tirar que à medida que diminui, ou seja, a massa
    desce, a velocidade angular de     aumenta. De fato, se a
Lagrangiana do sistema independe de alguma coordenada
generalizada, temos da equação (1) que:




E então a grandeza    vai se conservar no tempo.

Também da equação (**), podemos tirar que                       ,

ou seja,                , onde         . Substituindo na equação
(4), temos:




A equação (5) é a equação diferencial de segunda ordem pedida no
enunciado. Fazendo a primeira integração, temos:
Substituindo                      na equação acima, temos:




      O sentido físico é que a energia mecânica se conserva ao longo do
      tempo.

   04. A partir do Princípio de D’Alembert, mostre que:




      SOLUÇÃO:

      A partir da equação de movimento temos:
Onde     é o deslocamento virtual da partícula i.




Como o trabalho virtual das forças de vínculos é zero, temos:




Esse primeiro termo é:




Onde     é a força generalizada definida como                   .

Já no segundo termo, temos:




Como                                         , podemos escrever:




Também, como                           , temos:
Então, podemos concluir que:




Considerando que seja de classe , para que se possa garantir a
igualdade das derivadas parciais de segunda ordem mistas, i.e.,
               e               , pode-se concluir de (2) e (3) que:




Também, podemos escrever:




Logo, voltando à equação (1), tem-se:
De (*) e (**), podemos provar que:

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  • 1. Resolução da Lista 2 de FF-207 01. Dois corpos de massa m são unidos por um bastão de comprimento l, do qual o centro é vinculado a se mover num círculo de raio a. Escreva a equação da energia cinética nas coordenadas generalizadas. SOLUÇÃO: Como as massas dos corpos das extremidades do bastão são iguais, temos que o centro do bastão é a posição do centro de massas dos corpos. Agora, vamos considerar que o bastão é tangente à trajetória (circunferência, nesse caso) de seu centro que se move a uma velocidade angular de constante. Para escrever as equações de transformação de coordenadas cartesianas para coordenadas generalizadas em relação ao centro de massa, é necessário primeiro analisar a existência de vínculos holonômicos. Com isso, sabemos que a distância do centro de massa à origem O é constante. Daí, temos o seguinte vínculo holonômico: Com este vínculo, podemos escrever as equações de transformação de coordenadas para o centro de massa que são: Este vínculo também reduz o número de coordenadas independentes, pois antes se tinha 2, que eram os cartesianos x, y e agora só tem 1, que é a coordenada generalizada . Então, através da figura, é fácil ver que:
  • 2. Logo, fazendo as derivadas temporais de e , teremos: Daí, podemos calcular a energia cinética do sistema como: Calculando e , temos: De maneira análoga, temos que: Assim, concluímos que a energia cinética em coordenadas generalizadas é: 02. Obtenha as equações de Lagrange para o movimento de um pêndulo esférico, ou seja, uma massa puntiforme suspendida por uma barra de massa desprezível.
  • 3. SOLUÇÃO: Podemos pensar inicialmente que o pêndulo esférico tem 3 coordenadas independentes, que são as cartesianas x, y e z. No entanto, o comprimento da barra é constante, o que implica na seguinte equação de vínculo holonômico: Dessa forma, o número de coordenadas generalizadas será apenas 2, a saber e , como mostra a figura. Assim, temos as seguintes equações de transformação de coordenadas: Fazendo as derivadas temporais, temos: Então, a energia cinética é calculada da seguinte maneira: Já a energia potencial é calculada da seguinte maneira: Assim, temos a seguinte função Lagrangiana:
  • 4. Para obtermos as equações de Lagrange, utilizamos a fórmula abaixo, para cada coordenada generalizada , onde j=1,2: Para j = 1, temos = e: De (1) e (2), temos: Para j = 2, temos = e: De (1) e (3), temos: Assim, as equações de Lagrange são: 03. Duas massas puntiformes e são conectadas por uma corda através de um buraco em uma mesa lisa, tal que está na
  • 5. superfície da mesa e está suspensa. Assumindo que possa se mover somente na vertical, quais são as coordenadas generalizadas do sistema? Escreva as equações de Lagrange para o sistema e, se possível discuta o significado físico que elas podem ter. Reduza o problema a uma única equação diferencial de segunda ordem e obtenha a primeira integral da equação. Qual é o seu significado físico? (Considere no movimento tal que nem e nem passa pelo buraco). SOLUÇÃO: Como o sistema é composto por duas partículas, teríamos um total de 6 variáveis independentes para descrevê-lo. No entanto, existem alguns vínculos. Um deles é que a massa se move somente no plano da mesa, logo (considerando o plano da mesa como z = 0). Assim, também podemos descrever a posição de usando coordenadas polares r, θ. O outro é que só se move no eixo z (vertical), então e . O último vínculo é que as massas estão conectadas pela corda, assim temos que que integrando tem , onde k é a constante . Como há 4 equações de vínculos holonômicos, tem-se apenas duas variáveis independentes, a saber z e θ. Assim, as coordenadas generalizadas do sistema são z e θ. Com isso, podemos determinar os vetores posições de e . Derivando em função do tempo, temos: Assim, a energia cinética do sistema é: Já a energia potencial do sistema é:
  • 6. Assim, temos a seguinte função Lagrangiana: Para obtermos as equações de Lagrange, utilizamos a fórmula abaixo, para cada coordenada generalizada , onde j=1,2: Para j = 1, temos = e: De (1) e (2), temos: Para j = 2, temos = e: De (1) e (3), temos:
  • 7. Assim, as equações de Lagrange são: Analisando as equações (**) e (*), vemos que e que é igual ao momento angular da massa na direção . Como sua derivada temporal é igual a zero (ver equação (**)), temos que o momento angular se conserva, e disso podemos tirar que à medida que diminui, ou seja, a massa desce, a velocidade angular de aumenta. De fato, se a Lagrangiana do sistema independe de alguma coordenada generalizada, temos da equação (1) que: E então a grandeza vai se conservar no tempo. Também da equação (**), podemos tirar que , ou seja, , onde . Substituindo na equação (4), temos: A equação (5) é a equação diferencial de segunda ordem pedida no enunciado. Fazendo a primeira integração, temos:
  • 8. Substituindo na equação acima, temos: O sentido físico é que a energia mecânica se conserva ao longo do tempo. 04. A partir do Princípio de D’Alembert, mostre que: SOLUÇÃO: A partir da equação de movimento temos:
  • 9. Onde é o deslocamento virtual da partícula i. Como o trabalho virtual das forças de vínculos é zero, temos: Esse primeiro termo é: Onde é a força generalizada definida como . Já no segundo termo, temos: Como , podemos escrever: Também, como , temos:
  • 10. Então, podemos concluir que: Considerando que seja de classe , para que se possa garantir a igualdade das derivadas parciais de segunda ordem mistas, i.e., e , pode-se concluir de (2) e (3) que: Também, podemos escrever: Logo, voltando à equação (1), tem-se:
  • 11. De (*) e (**), podemos provar que: