2. O Tao-Te-Ching, livro sagrado do Taoismo, já dizia há mais de um milênio, que nós temos dois lados. Há um lado, o lado que olha para fora. Olhando para fora defrontamo-nos com o mundo da multiplicidade, 10.000 coisas que se impõem aos nossos sentidos, nos dão ordens, nos atropelam, e nos enrolam aos trambolhões, como aquelas ondas de praias de tombo.
3. Aí nos defrontamos com uma única coisa, o desejo mais profundo do nosso coração, aquela coisa que, se a tivéssemos, nos traria alegria. Jesus contou a parábola de um homem que tinha muitas jóias e que, ao encontrar uma única pérola maravilhosa, vendeu as muitas para comprar uma única.
4. No primeiro lado mora o conhecimento, a ciência, a bolsa de valores, a cotação do dólar, as coisas que se podem comprar, e todas as coisas que compõem a nossa vida de fora. Essas coisas são “meios para se viver” – ferramentas que podemos usar.
5. No segundo lado mora a sabedoria, que é a capacidade para discernir as coisas que valem a pena. Num bufê você encheria o seu prato com tudo o que está na mesa? Somente um tolo faria isso.
6. Você consultaria o seu desejo: “De tudo isso que está à minha frente, o que é que realmente desejo comer?” Tolos são aqueles que, seduzidos pela multiplicidade, se entregam vorazmente a ela . Eles acabam tendo uma terrível indigestão...
7. Sábios são aqueles que, da multiplicidade, escolhem o essencial. Simplicidade é isso: escolher o essencial.
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