SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 23
ROMANTISMO
                   PROSA




Prof. Vitor Dias
Rio de Janeiro - meados do século XIX
     Lettighe. Street in Rio Janeiro
          Migliavacca, ca 1840
         Colecção de estampas
     - Antonio Feliciano de Castilho
FIESTAS – Jean Béraud (1849)
Society Evening - Jean Beraud
Rodelnégio Gonçalves Neto
CONTEXTO HISTÓRICO

 Romanço             Romance.
 Independência do Brasil (1822).
 Procurou-se definir nação, povo,
 língua e cultura brasileira.
 Projeto romântico: construção de uma
 cultura brasileira autônoma.
 Nascimento do romance brasileiro.
 Classe consumidora: burguesia.
TIPOS DE PROSA ROMÂNTICA

 Romance indianista (a vida primitiva)

 Romance regional (a vida rural)

 Romance urbano (a vida citadina)
CARACTERÍSTICAS
 A busca da identidade nacional (selva,
 campo, cidade).
 Inicialmente o romance foi publicado em
 folhetins.
 Sentimentalismo.
 Impasse amoroso, com final feliz ou
 trágico.
 Oposição aos valores sociais.
 Peripécia (artimanha narrativa).
Flash back narrativo
O amor como redenção
Idealização da mulher
Idealização do herói
Personagens planas
Linguagem metafórica.
ROMANCE INDIANISTA

 Autêntica expressão da
 nacionalidade.
 Índio – o herói nacional.
 Representantes:
  José de Alencar - Obras: Iracema;
 Ubirajara; O Guarani.
O Guarani
                            José de Alencar

Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, ai se passava uma cena
curiosa.
Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores,
encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via -se um índio na flor da
idade.
Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará,
apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até
ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco
selvagem.
Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com
reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lis a, os olhos
grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra,
móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes
alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da
inteligência.
   ROMANCE URBANO

   Retrato do dia-a-dia do leitor.
   Discute os problemas e valores vividos pela burguesia
    do século XIX.
   1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º
    romance romântico.
   Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas,
    chantagens, dúvida entre o dever e o desejo.
   Personagens planas: comportamento previsível.
   Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso .
   Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa.
   REPRESENTANTES:

         José de Alencar:
   Senhora : tematiza o casamento como forma de
    ascensão social.
   Diva
   Lucíola
         Manuel Antônio de Almeida:
   Memórias de um sargento de milícias: difere dos
    demais romances, pois o protagonista não é herói ou
    vilão, não há idealização da mulher e do amor e a
    linguagem aproxima-se da jornalística.
Senhora
                               José de Alencar

“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela.
Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi
proclamada a rainha dos salões.
Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em
 disponibilidade. Era rica e famosa.
Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores
 que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante.
Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como
 brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira
 seu fulgor?
Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na socieda de. Não a
 conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande
 novidade do dia.
Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade,
 sem os comentos malévolos de que usam vestí-la os noveleiros.
Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina
 Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.”
   Romance regionalista

   Buscou compreender e valorizar as características étnicas,
    lingüísticas, sociais e culturais que marcam as regiões do país.


   REPRESENTANTES:

   Visconde de Taunay : Inocência ( centro-oeste )

   José de Alencar : O Ga ucho ( sul )

   Franklin Tá vora : O Cabeleira ( nordeste )
O gaúcho
                          José de Alencar
I-  O PAMPA
Como são melancólicas e solenes, ao pino do sol, as vastas
campinas que cingem as margens do Uruguai e seus afluentes!

A savana se desfralda a perder de vista, ondulando pelas sangas
e coxilhas que figuram as flutuações das vagas nesse verde oceano.
Mais profunda parece aqui a solidão, e mais pavorosa, do que
na imensidade dos mares.

É o mesmo ermo, porém selado pela imobilidade, e como que estupefato
ante a majestade do firmamento.

Raro corta o espaço, cheio de luz, um pássaro erradio, demandando a sombra,
longe na restinga de mato que borda as orlas de algum arroio. A trecho passa
o poldro bravio, desgarrado do magote; ei-lo que se vai retouçando
alegremente babujar a grama do próximo banhado.
O cabeleira
                                Franklin Távora
A história de Pernambuco oferece-nos exemplos de heroísmo e grandeza
 moral que podem figurar nos fastos dos maiores povos da antigüidade sem
 desdourá-los. Não são estes os únicos exemplos que despertam nossa
 atenção sempre que estudamos o passado desta ilustre província, berço
 tradicional da liberdade brasileira. Merecem -nos particular meditação, ao lado
 dos que aí se mostram dignos da gratidão da pátria pelos nobres feitos com
 que a magnificaram, alguns vultos infelizes, em quem hoje veneraríamos
 talve z modelos de altas e varonis virtudes, se certas circunstâncias de tempo
 e lugar, que decidem dos destinos das nações e até da humanidad e, não
 pudessem desnaturar os homens, tornando-os açoites das gerações coevas e
 algozes de si mesmos.
(...)
 Com a simplicidade irrepreensível que é o primeiro ornamento das concepções do
 espírito popular, habilitam -nos esses trovadores a ajuizarmos do famoso valentão pela
 seguinte letra:

Fecha a porta, gente,
Cab eleira aí vem,
Matando mulheres,
Meninos também.
Inocência
                        Visconde de Taunay

"O legítimo sertanejo, explorador dos de sertos, não tem, em gera l,
  família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terra s, pisar campos
  onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, de spontar
  cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja
  varado." (Cap. I).



"... Quanto às mulheres, não tenho as sua s opiniões, nem as acho
    razoáveis nem de justi ça. Entretanto, é inútil discutirmos porque sei
    que isso são prevençõe s vinda s de longe, e quem torto nasce, tarde
    ou nunca se endireita... No meu parecer, as mulheres são tão boas
    como nós, se não melhores: não há, pois, motivo para tanto desconfiar
    delas e ter os homens em tão boa conta... Cuide cada qual de si, olhe
    Deus para todos nós, e ninguém queira arvorar-se em palmatória do
    mundo." (Cap. V).
Cangaceiro
Di Cavalcanti - 1952

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

Romantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoRomantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geração
Quezia Neves
 
3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil
GabrielaLimaPereira
 

La actualidad más candente (20)

Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
Romantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geraçãoRomantismo no Brasil - 1ª geração
Romantismo no Brasil - 1ª geração
 
Romantismo - Prosa
Romantismo - ProsaRomantismo - Prosa
Romantismo - Prosa
 
3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil3ª geração do romantismo no brasil
3ª geração do romantismo no brasil
 
O romance romântico
O romance românticoO romance romântico
O romance romântico
 
Machado de assis
Machado de assisMachado de assis
Machado de assis
 
2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)2ª fase modernista (prosa)
2ª fase modernista (prosa)
 
A prosa romântica brasileira
A prosa romântica brasileiraA prosa romântica brasileira
A prosa romântica brasileira
 
O negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileiraO negro na literatura brasileira
O negro na literatura brasileira
 
Carlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de AndradeCarlos Drummond de Andrade
Carlos Drummond de Andrade
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Álvares de Azevedo
Álvares de AzevedoÁlvares de Azevedo
Álvares de Azevedo
 
Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..Arcadismo[1]..
Arcadismo[1]..
 
Ultrarromantismo
UltrarromantismoUltrarromantismo
Ultrarromantismo
 
Literatura: Primeira Geração Romântica Brasileira
Literatura: Primeira Geração Romântica BrasileiraLiteratura: Primeira Geração Romântica Brasileira
Literatura: Primeira Geração Romântica Brasileira
 
O que é literatura marginal
O que é literatura marginalO que é literatura marginal
O que é literatura marginal
 
Realismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - LiteraturaRealismo e Naturalismo - Literatura
Realismo e Naturalismo - Literatura
 
A Poesia Marginal
A Poesia MarginalA Poesia Marginal
A Poesia Marginal
 
José de alencar
José de alencarJosé de alencar
José de alencar
 
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo CompletoRomantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
Romantismo - As 3 gerações - Resumo Completo
 

Similar a Romantismo prosa

Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoesCaps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
whybells
 
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
omoogun olobede
 

Similar a Romantismo prosa (20)

Romantismo - contexto prosa e indianismo
Romantismo - contexto prosa e indianismoRomantismo - contexto prosa e indianismo
Romantismo - contexto prosa e indianismo
 
Til
TilTil
Til
 
Til
TilTil
Til
 
Romance regionalista
Romance regionalistaRomance regionalista
Romance regionalista
 
Romantismo no brasil
Romantismo no brasilRomantismo no brasil
Romantismo no brasil
 
O sertanejo
O sertanejoO sertanejo
O sertanejo
 
Aula 5 - Pablo Neruda
Aula 5 -  Pablo NerudaAula 5 -  Pablo Neruda
Aula 5 - Pablo Neruda
 
Til
TilTil
Til
 
Lima barreto
Lima barretoLima barreto
Lima barreto
 
Arcadismo 2010
Arcadismo 2010Arcadismo 2010
Arcadismo 2010
 
Romantismo
RomantismoRomantismo
Romantismo
 
Pre modernismo.lima&euclides
Pre modernismo.lima&euclidesPre modernismo.lima&euclides
Pre modernismo.lima&euclides
 
As minas de_prata_segunda_parte
As minas de_prata_segunda_parteAs minas de_prata_segunda_parte
As minas de_prata_segunda_parte
 
10 livros essenciais
10 livros essenciais10 livros essenciais
10 livros essenciais
 
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoesCaps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
Caps10 11 12 romantismo na europa e geracoes
 
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
52714265 jorge-amado-os-pastores-da-noite
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
O Romantismo no Brasil II
O Romantismo no Brasil IIO Romantismo no Brasil II
O Romantismo no Brasil II
 
Arcadismo
ArcadismoArcadismo
Arcadismo
 
Romantismo.
Romantismo.Romantismo.
Romantismo.
 

Más de Rotivtheb

Artigo de opinião 1
Artigo de opinião 1Artigo de opinião 1
Artigo de opinião 1
Rotivtheb
 
Curso de despachante 2 redação oficial
Curso de despachante 2  redação oficialCurso de despachante 2  redação oficial
Curso de despachante 2 redação oficial
Rotivtheb
 
Curso de despachante 1 port instr.
Curso de despachante 1  port instr.Curso de despachante 1  port instr.
Curso de despachante 1 port instr.
Rotivtheb
 
Romantismo introducao
Romantismo   introducaoRomantismo   introducao
Romantismo introducao
Rotivtheb
 
Romantismo poesia
Romantismo  poesiaRomantismo  poesia
Romantismo poesia
Rotivtheb
 
Modernismo Geração de 45
Modernismo Geração de 45Modernismo Geração de 45
Modernismo Geração de 45
Rotivtheb
 

Más de Rotivtheb (7)

Artigo de opinião 1
Artigo de opinião 1Artigo de opinião 1
Artigo de opinião 1
 
Aula inaugural 2013 inicial
Aula inaugural 2013   inicialAula inaugural 2013   inicial
Aula inaugural 2013 inicial
 
Curso de despachante 2 redação oficial
Curso de despachante 2  redação oficialCurso de despachante 2  redação oficial
Curso de despachante 2 redação oficial
 
Curso de despachante 1 port instr.
Curso de despachante 1  port instr.Curso de despachante 1  port instr.
Curso de despachante 1 port instr.
 
Romantismo introducao
Romantismo   introducaoRomantismo   introducao
Romantismo introducao
 
Romantismo poesia
Romantismo  poesiaRomantismo  poesia
Romantismo poesia
 
Modernismo Geração de 45
Modernismo Geração de 45Modernismo Geração de 45
Modernismo Geração de 45
 

Último

Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
FabianeMartins35
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
NarlaAquino
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
CleidianeCarvalhoPer
 

Último (20)

Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUAO PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
O PLANETA TERRA E SEU SATÉLITE NATURAL - LUA
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIAPROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
PROJETO DE EXTENSÃO I - AGRONOMIA.pdf AGRONOMIAAGRONOMIA
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffffSSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
SSE_BQ_Matematica_4A_SR.pdfffffffffffffffffffffffffffffffffff
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.pptAula de jornada de trabalho - reforma.ppt
Aula de jornada de trabalho - reforma.ppt
 
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptxProdução de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
Produção de Texto - 5º ano - CRÔNICA.pptx
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEMPRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS GESTÃO DA APRENDIZAGEM
 
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIXAula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
Aula sobre o Imperialismo Europeu no século XIX
 
matematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecnimatematica aula didatica prática e tecni
matematica aula didatica prática e tecni
 
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
LISTA DE EXERCICIOS envolveto grandezas e medidas e notação cientifica 1 ANO ...
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 

Romantismo prosa

  • 1. ROMANTISMO PROSA Prof. Vitor Dias
  • 2.
  • 3.
  • 4. Rio de Janeiro - meados do século XIX Lettighe. Street in Rio Janeiro Migliavacca, ca 1840 Colecção de estampas - Antonio Feliciano de Castilho
  • 5. FIESTAS – Jean Béraud (1849)
  • 6. Society Evening - Jean Beraud
  • 8. CONTEXTO HISTÓRICO Romanço Romance. Independência do Brasil (1822). Procurou-se definir nação, povo, língua e cultura brasileira. Projeto romântico: construção de uma cultura brasileira autônoma. Nascimento do romance brasileiro. Classe consumidora: burguesia.
  • 9. TIPOS DE PROSA ROMÂNTICA Romance indianista (a vida primitiva) Romance regional (a vida rural) Romance urbano (a vida citadina)
  • 10. CARACTERÍSTICAS A busca da identidade nacional (selva, campo, cidade). Inicialmente o romance foi publicado em folhetins. Sentimentalismo. Impasse amoroso, com final feliz ou trágico. Oposição aos valores sociais. Peripécia (artimanha narrativa).
  • 11. Flash back narrativo O amor como redenção Idealização da mulher Idealização do herói Personagens planas Linguagem metafórica.
  • 12. ROMANCE INDIANISTA Autêntica expressão da nacionalidade. Índio – o herói nacional. Representantes: José de Alencar - Obras: Iracema; Ubirajara; O Guarani.
  • 13. O Guarani José de Alencar Quando a cavalgata chegou à margem da clareira, ai se passava uma cena curiosa. Em pé, no meio do espaço que formava a grande abóbada de árvores, encostado a um velho tronco decepado pelo raio, via -se um índio na flor da idade. Uma simples túnica de algodão, a que os indígenas chamavam aimará, apertada à cintura por uma faixa de penas escarlates, caía-lhe dos ombros até ao meio da perna, e desenhava o talhe delgado e esbelto como um junco selvagem. Sobre a alvura diáfana do algodão, a sua pele, cor do cobre, brilhava com reflexos dourados; os cabelos pretos cortados rentes, a tez lis a, os olhos grandes com os cantos exteriores erguidos para a fronte; a pupila negra, móbil, cintilante; a boca forte mas bem modelada e guarnecida de dentes alvos, davam ao rosto pouco oval a beleza inculta da graça, da força e da inteligência.
  • 14. ROMANCE URBANO  Retrato do dia-a-dia do leitor.  Discute os problemas e valores vividos pela burguesia do século XIX.  1844 - A Moreninha de Joaquim Manoel de Macedo – 1º romance romântico.  Temática: amores impossíveis, intrigas amorosas, chantagens, dúvida entre o dever e o desejo.  Personagens planas: comportamento previsível.  Herói romântico: ser idealizado, forte, honrado, corajoso .  Figura feminina: frágil, sonhadora, submissa.
  • 15. REPRESENTANTES: José de Alencar:  Senhora : tematiza o casamento como forma de ascensão social.  Diva  Lucíola Manuel Antônio de Almeida:  Memórias de um sargento de milícias: difere dos demais romances, pois o protagonista não é herói ou vilão, não há idealização da mulher e do amor e a linguagem aproxima-se da jornalística.
  • 16. Senhora José de Alencar “Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões. Tornou-se deusa dos bailes; a musa dos poetas e o ídolo dos noivos em disponibilidade. Era rica e famosa. Duas opulências, que se realçavam como a flor em vaso de alabastro; dois esplendores que se refletem, como o raio de sol no prisma do diamante. Quem não se recorda de Aurélia Camargo, que atravessou o firmamento da corte como brilhante meteoro, e apagou-se de repente no meio do deslumbramento que produzira seu fulgor? Tinha ela dezoito anos quando apareceu a primeira vez na socieda de. Não a conheciam; e logo buscaram todos com avidez informações acerca da grande novidade do dia. Dizia-se muita coisa que não repetirei agora, pois a seu tempo saberemos a verdade, sem os comentos malévolos de que usam vestí-la os noveleiros. Aurélia era órfã; tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva, D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.”
  • 17. Romance regionalista  Buscou compreender e valorizar as características étnicas, lingüísticas, sociais e culturais que marcam as regiões do país.  REPRESENTANTES:  Visconde de Taunay : Inocência ( centro-oeste )  José de Alencar : O Ga ucho ( sul )  Franklin Tá vora : O Cabeleira ( nordeste )
  • 18. O gaúcho José de Alencar I- O PAMPA Como são melancólicas e solenes, ao pino do sol, as vastas campinas que cingem as margens do Uruguai e seus afluentes! A savana se desfralda a perder de vista, ondulando pelas sangas e coxilhas que figuram as flutuações das vagas nesse verde oceano. Mais profunda parece aqui a solidão, e mais pavorosa, do que na imensidade dos mares. É o mesmo ermo, porém selado pela imobilidade, e como que estupefato ante a majestade do firmamento. Raro corta o espaço, cheio de luz, um pássaro erradio, demandando a sombra, longe na restinga de mato que borda as orlas de algum arroio. A trecho passa o poldro bravio, desgarrado do magote; ei-lo que se vai retouçando alegremente babujar a grama do próximo banhado.
  • 19. O cabeleira Franklin Távora A história de Pernambuco oferece-nos exemplos de heroísmo e grandeza moral que podem figurar nos fastos dos maiores povos da antigüidade sem desdourá-los. Não são estes os únicos exemplos que despertam nossa atenção sempre que estudamos o passado desta ilustre província, berço tradicional da liberdade brasileira. Merecem -nos particular meditação, ao lado dos que aí se mostram dignos da gratidão da pátria pelos nobres feitos com que a magnificaram, alguns vultos infelizes, em quem hoje veneraríamos talve z modelos de altas e varonis virtudes, se certas circunstâncias de tempo e lugar, que decidem dos destinos das nações e até da humanidad e, não pudessem desnaturar os homens, tornando-os açoites das gerações coevas e algozes de si mesmos. (...) Com a simplicidade irrepreensível que é o primeiro ornamento das concepções do espírito popular, habilitam -nos esses trovadores a ajuizarmos do famoso valentão pela seguinte letra: Fecha a porta, gente, Cab eleira aí vem, Matando mulheres, Meninos também.
  • 20. Inocência Visconde de Taunay "O legítimo sertanejo, explorador dos de sertos, não tem, em gera l, família. Enquanto moço, seu fim único é devassar terra s, pisar campos onde ninguém antes pusera pé, vadear rios desconhecidos, de spontar cabeceiras e furar matas, que descobridor algum até então haja varado." (Cap. I). "... Quanto às mulheres, não tenho as sua s opiniões, nem as acho razoáveis nem de justi ça. Entretanto, é inútil discutirmos porque sei que isso são prevençõe s vinda s de longe, e quem torto nasce, tarde ou nunca se endireita... No meu parecer, as mulheres são tão boas como nós, se não melhores: não há, pois, motivo para tanto desconfiar delas e ter os homens em tão boa conta... Cuide cada qual de si, olhe Deus para todos nós, e ninguém queira arvorar-se em palmatória do mundo." (Cap. V).
  • 21.
  • 22.