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SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008




                                                                                                                           Comentário
A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES OSTEOLÓGICAS PARA O
ESTUDO DA BIODIVERSIDADE
                            1                                  2
Márcio José da Silveira ; Edson Fontes de Oliveira .




RESUMO
A biodiversidade constitui o objeto de estudo de pesquisadores em todo o mundo e tem nas coleções científicas sua
documentação básica. As coleções osteológicas são de grande importância nos estudos tanto em museus como nas
universidades. Essas coleções auxiliam nas atividades científicas e didáticas, pois fornecem informações seguras sobre as
adaptações específicas dos vertebrados como, por exemplo, sustentação, postura e modo de locomoção. A manutenção
dessas coleções, embora tenha grande importância para o Ensino e a Pesquisa, ainda é negligenciada. Desta forma, as
coleções osteológicas necessitam de maior incentivo por parte das Instituições de Ensino e Pesquisa, considerando seus
recursos administrativos, docentes e discentes.
Palavras-chave: biodiversidade, osteologia, coleções didáticas.



               THE IMPORTANCE OF OSTEOLOGICAL COLLECTIONS TO THE STUDY OF BIODIVERSITY

ABSTRACT
Currently, many researchers around the world have studied Biodiversity. Its basic documentation is found in scientific
collections. Osteological collections are of great importance in studies at both museums and universities. These collections
help in education and scientific activities, providing reliable information about specific adaptations of vertebrates such as
sustentation, posture, and locomotion. The production and maintenance of osteological collections is still neglected. Thus,
osteological collections need further support from Education and Research Institutions, considering its administrative
resources, teachers and students.
Key words: biodiversity, osteology, didactic collections.



                                                                    de grande importância científica tanto em
      Atualmente, a biodiversidade constitui o
                                                                    museus como nas universidades (2). Na
objeto de estudo de pesquisadores em todo o
                                                                    Europa, sabe-se que essa atividade teve
mundo e tem nas coleções científicas sua
                                                                    grande      desenvolvimento      durante     a
documentação básica (1). Essas coleções têm
                                                                    Renascença. As grandes viagens de
como principal objetivo armazenar, preservar e
                                                                    descobertas      feitas  por     Portugal   e,
ordenar o acervo de espécimes representando
                                                                    posteriormente, por outros países, mostraram
a diversidade biológica de uma determinada
                                                                    faunas e floras radicalmente diversas daquelas
área.
                                                                    do continente europeu. O impulso que se
      Os estudos na área da biodiversidade                          instalou na época em colecionar essas
necessitam de ferramentas e inúmeras                                raridades levou à criação dos famosos
informações que podem ser adquiridas por                            “gabinetes de curiosidades”, os quais serviam
meio das coleções osteológicas, as quais são                        de entretenimento para a nobreza e ricos
                                                                    comerciantes. As partes de animais mais

1   Mestrando em Biologia Comparada UEM - Universidade Estadual de Maringá/PR.
2   Docente FAP - Faculdade de Apucarana/PR.
2                                                  MÁRCIO JOSÉ DA SILVEIRA & EDSON FONTES DE OLIVEIRA



fáceis de preservar eram, naturalmente, as             também para a prática de atividades como a
ósseas e logo surgiram coleções de                     identificação (3). Alguns importantes museus
esqueletos com peças isoladas ou montadas              brasileiros, como o Museu da História Natural
(3).                                                   Carlos Ritter e o Museu Paraense Emílio
                                                       Goeldi, localizados respectivamente, em
      Certos países demonstram importância             Pelotas no Rio Grande do Sul e Belém no Pará
incontestável às coleções. Destacam-se os              possuem uma importante coleção osteológica
Estados Unidos, onde só o “National Museum             e recebem visitações diárias, atuando como
of Natural History”, de Washington, mantém             plataforma de divulgação cientifica para o
um inventário de 60 milhões de espécimes,              público em geral.
incluindo peças taxidermizadas, coleções de
ossos e invertebrados, provenientes de                       A manutenção de coleções zoológicas,
diversas partes do mundo, servindo de base             embora tenha grande importância para o
de referência fundamental e, muitas vezes,             Ensino e a Pesquisa, é negligenciada em
única para o desenvolvimento de diferentes             muitas Instituições, e mesmo as mais
pesquisas de diversos países (4).                      criteriosas possuem acervos considerados
                                                       incompletos. Por exemplo, é alarmante que
      O Brasil, por ser um dos países mais             quase um terço dos espécimes de aves não
ricos em biodiversidade, passa a ter posição           esteja representado em nenhuma coleção do
de destaque no potencial de informações                mundo (8), e é possível que isso ocorra em
osteológicas da fauna tropical (2). O aumento          relação a outros grupos zoológicos. Nestes
do número de espécies descritas se deve a um           referidos acervos de museus e instituições de
maior esforço de coleta empregado pelos                ensino e pesquisa, é ideal a presença de dois
pesquisadores, a um aumento significativo das          tipos de esqueletos, um articulado e outro
coleções científicas brasileiras, bem como ao          desarticulado. O desarticulado ajuda a
crescente número de especialistas atuando no           identificar ossos isolados, lembrando que em
Brasil. Por outro lado, os mesmos dados                sítios arqueológicos é completamente normal
apontam para a necessidade de maiores                  se encontrar fragmentos dos ossos, e não o
investigações na área, com o intuito de                animal inteiro, sendo a identificação realizada
viabilizar a elaboração de um quadro mais              muitas vezes por meio de detalhes isolados.
estável sobre a biodiversidade dos vertebrados
brasileiros (5). Os estudos paleontológicos são              O uso de esqueletos auxilia nas
de      fundamental     importância   para    o        atividades científicas e didáticas, pois
conhecimento da biodiversidade existente no            fornecem informações seguras sobre as
planeta em tempos passados (6).                        adaptações específicas dos vertebrados, como
                                                       por exemplo, sustentação, postura e modo de
      A conservação de esqueletos fósseis é            locomoção (9) e há grande importância no uso
diretamente influenciada pela presença de              dos       esqueletos    como      ferramentas
poros e cavidades nos ossos e pelo tipo de             fundamentais tanto para pesquisa científica, na
sedimento ou rocha. Os principais tipos de             identificação de caracteres para análises
preservação do material osteológico fóssil se          anatômicas e filogenéticas (3).
dão de cinco maneiras: (I) preservação sem
alteração da composição química e sem                       A     Faculdade    de     Educação       da
alteração mineralógica e de textura; (II) com          Universidade de São Paulo possui um museu
alteração mineralógica; (III) com mudanças na          no qual a proposta conceitual é apresentar a
textura; incrustação, (IV) revestimento de uma         anatomia de diferentes animais vertebrados,
parte dura por uma crosta mineral; e (V)               procurando relacionar a estrutura óssea com
permineralização, ou seja, preenchimento de            aspectos da adaptação desses seres ao
poros ou pequenas cavidades do objeto por              ambiente. Para isso, a exposição trabalha,
um determinado mineral (7).                            basicamente, com conteúdos sobre a relação
                                                       entre forma e função, adaptação e anatomia
      As coleções didáticas destinam-se ao             comparada, apresentando as características
ensino    por     meio     de    exposições,           morfológicas, taxonômicas e biológicas
demonstrações em aula ou treinamento de                (hábitat,    alimentação,     reprodução       e
pessoal. Este tipo de acervo deve suportar o           classificação) dos animais. Isto é feito através
manuseio e o transporte freqüentes. Podem              da exposição de órgãos, sistemas, ossos e
conter exemplares sem dados, pois servem               esqueletos, informando também a distribuição
apenas para mostrar semelhanças e                      geográfica dos seres e ambientes onde são
diferenças entre grupos de indivíduos, ou              encontrados (10).

                                                  SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008.
                                                          http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/
A importância das coleções osteológicas                                                                3


       No entanto vários detalhes referentes à         essa prática, e assim abrir caminhos a esses
organização dessas coleções devem ser                  acadêmicos, para que futuramente possam
levados em consideração, como por exemplo,             colaborar com suas pesquisas para novos
à preparação de esqueletos que futuramente             conhecimentos sobre as diversas classes de
serão incorporados ao acervo. Desta forma,             vertebrados    por   meio     das   coleções
alguns fatores como a necessidade de                   osteológicas.
desarticulação completa ou manutenção de
cartilagens e articulações, devem ser levados
em consideração. Com isso, o objetivo didático
do uso das peças deve ser definido antes da
escolha da técnica a ser utilizada. Alguns
métodos de preparação tais como a
maceração química, que se não for feita com
critério, podem danificar os ossos e dessa
forma tornar as peças inúteis para estudos
paleontológicos,     ecomorfológicos   e    de
morfologia funcional (11), que necessitem de
comparação de determinadas características
entre indivíduos ou espécies.

      A FAP - Faculdade de Apucarana -
desenvolve um projeto intitulado “A FAP
abrindo caminhos para o ensino de Ciências e
Biologia”, que consiste em visitas de alunos da
rede de ensino da cidade e da região para
conhecer os laboratórios da Faculdade e por
isso é fundamental que a Instituição apresente
materiais de exposição sempre atualizados e
bem diversificados. O museu da Instituição
possui uma coleção osteológica que sustenta
suas atividades didáticas e dos projetos que
ela realiza, apresentando diversos exemplares
de ossos de diferentes classes zoológicas, a
maioria desarticulados, como, por exemplo, o
acervo de crânios, que apresenta peças de
répteis, aves, mamíferos e anfíbios. No
entanto      algumas     peças      apresentam
articulação completa fazendo com que os
alunos possam entender cada peça isolada e
também conseguir compreender como os
ossos são estruturados e articulados nos
animais. O conhecimento sobre esqueletos
cranianos para o ensino de biologia/anatomia é
de grande relevância para os alunos, pois
auxilia na compreensão da evolução das
espécies através dos crânios anápsidos,
diápsidos e sinápsidos.

     Devido à importância das coleções
osteológicas para ampliação do conhecimento
sobre a biodiversidade, é de grande relevância
que as Universidades em seus laboratórios de
zoologia de vertebrados mantenham a prática
constante da osteologia e incrementem cada
vez mais suas coleções. Desta forma é
necessário um incentivo maior das Instituições
de Ensino e Pesquisa juntamente com seus
docentes aos alunos que queiram desenvolver


                                                  SaBios- Rev. Saúde e Biol., Campo Mourão, v. 3, n.1, 2007.
                                                           http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/
4                                                   MÁRCIO JOSÉ DA SILVEIRA & EDSON FONTES DE OLIVEIRA




                                                                                     Márcio José da Silveira
                                                                                  Edson Fontes de Oliveira
                                       Endereço para correspondência: UEM - Universidade Estadual de Maringá.
                                                                              Av Colombo 5790 – Bloco H-90,
                                                                                      Maringá, Paraná, Brasil
                                                                                                Cep 87020-900
                                                                                         Tel. (044) 3261-4616;
                                                                                E-mail: s.marciojs@gmail.com


Recebido em 05/05/08
Aceito em 30/09/08




              REFERÊNCIAS

(1) PRUDENTE, A. L. C. Coleções brasileiras             (8) MATTHIESEN, D. G. La curación de las
de Répteis.    In: PEIXOTO, A. L., org.,                colecciones osteológicas de aves. In:
Coleções    Biológicas de Apoio ao                      ESCALANTE-PLIEGO, P. (Ed.) Curación
Inventário, Uso Sustentável e Conservação               moderna de colecciones ornitológicas.
de Biodiversidade. Instituto de Pesquisas               Washington: American Ornitological Union, p.
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 228p.                41-68, 1993.
2003.
                                                        (9) HILDEBRAND, M.; GOSLOW, J.R.
(2)    NUNES,      P.V.;  PERÔNCIO,        C.           Análise da estrutura dos vertebrados. 2.ª
Implantação e proposta de informatização                ed. São Paulo: Atheneu, 2006.
da coleção osteológica de referência do
laboratório de zoologia e anatomia                      (10) MARANDINO, M. Enfoque de Educação
comparada do Unileste MG. 2003.                         e Comunicação nas Bioexposições de
Disponívelem:http://www.unilestemg.br/revista           Museus de Ciências: Faculdade de
online/volumes/02/downloads/artigo_19.pdf .             educação da Universidade de São Paulo,
Acesso em: 14 mar. 2008.                                Departamento de educação comparada e
                                                        ensino.     103-119p.       Disponível    em
(3) AURICCHIO, P.; SALOMÃO, M.D.G.                      http://www.geenf.fe.usp.br/conteudo/arquivo/E
Técnicas de coleta e preparação de                      nfoques_de_educacao_e_comunicacao.PDF.
vertebrados para fins científicos e                     Acesso em: 17 jun. 2008.
didáticos. São Paulo: Aruja Instituto Pau
Brasil de História Natural, 2002.                       (11)    BOCK,    W.J.     Functional      and
                                                        Evolutionary explanations in morphology.
(4) PAPAVERO, N. Fundamentos práticos                   Netherlands Journal of Zoology, 49 (1), 45-65,
de taxonomia zoológica. 2.ª ed. São Paulo:              1999.
UNESP, 285p. 1994.

(5) ZAHER, H; YOUNG, P. As coleções
zoológicas brasileiras: panorama e desafios.
Ciência e Cultura, 55: 24-26, 2003.

(6) MEDEIROS, J. D. A biotecnologia e as
extinções       das      espécies. Revista
Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento.
30.ª ed. Brasília, 109-113p. 2003.

(7) MENDES, J.C. 1988. Paleontologia
Básica. São Paulo, T.A. Queiroz Editor,
EDUSP. 347p.


                                                  SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008.
                                                          http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/

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A importância das coleções osteológicas para o

  • 1. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008 Comentário A IMPORTÂNCIA DAS COLEÇÕES OSTEOLÓGICAS PARA O ESTUDO DA BIODIVERSIDADE 1 2 Márcio José da Silveira ; Edson Fontes de Oliveira . RESUMO A biodiversidade constitui o objeto de estudo de pesquisadores em todo o mundo e tem nas coleções científicas sua documentação básica. As coleções osteológicas são de grande importância nos estudos tanto em museus como nas universidades. Essas coleções auxiliam nas atividades científicas e didáticas, pois fornecem informações seguras sobre as adaptações específicas dos vertebrados como, por exemplo, sustentação, postura e modo de locomoção. A manutenção dessas coleções, embora tenha grande importância para o Ensino e a Pesquisa, ainda é negligenciada. Desta forma, as coleções osteológicas necessitam de maior incentivo por parte das Instituições de Ensino e Pesquisa, considerando seus recursos administrativos, docentes e discentes. Palavras-chave: biodiversidade, osteologia, coleções didáticas. THE IMPORTANCE OF OSTEOLOGICAL COLLECTIONS TO THE STUDY OF BIODIVERSITY ABSTRACT Currently, many researchers around the world have studied Biodiversity. Its basic documentation is found in scientific collections. Osteological collections are of great importance in studies at both museums and universities. These collections help in education and scientific activities, providing reliable information about specific adaptations of vertebrates such as sustentation, posture, and locomotion. The production and maintenance of osteological collections is still neglected. Thus, osteological collections need further support from Education and Research Institutions, considering its administrative resources, teachers and students. Key words: biodiversity, osteology, didactic collections. de grande importância científica tanto em Atualmente, a biodiversidade constitui o museus como nas universidades (2). Na objeto de estudo de pesquisadores em todo o Europa, sabe-se que essa atividade teve mundo e tem nas coleções científicas sua grande desenvolvimento durante a documentação básica (1). Essas coleções têm Renascença. As grandes viagens de como principal objetivo armazenar, preservar e descobertas feitas por Portugal e, ordenar o acervo de espécimes representando posteriormente, por outros países, mostraram a diversidade biológica de uma determinada faunas e floras radicalmente diversas daquelas área. do continente europeu. O impulso que se Os estudos na área da biodiversidade instalou na época em colecionar essas necessitam de ferramentas e inúmeras raridades levou à criação dos famosos informações que podem ser adquiridas por “gabinetes de curiosidades”, os quais serviam meio das coleções osteológicas, as quais são de entretenimento para a nobreza e ricos comerciantes. As partes de animais mais 1 Mestrando em Biologia Comparada UEM - Universidade Estadual de Maringá/PR. 2 Docente FAP - Faculdade de Apucarana/PR.
  • 2. 2 MÁRCIO JOSÉ DA SILVEIRA & EDSON FONTES DE OLIVEIRA fáceis de preservar eram, naturalmente, as também para a prática de atividades como a ósseas e logo surgiram coleções de identificação (3). Alguns importantes museus esqueletos com peças isoladas ou montadas brasileiros, como o Museu da História Natural (3). Carlos Ritter e o Museu Paraense Emílio Goeldi, localizados respectivamente, em Certos países demonstram importância Pelotas no Rio Grande do Sul e Belém no Pará incontestável às coleções. Destacam-se os possuem uma importante coleção osteológica Estados Unidos, onde só o “National Museum e recebem visitações diárias, atuando como of Natural History”, de Washington, mantém plataforma de divulgação cientifica para o um inventário de 60 milhões de espécimes, público em geral. incluindo peças taxidermizadas, coleções de ossos e invertebrados, provenientes de A manutenção de coleções zoológicas, diversas partes do mundo, servindo de base embora tenha grande importância para o de referência fundamental e, muitas vezes, Ensino e a Pesquisa, é negligenciada em única para o desenvolvimento de diferentes muitas Instituições, e mesmo as mais pesquisas de diversos países (4). criteriosas possuem acervos considerados incompletos. Por exemplo, é alarmante que O Brasil, por ser um dos países mais quase um terço dos espécimes de aves não ricos em biodiversidade, passa a ter posição esteja representado em nenhuma coleção do de destaque no potencial de informações mundo (8), e é possível que isso ocorra em osteológicas da fauna tropical (2). O aumento relação a outros grupos zoológicos. Nestes do número de espécies descritas se deve a um referidos acervos de museus e instituições de maior esforço de coleta empregado pelos ensino e pesquisa, é ideal a presença de dois pesquisadores, a um aumento significativo das tipos de esqueletos, um articulado e outro coleções científicas brasileiras, bem como ao desarticulado. O desarticulado ajuda a crescente número de especialistas atuando no identificar ossos isolados, lembrando que em Brasil. Por outro lado, os mesmos dados sítios arqueológicos é completamente normal apontam para a necessidade de maiores se encontrar fragmentos dos ossos, e não o investigações na área, com o intuito de animal inteiro, sendo a identificação realizada viabilizar a elaboração de um quadro mais muitas vezes por meio de detalhes isolados. estável sobre a biodiversidade dos vertebrados brasileiros (5). Os estudos paleontológicos são O uso de esqueletos auxilia nas de fundamental importância para o atividades científicas e didáticas, pois conhecimento da biodiversidade existente no fornecem informações seguras sobre as planeta em tempos passados (6). adaptações específicas dos vertebrados, como por exemplo, sustentação, postura e modo de A conservação de esqueletos fósseis é locomoção (9) e há grande importância no uso diretamente influenciada pela presença de dos esqueletos como ferramentas poros e cavidades nos ossos e pelo tipo de fundamentais tanto para pesquisa científica, na sedimento ou rocha. Os principais tipos de identificação de caracteres para análises preservação do material osteológico fóssil se anatômicas e filogenéticas (3). dão de cinco maneiras: (I) preservação sem alteração da composição química e sem A Faculdade de Educação da alteração mineralógica e de textura; (II) com Universidade de São Paulo possui um museu alteração mineralógica; (III) com mudanças na no qual a proposta conceitual é apresentar a textura; incrustação, (IV) revestimento de uma anatomia de diferentes animais vertebrados, parte dura por uma crosta mineral; e (V) procurando relacionar a estrutura óssea com permineralização, ou seja, preenchimento de aspectos da adaptação desses seres ao poros ou pequenas cavidades do objeto por ambiente. Para isso, a exposição trabalha, um determinado mineral (7). basicamente, com conteúdos sobre a relação entre forma e função, adaptação e anatomia As coleções didáticas destinam-se ao comparada, apresentando as características ensino por meio de exposições, morfológicas, taxonômicas e biológicas demonstrações em aula ou treinamento de (hábitat, alimentação, reprodução e pessoal. Este tipo de acervo deve suportar o classificação) dos animais. Isto é feito através manuseio e o transporte freqüentes. Podem da exposição de órgãos, sistemas, ossos e conter exemplares sem dados, pois servem esqueletos, informando também a distribuição apenas para mostrar semelhanças e geográfica dos seres e ambientes onde são diferenças entre grupos de indivíduos, ou encontrados (10). SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008. http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/
  • 3. A importância das coleções osteológicas 3 No entanto vários detalhes referentes à essa prática, e assim abrir caminhos a esses organização dessas coleções devem ser acadêmicos, para que futuramente possam levados em consideração, como por exemplo, colaborar com suas pesquisas para novos à preparação de esqueletos que futuramente conhecimentos sobre as diversas classes de serão incorporados ao acervo. Desta forma, vertebrados por meio das coleções alguns fatores como a necessidade de osteológicas. desarticulação completa ou manutenção de cartilagens e articulações, devem ser levados em consideração. Com isso, o objetivo didático do uso das peças deve ser definido antes da escolha da técnica a ser utilizada. Alguns métodos de preparação tais como a maceração química, que se não for feita com critério, podem danificar os ossos e dessa forma tornar as peças inúteis para estudos paleontológicos, ecomorfológicos e de morfologia funcional (11), que necessitem de comparação de determinadas características entre indivíduos ou espécies. A FAP - Faculdade de Apucarana - desenvolve um projeto intitulado “A FAP abrindo caminhos para o ensino de Ciências e Biologia”, que consiste em visitas de alunos da rede de ensino da cidade e da região para conhecer os laboratórios da Faculdade e por isso é fundamental que a Instituição apresente materiais de exposição sempre atualizados e bem diversificados. O museu da Instituição possui uma coleção osteológica que sustenta suas atividades didáticas e dos projetos que ela realiza, apresentando diversos exemplares de ossos de diferentes classes zoológicas, a maioria desarticulados, como, por exemplo, o acervo de crânios, que apresenta peças de répteis, aves, mamíferos e anfíbios. No entanto algumas peças apresentam articulação completa fazendo com que os alunos possam entender cada peça isolada e também conseguir compreender como os ossos são estruturados e articulados nos animais. O conhecimento sobre esqueletos cranianos para o ensino de biologia/anatomia é de grande relevância para os alunos, pois auxilia na compreensão da evolução das espécies através dos crânios anápsidos, diápsidos e sinápsidos. Devido à importância das coleções osteológicas para ampliação do conhecimento sobre a biodiversidade, é de grande relevância que as Universidades em seus laboratórios de zoologia de vertebrados mantenham a prática constante da osteologia e incrementem cada vez mais suas coleções. Desta forma é necessário um incentivo maior das Instituições de Ensino e Pesquisa juntamente com seus docentes aos alunos que queiram desenvolver SaBios- Rev. Saúde e Biol., Campo Mourão, v. 3, n.1, 2007. http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/
  • 4. 4 MÁRCIO JOSÉ DA SILVEIRA & EDSON FONTES DE OLIVEIRA Márcio José da Silveira Edson Fontes de Oliveira Endereço para correspondência: UEM - Universidade Estadual de Maringá. Av Colombo 5790 – Bloco H-90, Maringá, Paraná, Brasil Cep 87020-900 Tel. (044) 3261-4616; E-mail: s.marciojs@gmail.com Recebido em 05/05/08 Aceito em 30/09/08 REFERÊNCIAS (1) PRUDENTE, A. L. C. Coleções brasileiras (8) MATTHIESEN, D. G. La curación de las de Répteis. In: PEIXOTO, A. L., org., colecciones osteológicas de aves. In: Coleções Biológicas de Apoio ao ESCALANTE-PLIEGO, P. (Ed.) Curación Inventário, Uso Sustentável e Conservação moderna de colecciones ornitológicas. de Biodiversidade. Instituto de Pesquisas Washington: American Ornitological Union, p. Jardim Botânico do Rio de Janeiro, 228p. 41-68, 1993. 2003. (9) HILDEBRAND, M.; GOSLOW, J.R. (2) NUNES, P.V.; PERÔNCIO, C. Análise da estrutura dos vertebrados. 2.ª Implantação e proposta de informatização ed. São Paulo: Atheneu, 2006. da coleção osteológica de referência do laboratório de zoologia e anatomia (10) MARANDINO, M. Enfoque de Educação comparada do Unileste MG. 2003. e Comunicação nas Bioexposições de Disponívelem:http://www.unilestemg.br/revista Museus de Ciências: Faculdade de online/volumes/02/downloads/artigo_19.pdf . educação da Universidade de São Paulo, Acesso em: 14 mar. 2008. Departamento de educação comparada e ensino. 103-119p. Disponível em (3) AURICCHIO, P.; SALOMÃO, M.D.G. http://www.geenf.fe.usp.br/conteudo/arquivo/E Técnicas de coleta e preparação de nfoques_de_educacao_e_comunicacao.PDF. vertebrados para fins científicos e Acesso em: 17 jun. 2008. didáticos. São Paulo: Aruja Instituto Pau Brasil de História Natural, 2002. (11) BOCK, W.J. Functional and Evolutionary explanations in morphology. (4) PAPAVERO, N. Fundamentos práticos Netherlands Journal of Zoology, 49 (1), 45-65, de taxonomia zoológica. 2.ª ed. São Paulo: 1999. UNESP, 285p. 1994. (5) ZAHER, H; YOUNG, P. As coleções zoológicas brasileiras: panorama e desafios. Ciência e Cultura, 55: 24-26, 2003. (6) MEDEIROS, J. D. A biotecnologia e as extinções das espécies. Revista Biotecnologia Ciência e Desenvolvimento. 30.ª ed. Brasília, 109-113p. 2003. (7) MENDES, J.C. 1988. Paleontologia Básica. São Paulo, T.A. Queiroz Editor, EDUSP. 347p. SaBios: Rev. Saúde e Biol., v. 3, n.1 pp.1-4, Jul-Dez, 2008. http://www.revista.grupointegrado.br/sabios/