O documento discute vários cientistas, artistas e profissionais surdos que fizeram contribuições significativas em suas áreas, desafiando as crenças de que a surdez impediria o sucesso acadêmico. Detalha exemplos como Harry Lang, que compilou biografias de 700 cientistas surdos, e três cientistas surdos que receberam Prêmios Nobel.

1. Universidade Católica Portuguesa
PRO_LGP – Licenciatura em Língua Gestual Portuguesa
Unidade Curricular: História da Educação de Surdos II
Professor: Paulo Vaz de Carvalho
ACTIVIDADE 3
Os Surdos na Ciência
Devido aos temas abstractos e complexos característicos nas mais
diversas áreas das Ciências, a Sociedade em geral estava convicta de
que as dificuldades dos Surdos pela falta de audição e limitação na
língua oral, não permitiam o acesso ao conhecimento.
No entanto existiram várias pessoas Surdas que demonstraram o
contrário, como Harry Lang, Charles Sherington, Charles Nicole, John
Cornforth, John Goodricke, Charles Bonnet, entre outros.
Harry Lang é um cientista e professor surdo que vive nos EUA. Desde
adolescente que tinha uma grande paixão pela Física e decidiu
inscrever-se no Curso pois estava certo de que iria ter sucesso como
qualquer aluno ouvinte. Durante os estudos sobre a Astronomia,
encontrou num livro informação sobre John Goodricke, um astrónomo
surdo. Esta descoberta incentivou-o a procurar por mais informação
acerca de cientistas surdos e passado alguns anos já tinha referência
de 700 pessoas surdas que se dedicaram à Ciência.
Elaborou várias obras, sendo que a mais relevante é “O Silêncio das
Esferas: A experiência dos Surdos na história da Ciência”, onde fez
biografias de 150 cientistas, artistas, actores, escritores, poetas e outros
profissionais. Destas biografias, 3 cientistas surdos receberam o prémio
Nobel pelas investigações que fizeram.
Sílvia Zúniga N.º 199009523
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Charles Sherington, foi um cientista surdo no campo das neurociências
e investigou sobre as características dos neurónios e do sistema
nervoso, e mais tarde pesquisou sobre as sinapses.
Foi também presidente da Sociedade Real entre 1920 e 1925.
Em 1932 recebeu o prémio Nobel em Fisiologia e Medicina juntamente
com Edgar Adrian.
Charles Nicole foi um bacteriologista francês surdo que fez uma
profunda investigação sobre o Tifo. Como resultado, esta investigação
premiou-o com o Nobel da Medicina em 1928.
Realizou outras importante investigações tendo descoberto a
transmissão da febre tifóide, e a vacinação contra a febre de Malta.
Investigou outras doenças como o cancro, escarlatina, gripe e a
tuberculose.
John Cornforth nasceu surdo em Sidney e estudou química,
conseguindo acabar o curso como o melhor aluno da universidade.
Depois obteve uma bolsa de investigação sobre a penicilina. Em 1975
ganhou o prémio Nobel da Química em conjunto com Vladimir Prelog
pela investigação sobre a esteroquimica de reacções catalizadas por
enzimas.
Ao longo da sua carreira recebeu várias medalhas e prémios pelo seu
trabalho, tornando-se membro da Sociedade Real.
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3. Universidade Católica Portuguesa
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John Goodricke nasceu em Inglaterra, fez uma profunda investigação
sobre a estrela Algol da constelação Persus. Ganhou um prémio pela
apresentação da sua importante investigação à Sociedade Real,
tornando-se membro e tendo alcançado ao longo da sua carreira um
grande sucesso, mesmo sendo surdo.
Charles Bonnet foi um investigador suíço, ficou surdo desde os 7 anos
de idade e recebeu educação através de um tutor. Foi durante as aulas
que se interessou muito pelas ciências naturais e desde a adolescência
se dedicou ao estudo dos insectos, investigando as várias espécies. Em
1740 apresentou as suas investigações à Academia das Ciências tendo
sido convidado para ser membro.
Charles Bonnet foi dos primeiros investigadores a pesquisar sobre a
reprodução sem fertilização e sobre a fotosíntese.
Leo Lesquereux nasceu na Suiça e frequentou a Academia de
Neuchatel, investigando nas áreas das ciências da natureza, sobre os
musgos, fósseis vegetais e a reprodução. Recebeu uma medalha de
ouro pelo seu trabalho sobre as trufas. Mais tarde emigrou para EUA
onde as suas pesquisas mais importantes foram sobre a formação de
carvão vegetal. Foi membro de mais de 20 sociedade científicas.
Annie Cannon formou-se em Física mas teve dificuldades em arranjar
trabalho devido à surdez. Mudou para a Europa e teve as mesmas
dificuldades, e por isso pediu ajuda à sua amiga Sarah Whiting que a
contratou como sua assistente. Foi na cidade de Wellesley que Annie
tirou um curso de astronomia, e mais tarde inscreveu-se na
universidade de Radcliffe onde desenvolveu as suas investigações.
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Foi contratada para trabalhar no observatório de Harvard onde trabalhou
com outra cientista surda, Henrietta Leavitt e o seu trabalho foi
classificar 225/300 estrelas variáveis desconhecidas.
Foi a primeira mulher a receber a medalha Henry Draper da Academia
Nacional de Ciências.
Henrietta Leavitt licenciou-se na universidade de Radcliffe, trabalhando
nas suas pesquisas no observatório da universidade de Harvard.
O seu trabalho em conjunto com Annie Cannon foi catalogar as estrelas.
Conseguiu desenvolver um cálculo da distância entre as galáxias e viria
a descobrir as estrelas binárias.
Olaf Hassel foi um astrónomo norueguês que investigou sobre as
constelações, tendo descoberto um cometa, actualmente conhecido
como Jurlof-Achmanof-Hassel.
Trabalhou na investigação durante 20 anos descobrindo novos cometas
e veio a identificar o cometa Hércules Nova.
Robert Weitbrecht estudou nas universidades de Califórnia e Chicago
e mais tarde fez doutoramento na universidade Gaulladet, onde as suas
pesquisas se centraram na área das comunicações.
Inventou um aparelho para ajudat na comunicação de pessoas surdas
por telefone, este aparelho chamava-se Teletypewriter que era um
equipamento de telecomunicações para surdos.
Foi a primeira pessoa a facilitar o acesso dos surdos às novas
tecnologias.
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Os Surdos na Literatura
A escritora norte-americana Laura Reeding é uma figura destacada na
literatura escrita. Ficou surda devido a uma meningite e utilizava giz e uma
ardósia para comunicar com a sua família e amigos.
Estudou numa escola de surdos e depois trabalhou numa editora onde
começou a carreira de jornalista, biógrafa e poeta. Escreveu vários artigos
durante a guerra civil americana, com o pseudónimo de Glyndon, mudando
para a Europa, no final da guerrra. Aprendeu novas línguas e continuou a
escrever para os jornais.
Entrevistou diversas personalidades como o presidente Lincoln, o general
Grant e Garfiel.
Foi também uma grande poetisa da literatura americana.
Os Surdos no Teatro e no Cinema
Philis Frielich nasceu nos EUA e é filha de pais surdos, estudou numa
escola de surdos e mais tarde no Colégio de Gallaudet. Sempre se
interessou pela arte da representação, tendo entrado numa companhia de
teatro no final da sua licenciatura. A peça de teatro “Filhos de um Deus
Menor” foi escrita pela seu marido Mark Medoff e foi baseada em Frielich
que interpretou o papel principal da peça que teve um grande sucesso,
tendo ganho um prémio de melhor peça de teatro.
Philips foi a primeira pessoa surda a pertencer nos quadros de actores em
Hollywood.
Marlee Matlin ficou surda aos 18 meses devido a rubéola. Desde cedo se
interessou pelo teatro e aos 7 anos de idade representou um papel numa
peça de teatro “O Feiticeiro de Oz”. Marlee estou Direito, mas a sua paixão
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foi sempre o teatro e representou a peça “Filhos de um Deus Menor” em
Chicago, tendo sido depois convidada para participar na adaptação da peça
para filme. A sua participação neste filme permitiu-lhe ganhar o Óscar de
melhor actriz em 1986.
Par alem da representação, Marlee participou em organizações nacionais e
internacionais de apoio a crianças desfavorecidas.
Emmanuelle Laborit nasceu surda em França. Teve o primeiro contacto
com a língua gestual aos 7 anos de idade e foi estudar para a universidade
Gallaudet. Estudou teatro e participou como actriz na adaptação para
francês da peça de teatro “Filhos de um Deus Menor”. Também escreveu
um livro “O grito da gaivota” que é uma autobiografia e é um livro que a
tornou famosa, pois serviu para dar a conhecer à comunidade ouvinte, a
realidade sobre as pessoas surdas e a sua comunidade.
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