Os casos de crianças selvagens fornecem grande interesse científico ao mostrar o que seríamos sem a influência da sociedade e revelar a fragilidade da nossa natureza humana. O ser humano é um ser biologicamente social e a cultura o distingue dos outros animais, moldando todos os aspectos de seu comportamento. A diversidade cultural resulta da capacidade humana de aprender diferentes modos de vida em diferentes sociedades ao longo do tempo.
9. Os casos que se conhecem de crianças selvagens
revestem-se de grande interesse científico. Elas
constituem uma espécie de grau zero do
desenvolvimento humano, ensinam-nos o que
seríamos sem os outros, mostram de forma abrupta
a fragilidade da nossa animalidade, revelam a raíz
precária da nossa vida humana.
Para mais informações devem consultar:
www.feralchildren.com
12. Está na nossa biologia a capacidade para
continuamente transformarmos o
mundo, de modo a nos adaptarmos, a
satisfazermos as nossas necessidades,
a vivermos melhor.
13. Para além da definição de Edward Tylor,
considerado o pai do conceito moderno de
cultura. (ver página 90 do manual)
apresenta-se a de Mischa Titiev ( professor
na Universidade de Michigan)
“ a série completa de instrumentos
não geneticamente adquiridos pelo
ser humano, assim como todas as
facetas do comportamento
adquiridas após o nascimento.”
14. Um sistema que tanto nos seus aspectos simbólicos
como materiais constitui o ambiente de
protecção do indivíduo na sua relação
com o mundo, sendo capaz de se transformar
e de o transformar.
É a forma como o ser humano se adapta
ao meio, o modo como o transforma e
o transmite às gerações seguintes, ela
distingue o homem dos outros animais.
15.
16.
17. Crenças
Teorias
Construções
Objectos
Valores
Leis
Normas
Artes
Costumes
18.
19. O impacto da cultura faz-se
sentir desde o útero materno
até à morte do indivíduo.
Somos produto e produtores de
cultura
20. Forma colectiva e específica de
conduta cultural que uma sociedade
estabelece como ideal; visa a
normalização do comportamento dos
indivíduos de uma dada sociedade,
possibilitando a satisfação das suas
necessidades, mas também a
previsibilidade dos comportamentos
dos seus membros.
21. Processo pelo qual, ao longo de
toda a vida, o ser humano
aprende e interioriza os diversos
elementos da cultura
envolvente, integrando-se assim
num meio social e cultural
específico.
22. PRIMÁRIA SECUNDÁRIA
Ocorre durante a infância Acompanha toda a
E permite a aquisição de vida adulta e designa
De um conjunto de ajustamentos do in-
“saberes básicos” divíduo em função de
alterações significati-
vas do meio social.
23. Não é algo de estático, fixo, mas é…
Dinâmica,
construída
É universal, porque todas as sociedades têm uma cultura
É aprendida; é transmitida de geração em geração: o
homem é um ser biológico, é a aprendizagem da cultura,
a formação do seu carácter sócio-cultural que o torna
realmente humano.
É partilhada pelos membros de uma mesma sociedade.
É geral, porque todos os homens que nascem no seio de
comunidades a aprendem.
24. É relativa
Varia no tempo e no espaço.
Assim, dizemos que existem culturas.
DIVERSIDADE CULTURALDIVERSIDADE CULTURAL
27. Quando pensamos sobre as diversas
comunidades humanas, aquilo que ressalta é a
sua diversidade cultural:
Hábitos, costumes, comportamentos diversos
Diferentes formas de pensar, de agir, de dar sentido
à vida
Diferentes valores
28.
29. Os Judeus
«É sabido que os judeus são o grupo mais diabólico
da criação divina, o de pior natureza, e aquele que
mais profundas raízes tem na infidelidade e
maldição. Eles são os indivíduos mais mal
intencionados da espécie humana (...). Quando
conseguem ficar a sós com alguém, eles trazem a
destruição, eles introduzem por truques uma
droga espantosa na sua comida, e depois matam-
no.»
Autisemitism, Ann Frank Foundation
30. Consiste em entender/olhar para as outras
culturas, tendo a nossa como ponto de referência.
31. Consequência: a nossa cultura é sempre
valorizada e há uma estranheza face à cultura
alheia, que é inevitavelmente desvalorizada.
Uma atitude deste tipo pode conduzir-nos a atitudes de
racismo (afirmação da superioridade da nossa raça em
relação às outras) ou xenofobia (antipatia perante
quem é estrangeiro, ou seja, não pertence à nossa
sociedade/cultura).
O facto de considerarmos a nossa cultura e os nossos
valores superiores, pode levar-nos a querer impor os
nossos padrões culturais.
32.
33. Consiste em entender que as diferentes culturas
existentes são diferentes formas que o ser humano
encontrou para se adaptar ao mundo. Todas as
culturas são, nesta perspectiva, aceitáveis. Trata-se
de compreender que o que nos parece normal pode
parecer estranho a outras pessoas, noutra cultura,
isto é, relativizar tanto quanto possível o nosso ponto
de vista e as nossas referências.
34. Crítica:
Aparentemente coloca-se como uma atitude
positiva ao apelar à tolerância face às expressões
culturais das outras comunidades.
Não incentiva a abertura aos modelos das outras
comunidades, ao incluir o pressuposto de que cada
cultura deve promover os seus próprios valores.
Conduz ao isolamento, à estagnação.
35. Exemplos: a culinária e o vestuário adoptado pelas
diversas culturas estão intimamente relacionados com
o clima e a situação geográfica da comunidade. Muitos
costumes que temos são puramente convencionais ou
simbólicos, pelo que não é de estranhar que outras
culturas tenham adoptado costumes diferentes relativos
às mesmas práticas (ex. do luto, das cerimónias de
casamento).
Consequências: Conhecer outras culturas e tentar
compreendê-las relativizando a nossa própria referência
cultural:
Relativismo cultural implica compreender que os
hábitos alimentares, o vestuário, as cerimónias de
casamento, os funerais, os ideais de beleza, etc, variam
de sociedade para sociedade.
36.
37. Respeita todas as Culturas, defendendo a igualdade entre
todas elas, e assenta nos seguintes objectivos:
1. Compreender a natureza pluralista da sociedade/mundo.
2. Compreender a complexidade e riqueza da relação entre as
diferentes Culturas.
3. Colaborar na procura de respostas para os problemas
mundiais (sociais, económicos, políticos, ecológicos…)
4. Promover o diálogo entre Culturas.
5. Salvaguardar valores partilhados: os direitos humanos, a
tolerância activa, a promoção do diálogo, o respeito pela
diferença cultural, liberdade, igualdade, solidariedade...
42. A variedade cultural resulta de uma
característica tipicamente humana.
O ser humano é biologicamente
inacabado, um ser dotado de um programa
genético aberto e deixa espaço para a
aprendizagem.
A variedade foi também favorecida pela
falta de contacto em que os seres humanos
viveram durante muitos séculos.
44. Comente o artigo 2, ponto 1 e ponto 3:
“1. Princípio do respeito pelos direitos
humanos e pelas liberdades
fundamentais
A diversidade cultural só pode ser protegida e
promovida se estiverem assegurados os
direitos humanos e as liberdades
fundamentais, como a liberdade de
expressão, de informação e de comunicação
ou a possibilidade de os indivíduos
escolherem as suas expressões culturais.”
45. “3. Princípio da igual dignidade de
todas as culturas e do respeito
pelas mesmas
A protecção e a promoção da diversidade
das expressões culturais implicam o
reconhecimento da igual dignidade de
todas as culturas, incluindo as das
pessoas pertencentes a minorias e as
dos povos autóctones, e do respeito
pelas mesmas.”
46. Cada um de nós é influenciado por:
Factores biológicos identidade específica
Factores sócio-culturais identidade cultural
História de vida; experiências de vida que nos
tornam únicos identidade pessoal
47. A identidade específica e cultural, mas também a
história pessoal – diálogo entre o que se é, o que
acontece e o que se experiencia
IDENTIDADE PESSOAL
48. ENTRE A NOSSA SINGULARIDADE E OS
CONTEXTOS BIO-CULTURAIS
Cada experiência é vivida de forma diferente,
de acordo com os significados que lhe
atribuímos
49. uma síntese complexa entre os factores
biológicos, sociais, culturais
a história do modo como vivemos, interpretamos e
interiorizamos as experiências que marcam o
nosso desenvolvimento
Algo de dinâmico somos um ser em constante
auto-organização, à medida das experiências que
vamos vivendo
50. Dar um sentido ao que somos, com coerência,
continuidade
Adaptarmo-nos de forma activa e autónoma ao
meio
Que continuemos a ser as mesmas pessoas
para nós e para os outros
Que nos auto-organizemos em função das
novas experiências que vamos vivendo