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SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO 
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. 
Recife, Pernambuco, Brasil. 
2012
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GILVAN LOPES SERAFIM FILHO 
DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. 
Recife, Pernambuco, Brasil. 
2012 
Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Perícia e Auditoria Ambiental da Faculdade Frassinette do Recife, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista. 
Orientadora: Profa. Dra. Alba de Oliveira Lemos.
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DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. 
GILVAN LOPES SERAFIM FILHO 
MONOGRAFIA DEFENDIDA E APROVADA EM ____/____/2012 
BANCA EXAMINADORA 
____________________________________________ 
Dra. Alba de Oliveira Lemos (Orientadora) 
Unidade Regional de Controle da Qualidade da Água 
URCQA/Funasa 
_____________________________________ 
Dra. Sandra Regina 
Coordenação da Pós-graduação 
Faculdade Frassinette do Recife/FAFIRE 
Recife, Pernambuco, Brasil. 
2012
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Não julgue o livro pela capa 
Ou simplesmente por ter ouvido a versão de algum leitor 
Leia o livro, conheça-o, 
Assim, saberás do que se trata 
E terás conclusões próprias e consolidadas 
Não apenas, as versões de outros... 
(Serafim-Filho)
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Dedico aos meus queridos pais: 
Jemima de Oliveira Serafim & 
Gilvan Lopes Serafim. 
(Amo vocês!)
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AGRADECIMENTOS 
- Ao meu Deus Pai (Jeová), seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, sou grato a santíssima TRINDADE por nunca ter me desamparado e pelas bênçãos que me faz alcançar. 
- Ao Universo o meu muito obrigado. Acredito no segredo da conexão e na força do pensamento – o pensar, o imaginar e o agir atrai e torna as coisas possíveis. 
- A minha família pelo apoio e entusiasmo no necessário para ir em busca de meus sonhos - Gilvan (Pai), Jemina (Mãe), Gilvânia e Gerlane (Irmãs), dedico essa pesquisa à vocês. 
- Em especial a minha Mãe (Jemima), sou grato pelas orações incessantes, suas intercessões alcançam os céus e eu sou prova disso! 
- Ao companheiro e amigo Jairo Lins por todo apoio e paciência, sou eternamente grato! 
- Aos amigos que fiz. Acredito que as amizades conquistadas durante o curso foram poucas, mas para as que ocorreram de verdade... Essas deixaram saudades. 
- Aos grandes amigos, na ordem alfabética para não gerar ciúmes: Carlos, Dani, Goreti, Juliana Almeida, Juliana Lyra, Priscila e Reane - adoro vocês e obrigado por passarem a fazer parte da minha vida. 
- A Dra. Alba de Oliveira Lemos, pela disposição ao aceitar orientar essa pesquisa e pelos conselhos e opiniões. Obrigado por compartilhar de suas ideias e conhecimentos. 
- Ao CPRH, Gerência de Recursos Hídricos pelos dados disponíveis, utilizados para compor o desenho experimental desta pesquisa. 
- A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
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SUMÁRIO 
Epígrafe 
Agradecimentos 
Sumário 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
1. Introdução Geral ....................................................................................................... 15 
2. Objetivos ..................................................................................................................... 18 
2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 18 
2.2 Objetivos específicos...... ............................................................................................... 18 
3. Revisão de literatura. ................................................................................................ 19 
3.1 Qualidade das águas ............................................................................................... 19 
3.2 Esgotos Sanitários... ....................................................................................................... 22 
3.3 Impactos ambientais... ............................................................................................ 25 
4. Área de estudo – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. ........................................... 28 
5. Material e Métodos .................................................................................................... 32 
5.1 Coleta e Análises dos dados ................................................................................... 32 
6. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2001). ............................................................. 35 
6.1 Estação BE2-11..... ................................................................................................. 36 
6.2 Estação BE2-30 ............................................................................................................... 38 
6.3 Estação BE3-35 ...................................................................................................... 39 
6.4 Estação BE2-45 ...................................................................................................... 40 
6.5 Estação BE3-50 ............................................................................................................... 41 
6.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 42 
7. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2002). ............................................................. 43 
7.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 44 
7.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 45
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
9 
7.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 46 
7.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 47 
7.5 Estação BE-50 ................................................................................................................. 48 
7.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 49 
8. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2003). ............................................................. 50 
8.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 51 
8.2 Estação BE-30.. ............................................................................................................... 52 
8.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 53 
8.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 54 
8.5 Estação BE-50.. ............................................................................................................... 55 
8.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 56 
9. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2004). ............................................................. 57 
9.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 58 
9.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 59 
9.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 60 
9.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 61 
9.5 Estação BE-50... .............................................................................................................. 62 
9.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 63 
10. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2005). ........................................................... 64 
10.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 65 
10.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 66 
10.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 67 
10.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 68 
10.5 Estação BE-50............................................................................................................... 69 
10.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 70 
11. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2006). ........................................................... 71 
11.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 72
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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11.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 73 
11.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 74 
11.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 75 
11.5 Estação BE-50............................................................................................................... 76 
11.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 77 
12. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2007). ........................................................... 78 
12.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 79 
12.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 80 
12.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 81 
12.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 82 
12.5 Estação BE-50............................................................................................................... 83 
12.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 84 
13. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2008). ........................................................... 85 
13.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 86 
13.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 87 
13.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 88 
13.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 89 
13.5 Estação BE-50............................................................................................................... 90 
13.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 91 
14. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2009). ........................................................... 92 
14.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 93 
14.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 94 
14.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 95 
14.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 96 
14.5 Estação BE-50............................................................................................................... 97 
14.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 98 
15. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2010). ........................................................... 99
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
11 
15.1 Estação BE-01 .................................................................................................... 100 
15.2 Estação BE-09 ............................................................................................................. 101 
15.3 Estação BE-30 .................................................................................................... 102 
15.4 Estação BE-45 .................................................................................................... 103 
15.5 Estação BE-50............................................................................................................. 104 
15.6 Resultados e Discussão ....................................................................................... 105 
16. Índice de qualidade ambiental. ............................................................................ 107 
16.1 Checklist 01 (Açude no Clube Sete Casuarinas) ............................................... 109 
16.1.1 Resultados e Discussão – Checklist 01 (Estação BE-01) ................................ 110 
16.2 Checklist 02 (Captação da COMPESA em Guabiraba) ..................................... 112 
16.2.1 Resultados e Discussão – Checklist 02 (Estação BE-09) ................................ 113 
16.3 Checklist 03 (Ponte na estrada do Cumbe) ........................................................ 115 
16.3.1 Resultados e Discussão – Checklist 03 (Estação BE-30) ................................ 116 
16.4 Checklist 04 (Ponte da Av. Presidente Kennedy) .............................................. 118 
16.4.1 Resultados e Discussão – Checklist 04 (Estação BE-45) ................................ 119 
16.5 Checklist 05 (Ponte de acesso a Peixinhos) ....................................................... 121 
16.5.1 Resultados e Discussão – Checklist 05 (Estação BE-50) ................................ 122 
17. Referências bibliográficas. .................................................................................... 124
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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LISTA DE FIGURAS 
Figura 1. – Estações de amostragens da rede de monitoramento do Rio Beberibe ......... 20 
Figura 2. – Bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................................... 23 
Figura 3. – Áreas de preservação ambiental dentro da área da bacia hidrográfica do rio Beberibe ........................................................................................................................... 30 
Figura 4. – Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................ 31 
Figura 5. – Estação BE-01 (Açude do Clube Sete Casuarinas) ..................................... 111 
Figura 6. – Estação BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba) ......................... 114 
Figura 7. – Estação BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe) ............................................. 117 
Figura 8. – Estação BE-45 (Ponte na Avenida Presidente Kennedy) ............................ 120 
Figura 9. – Estação BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos) ............................................ 123
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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LISTA DE QUADROS 
Quadro 1. – Estação BE2-11 (CPRH, 2001) ................................................................... 36 
Quadro 2. – Estação BE2-30 (CPHR, 2001) .................................................................. 38 
Quadro 3. – Estação BE3-35 (CPRH, 2001) ................................................................... 39 
Quadro 4. – Estação BE2-45 (CPRH, 2001) ................................................................... 40 
Quadro 5. – Estação BE3-50 (CPRH, 2001) ................................................................... 41 
Quadro 6. – Estação BE-11 (CPRH, 2002) ..................................................................... 44 
Quadro 7. – Estação BE-30 (CPHR, 2002) ..................................................................... 45 
Quadro 8. – Estação BE-35 (CPRH, 2002) ..................................................................... 46 
Quadro 9. – Estação BE-45 (CPRH, 2002) ..................................................................... 47 
Quadro 10. – Estação BE-50 (CPRH, 2002) ................................................................... 48 
Quadro 11. – Estação BE-11 (CPRH, 2003) ................................................................... 51 
Quadro 12. – Estação BE-30 (CPHR, 2003) ................................................................... 52 
Quadro 13. – Estação BE-35 (CPRH, 2003) ................................................................... 53 
Quadro 14. – Estação BE-45 (CPRH, 2003) ................................................................... 54 
Quadro 15. – Estação BE-50 (CPRH, 2003) ................................................................... 55 
Quadro 16. – Estação BE-11 (CPRH, 2004) ................................................................... 58 
Quadro 17. – Estação BE-30 (CPHR, 2004) ................................................................... 59 
Quadro 18. – Estação BE-35 (CPRH, 2004) ................................................................... 60 
Quadro 19. – Estação BE-45 (CPRH, 2004) ................................................................... 61 
Quadro 20. – Estação BE-50 (CPRH, 2004) ................................................................... 62 
Quadro 21. – Estação BE-01 (CPRH, 2005) ................................................................... 65 
Quadro 22. – Estação BE-09 (CPHR, 2005) ................................................................... 66 
Quadro 23. – Estação BE-30 (CPRH, 2005) ................................................................... 67 
Quadro 24. – Estação BE-45 (CPRH, 2005) ................................................................... 68 
Quadro 25. – Estação BE-50 (CPRH, 2005) ................................................................... 69
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
14 
Quadro 26. – Estação BE-01 (CPRH, 2006) ................................................................... 72 
Quadro 27. – Estação BE-09 (CPHR, 2006) ................................................................... 73 
Quadro 28. – Estação BE-30 (CPRH, 2006) ................................................................... 74 
Quadro 29. – Estação BE-45 (CPRH, 2006) ................................................................... 75 
Quadro 30. – Estação BE-50 (CPRH, 2006) ................................................................... 76 
Quadro 31. – Estação BE-01 (CPRH, 2007) ................................................................... 79 
Quadro 32. – Estação BE-09 (CPHR, 2007) ................................................................... 80 
Quadro 33. – Estação BE-30 (CPRH, 2007) ................................................................... 81 
Quadro 34. – Estação BE-45 (CPRH, 2007) ................................................................... 82 
Quadro 35. – Estação BE-50 (CPRH, 2007) ................................................................... 83 
Quadro 36. – Estação BE-01 (CPRH, 2008) ................................................................... 86 
Quadro 37. – Estação BE-09 (CPHR, 2008) ................................................................... 87 
Quadro 38. – Estação BE-30 (CPRH, 2008) ................................................................... 88 
Quadro 39. – Estação BE-45 (CPRH, 2008) ................................................................... 89 
Quadro 40. – Estação BE-50 (CPRH, 2008) ................................................................... 90 
Quadro 41. – Estação BE-01 (CPRH, 2009) ................................................................... 93 
Quadro 42. – Estação BE-09 (CPHR, 2009) ................................................................... 94 
Quadro 43. – Estação BE-30 (CPRH, 2009) ................................................................... 95 
Quadro 44. – Estação BE-45 (CPRH, 2009) ................................................................... 96 
Quadro 45. – Estação BE-50 (CPRH, 2009) ................................................................... 97 
Quadro 46. – Estação BE-01 (CPRH, 2010) ................................................................. 100 
Quadro 47. – Estação BE-09 (CPHR, 2010) ................................................................. 101 
Quadro 48. – Estação BE-30 (CPRH, 2010) ................................................................. 102 
Quadro 49. – Estação BE-45 (CPRH, 2010) ................................................................. 103 
Quadro 50. – Estação BE-50 (CPRH, 2010) ................................................................. 104 
Quadro 51. – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto .................... 107
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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1. INTRODUÇÃO GERAL 
A qualidade das águas dos rios, lagos e lagoas com fins de abastecimento, balneabilidade, uso na indústria e comércio tem gerado impactos ambientais e estes contribuindo cada vez mais com a poluição dos recursos hídricos (Paiva & Paiva, 2001). 
Cargas poluidoras proveniente das mais variadas fontes têm atingindo e modificado o curso de rios importantes em diversos estados do Brasil. Dando ênfase à ocorrência de problemas ambientais e da falta d’água nas regiões urbanas, estudos hidrológicos das pequenas e microbacias vêm se tornando algo cada vez mais frequentes nas regiões metropolitanas (Chaudhry, 2001). 
Paiva & Paiva (2001) comenta que apesar das grandes contribuições voltadas a estudos hidrológicos referentes às pequenas e microbacias ainda há uma lacuna em estudos dessa natureza. Tal carência é explicada pela ausência de dados das micro e pequenas bacias, uma vez que historicamente a rede hidrometeorológica brasileira foi desenvolvida para fornecer dados ao setor responsável pela geração de energia elétrica e explica que para bacias com menos de 500 km² o número de postos de monitoramento era reduzido (Goldenfum, 2001). 
Goldenfum (2001) ainda ressalta a importância do monitoramento das pequenas bacias e que este contribui para a complementação da rede hidrometeorológica, além da natural cooperação para com os estudos dos processos físicos, químicos e biológicos atuantes no ciclo hidrológico. 
As qualidades das águas estão associadas a condições ambientais e de desenvolvimento tanto urbano quanto industrial da sociedade que cresce de forma exponencial e de maneira desordenada. Este crescimento desordenado das cidades contribui com a elevação dos impactos ambientais nos recursos hídricos, sendo a degradação das águas maximizada pela ausência de uma infraestrutura competente de saneamento básico. Jacobi (1998) enfatiza que a ocupação das áreas de várzea e de mananciais, a retirada de matas ciliares em córregos urbanos são fatores que ponderam a favor da degradação ambiental. 
Os riscos por lançamentos de esgotos abrangem não só a contaminação dos recursos hídricos por cargas contaminantes provenientes de casas, comércio e indústrias,
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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há outros fatores associados, tais como: contaminação de produtos, enchentes devido ao processo de assoreamento e doenças causadas pelo contato com a água contaminada. A má qualidade da água e impropriedade para consumo são fatores interligados e ambos dependem diretamente do grau de preservação e de impactos nos ecossistemas hídricos. 
Dos componentes físicos, químicos e biológicos associados à qualidade da água, destacam-se respectivamente: temperatura, sabor, odor, cor, turbidez, sólidos suspensos, sólidos dissolvidos e condutividade elétrica; pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro, manganês, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, componentes inorgânicos e componentes orgânicos; fotobactéria, coliformes, termotolerantes, algas e clorofila a, além da presença e/ou ausência de organismos bioindicadores, como por exemplo: Daphnia e microalgas. A resolução CONAMA 357/05 aborda os valores máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas químicas relacionadas. 
Esses parâmetros são tidos como indicadores da qualidade da água e são denominados de impurezas quando a unidade alcança valores superiores ao admitido para determinado uso. Destes componentes, os de natureza química e biológica são os que melhor expressam a qualidade da água, contendo diversos componentes que provém do próprio ambiente de forma natural ou que foram introduzidos por atividades humanas. 
De acordo com Pedroso et al., (1988) as características das águas que compõem rios e riachos dependem, entre outros fatores, da formação do solo e composição da mata ciliar, ainda do tipo e grau das ações antrópicas. 
Quanto às ações antrópicas, os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde, meio ambiente e saneamento básico. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos resíduos sólidos. 
Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminação dos corpos d’águas e solos, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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infecções causadas pelo contato da pele com a água contaminada por organismos patogênicos. 
Estudos e diagnósticos têm sido conduzido em importantes recursos hídricos e nos seus afluentes em todos os estados brasileiros (Moraes et al., 2003; Stacciarini, 2002). De fato, transformações ocorridas nos ambientes aquáticos devido ao crescimento das cidades, instalações de indústrias e comércios têm contribuído com a qualidade inadequada para o consumo humano e outras atividades (Medeiros et al., 2009). Os riscos por lançamento de esgotos sanitários em recursos hídricos desencadeiam alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas da água, acelerando a perda da qualidade (Von Sperling, 2005).
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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2. OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVO GERAL 
Descrição da qualidade das águas e análise dos impactos causados pelos lançamentos de esgotos sanitários, utilizando descritores bióticos a abióticos e sua interação. 
2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 Avaliar a qualidade da água através das interpretações das variáveis bióticas e abióticas. 
 Determinar o índice de qualidade ambiental (IQA), através de pontos (estações) ao longo do rio Beberibe. 
 Quantificar através do checklist os elementos que estão configurando impactos ambientais.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
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3. REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS 
Os estudos sobre a qualidade das águas em Pernambuco, principalmente das águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe tem sido uma das principais preocupações do órgão que gerência este recurso hídrico no estado, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), que através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e da Supervisão de Gestão de Recursos Hídricos, realizam o monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe e através deste desenvolvem ações de monitoramento em pontos estratégicos, que compõe a rede de monitoramento. 
Dois fatores quando associados a impactos ambientais em ecossistema aquáticos determinam a qualidade da água, eles estão associados à potabilidade e ainda funcionam como ferramenta bioindicadoras de possíveis contaminações, direcionando para a causa do impacto e/ou contaminação do recurso hídrico. Os fatores abióticos, também tidos como parâmetros físico-químicos estão associados às variações antrópicas e ambientais, dados de temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, fósforo, nitrito, nitrato e demanda química de oxigênio são ferramentas essenciais para diagnosticar a qualidade da água (Magini & Chagas, 2003; Lima & Medeiros, 2008). Para os fatores bióticos, organismos que compõem a fauna planctônica, tanto os zooplâncton como os fitoplâncton expressam através de sua composição (biomassa), uma densidade que quando mensurada, servem como ferramenta e auxiliam no diagnóstico do recurso hídrico estudado (Round, 1973; Boney, 1989; Santos-Fernandes, 1998). 
Os fatores acima descritos são muito bem abordados e discutidos na resolução CONAMA 430/2011 que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes, esta complementa e altera a resolução CONAMA 357 de 2005 estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Por sua vez, a resolução 357 trata das definições e classificação dos corpos de água (doce, salina e salobra), ainda, das condições e padrões da qualidade das águas, atribuindo valores máximos permitidos e/ou mínimo, para os parâmetros físico-químicos, orgânicos e inorgânicos para as águas doces, salinas e salobras e nestas para onde ocorrem atividades de pescas ou cultivo de organismos para fins de consumo intensivo. Trata também das condições e padrões de lançamento de efluentes, em sua totalidade revogada pela resolução 430/11, seguido das
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diretrizes ambientais para o enquadramento e disposições finais e transitórias, sendo complementada pela resolução 430/11 nos artigos 39, 43, 44 e 46, no que compete. 
Estudos e diagnósticos têm sido conduzido na bacia hidrográfica do rio Beberibe pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). De acordo com Chaudhry (2001) as principais razões dos estudos sobre a hidrologia de bacias estão associadas a impactos ambientais e ao excesso ou falta d’água nas regiões metropolitanas. As alterações do uso do solo exercem forte influencia na mudança do regime hídrico e podem contribuir com a perda da qualidade da água. 
Com ações voltadas ao monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, o CPRH realiza o monitoramento no que chamamos de alto, médio e baixo rio Beberibe (Figura 1), demonstrando detalhadamente os setores onde são realizadas as coletas ao longo do percurso do rio, desde a nascente até sua foz. 
Fígura 1. Estações de amostragens da rede de monitoramento do rio Beberibe (CPRH, 2010). 
Para cada estação são coletados dados dos parâmetros físico-químicos, além de dados abióticos e bióticos, configurando o exigido pela resolução 357/05 e 430/11. O monitoramento das águas em áreas urbanizadas reflete ações das gestões e estão associadas à saúde e ao desenvolvimento, sendo este urbano e econômico. 
Embora as águas no território brasileiro sejam consideradas um recurso bastante abundante, há áreas carentes em que este bem é bastante limitado, tornando as necessidades humanas insustentáveis. Essa escassez é considerada ainda mais grave em regiões em que o desenvolvimento ocorre de forma não ordenada, contribuindo com a
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perda da qualidade das águas disponíveis devido ao lançamento impróprio de esgotos domésticos, dejetos industriais e poluentes, como agrotóxicos e outros (Moita & Cudo, 1991). Os principais parâmetros descritores da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB evoluíram conforme as exigências e necessidades proferidas pelas resoluções; em uma década (2001 – 2010), o monitoramento das águas da BHRB promovido pelo CPRH sofreram modificações e incorporaram nas suas atividades, novas atribuições, estas criadas mediante as modificações e revogações das resoluções estabelecidas pelo CONAMA (Brasil, 2005). 
Numa descrição evolutiva, partindo de 2001, os parâmetros aferidos e fenômenos observados ao longo da BHRB eram: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia, fósforo, coliformes fecais, sólidos totais e saturação do oxigênio dissolvido. Em 2002, os parâmetros tomados foram: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduos sólidos, temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo, coliformes fecais, salinidade e classe; esses parâmetros se mantiveram para os anos de 2003. Em 2004 o plano de monitoramento apresentou modificações, são incorporados ao procedimento novos fatores, a partir deste os parâmetros monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, turbidez, cor, fósforo, coliformes fecais, salinidade e índices e indicadores de qualidade previstos na CONAMA 20/86, como: saturação de oxigênio dissolvido, classe de qualidade e pluviometria. 
Com base na resolução CONAMA 357/05 o monitoramento das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe (BHRB), passa a enquadrar o estabelecido e modifica suas ações a fim de contemplar o exigido. A partir da resolução citada os parâmetros monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, turbidez, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, sólidos totais, fotobactéria, Daphnia, clorofila a, coliformes termotolerantes e salinidade, ainda com base na resolução 357/05, contempla a classe, além dos índices e indicadores de qualidade (índice de qualidade da água e índice de estado trófico), contemplando também ecotoxicidade e pluviometria. Em 2006 o monitoramento se mantém praticamente igual ao de 2005, com exceção do parâmetro “risco de salinidade para o solo irrigado”, na estação BE-01 na nascente do rio Beberibe em Camaragibe e estação BE-09 na captação
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da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), em Guabiraba, Recife. Para os demais anos, 2007 - 2010 o monitoramento segue o procedimento estabelecido em 2005 (CPRH, Agência Estadual do Meio Ambiente, Unidade de Gestão de Recursos Hídricos, 2001/02/03/04/05/06/07/08/09/10). 
3.2 ESGOTOS SANITÁRIOS 
Qualidade ambiental é a capacidade em que um ecossistema apresenta em manter e sustentar os seres vivos participantes do meio. Quando se trata dos recursos hídricos, essa qualidade ambiental apresenta problemáticas tidas como comprometidas quando associada a esgotos sanitários (Carvalho et al., 2007). 
Os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde e meio ambiente. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos resíduos sólidos. Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminações dos corpos de águas e solo, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de infecções causadas pelo contato com a água contaminada por organismos patogênicos. 
Recursos não aplicados ao tratamento contribuem com o aumento de problemas de saúde nas populações e degradações ao meio ambiente. No Brasil, aproximadamente metade do país não possui coleta de esgoto, enquanto que todos os munícipios dos Estados Brasileiros possuem o abastecimento de água (IBGE, 2008). 
Nas bacias hidrográficas a poluição é normalmente causada por esgotos de proveniência humana, empreendimentos industriais e agropecuários. De acordo com Carvalho et al., (2007) as cargas poluidoras podem ser pontuais e não-pontuais (difusas), define que as pontuais são as de fácil determinação e localização, cita como exemplo as descargas industriais, esgotos domésticos e efluentes de aterros sanitários. Já as cargas difusas, estão associadas a distintos agentes poluidores que convergem aos corpos hídricos, geralmente distribuídos na superfície do solo, podem ocorrer por ações de chuvas. Ainda de acordo com Carvalho et al., (2007) as fontes de poluição difusa estão associados diretamente ao uso do solo, cita como exemplo: desenvolvimento
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urbano, agricultura, construções tanto urbanas quanto rurais, ainda, de ações extrativistas como madeiras e minerações. 
A Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe está compreendida entre os limites de cornubação das cidades de Camaragibe, Olinda e Recife. A BHRB está inserida em uma área predominantemente urbana (Figura 2). 
Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa PROMÉTROPOLE na Bacia do Beberibe, Governo do Estado de Pernambuco, setembro de 2008. 
Contribuições de Zoratto (2006) faz referência a importância do tratamento de esgoto doméstico no saneamento básico, considera saneamento básico os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotamento sanitário e de resíduos sólidos. 
As contaminações das águas com potencial para o abastecimento público estão associadas a riscos que acometem a saúde da população humana, uma vez que enfermidades podem ser transmitidas, acometendo as populações, em especial as não assistidas por serviços de saneamento (Libânio et al., 2005).
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Ainda de acordo com Zoratto (2006) o sistema de esgoto sanitário possui unidades componentes e os separa e define como: 
 Rede coletora – tubulações que recebem os esgotos das residências e indústrias, ainda, comércios e estabelecimentos. Essas tubulações são dispostas em vias urbanas, possuindo um poço de visita para monitoramento e limpeza. 
 Interceptores – tubulações implantadas ao longo do curso d’água que recebe os esgotos coletados pela rede coletora e os direciona para as estações de tratamento. Assim definidos por impedir que os efluentes das redes coletoras alcancem os recursos hídricos. 
 Emissário – tubulações que recebem os esgotos dos interceptores, conduzindo-os ao sistema de tratamento e/ou estação de tratamento. 
 Elevatórios de esgoto – estações destinadas a bombear os esgotos de uma cota inferior para pontos mais elevados; são instalados em pontos estratégicos com cota mais baixa, conduzindo os esgotos para o sistema de tratamento. 
 Estação de tratamento de esgotos – plataforma destinada a depuração dos esgotos provenientes da cidade. 
 Emissário final – canalização que conduz os efluentes do sistema de tratamento de esgotos já despoluídos ao corpo receptor, que pode ser um rio ou um lago. 
Com o crescimento das regiões metropolitanas, houve considerado aumento do consumo de água proveniente dos recursos hídricos e perda da qualidade deste por não existir um sistema de saneamento adequado e com capacidade para receptar toda a massa produzida por diferentes tipos de esgotos (IBGE, 2008). A crescente carga poluidora por esgotos sanitários acarreta na perda da qualidade das águas e este processo pode ser observado na bacia hidrográfica do Rio Beberibe, em sua composição que abrange a região metropolitana da cidade do Recife, a bacia do Rio Beberibe recebe continuas cargas poluidoras provenientes de esgotos sanitários (doméstico, comercial, industrial e hospitalar). Muitas dessas cargas são lançadas ao longo do Rio Beberibe sem nenhum tipo de tratamento e contribui fortemente com a perda da qualidade de suas águas.
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3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS 
Nas últimas décadas o crescimento das cidades tem sido o responsável pela progressão das atividades humanas sobre os recursos naturais. Segundo Diodato (2004), os problemas ambientais são de certa forma tão antigos quanto o homem; a dimensão e escala aplicadas as questões ambientais é que são novos; destaca o elevado crescimento demográfico, o desenvolvimento e a difusão da tecnologia industrial, os avanços em medicina, saúde, comunicações entre outros como o eixo da dimensão e escala na problemática. 
Goulart (2003) observa que os recursos naturais sofrem uma forte pressão do sistema produtivo para a obtenção de matéria prima. Em Tommasi (1994), degradação ambiental no nível de mundo tem início quando as populações humanas intensificam suas atividades extrativistas, sejam: caça, pecuária, agricultura entre outros; toma como marco a revolução industrial, destacando que a quantidade e variedade dos resíduos lançados nos recursos naturais passam a partir de então ser cada vez maiores. 
Na década de 60, grandes projetos vinham sendo desenvolvidos na América do Norte, os estabelecimentos daqueles grandes projetos passaram a protestar através de movimentos ambientalistas contra derramamentos de petróleo, construção de grandes represas, rodovias, complexos industriais, usinas nucleares, projetos agrícolas e atividades de mineração. Com a iniciativa, surgiu o pensamento em que para a aprovação de projetos, não bastava apenas considerar os aspectos tecnológicos e exclusão das questões culturais e sociais, houve organização da sociedade civil com participação de diferentes segmentos e em 1969 surgiu nos Estados Unidos da América a legislação ambiental, que resultou na implantação do sistema de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), através do PL, 91-190: “National Environmental Policy Act (NEPA)”, que passou a vigorar a partir de 01 de janeiro de 1970; mais tarde adotado por outros países. O EIA tem sido uma ferramenta muito útil desde sua criação, com o objetivo de discutir o planejamento, permitindo tornar o projeto ambientalmente viável, minimizando assim efeitos indesejáveis tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente, evitando a implementação de projetos impróprios ou impactantes, criando soluções para os conflitos entre manter um ambiente saudável e permitir o desenvolvimento econômico e/ou progresso, conhecido também como desenvolvimento sustentável (Diodato, 2004; Goulart et al., 2003).
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No Brasil, o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foi o da Barragem e Usina Hidrelétrica de Sobradinho, localizada no rio São Francisco, estado da Bahia, em 1972 (Goulart et al., 2003), 14 anos após em 1986, o CONAMA estabelece os critérios básicos dos estudos de impactos ambientais no país (Diodato, 2004). Entende-se por impacto ambiental, qualquer alteração considerada significativa no meio ambiente, podendo ser em um ou mais dos componentes e estes provocados pela ação antrópica; um impacto ambiental é sempre consequência de uma ação (Peralta, 1997). 
O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definiu impacto ambiental na resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: 
I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; 
II - as atividades sociais e econômicas; 
III - a biota; 
IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; 
V - a qualidade dos recursos ambientais. 
A seguir, estão reunidas as resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA para a qualidade de água: 
 Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000. 
Correlações: Revoga os artigos 26 a 34 da Resolução CONAMA nº 20/86 (revogada pela Resolução CONAMA nº 357/05). Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras. 
 Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. 
Correlações: Alterada pela Resolução nº 410/2009 e pela nº 430/2011. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências. 
 Resolução CONAMA nº 370, de 6 de abril de 2006. 
Correlações: Altera a Resolução CONAMA nº 357/05 (prorroga o prazo previsto no art. 44). Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de
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lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005. 
 Resolução CONAMA nº 393, de 8 de agosto de 2007. 
Correlações: Complementa a Resolução CONAMA no 357/05 (art. 43, § 4o). Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências. 
 Resolução CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008. 
Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências. 
 Resolução CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008. 
Correlações: Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º do art. 34 da Resolução CONAMA nº 357/05 e acrescenta os § 6º e 7º. Alterada pela Resolução 410/09. Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes. 
 Resolução CONAMA nº 410, de 4 de maio de 2009. 
Correlações: Altera o art. 44 da Resolução nº 357/2005 e o art. 3º da Resolução nº 397/2008. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, e no art. 3º da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008. 
 Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. 
Correlações: Complementa e altera a Resolução nº 357/2005. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. 
As Resoluções supracitadas norteiam as diretrizes e bases legais para ações voltadas a qualidade das águas dos recursos hídricos.
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4. ÁREA DE ESTUDO - Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB 
O rio Beberibe tem sua nascente na APA Beberibe (Área de Proteção Ambiental Beberibe), criada em 2009 em decorrência do zoneamento ecológico econômico costeiro, localizada na cidade de Camaragibe em um planalto com aproximadamente 130 metros, a nascente está localizada especificamente no açude do Clube Sete Casuarinas no bairro de aldeia, contornado por um fragmento de mata atlântica, sob as coordenadas 25M 0277621 e UTM 9120922. Inicialmente formado pelo corpo d’água do rio Araçá, em zona habitacional rarefeita, as águas da nascente se juntam as águas do rio Pacas ainda em Camaragibe, essa confluência dão forças as águas e só a partir delas é que surge oficialmente o rio Beberibe (CPRH, 2011; Campos, 2008). 
Percorre 31 km da nascente até sua foz no Oceano Atlântico, abrangendo as cidades de Camaragibe, Recife (parte), Olinda e Paulista (parte); a bacia hidrográfica mede 79 Km2, conforme dados publicados no monitoramento executado anualmente pela Agência Estadual de Meio Ambiente/CPRH. A alta declividade, desmatamento e ocupação urbana das encostas de forma imprópria às margens do rio contribuem de maneira significativa com o processo erosivo, além de contribuir com a poluição do rio, considerado um dos mais poluídos de Pernambuco, situação ainda mais agravada pelo déficit de saneamento básico das cidades Camaragibe, Recife, Olinda e Paulista (Campos, 2008; Amorim, 2009). 
Os principais afluentes do rio Beberibe pela margem direita são: rio Morno, rio dos Macacos, canal do Vasco da Gama e córrego do Euclides, e pela margem esquerda temos: riacho do Abacaxi, também conhecido como Lava-Tripas e o canal da Malária. 
O rio Beberibe está dividido em alto Beberibe, trecho desde a nascente (Camaragibe) até a BR-101 (Recife), médio Beberibe da BR-101 (Recife) até o encontro com o rio Morno (também em Recife) e baixo Beberibe a partir da confluência com o rio Morno perpassando por Olinda e Paulista, até a desembocadura no Oceano Atlântico onde lança as suas águas na bacia portuária do porto da cidade do Recife (Campos, 2008; Amorim, 2009). 
Ao longo do rio Beberibe há áreas de proteção ambiental – APA Aldeia Beberibe (Camaragibe/ Recife/Paulista/Abreu e Lima/Igarassu/Araçoiaba/São Lourenço
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e Paudalho), Mata de Dois Irmãos (Recife), Mata de Dois Unidos (Zona norte do Recife) e Mata do Passarinho (Olinda), esses fragmentos de mata atlântica exercem um papel importante na conservação da qualidade das águas do Beberibe (Figura 3). No entanto, o uso inadequado do solo e das águas por atividades industriais na bacia contribuem com a poluição e perda da qualidade das águas do aqüífero Beberibe. 
O aqüífero Beberibe (Figura 04) tem sua geologia marcada pela presença de fontes de água mineral. Borba (2011) comenta suas características hidrogeológicas, diz que o aqüífero Beberibe na Região Metropolitana do Recife (RMR), ocorre nas regiões centro e norte do Recife e Olinda, com distintas características: no Recife predomina a condição de confinado a semi-confinado, encoberto por sedimentos do aqüífero de Boa Viagem, ainda como aqüífero livre no vale do rio Beberibe; em Olinda ocorre encoberto pelas formações Barreiras e Gramame. Limitado ao sul pelo aqüífero Cabo, com falhamento normal de direção N-S à oeste, ao norte se estende por toda faixa costeira até o limite com estado da Paraíba, se prologando na plataforma continental na direção leste. 
Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, o uso do solo é ocupado por áreas de mata atlântica, policultura, urbanização, indústrias e mangue, as águas da bacia são utilizadas para abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e recepção de efluentes industriais, as atividades desenvolvidas ao longo da bacia são as de produtos alimentícios, química, farmacêuticos e veterinários, ainda, bebidas, papel/papelão, metalúrgica e fábricas de sabões, velas e perfumaria (CPRH, 2010). 
As zonas de habitação ao longo da bacia do rio Beberibe, estão divididas em duas fisionomias: rarefeita, com os corpos d’água dos rios Araçá e do próprio Beberibe, da nascente até a estação da COMPESA em Guabiraba, as áreas habitadas ainda configuram uma ocupação média; passa a ser densa, com os corpos d’água dos rios Morno, Lava Tripas e novamente rio Beberibe, este quando na divisa das cidades de Recife e Olinda, no trecho denso há uma alta ocupação, constituída por áreas residenciais, comercias, industriais e da cornubação destes.
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Figura 3. Principais reservas ambientais inseridas na bacia hidrográfica do rio Beberibe. 
Edição de: Serafim Filho, março/2012. Fonte: Google Earth 1.3.
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Figura 4. Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa da Qualidade das Águas Superficiais - CPRH, 2009. 
Edição de: Josicleide Rodrigues, Janeiro/2010. Fonte: SUDENE/ITEP.
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5. MATERIAL E MÉTODOS 
5.1 COLETA E ANÁLISES DOS DADOS 
Esta pesquisa reuniu os dados constados nos relatórios da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e Gerência de Recursos Hídricos, disponíveis on-line em: http://www.cprh.pe.gov.br/monitoramento/bacias_hidrograficas/relatorio_bacias_hidrograficas; os dados extraídos são de coletas estratégicas de monitoramento desenvolvidas ao longo do alto, médio e baixo rio Beberibe nos anos de 2001 – 2010. As estações são monitoradas a cada dois meses e através dos resultados obtidos nos relatórios anuais, aplicou-se a cada relatório, uma perícia descritiva com o objetivo de examinar os fatos e reportar a autenticidade do serviço público executado. 
Os dados extraídos dos relatórios anuais de monitoramento do CPRH foram agrupados por ano, analisados e discutidos individualmente. Buscou-se a relação dos parâmetros aferidos nas estações de monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, incluindo os dados tidos como fora de classe, com o estabelecido nas Resoluções que contemplam a qualidade da água. 
Para respaldar a perícia aplicada aos dados constados no relatório de monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, a pesquisa contou ainda com a aplicação de um checklist adaptado por Serafim-Filho (2011), previamente testado para identificar impactos ambientais às margens de ambientes aquáticos de água doce. Os checklist’s foram aplicados nos mesmos pontos (estações), citados nos relatórios do CPRH. O checklist aplicado foi elaborado em uma atividade piloto no açude de Apipucos, situado na cidade do Recife, consiste em um formulário desenvolvido a fim de obter informações de forma rápida e com alto padrão de riqueza sobre os principais impactos causados às margens de ambientes aquáticos de água doce, contribuindo com a identificação e agrupamento dos impactos pelo tipo e procedência; dados sobre percepção de impactos na beleza cênica, atividades comerciais, concentrações humanas, construções, disponibilidade para consumo de produtos, entulhos, favelas, lançamentos de esgotos domésticos, comercial e industrial, tipos de lixos acumulados e outros são registrados no formulário, seguido da mensuração de acordo com a intensidade através dos critérios proposto por estudos desenvolvidos por Ceotma (1984); Rohde (1988);
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Queiróz (1993); Pires (1993), revistos e aplicados em Marcelino et al., (2000) e Serafim-Filho (2011), atribuindo valores quanto a existência ou inexistência de interferência no meio ambiente e da classificação dos impactos em pouco, médio e agudo. 
Os Dados adquiridos através do checklist foram tratados através do Índice de Qualidade Ambiental (IQA), obtidos com base na equação: IQA = (Pt–Pi)/Pt. Sendo Pt: somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada margem (direita e esquerda), em caso hipotético de todos os elementos apresentarem o nível máximo correspondente (valor = 3), no caso, 43 elementos do checklist multiplicado por 3 (ou 3 = peso máximo individual x 43 = total de elementos do checklist, logo 3x43 = 129), e Pi: somatório real dos pesos dos elementos do checklist em cada margem. Supondo valor hipotético igual a 73 para Pi, logo a equação seria desenvolvida da seguinte forma: IQA = (Pt-Pi)/Pt, IQA = (129-73)/129 = 0,43. Os índices obtidos dessa maneira variam entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); 0 = máxima degradação ambiental; 1 = excelente qualidade ambiental. Valores > 0 < 1 apresentam variações que vão desde melhores condições ambientais até níveis críticos de qualidade ambiental respectivamente (Serafim-Filho, 2011; Marcelino et al., 2000). 
Para os resultados obtidos no monitoramento de 2010, houve a associação dos resultados com os impactos ambientais observados em cada estação através do IQA (Índice de Qualidade Ambiental), inventariados por meio da aplicação do checklist, os dados comparados devem contribuir com o estudo de impacto ambiental, colaborando com a associação da causa e/ou ação antrópica.
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Qualidade da Água
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6. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2001) 
Segue os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2001: temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), amônia (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100mL), sólidos totais dissolvidos (S.T.D. mg/L), saturação de oxigênio dissolvido (Sat. de O.D. mg/L) e percentual de saturação de oxigênio dissolvido (% Sat. de O.D.). Dados obtidos para as estações BE2-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE2-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE3-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE2-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE3-50 (Ponte de acesso a Peixinhos). 
Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época, correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente, compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe, tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares, química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda, perfumes, sabões e velas (CPRH, 2001). 
A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros, meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA vigente expresso em vermelho e discutido.
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6.1 ESTAÇÃO BE2-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) 
Correlacionando os dados apresentados no quadro 1 com os limites estabelecidos nas resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente/CONAMA para qualidade da água, pode-se concluir que os parâmetros monitorados na estação BE2-11, no conjunto básico (temperatura, pH, O.D., D.B.O., condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo, ainda, coliformes fecais), para o ano de 2001, apresentaram alguns valores fora de classe, valores estes estabelecidos para a época na Resolução 20/86, que teve os artigos de 26 ao 34 revogados pela Resolução 274/00, hoje totalmente revogada pela Resolução 357/05, recentemente alterada pelas Resoluções 410/2009 e 430/11. 
As águas da estação BE2-11 estão classificadas em classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, Quadro 1 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. 
Parâmetro 
Unid. 
Padrão 
Meses das coletas 
Fev. 
01/02 
10:50 
Abr. 
05/04 
11:00 
Jun. 
13/06 
10:00 
Ago. 
02/08 
9:35 
Out. 
10/10 
9:30 
Dez. 
- 
- 
Temperatura 
ºC 
- 
27,0 
27,0 
25,0 
26,0 
27,0 
- 
pH 
- 
6 – 9 
6,1 
6,5 
6,4 
6,5 
5,9 
- 
O.D. 
mg/L 
> 5 
3,1 
2,1 
5,0 
3,2 
2,1 
- 
D.B.O. 
mg/L 
< 5 
4,2 
10,4 
3,1 
3,8 
2,3 
- 
Cond. Elétrica 
μS/cm 
- 
139 
210 
86 
156 
206 
- 
Cloreto 
mg/L 
250 
24 
30 
12 
25 
30 
- 
Amônia 
mg/L 
0,5 
3,17 
4,11 
0,50 
- 
- 
- 
Fósforo 
mg/L 
0,025 
0,21 
0,35 
0,35 
0,26 
0,45 
- 
Coli. Fecais 
NMP/100 ml 
1000 
- 
400 
- 
3600 
- 
- 
S.T.D. 
mg/L 
500 
93 
140 
57 
104 
137 
- 
Sat. de O.D. 
mg/L 
- 
8,0 
8,0 
8,3 
8,1 
8,0 
- 
% Sat. de O.D. 
% 
- 
39 
26 
60 
40 
26 
- 
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-11 Classe: 2 Local: Antiga captação da COMPESA, em Caixa D’Água, na cidade de Olinda.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
37 
jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aquicultura e à atividade de pesca (CONAMA 357, 2005). 
Os dados fora de classe para a estação BE2-11, como alteração no pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais podem estar associados ao carreamento de terras agrícolas adubadas e a lançamento de esgotos, não necessariamente no trecho da estação BE2-11, no entanto as cargas provavelmente podem ter sido carreadas e captadas pelo corpo d’água de áreas circunvizinhas.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
38 
6.2 ESTAÇÃO BE2-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) 
As águas da estação BE2-30 também estão classificadas em classe 2, de acordo com Resolução CONAMA 357/2005, os parâmetros monitorados com dados fora de classe foram: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, com valores fora do padrão estabelecido. 
Considerando o desenho experimental de execução para o monitoramento desenvolvido pelo CPRH, que consiste em coleta bimensal para o conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo) e quadrimensal para coliformes fecais, podendo ser observado no quadro 2, que os parâmetros encontram-se fora de padrão em todas as coletas, sugerindo constante a frequência para os dados monitorados na estação BE2-30. 
Quadro 2 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. 
Parâmetro 
Unid. 
Padrão 
Meses das coletas 
Fev. 
01/02 
11:35 
Abr. 
05/04 
10:30 
Jun. 
13/06 
9:30 
Ago. 
02/08 
10:20 
Out. 
10/10 
10:10 
Dez. 
04/12 
10:00 
Temperatura 
ºC 
- 
28,5 
28,0 
26,0 
25,0 
29,0 
29,0 
pH 
- 
6 – 9 
6,7 
6,7 
6,6 
6,9 
6,3 
6,6 
O.D. 
mg/L 
> 5 
0,0 
0,0 
2,6 
0,0 
0,0 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
< 5 
36,2 
23,8 
12,6 
27,3 
87,6 
23,2 
Cond. Elét. 
μS/cm 
- 
458 
374 
312 
233 
438 
428 
Cloreto 
mg/L 
250 
73 
66 
40 
36 
60 
61,8 
Amônia 
mg/L 
0,5 
14,0 
12,1 
2,35 
- 
- 
- 
Fósforo 
mg/L 
0,025 
1,3 
1,0 
0,47 
1,94 
1,34 
1,47 
Coli. Fecais 
NMP/100 ml 
1000 
- 
17000 
- 
7000 
- 
160000 
S.T.D. 
mg/L 
500 
305 
249 
208 
155 
292 
285 
Sat. de O.D. 
mg/L 
- 
7,8 
7,8 
8,1 
8,3 
7,7 
7,7 
% Sat. de O.D. 
% 
- 
0 
0 
32 
0 
0 
0 
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-30 Classe: 2 Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
39 
6.3 ESTAÇÃO BE3-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA) 
As águas da estação BE3-35 possuem enquadramento na classe 3, de acordo com Resolução CONAMA 357/05, são águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de animais (CONAMA 357, 2005). 
Os padrões estabelecidos nos parâmetros analisados para as águas enquadradas na classe 3, possuem limites maiores para oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e coliformes fecais, ainda assim, os dados para estes parâmetros estão fora do padrão estabelecido (Quadro 3). Por se tratar de uma estação próxima a indústria e servir como receptora de efluentes industriais, tais situações possam vir ser o responsável pela poluição causada no trecho do recurso hídrico, ainda da drenagem de fontes alóctones, que contribuem com o aumento da carga poluidora na estação BE3-35. Fontes alóctones, nada mais são que cargas carreadas para um lugar distinto de sua origem. Quadro 3 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE3-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. 
Parâmetro 
Unid. 
Padrão 
Meses das coletas 
Fev. 
01/02 
12:20 
Abr. 
05/04 
11:30 
Jun. 
13/06 
10:40 
Ago. 
02/08 
11:10 
Out. 
10/10 
11:20 
Dez. 
04/12 
11:00 
Temperatura 
ºC 
- 
29,0 
28,0 
25,0 
26,0 
28,0 
29,0 
pH 
- 
6 – 9 
6,7 
6,5 
6,6 
6,8 
6,2 
6,7 
O.D. 
mg/L 
> 4 
0,9 
1,0 
3,6 
0,0 
1,3 
1,1 
D.B.O. 
mg/L 
< 10 
20,3 
15,4 
9,5 
32,6 
19,3 
13,1 
Cond. Elét. 
μS/cm 
- 
328 
338 
136 
256 
330 
364 
Cloreto 
mg/L 
250 
54 
51 
19 
36 
47 
52 
Amônia 
mg/L 
0,5 
20,5 
7,5 
0,9 
- 
- 
- 
Fósforo 
mg/L 
0,025 
0,98 
0,69 
0,80 
1,48 
0,88 
1,16 
Coli. Fecais 
NMP/100 ml 
4000 
- 
3100 
- 
9000 
- 
160000 
S.T.D. 
mg/L 
500 
219 
225 
90 
171 
220 
243 
Sat. de O.D. 
mg/L 
- 
7,7 
7,8 
8,3 
8,1 
7,8 
7,7 
% Sat. de O.D. 
% 
- 
12 
13 
43 
0 
17 
14 
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE3-35 Classe: 3 Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebida Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
40 
6.4 ESTAÇÃO BE2-45 (PONTE DA AV. PRESIDENTE KENNEDY) 
Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, a estação BE2-45 está situada na ponte da Avenida Presidente Kennedy, na cidade de Olinda, especificamente no Riacho Lava Tripa. Apresenta valores fora de estabelecido em resolução vigente para o ano de 2001. 
A estação está localizada em área de ocupação urbana, comercial e industrial, o uso da água envolve desde abastecimento público até recepção de efluentes domésticos, comerciais e industriais, que acarreta no aporte de nutrientes associados ao despejo de efluentes. Os efluentes despejados provavelmente justificam os elevados níveis dos parâmetros monitorados fora do padrão (Quadro 4), com exceção do pH que se manteve dentro de padrão e oxigênio dissolvido, com padrão decretado em uma quantidade > 5 mg/L, e que na estação apresentou valores muito inferiores, tais valores podem estar correlacionados a alta carga de matéria orgânica que contribuem com a eutrofização artificial, acarretada pelo enriquecimento de um corpo de água por nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio (Smith & Schindler, 2009). A eutrofização influência a proliferação de algas, aumentando a produtividade e biomassa algal, e na redução da diversidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias (Apeldoorn et al., 2007). Quadro 4 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. 
Parâmetro 
Unid. 
Padrão 
Meses das coletas 
Fev. 
- 
- 
Abr. 
05/04 
12:30 
Jun. 
13/06 
11:20 
Ago. 
02/08 
11:50 
Out. 
10/10 
11:40 
Dez. 
04/12 
11:25 
Temperatura 
ºC 
- 
- 
29,0 
26,0 
26,0 
28,0 
30,0 
pH 
- 
6 – 9 
- 
6,9 
6,9 
6,9 
6,5 
6,7 
O.D. 
mg/L 
> 5 
- 
0,0 
1,8 
0,8 
0,0 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
< 5 
- 
20,0 
26,8 
9,3 
19,0 
24,0 
Cond. Elét. 
μS/cm 
- 
- 
505 
404 
435 
507 
454 
Cloreto 
mg/L 
250 
- 
81 
54 
60 
60 
57 
Amônia 
mg/L 
0,5 
- 
15,0 
4,0 
- 
- 
- 
Fósforo 
mg/L 
0,025 
- 
1,57 
0,78 
0,78 
1,16 
1,16 
Coli. Fecais 
NMP/100 ml 
1000 
- 
17000 
- 
160000 
- 
160000 
S.T.D. 
mg/L 
500 
- 
337 
269 
290 
338 
303 
Sat. de O.D. 
mg/L 
- 
- 
7,7 
8,1 
8,1 
7,8 
7,6 
% Sat. de O.D. 
% 
- 
- 
0 
22 
10 
0 
0 
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-45 Classe: 2 Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
41 
6.5 ESTAÇÃO BE3-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS) 
A estação BE3-50, situada na divisa das cidades de Olinda e Recife, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos, possui as águas enquadradas na classe 3. Os padrões: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais apresentaram resultados fora do padrão praticamente para todas as coletas, com exceção da leitura para demanda bioquímica de oxigênio em junho, que apresentou valor igual a 4,7 mg/L de D.B.O., com padrão estabelecido em <10 mg/L para águas de classe 3, estabelecido em Resolução CONAMA vigente para a época. 
Os valores fora de classe para os parâmetros observados (Quadro 5), não diferentes das outras estações, indicam poluição por lançamento de efluentes domésticos, de acordo com o CPRH essas poluições são oriundas de bairros da cidade de Olinda e Recife, tendo suas cargas poluidoras constantemente drenadas para o trecho do rio Beberibe que por sua vez compõe a bacia hidrográfica do Rio Beberibe, trecho antes de desaguar no oceano atlântico. 
Quadro 5 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE3-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. 
Parâmetro 
Unid. 
Padrão 
Meses das coletas 
Fev. 
01/02 
13:00 
Abr. 
05/04 
12:00 
Jun. 
13/06 
11:50 
Ago. 
02/08 
12:40 
Out. 
10/10 
12:30 
Dez. 
04/12 
12:10 
Temperatura 
ºC 
- 
29,0 
30,0 
26,0 
27,0 
29,0 
29,0 
pH 
- 
6 – 9 
5,4 
6,8 
6,8 
6,8 
6,3 
6,8 
O.D. 
mg/L 
> 4 
1,3 
1,4 
1,6 
0,0 
0,0 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
< 10 
13,9 
12,4 
4,7 
17,8 
49,9 
16,5 
Cond. Elét. 
μS/cm 
- 
438 
435 
238 
347 
449 
466 
Cloreto 
mg/L 
250 
62 
67 
29 
51 
55 
59 
Amônia 
mg/L 
0,5 
14,3 
8,7 
3,5 
- 
- 
- 
Fósforo 
mg/L 
0,025 
1,19 
0,64 
0,62 
0,97 
1,53 
1,64 
Coli. Fecais 
NMP/100 ml 
4000 
- 
9000 
- 
160000 
- 
160000 
S.T.D. 
mg/L 
500 
292 
290 
159 
231 
299 
311 
Sat. de O.D. 
mg/L 
- 
7,7 
7,6 
8,1 
8,0 
7,7 
7,7 
% Sat. de O.D. 
% 
- 
17 
18 
20 
0 
0 
0 
Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE3-50 Classe: 3 Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
42 
6.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Para o ano de 2001, as estações monitoradas na bacia hidrográfica do rio Beberibe, de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais, apresentaram valores para pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em sua maioria fora do padrão estabelecido. 
Tanto a ocupação do solo, quanto o uso da água na bacia hidrográfica do rio Beberibe contribuem para o não enquadramento no padrão estabelecido, uma vez que o solo é ocupado por áreas urbanas e industriais, ainda, de atividades envolvendo a policultura, tendo o uso das águas voltado ao abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e efluentes industriais (CPRH, 2001). 
Trechos dos principais constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, recebem cargas poluidoras diariamente, tais cargas oriundas das ocupações urbanas devido ao baixo índice de saneamento ambiental e ineficiente rede coletora de esgotos, associada a cargas poluidoras de atividades industriais contribuem de forma direta com a perda da qualidade das águas, sendo necessárias ações públicas com a iniciativa de mitigar os efeitos causados nos recursos hídricos que constituem a bacia hidrográfica do rio Beberibe.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
43 
7. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2002) 
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2002: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12 meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. 
É importante salientar que as estações de monitoramento, executada pela Agência Estadual de Meio Ambiente, tem as definições dos locais de amostragem justificada no objetivo envolvido, levando em consideração a avaliação do desempenho do sistema de tratamento, atendimento aos padrões estabelecidos na legislação vigente, obtenção de informações para elaboração de um sistema de tratamento das águas de forma adequada, implantação de medidas de prevenção à poluição (ANA, 2011). 
De acordo com a Agência Nacional de Águas, os efluentes líquidos podem ser classificados de acordo com sua origem em: a) efluentes industriais, b) efluentes industriais em esgotos domésticos, c) efluentes de plantas de incineração de resíduos sólidos e d) efluentes percolados gerados em aterros sanitários e industriais (ANA, 2011). 
É perceptível que o tipo de efluente captado pelos corpos d’água que compõe a bacia hidrográfica do rio Beberibe, são considerados efluentes mistos (industriais e domésticos), a presença de efluentes industriais misturados ao esgoto doméstico necessitam de cuidados quanto aos parâmetros adotados para o monitoramento.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
44 
7.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) 
Mesmo que não estabelecido a classe para os meses de fevereiro, abril, junho e agosto, a estação BE-11 possui suas águas enquadradas na classe 2, justificado pela teor de salinidade mensurados nos meses de outubro e dezembro. O aspecto da água manteve-se turvo ao logo do ano, com materiais flutuantes ausentes nos meses de junho e agosto e presente para os demais, óleos e graxas estiveram ausentes em todas as coletas, a vegetação esparsa e intensa pode estar associada ao processo de revitalização da estação monitorada, condições do tempo oscilaram ao longo do ano, tendo coletas com tempo ensolarado, encoberto e de chuva intensa, o que explica o alto índice de oxigênio dissolvido no mês junho, por consequência a demanda bioquímica de oxigênio também se manteve dento do padrão, para os demais meses O.D. e D.B.O., apresentaram valores fora do padrão, o mesmo foi observado para a carga de fósforo nos meses de agosto, setembro e outubro, coliformes fecais apresentaram limites excedido nos meses de agosto e dezembro (Quadro 6). Quadro 6 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
07/02 
10:15 
Abr. 
04/04 
10:40 
Jun. 
06/06 
12:05 
Ago. 
07/08 
10:30 
Out. 
09/10 
10:05 
Dez. 
02/12 
12:15 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
P 
A 
A 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VE 
VI 
VI 
VI 
VI 
VI 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENC 
CHI 
ENS 
ENC 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
A 
P 
A 
A 
A 
A 
Resíduo Sólido 
- 
P 
P 
A 
A 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
27 
29 
26 
28 
26 
26 
pH 
- 
5,7 
6,5 
7,1 
6,2 
6,2 
6,2 
O.D. 
mg/L 
1,1 
0,5 
5,7 
1,9 
0,9 
2,3 
D.B.O. 
mg/L 
6,9 
18,2 
2,7 
5,4 
7,5 
9,6 
Cond. Elét. 
μS/cm 
222 
253 
95 
179 
193 
216 
Cloreto 
mg/L 
29 
33 
11 
25 
27 
29 
Fósforo 
mg/L 
- 
- 
- 
0,33 
0,35 
0,52 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
600 
- 
160000 
- 
160000 
Salinidade 
0/00 
- 
- 
- 
- 
0,1 
0,1 
Classe 
- 
- 
- 
- 
- 
2 
2 
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-11 Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
45 
7.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) 
Os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais apresentaram valores fora de padrão, as águas da estação BE-30 estão enquadradas na classe 2, o aspecto da água manteve-se turvo em todo o ano, com matérias flutuantes ausentes apenas para o mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, vegetação intensa e esparsa ao longo do ano, indicando possibilidade de revitalização e capinamento com mais frequência; condições do tempo de ensolarado a encoberto e com chuva intensa, a poluição por esgoto foi observada na estação em todas as coletas, resíduo sólido ausente em junho e presente nos demais meses, a temperatura apresentou mínima de 25°C e máxima de 30°C, pH com valores dentro do padrão para os meses de abril, junho, outubro e dezembro, com valores < 6 em fevereiro e agosto, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo totalmente fora de classe, coliformes fecais apresentaram limites > 1000 NMP/100ml, estando também fora do padrão estabelecido (Quadro 7). Quadro 7 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
07/02 
09:40 
Abr. 
04/04 
10:20 
Jun. 
06/06 
12:40 
Ago. 
07/08 
14:00 
Out. 
09/10 
09:30 
Dez. 
02/12 
12:30 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VI 
VE 
VI 
VE 
VI 
VI 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENC 
CHI 
ENC 
ENC 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Resíduo Sólido 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
28 
30 
25 
28 
25 
30 
pH 
- 
5,8 
6,6 
6,9 
5,9 
6,6 
6,2 
O.D. 
mg/L 
0,0 
0,6 
4,6 
1,5 
1,6 
1,3 
D.B.O. 
mg/L 
19,0 
41,7 
9,2 
10,7 
23,1 
22,9 
Cond. Elét. 
μS/cm 
430 
375 
116 
416 
364 
410 
Cloreto 
mg/L 
59 
56 
11 
58 
49 
55 
Fósforo 
mg/L 
- 
- 
- 
0,88 
1,09 
1,08 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
810 
- 
160000 
- 
160000 
Salinidade 
0/00 
- 
- 
- 
- 
0,2 
0,2 
Classe 
- 
- 
- 
- 
- 
2 
2 
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-30 Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
46 
7.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA) 
Como observado no quadro 8, o aspecto da água manteve-se turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e dezembro, ausente no mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, a vegetação na estação BE-35 apresentou-se hora esparsa, hora intensa, indicando ações de revitalização no trecho, tempo ensolarado (fevereiro, abril e dezembro), chuva intensa (junho) e encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto detectável ao longo do ano, resíduo sólido presente, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 30°C, pH com valores fora do padrão para o mês de fevereiro e agosto, oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio totalmente fora do padrão, seguido da carga de fósforo, coliformes fecais com limite excedido para os meses de outubro e dezembro, vale salientar que as coletas de monitoramento ocorrem de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais (Quadro 8). Quadro 8 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
07/02 
11:25 
Abr. 
04/04 
11:00 
Jun. 
06/06 
12:35 
Ago. 
07/08 
11:30 
Out. 
09/10 
10:40 
Dez. 
02/12 
11:10 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VI 
VE 
VI 
VE 
VI 
VI 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENS 
CHI 
ENC 
ENC 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Resíduo Sólido 
- 
P 
P 
A 
P 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
28 
30 
26 
27 
26 
28 
pH 
- 
5,7 
6,6 
7,0 
5,9 
6,6 
6,3 
O.D. 
mg/L 
0,0 
0,9 
4,0 
0,9 
0,7 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
14,5 
18,0 
8,5 
14,2 
15,3 
13,0 
Cond. Elét. 
μS/cm 
327 
337 
109 
313 
314 
334 
Cloreto 
mg/L 
42 
47 
11 
39 
39 
42 
Fósforo 
mg/L 
- 
- 
- 
0,74 
0,70 
0,79 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
600 
- 
160000 
- 
160000 
Salinidade 
0/00 
- 
- 
- 
- 
0,2 
0,2 
Classe 
- 
- 
- 
- 
- 
2 
2 
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-35 Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de bebidas Antártica.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
47 
7.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY) 
As variações dos parâmetros na estação BE-45 (Quadro 9), traz resultados diferenciados das outras estações, não houve coleta para o mês de fevereiro, o aspecto da água se manteve turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes (abril, agosto, outubro e dezembro), e ausentes (junho), óleos e graxas sempre ausentes, vegetação esparsa (abril e agosto), e intensa (junho, outubro e dezembro), tempo ensolarado (abril e dezembro), com chuva intensa em junho, e tempo encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto presente nos meses de abril, agosto e dezembro, ausente nos meses de junho e outubro, provavelmente por ações das chuvas, resíduos sólidos ausente em junho, e presente para os demais meses do ano, a temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de 31°C, o pH e oxigênio dissolvido com valores dentro do padrão em todas as coletas, ao contrário da demanda bioquímica de oxigênio que apresentou valores dentro do padrão apenas para o mês de junho, a carga de fósforo ultrapassou 0,050 mg/L em todas as coletas, coliformes fecais com limite excedido. Quadro 9 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
- 
- 
Abr. 
04/04 
11:15 
Jun. 
06/06 
13:00 
Ago. 
07/08 
12:15 
Out. 
09/10 
11:25 
Dez. 
02/12 
10:45 
Aspecto da água 
- 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
- 
P 
A 
P 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
- 
VE 
VI 
VE 
VI 
VI 
Condições do Tempo 
- 
- 
ENS 
CHI 
ENC 
ENC 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
- 
P 
A 
P 
A 
P 
Resíduo Sólido 
- 
- 
P 
A 
P 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
- 
31 
26 
29 
26 
30 
pH 
- 
- 
7,0 
6,8 
6,5 
6,1 
6,3 
O.D. 
mg/L 
- 
0,8 
4,2 
1,0 
1,2 
1,5 
D.B.O. 
mg/L 
- 
21,8 
4,7 
10,0 
19,9 
19,1 
Cond. Elét. 
μS/cm 
- 
432 
173 
429 
418 
419 
Cloreto 
mg/L 
- 
56 
18 
54 
55 
56 
Fósforo 
mg/L 
- 
- 
- 
0,89 
0,64 
0,84 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
7000 
- 
160000 
- 
3800 
Salinidade 
0/00 
- 
- 
- 
- 
0,2 
0,2 
Classe 
- 
- 
- 
- 
- 
2 
2 
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-45 Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
48 
7.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS) 
Para a estação BE-50 (Quadro 10), dos parâmetros obtidos, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais, apresentaram valores fora do padrão, os demais parâmetros analisados estão enquadrados no estabelecido em resolução. Para a estação BE-50, os parâmetros estabelecidos foram monitorados em todos os meses do ano, aplicam-se a estação as mesmas observações na estação anterior, à exceção do seguinte: pH apresentou valor <6 em fevereiro, estando fora do padrão, oxigênio dissolvido e demando bioquímica de oxigênio estiveram fora do padrão ao longo de todo o ano, a carga de fósforo com valores superiores ao previsto em resolução, de 0,050 mg/L de P, e coliformes fecais excede limite tolerado de 1000 NMP/100ml, tendo suas cargas oscilando de 1700 (abril), 160000 (agosto), e 28000 (dezembro). 
Quadro 10 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
07/02 
11:25 
Abr. 
04/04 
11:30 
Jun. 
06/06 
13:20 
Ago. 
07/08 
12:50 
Out. 
09/10 
12:10 
Dez. 
02/12 
11:35 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
P 
P 
P 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VE 
VE 
VE 
VE 
VI 
VI 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENS 
CHI 
ENS 
ENC 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
A 
P 
A 
P 
P 
P 
Resíduo Sólido 
- 
P 
P 
P 
P 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
28 
31 
26 
29 
26 
30 
pH 
- 
5,8 
6,9 
7,3 
6,4 
6,6 
6,4 
O.D. 
mg/L 
0,0 
0,0 
3,8 
0,0 
0,0 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
16,2 
28,9 
4,9 
14,3 
18,5 
14,9 
Cond. Elét. 
μS/cm 
491 
418 
111 
406 
416 
418 
Cloreto 
mg/L 
55 
54 
11 
49 
54 
54 
Fósforo 
mg/L 
- 
- 
- 
1,02 
1,03 
1,25 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
1700 
- 
160000 
- 
28000 
Salinidade 
0/00 
- 
- 
- 
- 
0,2 
0,2 
Classe 
- 
- 
- 
- 
- 
2 
2 
L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-50 Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
49 
7.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
Para o ano de 2002, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos e industriais como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de coliformes fecais em todas as estações. 
O baixo teor de oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L de O.D., associado a baixa demanda bioquímica de oxigênio de até 41,4 mg/L de D.B.O., corroboram tais conclusões, uma vez que esses parâmetros e seus limites sofrem influência direta quando há entrada de matéria orgânica, contribuindo para baixar a concentração de oxigênio dissolvido na água (ANA, 2011; Smith & Schindler, 2009; Silva et al., 2000). 
As cargas de fósforo ao longo do ano e em todas as estações, apresentam valores superiores a 0,050 mg/L para as águas enquadradas na classe 2, altas cargas de fósforo unidas a cargas de nitrogênio contribuem com a eutrofização artificial de um corpo d’água, a eutrofização resulta no aumento de produtividade da comunidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias, com potencial capacidade de lançar no meio hídrico as cianotoxinas (Apeldoorn et al., 2007). 
Logo, pode-se afirmar que as águas que constituíram a bacia hidrográfica do rio Beberibe em 2002, encontraram-se comprometidas e houve lançamentos de esgoto doméstico em toda a sua extensão, seguido de lançamentos de efluentes industriais em partes, percebidos em algumas estações e comprovado pelo uso da água, que tem seu fim tanto para abastecimento, quanto para recepção de efluentes, estes sendo de natureza doméstica e industrial.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
50 
8. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2003) 
Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2003: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12 meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. 
Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época, correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente, compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe, tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares, química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda, perfumes, sabões e velas (CPRH, 2003). 
As águas monitoradas possuem o enquadramento na classe 2, para águas doces em todas as estações, destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas e c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; revogada pela Resolução CONAMA 357, de 2005. 
A seguir estão discutidos os parâmetros e a correspondência ao padrão esperado em cada estação de monitoramento para o ano de 2003, os dados foram agrupados em quadros e valores fora de classe, estão indicados em vermelho.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
51 
8.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) 
De acordo com o quadro 11, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto, e ausente nos meses de abril, outubro e dezembro, óleos e graxas sempre ausente na estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa, vegetação intensa observada apenas no mês de fevereiro, condições do tempo sempre ensolarado nos meses e datas em que foram realizadas as coletas, a poluição por esgoto esteve presente nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro, estando ausente apenas para o mês de dezembro, foi observado a presença de resíduo solido nos meses de fevereiro, junho e agosto, e ausente para os demais meses, a temperatura da água apresentou mínima de 25°C, e máxima de 28°C, pH apresentou valores fora de classe apenas para o mês de dezembro, a demanda de oxigênio dissolvido também apresentou valores fora de classe nos meses de fevereiro, abril, junho e agosto, e limite excedido da demanda bioquímica de oxigênio em fevereiro e abril, as cargas de fósforo e coliformes fecais também apresentaram valores fora do padrão, demais parâmetros seguem no estabelecido. Quadro 11 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2003. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
05/02 
10:10 
Abr. 
03/04 
10:35 
Jun. 
06/06 
10:35 
Ago. 
14/08 
10:10 
Out. 
02/10 
10:15 
Dez. 
02/12 
09:50 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
A 
P 
P 
A 
A 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VI 
VE 
VE 
VE 
VE 
VE 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
P 
P 
P 
P 
P 
A 
Resíduo Sólido 
- 
P 
A 
P 
P 
A 
A 
Temperatura 
ºC 
27 
28 
26 
25 
25 
25 
pH 
- 
6,2 
6,3 
6,6 
6,7 
6,3 
5,6 
O.D. 
mg/L 
1,6 
1,0 
3,0 
0,6 
7,4 
8,0 
D.B.O. 
mg/L 
8,4 
11,4 
4,4 
4,5 
2,0 
3,2 
Cond. Elét. 
μS/cm 
272 
279 
281 
207 
64 
61 
Cloreto 
mg/L 
29 
34 
33 
28 
13 
12 
Fósforo 
mg/L 
0,60 
0,79 
0,59 
0,39 
ND 
ND 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
- 
- 
160000 
- 
200 
Salinidade 
0/00 
0,1 
0,1 
0,1 
0,1 
0,1 
0,1 
Classe 
- 
2 
2 
2 
2 
2 
2 
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003 Estação: BE-11 Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 
52 
8.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) 
Na estação BE-30 (Quadro 12), o aspecto da água sempre turvo, materiais flutuantes ausentes no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas não observados, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa nos demais meses (abril, junho, agosto, outubro e dezembro), condições do tempo ensolarado em todas as coletas, poluição por esgoto sempre presente, seguido da presença de resíduo sólidos, observado ausente apenas no mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C, o pH apresentou valores dentro do padrão em todas as coletas, já oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio, com valores fora de classe ao longo do ano, seguido de fósforo e coliformes fecais que também apresentam valores fora do estabelecido, demais parâmetros apresentaram valores dentro do padrão para águas doces de classe 2. 
Quadro 12 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2003. 
Parâmetro 
Unid. 
Meses das coletas 
Fev. 
05/02 
09:45 
Abr. 
03/04 
10:10 
Jun. 
06/06 
10:00 
Ago. 
14/08 
09:30 
Out. 
02/10 
09:40 
Dez. 
02/12 
09:05 
Aspecto da água 
- 
T 
T 
T 
T 
T 
T 
Materiais Flutuantes 
- 
P 
A 
P 
P 
P 
P 
Óleos e Graxas 
- 
A 
A 
A 
A 
A 
A 
Vegetação 
- 
VI 
VE 
VE 
VE 
VE 
VE 
Condições do Tempo 
- 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
ENS 
Poluição por Esgoto 
- 
P 
P 
P 
P 
P 
P 
Resíduo Sólido 
- 
P 
A 
P 
P 
P 
P 
Temperatura 
ºC 
27 
28 
26 
26 
28 
29 
pH 
- 
6,1 
6,3 
6,4 
6,9 
7,1 
6,6 
O.D. 
mg/L 
0,8 
0,4 
1,4 
0,0 
0,0 
0,0 
D.B.O. 
mg/L 
14,0 
18,7 
13,5 
19,2 
17,9 
10,3 
Cond. Elét. 
μS/cm 
465 
517 
428 
420 
412 
428 
Cloreto 
mg/L 
52 
75 
61 
60 
59 
52 
Fósforo 
mg/L 
1,01 
1,36 
1,39 
1,64 
1,60 
1,53 
Coli. Fecais 
NMP/100ml 
- 
- 
- 
30000 
- 
160000 
Salinidade 
0/00 
0,2 
0,3 
0,2 
0,2 
0,2 
0,2 
Classe 
- 
2 
2 
2 
2 
2 
2 
T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003 Estação: BE-30 Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
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  • 1. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 1
  • 2. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 2 GILVAN LOPES SERAFIM FILHO DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. Recife, Pernambuco, Brasil. 2012
  • 3. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 3 GILVAN LOPES SERAFIM FILHO DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. Recife, Pernambuco, Brasil. 2012 Monografia apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Perícia e Auditoria Ambiental da Faculdade Frassinette do Recife, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Especialista. Orientadora: Profa. Dra. Alba de Oliveira Lemos.
  • 4. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 4 DIAGNÓSTICO DA QUALIDADE DAS ÁGUAS, PERCEPÇÃO DE RISCOS POR LANÇAMENTO DE ESGOTOS SANITÁRIOS E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE. GILVAN LOPES SERAFIM FILHO MONOGRAFIA DEFENDIDA E APROVADA EM ____/____/2012 BANCA EXAMINADORA ____________________________________________ Dra. Alba de Oliveira Lemos (Orientadora) Unidade Regional de Controle da Qualidade da Água URCQA/Funasa _____________________________________ Dra. Sandra Regina Coordenação da Pós-graduação Faculdade Frassinette do Recife/FAFIRE Recife, Pernambuco, Brasil. 2012
  • 5. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 5 Não julgue o livro pela capa Ou simplesmente por ter ouvido a versão de algum leitor Leia o livro, conheça-o, Assim, saberás do que se trata E terás conclusões próprias e consolidadas Não apenas, as versões de outros... (Serafim-Filho)
  • 6. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 6 Dedico aos meus queridos pais: Jemima de Oliveira Serafim & Gilvan Lopes Serafim. (Amo vocês!)
  • 7. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 7 AGRADECIMENTOS - Ao meu Deus Pai (Jeová), seu Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo, sou grato a santíssima TRINDADE por nunca ter me desamparado e pelas bênçãos que me faz alcançar. - Ao Universo o meu muito obrigado. Acredito no segredo da conexão e na força do pensamento – o pensar, o imaginar e o agir atrai e torna as coisas possíveis. - A minha família pelo apoio e entusiasmo no necessário para ir em busca de meus sonhos - Gilvan (Pai), Jemina (Mãe), Gilvânia e Gerlane (Irmãs), dedico essa pesquisa à vocês. - Em especial a minha Mãe (Jemima), sou grato pelas orações incessantes, suas intercessões alcançam os céus e eu sou prova disso! - Ao companheiro e amigo Jairo Lins por todo apoio e paciência, sou eternamente grato! - Aos amigos que fiz. Acredito que as amizades conquistadas durante o curso foram poucas, mas para as que ocorreram de verdade... Essas deixaram saudades. - Aos grandes amigos, na ordem alfabética para não gerar ciúmes: Carlos, Dani, Goreti, Juliana Almeida, Juliana Lyra, Priscila e Reane - adoro vocês e obrigado por passarem a fazer parte da minha vida. - A Dra. Alba de Oliveira Lemos, pela disposição ao aceitar orientar essa pesquisa e pelos conselhos e opiniões. Obrigado por compartilhar de suas ideias e conhecimentos. - Ao CPRH, Gerência de Recursos Hídricos pelos dados disponíveis, utilizados para compor o desenho experimental desta pesquisa. - A todos que direta e indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
  • 8. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 8 SUMÁRIO Epígrafe Agradecimentos Sumário Lista de Figuras Lista de Tabelas 1. Introdução Geral ....................................................................................................... 15 2. Objetivos ..................................................................................................................... 18 2.1 Objetivo geral ......................................................................................................... 18 2.2 Objetivos específicos...... ............................................................................................... 18 3. Revisão de literatura. ................................................................................................ 19 3.1 Qualidade das águas ............................................................................................... 19 3.2 Esgotos Sanitários... ....................................................................................................... 22 3.3 Impactos ambientais... ............................................................................................ 25 4. Área de estudo – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. ........................................... 28 5. Material e Métodos .................................................................................................... 32 5.1 Coleta e Análises dos dados ................................................................................... 32 6. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2001). ............................................................. 35 6.1 Estação BE2-11..... ................................................................................................. 36 6.2 Estação BE2-30 ............................................................................................................... 38 6.3 Estação BE3-35 ...................................................................................................... 39 6.4 Estação BE2-45 ...................................................................................................... 40 6.5 Estação BE3-50 ............................................................................................................... 41 6.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 42 7. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2002). ............................................................. 43 7.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 44 7.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 45
  • 9. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 9 7.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 46 7.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 47 7.5 Estação BE-50 ................................................................................................................. 48 7.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 49 8. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2003). ............................................................. 50 8.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 51 8.2 Estação BE-30.. ............................................................................................................... 52 8.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 53 8.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 54 8.5 Estação BE-50.. ............................................................................................................... 55 8.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 56 9. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2004). ............................................................. 57 9.1 Estação BE-11 ........................................................................................................ 58 9.2 Estação BE-30 ................................................................................................................. 59 9.3 Estação BE-35 ........................................................................................................ 60 9.4 Estação BE-45 ........................................................................................................ 61 9.5 Estação BE-50... .............................................................................................................. 62 9.6 Resultados e Discussão ........................................................................................... 63 10. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2005). ........................................................... 64 10.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 65 10.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 66 10.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 67 10.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 68 10.5 Estação BE-50............................................................................................................... 69 10.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 70 11. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2006). ........................................................... 71 11.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 72
  • 10. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 10 11.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 73 11.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 74 11.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 75 11.5 Estação BE-50............................................................................................................... 76 11.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 77 12. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2007). ........................................................... 78 12.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 79 12.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 80 12.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 81 12.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 82 12.5 Estação BE-50............................................................................................................... 83 12.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 84 13. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2008). ........................................................... 85 13.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 86 13.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 87 13.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 88 13.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 89 13.5 Estação BE-50............................................................................................................... 90 13.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 91 14. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2009). ........................................................... 92 14.1 Estação BE-01 ...................................................................................................... 93 14.2 Estação BE-09 ............................................................................................................... 94 14.3 Estação BE-30 ...................................................................................................... 95 14.4 Estação BE-45 ...................................................................................................... 96 14.5 Estação BE-50............................................................................................................... 97 14.6 Resultados e Discussão ......................................................................................... 98 15. Bacia hidrográfica do rio Beberibe (2010). ........................................................... 99
  • 11. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 11 15.1 Estação BE-01 .................................................................................................... 100 15.2 Estação BE-09 ............................................................................................................. 101 15.3 Estação BE-30 .................................................................................................... 102 15.4 Estação BE-45 .................................................................................................... 103 15.5 Estação BE-50............................................................................................................. 104 15.6 Resultados e Discussão ....................................................................................... 105 16. Índice de qualidade ambiental. ............................................................................ 107 16.1 Checklist 01 (Açude no Clube Sete Casuarinas) ............................................... 109 16.1.1 Resultados e Discussão – Checklist 01 (Estação BE-01) ................................ 110 16.2 Checklist 02 (Captação da COMPESA em Guabiraba) ..................................... 112 16.2.1 Resultados e Discussão – Checklist 02 (Estação BE-09) ................................ 113 16.3 Checklist 03 (Ponte na estrada do Cumbe) ........................................................ 115 16.3.1 Resultados e Discussão – Checklist 03 (Estação BE-30) ................................ 116 16.4 Checklist 04 (Ponte da Av. Presidente Kennedy) .............................................. 118 16.4.1 Resultados e Discussão – Checklist 04 (Estação BE-45) ................................ 119 16.5 Checklist 05 (Ponte de acesso a Peixinhos) ....................................................... 121 16.5.1 Resultados e Discussão – Checklist 05 (Estação BE-50) ................................ 122 17. Referências bibliográficas. .................................................................................... 124
  • 12. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 12 LISTA DE FIGURAS Figura 1. – Estações de amostragens da rede de monitoramento do Rio Beberibe ......... 20 Figura 2. – Bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................................... 23 Figura 3. – Áreas de preservação ambiental dentro da área da bacia hidrográfica do rio Beberibe ........................................................................................................................... 30 Figura 4. – Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe ............................................ 31 Figura 5. – Estação BE-01 (Açude do Clube Sete Casuarinas) ..................................... 111 Figura 6. – Estação BE-09 (Captação da COMPESA, em Guabiraba) ......................... 114 Figura 7. – Estação BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe) ............................................. 117 Figura 8. – Estação BE-45 (Ponte na Avenida Presidente Kennedy) ............................ 120 Figura 9. – Estação BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos) ............................................ 123
  • 13. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 13 LISTA DE QUADROS Quadro 1. – Estação BE2-11 (CPRH, 2001) ................................................................... 36 Quadro 2. – Estação BE2-30 (CPHR, 2001) .................................................................. 38 Quadro 3. – Estação BE3-35 (CPRH, 2001) ................................................................... 39 Quadro 4. – Estação BE2-45 (CPRH, 2001) ................................................................... 40 Quadro 5. – Estação BE3-50 (CPRH, 2001) ................................................................... 41 Quadro 6. – Estação BE-11 (CPRH, 2002) ..................................................................... 44 Quadro 7. – Estação BE-30 (CPHR, 2002) ..................................................................... 45 Quadro 8. – Estação BE-35 (CPRH, 2002) ..................................................................... 46 Quadro 9. – Estação BE-45 (CPRH, 2002) ..................................................................... 47 Quadro 10. – Estação BE-50 (CPRH, 2002) ................................................................... 48 Quadro 11. – Estação BE-11 (CPRH, 2003) ................................................................... 51 Quadro 12. – Estação BE-30 (CPHR, 2003) ................................................................... 52 Quadro 13. – Estação BE-35 (CPRH, 2003) ................................................................... 53 Quadro 14. – Estação BE-45 (CPRH, 2003) ................................................................... 54 Quadro 15. – Estação BE-50 (CPRH, 2003) ................................................................... 55 Quadro 16. – Estação BE-11 (CPRH, 2004) ................................................................... 58 Quadro 17. – Estação BE-30 (CPHR, 2004) ................................................................... 59 Quadro 18. – Estação BE-35 (CPRH, 2004) ................................................................... 60 Quadro 19. – Estação BE-45 (CPRH, 2004) ................................................................... 61 Quadro 20. – Estação BE-50 (CPRH, 2004) ................................................................... 62 Quadro 21. – Estação BE-01 (CPRH, 2005) ................................................................... 65 Quadro 22. – Estação BE-09 (CPHR, 2005) ................................................................... 66 Quadro 23. – Estação BE-30 (CPRH, 2005) ................................................................... 67 Quadro 24. – Estação BE-45 (CPRH, 2005) ................................................................... 68 Quadro 25. – Estação BE-50 (CPRH, 2005) ................................................................... 69
  • 14. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 14 Quadro 26. – Estação BE-01 (CPRH, 2006) ................................................................... 72 Quadro 27. – Estação BE-09 (CPHR, 2006) ................................................................... 73 Quadro 28. – Estação BE-30 (CPRH, 2006) ................................................................... 74 Quadro 29. – Estação BE-45 (CPRH, 2006) ................................................................... 75 Quadro 30. – Estação BE-50 (CPRH, 2006) ................................................................... 76 Quadro 31. – Estação BE-01 (CPRH, 2007) ................................................................... 79 Quadro 32. – Estação BE-09 (CPHR, 2007) ................................................................... 80 Quadro 33. – Estação BE-30 (CPRH, 2007) ................................................................... 81 Quadro 34. – Estação BE-45 (CPRH, 2007) ................................................................... 82 Quadro 35. – Estação BE-50 (CPRH, 2007) ................................................................... 83 Quadro 36. – Estação BE-01 (CPRH, 2008) ................................................................... 86 Quadro 37. – Estação BE-09 (CPHR, 2008) ................................................................... 87 Quadro 38. – Estação BE-30 (CPRH, 2008) ................................................................... 88 Quadro 39. – Estação BE-45 (CPRH, 2008) ................................................................... 89 Quadro 40. – Estação BE-50 (CPRH, 2008) ................................................................... 90 Quadro 41. – Estação BE-01 (CPRH, 2009) ................................................................... 93 Quadro 42. – Estação BE-09 (CPHR, 2009) ................................................................... 94 Quadro 43. – Estação BE-30 (CPRH, 2009) ................................................................... 95 Quadro 44. – Estação BE-45 (CPRH, 2009) ................................................................... 96 Quadro 45. – Estação BE-50 (CPRH, 2009) ................................................................... 97 Quadro 46. – Estação BE-01 (CPRH, 2010) ................................................................. 100 Quadro 47. – Estação BE-09 (CPHR, 2010) ................................................................. 101 Quadro 48. – Estação BE-30 (CPRH, 2010) ................................................................. 102 Quadro 49. – Estação BE-45 (CPRH, 2010) ................................................................. 103 Quadro 50. – Estação BE-50 (CPRH, 2010) ................................................................. 104 Quadro 51. – Intervalo quantitativo e relação com a situação do impacto .................... 107
  • 15. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 15 1. INTRODUÇÃO GERAL A qualidade das águas dos rios, lagos e lagoas com fins de abastecimento, balneabilidade, uso na indústria e comércio tem gerado impactos ambientais e estes contribuindo cada vez mais com a poluição dos recursos hídricos (Paiva & Paiva, 2001). Cargas poluidoras proveniente das mais variadas fontes têm atingindo e modificado o curso de rios importantes em diversos estados do Brasil. Dando ênfase à ocorrência de problemas ambientais e da falta d’água nas regiões urbanas, estudos hidrológicos das pequenas e microbacias vêm se tornando algo cada vez mais frequentes nas regiões metropolitanas (Chaudhry, 2001). Paiva & Paiva (2001) comenta que apesar das grandes contribuições voltadas a estudos hidrológicos referentes às pequenas e microbacias ainda há uma lacuna em estudos dessa natureza. Tal carência é explicada pela ausência de dados das micro e pequenas bacias, uma vez que historicamente a rede hidrometeorológica brasileira foi desenvolvida para fornecer dados ao setor responsável pela geração de energia elétrica e explica que para bacias com menos de 500 km² o número de postos de monitoramento era reduzido (Goldenfum, 2001). Goldenfum (2001) ainda ressalta a importância do monitoramento das pequenas bacias e que este contribui para a complementação da rede hidrometeorológica, além da natural cooperação para com os estudos dos processos físicos, químicos e biológicos atuantes no ciclo hidrológico. As qualidades das águas estão associadas a condições ambientais e de desenvolvimento tanto urbano quanto industrial da sociedade que cresce de forma exponencial e de maneira desordenada. Este crescimento desordenado das cidades contribui com a elevação dos impactos ambientais nos recursos hídricos, sendo a degradação das águas maximizada pela ausência de uma infraestrutura competente de saneamento básico. Jacobi (1998) enfatiza que a ocupação das áreas de várzea e de mananciais, a retirada de matas ciliares em córregos urbanos são fatores que ponderam a favor da degradação ambiental. Os riscos por lançamentos de esgotos abrangem não só a contaminação dos recursos hídricos por cargas contaminantes provenientes de casas, comércio e indústrias,
  • 16. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 16 há outros fatores associados, tais como: contaminação de produtos, enchentes devido ao processo de assoreamento e doenças causadas pelo contato com a água contaminada. A má qualidade da água e impropriedade para consumo são fatores interligados e ambos dependem diretamente do grau de preservação e de impactos nos ecossistemas hídricos. Dos componentes físicos, químicos e biológicos associados à qualidade da água, destacam-se respectivamente: temperatura, sabor, odor, cor, turbidez, sólidos suspensos, sólidos dissolvidos e condutividade elétrica; pH, alcalinidade, dureza, cloretos, ferro, manganês, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, fluoretos, oxigênio dissolvido, matéria orgânica, demanda bioquímica de oxigênio, demanda química de oxigênio, componentes inorgânicos e componentes orgânicos; fotobactéria, coliformes, termotolerantes, algas e clorofila a, além da presença e/ou ausência de organismos bioindicadores, como por exemplo: Daphnia e microalgas. A resolução CONAMA 357/05 aborda os valores máximos admissíveis dos parâmetros relativos às formas químicas relacionadas. Esses parâmetros são tidos como indicadores da qualidade da água e são denominados de impurezas quando a unidade alcança valores superiores ao admitido para determinado uso. Destes componentes, os de natureza química e biológica são os que melhor expressam a qualidade da água, contendo diversos componentes que provém do próprio ambiente de forma natural ou que foram introduzidos por atividades humanas. De acordo com Pedroso et al., (1988) as características das águas que compõem rios e riachos dependem, entre outros fatores, da formação do solo e composição da mata ciliar, ainda do tipo e grau das ações antrópicas. Quanto às ações antrópicas, os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde, meio ambiente e saneamento básico. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos resíduos sólidos. Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminação dos corpos d’águas e solos, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de
  • 17. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 17 infecções causadas pelo contato da pele com a água contaminada por organismos patogênicos. Estudos e diagnósticos têm sido conduzido em importantes recursos hídricos e nos seus afluentes em todos os estados brasileiros (Moraes et al., 2003; Stacciarini, 2002). De fato, transformações ocorridas nos ambientes aquáticos devido ao crescimento das cidades, instalações de indústrias e comércios têm contribuído com a qualidade inadequada para o consumo humano e outras atividades (Medeiros et al., 2009). Os riscos por lançamento de esgotos sanitários em recursos hídricos desencadeiam alterações nas propriedades físico-químicas e biológicas da água, acelerando a perda da qualidade (Von Sperling, 2005).
  • 18. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 18 2. OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL Descrição da qualidade das águas e análise dos impactos causados pelos lançamentos de esgotos sanitários, utilizando descritores bióticos a abióticos e sua interação. 2.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS  Avaliar a qualidade da água através das interpretações das variáveis bióticas e abióticas.  Determinar o índice de qualidade ambiental (IQA), através de pontos (estações) ao longo do rio Beberibe.  Quantificar através do checklist os elementos que estão configurando impactos ambientais.
  • 19. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 19 3. REVISÃO DE LITERATURA 3.1 QUALIDADE DAS ÁGUAS Os estudos sobre a qualidade das águas em Pernambuco, principalmente das águas da bacia hidrográfica do rio Beberibe tem sido uma das principais preocupações do órgão que gerência este recurso hídrico no estado, a Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH), que através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e da Supervisão de Gestão de Recursos Hídricos, realizam o monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe e através deste desenvolvem ações de monitoramento em pontos estratégicos, que compõe a rede de monitoramento. Dois fatores quando associados a impactos ambientais em ecossistema aquáticos determinam a qualidade da água, eles estão associados à potabilidade e ainda funcionam como ferramenta bioindicadoras de possíveis contaminações, direcionando para a causa do impacto e/ou contaminação do recurso hídrico. Os fatores abióticos, também tidos como parâmetros físico-químicos estão associados às variações antrópicas e ambientais, dados de temperatura, turbidez, pH, oxigênio dissolvido, fósforo, nitrito, nitrato e demanda química de oxigênio são ferramentas essenciais para diagnosticar a qualidade da água (Magini & Chagas, 2003; Lima & Medeiros, 2008). Para os fatores bióticos, organismos que compõem a fauna planctônica, tanto os zooplâncton como os fitoplâncton expressam através de sua composição (biomassa), uma densidade que quando mensurada, servem como ferramenta e auxiliam no diagnóstico do recurso hídrico estudado (Round, 1973; Boney, 1989; Santos-Fernandes, 1998). Os fatores acima descritos são muito bem abordados e discutidos na resolução CONAMA 430/2011 que dispõe sobre as condições e padrões de lançamentos de efluentes, esta complementa e altera a resolução CONAMA 357 de 2005 estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente. Por sua vez, a resolução 357 trata das definições e classificação dos corpos de água (doce, salina e salobra), ainda, das condições e padrões da qualidade das águas, atribuindo valores máximos permitidos e/ou mínimo, para os parâmetros físico-químicos, orgânicos e inorgânicos para as águas doces, salinas e salobras e nestas para onde ocorrem atividades de pescas ou cultivo de organismos para fins de consumo intensivo. Trata também das condições e padrões de lançamento de efluentes, em sua totalidade revogada pela resolução 430/11, seguido das
  • 20. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 20 diretrizes ambientais para o enquadramento e disposições finais e transitórias, sendo complementada pela resolução 430/11 nos artigos 39, 43, 44 e 46, no que compete. Estudos e diagnósticos têm sido conduzido na bacia hidrográfica do rio Beberibe pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH). De acordo com Chaudhry (2001) as principais razões dos estudos sobre a hidrologia de bacias estão associadas a impactos ambientais e ao excesso ou falta d’água nas regiões metropolitanas. As alterações do uso do solo exercem forte influencia na mudança do regime hídrico e podem contribuir com a perda da qualidade da água. Com ações voltadas ao monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, o CPRH realiza o monitoramento no que chamamos de alto, médio e baixo rio Beberibe (Figura 1), demonstrando detalhadamente os setores onde são realizadas as coletas ao longo do percurso do rio, desde a nascente até sua foz. Fígura 1. Estações de amostragens da rede de monitoramento do rio Beberibe (CPRH, 2010). Para cada estação são coletados dados dos parâmetros físico-químicos, além de dados abióticos e bióticos, configurando o exigido pela resolução 357/05 e 430/11. O monitoramento das águas em áreas urbanizadas reflete ações das gestões e estão associadas à saúde e ao desenvolvimento, sendo este urbano e econômico. Embora as águas no território brasileiro sejam consideradas um recurso bastante abundante, há áreas carentes em que este bem é bastante limitado, tornando as necessidades humanas insustentáveis. Essa escassez é considerada ainda mais grave em regiões em que o desenvolvimento ocorre de forma não ordenada, contribuindo com a
  • 21. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 21 perda da qualidade das águas disponíveis devido ao lançamento impróprio de esgotos domésticos, dejetos industriais e poluentes, como agrotóxicos e outros (Moita & Cudo, 1991). Os principais parâmetros descritores da qualidade das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB evoluíram conforme as exigências e necessidades proferidas pelas resoluções; em uma década (2001 – 2010), o monitoramento das águas da BHRB promovido pelo CPRH sofreram modificações e incorporaram nas suas atividades, novas atribuições, estas criadas mediante as modificações e revogações das resoluções estabelecidas pelo CONAMA (Brasil, 2005). Numa descrição evolutiva, partindo de 2001, os parâmetros aferidos e fenômenos observados ao longo da BHRB eram: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia, fósforo, coliformes fecais, sólidos totais e saturação do oxigênio dissolvido. Em 2002, os parâmetros tomados foram: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduos sólidos, temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo, coliformes fecais, salinidade e classe; esses parâmetros se mantiveram para os anos de 2003. Em 2004 o plano de monitoramento apresentou modificações, são incorporados ao procedimento novos fatores, a partir deste os parâmetros monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, turbidez, cor, fósforo, coliformes fecais, salinidade e índices e indicadores de qualidade previstos na CONAMA 20/86, como: saturação de oxigênio dissolvido, classe de qualidade e pluviometria. Com base na resolução CONAMA 357/05 o monitoramento das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe (BHRB), passa a enquadrar o estabelecido e modifica suas ações a fim de contemplar o exigido. A partir da resolução citada os parâmetros monitorados passam a ser: temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, turbidez, amônia, nitrito, nitrato, fósforo, sólidos totais, fotobactéria, Daphnia, clorofila a, coliformes termotolerantes e salinidade, ainda com base na resolução 357/05, contempla a classe, além dos índices e indicadores de qualidade (índice de qualidade da água e índice de estado trófico), contemplando também ecotoxicidade e pluviometria. Em 2006 o monitoramento se mantém praticamente igual ao de 2005, com exceção do parâmetro “risco de salinidade para o solo irrigado”, na estação BE-01 na nascente do rio Beberibe em Camaragibe e estação BE-09 na captação
  • 22. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 22 da Companhia Pernambucana de Saneamento (COMPESA), em Guabiraba, Recife. Para os demais anos, 2007 - 2010 o monitoramento segue o procedimento estabelecido em 2005 (CPRH, Agência Estadual do Meio Ambiente, Unidade de Gestão de Recursos Hídricos, 2001/02/03/04/05/06/07/08/09/10). 3.2 ESGOTOS SANITÁRIOS Qualidade ambiental é a capacidade em que um ecossistema apresenta em manter e sustentar os seres vivos participantes do meio. Quando se trata dos recursos hídricos, essa qualidade ambiental apresenta problemáticas tidas como comprometidas quando associada a esgotos sanitários (Carvalho et al., 2007). Os impactos ambientais causados por essas atividades acarretam danos à saúde e meio ambiente. No âmbito geral, saneamento básico são serviços prestados que vão desde os sistemas de abastecimento de água, até as coletas e tratamentos dos esgotos sanitários, além dos resíduos sólidos. Os esgotos sanitários sem tratamento são as principais fontes de contaminações dos corpos de águas e solo, que por sua vez acarretam doenças causadas pela ingestão de água sem tratamento, ainda, pela ingestão de alimentos contaminados, além de infecções causadas pelo contato com a água contaminada por organismos patogênicos. Recursos não aplicados ao tratamento contribuem com o aumento de problemas de saúde nas populações e degradações ao meio ambiente. No Brasil, aproximadamente metade do país não possui coleta de esgoto, enquanto que todos os munícipios dos Estados Brasileiros possuem o abastecimento de água (IBGE, 2008). Nas bacias hidrográficas a poluição é normalmente causada por esgotos de proveniência humana, empreendimentos industriais e agropecuários. De acordo com Carvalho et al., (2007) as cargas poluidoras podem ser pontuais e não-pontuais (difusas), define que as pontuais são as de fácil determinação e localização, cita como exemplo as descargas industriais, esgotos domésticos e efluentes de aterros sanitários. Já as cargas difusas, estão associadas a distintos agentes poluidores que convergem aos corpos hídricos, geralmente distribuídos na superfície do solo, podem ocorrer por ações de chuvas. Ainda de acordo com Carvalho et al., (2007) as fontes de poluição difusa estão associados diretamente ao uso do solo, cita como exemplo: desenvolvimento
  • 23. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 23 urbano, agricultura, construções tanto urbanas quanto rurais, ainda, de ações extrativistas como madeiras e minerações. A Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe está compreendida entre os limites de cornubação das cidades de Camaragibe, Olinda e Recife. A BHRB está inserida em uma área predominantemente urbana (Figura 2). Figura 2. Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa PROMÉTROPOLE na Bacia do Beberibe, Governo do Estado de Pernambuco, setembro de 2008. Contribuições de Zoratto (2006) faz referência a importância do tratamento de esgoto doméstico no saneamento básico, considera saneamento básico os sistemas de abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotamento sanitário e de resíduos sólidos. As contaminações das águas com potencial para o abastecimento público estão associadas a riscos que acometem a saúde da população humana, uma vez que enfermidades podem ser transmitidas, acometendo as populações, em especial as não assistidas por serviços de saneamento (Libânio et al., 2005).
  • 24. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 24 Ainda de acordo com Zoratto (2006) o sistema de esgoto sanitário possui unidades componentes e os separa e define como:  Rede coletora – tubulações que recebem os esgotos das residências e indústrias, ainda, comércios e estabelecimentos. Essas tubulações são dispostas em vias urbanas, possuindo um poço de visita para monitoramento e limpeza.  Interceptores – tubulações implantadas ao longo do curso d’água que recebe os esgotos coletados pela rede coletora e os direciona para as estações de tratamento. Assim definidos por impedir que os efluentes das redes coletoras alcancem os recursos hídricos.  Emissário – tubulações que recebem os esgotos dos interceptores, conduzindo-os ao sistema de tratamento e/ou estação de tratamento.  Elevatórios de esgoto – estações destinadas a bombear os esgotos de uma cota inferior para pontos mais elevados; são instalados em pontos estratégicos com cota mais baixa, conduzindo os esgotos para o sistema de tratamento.  Estação de tratamento de esgotos – plataforma destinada a depuração dos esgotos provenientes da cidade.  Emissário final – canalização que conduz os efluentes do sistema de tratamento de esgotos já despoluídos ao corpo receptor, que pode ser um rio ou um lago. Com o crescimento das regiões metropolitanas, houve considerado aumento do consumo de água proveniente dos recursos hídricos e perda da qualidade deste por não existir um sistema de saneamento adequado e com capacidade para receptar toda a massa produzida por diferentes tipos de esgotos (IBGE, 2008). A crescente carga poluidora por esgotos sanitários acarreta na perda da qualidade das águas e este processo pode ser observado na bacia hidrográfica do Rio Beberibe, em sua composição que abrange a região metropolitana da cidade do Recife, a bacia do Rio Beberibe recebe continuas cargas poluidoras provenientes de esgotos sanitários (doméstico, comercial, industrial e hospitalar). Muitas dessas cargas são lançadas ao longo do Rio Beberibe sem nenhum tipo de tratamento e contribui fortemente com a perda da qualidade de suas águas.
  • 25. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 25 3.3 IMPACTOS AMBIENTAIS Nas últimas décadas o crescimento das cidades tem sido o responsável pela progressão das atividades humanas sobre os recursos naturais. Segundo Diodato (2004), os problemas ambientais são de certa forma tão antigos quanto o homem; a dimensão e escala aplicadas as questões ambientais é que são novos; destaca o elevado crescimento demográfico, o desenvolvimento e a difusão da tecnologia industrial, os avanços em medicina, saúde, comunicações entre outros como o eixo da dimensão e escala na problemática. Goulart (2003) observa que os recursos naturais sofrem uma forte pressão do sistema produtivo para a obtenção de matéria prima. Em Tommasi (1994), degradação ambiental no nível de mundo tem início quando as populações humanas intensificam suas atividades extrativistas, sejam: caça, pecuária, agricultura entre outros; toma como marco a revolução industrial, destacando que a quantidade e variedade dos resíduos lançados nos recursos naturais passam a partir de então ser cada vez maiores. Na década de 60, grandes projetos vinham sendo desenvolvidos na América do Norte, os estabelecimentos daqueles grandes projetos passaram a protestar através de movimentos ambientalistas contra derramamentos de petróleo, construção de grandes represas, rodovias, complexos industriais, usinas nucleares, projetos agrícolas e atividades de mineração. Com a iniciativa, surgiu o pensamento em que para a aprovação de projetos, não bastava apenas considerar os aspectos tecnológicos e exclusão das questões culturais e sociais, houve organização da sociedade civil com participação de diferentes segmentos e em 1969 surgiu nos Estados Unidos da América a legislação ambiental, que resultou na implantação do sistema de Estudo de Impacto Ambiental (EIA), através do PL, 91-190: “National Environmental Policy Act (NEPA)”, que passou a vigorar a partir de 01 de janeiro de 1970; mais tarde adotado por outros países. O EIA tem sido uma ferramenta muito útil desde sua criação, com o objetivo de discutir o planejamento, permitindo tornar o projeto ambientalmente viável, minimizando assim efeitos indesejáveis tanto para a sociedade quanto para o meio ambiente, evitando a implementação de projetos impróprios ou impactantes, criando soluções para os conflitos entre manter um ambiente saudável e permitir o desenvolvimento econômico e/ou progresso, conhecido também como desenvolvimento sustentável (Diodato, 2004; Goulart et al., 2003).
  • 26. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 26 No Brasil, o primeiro Estudo de Impacto Ambiental (EIA), foi o da Barragem e Usina Hidrelétrica de Sobradinho, localizada no rio São Francisco, estado da Bahia, em 1972 (Goulart et al., 2003), 14 anos após em 1986, o CONAMA estabelece os critérios básicos dos estudos de impactos ambientais no país (Diodato, 2004). Entende-se por impacto ambiental, qualquer alteração considerada significativa no meio ambiente, podendo ser em um ou mais dos componentes e estes provocados pela ação antrópica; um impacto ambiental é sempre consequência de uma ação (Peralta, 1997). O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) definiu impacto ambiental na resolução nº 001, de 23 de janeiro de 1986, como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causado por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II - as atividades sociais e econômicas; III - a biota; IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V - a qualidade dos recursos ambientais. A seguir, estão reunidas as resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA para a qualidade de água:  Resolução CONAMA nº 274, de 29 de novembro de 2000. Correlações: Revoga os artigos 26 a 34 da Resolução CONAMA nº 20/86 (revogada pela Resolução CONAMA nº 357/05). Define os critérios de balneabilidade em águas brasileiras.  Resolução CONAMA nº 357, de 17 de março de 2005. Correlações: Alterada pela Resolução nº 410/2009 e pela nº 430/2011. Dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes, e dá outras providências.  Resolução CONAMA nº 370, de 6 de abril de 2006. Correlações: Altera a Resolução CONAMA nº 357/05 (prorroga o prazo previsto no art. 44). Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de
  • 27. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 27 lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005.  Resolução CONAMA nº 393, de 8 de agosto de 2007. Correlações: Complementa a Resolução CONAMA no 357/05 (art. 43, § 4o). Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural, e dá outras providências.  Resolução CONAMA nº 396, de 3 de abril de 2008. Dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências.  Resolução CONAMA nº 397, de 3 de abril de 2008. Correlações: Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º do art. 34 da Resolução CONAMA nº 357/05 e acrescenta os § 6º e 7º. Alterada pela Resolução 410/09. Altera o inciso II do § 4º e a Tabela X do § 5º, ambos do art. 34 da Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA nº 357, de 2005, que dispõe sobre a classificação dos corpos de água e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem como estabelece as condições e padrões de lançamento de efluentes.  Resolução CONAMA nº 410, de 4 de maio de 2009. Correlações: Altera o art. 44 da Resolução nº 357/2005 e o art. 3º da Resolução nº 397/2008. Prorroga o prazo para complementação das condições e padrões de lançamento de efluentes, previsto no art. 44 da Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, e no art. 3º da Resolução nº 397, de 3 de abril de 2008.  Resolução CONAMA nº 430, de 13 de maio de 2011. Correlações: Complementa e altera a Resolução nº 357/2005. Dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a Resolução nº 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente-CONAMA. As Resoluções supracitadas norteiam as diretrizes e bases legais para ações voltadas a qualidade das águas dos recursos hídricos.
  • 28. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 28 4. ÁREA DE ESTUDO - Bacia Hidrográfica do Rio Beberibe/BHRB O rio Beberibe tem sua nascente na APA Beberibe (Área de Proteção Ambiental Beberibe), criada em 2009 em decorrência do zoneamento ecológico econômico costeiro, localizada na cidade de Camaragibe em um planalto com aproximadamente 130 metros, a nascente está localizada especificamente no açude do Clube Sete Casuarinas no bairro de aldeia, contornado por um fragmento de mata atlântica, sob as coordenadas 25M 0277621 e UTM 9120922. Inicialmente formado pelo corpo d’água do rio Araçá, em zona habitacional rarefeita, as águas da nascente se juntam as águas do rio Pacas ainda em Camaragibe, essa confluência dão forças as águas e só a partir delas é que surge oficialmente o rio Beberibe (CPRH, 2011; Campos, 2008). Percorre 31 km da nascente até sua foz no Oceano Atlântico, abrangendo as cidades de Camaragibe, Recife (parte), Olinda e Paulista (parte); a bacia hidrográfica mede 79 Km2, conforme dados publicados no monitoramento executado anualmente pela Agência Estadual de Meio Ambiente/CPRH. A alta declividade, desmatamento e ocupação urbana das encostas de forma imprópria às margens do rio contribuem de maneira significativa com o processo erosivo, além de contribuir com a poluição do rio, considerado um dos mais poluídos de Pernambuco, situação ainda mais agravada pelo déficit de saneamento básico das cidades Camaragibe, Recife, Olinda e Paulista (Campos, 2008; Amorim, 2009). Os principais afluentes do rio Beberibe pela margem direita são: rio Morno, rio dos Macacos, canal do Vasco da Gama e córrego do Euclides, e pela margem esquerda temos: riacho do Abacaxi, também conhecido como Lava-Tripas e o canal da Malária. O rio Beberibe está dividido em alto Beberibe, trecho desde a nascente (Camaragibe) até a BR-101 (Recife), médio Beberibe da BR-101 (Recife) até o encontro com o rio Morno (também em Recife) e baixo Beberibe a partir da confluência com o rio Morno perpassando por Olinda e Paulista, até a desembocadura no Oceano Atlântico onde lança as suas águas na bacia portuária do porto da cidade do Recife (Campos, 2008; Amorim, 2009). Ao longo do rio Beberibe há áreas de proteção ambiental – APA Aldeia Beberibe (Camaragibe/ Recife/Paulista/Abreu e Lima/Igarassu/Araçoiaba/São Lourenço
  • 29. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 29 e Paudalho), Mata de Dois Irmãos (Recife), Mata de Dois Unidos (Zona norte do Recife) e Mata do Passarinho (Olinda), esses fragmentos de mata atlântica exercem um papel importante na conservação da qualidade das águas do Beberibe (Figura 3). No entanto, o uso inadequado do solo e das águas por atividades industriais na bacia contribuem com a poluição e perda da qualidade das águas do aqüífero Beberibe. O aqüífero Beberibe (Figura 04) tem sua geologia marcada pela presença de fontes de água mineral. Borba (2011) comenta suas características hidrogeológicas, diz que o aqüífero Beberibe na Região Metropolitana do Recife (RMR), ocorre nas regiões centro e norte do Recife e Olinda, com distintas características: no Recife predomina a condição de confinado a semi-confinado, encoberto por sedimentos do aqüífero de Boa Viagem, ainda como aqüífero livre no vale do rio Beberibe; em Olinda ocorre encoberto pelas formações Barreiras e Gramame. Limitado ao sul pelo aqüífero Cabo, com falhamento normal de direção N-S à oeste, ao norte se estende por toda faixa costeira até o limite com estado da Paraíba, se prologando na plataforma continental na direção leste. Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, o uso do solo é ocupado por áreas de mata atlântica, policultura, urbanização, indústrias e mangue, as águas da bacia são utilizadas para abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e recepção de efluentes industriais, as atividades desenvolvidas ao longo da bacia são as de produtos alimentícios, química, farmacêuticos e veterinários, ainda, bebidas, papel/papelão, metalúrgica e fábricas de sabões, velas e perfumaria (CPRH, 2010). As zonas de habitação ao longo da bacia do rio Beberibe, estão divididas em duas fisionomias: rarefeita, com os corpos d’água dos rios Araçá e do próprio Beberibe, da nascente até a estação da COMPESA em Guabiraba, as áreas habitadas ainda configuram uma ocupação média; passa a ser densa, com os corpos d’água dos rios Morno, Lava Tripas e novamente rio Beberibe, este quando na divisa das cidades de Recife e Olinda, no trecho denso há uma alta ocupação, constituída por áreas residenciais, comercias, industriais e da cornubação destes.
  • 30. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 30 SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação... Figura 3. Principais reservas ambientais inseridas na bacia hidrográfica do rio Beberibe. Edição de: Serafim Filho, março/2012. Fonte: Google Earth 1.3.
  • 31. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 31 SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de riscos por lançamento de esgotos sanitários e avaliação... Figura 4. Situação da bacia hidrográfica do rio Beberibe. Adaptado do Programa da Qualidade das Águas Superficiais - CPRH, 2009. Edição de: Josicleide Rodrigues, Janeiro/2010. Fonte: SUDENE/ITEP.
  • 32. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 32 5. MATERIAL E MÉTODOS 5.1 COLETA E ANÁLISES DOS DADOS Esta pesquisa reuniu os dados constados nos relatórios da Companhia Pernambucana do Meio Ambiente, através da Diretoria de Recursos Hídricos e Florestais e Gerência de Recursos Hídricos, disponíveis on-line em: http://www.cprh.pe.gov.br/monitoramento/bacias_hidrograficas/relatorio_bacias_hidrograficas; os dados extraídos são de coletas estratégicas de monitoramento desenvolvidas ao longo do alto, médio e baixo rio Beberibe nos anos de 2001 – 2010. As estações são monitoradas a cada dois meses e através dos resultados obtidos nos relatórios anuais, aplicou-se a cada relatório, uma perícia descritiva com o objetivo de examinar os fatos e reportar a autenticidade do serviço público executado. Os dados extraídos dos relatórios anuais de monitoramento do CPRH foram agrupados por ano, analisados e discutidos individualmente. Buscou-se a relação dos parâmetros aferidos nas estações de monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, incluindo os dados tidos como fora de classe, com o estabelecido nas Resoluções que contemplam a qualidade da água. Para respaldar a perícia aplicada aos dados constados no relatório de monitoramento da bacia hidrográfica do rio Beberibe, a pesquisa contou ainda com a aplicação de um checklist adaptado por Serafim-Filho (2011), previamente testado para identificar impactos ambientais às margens de ambientes aquáticos de água doce. Os checklist’s foram aplicados nos mesmos pontos (estações), citados nos relatórios do CPRH. O checklist aplicado foi elaborado em uma atividade piloto no açude de Apipucos, situado na cidade do Recife, consiste em um formulário desenvolvido a fim de obter informações de forma rápida e com alto padrão de riqueza sobre os principais impactos causados às margens de ambientes aquáticos de água doce, contribuindo com a identificação e agrupamento dos impactos pelo tipo e procedência; dados sobre percepção de impactos na beleza cênica, atividades comerciais, concentrações humanas, construções, disponibilidade para consumo de produtos, entulhos, favelas, lançamentos de esgotos domésticos, comercial e industrial, tipos de lixos acumulados e outros são registrados no formulário, seguido da mensuração de acordo com a intensidade através dos critérios proposto por estudos desenvolvidos por Ceotma (1984); Rohde (1988);
  • 33. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 33 Queiróz (1993); Pires (1993), revistos e aplicados em Marcelino et al., (2000) e Serafim-Filho (2011), atribuindo valores quanto a existência ou inexistência de interferência no meio ambiente e da classificação dos impactos em pouco, médio e agudo. Os Dados adquiridos através do checklist foram tratados através do Índice de Qualidade Ambiental (IQA), obtidos com base na equação: IQA = (Pt–Pi)/Pt. Sendo Pt: somatório dos pesos de todos os elementos do checklist em cada margem (direita e esquerda), em caso hipotético de todos os elementos apresentarem o nível máximo correspondente (valor = 3), no caso, 43 elementos do checklist multiplicado por 3 (ou 3 = peso máximo individual x 43 = total de elementos do checklist, logo 3x43 = 129), e Pi: somatório real dos pesos dos elementos do checklist em cada margem. Supondo valor hipotético igual a 73 para Pi, logo a equação seria desenvolvida da seguinte forma: IQA = (Pt-Pi)/Pt, IQA = (129-73)/129 = 0,43. Os índices obtidos dessa maneira variam entre 0 e 1 (ou 0 e 100%); 0 = máxima degradação ambiental; 1 = excelente qualidade ambiental. Valores > 0 < 1 apresentam variações que vão desde melhores condições ambientais até níveis críticos de qualidade ambiental respectivamente (Serafim-Filho, 2011; Marcelino et al., 2000). Para os resultados obtidos no monitoramento de 2010, houve a associação dos resultados com os impactos ambientais observados em cada estação através do IQA (Índice de Qualidade Ambiental), inventariados por meio da aplicação do checklist, os dados comparados devem contribuir com o estudo de impacto ambiental, colaborando com a associação da causa e/ou ação antrópica.
  • 34. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 34 Qualidade da Água
  • 35. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 35 6. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2001) Segue os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2001: temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), amônia (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100mL), sólidos totais dissolvidos (S.T.D. mg/L), saturação de oxigênio dissolvido (Sat. de O.D. mg/L) e percentual de saturação de oxigênio dissolvido (% Sat. de O.D.). Dados obtidos para as estações BE2-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE2-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE3-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE2-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE3-50 (Ponte de acesso a Peixinhos). Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época, correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente, compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe, tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares, química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda, perfumes, sabões e velas (CPRH, 2001). A seguir estão descritos os dados de qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe para cada estação, os valores dos parâmetros, meses e datas das coletas com os respectivos horários estão plotados em quadros para cada estação de monitoramento, e valores fora de classe para a resolução CONAMA vigente expresso em vermelho e discutido.
  • 36. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 36 6.1 ESTAÇÃO BE2-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) Correlacionando os dados apresentados no quadro 1 com os limites estabelecidos nas resoluções vigentes do Conselho Nacional do Meio Ambiente/CONAMA para qualidade da água, pode-se concluir que os parâmetros monitorados na estação BE2-11, no conjunto básico (temperatura, pH, O.D., D.B.O., condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo, ainda, coliformes fecais), para o ano de 2001, apresentaram alguns valores fora de classe, valores estes estabelecidos para a época na Resolução 20/86, que teve os artigos de 26 ao 34 revogados pela Resolução 274/00, hoje totalmente revogada pela Resolução 357/05, recentemente alterada pelas Resoluções 410/2009 e 430/11. As águas da estação BE2-11 estão classificadas em classe 2: águas que podem ser destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas; c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; d) à irrigação de hortaliças, plantas frutíferas e de parques, Quadro 1 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. Parâmetro Unid. Padrão Meses das coletas Fev. 01/02 10:50 Abr. 05/04 11:00 Jun. 13/06 10:00 Ago. 02/08 9:35 Out. 10/10 9:30 Dez. - - Temperatura ºC - 27,0 27,0 25,0 26,0 27,0 - pH - 6 – 9 6,1 6,5 6,4 6,5 5,9 - O.D. mg/L > 5 3,1 2,1 5,0 3,2 2,1 - D.B.O. mg/L < 5 4,2 10,4 3,1 3,8 2,3 - Cond. Elétrica μS/cm - 139 210 86 156 206 - Cloreto mg/L 250 24 30 12 25 30 - Amônia mg/L 0,5 3,17 4,11 0,50 - - - Fósforo mg/L 0,025 0,21 0,35 0,35 0,26 0,45 - Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 400 - 3600 - - S.T.D. mg/L 500 93 140 57 104 137 - Sat. de O.D. mg/L - 8,0 8,0 8,3 8,1 8,0 - % Sat. de O.D. % - 39 26 60 40 26 - Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-11 Classe: 2 Local: Antiga captação da COMPESA, em Caixa D’Água, na cidade de Olinda.
  • 37. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 37 jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o público possa vir a ter contato direto; e e) à aquicultura e à atividade de pesca (CONAMA 357, 2005). Os dados fora de classe para a estação BE2-11, como alteração no pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais podem estar associados ao carreamento de terras agrícolas adubadas e a lançamento de esgotos, não necessariamente no trecho da estação BE2-11, no entanto as cargas provavelmente podem ter sido carreadas e captadas pelo corpo d’água de áreas circunvizinhas.
  • 38. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 38 6.2 ESTAÇÃO BE2-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) As águas da estação BE2-30 também estão classificadas em classe 2, de acordo com Resolução CONAMA 357/2005, os parâmetros monitorados com dados fora de classe foram: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, com valores fora do padrão estabelecido. Considerando o desenho experimental de execução para o monitoramento desenvolvido pelo CPRH, que consiste em coleta bimensal para o conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, amônia e fósforo) e quadrimensal para coliformes fecais, podendo ser observado no quadro 2, que os parâmetros encontram-se fora de padrão em todas as coletas, sugerindo constante a frequência para os dados monitorados na estação BE2-30. Quadro 2 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. Parâmetro Unid. Padrão Meses das coletas Fev. 01/02 11:35 Abr. 05/04 10:30 Jun. 13/06 9:30 Ago. 02/08 10:20 Out. 10/10 10:10 Dez. 04/12 10:00 Temperatura ºC - 28,5 28,0 26,0 25,0 29,0 29,0 pH - 6 – 9 6,7 6,7 6,6 6,9 6,3 6,6 O.D. mg/L > 5 0,0 0,0 2,6 0,0 0,0 0,0 D.B.O. mg/L < 5 36,2 23,8 12,6 27,3 87,6 23,2 Cond. Elét. μS/cm - 458 374 312 233 438 428 Cloreto mg/L 250 73 66 40 36 60 61,8 Amônia mg/L 0,5 14,0 12,1 2,35 - - - Fósforo mg/L 0,025 1,3 1,0 0,47 1,94 1,34 1,47 Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 7000 - 160000 S.T.D. mg/L 500 305 249 208 155 292 285 Sat. de O.D. mg/L - 7,8 7,8 8,1 8,3 7,7 7,7 % Sat. de O.D. % - 0 0 32 0 0 0 Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-30 Classe: 2 Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
  • 39. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 39 6.3 ESTAÇÃO BE3-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA) As águas da estação BE3-35 possuem enquadramento na classe 3, de acordo com Resolução CONAMA 357/05, são águas destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional ou avançado; b) à irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) à pesca amadora; d) à recreação de contato secundário; e e) à dessedentação de animais (CONAMA 357, 2005). Os padrões estabelecidos nos parâmetros analisados para as águas enquadradas na classe 3, possuem limites maiores para oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e coliformes fecais, ainda assim, os dados para estes parâmetros estão fora do padrão estabelecido (Quadro 3). Por se tratar de uma estação próxima a indústria e servir como receptora de efluentes industriais, tais situações possam vir ser o responsável pela poluição causada no trecho do recurso hídrico, ainda da drenagem de fontes alóctones, que contribuem com o aumento da carga poluidora na estação BE3-35. Fontes alóctones, nada mais são que cargas carreadas para um lugar distinto de sua origem. Quadro 3 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE3-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. Parâmetro Unid. Padrão Meses das coletas Fev. 01/02 12:20 Abr. 05/04 11:30 Jun. 13/06 10:40 Ago. 02/08 11:10 Out. 10/10 11:20 Dez. 04/12 11:00 Temperatura ºC - 29,0 28,0 25,0 26,0 28,0 29,0 pH - 6 – 9 6,7 6,5 6,6 6,8 6,2 6,7 O.D. mg/L > 4 0,9 1,0 3,6 0,0 1,3 1,1 D.B.O. mg/L < 10 20,3 15,4 9,5 32,6 19,3 13,1 Cond. Elét. μS/cm - 328 338 136 256 330 364 Cloreto mg/L 250 54 51 19 36 47 52 Amônia mg/L 0,5 20,5 7,5 0,9 - - - Fósforo mg/L 0,025 0,98 0,69 0,80 1,48 0,88 1,16 Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 3100 - 9000 - 160000 S.T.D. mg/L 500 219 225 90 171 220 243 Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,8 8,3 8,1 7,8 7,7 % Sat. de O.D. % - 12 13 43 0 17 14 Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE3-35 Classe: 3 Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de Bebida Antártica.
  • 40. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 40 6.4 ESTAÇÃO BE2-45 (PONTE DA AV. PRESIDENTE KENNEDY) Na bacia hidrográfica do rio Beberibe, a estação BE2-45 está situada na ponte da Avenida Presidente Kennedy, na cidade de Olinda, especificamente no Riacho Lava Tripa. Apresenta valores fora de estabelecido em resolução vigente para o ano de 2001. A estação está localizada em área de ocupação urbana, comercial e industrial, o uso da água envolve desde abastecimento público até recepção de efluentes domésticos, comerciais e industriais, que acarreta no aporte de nutrientes associados ao despejo de efluentes. Os efluentes despejados provavelmente justificam os elevados níveis dos parâmetros monitorados fora do padrão (Quadro 4), com exceção do pH que se manteve dentro de padrão e oxigênio dissolvido, com padrão decretado em uma quantidade > 5 mg/L, e que na estação apresentou valores muito inferiores, tais valores podem estar correlacionados a alta carga de matéria orgânica que contribuem com a eutrofização artificial, acarretada pelo enriquecimento de um corpo de água por nutrientes, principalmente fósforo e nitrogênio (Smith & Schindler, 2009). A eutrofização influência a proliferação de algas, aumentando a produtividade e biomassa algal, e na redução da diversidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias (Apeldoorn et al., 2007). Quadro 4 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE2-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. Parâmetro Unid. Padrão Meses das coletas Fev. - - Abr. 05/04 12:30 Jun. 13/06 11:20 Ago. 02/08 11:50 Out. 10/10 11:40 Dez. 04/12 11:25 Temperatura ºC - - 29,0 26,0 26,0 28,0 30,0 pH - 6 – 9 - 6,9 6,9 6,9 6,5 6,7 O.D. mg/L > 5 - 0,0 1,8 0,8 0,0 0,0 D.B.O. mg/L < 5 - 20,0 26,8 9,3 19,0 24,0 Cond. Elét. μS/cm - - 505 404 435 507 454 Cloreto mg/L 250 - 81 54 60 60 57 Amônia mg/L 0,5 - 15,0 4,0 - - - Fósforo mg/L 0,025 - 1,57 0,78 0,78 1,16 1,16 Coli. Fecais NMP/100 ml 1000 - 17000 - 160000 - 160000 S.T.D. mg/L 500 - 337 269 290 338 303 Sat. de O.D. mg/L - - 7,7 8,1 8,1 7,8 7,6 % Sat. de O.D. % - - 0 22 10 0 0 Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE2-45 Classe: 2 Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
  • 41. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 41 6.5 ESTAÇÃO BE3-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS) A estação BE3-50, situada na divisa das cidades de Olinda e Recife, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos, possui as águas enquadradas na classe 3. Os padrões: oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais apresentaram resultados fora do padrão praticamente para todas as coletas, com exceção da leitura para demanda bioquímica de oxigênio em junho, que apresentou valor igual a 4,7 mg/L de D.B.O., com padrão estabelecido em <10 mg/L para águas de classe 3, estabelecido em Resolução CONAMA vigente para a época. Os valores fora de classe para os parâmetros observados (Quadro 5), não diferentes das outras estações, indicam poluição por lançamento de efluentes domésticos, de acordo com o CPRH essas poluições são oriundas de bairros da cidade de Olinda e Recife, tendo suas cargas poluidoras constantemente drenadas para o trecho do rio Beberibe que por sua vez compõe a bacia hidrográfica do Rio Beberibe, trecho antes de desaguar no oceano atlântico. Quadro 5 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE3-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2001. Parâmetro Unid. Padrão Meses das coletas Fev. 01/02 13:00 Abr. 05/04 12:00 Jun. 13/06 11:50 Ago. 02/08 12:40 Out. 10/10 12:30 Dez. 04/12 12:10 Temperatura ºC - 29,0 30,0 26,0 27,0 29,0 29,0 pH - 6 – 9 5,4 6,8 6,8 6,8 6,3 6,8 O.D. mg/L > 4 1,3 1,4 1,6 0,0 0,0 0,0 D.B.O. mg/L < 10 13,9 12,4 4,7 17,8 49,9 16,5 Cond. Elét. μS/cm - 438 435 238 347 449 466 Cloreto mg/L 250 62 67 29 51 55 59 Amônia mg/L 0,5 14,3 8,7 3,5 - - - Fósforo mg/L 0,025 1,19 0,64 0,62 0,97 1,53 1,64 Coli. Fecais NMP/100 ml 4000 - 9000 - 160000 - 160000 S.T.D. mg/L 500 292 290 159 231 299 311 Sat. de O.D. mg/L - 7,7 7,6 8,1 8,0 7,7 7,7 % Sat. de O.D. % - 17 18 20 0 0 0 Padrões estabelecidos para o ano de 2001 em Resolução CONAMA nº 20/86 Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2001 Estação: BE3-50 Classe: 3 Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
  • 42. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 42 6.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o ano de 2001, as estações monitoradas na bacia hidrográfica do rio Beberibe, de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais, apresentaram valores para pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, amônia, fósforo e coliformes fecais, em sua maioria fora do padrão estabelecido. Tanto a ocupação do solo, quanto o uso da água na bacia hidrográfica do rio Beberibe contribuem para o não enquadramento no padrão estabelecido, uma vez que o solo é ocupado por áreas urbanas e industriais, ainda, de atividades envolvendo a policultura, tendo o uso das águas voltado ao abastecimento público, recepção de efluentes domésticos e efluentes industriais (CPRH, 2001). Trechos dos principais constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, recebem cargas poluidoras diariamente, tais cargas oriundas das ocupações urbanas devido ao baixo índice de saneamento ambiental e ineficiente rede coletora de esgotos, associada a cargas poluidoras de atividades industriais contribuem de forma direta com a perda da qualidade das águas, sendo necessárias ações públicas com a iniciativa de mitigar os efeitos causados nos recursos hídricos que constituem a bacia hidrográfica do rio Beberibe.
  • 43. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 43 7. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2002) Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2002: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12 meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. É importante salientar que as estações de monitoramento, executada pela Agência Estadual de Meio Ambiente, tem as definições dos locais de amostragem justificada no objetivo envolvido, levando em consideração a avaliação do desempenho do sistema de tratamento, atendimento aos padrões estabelecidos na legislação vigente, obtenção de informações para elaboração de um sistema de tratamento das águas de forma adequada, implantação de medidas de prevenção à poluição (ANA, 2011). De acordo com a Agência Nacional de Águas, os efluentes líquidos podem ser classificados de acordo com sua origem em: a) efluentes industriais, b) efluentes industriais em esgotos domésticos, c) efluentes de plantas de incineração de resíduos sólidos e d) efluentes percolados gerados em aterros sanitários e industriais (ANA, 2011). É perceptível que o tipo de efluente captado pelos corpos d’água que compõe a bacia hidrográfica do rio Beberibe, são considerados efluentes mistos (industriais e domésticos), a presença de efluentes industriais misturados ao esgoto doméstico necessitam de cuidados quanto aos parâmetros adotados para o monitoramento.
  • 44. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 44 7.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) Mesmo que não estabelecido a classe para os meses de fevereiro, abril, junho e agosto, a estação BE-11 possui suas águas enquadradas na classe 2, justificado pela teor de salinidade mensurados nos meses de outubro e dezembro. O aspecto da água manteve-se turvo ao logo do ano, com materiais flutuantes ausentes nos meses de junho e agosto e presente para os demais, óleos e graxas estiveram ausentes em todas as coletas, a vegetação esparsa e intensa pode estar associada ao processo de revitalização da estação monitorada, condições do tempo oscilaram ao longo do ano, tendo coletas com tempo ensolarado, encoberto e de chuva intensa, o que explica o alto índice de oxigênio dissolvido no mês junho, por consequência a demanda bioquímica de oxigênio também se manteve dento do padrão, para os demais meses O.D. e D.B.O., apresentaram valores fora do padrão, o mesmo foi observado para a carga de fósforo nos meses de agosto, setembro e outubro, coliformes fecais apresentaram limites excedido nos meses de agosto e dezembro (Quadro 6). Quadro 6 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 07/02 10:15 Abr. 04/04 10:40 Jun. 06/06 12:05 Ago. 07/08 10:30 Out. 09/10 10:05 Dez. 02/12 12:15 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P P A A P P Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VE VI VI VI VI VI Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENS ENC ENS Poluição por Esgoto - A P A A A A Resíduo Sólido - P P A A P P Temperatura ºC 27 29 26 28 26 26 pH - 5,7 6,5 7,1 6,2 6,2 6,2 O.D. mg/L 1,1 0,5 5,7 1,9 0,9 2,3 D.B.O. mg/L 6,9 18,2 2,7 5,4 7,5 9,6 Cond. Elét. μS/cm 222 253 95 179 193 216 Cloreto mg/L 29 33 11 25 27 29 Fósforo mg/L - - - 0,33 0,35 0,52 Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000 Salinidade 0/00 - - - - 0,1 0,1 Classe - - - - - 2 2 L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-11 Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
  • 45. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 45 7.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) Os parâmetros pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais apresentaram valores fora de padrão, as águas da estação BE-30 estão enquadradas na classe 2, o aspecto da água manteve-se turvo em todo o ano, com matérias flutuantes ausentes apenas para o mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, vegetação intensa e esparsa ao longo do ano, indicando possibilidade de revitalização e capinamento com mais frequência; condições do tempo de ensolarado a encoberto e com chuva intensa, a poluição por esgoto foi observada na estação em todas as coletas, resíduo sólido ausente em junho e presente nos demais meses, a temperatura apresentou mínima de 25°C e máxima de 30°C, pH com valores dentro do padrão para os meses de abril, junho, outubro e dezembro, com valores < 6 em fevereiro e agosto, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio e fósforo totalmente fora de classe, coliformes fecais apresentaram limites > 1000 NMP/100ml, estando também fora do padrão estabelecido (Quadro 7). Quadro 7 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 07/02 09:40 Abr. 04/04 10:20 Jun. 06/06 12:40 Ago. 07/08 14:00 Out. 09/10 09:30 Dez. 02/12 12:30 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P P A P P P Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VI VE VI VE VI VI Condições do Tempo - ENS ENC CHI ENC ENC ENS Poluição por Esgoto - P P A P P P Resíduo Sólido - P P A P P P Temperatura ºC 28 30 25 28 25 30 pH - 5,8 6,6 6,9 5,9 6,6 6,2 O.D. mg/L 0,0 0,6 4,6 1,5 1,6 1,3 D.B.O. mg/L 19,0 41,7 9,2 10,7 23,1 22,9 Cond. Elét. μS/cm 430 375 116 416 364 410 Cloreto mg/L 59 56 11 58 49 55 Fósforo mg/L - - - 0,88 1,09 1,08 Coli. Fecais NMP/100ml - 810 - 160000 - 160000 Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2 Classe - - - - - 2 2 L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-30 Local: Rio Morno, na ponte na estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.
  • 46. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 46 7.3 ESTAÇÃO BE-35 (PONTE DA RUA DALVA DE OLIVEIRA) Como observado no quadro 8, o aspecto da água manteve-se turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes nos meses de fevereiro, abril, agosto, outubro e dezembro, ausente no mês de junho, óleos e graxas sempre ausentes, a vegetação na estação BE-35 apresentou-se hora esparsa, hora intensa, indicando ações de revitalização no trecho, tempo ensolarado (fevereiro, abril e dezembro), chuva intensa (junho) e encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto detectável ao longo do ano, resíduo sólido presente, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 30°C, pH com valores fora do padrão para o mês de fevereiro e agosto, oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio totalmente fora do padrão, seguido da carga de fósforo, coliformes fecais com limite excedido para os meses de outubro e dezembro, vale salientar que as coletas de monitoramento ocorrem de forma bimestral para o conjunto básico e quadrimestral para coliformes fecais (Quadro 8). Quadro 8 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-35, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 07/02 11:25 Abr. 04/04 11:00 Jun. 06/06 12:35 Ago. 07/08 11:30 Out. 09/10 10:40 Dez. 02/12 11:10 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P P A P P P Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VI VE VI VE VI VI Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENC ENC ENS Poluição por Esgoto - P P A P P P Resíduo Sólido - P P A P P P Temperatura ºC 28 30 26 27 26 28 pH - 5,7 6,6 7,0 5,9 6,6 6,3 O.D. mg/L 0,0 0,9 4,0 0,9 0,7 0,0 D.B.O. mg/L 14,5 18,0 8,5 14,2 15,3 13,0 Cond. Elét. μS/cm 327 337 109 313 314 334 Cloreto mg/L 42 47 11 39 39 42 Fósforo mg/L - - - 0,74 0,70 0,79 Coli. Fecais NMP/100ml - 600 - 160000 - 160000 Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2 Classe - - - - - 2 2 L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-35 Local: Rio Beberibe, na ponte da Rua Dalva de Oliveira, em frente à Indústria de bebidas Antártica.
  • 47. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 47 7.4 ESTAÇÃO BE-45 (PONTE DA AVENIDA PRESIDENTE KENNEDY) As variações dos parâmetros na estação BE-45 (Quadro 9), traz resultados diferenciados das outras estações, não houve coleta para o mês de fevereiro, o aspecto da água se manteve turvo ao longo do ano, com materiais flutuantes presentes (abril, agosto, outubro e dezembro), e ausentes (junho), óleos e graxas sempre ausentes, vegetação esparsa (abril e agosto), e intensa (junho, outubro e dezembro), tempo ensolarado (abril e dezembro), com chuva intensa em junho, e tempo encoberto (agosto e outubro), poluição por esgoto presente nos meses de abril, agosto e dezembro, ausente nos meses de junho e outubro, provavelmente por ações das chuvas, resíduos sólidos ausente em junho, e presente para os demais meses do ano, a temperatura apresentou mínima de 26°C e máxima de 31°C, o pH e oxigênio dissolvido com valores dentro do padrão em todas as coletas, ao contrário da demanda bioquímica de oxigênio que apresentou valores dentro do padrão apenas para o mês de junho, a carga de fósforo ultrapassou 0,050 mg/L em todas as coletas, coliformes fecais com limite excedido. Quadro 9 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-45, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. - - Abr. 04/04 11:15 Jun. 06/06 13:00 Ago. 07/08 12:15 Out. 09/10 11:25 Dez. 02/12 10:45 Aspecto da água - - T T T T T Materiais Flutuantes - - P A P P P Óleos e Graxas - - A A A A A Vegetação - - VE VI VE VI VI Condições do Tempo - - ENS CHI ENC ENC ENS Poluição por Esgoto - - P A P A P Resíduo Sólido - - P A P P P Temperatura ºC - 31 26 29 26 30 pH - - 7,0 6,8 6,5 6,1 6,3 O.D. mg/L - 0,8 4,2 1,0 1,2 1,5 D.B.O. mg/L - 21,8 4,7 10,0 19,9 19,1 Cond. Elét. μS/cm - 432 173 429 418 419 Cloreto mg/L - 56 18 54 55 56 Fósforo mg/L - - - 0,89 0,64 0,84 Coli. Fecais NMP/100ml - 7000 - 160000 - 3800 Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2 Classe - - - - - 2 2 L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-45 Local: Riacho Lava Tripa, na ponte da Av. Presidente Kennedy.
  • 48. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 48 7.5 ESTAÇÃO BE-50 (PONTE DE ACESSO A PEIXINHOS) Para a estação BE-50 (Quadro 10), dos parâmetros obtidos, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, fósforo e coliformes fecais, apresentaram valores fora do padrão, os demais parâmetros analisados estão enquadrados no estabelecido em resolução. Para a estação BE-50, os parâmetros estabelecidos foram monitorados em todos os meses do ano, aplicam-se a estação as mesmas observações na estação anterior, à exceção do seguinte: pH apresentou valor <6 em fevereiro, estando fora do padrão, oxigênio dissolvido e demando bioquímica de oxigênio estiveram fora do padrão ao longo de todo o ano, a carga de fósforo com valores superiores ao previsto em resolução, de 0,050 mg/L de P, e coliformes fecais excede limite tolerado de 1000 NMP/100ml, tendo suas cargas oscilando de 1700 (abril), 160000 (agosto), e 28000 (dezembro). Quadro 10 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-50, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2002. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 07/02 11:25 Abr. 04/04 11:30 Jun. 06/06 13:20 Ago. 07/08 12:50 Out. 09/10 12:10 Dez. 02/12 11:35 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P P P P P P Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VE VE VE VE VI VI Condições do Tempo - ENS ENS CHI ENS ENC ENS Poluição por Esgoto - A P A P P P Resíduo Sólido - P P P P P P Temperatura ºC 28 31 26 29 26 30 pH - 5,8 6,9 7,3 6,4 6,6 6,4 O.D. mg/L 0,0 0,0 3,8 0,0 0,0 0,0 D.B.O. mg/L 16,2 28,9 4,9 14,3 18,5 14,9 Cond. Elét. μS/cm 491 418 111 406 416 418 Cloreto mg/L 55 54 11 49 54 54 Fósforo mg/L - - - 1,02 1,03 1,25 Coli. Fecais NMP/100ml - 1700 - 160000 - 28000 Salinidade 0/00 - - - - 0,2 0,2 Classe - - - - - 2 2 L=Límpido, T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado, ENC=Encoberto, CHI=Chuva intensa. Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2002 Estação: BE-50 Local: Rio Beberibe, após receber o Canal Vasco da Gama, na ponte de acesso a Peixinhos.
  • 49. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 49 7.6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o ano de 2002, as estações foram monitoradas de forma bimestral para o conjunto básico (temperatura, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, condutividade elétrica, cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. Os resultados obtidos e enquadrados no estabelecido para verificar a qualidade da água da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permite concluir que para os parâmetros do conjunto base, os valores fora de padrão comprometem a qualidade das águas dos recursos hídricos constituintes e aponta o lançamento de esgotos domésticos e industriais como as principais fontes de contaminação, comprovado pelos níveis de coliformes fecais em todas as estações. O baixo teor de oxigênio dissolvido, chegando a 0,00 mg/L de O.D., associado a baixa demanda bioquímica de oxigênio de até 41,4 mg/L de D.B.O., corroboram tais conclusões, uma vez que esses parâmetros e seus limites sofrem influência direta quando há entrada de matéria orgânica, contribuindo para baixar a concentração de oxigênio dissolvido na água (ANA, 2011; Smith & Schindler, 2009; Silva et al., 2000). As cargas de fósforo ao longo do ano e em todas as estações, apresentam valores superiores a 0,050 mg/L para as águas enquadradas na classe 2, altas cargas de fósforo unidas a cargas de nitrogênio contribuem com a eutrofização artificial de um corpo d’água, a eutrofização resulta no aumento de produtividade da comunidade fitoplanctônica, passando a predominar alguns grupos, como as cianobactérias, com potencial capacidade de lançar no meio hídrico as cianotoxinas (Apeldoorn et al., 2007). Logo, pode-se afirmar que as águas que constituíram a bacia hidrográfica do rio Beberibe em 2002, encontraram-se comprometidas e houve lançamentos de esgoto doméstico em toda a sua extensão, seguido de lançamentos de efluentes industriais em partes, percebidos em algumas estações e comprovado pelo uso da água, que tem seu fim tanto para abastecimento, quanto para recepção de efluentes, estes sendo de natureza doméstica e industrial.
  • 50. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 50 8. BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO BEBERIBE (2003) Seguem os parâmetros verificados no relatório para o ano de 2003: aspecto da água, materiais flutuantes, óleos e graxas, vegetação, condições do tempo, poluição por esgoto, resíduo sólido, temperatura (°C), pH, oxigênio dissolvido (O.D. mg/L), demanda bioquímica de oxigênio (D.B.O. mg/L), condutividade elétrica (C.E. μS/cm), cloreto (mg/L), fósforo (mg/L), coliformes fecais (NMP/100ml) e salinidade (0/00). Os dados foram obtidos nas estações BE-11 (COMPESA, Caixa D’água), BE-30 (Ponte na estrada do Cumbe), BE-35 (Ponte da Rua Dalva de Oliveira), BE-45 (Ponte da Avenida Presidente Kennedy) e BE-50 (Ponte de acesso a Peixinhos), por um período de 12 meses, sendo a coleta com frequência bimestral para o conjunto básico (temperatura, ph, O.D., D.B.O., C.E., cloreto, fósforo e salinidade), e quadrimestral para coliformes fecais. Os parâmetros aqui comentados, as luzes das resoluções vigentes para a época, correlacionadas com as resoluções mais atuais, no que diz respeito à qualidade da água dos corpos constituintes da bacia hidrográfica do rio Beberibe, permitem de forma respaldada no monitoramento exercido pela Agência Estadual de Meio Ambiente, compreender o comportamento limnológico e funcionalidade das águas do rio Beberibe, tendo em vista que as atividades próximas a bacia, vão desde produtos alimentares, química, produtos farmacêuticos/veterinário, bebidas, papel/papelão, metalúrgica, ainda, perfumes, sabões e velas (CPRH, 2003). As águas monitoradas possuem o enquadramento na classe 2, para águas doces em todas as estações, destinadas: a) ao abastecimento para consumo humano, após tratamento convencional; b) à proteção das comunidades aquáticas e c) à recreação de contato primário, tais como natação, esqui aquático e mergulho, conforme Resolução CONAMA no 274, de 2000; revogada pela Resolução CONAMA 357, de 2005. A seguir estão discutidos os parâmetros e a correspondência ao padrão esperado em cada estação de monitoramento para o ano de 2003, os dados foram agrupados em quadros e valores fora de classe, estão indicados em vermelho.
  • 51. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 51 8.1 ESTAÇÃO BE-11 (COMPESA, CAIXA D’ÁGUA) De acordo com o quadro 11, o aspecto da água apresentou-se turvo ao longo de todo o ano, com materiais flutuantes presente nos meses de fevereiro, junho e agosto, e ausente nos meses de abril, outubro e dezembro, óleos e graxas sempre ausente na estação BE-11 no ano de 2003, predominância da vegetação esparsa, vegetação intensa observada apenas no mês de fevereiro, condições do tempo sempre ensolarado nos meses e datas em que foram realizadas as coletas, a poluição por esgoto esteve presente nos meses de fevereiro, abril, junho, agosto, outubro, estando ausente apenas para o mês de dezembro, foi observado a presença de resíduo solido nos meses de fevereiro, junho e agosto, e ausente para os demais meses, a temperatura da água apresentou mínima de 25°C, e máxima de 28°C, pH apresentou valores fora de classe apenas para o mês de dezembro, a demanda de oxigênio dissolvido também apresentou valores fora de classe nos meses de fevereiro, abril, junho e agosto, e limite excedido da demanda bioquímica de oxigênio em fevereiro e abril, as cargas de fósforo e coliformes fecais também apresentaram valores fora do padrão, demais parâmetros seguem no estabelecido. Quadro 11 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-11, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2003. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 05/02 10:10 Abr. 03/04 10:35 Jun. 06/06 10:35 Ago. 14/08 10:10 Out. 02/10 10:15 Dez. 02/12 09:50 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P A P P A A Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VI VE VE VE VE VE Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS Poluição por Esgoto - P P P P P A Resíduo Sólido - P A P P A A Temperatura ºC 27 28 26 25 25 25 pH - 6,2 6,3 6,6 6,7 6,3 5,6 O.D. mg/L 1,6 1,0 3,0 0,6 7,4 8,0 D.B.O. mg/L 8,4 11,4 4,4 4,5 2,0 3,2 Cond. Elét. μS/cm 272 279 281 207 64 61 Cloreto mg/L 29 34 33 28 13 12 Fósforo mg/L 0,60 0,79 0,59 0,39 ND ND Coli. Fecais NMP/100ml - - - 160000 - 200 Salinidade 0/00 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 0,1 Classe - 2 2 2 2 2 2 T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003 Estação: BE-11 Local: Rio Beberibe, na captação da COMPESA, em Caixa D’Água.
  • 52. SERAFIM-FILHO, G.L. 2012. Diagnóstico da qualidade das águas, percepção de... 52 8.2 ESTAÇÃO BE-30 (PONTE NA ESTRADA DO CUMBE) Na estação BE-30 (Quadro 12), o aspecto da água sempre turvo, materiais flutuantes ausentes no mês de abril e presente para os demais meses, óleos e graxas não observados, vegetação intensa no mês de fevereiro, e esparsa nos demais meses (abril, junho, agosto, outubro e dezembro), condições do tempo ensolarado em todas as coletas, poluição por esgoto sempre presente, seguido da presença de resíduo sólidos, observado ausente apenas no mês de abril, a temperatura da água atingiu mínima de 26°C e máxima de 29°C, o pH apresentou valores dentro do padrão em todas as coletas, já oxigênio dissolvido e demanda bioquímica de oxigênio, com valores fora de classe ao longo do ano, seguido de fósforo e coliformes fecais que também apresentam valores fora do estabelecido, demais parâmetros apresentaram valores dentro do padrão para águas doces de classe 2. Quadro 12 – Variações dos parâmetros do monitoramento da bacia hidrográfica do Rio Beberibe na estação BE-30, valores em vermelho indicam resultados fora de classe. Dados extraídos e adaptados de CPRH, 2003. Parâmetro Unid. Meses das coletas Fev. 05/02 09:45 Abr. 03/04 10:10 Jun. 06/06 10:00 Ago. 14/08 09:30 Out. 02/10 09:40 Dez. 02/12 09:05 Aspecto da água - T T T T T T Materiais Flutuantes - P A P P P P Óleos e Graxas - A A A A A A Vegetação - VI VE VE VE VE VE Condições do Tempo - ENS ENS ENS ENS ENS ENS Poluição por Esgoto - P P P P P P Resíduo Sólido - P A P P P P Temperatura ºC 27 28 26 26 28 29 pH - 6,1 6,3 6,4 6,9 7,1 6,6 O.D. mg/L 0,8 0,4 1,4 0,0 0,0 0,0 D.B.O. mg/L 14,0 18,7 13,5 19,2 17,9 10,3 Cond. Elét. μS/cm 465 517 428 420 412 428 Cloreto mg/L 52 75 61 60 59 52 Fósforo mg/L 1,01 1,36 1,39 1,64 1,60 1,53 Coli. Fecais NMP/100ml - - - 30000 - 160000 Salinidade 0/00 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 Classe - 2 2 2 2 2 2 T=Turvo, A=Ausente, P=Presente, VE=Esparsa, VI=Intensa, ENS=Ensolarado Monitoramento – Bacia hidrográfica do rio Beberibe. Ano: 2003 Estação: BE-30 Local: Rio Morno, na ponte da estrada do Cumbe, acesso à Linha do Tiro.