O documento discute o impacto do milho Bt nas pragas agrícolas em três culturas das terras baixas do Rio Grande do Sul. Em três frases ou menos:
1) O milho Bt reduziu as populações de lagartas que atacam o milho, mas não afetou as pragas que atacam outras culturas como arroz e soja.
2) A adoção do milho Bt levou a mudanças nos complexos de pragas do arroz e da soja, com aumento na importância de espécies secundárias.
4. Taxa de adoção
23,9 milhões de ha = 88,1% área total
com variedades transgênicas
12,1 milhões de ha = 74,9 % área total
com variedades transgênicas
Fonte: CÉLERES
7. Adoção da biotecnologia agrícola no Rio
Grande do Sul - Milho
76,45
80
Área 60
Produtividade
Produção 40
26,97
16,15
20
7,73
4,72 5,71 4,32 4,77
1,11
0
Área (milhão ha) Produtividade (kg/ha) Produção (milhão t)
Brasil Sul RS
Fonte: Céleres
8. Adoção da biotecnologia agrícola no Rio
Grande do Sul - Milho
88,7
90 85,7
80 74,9
70
Tecnologia
Adoção (% área total)
60
50 43,6
40,8 40,8
37,1
40 34,5 33,6
30
20
6,9 7
10 5,1
0
RI TH RI/TH Total
Brasil Sul RS
Fonte: Céleres
10. Terras Baixas
Diversidade geológica,
climática e de relevo
Variedade de tipos de solos
Diferentes padrões de ocupação
Uso agrícola
Desenvolvimento regional
11. As terras baixas
correspondem a uma
classificação geomorfológica,
que compreende a planície
costeira do Rio Grande do Sul
(VILLWOCK; TOMAZELLI, 1995).
13. Terras baixas - arroz irrigado
Topografia plana - potencial p/
350.000 ha
Potencial hídrico
Solo adequado - horizonte B
impermeável
Clima adequado
Única cultura para condições
de alagamento
Estrutura de lavoura instalada
Tradição dos produtores no
cultivo do arroz
14. Terras baixas - milho
Foto: Ana Paula Afonso Rosa
Redução do custo dos insumos (semente, adubo, etc.)
Disponibilidade de variedades milho
Desenvolvimento de tecnologias (genética e manejo) adaptadas as terras
baixas
Tecnologias de manejo de solo, irrigação e drenagem para áreas de
várzeas
15. Terras baixas - soja
Aumentar a produção em
áreas onduladas e de várzeas
Proximidade do porto de Rio
Grande - menor custo de
transporte em relação as
outras regiões do RS.
20. Oryzophagus oryzae
(Costa Lima 1936)
Coleoptera: Curculionidae
Adulto da bicheira-da-raiz Oryzophagus oryzae. Ovos de gorgulho aquático no tecido Bicheira-da-raiz.
Foto de H.F. Prando vegetal. Foto de J.K. Clark
Foto de J.K. Clark
21. Casulo da pupa da bicheira-da-raiz.
Foto de H.F. Prando
Macho 'guardando' a fêmea.
Foto de H.F. Prando
22. Tibraca limbativentris
Stål 1860
Hemiptera: Pentatomidae
Adulto novo (esquerda) e velho (direita) do
percevejo-do-colmo.
Posturas novas (esquerda) e ovos próximo à eclosão
Fotos de H.F. Prando
(direita) do percevejo-do-colmo. Foto de H.F. Prando
25. Oebalus poecilus
(Dallas 1851)
Hemiptera: Pentatomidae
Aglomerado de ovos do percevejo-do-grão.
Foto de H.F. Prando
Percevejos-do-grão: O. poecilus (esquerda) O.
ypsilongriseus (direita). Fotos de N. Wright
26. Ninfas de vários estágios do percevejo-do-grão. Arroz parboilizado manchado em função do ataque
Foto de H.F. Prando de percevejos.
Foto de H.F. Prando
Mancha no ponto de sucção da seiva no arroz
parboilizado.
Foto de H.F. Prando
27. Brocas do colo
A espécie Elasmopalpus
lignosellus é comum em cultivo do
arroz de sequeiro ou de terras
altas. No cultivo do arroz em solo
alagado tem aparecido com maior
Mariposa Elasmopalpus lignosellus. No detalhe a lagarta.
frequência nos últimos anos, antes
Fotos de J. Vargas e Embrapa
da inundação.
29. Spodoptera frugiperda
A B
Foto: E. Ferreira Foto: E. Ferreira
FIGURA 2. Plantas novas de arroz cortadas rente ao solo por lagartas
de Spodoptera frugiperda (A) e abrigo do inseto sob torrões (B)
A B
Foto: A. da S. Gomes Foto: J.F. da S. Martins
FIGURA 3. Fase crítica da cultura do arroz ao ataque de lagartas de Spodoptera
frugiperda, em áreas planas, compreendido entre a emergência das plantas (A)
e a inundação da lavoura (B).
34. Como chegou ao RS?
• EUA: 1987 já liberado para testes
• RS: 1994 chega a primeira carga da Argentina
40 t de milho grão 202 sc de semente de soja RR
4 genótipos
Até 1997 o cultivo foi mantido na surdina.
A partir de 2000, se tornou o milagre da soja.
36. Anticarsia gemmatalis (Hübner, 1818)
Lepidoptera: Noctuidae
A lagarta-da-soja é encontrada em
todos os locais de cultivo, sendo o
desfolhador mais comum da soja no
Brasil. Costuma atacar as lavouras a
Foto: Mike Boone partir de novembro, nas regiões ao
Norte do Paraná, e a partir de
dezembro a janeiro no Sul do País,
podendo causar desfolhamento, que
pode chegar a 100%.
Foto: Ana Paula Afonso-Rosa
37. A lagarta apresenta coloração geral verde, com estrias longitudinais brancas sobre o
dorso. Em condições de alta população, ou escassez de alimento, a lagarta torna-se
escura, mantendo as estrias brancas.
39. Percevejos
A B Pelo menos 15 espécies de percevejos da família
Pentatomidae são registradas como sugadores,
sendo que as espécies Nezara viridula (L.),
Piezodorus guildinii (Westwood) e Euschistus
Foto: Bastos, C. S.
Foto: Moreira, H. & Aragão, F. heros (Fabricius) são as mais importantes do
Adulto (A) e ovos (B) de Nezara viridula
complexo de percevejos pragas da soja (PANIZZI &
A B ROSSI, 1991).
N. viridula e E. heros estão também associadas ao
milho causando danos semelhantes aos de
Foto: Moreira, H. & Aragão, F.
Adulto (A) e ovos (B) de Euchistus heros. Dichelops melacanthus. Estes percevejos têm
aumentado sua população a cada ano, com
A B
ocorrência em todas as épocas de plantio de
milho, requerendo, muitas vezes, tratamento com
inseticidas nas sementes e pulverizações foliares
Foto: Via Rural Foto: Moreira, H. & Aragão, F.
para redução de danos (PANIZZI, 2000).
Adulto (A) e ovos (B) de Piezodorus guildinii.
40. Falsa medideira – Pseudoplusia includens
- Lagartas medem palmos
- Não consomem as nervuras
- Difícil controle
- Há relatos de resistência
Foto: Diones
- Porção inferior da planta
- Temperaturas elevadas, acima de 30ºC, e a
umidade abaixo de 60%, que aumentam a
evaporação do produtos químicos, dificultando
o controle
41. Complexo de Spodoptera spp.
Foto: McGuire Center Foto: Ana Paula Afonso da Rosa Foto: John L. Capinera
S. albula S. cosmioides S. eridania
- Alimentam-se de vagens, grãos e folhas;
- Podem cortar as plantas ao nível do solo.
Foto: Paulo Lanzetta
S. frugiperda
43. Mudança de cenário
Aumento da população e importância das lagartas-falsa-medideira e das lagartas-pretas e
redução da população da lagarta-da-soja (décadas de predomínio na soja brasileira)
No Rio Grande do Sul, nas safras 2007/08 e 2008/09, entre as lagartas-falsa-medideira já havia
sido constatada a predominância de Rachiplusia nu, sobre Pseudoplusia includens, que se
esperava fosse a mais comum.
Guedes et al., 2010
44. OCORRÊNCIA SIMULTANEA
Amplia risco de danos – aumento de população
Dificuldade de manejo – diferentes doses - permitindo e facilitando a sobrevivência das lagartas mais
tolerantes, que chegam a representar 50% das populações.
Ex. site do mapa
47. Pulgão • Coloração verde-azulada;
Rhopalosiphum maidis • Formas ápteras com cerca de 1,5 mm;
• Vivem em colônias excretam uma
substância açucarada onde se desenvolve
um fungo (fumagina), que recobre a folha,
prejudicando a atividade fotossintética da
planta;
• Atacam folhas e panículas;
• Responsável pela transmissão do vírus do
mosaico comum do milho.
48. Diabrotica spp.
Ocorre em todos Estados brasileiros;
Alimenta-se de folhas, brotações novas, vagens ou frutos
de várias culturas;
As larvas são de hábito subterrâneo, têm causado perdas
significativas de produtividade de milho e em batata.
49. D. balteata D. speciosa
D. undecimpunctata
D. barbieri D. virgifera D. viridula
51. 5-7 dias
Biologia
40-50 dias
14-26 dias
Fotos: Paulo Lanzetta
5-7 dias
Longevidade (dias)
Longevidade, ritmo de postura e fecundidade Alimento na fase larval
Machos Fêmeas
dependem do substrato de criação na fase larval e Seedling de milho 41,8 51,6
do tipo de alimento Dieta artificial 55,5 58,5
55. LAGARTAS
Ivan Cruz
Jalles Machado
Diatraea saccharallis
Ana Paula Afonso da Rosa
Spodoptera frugiperda Elasmopalpus lignosellus
Coutin R.
Agrotis ipsilon Helicoverpa zeae
56. Lagarta do cartucho – Spodoptera frugiperda
Foto: Paulo Lanzetta
Foto: Paulo Lanzetta
57. Modelo de ocorrência
Spodoptera frugiperda em arroz
12
10 Praga Aguda
Nível Populacional
8 Praga Crônica
NDE
6
4
2
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
Anos
FIGURA 1. Modelo de ocorrência de Spodoptera frugiperda na cultura do milho, na condição de praga aguda.
58. Aumento de danos a cada safra (metade Sul do RS)
Foto: Marilda Pereira Porto
Figura 1. Dano de Spodoptera frugiperda em milho
59. A B C
Figura 2. Danos causados pela Spodoptera frugiperda no cartucho da planta de milho
Foto: Jaqueline Tavares Schafer
Figura 3. Danos causados pela lagarta-do-cartucho na espiga
60. Raças (Milho e Arroz)
Populações de várias regiões produtoras do RS
Busato et al. (2005): Biologia comparada (dieta natural e artificial)
Análise da estrutura e diversidade molecular
Consumo e utilização de alimento
Tabela de vida fertilidade
Exigências térmicas
Morfologicamente iguais e fisiologicamente diferentes
Implicações
Variações no consumo de alimento
Variações no nível de dano
Resposta diferenciada a inseticidas
Resposta diferenciada ao controle biológico
61. Preferência alimentar de Spodoptera frugiperda
a
45 a 18
40 16
35 14
30 12
b
25 10
b b
20 8 b
15 6
10 4 b b
5 2
0 0
Milho Sorgo Arroz Irrigado Campim-arroz Milho Sorgo Arroz Irrigado Campim-arroz
Figura 1. Porcentagem (±EP) de lagartas recém-eclodidas de Figura 2 . Área foliar consumida (±EP) de milho, sorgo, arroz irrigado e capim-
Spodoptera frugiperda, presentes em folhas de milho, arroz por lagartas de último ínstar de Spodoptera frugiperda. Temperatura: 25
sorgo,arroz irrigado e capim-arroz. Temperatura: 25 ±1ºC; UR: ± 1ºC; UR: 70 ± 15%; Fotofase: 14 horas. Capão do Leão - RS, 2002.
70 ± 15%; Fotofase: 14 horas. Capão do Leão - RS, 2002.
Busato et al., 2004
62. Foto: Ana Paula Afonso da Rosa
Lagartas do biótipo arroz são mais suscetíveis a proteína Cry1Ab – menor
sobrevivência e biomassa
Araujo et al. (dados não publicados)