SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 74
Descargar para leer sin conexión
Aline Horst
 Luciane Heffel de
     Oliveira
Talita Fassini Barili
Capítulo 2: Gêneros textuais no
       ensino de Língua


     Luiz Antônio Marcuschi

                          Aluna: Aline Horst
2.1. O estudo dos gêneros não é novo, mas está na
                      moda

    O estudo dos gêneros não é novo. O que hoje se tem é uma
      nova visão do mesmo tema.



        Atualmente, a noção de gênero já não mais se vincula
         apenas à literatura, mas “para referir uma categoria
           distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou
             escrito, com os sem aspirações literárias”(p. 147)
Para Aristóteles há três elementos compondo o discurso:
   aquele que fala;
   aquilo sobre o que se fala e;
   aquele a quem se fala.
                               Num discurso operam três tipos de ouvinte:
                                            como espectador que olha o presente;
                                             como assembléia que olha o futuro;
                                   como juiz que julga sobre coisas passadas.
A esses três julgamentos associa três gêneros de discurso retórico:
   discurso deliberativo;
   discurso judiciário;
   discurso demonstrativo (epidítico)
DISCURSO DELIBERATIVO:
  aconselhar/desaconselhar, voltado para o futuro por
             ser exortativo por natureza;


           DISCURSO JUDICIÁRIO:
    acusar ou defender e reflete-se sobre o passado;


       DISCURSO DEMONSTRATIVO:
caráter epídico, ou seja, de elogio ou censura, situando-
                    se na ação presente.
Carolyn Miller (1984): gêneros são uma “forma
    de ação social”. Um “artefato cultural”
 importante como parte integrante da estrutura
       comunicativa de nossa sociedade.

Objetivo hoje é distinguir as idéias de que gênero
      é: uma categoria cultural, um esquema
    cognitivo, uma forma de ação social, uma
  estrutura textual, uma forma de organização
            social, uma ação retórica.
2.2. O estudo dos gêneros mostra o
   funcionamento da sociedade


Charles Bazermann (2005: 19-46) trabalha a
  noção de fato social: “é aquilo em que as
  pessoas acreditam e passam a tomar como se
  fosse verdade, agindo de acordo com essa
  crença. Muitos fatos sociais são realidades
  constituídas tão-somente pelo discurso
  situado.”(p. 150)
Pergunta: Por que os membros de comunidades
    discursivas específicas usam a língua da
            maneira como o fazem?


        Bhatia (1997: 629): “(...) há aí ações de ordem
    comunicativa com estratégias convencionais para
 atingir determinados objetivos”(p. 150). Cada gênero
        textual tem um propósito bastante claro que o
       determina e lhe dá uma esfera de circulação. A
          variação dos entendimentos existentes é um
              problema atual nos estudos de gêneros .
“Na realidade, o estudo dos gêneros textuais é hoje
  uma fértil área interdisciplinar, com atenção
  especial para a linguagem em funcionamento e
  para as atividades culturais e sociais. Desde que
  não concebamos os gêneros como modelos
  estanques nem como estruturas rígidas, mas como
  formas culturais e cognitivas de ação social
  (Miller, 1984) corporificadas na linguagem, somos
  levados a ver os gêneros como entidades dinâmicas,
  cujos limites e demarcação se tornam fluidos” (p.
  151)
2.3. Algumas perspectivas para o
           estudo dos gêneros
No Brasil:
1- linha bakhtiniana: com a perspectiva vygotskyana
  socioconstrutivista da Escola de Genebra (Schneuwl/Dolz)
  e com o interacionismo sociodiscursivo de Bronckart. (PUC-
  SP)
2- “swalesiana”: linha da escola norte-americana mais formal e
   influenciada por John Swales (1990).
3- sistêmico-funcional: Escola Australiana de Sydney,
  alimentada pela teoria de Halliday com interesses na análise
  lingüística dos gêneros.
4- mais geral: influência de Bakhtin, Adam, Bronckart,
  Bazermann, Miller, Kress, Fairclough.
Perspectivas pelo mundo:


1- sócio-histórica e dialógica (Bakhtin);
2- comunicativa (Steger, Gülich, Bergmann, Berkenkotter);
3- sistêmico-funcional (Halliday): texto e contexto...;
4- sociorretórica de caráter etnográfico voltado para o ensino de segunda
   língua (Swales, Bhatia): estágios na estrutura do gênero;
5- interacionista e sociodiscursiva de caráter psicolingüístico e atenção
   didática voltada para a língua materna (Bronckart, Dolz,
   Schneuwly): perspectiva geral de caráter psicolingüístico ligado ao
   sociointeracionismo;
6- análise crítica (Fairclough, Kress): Gênero como tipo particular de
   atividade social;
7-     sociorretórica/sócio-histórica e cultural (Miller, Bazermann,
     Freedman): gênero com atenção para a compreensão do funcionamento
     social e histórico, bem como sua relação com o poder.
2.4. Noção de gênero textual, tipo textual e
           domínio discursivo

        A comunicação verbal só é possível por algum
         gênero textual;
     Bronckart (1999; 103) “a apropriação dos gêneros é
       um mecanismo fundamental de socialização, de
       inserção prática nas atividades comunicativas
       humanas” (p. 154)
Conceitos
Tipo textual: designa uma espécie de construção teórica
  definida pela natureza lingüística de sua composição
  (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações
  lógicas, estilo). O tipo caracteriza-se muito mais como
  seqüências lingüísticas (retóricas) do que como textos
  materializados; a rigor, são modos textuais. Em geral, os
  tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias
  conhecidas como: narração, argumentação, exposição,
  descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar
  tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar.
  Quando predomina um modo num dado texto concreto,
  dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo
  etc.
Gênero textual: são os textos que encontramos em nossa vida
  diária e que apresentam padrões sociocomunicativos
  característicos definidos por composições funcionais,
  objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na
  integração de forças históricas, sociais, institucionais e
  técnicas. São entidades empíricas em situações comunicativas
  e se expressam em designações diversas, constituindo em
  princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou
  orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas.
  Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial,
  resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador...
Domínio discursivo: não abrange um gênero em
 particular, mas dá origem a vários deles. São práticas
 discursivas nas quais podemos identificar um
 conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são
 próprios ou específicos como rotinas comunicativas
 institucionalizadas e instauradoras de relações de
 poder (discurso jurídico, discurso jornalístico,
 discurso religioso etc.).
 “Não se pode tratar o gênero de discurso
  independentemente de sua realidade social e de
  sua relação com as atividades humanas” (p. 155)
 Gêneros e tipos não são opostos, não formam
  uma dicotomia. São complementares e
  integrados, formas constitutivas do texto em
  funcionamento.
 Carta pessoal: possui uma variedade de
  seqüências tipológicas, em que predominam
  descrições e exposições.
Barros (2004): sobre o domínio pedagógico
   “Gêneros não são entidades formais, mas sim entidades
    comunicativas em que predominam os aspectos relativos a
    funções, propósitos, ações e conteúdos. A tipicidade de um
    gênero vem de suas características funcionais e organização
    retórica” (p. 159).
   Carolyn Miller (1984): “os gêneros são formas verbais de ação
    social estabilizadas e recorrentes em textos situados em
    comunidades de práticas em domínios discursivos específicos.
    Assim os gêneros de tornam propriedades inalienáveis dos
    textos empíricos e servem de guia para os interlocutores,
    dando inteligibilidade às ações retóricas. São entidades
    dinâmicas, históricas, sociais, situadas, comunicativas,
    orientadas para fins específicos, ligadas a determinadas
    comunidades discursivas, ligadas a domínios discursivos,
    recorrentes e estabilizadas em formatos mais os menos
    claros”(p. 159).
   Por serem sócio-históricos e variáveis, tornou-se
    muito difícil fazer uma classificação de gêneros, o que
    deixou de ser preocupação dos estudiosos. Hoje
    procura-se explicar como eles se constituem e circulam
    socialmente.


   Maingueneau (2204) propôs uma divisão dos gêneros
    em três grandes conjuntos partindo do seu regime de
    generecidade:
   Gêneros autorais: mantêm um caráter de autoria pelos
    traços de estilo. Situam-se na literatura, no
    jornalismo, na filosofia...
   Gêneros rotineiros: comuns no dia-a-dia. Realizam-se
    em entrevistas radiofônicas, consultas, médicas... Não
    mudam muito de situação para situação e suas marcas
    autorais de manifestam menos.
   Gêneros conversacionais: gêneros de menor
    estabilidade e sem organização temática previsível
    como as conversações.
   O próprio autor mudou a classificação pela
    inadequação do termo “rotineiro”. Ele defende que se
    distinga:
            - Regime de gêneros conversacionais
            - Regime de gêneros instituídos (conteria
              gêneros autorais e rotineiros)
 “Todos os textos realizam um gênero e todos os
  gêneros realizam seqüências tipológicas diversificadas
  (...) os gêneros são em geral tipologicamente
  heterogêneos”(p. 160). Exemplo: telefonema.
2.5. Gêneros textuais como sistema
        de controle social
   “Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se
    prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao
    exercício de poder”(p. 161).
   O aspecto discursivo vai muito além do objetivo de comunicação e de
    informação. É muito mais uma forma de vida e uma forma de ação
    (Wittgenstein).
   A linguagem está presente na vivência cultural humana. Todos os nossos
    textos situam-se nas vivências estabilizadas em gêneros. A língua é uma
    atividade sociointerativa de caráter cognitivo, sistemática e instaurada
    de ordens diversas na sociedade. O funcionamento de uma língua é um
    processo de integração social. (p. 163)
2.6. A questão da intergenericidade:
     que nomes dar aos gêneros?

      É difícil nomear cada gênero de texto, pois eles se
       imbricam e interpenetram para constituírem
       novos gêneros.
      Gêneros são nomeados com base em alguns
       critérios. Muitas vezes o nome surge em atenção
       ao propósito comunicativo ou função.
   Intergenericidade -> um gênero com a função de
    outro;
   Heterogeneidade tipológica -> um gênero com a
    presença de vários tipos.
   Na imprensa: contaminação de gêneros e
    hibridização para chamar mais a atenção e motivar a
    leitura.
   Livro didático: constitui um todo feito de partes que
    mantêm suas características. Autor defende a
    posição de que o livro didático é um suporte e não um
    gênero. (p.170)
Capítulo 2: Gêneros textuais no
       ensino de Língua


     Luiz Antônio Marcuschi

                        Aluna: Talita F. Barili
2.7 A questão intercultural
   “A escolha de um gênero que pode ser usado para servir a
    uma certa função interativaem nossa cultura pode se
    tornar inadequada numa situação cultural diferente. Um
    sinólogo alemão, que trabalhava como intérprete em
    encontros de negócios entre comerciantes chineses e
    alemães, apontou a preferência dos comerciantes alemães
    por contar piadas em negociações comerciais. Para os
    chineses, é considerado inapropriado contar piadas
    durante encontros de negócios, e as piadas não são
    esperadas neste contexto.”

   Da mesma forma, o uso de provérbios tanto na oralidade
    como na escrita chinesa é um sintoma de boa educação.

    Um aspecto importante a tratar é o problema da
    variedade cultural dentro de um mesmo país e como isso
    deveria ser encarado pelo próprio livro didático.

    Estes deveriam oferecer um ensino culturalmente
    sensível, tendo em vista a pluralidade cultural. Não se
    deveria privilegiar o urbanismo elitizado, mas frisar a
    variação lingüística, social, temática, de costumes,
    crenças valores etc.

    A vivência cultural humana está envolta em linguagem e
    todos os textos situam-se nessas vivências estabilizadas
    simbolicamente. Isto é um convite claro para o ensino
    situado em contextos reais da vida cotidiana.
2.8 A questão do suporte de gêneros textuais
   Equivocam-se os manuais quando falam no dicionário
    como portador de gênero, pois ele próprio é um gênero.
    Enquanto que a embalagem é um suporte e não um
    gênero.

   A idéia central é que o suporte não é neutro e o gênero
    não fica indiferente a ele.

   O suporte é imprescindível para que o gênero circule na
    sociedade e deve ter alguma influência na natureza do
    gênero suportado.

   Suporte -> Um locus físico ou virtual com formato
    específico que serve de base ou ambiente de
    fixação do gênero materializado como texto.
−   Suporte é um lugar (físico ou virtual)

     −   Suporte tem formato específico

     −   Suporte serve para fixar e mostrar o texto.

   É muito difícil contemplar o contínuo que surge na relação
    entre gênero, suporte e outros aspectos, pois não se trata
    de fenômenos discretos e não se pode dizer onde um
    acaba e outro começa.

   Exemplo:

     −   Carta pessoal (GÊNERO) –> Papel-carta (SUPORTE) –> Tinta
         (MATERIAL DA ESCRITA) -> Correios (SERVIÇO DE
         TRANSPORTE)
   Não é fácil estabelecer a mesma cadeia para todos os
    gêneros, mas isso serve para pensar as unidades
    componentes dessa cadeia.

   O suporte firma ou apresenta o texto para que se torne
    acessível de certo modo e, não deve ser confundido com o
    contexto nem com a situação, nem com o canal em si, nem
    com a natureza do serviço prestado. O suporte não é
    neutro e o gênero não fica indiferente a ele.

   O outdoor, durante muito tempo foi classificado como
    gênero porém, hoje é claramente identificado como
    suporte público para vários gêneros, com preferência
    para publicidades, anúncios, propagadas,
    comunicados, convites, declarações, editais.
Tipos de SUPORTE:

• Convencionais -> típicos ou característicos, produzidos
                     para esta finalidade.

                 Livro                       Telefone

            Livro didático               Quadro de
                                         avisos
            Jornal (diário)               Outdoor

      Revista (semanal/mensal)               Encarte

     Revista Científica (boletins e          Folder
               anais)
                 Rádio                   Luminosos
               Televisão                     Faixas
• Incidentais -> podem trazer textos, mas não são
  destinados a esse fim de modo sistemático nem
  na atividade comunicativa regular.
        Embalagens              Paradas de Ônibus

          Muros                Estações de Metrô

          Roupas                    Calçadas

      Corpo Humano                  Fachadas

         Paredes                Janelas de Ônibus

 Pára-choques e pára-lamas   (Meios de Transporte em
        de caminhão                   geral)
Serviços em função da atividade comunicativa



Não devem ser situados entre os suportes textuais, sejam
  os incidentais ou convencionais, mas sim como
  SERVIÇOS.

   −   Correios

   −   (Programa de) E-mail

   −   Mala-direta

   −   Internet

   −   Homepage e site
2.9 Análise dos gêneros na oralidade
   A relevância da investigação dos gêneros textuais reside
    no fato de serem usados pelos participantes da
    comunicação lingüística como parte integrante de seu
    conhecimento comum.

   Um gênero seria uma noção cotidiana usada pelos
    falantes que se apóiam em características gerais e
    situações rotineiras para identificá-lo. Tudo indica que
    existe um saber social comum pelo qual os falantes se
    orientam em suas decisões acerca do gênero de texto
    que estão produzindo ou que devem produzir em cada
    contexto comunicativo.
   Os falantes lançam mão de conhecimentos de três
    grandes sistemas cognitivos (que agem
    interativamente) para processar seus textos:

     - Saber lingüístico

     - Saber enciclopédico

     - Saber interacional

   Com base nestes conhecimentos os interlocutores
    especificam o gênero de texto que estão sendo
    produzidos durante sua fala.

   Os gêneros são modelos comunicativos – servem muitas
    vezes para criar uma expectativa no interlocutor e
    prepará-lo para determinada reação.
   Os interlocutores seguem em geral três critérios para
    designarem seus textos:

     −   Canal / meio de comunicação

     −   Critérios formais

     −   Natureza do conteúdo

   A máxima da adequação tipológica – deveria haver, em
    cada gênero textual, uma relação estreita entre:

     −   Natureza da informação

     −   Tipo de situação

     −   Relação entre os participantes

     −   Natureza dos objetivos
   Os gêneros textuais não são fruto de invenções individuais,
    mas formas socialmente maturadas em práticas
    comunicativas na ação linguageira.

   Também poderia ser estabelecida uma certa correlação
    entre gêneros textuais e formas de condução dos tópicos
    discursivos. Assim, no caso de um debate ou de uma
    conferência caberiam observações do tipo:

     −   “Gostei porque ele se ateve ao tema do começo ao fim.”

     −   “Não gostei porque ele divagou demais e toda hora entrava em
         outros temas.”

   No entanto, já não se poderia dizer o mesmo a            respeito
    de uma conversa realizada durante um          encontro casual
    num bar da esquina.
   E, como os gêneros textuais não só refletem, mas
    constituem as práticas sociais, é de supor que
    também haja variações culturalmente marcadas
    quanto às formas produzidas, já que as culturas
    são diversas em sua constituição.
2.10 A análise de gêneros textuais
               na relação fala e escrita
   Os gêneros textuais ancoram na sociedade e nos
    costumes e ao mesmo tempo são parte dessa sociedade
    e organizam os costumes, podem variar de cultura para
    cultura.

   Os gêneros são apreendidos no curso de nossas vidas
    como membros de alguma comunidade.

   Os gêneros são padrões comunicativos socialmente
    utilizados, que funcionam como uma espécie de modelo
    comunicativo global que representa um conhecimento
    social localizado em situações concretas.
   Sociedades tipicamente orais desenvolvem certos gêneros
    que se perdem em outras tipicamente escritas e
    penetradas pelo alto desenvolvimento tecnológico.

     - Ex: cantos medicinais, benzeções das rezadeiras,
       lamentos das carpideiras.

   Tudo isso surge naquelas sociedades como práticas
    culturais rotineiras, tal como editorial de um jornal diário
    ou uma bula de remédio em nossas sociedades.

   O gráfico a seguir representa as mesclagens dos gêneros
    na relação fala-escrita, considerando-se as condições de
    produção (concepção) e recepção oral e escrita
    (aspecto medial, gráfico ou fônico).
+
                                         •   Em (A) – o domínio tipicamente
                                             falado quanto ao meio e quanto à
            Concepção (oral)                 concepção, que é a produção
                                             original. Em (C), o   domínio
           A              B
                                             escrito.Tanto (B) quanto
  Meio                            Meio       (D) seriam domínios
(sonoro)                        (gráficos)
                                             mistos das mesclagens de
                                             modalidades.

           D              C                   – Exemplos:

             Concepção                            • (A) Conversação espontânea;
              (escrita)
                                                  • (C) Texto científico;

      Concepção = aponta para a                   • (D) Noticiário de TV;
   natureza do meio em que o texto
                                                  • (B) Entrevista publicada
    foi originalmente expresso ou
            exteriorizado.                              na Veja
2.11 Domínios discursivos e gêneros textuais na oralidade

   Domínio discursivo – uma esfera da vida social ou
    institucional na qual se dão práticas que organizam
    formas de comunicação e respectivas estratégias de
    compreensão.

   Os domínios discursivos produzem modelos de ação
    comunicativa que se estabilizam e se transmitem de
    geração para geração com propósitos e efeitos definidos
    e claros.

   Pelas distintas práticas sociais desenvolvidas nos
    diversos domínios discursivos que sabemos que nosso
    comportamento discursivo num circo não pode ser o
    mesmo que numa igreja (por exemplo)
   Os domínios discursivos operam como enquadres globais de
    superordenação comunicativa, subordinando práticas
    sociodiscursivas orais e escritas que resultam nos gêneros.

   Há domínios discursivos mais produtivos em diversidade de
    formas textuais e outros mais resistentes.

         - Ver quadro p. 194 - 196

   Parece que hoje há mais gêneros textuais na escrita do que na
    fala, mas se a análise for feita em outras culturas,
    possivelmente essa situação se inverteria totalmente.
Capítulo 2: Gêneros textuais no
       ensino de Língua


     Luiz Antônio Marcuschi

                     Aluna: Luciane H. Oliveira
2.12. Distribuição dos gêneros no
       continuum da relação fala-escrita




                                                       *
No círculo intermediário estão alguns gêneros
intermodais, que são de difícil localização em uma ou
outra modalidade.                                  * pág.197
2.13. Os gêneros emergentes na
  Crystal escreveu em seu e o ensino
   mídia virtual livro A linguagem e a
internet, sobre “o papel da linguagem na internet e o
efeito da internet na linguagem”. Para ele três
aspectos podem ser frisados:
 Linguagem: pontuação minimalista, ortografia

bizarra,     abundância     de    abreviaturas   não
convencionais, estruturas frasais pouco ortodoxas e
escrita semi-alfabética.
 Natureza enunciativa: integram-se mais semioses

que o usual.
 Gêneros realizados: transmuta alguns gêneros

existentes e desenvolve alguns novos. Todos os

              Ainda segundo Crystal(2001), o discurso
     eletrônico pode ser considerado ainda em estado
        selvagem e indomado sob o ponto lingüístico e
      organizacional. Estado de anonimato dos bate-
             papos favorece o lado instintivo, desde a
       escolha do apelido até as decisões lingüísticas,
      estilísticas e liberalidades quanto ao conteúdo.


 A comunicação mediada por computador abrange
todos os formatos de comunicação e os respectivos
gêneros que emergem nesse contexto. Analisa de modo
particular, um conjunto específico de novos gêneros
textuais, desenvolvidos no contexto da mídia virtual.
É importante tratar esses gêneros textuais por , pelo
menos, quatro aspectos:

  gêneros em franco desenvolvimento e fase de fixação
cada vez mais generalizados.

   apresentam peculiaridades formais próprias, não
obstante terem contrastes em gêneros prévios.

  oferecem a possibilidade de se rever alguns conceitos
tradicionais a respeito da textualidade.

  mudam sensivelmente nossa relação com a oralidade
e a escrita, o que nos obriga a repensá-la.
Listagem de gêneros textuais emergentes no domínio
da mídia virtual:

  e-mail                  e-mail educacional
                           aula chat

  chat em aberto
                           vídeoconferência

  chat reservado          interativa

  chat agendado            lista de discussão

  chat privado             endereço eletrônico

  entrevista com convidado weblog
                          …

  Os gêneros textuais mais utilizados são os e-mails,
chats, listas de discussão e weblogs. Em todos eles a
   comunicação se dá pela linguagem escrita, mas a
escrita tende a ser mais informal, menor monitoração
 e cobrança pela fluidez do meio e rapidez do tempo.




   Embora haja um sistema lingüístico subjacente a
    


cada língua, ele não impede a variação. As variações
   não são aleatórias, mas sistemáticas, no caso dos
                                   usos lingüísticos.
Todos os gêneros aqui tratados dizem respeito a
interações entre os indivíduos, mesmo sendo relações
em geral virtuais. Diante de tudo isso, é possível
indagar-se:

QUE TIPO DE PRÁTICA SOCIAL EMERGE COM
AS NOVAS FORMAS DE DISCURSO VIRTUAL
              PELA INTERNET?
Podemos chamar de letramento digital, como
        foi inicialmente sugerido?
Os gráficos 1 e 2 trazem uma relação que tenta
eliminar a visão dicotômica e ao mesmo tempo mostra
que há uma certa diferença entre o ambiente
sonoro/impresso e o meio digital.
                 Comunicação assíncrona




                                          Cartas
                                        impressas


                memorandos
                                                    Interação
Interação                                           um a um
em grupo
                conferências


                    Interação face a face



                 Comunicação síncrona
Há uma ordem muito clara entre os gêneros na
comunicação digital mediada por computador e sua
relação se dá de forma não aleatória e sua criação
obedece a critérios bastante rigorosos.
Considerando apenas a natureza das relações entre os
participantes e os gêneros aqui vistos, podemos dizer
que ali se dão interações entre indivíduos no seguinte
leque geral:
2.14. A QUESTÃO DOS GÊNEROS E O
        ENSINO DA LÍNGUA


  Será que há algum gênero ideal para tratamento em
sala de aula?

  Existem gêneros mais importantes que outros?

   Há gêneros mais adequados à leitura do que outros
e há outros que são mais adequados à produção, pois
em determinados momentos somos confrontados
apenas com um consumo receptivo e em outros casos
temos que produzir os textos.
devido ao papel que a escrita desempenha em nossa
 sociedade: nas tarefas do dia-a-dia, no comércio, na
    indústria e produção do conhecimento. Tudo isso
tende a diversificar de maneira acentuada as formas
                                 textuais utilizadas.

Além da diversidade textual, ainda temos a visão de
Bakhtin(1979) que aponta os gêneros textuais como
esquemas de compreensão e facilitação da ação
comunicativa interpessoal.

   A distribuição da produção discursiva em gêneros
         tem como correlato a própria organização da
   sociedade, o que nos leva ao núcleo da perspectiva
2.15. Visão dos PCNs a respeito da
       questão dos gêneros

 língua falada e língua escrita não se opõem de forma
dicotômica, nem são produções em situações polares.
 LF e LE se dão relacionadas ao contexto do contínuo

dos generos textuais.
 Circulam na escola a respeito da relação entre a

modalidade oral e a escrita a idéia de que a escrita é
mera transposição da fala, ou tratar as especificidades
de cada modalidade como polaridades.
 Parece que fala e escrita se oporiam, pelo interesse

pedagógico, como se a fala fosse a vernacular, a forma de
comunicação espontânea e a escrita, a forma culta
referente à norma padrão e socialmente prestigiada.
Preconceitos que a escola deveria se livrar:
 existe uma única forma certa de falar.
 a fala certa é a de determinada região.
 a fala certa se aproxima do padrão da escrita.
 o brasileiro fala mal.
 é preciso consertar a fala do aluno para evitar que

ele escreva errado.

A escola deveria evitá-las mostrando que há diversas
formas de se expressar de acordo com as situações, os
           contextos e os interlocutores.
  A questão não é de correção da forma,
 mas de sua adequação às circunstâncias
 de uso, ou seja, de utilização adequada
              da linguagem.
2.16. GÊNEROS TEXTUAIS NA LÍNGUA
    FALADA E ESCRITA DE ACORDO COM OS
                    PCNS


 Não se faz uma distinção sistemática entre tipos
textuais e gêneros textuais.
 Consideram-se apenas os gêneros com realização

lingüística mais formais e não os mais praticados nas
atividades lingüísticas cotidianas.
 Confusão entre oralidade e escrita, não há clareza

quanto a critérios que seriam usados para estabelecer
essas distinções.
Quadro I – p 40
Gêneros previstos para a prática de
      compreensão de textos
Quadro 2 – p 43
   Gêneros previstos para a prática de
           produção de textos


LINGUAGEM ORAL                   LINGUAGEM ESCRITA



                                                    Conto
LITERÁRIOS                       LITERÁRIOS
                                                    Poema


                                                    Notícia
                   Entrevista
                                                    Editorial
DE IMPRENSA        Debate       DE IMPRENSA
                                                    Carta do leitor
                   Depoimento
                                                    Entrevista

                                                    Relatório de
                   Exposição
                                                     experiência
DE DIVULGAÇÃO                    DE DIVULGAÇÃO
                   Seminário
 CIENTÍFICA                       CIENTÍFICA        Esquema e resumo de
                                                     artigos ou verbetes de
                   Debate
                                                     enciclopédia
 Os PCNs não negam que tenham mais gêneros, mas
estes não são lembrados. Por que não trabalhar
telefonemas, conversações espontâneas, consultas,
discussões, etc? Por que não analisar formulários,
cartas, bilhetes, documentos, receitas, bulas,
anúncios, horóscopos, diários, atas de condomínios,
                                                ia
etc para a escrita?                       r-se-
                                     deve         ões,   m              ç
                                                a  orde         o s. No
                                         s dest          n teúd          s
                                  plano          d e co          e ctiva
                           para           e não              resp      ue
                  é qu
                        e
                                  e itual      om   suas        s do q
              to            c on c         os c             ante
         O fa           el               s               rt
               a o nív          pr oces           impo
          erar            as e             mais       ífico
                                                             s.
       op           t égi           s são           c
             estra            açõe          s espe
                       plific         e údo
               exem             cont
2.17. Os gêneros textuais na sala de
       aula: as ‘seqüências didáticas’
 Dolz e Schneuwly desenvolvem a noção de gênero
concebido como instrumento de comunicação, que se
realiza empiricamente em textos.
Schneuwly chamou os gêneros textuais de mega-

instrumentos. Como se acham sempre ancorados em
alguma situação concreta, particularmente os orais,
os autores julgam plausível partir de situações claras
para trabalhar a oralidade.
 Seguem a posição bakhtiniana de que “ Para
possibilitar a comunicação , toda sociedade elabora formas
relativamente estáveis de textos que funcionam como
intermediários entre o enunciador e o destinatário, a saber,
gêneros.”
   Segundo os autores, “o gênero é um instrumento semiótico
    constituído de signos organizados de maneira regular; este
    instrumento é complexo e compreende níveis diferentes; é por isso
    que o chamamos por vezes mega-instrumento, para dizer que se trata
    de um conjunto articulado de instrumentos à moda de uma usina;
    mas, fundamentalmente, trata-se de um instrumento que permite
    realizar uma ação numa situação particular. E aprender a falar é
    apropriar-se de instrumentos para falar em situações discursivas
    diversas, isto é, apropriar-se de gêneros.”
      Dimensões essenciais do gêneros segundo Bakhtin:
    1.    Os conteúdos que se tornam decidíveis no gênero.
    2.    A estrutura comunicativa particular do textos que
         pertencem ao gênero.
    3.    As configurações específicas de unidades lingüísticas
         como traços da posição enunciativa do enunciador e de
         tipos discursivos que formam essa estrutura.
Modelo de trabalho em seqüências didáticas de
  Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard
 Schnewly para o ensino de gêneros nas séries
               fundamentais.
 Os procedimentos têm um caráter modular e levam em
conta tanto a escrita como a oralidade .
 O trabalho distribui-se ao longo de todas as séries do

ensino fundamental.
 A idéia central é de que devem criar situações reais com

contextos que permitam reproduzir em grandes linhas e
no detalhe a situação concreta de produção textual
incluindo sua circulação, ou seja, com atenção para o
processo de relação entre produtores e receptores.
 Seqüência didática = conjunto de atividades escolares

organizadas, de maneira sistemática, em torno de um
gênero textual ou escrito .
A finalidade de trabalhar com
seqüências didáticas é proporcionar ao
  aluno um procedimento de realizar
    todas as tarefas e etapas para a
         produção de um gênero.

                Esquema de seqüência didática



 Apresentação     Produção                                 Produção
                              Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3
  da situação       inicial                                  final
Procedimentos envolvidos no modelo de
                 seqüências didáticas.
1.      Apresentação da situação
     1.  Tarefa a ser desenvolvida pelos alunos. Define-se a
         modalidade: oral ou escrita.
     2.  Qual gênero a ser produzido, para quem ele é
         produzido, qual sua modalidade, a forma q terá a
         produção(rádio, televisão, papel, jornal etc.
     3.  Conteúdos a serem desenvolvidos, devem ter relação
         com o gênero a ser trabalhado. De que área se trata e
         sobre o que falarão, Apresentar exemplares do genero
         a ser realizado. Ler ou ouvir textos do mesmo
         genero. Os alunos podem discutir sobre a questão. O
         primeiro encontro com o genero pode ter o
         acompanhamento do professor para discutir aspectos
ser individual ou coletiva. É avaliada pelo professor recebendo
     nota ou conceito.
2.   Pode ser um esboço geral, posteriormente serão feitos os ajustes
     até a produção final. É o primeiro contato com o gênero.

3. Os Módulos
1.  Podem ser vários, até que se tenha treinado suficientemente a
    elaboração final do texto. Não são fixos, mas seguem uma
    seqüência do mais complexo ao mais simples para, no final,
    voltar ao mais complexo que é a produção textual.
2.  Primeiro trabalham-se os problemas que surgiram na produção
    inicial. Ex.: Como foi a representação da situação de
    comunicação? Como foi a elaboração dos conteúdos?
    Planejamento do texto? Realização do texto?
3.  Pode-se fazer atividades de observação e análise de textos. (p
    216)
4.  Num terceiro módulo, o aluno deve adquirir a linguagem
    técnica para se expressar sobre o que está fazendo. Elaborar
4. Produção final
1. O aluno põe em prática o que aprendeu ao longo
   dos módulos, após análise da produção inicial.A
   avaliação deve levar em conta tanto os progressos
   do aluno como tudo o que lhe falta para chegar a
   uma produção efetiva de seu texto segundo o
   gênero pretendido.
dicotômicos.
 Observaçõestextual é os procedimentos apresentados.
     A produção sobre considerada uma atividade que se situa em
     contextos da vida cotidiana e os textos são produzidos para alguém
     com algum objetivo.
    Ensina-se a produzir textos e, em conseqüência de uma
     conscientização do processo, aprende-se também algo a respeito da
     teoria do texto e do gênero.
    As produções consideram as características de cada gênero e suas
     necessidades.
    A estratégia da modularidade com que é desenvolvido o trabalho
     situa as ações no contexto da realidade e não naturaliza o trabalho
     com a língua.
    A produção do aluno é valorizada.
    A modularidade permite que os casos de insucesso sejam
     retrabalhados e recebam atenção especial sem que isso ocasione
     transtornos.
    A oralidade e a escrita devem ser tratadas de forma clara e o centro
     da atenção é o gênero. Há textos que se prestam para um trabalho
     mais efetivo na oralidade e outros na escrita.

Uma perspectiva textual




1.   Questões gramaticais: problema da organização da
     frase, tempos verbais, coordenação e subordinação,
     pontuação, paragrafação e assim por diante.
2.   Questões de ortografia: não deve sobrepor-se ao
     trabalho efetivo com a produção textual, mas os
     problemas de pontuação podem ser tratados dentro
     dos módulos.
Agrupamento dos gêneros e progressão:
Gêneros textuais   marcuschi
2.18. A Proposta de Bronckart

    Os textos são um objeto legítimo de estudo e que a
     análise de seus níveis de organização permite trabalhar
     a maioria dos problemas relativos à língua em todos os
     aeus aspectos.
    Para elaborar uma série didatica para trabalhar
     generos textuais, Bronckart sugere uma atividade de
     quatro fases:
1.   Elaborar um modelo didático. (p 222)
2.   Identificar as capacidades adquiridas (p 222)
3.   Elaborar e produzir atividades de produção ( 222)
4.   Avaliar as novas capacidades adquiridas (p 222)

(ver modelo didático – p 223)

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

O funcionalismo em linguística
O funcionalismo em linguísticaO funcionalismo em linguística
O funcionalismo em linguísticaFernanda Câmara
 
Fichamento estética da criação verbal bakhtin
Fichamento estética da criação verbal   bakhtinFichamento estética da criação verbal   bakhtin
Fichamento estética da criação verbal bakhtinPedro Henrique Rosa
 
Linguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeLinguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeKaren Olivan
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagemKelly Moraes
 
Linguística i saussure
Linguística i  saussureLinguística i  saussure
Linguística i saussureGuida Gava
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAmábile Piacentine
 
Leitura e Produção Textual
Leitura e Produção TextualLeitura e Produção Textual
Leitura e Produção TextualEwerton Gindri
 

La actualidad más candente (20)

Análise de (do) discurso
Análise de (do) discursoAnálise de (do) discurso
Análise de (do) discurso
 
Aula i introdução à análise do discurso
Aula i   introdução à análise do discursoAula i   introdução à análise do discurso
Aula i introdução à análise do discurso
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
O funcionalismo em linguística
O funcionalismo em linguísticaO funcionalismo em linguística
O funcionalismo em linguística
 
Teorias da enunciação
Teorias da enunciaçãoTeorias da enunciação
Teorias da enunciação
 
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv   introdução ao pensamento de bakhtinAula iv   introdução ao pensamento de bakhtin
Aula iv introdução ao pensamento de bakhtin
 
Fichamento estética da criação verbal bakhtin
Fichamento estética da criação verbal   bakhtinFichamento estética da criação verbal   bakhtin
Fichamento estética da criação verbal bakhtin
 
Funcionalismo
FuncionalismoFuncionalismo
Funcionalismo
 
Linguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidadeLinguagem, língua, escrita e oralidade
Linguagem, língua, escrita e oralidade
 
Concepções de linguagem
Concepções de linguagemConcepções de linguagem
Concepções de linguagem
 
Estudos Culturais
Estudos CulturaisEstudos Culturais
Estudos Culturais
 
Linguística i saussure
Linguística i  saussureLinguística i  saussure
Linguística i saussure
 
Generos textuais
Generos textuaisGeneros textuais
Generos textuais
 
Benveniste e a noção de pessoa
Benveniste e a noção de pessoaBenveniste e a noção de pessoa
Benveniste e a noção de pessoa
 
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtinianaAnálise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
Análise de gêneros do discurso na teoria bakhtiniana
 
Resenha crítica
Resenha crítica Resenha crítica
Resenha crítica
 
Gêneros textuais e ensino
Gêneros textuais e ensinoGêneros textuais e ensino
Gêneros textuais e ensino
 
Leitura e Produção Textual
Leitura e Produção TextualLeitura e Produção Textual
Leitura e Produção Textual
 
Texto e textualidade
Texto e textualidadeTexto e textualidade
Texto e textualidade
 
Concepões de língua, linguagem, norma e fala
Concepões de língua, linguagem, norma e falaConcepões de língua, linguagem, norma e fala
Concepões de língua, linguagem, norma e fala
 

Similar a Gêneros textuais marcuschi

Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5
Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5
Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5Bete Feliciano
 
Generostextuais 1227649741760018-9
Generostextuais 1227649741760018-9Generostextuais 1227649741760018-9
Generostextuais 1227649741760018-9Éric Santos
 
Grupo 06 generos textuais grupo 06
Grupo 06 generos textuais  grupo 06Grupo 06 generos textuais  grupo 06
Grupo 06 generos textuais grupo 06silvia-9616
 
Simone marcuschi
Simone marcuschiSimone marcuschi
Simone marcuschiFALE - UFMG
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptadrianomcosta3
 
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasAtitude Digital
 
Ltt faramacia - Genero textuais
Ltt   faramacia - Genero textuaisLtt   faramacia - Genero textuais
Ltt faramacia - Genero textuaisnenhuma
 
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaPNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaElieneDias
 
Material oficinas inglês
Material oficinas inglêsMaterial oficinas inglês
Material oficinas inglêsFALE - UFMG
 
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt Form 2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt   Form   2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt   Form   2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt Form 2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...ElenitaPimentel
 
Marcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisMarcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisWil Bil
 

Similar a Gêneros textuais marcuschi (20)

Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5
Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5
Generos textuais luís antônio marcuschi - Unidade 5
 
Generostextuais 1227649741760018-9
Generostextuais 1227649741760018-9Generostextuais 1227649741760018-9
Generostextuais 1227649741760018-9
 
Gt tae
Gt taeGt tae
Gt tae
 
Grupo 06 generos textuais grupo 06
Grupo 06 generos textuais  grupo 06Grupo 06 generos textuais  grupo 06
Grupo 06 generos textuais grupo 06
 
Simone marcuschi
Simone marcuschiSimone marcuschi
Simone marcuschi
 
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.pptanlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
anlisededodiscurso-140409123243-phpapp02.ppt
 
Slide ivan generos2
Slide ivan generos2Slide ivan generos2
Slide ivan generos2
 
Slide ivan generos
Slide ivan generosSlide ivan generos
Slide ivan generos
 
Slide ivan generos
Slide ivan generosSlide ivan generos
Slide ivan generos
 
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianasO banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
O banner como gênero discursivo uma leitura a luz das teorias bakhtinianas
 
Ltt faramacia - Genero textuais
Ltt   faramacia - Genero textuaisLtt   faramacia - Genero textuais
Ltt faramacia - Genero textuais
 
Gêneros Textuais
Gêneros TextuaisGêneros Textuais
Gêneros Textuais
 
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escolaPNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
PNAIC - Porque ensinar gêneros textuais na escola
 
Material oficinas inglês
Material oficinas inglêsMaterial oficinas inglês
Material oficinas inglês
 
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt Form 2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt   Form   2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt   Form   2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...
G:\Gru Ger Form Pes Ace\ Gt Form 2010\Projetos\Aprimoramento Profissional...
 
Genre por ana_ale
Genre por ana_aleGenre por ana_ale
Genre por ana_ale
 
Ensinodelinguagem
EnsinodelinguagemEnsinodelinguagem
Ensinodelinguagem
 
aula_1_Generos.pptx
aula_1_Generos.pptxaula_1_Generos.pptx
aula_1_Generos.pptx
 
Discurso
DiscursoDiscurso
Discurso
 
Marcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuaisMarcuschi gêneros textuais
Marcuschi gêneros textuais
 

Gêneros textuais marcuschi

  • 1. Aline Horst Luciane Heffel de Oliveira Talita Fassini Barili
  • 2. Capítulo 2: Gêneros textuais no ensino de Língua Luiz Antônio Marcuschi Aluna: Aline Horst
  • 3. 2.1. O estudo dos gêneros não é novo, mas está na moda O estudo dos gêneros não é novo. O que hoje se tem é uma nova visão do mesmo tema. Atualmente, a noção de gênero já não mais se vincula apenas à literatura, mas “para referir uma categoria distintiva de discurso de qualquer tipo, falado ou escrito, com os sem aspirações literárias”(p. 147)
  • 4. Para Aristóteles há três elementos compondo o discurso:  aquele que fala;  aquilo sobre o que se fala e;  aquele a quem se fala. Num discurso operam três tipos de ouvinte:  como espectador que olha o presente;  como assembléia que olha o futuro;  como juiz que julga sobre coisas passadas. A esses três julgamentos associa três gêneros de discurso retórico:  discurso deliberativo;  discurso judiciário;  discurso demonstrativo (epidítico)
  • 5. DISCURSO DELIBERATIVO: aconselhar/desaconselhar, voltado para o futuro por ser exortativo por natureza; DISCURSO JUDICIÁRIO: acusar ou defender e reflete-se sobre o passado; DISCURSO DEMONSTRATIVO: caráter epídico, ou seja, de elogio ou censura, situando- se na ação presente.
  • 6. Carolyn Miller (1984): gêneros são uma “forma de ação social”. Um “artefato cultural” importante como parte integrante da estrutura comunicativa de nossa sociedade. Objetivo hoje é distinguir as idéias de que gênero é: uma categoria cultural, um esquema cognitivo, uma forma de ação social, uma estrutura textual, uma forma de organização social, uma ação retórica.
  • 7. 2.2. O estudo dos gêneros mostra o funcionamento da sociedade Charles Bazermann (2005: 19-46) trabalha a noção de fato social: “é aquilo em que as pessoas acreditam e passam a tomar como se fosse verdade, agindo de acordo com essa crença. Muitos fatos sociais são realidades constituídas tão-somente pelo discurso situado.”(p. 150)
  • 8. Pergunta: Por que os membros de comunidades discursivas específicas usam a língua da maneira como o fazem? Bhatia (1997: 629): “(...) há aí ações de ordem comunicativa com estratégias convencionais para atingir determinados objetivos”(p. 150). Cada gênero textual tem um propósito bastante claro que o determina e lhe dá uma esfera de circulação. A variação dos entendimentos existentes é um problema atual nos estudos de gêneros .
  • 9. “Na realidade, o estudo dos gêneros textuais é hoje uma fértil área interdisciplinar, com atenção especial para a linguagem em funcionamento e para as atividades culturais e sociais. Desde que não concebamos os gêneros como modelos estanques nem como estruturas rígidas, mas como formas culturais e cognitivas de ação social (Miller, 1984) corporificadas na linguagem, somos levados a ver os gêneros como entidades dinâmicas, cujos limites e demarcação se tornam fluidos” (p. 151)
  • 10. 2.3. Algumas perspectivas para o estudo dos gêneros No Brasil: 1- linha bakhtiniana: com a perspectiva vygotskyana socioconstrutivista da Escola de Genebra (Schneuwl/Dolz) e com o interacionismo sociodiscursivo de Bronckart. (PUC- SP) 2- “swalesiana”: linha da escola norte-americana mais formal e influenciada por John Swales (1990). 3- sistêmico-funcional: Escola Australiana de Sydney, alimentada pela teoria de Halliday com interesses na análise lingüística dos gêneros. 4- mais geral: influência de Bakhtin, Adam, Bronckart, Bazermann, Miller, Kress, Fairclough.
  • 11. Perspectivas pelo mundo: 1- sócio-histórica e dialógica (Bakhtin); 2- comunicativa (Steger, Gülich, Bergmann, Berkenkotter); 3- sistêmico-funcional (Halliday): texto e contexto...; 4- sociorretórica de caráter etnográfico voltado para o ensino de segunda língua (Swales, Bhatia): estágios na estrutura do gênero; 5- interacionista e sociodiscursiva de caráter psicolingüístico e atenção didática voltada para a língua materna (Bronckart, Dolz, Schneuwly): perspectiva geral de caráter psicolingüístico ligado ao sociointeracionismo; 6- análise crítica (Fairclough, Kress): Gênero como tipo particular de atividade social; 7- sociorretórica/sócio-histórica e cultural (Miller, Bazermann, Freedman): gênero com atenção para a compreensão do funcionamento social e histórico, bem como sua relação com o poder.
  • 12. 2.4. Noção de gênero textual, tipo textual e domínio discursivo  A comunicação verbal só é possível por algum gênero textual; Bronckart (1999; 103) “a apropriação dos gêneros é um mecanismo fundamental de socialização, de inserção prática nas atividades comunicativas humanas” (p. 154)
  • 13. Conceitos Tipo textual: designa uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição (aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas, estilo). O tipo caracteriza-se muito mais como seqüências lingüísticas (retóricas) do que como textos materializados; a rigor, são modos textuais. Em geral, os tipos textuais abrangem cerca de meia dúzia de categorias conhecidas como: narração, argumentação, exposição, descrição, injunção. O conjunto de categorias para designar tipos textuais é limitado e sem tendência a aumentar. Quando predomina um modo num dado texto concreto, dizemos que esse é um texto argumentativo ou narrativo etc.
  • 14. Gênero textual: são os textos que encontramos em nossa vida diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas. São entidades empíricas em situações comunicativas e se expressam em designações diversas, constituindo em princípio listagens abertas. São formas textuais escritas ou orais bastante estáveis, histórica e socialmente situadas. Exemplos: telefonema, sermão, carta pessoal, carta comercial, resenha, cardápio de restaurante, bate-papo no computador...
  • 15. Domínio discursivo: não abrange um gênero em particular, mas dá origem a vários deles. São práticas discursivas nas quais podemos identificar um conjunto de gêneros textuais que às vezes lhe são próprios ou específicos como rotinas comunicativas institucionalizadas e instauradoras de relações de poder (discurso jurídico, discurso jornalístico, discurso religioso etc.).
  • 16.  “Não se pode tratar o gênero de discurso independentemente de sua realidade social e de sua relação com as atividades humanas” (p. 155)  Gêneros e tipos não são opostos, não formam uma dicotomia. São complementares e integrados, formas constitutivas do texto em funcionamento.  Carta pessoal: possui uma variedade de seqüências tipológicas, em que predominam descrições e exposições.
  • 17. Barros (2004): sobre o domínio pedagógico
  • 18. “Gêneros não são entidades formais, mas sim entidades comunicativas em que predominam os aspectos relativos a funções, propósitos, ações e conteúdos. A tipicidade de um gênero vem de suas características funcionais e organização retórica” (p. 159).  Carolyn Miller (1984): “os gêneros são formas verbais de ação social estabilizadas e recorrentes em textos situados em comunidades de práticas em domínios discursivos específicos. Assim os gêneros de tornam propriedades inalienáveis dos textos empíricos e servem de guia para os interlocutores, dando inteligibilidade às ações retóricas. São entidades dinâmicas, históricas, sociais, situadas, comunicativas, orientadas para fins específicos, ligadas a determinadas comunidades discursivas, ligadas a domínios discursivos, recorrentes e estabilizadas em formatos mais os menos claros”(p. 159).
  • 19. Por serem sócio-históricos e variáveis, tornou-se muito difícil fazer uma classificação de gêneros, o que deixou de ser preocupação dos estudiosos. Hoje procura-se explicar como eles se constituem e circulam socialmente.  Maingueneau (2204) propôs uma divisão dos gêneros em três grandes conjuntos partindo do seu regime de generecidade:
  • 20. Gêneros autorais: mantêm um caráter de autoria pelos traços de estilo. Situam-se na literatura, no jornalismo, na filosofia...  Gêneros rotineiros: comuns no dia-a-dia. Realizam-se em entrevistas radiofônicas, consultas, médicas... Não mudam muito de situação para situação e suas marcas autorais de manifestam menos.  Gêneros conversacionais: gêneros de menor estabilidade e sem organização temática previsível como as conversações.
  • 21. O próprio autor mudou a classificação pela inadequação do termo “rotineiro”. Ele defende que se distinga: - Regime de gêneros conversacionais - Regime de gêneros instituídos (conteria gêneros autorais e rotineiros)  “Todos os textos realizam um gênero e todos os gêneros realizam seqüências tipológicas diversificadas (...) os gêneros são em geral tipologicamente heterogêneos”(p. 160). Exemplo: telefonema.
  • 22. 2.5. Gêneros textuais como sistema de controle social  “Os gêneros são atividades discursivas socialmente estabilizadas que se prestam aos mais variados tipos de controle social e até mesmo ao exercício de poder”(p. 161).  O aspecto discursivo vai muito além do objetivo de comunicação e de informação. É muito mais uma forma de vida e uma forma de ação (Wittgenstein).  A linguagem está presente na vivência cultural humana. Todos os nossos textos situam-se nas vivências estabilizadas em gêneros. A língua é uma atividade sociointerativa de caráter cognitivo, sistemática e instaurada de ordens diversas na sociedade. O funcionamento de uma língua é um processo de integração social. (p. 163)
  • 23. 2.6. A questão da intergenericidade: que nomes dar aos gêneros?  É difícil nomear cada gênero de texto, pois eles se imbricam e interpenetram para constituírem novos gêneros.  Gêneros são nomeados com base em alguns critérios. Muitas vezes o nome surge em atenção ao propósito comunicativo ou função.
  • 24. Intergenericidade -> um gênero com a função de outro;  Heterogeneidade tipológica -> um gênero com a presença de vários tipos.  Na imprensa: contaminação de gêneros e hibridização para chamar mais a atenção e motivar a leitura.  Livro didático: constitui um todo feito de partes que mantêm suas características. Autor defende a posição de que o livro didático é um suporte e não um gênero. (p.170)
  • 25. Capítulo 2: Gêneros textuais no ensino de Língua Luiz Antônio Marcuschi Aluna: Talita F. Barili
  • 26. 2.7 A questão intercultural  “A escolha de um gênero que pode ser usado para servir a uma certa função interativaem nossa cultura pode se tornar inadequada numa situação cultural diferente. Um sinólogo alemão, que trabalhava como intérprete em encontros de negócios entre comerciantes chineses e alemães, apontou a preferência dos comerciantes alemães por contar piadas em negociações comerciais. Para os chineses, é considerado inapropriado contar piadas durante encontros de negócios, e as piadas não são esperadas neste contexto.”  Da mesma forma, o uso de provérbios tanto na oralidade como na escrita chinesa é um sintoma de boa educação.
  • 27. Um aspecto importante a tratar é o problema da variedade cultural dentro de um mesmo país e como isso deveria ser encarado pelo próprio livro didático.  Estes deveriam oferecer um ensino culturalmente sensível, tendo em vista a pluralidade cultural. Não se deveria privilegiar o urbanismo elitizado, mas frisar a variação lingüística, social, temática, de costumes, crenças valores etc.  A vivência cultural humana está envolta em linguagem e todos os textos situam-se nessas vivências estabilizadas simbolicamente. Isto é um convite claro para o ensino situado em contextos reais da vida cotidiana.
  • 28. 2.8 A questão do suporte de gêneros textuais  Equivocam-se os manuais quando falam no dicionário como portador de gênero, pois ele próprio é um gênero. Enquanto que a embalagem é um suporte e não um gênero.  A idéia central é que o suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele.  O suporte é imprescindível para que o gênero circule na sociedade e deve ter alguma influência na natureza do gênero suportado.  Suporte -> Um locus físico ou virtual com formato específico que serve de base ou ambiente de fixação do gênero materializado como texto.
  • 29. Suporte é um lugar (físico ou virtual) − Suporte tem formato específico − Suporte serve para fixar e mostrar o texto.  É muito difícil contemplar o contínuo que surge na relação entre gênero, suporte e outros aspectos, pois não se trata de fenômenos discretos e não se pode dizer onde um acaba e outro começa.  Exemplo: − Carta pessoal (GÊNERO) –> Papel-carta (SUPORTE) –> Tinta (MATERIAL DA ESCRITA) -> Correios (SERVIÇO DE TRANSPORTE)
  • 30. Não é fácil estabelecer a mesma cadeia para todos os gêneros, mas isso serve para pensar as unidades componentes dessa cadeia.  O suporte firma ou apresenta o texto para que se torne acessível de certo modo e, não deve ser confundido com o contexto nem com a situação, nem com o canal em si, nem com a natureza do serviço prestado. O suporte não é neutro e o gênero não fica indiferente a ele.  O outdoor, durante muito tempo foi classificado como gênero porém, hoje é claramente identificado como suporte público para vários gêneros, com preferência para publicidades, anúncios, propagadas, comunicados, convites, declarações, editais.
  • 31. Tipos de SUPORTE: • Convencionais -> típicos ou característicos, produzidos para esta finalidade. Livro Telefone Livro didático Quadro de avisos Jornal (diário) Outdoor Revista (semanal/mensal) Encarte Revista Científica (boletins e Folder anais) Rádio Luminosos Televisão Faixas
  • 32. • Incidentais -> podem trazer textos, mas não são destinados a esse fim de modo sistemático nem na atividade comunicativa regular. Embalagens Paradas de Ônibus Muros Estações de Metrô Roupas Calçadas Corpo Humano Fachadas Paredes Janelas de Ônibus Pára-choques e pára-lamas (Meios de Transporte em de caminhão geral)
  • 33. Serviços em função da atividade comunicativa Não devem ser situados entre os suportes textuais, sejam os incidentais ou convencionais, mas sim como SERVIÇOS. − Correios − (Programa de) E-mail − Mala-direta − Internet − Homepage e site
  • 34. 2.9 Análise dos gêneros na oralidade  A relevância da investigação dos gêneros textuais reside no fato de serem usados pelos participantes da comunicação lingüística como parte integrante de seu conhecimento comum.  Um gênero seria uma noção cotidiana usada pelos falantes que se apóiam em características gerais e situações rotineiras para identificá-lo. Tudo indica que existe um saber social comum pelo qual os falantes se orientam em suas decisões acerca do gênero de texto que estão produzindo ou que devem produzir em cada contexto comunicativo.
  • 35. Os falantes lançam mão de conhecimentos de três grandes sistemas cognitivos (que agem interativamente) para processar seus textos: - Saber lingüístico - Saber enciclopédico - Saber interacional  Com base nestes conhecimentos os interlocutores especificam o gênero de texto que estão sendo produzidos durante sua fala.  Os gêneros são modelos comunicativos – servem muitas vezes para criar uma expectativa no interlocutor e prepará-lo para determinada reação.
  • 36. Os interlocutores seguem em geral três critérios para designarem seus textos: − Canal / meio de comunicação − Critérios formais − Natureza do conteúdo  A máxima da adequação tipológica – deveria haver, em cada gênero textual, uma relação estreita entre: − Natureza da informação − Tipo de situação − Relação entre os participantes − Natureza dos objetivos
  • 37. Os gêneros textuais não são fruto de invenções individuais, mas formas socialmente maturadas em práticas comunicativas na ação linguageira.  Também poderia ser estabelecida uma certa correlação entre gêneros textuais e formas de condução dos tópicos discursivos. Assim, no caso de um debate ou de uma conferência caberiam observações do tipo: − “Gostei porque ele se ateve ao tema do começo ao fim.” − “Não gostei porque ele divagou demais e toda hora entrava em outros temas.”  No entanto, já não se poderia dizer o mesmo a respeito de uma conversa realizada durante um encontro casual num bar da esquina.
  • 38. E, como os gêneros textuais não só refletem, mas constituem as práticas sociais, é de supor que também haja variações culturalmente marcadas quanto às formas produzidas, já que as culturas são diversas em sua constituição.
  • 39. 2.10 A análise de gêneros textuais na relação fala e escrita  Os gêneros textuais ancoram na sociedade e nos costumes e ao mesmo tempo são parte dessa sociedade e organizam os costumes, podem variar de cultura para cultura.  Os gêneros são apreendidos no curso de nossas vidas como membros de alguma comunidade.  Os gêneros são padrões comunicativos socialmente utilizados, que funcionam como uma espécie de modelo comunicativo global que representa um conhecimento social localizado em situações concretas.
  • 40. Sociedades tipicamente orais desenvolvem certos gêneros que se perdem em outras tipicamente escritas e penetradas pelo alto desenvolvimento tecnológico. - Ex: cantos medicinais, benzeções das rezadeiras, lamentos das carpideiras.  Tudo isso surge naquelas sociedades como práticas culturais rotineiras, tal como editorial de um jornal diário ou uma bula de remédio em nossas sociedades.  O gráfico a seguir representa as mesclagens dos gêneros na relação fala-escrita, considerando-se as condições de produção (concepção) e recepção oral e escrita (aspecto medial, gráfico ou fônico).
  • 41. + • Em (A) – o domínio tipicamente falado quanto ao meio e quanto à Concepção (oral) concepção, que é a produção original. Em (C), o domínio A B escrito.Tanto (B) quanto Meio Meio (D) seriam domínios (sonoro) (gráficos) mistos das mesclagens de modalidades. D C – Exemplos: Concepção • (A) Conversação espontânea; (escrita) • (C) Texto científico; Concepção = aponta para a • (D) Noticiário de TV; natureza do meio em que o texto • (B) Entrevista publicada foi originalmente expresso ou exteriorizado. na Veja
  • 42. 2.11 Domínios discursivos e gêneros textuais na oralidade  Domínio discursivo – uma esfera da vida social ou institucional na qual se dão práticas que organizam formas de comunicação e respectivas estratégias de compreensão.  Os domínios discursivos produzem modelos de ação comunicativa que se estabilizam e se transmitem de geração para geração com propósitos e efeitos definidos e claros.  Pelas distintas práticas sociais desenvolvidas nos diversos domínios discursivos que sabemos que nosso comportamento discursivo num circo não pode ser o mesmo que numa igreja (por exemplo)
  • 43. Os domínios discursivos operam como enquadres globais de superordenação comunicativa, subordinando práticas sociodiscursivas orais e escritas que resultam nos gêneros.  Há domínios discursivos mais produtivos em diversidade de formas textuais e outros mais resistentes. - Ver quadro p. 194 - 196  Parece que hoje há mais gêneros textuais na escrita do que na fala, mas se a análise for feita em outras culturas, possivelmente essa situação se inverteria totalmente.
  • 44. Capítulo 2: Gêneros textuais no ensino de Língua Luiz Antônio Marcuschi Aluna: Luciane H. Oliveira
  • 45. 2.12. Distribuição dos gêneros no continuum da relação fala-escrita * No círculo intermediário estão alguns gêneros intermodais, que são de difícil localização em uma ou outra modalidade. * pág.197
  • 46. 2.13. Os gêneros emergentes na Crystal escreveu em seu e o ensino mídia virtual livro A linguagem e a internet, sobre “o papel da linguagem na internet e o efeito da internet na linguagem”. Para ele três aspectos podem ser frisados:  Linguagem: pontuação minimalista, ortografia bizarra, abundância de abreviaturas não convencionais, estruturas frasais pouco ortodoxas e escrita semi-alfabética.  Natureza enunciativa: integram-se mais semioses que o usual.  Gêneros realizados: transmuta alguns gêneros existentes e desenvolve alguns novos. Todos os
  • 47. Ainda segundo Crystal(2001), o discurso eletrônico pode ser considerado ainda em estado selvagem e indomado sob o ponto lingüístico e organizacional. Estado de anonimato dos bate- papos favorece o lado instintivo, desde a escolha do apelido até as decisões lingüísticas, estilísticas e liberalidades quanto ao conteúdo.  A comunicação mediada por computador abrange todos os formatos de comunicação e os respectivos gêneros que emergem nesse contexto. Analisa de modo particular, um conjunto específico de novos gêneros textuais, desenvolvidos no contexto da mídia virtual.
  • 48. É importante tratar esses gêneros textuais por , pelo menos, quatro aspectos:  gêneros em franco desenvolvimento e fase de fixação cada vez mais generalizados.  apresentam peculiaridades formais próprias, não obstante terem contrastes em gêneros prévios.  oferecem a possibilidade de se rever alguns conceitos tradicionais a respeito da textualidade.  mudam sensivelmente nossa relação com a oralidade e a escrita, o que nos obriga a repensá-la.
  • 49. Listagem de gêneros textuais emergentes no domínio da mídia virtual:  e-mail e-mail educacional  aula chat  chat em aberto  vídeoconferência  chat reservado interativa  chat agendado  lista de discussão  chat privado  endereço eletrônico  entrevista com convidado weblog …
  • 50.  Os gêneros textuais mais utilizados são os e-mails, chats, listas de discussão e weblogs. Em todos eles a comunicação se dá pela linguagem escrita, mas a escrita tende a ser mais informal, menor monitoração e cobrança pela fluidez do meio e rapidez do tempo. Embora haja um sistema lingüístico subjacente a  cada língua, ele não impede a variação. As variações não são aleatórias, mas sistemáticas, no caso dos usos lingüísticos.
  • 51. Todos os gêneros aqui tratados dizem respeito a interações entre os indivíduos, mesmo sendo relações em geral virtuais. Diante de tudo isso, é possível indagar-se: QUE TIPO DE PRÁTICA SOCIAL EMERGE COM AS NOVAS FORMAS DE DISCURSO VIRTUAL PELA INTERNET? Podemos chamar de letramento digital, como foi inicialmente sugerido?
  • 52. Os gráficos 1 e 2 trazem uma relação que tenta eliminar a visão dicotômica e ao mesmo tempo mostra que há uma certa diferença entre o ambiente sonoro/impresso e o meio digital. Comunicação assíncrona Cartas impressas memorandos Interação Interação um a um em grupo conferências Interação face a face Comunicação síncrona
  • 53. Há uma ordem muito clara entre os gêneros na comunicação digital mediada por computador e sua relação se dá de forma não aleatória e sua criação obedece a critérios bastante rigorosos.
  • 54. Considerando apenas a natureza das relações entre os participantes e os gêneros aqui vistos, podemos dizer que ali se dão interações entre indivíduos no seguinte leque geral:
  • 55. 2.14. A QUESTÃO DOS GÊNEROS E O ENSINO DA LÍNGUA  Será que há algum gênero ideal para tratamento em sala de aula?  Existem gêneros mais importantes que outros?  Há gêneros mais adequados à leitura do que outros e há outros que são mais adequados à produção, pois em determinados momentos somos confrontados apenas com um consumo receptivo e em outros casos temos que produzir os textos.
  • 56. devido ao papel que a escrita desempenha em nossa sociedade: nas tarefas do dia-a-dia, no comércio, na indústria e produção do conhecimento. Tudo isso tende a diversificar de maneira acentuada as formas textuais utilizadas. Além da diversidade textual, ainda temos a visão de Bakhtin(1979) que aponta os gêneros textuais como esquemas de compreensão e facilitação da ação comunicativa interpessoal. A distribuição da produção discursiva em gêneros tem como correlato a própria organização da sociedade, o que nos leva ao núcleo da perspectiva
  • 57. 2.15. Visão dos PCNs a respeito da questão dos gêneros  língua falada e língua escrita não se opõem de forma dicotômica, nem são produções em situações polares.  LF e LE se dão relacionadas ao contexto do contínuo dos generos textuais.  Circulam na escola a respeito da relação entre a modalidade oral e a escrita a idéia de que a escrita é mera transposição da fala, ou tratar as especificidades de cada modalidade como polaridades.  Parece que fala e escrita se oporiam, pelo interesse pedagógico, como se a fala fosse a vernacular, a forma de comunicação espontânea e a escrita, a forma culta referente à norma padrão e socialmente prestigiada.
  • 58. Preconceitos que a escola deveria se livrar:  existe uma única forma certa de falar.  a fala certa é a de determinada região.  a fala certa se aproxima do padrão da escrita.  o brasileiro fala mal.  é preciso consertar a fala do aluno para evitar que ele escreva errado. A escola deveria evitá-las mostrando que há diversas formas de se expressar de acordo com as situações, os contextos e os interlocutores. A questão não é de correção da forma, mas de sua adequação às circunstâncias de uso, ou seja, de utilização adequada da linguagem.
  • 59. 2.16. GÊNEROS TEXTUAIS NA LÍNGUA FALADA E ESCRITA DE ACORDO COM OS PCNS  Não se faz uma distinção sistemática entre tipos textuais e gêneros textuais.  Consideram-se apenas os gêneros com realização lingüística mais formais e não os mais praticados nas atividades lingüísticas cotidianas.  Confusão entre oralidade e escrita, não há clareza quanto a critérios que seriam usados para estabelecer essas distinções.
  • 60. Quadro I – p 40 Gêneros previstos para a prática de compreensão de textos
  • 61. Quadro 2 – p 43 Gêneros previstos para a prática de produção de textos LINGUAGEM ORAL LINGUAGEM ESCRITA  Conto LITERÁRIOS LITERÁRIOS  Poema  Notícia  Entrevista  Editorial DE IMPRENSA  Debate DE IMPRENSA  Carta do leitor  Depoimento  Entrevista  Relatório de  Exposição experiência DE DIVULGAÇÃO DE DIVULGAÇÃO  Seminário CIENTÍFICA CIENTÍFICA  Esquema e resumo de artigos ou verbetes de  Debate enciclopédia
  • 62.  Os PCNs não negam que tenham mais gêneros, mas estes não são lembrados. Por que não trabalhar telefonemas, conversações espontâneas, consultas, discussões, etc? Por que não analisar formulários, cartas, bilhetes, documentos, receitas, bulas, anúncios, horóscopos, diários, atas de condomínios, ia etc para a escrita? r-se- deve ões, m ç a orde o s. No s dest n teúd s plano d e co e ctiva para e não resp ue é qu e e itual om suas s do q to c on c os c ante O fa el s rt a o nív pr oces impo erar as e mais ífico s. op t égi s são c estra açõe s espe plific e údo exem cont
  • 63. 2.17. Os gêneros textuais na sala de aula: as ‘seqüências didáticas’  Dolz e Schneuwly desenvolvem a noção de gênero concebido como instrumento de comunicação, que se realiza empiricamente em textos. Schneuwly chamou os gêneros textuais de mega- instrumentos. Como se acham sempre ancorados em alguma situação concreta, particularmente os orais, os autores julgam plausível partir de situações claras para trabalhar a oralidade.  Seguem a posição bakhtiniana de que “ Para possibilitar a comunicação , toda sociedade elabora formas relativamente estáveis de textos que funcionam como intermediários entre o enunciador e o destinatário, a saber, gêneros.”
  • 64. Segundo os autores, “o gênero é um instrumento semiótico constituído de signos organizados de maneira regular; este instrumento é complexo e compreende níveis diferentes; é por isso que o chamamos por vezes mega-instrumento, para dizer que se trata de um conjunto articulado de instrumentos à moda de uma usina; mas, fundamentalmente, trata-se de um instrumento que permite realizar uma ação numa situação particular. E aprender a falar é apropriar-se de instrumentos para falar em situações discursivas diversas, isto é, apropriar-se de gêneros.”  Dimensões essenciais do gêneros segundo Bakhtin: 1. Os conteúdos que se tornam decidíveis no gênero. 2. A estrutura comunicativa particular do textos que pertencem ao gênero. 3. As configurações específicas de unidades lingüísticas como traços da posição enunciativa do enunciador e de tipos discursivos que formam essa estrutura.
  • 65. Modelo de trabalho em seqüências didáticas de Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard Schnewly para o ensino de gêneros nas séries fundamentais.  Os procedimentos têm um caráter modular e levam em conta tanto a escrita como a oralidade .  O trabalho distribui-se ao longo de todas as séries do ensino fundamental.  A idéia central é de que devem criar situações reais com contextos que permitam reproduzir em grandes linhas e no detalhe a situação concreta de produção textual incluindo sua circulação, ou seja, com atenção para o processo de relação entre produtores e receptores.  Seqüência didática = conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual ou escrito .
  • 66. A finalidade de trabalhar com seqüências didáticas é proporcionar ao aluno um procedimento de realizar todas as tarefas e etapas para a produção de um gênero. Esquema de seqüência didática Apresentação Produção Produção Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3 da situação inicial final
  • 67. Procedimentos envolvidos no modelo de seqüências didáticas. 1. Apresentação da situação 1. Tarefa a ser desenvolvida pelos alunos. Define-se a modalidade: oral ou escrita. 2. Qual gênero a ser produzido, para quem ele é produzido, qual sua modalidade, a forma q terá a produção(rádio, televisão, papel, jornal etc. 3. Conteúdos a serem desenvolvidos, devem ter relação com o gênero a ser trabalhado. De que área se trata e sobre o que falarão, Apresentar exemplares do genero a ser realizado. Ler ou ouvir textos do mesmo genero. Os alunos podem discutir sobre a questão. O primeiro encontro com o genero pode ter o acompanhamento do professor para discutir aspectos
  • 68. ser individual ou coletiva. É avaliada pelo professor recebendo nota ou conceito. 2. Pode ser um esboço geral, posteriormente serão feitos os ajustes até a produção final. É o primeiro contato com o gênero. 3. Os Módulos 1. Podem ser vários, até que se tenha treinado suficientemente a elaboração final do texto. Não são fixos, mas seguem uma seqüência do mais complexo ao mais simples para, no final, voltar ao mais complexo que é a produção textual. 2. Primeiro trabalham-se os problemas que surgiram na produção inicial. Ex.: Como foi a representação da situação de comunicação? Como foi a elaboração dos conteúdos? Planejamento do texto? Realização do texto? 3. Pode-se fazer atividades de observação e análise de textos. (p 216) 4. Num terceiro módulo, o aluno deve adquirir a linguagem técnica para se expressar sobre o que está fazendo. Elaborar
  • 69. 4. Produção final 1. O aluno põe em prática o que aprendeu ao longo dos módulos, após análise da produção inicial.A avaliação deve levar em conta tanto os progressos do aluno como tudo o que lhe falta para chegar a uma produção efetiva de seu texto segundo o gênero pretendido.
  • 70. dicotômicos.  Observaçõestextual é os procedimentos apresentados. A produção sobre considerada uma atividade que se situa em contextos da vida cotidiana e os textos são produzidos para alguém com algum objetivo.  Ensina-se a produzir textos e, em conseqüência de uma conscientização do processo, aprende-se também algo a respeito da teoria do texto e do gênero.  As produções consideram as características de cada gênero e suas necessidades.  A estratégia da modularidade com que é desenvolvido o trabalho situa as ações no contexto da realidade e não naturaliza o trabalho com a língua.  A produção do aluno é valorizada.  A modularidade permite que os casos de insucesso sejam retrabalhados e recebam atenção especial sem que isso ocasione transtornos.  A oralidade e a escrita devem ser tratadas de forma clara e o centro da atenção é o gênero. Há textos que se prestam para um trabalho mais efetivo na oralidade e outros na escrita. 
  • 71. Uma perspectiva textual 1. Questões gramaticais: problema da organização da frase, tempos verbais, coordenação e subordinação, pontuação, paragrafação e assim por diante. 2. Questões de ortografia: não deve sobrepor-se ao trabalho efetivo com a produção textual, mas os problemas de pontuação podem ser tratados dentro dos módulos.
  • 72. Agrupamento dos gêneros e progressão:
  • 74. 2.18. A Proposta de Bronckart  Os textos são um objeto legítimo de estudo e que a análise de seus níveis de organização permite trabalhar a maioria dos problemas relativos à língua em todos os aeus aspectos.  Para elaborar uma série didatica para trabalhar generos textuais, Bronckart sugere uma atividade de quatro fases: 1. Elaborar um modelo didático. (p 222) 2. Identificar as capacidades adquiridas (p 222) 3. Elaborar e produzir atividades de produção ( 222) 4. Avaliar as novas capacidades adquiridas (p 222) (ver modelo didático – p 223)