O documento descreve a prolactina, um hormônio produzido na hipófise que estimula a lactação. Ele discute a estrutura e função da prolactina, incluindo seu papel na gravidez e amamentação, e como condições como hiperprolactinemia e hipoprolactinemia afetam a saúde masculina e feminina.
2. Por que escolhemos esta proteína?
Procuramos por uma proteína que fizesse parte da ciência do corpo humano.
Queríamos um hormônio que quase não é lembrado, ou até mesmo que nem soubessem que
existe.
A gestação de um ser é algo belo da natureza, e saber que o único alimento de uma
criança ao nascer é o leite materno e que o mesmo é insubstituível e necessário é algo que nos
cativou e nos fez querer saber mais sobre o assunto.
A partir de uma pesquisa breve, pudemos perceber a importância de um
dos hormônios presente neste processo: a PROLACTINA
3. Introdução
O sistema endócrino humano secreta uma ampla variedade de hormônios, que
permite ao corpo:
- manter a homeostasia;
- responder a uma grande variedade de estímulos externos;
- realizar vários programas cíclicos e de desenvolvimento.
A maioria dos hormônios são polipeptídeos, embora existam importantes exceções a
essa generalização. De qualquer forma, apenas células com receptores específicos para um
determinado hormônio irão responder à presença desse hormônio, mesmo que quase todas as
células do corpo estejam expostas ao hormônio. Consequentemente, mensagens hormonais
são especificamente endereçadas.
A prolactina é um hormônio produzido pela glândula da hipófise, e recebe este nome
devido ao seu papel de lactação. Este hormônio também tem outras grandes funções no corpo
que vão desde agir sobre o sistema reprodutivo até influenciar o comportamento e regulação do
sistema imunológico.
4. Descrição da Prolactina
Organismo de origem: Homo sapiens / Rattus norvegicus / Ovis aries
Papel biológico nos Homo sapiens:
A prolactina, ou hormônio lactogênico, é uma glicoproteína
secretada pelas células mamotróficas da adenoipófise (presentes tanto no
sexo masculino como no sexo feminino, sendo mais numerosas no último),
com peso molecular de 22929,40 daltons (DA).
5. Descrição da Prolactina
A secreção de prolactina é estimulada pela gravidez,
amamentação e manipulação das mamas, sono, estresse, ocitocina e
outros fatores. Sua elevação está correlacionada com os níveis crescentes
de estradiol e progesterona, que atuam no hipotálamo, inibindo a liberação
de dopamina, que por sua vez controla o fator de inibição da prolactina (PIF
- Prolactin Inhibiting Factor), e consequentemente aumenta a secreção da
prolactina.
6. Descrição da Prolactina
A prolactina é sintetizada durante o ciclo menstrual normal, porém
somente após o vigésimo terceiro dia do ciclo.
Durante a gravidez, a concentração da prolactina é crescente no sangue
a partir da quinta semana de gestação até o nascimento da criança. Com isso, as
glândulas mamárias se preparam para lactar, aumentando seu volume através da
ação de hormônios (estrógeno e progesterona, principalmente). O sistema de
dutos da mama cresce, abrigando grande acúmulo de gordura.
Curiosidade: ao sugar a mama, o recém-
nascido estimula as terminações nervosas
do mamilo, enviando um estímulo à
hipófise, provocando o reflexo da ejeção
do leite.
Quando ocorre a secreção de líquido leitoso da mama em outros
momentos que não a gravidez é chamada de galactorréia.
7. Estrutura da Prolactina
A prolactina é formada,
basicamente, por Alpha-
Hélices
(Fonte: http://www.rcsb.org/pdb/images/1rw5_bio_r_500.jpg?bioNum=1)
Animação em 3D da proteína:
http://www.rcsb.org/pdb/explore/jmol.do?structureId=1RW5
9. Relação da estrutura com seu papel
biológico
Diferenças na prolactina foram observadas com base no tamanho. Estudos químicos mais
avançados mostraram modificações estruturais que incluem glicosilação, fosforilação e variações na ligação e
carga. Essa heterogeneidade se deve a muitas influências em muitos níveis: transcrição, translação e
metabolismo periférico. A prolactina é codificada por um único gene, produzindo uma molécula que na sua
forma principal é mantida em três alças por pontes de dissulfeto.
Formas:
- Prolactina pequena é a forma predominante e de elevada bioatividade. Tem um peso molecular
de, aproximadamente, 22 kDa. É um polipeptídeo de cadeia única sendo composto por 198
aminoácidos.
- Prolactina grande de, aproximadamente, 48 kDa, pode resultar da falha em se remover íntrons,
e com isso a prolactina tem pouca, se não nenhuma, atividade.
- Prolactinas grande-grande de, aproximadamente, 150 kDa, devem-se à ligação de duas
moléculas de prolactina entre si, tanto não-covalente como por pontes de dissulfeto entre cadeias. São
moléculas de prolactina em um complexo com proteínas ligadas a elas. Esse tipo de prolactina também
tem um baixo papel biológico.
10. Figura 1 - Perfil de eluição de prolactina (PRL) obtido pela cromatografia de
gel filtração de soro de pacientes com prolactinoma. O pico I representa a
Prolactina grande-grande , o pico II os dímeros de PRL (Prolactina Grande) e
o pico III as formas monoméricas (Prolactina pequena), as quais
predominam (> 90% das formas circulantes de PRL) em indivíduos normais e
naqueles com prolactinomas.
11. Implicações práticas do conhecimento
da estrutura
Condições associadas com o aumento de prolactina Condições associadas com a diminuição de
Hiperprolactinemia, ou excesso de soro de prolactina
prolactina, está associado com hipoestrogenismo,
Hipoprolactinemia, ou deficiência do
infertilidade anovulatório, oligomenorreia, lactação
inesperada, e perda da libido em mulheres, e soro de prolactina, está associada com a
disfunção erétil e perda da libido em homens. disfunção do ovário em mulheres, e síndrome
metabólica, ansiedade, disfunção erétil,
Causas da hiperprolactinemia: ejaculação precoce, oligozoospermia,
1. Fisiológica: exercícios, lactação,
astenospermia, hipofunção de vesículas seminais
gravidez, sono, estresse.
2. Farmacológica: anestésicos, e hipoandrogenismo em homens. Em um estudo
anticonvulsivante, bloqueadores do receptor de realizado, as características normais de
dopamina, inibidor da síntese de dopamina, espermatozoides foram restauradas quando os
contraceptivos orais, neurolépticos/antipsicóticos. níveis de prolactina foram trazidos a valores
3. Patológicas: danos no hipotálamo e na
normais em homens com hipoprolactinemia.
hipófise como, por exemplo: granulomas, infiltrações,
irradiação, cisto de rathke, prolactinoma (tumor A diminuição de prolactina também
benigno), acromegalia (síndrome causada pelo pode resultar de: bulimia, dopamina em excesso
aumento da secreção do hormônio de crescimento), e e drogas anti-parkinson.
até mesmo insuficiência renal crônica, cirrose,
radiação craniana, epilepsia, doença do ovário
policístico e pseudociese (gravidez psicológica).
12. Referências Bibliográficas
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Médico Santa Luziapodem inibir a secreção de ocitocina e com isso deprimir a ejeção de leite.
VOET, Donald; VOET, Judith G. Bioquímica. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 658-660.