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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS

          FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS




               CAMILA YARA BARBOSA

                 ELISA SEIKO IKEDA

               JÉSSICA LAÍS DE SOUZA

              STÉFANI DA SILVEIRA BISSI




ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA
       RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP




                  FERNANDÓPOLIS

                        2012
CAMILA YARA BARBOSA
                     ELISA SEIKO IKEDA
                   JÉSSICA LAÍS DE SOUZA
                  STÉFANI DA SILVEIRA BISSI




ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E
               URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP


                     Trabalho de conclusão de curso apresentado à
                     Banca Examinadora do Curso de Graduação em
                     Farmácia      da    Fundação       Educacional  de
                     Fernandópolis como exigência parcial para obtenção
                     do título de bacharel em farmácia.


                     Orientadora: Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira
                     Mastrocola




         FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
                    FERNANDÓPOLIS – SP
                            2012
CAMILA YARA BARBOSA
                                 ELISA SEIKO IKEDA
                             JÉSSICA LAÍS DE SOUZA
                            STÉFANI DA SILVEIRA BISSI




  ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E
                        URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP


                                 Trabalho de conclusão de curso aprovado como
                                 requisito parcial para obtenção do título de bacharel
                                 em farmácia.

                                 Aprovado em: ____ de novembro de 20____.




        Banca examinadora                      Assinatura               Conceito
Profa. MSc. Daiane Fernanda
Pereira Mastrocola (Orientadora)
Profa. Dra. Maria Elisa Furlan
Gandini Castanheira
(Avaliadora 1)
Profa. Maria Laís Devólio
(Avaliadora 2)




                 Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola
                         Presidente da Banca Examinadora
Dedicamos este trabalho aos nossos pais, que
sempre nos incentivaram e apoiaram e a todos os
professores do curso de Farmácia, que nos deram
    conselhos e sabedoria necessária para a
               realização deste.
AGRADECIMENTOS




Agradecemos primeiramente a nossa orientadora, professora Daiane, que nos
orientou e nos preparou para a realização deste trabalho; à diretora da CEMEI Maria
Simão - Sílvia, que abriu as portas da sua escola e nos recebeu com toda atenção;
aos professores do Laboratório de Análises Clínicas, Jeferson, Maria Laís, Vânia,
Anísio, Nayara e Veida, por nos ajudar na parte prática deste trabalho e
agradecemos imensamente à Josi por nos ajudar com as crianças na escola.
RESUMO

As enteroparasitoses são doenças comuns no mundo, tendo sua gravidade
dependente de alguns fatores como a situação imunológica em que o hospedeiro se
encontra e a quantidade de cistos encontrada no organismo. Os parasitas
apresentam prevalência em regiões onde as condições socioeconômicas, o
saneamento básico, os hábitos de higiene e a falta de informação da população são
precários.   São   transmitidos   principalmente   através   de   água   e   alimentos
contaminados com cistos, e pelo contato direto de pessoa para pessoa. Os
pacientes mais acometidos são as crianças devido à falta de higiene, principalmente
por sempre levarem as mãos sujas à boca. O objetivo desse trabalho é verificar a
ocorrência destes protozoários em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis
e comparar os resultados com as pesquisas citadas. Foram examinadas vinte
crianças, sendo dez delas habitantes da zona urbana e dez da zona rural, de idades
entre seis e oito anos. Em 25% do total destas foi encontrado algum tipo de parasita
apresentando monoparasitismo e poliparasitismo. Das crianças positivas, 60%
habitam a zona urbana e 40% habitam a zona rural, podendo ser indício de maior
conscientização da população desta área. A maior frequência de parasitas
encontrados foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de G. lamblia e E. coli
em 5% das amostras. Em relação aos métodos utilizados, o método de Hoffman
mostrou-se mais eficaz, pois todas as amostras positivas foram detectadas nele,
enquanto que o método de Faust detectou apenas 40% dos parasitas. A importância
da realização dos Exames Parasitológicos de Fezes com mais de uma amostra foi
confirmada através da verificação da eliminação intermitente da G. lamblia. Foram
observados também as condições socioeconômicas e os hábitos higiênicos das
crianças, onde se pode concluir que a prevalência destes protozoários está
relacionada com a quantidade de pessoas residindo na mesma casa, a renda
familiar baixa, hábitos higiênicos inadequados, como lavar as mãos, e o hábito de
beber água da torneira, já que os cistos de G. lamblia sobrevivem à cloração da
água. Assim, as enteroparasitoses podem ser consideradas um problema familiar e
não somente individual, independentemente da zona onde vivem.

Palavras     chave:   enteroparasitoses,   condições   socioeconômicas,      eliminação
intermitente, saneamento básico.
ABSTRACT

Enteroparasitosis are the most common diseases worldwide, and their graveness
depend on some factors as the host immunological situation and the amount of cysts
found in the organism, which also determines if these pathologies will be
symptomatic or asymptomatic. The parasites are found all over the world, and their
prevalence is on regions where the social and economic conditions, the basic
sanitation, the hygiene customs and the lack of information are precarious. They are
mainly transmitted by contaminated water and food where the cysts are and also by
direct contact from person to person. The patients most attacked by these
pathologies are children due to the lack of hygiene, mostly because dirty hands to
mouth. This work aims to verify the occurrence of these protozoa in children of the
rural and urban zone of Fernandópolis and to compare the results with the cited
researches. Twenty children were examined, being ten of them inhabitants of the
urban zone and ten from the rural zone, with ages among six to eight. Parasite was
found in 25% of the total presenting monoparasitism and polyparasitism. Of the
positive children, 60% reside in the urban zone and 40% in rural zone, which can be
an indication of more awareness of this area. The most frequency of parasites was
the E. nana in 10% of the samples, followed by G. lamblia and E. coli in 5% of the
samples. In relation to the concentration methods, the Hoffman’s was the most
effective, because all the positive samples were detected in this method, whereas the
Faust’s detected just 40% of parasites. The importance of the Parasitological
Examination of Faeces realization with more than one sample was confirmed through
the verification of the intermittent elimination of G. lamblia. The children social and
economic conditions and their hygiene customs were also observed and we can
conclude that the prevalence of these protozoa is due to the quantity of people living
in the same house, the low household income, inadequate hygiene customs, like
washing the hands, and also the habit of drinking tap water, as the G. lamblia cysts
survive from the water chlorination. Thereby, the Enteroparasitosis can be
considered a familiar problem and not only individual, independently of which zone
they live.

Key-words: Enteroparasitosis, Social and Economic Conditions, Intermittent
Elimination, Basic Sanitation.
LISTA DE FIGURAS




Figura 1 – Trofozoíto de Entamoeba histolytica                              15

Figura 2 – Cisto de Entamoeba histolytica                                   15

Figura 3: Ciclo biológico da Entamoeba histolytica                          16

Figura 4 – Trofozoíto de Entamoeba coli                                     17

Figura 5 – Cisto de Entamoeba coli                                          17

Figura 6 – Trofozoíto de Endolimax nana                                     18

Figura 7 – Cisto de Endolimax nana                                          18

Figura 8 – Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii                                19

Figura 9 – Cisto de Iodamoeba bütschlii                                     19

Figura 10 – Trofozoíto de Giardia lamblia                                   21

Figura 11 – Cisto de Giardia lamblia                                        21

Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia                               22

Figura 13 – Distribuição das amostras quanto ao sexo                        30

Figura 14 – Distribuição de amostras positivas                              31

Figura 15 – Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo                 31

Figura 16 – Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde      33
vivem

Figura 17 – Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos   35
responsáveis

Figura 18 – Relação de amostras positivas e quantidade de moradores da      36
casa

Figura 19 – Relação entre amostras positivas e renda familiar               36

Figura 20 – Relação de amostras positivas e higiene pessoal                 37

Figura 21 – Relação das respostas do questionário das crianças da zona      38
rural
LISTA DE TABELAS



Tabela 1 – Porcentagem e freqüência dos parasitas e suas associações           32

Tabela 2 – Comparação entre os métodos de concentração                         33

Tabela 3 – Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras   34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS




CEMEI – Centro Municipal de Educação Infantil

EPF – Exame parasitológico de fezes

LAC – Laboratório de Análises Clínicas da FEF

OMS – Organização Mundial de Saúde

µm - Micrômetro

E. nana – Endolimax nana

E. coli – Entamoeba coli

G. lamblia – Giardia lamblia
SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12




2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 14

  2.1      Entamoeba histolytica .................................................................................. 14

     2.1.1       Morfologia .............................................................................................. 14

     2.1.2       Sintomas ................................................................................................ 15

     2.1.3       Ciclo biológico........................................................................................ 16

  2.2      Entamoeba coli ............................................................................................ 17

     2.2.1       Morfologia .............................................................................................. 17

     2.2.2       Ciclo biológico........................................................................................ 18

  2.3      Endolimax nana ........................................................................................... 18

     2.3.1       Morfologia .............................................................................................. 18

  2.4      Iodamoeba bütschlii ..................................................................................... 19

     2.4.1       Morfologia .............................................................................................. 19

  2.5      Giardia lamblia ............................................................................................. 20

     2.5.1       Morfologia .............................................................................................. 20

     2.5.2       Sintomas ................................................................................................ 21

     2.5.3       Ciclo biológico........................................................................................ 21

  2.6      Tratamento e profilaxia................................................................................. 22

  2.7      Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas ...................... 23
3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 26

  3.1      Amostras ...................................................................................................... 26

  3.2      Instrumento de pesquisa .............................................................................. 26

  3.3      Materiais....................................................................................................... 27

  3.4      Métodos ....................................................................................................... 27

     3.4.1       Método de Hoffman ............................................................................... 28

     3.4.2       Método de Faust .................................................................................... 28

     3.4.3       Microscopia ........................................................................................... 28

  3.5      Processamento de dados e resultados ........................................................ 29




4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30




5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 39




6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 41




7. APÊNDICE ......................................................................................................... 47




8. ANEXO ............................................................................................................... 59
12




          1. INTRODUÇÃO




        Os protozoários intestinais estão espalhados universalmente e são
relacionados com a condição sócio- econômica da população, condição de
saneamento     do   meio,   a   falta   de   conhecimento    da   população   sobre
enteroparasitoses e a falta de hábitos higiênicos (GARCIA et al., 2006).
        Assim, as enteroparasitoses estão entre as doenças mais comuns no
mundo, tendo prevalência em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos
(ANDRADE et al., 2010).
        Em 2005, a prevalência de giardíase em países industrializados foi de 2% a
7%, enquanto que em países em desenvolvimento, a prevalência foi maior atingindo
de 20% a 30% da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
        Os protozoários mais comuns encontrados nos humanos são a Entamoeba
histolytica e a Giardia lamblia. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS)
estima que existem no mundo cerca de 200 milhões de pessoas infectadas por
Giardia lamblia e 500 milhões por Entamoeba histolytica. Deste número de pessoas
com amebíase, 50 milhões apresentam a forma invasiva, provocando a morte de
100.000 pessoas por ano, sendo que a maioria por colite e abcesso hepático
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
        No Brasil, a taxa de pessoas com enteroparasitoses diminuiu, mas estima-se
que 30% da população esteja infectada por parasitas, mesmo em áreas mais
desenvolvidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005).
        A transmissão é feita principalmente pela falta de tratamento adequado à
água e em consequência, os alimentos são contaminados, principalmente vegetais e
frutas quando consumidos crus podem transmitir cistos. A falta de higiene domiciliar
também é um fator importante, pois insetos como baratas e moscas podem passar
por fezes contaminadas e transmiti-las para os humanos (MARKELL et al., 2003).
        Lugares com aglomeração de pessoas como as creches e escolas, também
podem ajudar na disseminação dos cistos, pois, o contato direto de pessoa para
pessoa, pode ser uma forma de contaminação principalmente quando não há
hábitos higiênicos regulares, como lavar as mãos. Os portadores assintomáticos
podem transmitir a doença principalmente ao manipular alimentos. Portanto, o
13



diagnóstico e o tratamento são de suma importância, não apenas em casos com
sintomas (BELLOTO et al., 2011; MARKELL et al., 2003; MONTAGNA et al., 2008).
       As crianças são mais acometidas que os adultos, pois possuem hábitos
higiênicos mais precários e acostumam e colocar as mãos na boca, sem antes lavá-
las (ANTUNES et al., 2011; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al.,
2006; LODO et al., 2010; MONTAGNA et al., 2008; ORO et al., 2010; PEZZI;
TAVARES, 2007; PITTNER et al., 2006; SILVA ; SANTOS, 2001).
       Na zona rural há mais condições para as enteroparasitoses se instalarem,
visto que na maioria das vezes, a água não é tratada e há menor cobertura de
esgotamento sanitária. Sendo assim, 25,2% da população rural não recebe água
tratada, enquanto que 91,9% da população urbana é servida com rede de água
(ANDRADE et al., 2010).
       Para    não   haver   maior   disseminação    destas   doenças,   é   preciso,
primeiramente, tratar a água e o esgoto de forma correta, pois são a principal forma
de transmissão, além de proteger os reservatórios naturais de insetos e animais.
Como a giárdia sobrevive à filtração e cloração da água, é necessário purifica-la com
solução saturada de iodo, que pela sua concentração consegue destruir os cistos
após 20 minutos a 20°C.É recomendado adicionar 12,5mL de solução para 1 litro de
água e beber em até 15 minutos (MARKELL et al., 2003).
       É preciso também conscientizar a população sobre a importância dos
hábitos higiênicos, a realização de exames parasitológicos periodicamente em
cozinheiras e funcionários que tenham contato com as crianças em creches e
escolas e o tratamento de indivíduos assintomáticos (MARKELL et al., 2003).
       Em suma, o principal objetivo este trabalho é analisar a prevalência de
enteroparasitoses em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis - SP a fim
de comprovar os estudos da literatura.
14



          2. REVISÃO DA LITERATURA




       O parasitismo é uma associação entre seres vivos que depende da presença
de um hospedeiro apropriado para lhe fornecer proteção e alimento. As
enteroparasitoses protozoárias são doenças causadas por protozoários que habitam
a luz intestinal, podendo ser sintomáticas ou não, dependendo do número de cepas
de cistos ingeridas, deficiência imunitária do hospedeiro e baixa acidez do suco
gástrico (NEVES, 2006).
       Podem apresentar duas formas evolutivas: trofozoítos e cistos. Os
trofozoítos são a forma de multiplicação que ao sofrerem divisão, se diferenciam em
sua forma infectante, os cistos (MARKELL et al., 2003).




       2.1 Entamoeba histolytica




       2.1.1 Morfologia




       A Entamoeba histolytica é uma ameba patogênica causadora da amebíase.
Seus trofozoítos, encontrados na região do ceco e reto sigmoide, não tem uma
forma definida se observados no microscópio. Ao serem corados, adquirem uma
forma esférica onde se pode ver seu citoplasma dividido em ectoplasma, claro e
uniforme, e endoplasma, granuloso e vacuolizado, às vezes com hemácias. Possui
até 4 núcleos com cromatina delicada, uniforme e fina, aderida à membrana nuclear
com cariossoma pequeno e central. Possui boa motilidade através de seus
pseudópodes, sendo progressiva e direcional. Seu tamanho varia de 12 a 60 µm,
mas em média possui 20 µm de diâmetro (Figura 1). Já os seus cistos (Figura 2) ,
encontrados nas fezes, tem forma de pequenas esferas com parede dupla e 12 µm
de diâmetro. A quantidade de núcleos depende da maturação dos cistos, assim, um
cisto jovem pode ter um núcleo e um vacúolo de glicogênio, que quando corados
com lugol, adquirem uma coloração castanho e um cisto maduro, pode apresentar 4
15



núcleos com corpos cromatóides em forma de bastão (MARKELL et al., 2003;
NEVES, 2006).




   Figura 1: Trofozoíto de E. histolytica   Figura 2: Cisto de E. histolytica
   Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm




        2.1.2 Sintomas




        A maioria dos portadores desta doença são assintomáticos, caracterizando-
se por 90% dos casos. Os sintomas mais comuns são diarreia leve com fezes
líquidas, náuseas e cólicas esporádicas. Portanto, a colite amebiana é classificada
como a manifestação clínica mais frequente tendo início gradual com dores
abdominais, diarreia com fezes líquidas, sangue e muco, podendo estar associada a
vômitos com períodos de constipação e diarreia intercalados. Pode ocorrer também
a invasão da mucosa do cólon pelos trofozoítos, que se multiplicam causando
necroses e formando úlceras denominadas de botão de camisa. Uma complicação
rara é a colite fulminante que pode ter o quadro agravado pela diarreia intensa e
sanguinolenta, febre e necrose transmural. Os sintomas duram de uma a duas
semanas e poucos possuem febre (MOTTA; SILVA, 2002).
        Algumas vezes podem ser encontradas lesões hepáticas, pulmonares,
cerebrais e cutâneas chamadas abcessos amebianos. Estas lesões são causadas
16



por amebas que entram na corrente sanguínea e se fixam em outros órgãos que não
o intestino grosso, sendo a mais frequente localização o fígado. Em casos raros,
pode-se encontrar a hepatite amébica causada por esses abcessos (VERONESI,
1991).


         2.1.3 Ciclo biológico


         O Ciclo biológico se inicia pela ingestão de cistos maduros, que vão para o
estômago onde sua parede sofre ligeira digestão. Depois, vão para o intestino
delgado deixando passar o metacisto por uma fenda na membrana, se dividem
formando quatro trofozoítos metacísticos que se alimentam e se dividem novamente
resultando em oito trofozoítos. Estes, vão para o intestino grosso onde sofrem
desidratação e se transformam em pré-cistos, sem movimentos e sem parede
cística. Depois, se diferenciam em cistos formando a parede esférica, amadurecem
por divisão nuclear e são eliminados nas fezes (NEVES, 2006).




           Figura 3: Ciclo biológico da E. histolytica
           Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
17



        2.2   Entamoeba coli




        2.2.1 Morfologia




        A Entamoeba coli é uma ameba não patogênica comensal que vive na luz do
intestino grosso. Suas características, bem como seu ciclo biológico, transmissão e
profilaxia são parecidos com os da Entamoeba histolytica, podendo ser confundidas
(MARKELL et al., 2003).
        Seus trofozoítos se caracterizam por terem 25 µm de diâmetro, citoplasma
não diferenciado em ectoplasma e endoplasma e um núcleo bem visível com
cromatina grosseira e irregular, apresentando cariossomo grande e excêntrico. No
citoplasma aparecem frequentemente muitos vacúolos. Sua motilidade em relação a
E. histolytica é vagarosa e não progressiva com pseudópodes curtos (Figura 3).
Enquanto que seus cistos (Figura 4) medem de 15 a 20 µm, possuindo até oito
núcleos com corpos cromatóides em forma de feixes menos comuns que na E.
histolytica, com citoplasma muito granuloso. A diferenciação entre E.coli e E.
histolytica, quando coradas com lugol, se dá pelo número de núcleos (MARKELL et
al., 2003).




   Figura 4: Trofozoíto de E.coli        Figura 5: Cisto de E.coli
   Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
18



       2.2.2 Ciclo biológico




       Sua forma de transmissão, ciclo biológico, sintomas e profilaxia são
característicos de amebas, descritos anteriormente (MARKELL et al., 2003).




       2.3   Endolimax nana


       2.3.1 Morfologia




       É a menor ameba intestinal comensal, é mais frequente do que as outras
juntamente com a E coli. Seus trofozoítos (Figura 5) tem em média 7 µm de
diâmetro, podendo ter de 5 a 12 µm. Sua locomoção é rápida como na E. histolytica,
mas não é direcionada. Possuem citoplasma com vacúolos, membrana nuclear fina,
sem grãos de cromatina, apenas um núcleo com cariossomo grande e irregular.
Seus cistos (Figura 6) tem mais ou menos a mesma faixa de tamanho dos
trofozoítos, com 8 µm de diâmetro. Devido ao seu tamanho pequeno, é muito difícil
ver suas características mesmo coradas. Sua identificação se deve à sua forma
ovóide e seus 4 núcleos (MARKELL et al., 2003).




   Figura 6: Trofozoíto de E. nana    Figura 7: Cisto de E. nana
   Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
19



         2.4   Iodamoeba bütschlii




         2.4.1 Morfologia




         É uma ameba não patogênica comensal do ceco e colo intestinal. Seus
trofozoítos possuem de 4 a 20 µm de diâmetro, mas a maioria fica na faixa de 9 a 14
µm (Figura 7). Esta característica dificulta a identificação dos trofozoítos não
corados. Sua locomoção é lenta e progressiva com pseudópodes hialinos. Seu único
núcleo, geralmente não é visível sem coloração. Com coloração, é possível observar
o cariossomo grande e mais ou menos centralizado cercado de pequenos grânulos.
Os cistos (Figura 8) possuem diâmetro de 6 a 16 µm, com média de 9 a 10 µm.
Possuem parede com contorno irregular, grande variedade em sua forma, vacúolos
de glicogênio constantes com contorno regular e um único núcleo (MARKELL et al.,
2003).




   Figura 8: Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii Figura 9: Cisto de Iodamoeba bütschlii
   Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Librart.htm
20



         2.5 Giardia lamblia




         2.5.1 Morfologia




         A Giardia lamblia é um protozoário intestinal flagelado e patogênico, com
cistos e trofozoítos   bem conhecidos. Assim, por análise microscópica, pode-se
observar que o trofozoíto possui corpo em forma de pera, possui disco suctorial ou
adesivo na porção anterior da superfície ventral do organismo e mergulhados no
citoplasma, possui dois núcleos ovóides na região do disco adesivo, com grande
cariossomo central, com comprimento de 9 a 21 µm e largura de 5 a 15 µm. Possui
também quatro pares de flagelos, axonemas retos, muito próximos e paralelos e dois
corpos medianos (MARKELL et al., 2003).
         Os trofozoítos (Figura 9) são encontrados na porção superior do intestino
delgado, podem estar aderidos à mucosa pela ação dos discos adesivos e em
alguns casos podem produzir irritação dos tecidos. Sua motilidade se deve aos seus
flagelos, e é caraterizada pela lenta oscilação do seu eixo longo. Tal movimento
pode ser comparado ao de uma folha caindo (MARKELL et al., 2003).
         Quando analisados sem corante, pode-se observar sua forma típica e sua
motilidade e ao usar o corante, geralmente hematoxilina férrica, pode-se observar
sua forma, núcleos, axonemas e corpos medianos bem como suas quantidades
(MARKELL et al., 2003).
         Os cistos (Figura 11), presentes nas fezes, são ovoides, com comprimento
de 8 a 14 µm e largura de 7 a 10 µm, possuem de dois a quatro núcleos
proeminentes, quatro corpos medianos e flagelos com aparência desordenada em
quantidades duas vezes maior que nos trofozoítos (MARKELL et al., 2003).
         Quando corados por solução de Lugol, seus cistos são identificados pela
coloração amarelada, sua membrana evidente e seus quatro núcleos (VERONESI,
1991).
21




   Figura 10: Trofozoíto de G.lamblia        Figura 11: Cisto de G. lamblia
   Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm




        2.5.2 Sintomas




        A giardíase é uma doença frequente na infância, podendo ser sintomática ou
assintomática. Dos casos sintomáticos, a diarreia com fezes liquefeitas e com muco
está presente em 90% dos casos, sendo o sintoma mais comum desta patologia. A
diarreia acompanhada de perda de peso, náuseas, desconforto, distensão
abdominal e flatulência representam 60% a 70% dos casos, podendo evoluir para
esteatorréia. Em casos mais raros, 30% a 50% desta diarreia se torna crônica
acompanhada de retardo no crescimento devido à má absorção intestinal. Há
também a deficiência de vitaminas lipossolúveis K, E, D e A, ferro e zinco e
consequentemente perda de peso (MOTTA; SILVA, 2002).




        2.5.3 Ciclo biológico




        Seu ciclo biológico começa pela ingestão de cistos que são transportados
até o duodeno de onde saem de sua membrana e se multiplicam intensamente por
22



divisão binária formando trofozoítos. Estes, que estão presos pelos discos adesivos
à mucosa duodenal, se soltam dias depois e começam o processo de encistamento
onde adquirem um revestimento espesso. Os cistos formados são eliminados nas
fezes (NEVES, 2006).
         E excreção de cistos não é regular e constante, variando dentro de padrões
baixo, médio e grande pelo número de cistos eliminados nas fezes (GARCIA et al.,
2006).




           Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia.
           Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm




         2.6   Tratamento e profilaxia




         Segundo Veronesi (1991),a transmissão destes protozoários é causada por
água ou bebidas contaminadas, alimentos vegetais comidos crús, onde os
23



manipuladores destes alimentos também podem ser uma forma de disseminação,
contato direto com pessoas infectadas e contado indireto através de animais como
baratas e moscas. Por isso, são doenças frequentemente encontradas em
ambientes coletivos, como creches e escolas onde as crianças ficam mais expostas
a esta doença por colocar as mãos na boca sem lava-las (ORO et al., 2010;
VERONESI, 1991).
        Assim, além da água usada para consumo próprio, piscinas, rios, banheiras
e reservatórios também são considerados formas de transmissão mesmo sendo
mais raras. Os cistos de G. lamblia quando eliminados, podem sobreviver por vários
dias no meio externo e são resistentes ao cloro usado no tratamento da água
principalmente se esta for fria (BRITO, 2006).
        O Tratamento medicamentoso da giardíase em crianças se dá através de
derivados nitroimidazóicos, como o metronidazol e tinidazol. O primeiro é
normalmente usado de 15 a 20 mg/ kg/dia, duas vezes ao dia durante 7 dias. E o
segundo é recomendado 50 mg/kg em dose única por dia. O albendazol também
pode ser usado com 400 mg/dia de 3 a 5 dias. Já a amebíase é tratada com
metronidazol 35 a 50mg/kg dividido em 3 doses por 7 a 10 dias(GOODMAN &
GILMAN, 2007).
        A profilaxia é muito importante. Pois, apesar de alguns pacientes não
apresentarem sintomas e algumas amebas não serem patogênicas, estes também
são focos de transmissão, devendo ser diagnosticada e tratada para não haver
disseminação. Assim, sua profilaxia é difícil de executar, pois depende além do
tratamento do paciente, do tratamento correto do lixo e das fezes, da eliminação de
insetos, da higiene pessoal e do tratamento correto da água e dos alimentos
(VERONESI, 1991).




        2.7   Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas




        O diagnóstico e identificação das doenças parasitárias é realizado através
do EPF que diferencia os parasitas por sua morfologia, já que os sintomas, que
podem ou não ocorrer, não são constantes e podem diminuir ou se agravar
24



conforme   as características do      paciente,   como   idade,   sistema   imunitário
comprometido e número de cepas de cistos (MARKELL et al., 2003; NEVES, 2006;
VERONESI, 1991).
        No EPF adequado, é realizada primeiramente uma análise macroscópica da
amostra, para verificar a consistência e presença de sangue e muco. Tal análise só
é possível se a amostra não tiver conservante (MARKELL et al., 2003).
        O exame microscópico pode ser realizado pelo exame direto com fezes sem
conservantes. Uma vantagem deste método é a possibilidade de se observar cistos
e trofozoítos de flagelados como a Giardia lamblia bem como sua motilidade
característica. Após a coloração com solução de iodo, pode-se observar suas
estruturas mais detalhadamente. Porém, este método é pouco usado pela
dificuldade de identificar os parasitas em relação a quantidade de sedimentos e
matéria fecal (MARKELL et al., 2003).
        Assim, as técnicas mais usadas são as de concentração, que tem a
finalidade de concentrar o maior número de parasitas em uma pequena quantidade
de amostra. Os cistos são separados do restante da matéria fecal através de
diferenças na densidade específica (MARKELL et al., 2003).
        Esta técnica é dividida em sedimentação e flutuação. A técnica de
sedimentação mais usada é a de Hoffman, Pons & Janer, que consiste em uma
sedimentação espontânea, onde os cistos são mais pesados que as bactérias e
partículas de alimento não digeridas e se depositam no fundo. Já o método de
Faust, consiste em uma flutuação usando um meio líquido mais pesado que os
parasitas, assim, estes ficam na superfície (GARCIA et al., 2006).
        Outros métodos capazes de identificar parasitas são a microscopia com
hematoxilina férrica e a pesquisa de coproantígeno com leitura realizada pelo ELISA.
Este último tem sua execução mais rápida, cerca de 1/3 do tempo do Faust, porém,
tem um custo elevado e é muito específico. Tal especificidade não permite a
identificação de outros parasitas. A hematoxilina férrica é capaz de detectar cistos e
trofozoítos, mas é pouco usada por ter um custo mais alto que o Hoffman e o Faust
e execução mais lenta (BRITO, 2006; MACHADO et al., 2001).
        Por esta razão, os métodos escolhidos para a realização do presente
trabalho foram Hoffman e Faust, pois são os mais empregados visto que possuem
custo baixo e execução rápida compatíveis com a rotina laboratorial (ANTUNES et
25



al., 2011; BAPTISTA et al., 2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et
al., 2006; LODO et al., 2010; MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI;
TAVARES, 2007).
26



       3.    MATERIAIS E MÉTODOS




       3.1    Amostras




       As amostras foram selecionadas aleatoriamente e coletadas de 20 crianças
com idade entre 6 e 8 anos, sendo 10 da zona rural e 10 da zona urbana da cidade
de Fernandópolis, na escola CEMEI Maria Simão.
       Cada criança devia coletar 3 amostras de fezes com 3 dias de intervalo
cada. Assim, nos dias anteriores às coletas, os alunos receberam os kits coletores.




       3.2    Instrumento de pesquisa




       Após uma autorização da Secretaria de Educação do município para a
realização da pesquisa, foi realizada uma reunião com as crianças na biblioteca da
escola explicando assim o trabalho.
       Cada aluno recebeu uma pasta, identificada com o nome, um comunicado
direcionado aos pais contendo manual e cronograma de coleta, para orientá-los,
duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de
Consentimento de Participação e um questionário abordando questões sobre a
criança, seus hábitos, moradia e sobre os responsáveis.
       Após a devolução dos termos e do questionário ambos assinados e
respondidos foram enviados na mochila de cada criança um kit de coleta com um
coletor contendo formol a 10%, uma pá e uma etiqueta para identificação.
       Os responsáveis enviaram as amostras nas mochilas das crianças e o
transporte até o Laboratório de Análises Clínicas da FEF foi feito dentro de uma
caixa de isopor.Todas as análises foram feitas no LAC-FEF.
27



       3.3    Materiais




       Todos os materiais foram cedidos pelo LAC-FEF e todas as análises foram
feitas no mesmo.
       - Coletores
       - Solução de formol a 10%
       - Pá
       - Etiquetas
       - Copos descartáveis
       - Cálices
       - Peneiras
       - Gaze
       - Tubo cônico
       - Canudo plástico
       - Centrífuga
       - Água destilada
       - Lâminas
       - Sulfato de zinco a 33%
       - Alça bacteriológica
       - Lugol
       - Microscópios




       3.4    Métodos




       Para a pesquisa dos parasitas intestinais foram usados os métodos de
Hoffman, Pons & Jener e FAUST já que ambos tem o custo mais baixo e são
aplicados rotineiramente nos laboratórios (ANTUNES et al., 2011; BAPTISTA et al.,
2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al., 2006; LODO et al., 2010;
MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).
28



         3.4.1 Método de Hoffman




         Este método é realizado a partir de sedimentação espontânea, onde uma
pequena parte de fezes é diluída em água destilada, filtrada em uma peneira com
gaze dobrada, adicionando mais água e deixado em repouso por no mínimo 1 hora.
Para esta pesquisa, deixamos em repouso por 24 horas a fim de concentrar um
maior número de parasitas. O sedimento foi analisado em uma lâmina com solução
de lugol (HOFFMAN et al., 1934 apud GARCIA et al ., 2006).




         3.4.2 Método de Faust




         Este método consiste em uma flutuação de parasitas por ação de uma
solução de sulfato de zinco a 33%. Assim como o método de Hoffman é necessário
diluir e filtrar. Depois, 10 mL do filtrado é passado para um tubo cônico e
centrifugado por 5 minutos. A aparência do sobrenadante deve ser límpida, caso não
esteja nesta condição, deve-se descartar o sobrenadante, adicionar 10 mL água
destilada e centrifugar por 5 minutos. Esta etapa deve ser repetida até o
sobrenadante ficar límpido.Feito isso, o sobrenadante é descartado e adicionado 10
mL de solução de sulfato de zinco a 33% e centrifugado novamente por 5 minutos.
Com ajuda de uma alça bacteriológica já esterilizada, a película superior foi colhida e
colocada em uma lâmina corada com lugol (FAUST et al., 1939 apud GARCIA et al.,
2006).




         3.4.3 Microscopia




         A observação do aspecto realizada na análise macroscópica não foi possível
devido a utilização do formol a 10%. Após a confecção das lâminas (sedimento e
29



lugol), estas foram analisadas em microscópio no aumento de 10x e confirmadas no
aumento de 40 x.




       3.5    Processamento de dados e resultados




       Os resultados obtidos com as análises foram anotados em um livro ata com
folhas separadas para cada aluno. Foram analisados também seus questionários e
os laudos foram emitidos.
30



        4.    RESULTADOS E DISCUSSÃO




        Os resultados e a discussão foram feitos com base nos dados obtidos pelos
questionários, a descoberta e identificação de enteroparasitas e com baseamento
literário através de artigos científicos.
        De todas as amostras, 65% são do sexo masculino e 35% do sexo feminino
(Figura 13), sendo que apenas os meninos apresentaram positividade nas amostras.
        A relação entre a positividade e o sexo masculino foi relatada em outras
pesquisas, mas não há dados comprovando esta predisposição (BAPTISTA et al.,
2006; PRADO et al., 2001).




               35%


                                                    Meninos

                                       65%          Meninas




Figura 13: Distribuição das amostras quanto ao sexo.



        De 20 crianças, cinco apresentaram positividade para algum tipo de parasita
representando     25%     do   total    (Figura   14).   Assim,   15%   se   apresentaram
monoparasitadas e 10% se apresentaram poliparasitadas (Figura 15).
31




                               25%


                 75%                                Amostras positivas
                                                    Amostras negativas




   Figura 14: Distribuição de amostras positivas.




               10%
                                     15%              Amostras
                                                      monoparasitadas
                                                      Amostras
                                                      poliparasitadas




   Figura 15: Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo.


        Foram encontrados os seguintes protozoários: Endolimax nana, Entamoeba
coli e Giardia lamblia, sendo que alguns estavam associados de acordo com a
Tabela 1. A frequência destes protozoários é compatível com algumas pesquisas
32



como um estudo feito em Araraquara- SP onde a maior prevalência foi de E. nana
(22,5%), E. coli (21,5%) e G. lamblia (18,5%), um estudo feito em Bom Jesus dos
Perdões- SP, onde foram encontrados E. nana (44,7%), E. coli (24%) e G. lamblia
(14,9%) e outra pesquisa feita em Caxias do Sul –SP onde as espécies de maior
prevalência foram, E. nana, E. coli e G. lamblia representando 37,36%; 29,67% e
13,9% respectivamente (LODO et al ., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).
        A associação entre E. nana e E. coli é comumente encontrada em pessoas
com condições de higiene precária, sendo um indicador de condições sanitárias e
sócio econômicas da população estudada. Há também uma relação entre esses dois
parasitas e a contaminação fecal já que a maior forma de transmissão é o contato
fecal oral (ANTUNES et al., 2011; LODO et al., 2010; SANTOS; MERLINI, 2010).



Tabela 1: Porcentagem e frequência dos parasitas e suas associações

Parasitas                     Frequência        Porcentagem

G. lamblia                            1                  5%

G. lamblia/ E.nana                    1                  5%

E. nana                               2                 10%

E.nana/E. coli                        1                  5%

Total                                 5                 25%




        Comparando a positividade com a zona em que vivem, 60% das crianças
positivas moram na zona urbana e 40% moram na zona rural (Figura 16). Tal dado
discorda de dois estudos: um estudo feito no município de Ibiassucê- BA, onde a
maior prevalência foi de crianças da zona rural representando 42,09% das amostras
(MATOS; CRUZ, 2012) e outro feito em Itambé do Mato Dentro-MG onde 39,05%
dos infectados eram moradores de zona rural (MATI et al., 2010). Porém, em um
estudo feito na cidade de Maria Helena-PR a instalação de enteroparasitoses foi
maior na zona urbana (71,1%). Assim, é possível acreditar que o crescimento
desordenado das cidades gera um ambiente sem condições sanitárias ideais,
33



fazendo com que a prevalência de enteroparasitoses nestas áreas seja maior do que
na área rural (LODO et al., 2010; MATOS; CRUZ, 2012; SANTOS; MERLINI, 2010).




                                    40%
               60%
                                                       Zona rural
                                                       Zona urbana




   Figura 16: Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde vivem.


         Em relação aos métodos de concentração usados, todas as amostras
positivas foram identificadas no Método de Hoffman e apenas 10% destas foram
identificadas no Método de Faust (Tabela 2), discordando de alguns trabalhos, já
que neste presente estudo os dois métodos não foram equivalentes quanto a sua
sensibilidade (BELLOTO et al., 2011; GARCIA et al ., 2006; PEZZI; TAVARES,
2007).



Tabela 2: Comparação entre os métodos de concentração

Métodos                                   Frequência      Porcentagem

Hoffman                                         5                    25%

Faust                                           2                    10%

Total de amostras positivas                     5                    25%
34




       Em relação ao intervalo entre as amostras, foi observado que a G. lamblia só
foi encontrada na segunda e terceira amostra, comprovando assim sua eliminação
intermitente e a importância de fazer o EPF com mais de uma amostra (GARCIA et
al ., 2006; MARKELL et al., 2003).
       A E. nana, foi encontrada somente na segunda amostra, sugerindo
eliminação intermitente. Contudo não existem estudos que relatam esta situação(
Tabela 3).



Tabela 3: Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras

Parasitas             Primeira amostra   Segunda amostra      Terceira amostra

G. lamblia            Não encontrado     Encontrado           Encontrado

G. lamblia/ E. nana   Não encontrado     Encontrado           Encontrado

E. nana               Não encontrado     Encontrado           Não encontrado


E. nana/ E. coli      Encontrado         Encontrado           Encontrado




       Sobre o nível de escolaridade dos responsáveis pelas crianças, a maioria
havia completado o ensino médio. Assim, em relação às amostras positivas (Figura
17), a maioria dos pais também completou o ensino médio somando 60% dos casos.
Contudo, este dado discorda de alguns estudos onde a maioria dos infectados
possuíam responsáveis com nível de escolaridade mais baixo (MACEDO, 2005;
PEZZI;TAVARES, 2007).
35




             40%                         Ensino médio concluído
                                         1º Grau concluído
                          60%




    Figura 17: Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos
responsáveis.


       Relacionando as amostras positivas com a quantidade de pessoas morando
na mesma casa, a maioria das crianças residem com 4 e 5 pessoas, representando
40% e 20% vivem com 8 pessoas( Figura 18). Portanto, esse dado está de acordo
com alguns estudos onde há uma relação entre a quantidade de pessoas na casa e
os parasitas, visto que a partir de 4 pessoas na casa, aumentam as chances de
contaminação por haver precariedade nos hábitos higiênicos. A menor porcentagem
em relação à 8 pessoas, se deve à uma menor amostragem de crianças que vive
com esta quantidade de pessoas na mesma casa (ORO et al., 2010; SILVA;
SANTOS, 2001).
36




   40%

   35%

   30%
                     40%                 40%
   25%

   20%

   15%
                                                            20%
   10%

    5%

    0%
                4 Pessoas         5 Pessoas            8 Pessoas




Figura 18: Relação de amostras positivas e a quantidade de moradores da casa.


           Em relação à classe salarial (Figura 19), a maioria vive com 2 salários
mínimos, sendo um fator determinante para a instalação de parasitas junto com o
número de pessoas residentes em cada domicílio, já que estas famílias sustentam 5
e 4 pessoas com esta renda (MACEDO, 2005; OLIVEIRA et al., 1996;
PEZZI;TAVARES, 2007; PRADO et al.,2001; VIEIRA et al., 1995).


 45%

 40%

 35%

 30%

 25%

 20%                          40%
 15%

 10%          20%                                20%                 20%
  5%

  0%
         1 Salário mínimo   2 Salários         3 Salários          4 Salários
                             mínimos            mínimos             mínimos




Figura 19: Relação entre amostras positivas e renda familiar.
37




        Comparando as amostras positivas com as respostas do questionário sobre
a higiene pessoal das crianças (Figura 20), foi observado que a maioria (60%)
respondeu que às vezes lava as mãos após brincar e antes das refeições,
comprovando assim a relação entre os hábitos higiênicos e as enteroparasitoses.
Sobre a ingestão de água da torneira foi observado que as crianças bebem dessa
água com frequência, o que provavelmente poderia ter contribuído com a instalação
dos parasitas, principalmente a G. lamblia que sobrevive a cloração da água. Essa
suposição não pode ser confirmada, visto que não foi realizada a análise da água
(BRITO, 2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al.,
1999; MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS;
MERLINI, 2010).




Figura 20: Relação entre amostras positivas e higiene pessoal.


        Das crianças da zona rural, a maioria respondeu que lava as mãos após
brincar e sempre antes das refeições, representando assim 70% e 56,25%
respectivamente. Quanto à ingestão de água da torneira, 44,4% respondeu que
sempre bebe desta água e 50% respondeu que não bebe(Figura 21). Com isso,
podemos sugerir que a menor incidência de parasitas nesta zona se deve a
38



melhores hábitos higiênicos e maior conscientização da população rural (BRITO,
2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al., 1999;
MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS; MERLINI,
2010).




Figura 21: Relação das respostas do questionário das crianças da zona rural.
39



       5.    CONCLUSÃO




       A partir deste trabalho, podemos concluir que a prevalência de parasitas
está relacionada com condições sócio-econômicas, como a renda familiar e a
quantidade de pessoas morando na mesma casa, e com os hábitos higiênicos como
lavar as mãos e beber água da torneira.
       Concluímos também que 25% das crianças estavam infectadas com algum
tipo de protozoário, estando monoparasitadas e poliparasitadas. Entre os parasitas
encontrados, a maior frequência foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de
G. lamblia e E. coli em 5% das amostras. A prevalência de E. nana associada ou
não a outros parasitas indica contaminação fecal e está relacionada com as
condições sócio-econômicas e higiênicas da população estudada, conforme foi
observado na análise dos questionários individuais.
        Assim, as crianças residentes da zona urbana apresentaram maior
positividade que a zona rural representando 60% das amostras positivas.Portanto,
este dado pode ser explicado por uma maior conscientização da importância dos
hábitos higiênicos pela população rural, visto que seus hábitos higiênicos eram mais
adequados que das crianças da zona urbana, como foi comprovado pelo
questionário. Podemos sugerir também que com o crescimento desordenado das
cidades e consequentemente uma maior precariedade nos hábitos higiênicos seja
uma possível explicação para a maior incidência na zona urbana.
       Foi observado também a importância de coletar amostras com intervalo
entre elas de pelo menos 3 dias e a realização de mais de um método de
concentração para a obtenção de um resultado adequado, já que a G. lamblia possui
eliminação intermitente e o método de Hoffman teve maior sensibilidade que o
método de Faust.
       O tratamento destas enteroparasitoses é necessário, mesmo em indivíduos
assintomáticos ou infectados por parasitas não patogênicos, pois a disseminação
destes pode ser perigosa para crianças e adultos imunodeprimidos.
       Em suma, é importante tratar todas as pessoas infectadas, principalmente os
assintomáticos e manipuladores de alimentos, além de conscientizar a população
sobre hábitos higiênicos corretos e importância da realização de EPF adequados,
40



bem como sua profilaxia e tratamento, para que se tenha uma diminuição na
incidência destes.
41



           6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS




ANDRADE, E. C.; LEITE, I. C. G.; RODRIGUES, V. O.; CESCA, M. G. Parasitoses
intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e
terapêuticos. Revista APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, 2010.




ANTUNES, R. M; ANTUNES, J. V. M.; OLIVEIRA, L. G. A; BELINELO, V. J.; VIEIRA
FILHO, S. A. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de um centro
escolar de ambiente rural de São Mateus, ES. Enciclopédia Biosfera, Centro
Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n. 12, p. 108-119, 2011.




BAPTISTA, S. C.; BREGUEZ, J. M. M.; BAPTISTA, M. C. P.; SILVA, G. M. S.;
PINHEIRO, R. O. Análise da incidência de parasitoses intestinais no município
de Paraíba do Sul, RJ. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v.
38, n. 4, p. 271-273, 2006.




BELLOTO, M. V. T.; JUNIOR, J. E. S.; MACEDO, E. A.; PONCE, A.; GALISTEU, K.
J.; CASTRO, E.; TAUYR, L. V.; ROSSIT, A. R. B.; MACHADO, R. L.
Enteroparasitoses numa população de escolares da rede pública de ensino do
município de Mirassol, São Paulo, Brasil. Revista Pan- Amazônica de Saúde,
Pará, v. 2, n. 1, p. 37-44, 2011.




BRITO, T. Diagnóstico Laboratorial da Giardia lamblia. Saúde & Ambiente em
Revista, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 18-25, jul-dez. 2006.
42



CENTERS FOR DISEASE CONTROL & PREVENTION. Laboratory Identification
of     Parasites      of      Public      Health      Concern.         Disponível     em
<www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm> Acesso em: 18 set. 2012, 19:29.




COELHO, L. M. P. S.; OLIVEIRA, S. M.; MILMAN, M. H. S. A.; KARASAWA, K. A.;
SANTOS, R. P. Detecção de formas transmissíveis de enteroparasitas na água
e nas hortaliças consumidas em comunidades escolares de Sorocaba, São
Paulo, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34,
n. 5, p. 479-482, set-out. 2011.




GARCIA, J. G. D.; SIMÕES, M. J. S.; ALVARENGA, V. L. S. Avaliação de
diferentes métodos no diagnóstico laboratorial de Giardia lamblia. Revista de
Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, n. 3, p. 253-258, 2006.




GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de
Janeiro: McGraw Hill, 2007.




GUIMARÃES, A. M.; ALVES, E. G. L.; FIGUEIREDO, H. C. P.; COSTA, G. M.;
RODRIGUES, L. S. Frequência de enteroparasitas em amostras de alface
(Lactuca sativa) comercializadas em Lavras, Minas Gerais. Revista Brasileira de
Medicina Tropical, Brasília, v. 36, n. 5, p. 621-623, set-out. 2003.




LODO, M.; OLIVEIRA, C. G. B.; FONSECA, A. L. A.; CAPUTTO, L. Z.; PACKER, M.
L. T.; VALENTI, V. E.; FONSECA, F. L. A. Prevalência de enteroparasitas em
município     do   interior   paulista.    Revista   Brasileira   de    Crescimento    e
Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 769-777, 2010.
43



LUDWIG, K. M.; FREI, F.; ALVARES FILHO, F.; PAES, J. T. R.. Correlações entre
condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de
Assis, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical,
Brasília, v. 32, n. 5, p. 547-555, set-out.1999.


MACEDO, H.S. Prevalência de parasitos e comensais intestinais em crianças
de escolas da rede pública municipal de Paracatu (MG). Revista Brasileira de
Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 37, n. 4, p. 209-213, 2005.




MACHADO, R. L. D.; FIGUEREDO, M. C.; FRADE, A. F.; KUDÓ, M. E.; SILVA
FILHO, M. G.; PÓVOA, M. M. Comparação de quatro métodos laboratoriais para
diagnóstico da Giardia lamblia em fezes de crianças residentes em Belém,
Pará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n.1, p.
91-93, jan-fev. 2001.




MARZOCHI, M. C. A. Estudo dos fatores envolvidos na disseminação dos
enteroparasitas: estudo da contaminação de verduras e solo de hortas na
cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista do Instituto Médico Tropical,
São Paulo, v. 19, n. 3, p. 148-155, maio-jun, 1977.




MARKELL, E. K.; JOHN, D. T.; KROTOSKI, W. A. Parasitologia Médica. 8 ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.




MATOS, M. A.; CRUZ, Z. V. Prevalência das parasitoses intestinais no
município de Ibiassucê- Bahia. Revista Educação Meio Ambiente e Saúde,
Salvador, v. 5, n. 1, p. 64-71, 2012.
44



MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Vigilância e Controle das
Enteroparasitoses. Brasília, 2005.




MATI, V. L. T.; PINTO, J. H.; MELO, A. L. Levantamento de parasitos intestinais
nas áreas urbana e rural de Itambé do Mato Dentro, Minas Gerais, Brasil.
Revista de Patologia Tropical, Belo Horizonte, 2010.




MONTAGNA,       H.   E.;   BOSSO,    R.   L.;   TASHIMA,    N.   T.   Ocorrência      de
enteroparasitoses em crianças de 0 a 6 anos atendidas no laboratório clínico
da UNOESTE no período de janeiro a dezembro de 2008.                      (Trabalho de
Conclusão de Curso) – Faculdade de Farmácia, Universidade do Oeste Paulista,
Presidente Prudente, 2008.




MOTTA. M. E. F. A. ; SILVA, G. A. P. Diarréia por parasitas. Revista Brasileira de
Saúde Materno Infantil, Recife, v. 2, n. 2, p. 117-127, maio-ago, 2002.




NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 10 ed, São Paulo: Atheneu, 2006.




OLIVEIRA, C. M.; VALTER, V. L.; NILO, C. V. Estudo da prevalência de
enteropasitoses em escolares no município de Baependi. In: Anais do XVI
Congresso Brasileiro de Parasitologia, Poços de Caldas, 1996.




ORO, D.; KROPOSKI, G.K.; ORO, N. A.; SABARDELOTTO, C.; SEGER, J.
Prevalência de parasitas intestinais em crianças de Descanso – Santa Catarina
– Brasil. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 151-156, jul./dez. 2010.
45



PEZZI, N.C.; TAVARES, R. G. Relação de aspectos sócio-econômicos e
ambientais com parasitoses intestinais e eosinofilia em crianças da ENCA,
Caxias do Sul - RS. Revista Estudos, Goiânia, v. 34, n. 11/12, p. 1041-1055, nov-
dez. 2007.




PITTNER, E.; MORAES, I. F.; SANCHES, H. F.; TRINCAUS, M. R.; RAIMONDO, M.
L.; MONTEIRO, M. C. Enteroparasitoses em crianças de uma comunidade
escolar na cidade de Guarapuava, PR. Revista Salus, Guarapuava, v. 1, n. 1, p.
97-100, jan-jun. 2007.




Prado M. S.; BARRETO, M. L.; STRINA, A.; FARIA, J. A. S.; NOBRE, A. A.; JESUS,
S. R. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em
crianças com idade escolar na cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Revista da
Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n. 1, p. 99-101, 2001.




SANTOS, S. A.; MERLINI, L. G. Prevalência de enteroparasitoses na população
do município de Maria Helena, Paraná. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 15, n. 3, p. 899-905, 2010.




SILVA, G. C.; SANTOS, H. A. Ocorrência de parasitoses intestinais da área de
abrangência do Centro de Saúde Cícero Idelfonso da Regional Oeste da
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista de Biologia e
Ciências da Terra, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, 2001.




VERONESI, R. Doenças Infecciosas e Parasitárias. 8 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 1991.
46



VIEIRA, L. M; NICOLATO, R. L. C.; JULIÁ, M. S. F. Prevalência de parasitas
intestinais na população de. Ouro Preto, MG. Revista Brasileira Análises Clínicas,
Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 99-101, 1995.
47



          7. APÊNDICE


APÊNDICE A – Comunicado e manual de coleta


                                  COMUNICADO

      Prezados pais e responsáveis, somos alunas do último semestre de Farmácia
Bioquímica da Fundação Educacional de Fernandópolis-FEF e estamos realizando
um trabalho de conclusão de curso com o tema: Análise parasitológica em fezes
de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis-SP. Seu filho(a)
está sendo convidado para participar desta pesquisa, que tem o objetivo de verificar
e propor medidas para diminuir a ocorrência de parasitas intestinais em crianças de
6 a 8 anos de idade.

      A participação de seu filho(a) consiste em uma coleta de fezes que será
realizada por vocês e enviada à escola no dia seguinte da coleta para nós
buscarmos. Abaixo está um manual de coleta de fezes, que explica como coletar as
fezes e os cuidados necessários e o cronograma da coleta para orienta-los. Caso
estejam interessados em deixar seu filho(a) participar da pesquisa, por favor
responda o questionário, leiam e assinem o termo de participação e o termo de
consentimento livre e esclarecido.

      O questionário e o termo de participação devem ser assinados e
mandados à escola. O termo de consentimento livre e esclarecido contém
duas cópias onde ambas devem ser assinadas. Uma cópia fica para você e
outra deve ser mandada à escola que repassará estes termos para nós.

      Obrigada

                                   COLETA DE FEZES

      Após assinar os termos e responder os questionários, vocês deverão coletar
as fezes da criança. Ao todo serão coletadas 3 amostras com 3 dias de intervalo
cada. É muito importante seguir o cronograma e o manual de coleta para a
realização do trabalho corretamente.
48



      Será entregue à vocês no dia 21/08 (terça-feira), 3 potes coletores
acompanhados de uma pá cada um.

      No dia 22/08 (quarta-feira) vocês deverão realizar a primeira coleta de fezes
seguindo este manual:

    Coletar a porção do meio da amostra se houver sangue ou muco coletar
      também.
    Não é necessário um volume maior que ¾ do frasco
    O frasco contém conservante, portanto é preciso agitar o frasco depois de
      fechado para misturar as fezes com o conservante.
    Colar no rótulo do frasco a etiqueta com o nome da criança, data e hora da
      coleta.
    Não é necessário guardar na geladeira
    Levar o frasco fechado e identificado dentro na mochila da criança. Se for
      necessário colocar o frasco em uma sacola de plástico e colocar na mochila.


      No dia 23/08 (quinta-feira) vocês deverão levar o potinho com as fezes na
   escola.
      No dia 26/08 (domingo) vocês farão a segunda coleta das fezes.
      No dia 27/08 (segunda-feira) vocês levarão o potinho com as fezes na
   escola.
      No dia 30/08 (quinta-feira) vocês irão fazer a terceira coleta de fezes.
      No dia 31/08 (sexta-feira) vocês levarão o potinho com a terceira amostra na
   escola.


   OBS: As outras coletas de fezes também deverão seguir este manual e
   cronograma.
49



APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido


             TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

      Seu filho(a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa: Análise
parasitológica de fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de
Fernandópolis-SP, no caso de você concordar em participar, favor assinar no final
do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento você
poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará
nenhum prejuízo em sua relação com os pesquisadores ou com a instituição de
ensino.

      Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do orientador
da pesquisa, podendo tirar dúvidas do projeto e da sua participação.

      Nome da pesquisa: Análise parasitológica de fezes de crianças da zona rural
e urbana da cidade de Fernandópolis-SP.

      Orientador da pesquisa: Daiane Fernanda Pereira Mastrocola

      Telefone: (17) 97440385

      Pesquisadores participantes: Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda,
Jéssica Laís de Souza e Stéfani da Silveira Bissi.




      Objetivos: Este projeto visa analisar a ocorrência de enteroparasitas em
fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis, contribuindo
para a diminuição da disseminação destes.

      Procedimentos do estudo: Os responsáveis pela criança devem responder
um questionário com informações sobre o paciente e responsável, moradia, renda
familiar e saneamento básico da criança. Deverá também coletar três amostras de
fezes da criança com três dias de intervalo cada e levar á escola a fim de seguir
para o laboratório.

      Riscos e desconforto: Não há.
50



      Benefícios: Com o conhecimento dos enteroparasitas que prevalecem nas
crianças é possível servir de baseamento para trabalhos e campanhas contra a
disseminação destas doenças.

      Custo/ reembolso para o participante: Não há.

      Confidencialidade da pesquisa: Não haverá divulgação de nomes dos
participantes da pesquisa, bem como seus responsáveis.




 Assinatura do orientador responsável:       ______________________________
51



APÊNDICE C – Termo de Consentimento de Participação


                TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO




Eu,_________________________________________________________________
__ , portador do RG: ___________________e CPF: __________________declaro
que li as informações contidas neste documento, fui devidamente informado pelas
alunas Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda, Jéssica Laís de Souza e Stéfani da
Silveira Bissi dos procedimentos que serão utilizados, riscos, desconfortos,
benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa,
concordando ainda que meu
filho(a)_________________________________________________________
participe da pesquisa. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a
qualquer momento, sem que isso leve a penalidade. Declaro ainda que recebi uma
cópia desse Termo de Consentimento.




Local e data:




Nome do responsável por extenso:
_________________________________________________
52



APÊNDICE D – Questionário
                                  QUESTIONÁRIO

  Idade da criança:




   Marque com o X uma única alternativa para cada pergunta:

  1) Sexo da criança:

  ( ) Masculino

  ( ) Feminino

  2) Local onde mora:

  ( ) Zona rural

  ( ) Zona urbana

  3) Grau de ensino do responsável (pai ou mãe):

  ( ) Graduação completa (faculdade)

  ( ) Graduação incompleta (faculdade)

  ( ) Ensino médio concluído ( de 1º a 3º colegial)

  ( ) Ensino médio incompleto ( de 1º a 3º colegial)

  ( ) 2º grau concluído ( de 5ª a 8ª série)

  ( ) 2º grau incompleto ( de 5ª a 8ª série)

  ( ) 1º grau concluído (de 1ª a 4ª série)

  ( ) 1º grau incompleto ( de 1ª a 4ª série)

  ( ) Não alfabetizado(a)

  4) Renda familiar:

  ( ) Um salário mínimo
53



( ) Dois salários mínimos

( ) Três salários mínimos

( ) Quatro salários mínimos

( ) Outros: ________________

5) Número de pessoas que moram na casa:

( ) 2 pessoas

( ) 3 pessoas

( ) 4 pessoas

( )5 pessoas

( ) 6 pessoas

( ) 7 pessoas

( ) 8 pessoas

( ) 9 pessoas

( ) 10 ou mais pessoas

6) A criança lava as mãos após brincar?

( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes

7) A criança lava as mãos antes das refeições?

( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes

8) A criança bebe água da torneira?
54



( ) Sim

( ) Não

( ) As vezes
55



APÊNDICE E – FOTOS




Cisto de Entamoeba coli.
56




Cisto de Endolimax nana.
57




Cisto de Giardia lamblia (método de Hoffman).
58




Cisto de Giardia lamblia (método de Faust)
59



         8. ANEXO



ANEXO A – Autorização da Secretaria de Educação de Fernandópolis

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Análise Parasitológica em Crianças de Fernandópolis

  • 1. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS CAMILA YARA BARBOSA ELISA SEIKO IKEDA JÉSSICA LAÍS DE SOUZA STÉFANI DA SILVEIRA BISSI ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP FERNANDÓPOLIS 2012
  • 2. CAMILA YARA BARBOSA ELISA SEIKO IKEDA JÉSSICA LAÍS DE SOUZA STÉFANI DA SILVEIRA BISSI ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Curso de Graduação em Farmácia da Fundação Educacional de Fernandópolis como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Orientadora: Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FERNANDÓPOLIS – SP 2012
  • 3. CAMILA YARA BARBOSA ELISA SEIKO IKEDA JÉSSICA LAÍS DE SOUZA STÉFANI DA SILVEIRA BISSI ANÁLISE PARASITOLÓGICA EM FEZES DE CRIANÇAS DA ZONA RURAL E URBANA DE FERNANDÓPOLIS-SP Trabalho de conclusão de curso aprovado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em farmácia. Aprovado em: ____ de novembro de 20____. Banca examinadora Assinatura Conceito Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola (Orientadora) Profa. Dra. Maria Elisa Furlan Gandini Castanheira (Avaliadora 1) Profa. Maria Laís Devólio (Avaliadora 2) Profa. MSc. Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Presidente da Banca Examinadora
  • 4. Dedicamos este trabalho aos nossos pais, que sempre nos incentivaram e apoiaram e a todos os professores do curso de Farmácia, que nos deram conselhos e sabedoria necessária para a realização deste.
  • 5. AGRADECIMENTOS Agradecemos primeiramente a nossa orientadora, professora Daiane, que nos orientou e nos preparou para a realização deste trabalho; à diretora da CEMEI Maria Simão - Sílvia, que abriu as portas da sua escola e nos recebeu com toda atenção; aos professores do Laboratório de Análises Clínicas, Jeferson, Maria Laís, Vânia, Anísio, Nayara e Veida, por nos ajudar na parte prática deste trabalho e agradecemos imensamente à Josi por nos ajudar com as crianças na escola.
  • 6. RESUMO As enteroparasitoses são doenças comuns no mundo, tendo sua gravidade dependente de alguns fatores como a situação imunológica em que o hospedeiro se encontra e a quantidade de cistos encontrada no organismo. Os parasitas apresentam prevalência em regiões onde as condições socioeconômicas, o saneamento básico, os hábitos de higiene e a falta de informação da população são precários. São transmitidos principalmente através de água e alimentos contaminados com cistos, e pelo contato direto de pessoa para pessoa. Os pacientes mais acometidos são as crianças devido à falta de higiene, principalmente por sempre levarem as mãos sujas à boca. O objetivo desse trabalho é verificar a ocorrência destes protozoários em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis e comparar os resultados com as pesquisas citadas. Foram examinadas vinte crianças, sendo dez delas habitantes da zona urbana e dez da zona rural, de idades entre seis e oito anos. Em 25% do total destas foi encontrado algum tipo de parasita apresentando monoparasitismo e poliparasitismo. Das crianças positivas, 60% habitam a zona urbana e 40% habitam a zona rural, podendo ser indício de maior conscientização da população desta área. A maior frequência de parasitas encontrados foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de G. lamblia e E. coli em 5% das amostras. Em relação aos métodos utilizados, o método de Hoffman mostrou-se mais eficaz, pois todas as amostras positivas foram detectadas nele, enquanto que o método de Faust detectou apenas 40% dos parasitas. A importância da realização dos Exames Parasitológicos de Fezes com mais de uma amostra foi confirmada através da verificação da eliminação intermitente da G. lamblia. Foram observados também as condições socioeconômicas e os hábitos higiênicos das crianças, onde se pode concluir que a prevalência destes protozoários está relacionada com a quantidade de pessoas residindo na mesma casa, a renda familiar baixa, hábitos higiênicos inadequados, como lavar as mãos, e o hábito de beber água da torneira, já que os cistos de G. lamblia sobrevivem à cloração da água. Assim, as enteroparasitoses podem ser consideradas um problema familiar e não somente individual, independentemente da zona onde vivem. Palavras chave: enteroparasitoses, condições socioeconômicas, eliminação intermitente, saneamento básico.
  • 7. ABSTRACT Enteroparasitosis are the most common diseases worldwide, and their graveness depend on some factors as the host immunological situation and the amount of cysts found in the organism, which also determines if these pathologies will be symptomatic or asymptomatic. The parasites are found all over the world, and their prevalence is on regions where the social and economic conditions, the basic sanitation, the hygiene customs and the lack of information are precarious. They are mainly transmitted by contaminated water and food where the cysts are and also by direct contact from person to person. The patients most attacked by these pathologies are children due to the lack of hygiene, mostly because dirty hands to mouth. This work aims to verify the occurrence of these protozoa in children of the rural and urban zone of Fernandópolis and to compare the results with the cited researches. Twenty children were examined, being ten of them inhabitants of the urban zone and ten from the rural zone, with ages among six to eight. Parasite was found in 25% of the total presenting monoparasitism and polyparasitism. Of the positive children, 60% reside in the urban zone and 40% in rural zone, which can be an indication of more awareness of this area. The most frequency of parasites was the E. nana in 10% of the samples, followed by G. lamblia and E. coli in 5% of the samples. In relation to the concentration methods, the Hoffman’s was the most effective, because all the positive samples were detected in this method, whereas the Faust’s detected just 40% of parasites. The importance of the Parasitological Examination of Faeces realization with more than one sample was confirmed through the verification of the intermittent elimination of G. lamblia. The children social and economic conditions and their hygiene customs were also observed and we can conclude that the prevalence of these protozoa is due to the quantity of people living in the same house, the low household income, inadequate hygiene customs, like washing the hands, and also the habit of drinking tap water, as the G. lamblia cysts survive from the water chlorination. Thereby, the Enteroparasitosis can be considered a familiar problem and not only individual, independently of which zone they live. Key-words: Enteroparasitosis, Social and Economic Conditions, Intermittent Elimination, Basic Sanitation.
  • 8. LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Trofozoíto de Entamoeba histolytica 15 Figura 2 – Cisto de Entamoeba histolytica 15 Figura 3: Ciclo biológico da Entamoeba histolytica 16 Figura 4 – Trofozoíto de Entamoeba coli 17 Figura 5 – Cisto de Entamoeba coli 17 Figura 6 – Trofozoíto de Endolimax nana 18 Figura 7 – Cisto de Endolimax nana 18 Figura 8 – Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii 19 Figura 9 – Cisto de Iodamoeba bütschlii 19 Figura 10 – Trofozoíto de Giardia lamblia 21 Figura 11 – Cisto de Giardia lamblia 21 Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia 22 Figura 13 – Distribuição das amostras quanto ao sexo 30 Figura 14 – Distribuição de amostras positivas 31 Figura 15 – Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo 31 Figura 16 – Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde 33 vivem Figura 17 – Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos 35 responsáveis Figura 18 – Relação de amostras positivas e quantidade de moradores da 36 casa Figura 19 – Relação entre amostras positivas e renda familiar 36 Figura 20 – Relação de amostras positivas e higiene pessoal 37 Figura 21 – Relação das respostas do questionário das crianças da zona 38 rural
  • 9. LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Porcentagem e freqüência dos parasitas e suas associações 32 Tabela 2 – Comparação entre os métodos de concentração 33 Tabela 3 – Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras 34
  • 10. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS CEMEI – Centro Municipal de Educação Infantil EPF – Exame parasitológico de fezes LAC – Laboratório de Análises Clínicas da FEF OMS – Organização Mundial de Saúde µm - Micrômetro E. nana – Endolimax nana E. coli – Entamoeba coli G. lamblia – Giardia lamblia
  • 11. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 2. REVISÃO DA LITERATURA.............................................................................. 14 2.1 Entamoeba histolytica .................................................................................. 14 2.1.1 Morfologia .............................................................................................. 14 2.1.2 Sintomas ................................................................................................ 15 2.1.3 Ciclo biológico........................................................................................ 16 2.2 Entamoeba coli ............................................................................................ 17 2.2.1 Morfologia .............................................................................................. 17 2.2.2 Ciclo biológico........................................................................................ 18 2.3 Endolimax nana ........................................................................................... 18 2.3.1 Morfologia .............................................................................................. 18 2.4 Iodamoeba bütschlii ..................................................................................... 19 2.4.1 Morfologia .............................................................................................. 19 2.5 Giardia lamblia ............................................................................................. 20 2.5.1 Morfologia .............................................................................................. 20 2.5.2 Sintomas ................................................................................................ 21 2.5.3 Ciclo biológico........................................................................................ 21 2.6 Tratamento e profilaxia................................................................................. 22 2.7 Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas ...................... 23
  • 12. 3. MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................. 26 3.1 Amostras ...................................................................................................... 26 3.2 Instrumento de pesquisa .............................................................................. 26 3.3 Materiais....................................................................................................... 27 3.4 Métodos ....................................................................................................... 27 3.4.1 Método de Hoffman ............................................................................... 28 3.4.2 Método de Faust .................................................................................... 28 3.4.3 Microscopia ........................................................................................... 28 3.5 Processamento de dados e resultados ........................................................ 29 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 30 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 39 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 41 7. APÊNDICE ......................................................................................................... 47 8. ANEXO ............................................................................................................... 59
  • 13. 12 1. INTRODUÇÃO Os protozoários intestinais estão espalhados universalmente e são relacionados com a condição sócio- econômica da população, condição de saneamento do meio, a falta de conhecimento da população sobre enteroparasitoses e a falta de hábitos higiênicos (GARCIA et al., 2006). Assim, as enteroparasitoses estão entre as doenças mais comuns no mundo, tendo prevalência em países em desenvolvimento e subdesenvolvidos (ANDRADE et al., 2010). Em 2005, a prevalência de giardíase em países industrializados foi de 2% a 7%, enquanto que em países em desenvolvimento, a prevalência foi maior atingindo de 20% a 30% da população (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). Os protozoários mais comuns encontrados nos humanos são a Entamoeba histolytica e a Giardia lamblia. Assim, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existem no mundo cerca de 200 milhões de pessoas infectadas por Giardia lamblia e 500 milhões por Entamoeba histolytica. Deste número de pessoas com amebíase, 50 milhões apresentam a forma invasiva, provocando a morte de 100.000 pessoas por ano, sendo que a maioria por colite e abcesso hepático (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). No Brasil, a taxa de pessoas com enteroparasitoses diminuiu, mas estima-se que 30% da população esteja infectada por parasitas, mesmo em áreas mais desenvolvidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005). A transmissão é feita principalmente pela falta de tratamento adequado à água e em consequência, os alimentos são contaminados, principalmente vegetais e frutas quando consumidos crus podem transmitir cistos. A falta de higiene domiciliar também é um fator importante, pois insetos como baratas e moscas podem passar por fezes contaminadas e transmiti-las para os humanos (MARKELL et al., 2003). Lugares com aglomeração de pessoas como as creches e escolas, também podem ajudar na disseminação dos cistos, pois, o contato direto de pessoa para pessoa, pode ser uma forma de contaminação principalmente quando não há hábitos higiênicos regulares, como lavar as mãos. Os portadores assintomáticos podem transmitir a doença principalmente ao manipular alimentos. Portanto, o
  • 14. 13 diagnóstico e o tratamento são de suma importância, não apenas em casos com sintomas (BELLOTO et al., 2011; MARKELL et al., 2003; MONTAGNA et al., 2008). As crianças são mais acometidas que os adultos, pois possuem hábitos higiênicos mais precários e acostumam e colocar as mãos na boca, sem antes lavá- las (ANTUNES et al., 2011; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al., 2006; LODO et al., 2010; MONTAGNA et al., 2008; ORO et al., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007; PITTNER et al., 2006; SILVA ; SANTOS, 2001). Na zona rural há mais condições para as enteroparasitoses se instalarem, visto que na maioria das vezes, a água não é tratada e há menor cobertura de esgotamento sanitária. Sendo assim, 25,2% da população rural não recebe água tratada, enquanto que 91,9% da população urbana é servida com rede de água (ANDRADE et al., 2010). Para não haver maior disseminação destas doenças, é preciso, primeiramente, tratar a água e o esgoto de forma correta, pois são a principal forma de transmissão, além de proteger os reservatórios naturais de insetos e animais. Como a giárdia sobrevive à filtração e cloração da água, é necessário purifica-la com solução saturada de iodo, que pela sua concentração consegue destruir os cistos após 20 minutos a 20°C.É recomendado adicionar 12,5mL de solução para 1 litro de água e beber em até 15 minutos (MARKELL et al., 2003). É preciso também conscientizar a população sobre a importância dos hábitos higiênicos, a realização de exames parasitológicos periodicamente em cozinheiras e funcionários que tenham contato com as crianças em creches e escolas e o tratamento de indivíduos assintomáticos (MARKELL et al., 2003). Em suma, o principal objetivo este trabalho é analisar a prevalência de enteroparasitoses em crianças da zona rural e urbana de Fernandópolis - SP a fim de comprovar os estudos da literatura.
  • 15. 14 2. REVISÃO DA LITERATURA O parasitismo é uma associação entre seres vivos que depende da presença de um hospedeiro apropriado para lhe fornecer proteção e alimento. As enteroparasitoses protozoárias são doenças causadas por protozoários que habitam a luz intestinal, podendo ser sintomáticas ou não, dependendo do número de cepas de cistos ingeridas, deficiência imunitária do hospedeiro e baixa acidez do suco gástrico (NEVES, 2006). Podem apresentar duas formas evolutivas: trofozoítos e cistos. Os trofozoítos são a forma de multiplicação que ao sofrerem divisão, se diferenciam em sua forma infectante, os cistos (MARKELL et al., 2003). 2.1 Entamoeba histolytica 2.1.1 Morfologia A Entamoeba histolytica é uma ameba patogênica causadora da amebíase. Seus trofozoítos, encontrados na região do ceco e reto sigmoide, não tem uma forma definida se observados no microscópio. Ao serem corados, adquirem uma forma esférica onde se pode ver seu citoplasma dividido em ectoplasma, claro e uniforme, e endoplasma, granuloso e vacuolizado, às vezes com hemácias. Possui até 4 núcleos com cromatina delicada, uniforme e fina, aderida à membrana nuclear com cariossoma pequeno e central. Possui boa motilidade através de seus pseudópodes, sendo progressiva e direcional. Seu tamanho varia de 12 a 60 µm, mas em média possui 20 µm de diâmetro (Figura 1). Já os seus cistos (Figura 2) , encontrados nas fezes, tem forma de pequenas esferas com parede dupla e 12 µm de diâmetro. A quantidade de núcleos depende da maturação dos cistos, assim, um cisto jovem pode ter um núcleo e um vacúolo de glicogênio, que quando corados com lugol, adquirem uma coloração castanho e um cisto maduro, pode apresentar 4
  • 16. 15 núcleos com corpos cromatóides em forma de bastão (MARKELL et al., 2003; NEVES, 2006). Figura 1: Trofozoíto de E. histolytica Figura 2: Cisto de E. histolytica Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm 2.1.2 Sintomas A maioria dos portadores desta doença são assintomáticos, caracterizando- se por 90% dos casos. Os sintomas mais comuns são diarreia leve com fezes líquidas, náuseas e cólicas esporádicas. Portanto, a colite amebiana é classificada como a manifestação clínica mais frequente tendo início gradual com dores abdominais, diarreia com fezes líquidas, sangue e muco, podendo estar associada a vômitos com períodos de constipação e diarreia intercalados. Pode ocorrer também a invasão da mucosa do cólon pelos trofozoítos, que se multiplicam causando necroses e formando úlceras denominadas de botão de camisa. Uma complicação rara é a colite fulminante que pode ter o quadro agravado pela diarreia intensa e sanguinolenta, febre e necrose transmural. Os sintomas duram de uma a duas semanas e poucos possuem febre (MOTTA; SILVA, 2002). Algumas vezes podem ser encontradas lesões hepáticas, pulmonares, cerebrais e cutâneas chamadas abcessos amebianos. Estas lesões são causadas
  • 17. 16 por amebas que entram na corrente sanguínea e se fixam em outros órgãos que não o intestino grosso, sendo a mais frequente localização o fígado. Em casos raros, pode-se encontrar a hepatite amébica causada por esses abcessos (VERONESI, 1991). 2.1.3 Ciclo biológico O Ciclo biológico se inicia pela ingestão de cistos maduros, que vão para o estômago onde sua parede sofre ligeira digestão. Depois, vão para o intestino delgado deixando passar o metacisto por uma fenda na membrana, se dividem formando quatro trofozoítos metacísticos que se alimentam e se dividem novamente resultando em oito trofozoítos. Estes, vão para o intestino grosso onde sofrem desidratação e se transformam em pré-cistos, sem movimentos e sem parede cística. Depois, se diferenciam em cistos formando a parede esférica, amadurecem por divisão nuclear e são eliminados nas fezes (NEVES, 2006). Figura 3: Ciclo biológico da E. histolytica Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
  • 18. 17 2.2 Entamoeba coli 2.2.1 Morfologia A Entamoeba coli é uma ameba não patogênica comensal que vive na luz do intestino grosso. Suas características, bem como seu ciclo biológico, transmissão e profilaxia são parecidos com os da Entamoeba histolytica, podendo ser confundidas (MARKELL et al., 2003). Seus trofozoítos se caracterizam por terem 25 µm de diâmetro, citoplasma não diferenciado em ectoplasma e endoplasma e um núcleo bem visível com cromatina grosseira e irregular, apresentando cariossomo grande e excêntrico. No citoplasma aparecem frequentemente muitos vacúolos. Sua motilidade em relação a E. histolytica é vagarosa e não progressiva com pseudópodes curtos (Figura 3). Enquanto que seus cistos (Figura 4) medem de 15 a 20 µm, possuindo até oito núcleos com corpos cromatóides em forma de feixes menos comuns que na E. histolytica, com citoplasma muito granuloso. A diferenciação entre E.coli e E. histolytica, quando coradas com lugol, se dá pelo número de núcleos (MARKELL et al., 2003). Figura 4: Trofozoíto de E.coli Figura 5: Cisto de E.coli Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
  • 19. 18 2.2.2 Ciclo biológico Sua forma de transmissão, ciclo biológico, sintomas e profilaxia são característicos de amebas, descritos anteriormente (MARKELL et al., 2003). 2.3 Endolimax nana 2.3.1 Morfologia É a menor ameba intestinal comensal, é mais frequente do que as outras juntamente com a E coli. Seus trofozoítos (Figura 5) tem em média 7 µm de diâmetro, podendo ter de 5 a 12 µm. Sua locomoção é rápida como na E. histolytica, mas não é direcionada. Possuem citoplasma com vacúolos, membrana nuclear fina, sem grãos de cromatina, apenas um núcleo com cariossomo grande e irregular. Seus cistos (Figura 6) tem mais ou menos a mesma faixa de tamanho dos trofozoítos, com 8 µm de diâmetro. Devido ao seu tamanho pequeno, é muito difícil ver suas características mesmo coradas. Sua identificação se deve à sua forma ovóide e seus 4 núcleos (MARKELL et al., 2003). Figura 6: Trofozoíto de E. nana Figura 7: Cisto de E. nana Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm
  • 20. 19 2.4 Iodamoeba bütschlii 2.4.1 Morfologia É uma ameba não patogênica comensal do ceco e colo intestinal. Seus trofozoítos possuem de 4 a 20 µm de diâmetro, mas a maioria fica na faixa de 9 a 14 µm (Figura 7). Esta característica dificulta a identificação dos trofozoítos não corados. Sua locomoção é lenta e progressiva com pseudópodes hialinos. Seu único núcleo, geralmente não é visível sem coloração. Com coloração, é possível observar o cariossomo grande e mais ou menos centralizado cercado de pequenos grânulos. Os cistos (Figura 8) possuem diâmetro de 6 a 16 µm, com média de 9 a 10 µm. Possuem parede com contorno irregular, grande variedade em sua forma, vacúolos de glicogênio constantes com contorno regular e um único núcleo (MARKELL et al., 2003). Figura 8: Trofozoíto de Iodamoeba bütschlii Figura 9: Cisto de Iodamoeba bütschlii Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Librart.htm
  • 21. 20 2.5 Giardia lamblia 2.5.1 Morfologia A Giardia lamblia é um protozoário intestinal flagelado e patogênico, com cistos e trofozoítos bem conhecidos. Assim, por análise microscópica, pode-se observar que o trofozoíto possui corpo em forma de pera, possui disco suctorial ou adesivo na porção anterior da superfície ventral do organismo e mergulhados no citoplasma, possui dois núcleos ovóides na região do disco adesivo, com grande cariossomo central, com comprimento de 9 a 21 µm e largura de 5 a 15 µm. Possui também quatro pares de flagelos, axonemas retos, muito próximos e paralelos e dois corpos medianos (MARKELL et al., 2003). Os trofozoítos (Figura 9) são encontrados na porção superior do intestino delgado, podem estar aderidos à mucosa pela ação dos discos adesivos e em alguns casos podem produzir irritação dos tecidos. Sua motilidade se deve aos seus flagelos, e é caraterizada pela lenta oscilação do seu eixo longo. Tal movimento pode ser comparado ao de uma folha caindo (MARKELL et al., 2003). Quando analisados sem corante, pode-se observar sua forma típica e sua motilidade e ao usar o corante, geralmente hematoxilina férrica, pode-se observar sua forma, núcleos, axonemas e corpos medianos bem como suas quantidades (MARKELL et al., 2003). Os cistos (Figura 11), presentes nas fezes, são ovoides, com comprimento de 8 a 14 µm e largura de 7 a 10 µm, possuem de dois a quatro núcleos proeminentes, quatro corpos medianos e flagelos com aparência desordenada em quantidades duas vezes maior que nos trofozoítos (MARKELL et al., 2003). Quando corados por solução de Lugol, seus cistos são identificados pela coloração amarelada, sua membrana evidente e seus quatro núcleos (VERONESI, 1991).
  • 22. 21 Figura 10: Trofozoíto de G.lamblia Figura 11: Cisto de G. lamblia Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm 2.5.2 Sintomas A giardíase é uma doença frequente na infância, podendo ser sintomática ou assintomática. Dos casos sintomáticos, a diarreia com fezes liquefeitas e com muco está presente em 90% dos casos, sendo o sintoma mais comum desta patologia. A diarreia acompanhada de perda de peso, náuseas, desconforto, distensão abdominal e flatulência representam 60% a 70% dos casos, podendo evoluir para esteatorréia. Em casos mais raros, 30% a 50% desta diarreia se torna crônica acompanhada de retardo no crescimento devido à má absorção intestinal. Há também a deficiência de vitaminas lipossolúveis K, E, D e A, ferro e zinco e consequentemente perda de peso (MOTTA; SILVA, 2002). 2.5.3 Ciclo biológico Seu ciclo biológico começa pela ingestão de cistos que são transportados até o duodeno de onde saem de sua membrana e se multiplicam intensamente por
  • 23. 22 divisão binária formando trofozoítos. Estes, que estão presos pelos discos adesivos à mucosa duodenal, se soltam dias depois e começam o processo de encistamento onde adquirem um revestimento espesso. Os cistos formados são eliminados nas fezes (NEVES, 2006). E excreção de cistos não é regular e constante, variando dentro de padrões baixo, médio e grande pelo número de cistos eliminados nas fezes (GARCIA et al., 2006). Figura 12: Ciclo biológico da Giardia lamblia. Fonte: www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm 2.6 Tratamento e profilaxia Segundo Veronesi (1991),a transmissão destes protozoários é causada por água ou bebidas contaminadas, alimentos vegetais comidos crús, onde os
  • 24. 23 manipuladores destes alimentos também podem ser uma forma de disseminação, contato direto com pessoas infectadas e contado indireto através de animais como baratas e moscas. Por isso, são doenças frequentemente encontradas em ambientes coletivos, como creches e escolas onde as crianças ficam mais expostas a esta doença por colocar as mãos na boca sem lava-las (ORO et al., 2010; VERONESI, 1991). Assim, além da água usada para consumo próprio, piscinas, rios, banheiras e reservatórios também são considerados formas de transmissão mesmo sendo mais raras. Os cistos de G. lamblia quando eliminados, podem sobreviver por vários dias no meio externo e são resistentes ao cloro usado no tratamento da água principalmente se esta for fria (BRITO, 2006). O Tratamento medicamentoso da giardíase em crianças se dá através de derivados nitroimidazóicos, como o metronidazol e tinidazol. O primeiro é normalmente usado de 15 a 20 mg/ kg/dia, duas vezes ao dia durante 7 dias. E o segundo é recomendado 50 mg/kg em dose única por dia. O albendazol também pode ser usado com 400 mg/dia de 3 a 5 dias. Já a amebíase é tratada com metronidazol 35 a 50mg/kg dividido em 3 doses por 7 a 10 dias(GOODMAN & GILMAN, 2007). A profilaxia é muito importante. Pois, apesar de alguns pacientes não apresentarem sintomas e algumas amebas não serem patogênicas, estes também são focos de transmissão, devendo ser diagnosticada e tratada para não haver disseminação. Assim, sua profilaxia é difícil de executar, pois depende além do tratamento do paciente, do tratamento correto do lixo e das fezes, da eliminação de insetos, da higiene pessoal e do tratamento correto da água e dos alimentos (VERONESI, 1991). 2.7 Métodos laboratoriais para o diagnóstico de enteroparasitas O diagnóstico e identificação das doenças parasitárias é realizado através do EPF que diferencia os parasitas por sua morfologia, já que os sintomas, que podem ou não ocorrer, não são constantes e podem diminuir ou se agravar
  • 25. 24 conforme as características do paciente, como idade, sistema imunitário comprometido e número de cepas de cistos (MARKELL et al., 2003; NEVES, 2006; VERONESI, 1991). No EPF adequado, é realizada primeiramente uma análise macroscópica da amostra, para verificar a consistência e presença de sangue e muco. Tal análise só é possível se a amostra não tiver conservante (MARKELL et al., 2003). O exame microscópico pode ser realizado pelo exame direto com fezes sem conservantes. Uma vantagem deste método é a possibilidade de se observar cistos e trofozoítos de flagelados como a Giardia lamblia bem como sua motilidade característica. Após a coloração com solução de iodo, pode-se observar suas estruturas mais detalhadamente. Porém, este método é pouco usado pela dificuldade de identificar os parasitas em relação a quantidade de sedimentos e matéria fecal (MARKELL et al., 2003). Assim, as técnicas mais usadas são as de concentração, que tem a finalidade de concentrar o maior número de parasitas em uma pequena quantidade de amostra. Os cistos são separados do restante da matéria fecal através de diferenças na densidade específica (MARKELL et al., 2003). Esta técnica é dividida em sedimentação e flutuação. A técnica de sedimentação mais usada é a de Hoffman, Pons & Janer, que consiste em uma sedimentação espontânea, onde os cistos são mais pesados que as bactérias e partículas de alimento não digeridas e se depositam no fundo. Já o método de Faust, consiste em uma flutuação usando um meio líquido mais pesado que os parasitas, assim, estes ficam na superfície (GARCIA et al., 2006). Outros métodos capazes de identificar parasitas são a microscopia com hematoxilina férrica e a pesquisa de coproantígeno com leitura realizada pelo ELISA. Este último tem sua execução mais rápida, cerca de 1/3 do tempo do Faust, porém, tem um custo elevado e é muito específico. Tal especificidade não permite a identificação de outros parasitas. A hematoxilina férrica é capaz de detectar cistos e trofozoítos, mas é pouco usada por ter um custo mais alto que o Hoffman e o Faust e execução mais lenta (BRITO, 2006; MACHADO et al., 2001). Por esta razão, os métodos escolhidos para a realização do presente trabalho foram Hoffman e Faust, pois são os mais empregados visto que possuem custo baixo e execução rápida compatíveis com a rotina laboratorial (ANTUNES et
  • 26. 25 al., 2011; BAPTISTA et al., 2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al., 2006; LODO et al., 2010; MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).
  • 27. 26 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 Amostras As amostras foram selecionadas aleatoriamente e coletadas de 20 crianças com idade entre 6 e 8 anos, sendo 10 da zona rural e 10 da zona urbana da cidade de Fernandópolis, na escola CEMEI Maria Simão. Cada criança devia coletar 3 amostras de fezes com 3 dias de intervalo cada. Assim, nos dias anteriores às coletas, os alunos receberam os kits coletores. 3.2 Instrumento de pesquisa Após uma autorização da Secretaria de Educação do município para a realização da pesquisa, foi realizada uma reunião com as crianças na biblioteca da escola explicando assim o trabalho. Cada aluno recebeu uma pasta, identificada com o nome, um comunicado direcionado aos pais contendo manual e cronograma de coleta, para orientá-los, duas vias do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de Consentimento de Participação e um questionário abordando questões sobre a criança, seus hábitos, moradia e sobre os responsáveis. Após a devolução dos termos e do questionário ambos assinados e respondidos foram enviados na mochila de cada criança um kit de coleta com um coletor contendo formol a 10%, uma pá e uma etiqueta para identificação. Os responsáveis enviaram as amostras nas mochilas das crianças e o transporte até o Laboratório de Análises Clínicas da FEF foi feito dentro de uma caixa de isopor.Todas as análises foram feitas no LAC-FEF.
  • 28. 27 3.3 Materiais Todos os materiais foram cedidos pelo LAC-FEF e todas as análises foram feitas no mesmo. - Coletores - Solução de formol a 10% - Pá - Etiquetas - Copos descartáveis - Cálices - Peneiras - Gaze - Tubo cônico - Canudo plástico - Centrífuga - Água destilada - Lâminas - Sulfato de zinco a 33% - Alça bacteriológica - Lugol - Microscópios 3.4 Métodos Para a pesquisa dos parasitas intestinais foram usados os métodos de Hoffman, Pons & Jener e FAUST já que ambos tem o custo mais baixo e são aplicados rotineiramente nos laboratórios (ANTUNES et al., 2011; BAPTISTA et al., 2006; BELLOTO et al., 2011; BRITO, 2006; GARCIA et al., 2006; LODO et al., 2010; MACHADO et al., 2001; ORO et al., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007).
  • 29. 28 3.4.1 Método de Hoffman Este método é realizado a partir de sedimentação espontânea, onde uma pequena parte de fezes é diluída em água destilada, filtrada em uma peneira com gaze dobrada, adicionando mais água e deixado em repouso por no mínimo 1 hora. Para esta pesquisa, deixamos em repouso por 24 horas a fim de concentrar um maior número de parasitas. O sedimento foi analisado em uma lâmina com solução de lugol (HOFFMAN et al., 1934 apud GARCIA et al ., 2006). 3.4.2 Método de Faust Este método consiste em uma flutuação de parasitas por ação de uma solução de sulfato de zinco a 33%. Assim como o método de Hoffman é necessário diluir e filtrar. Depois, 10 mL do filtrado é passado para um tubo cônico e centrifugado por 5 minutos. A aparência do sobrenadante deve ser límpida, caso não esteja nesta condição, deve-se descartar o sobrenadante, adicionar 10 mL água destilada e centrifugar por 5 minutos. Esta etapa deve ser repetida até o sobrenadante ficar límpido.Feito isso, o sobrenadante é descartado e adicionado 10 mL de solução de sulfato de zinco a 33% e centrifugado novamente por 5 minutos. Com ajuda de uma alça bacteriológica já esterilizada, a película superior foi colhida e colocada em uma lâmina corada com lugol (FAUST et al., 1939 apud GARCIA et al., 2006). 3.4.3 Microscopia A observação do aspecto realizada na análise macroscópica não foi possível devido a utilização do formol a 10%. Após a confecção das lâminas (sedimento e
  • 30. 29 lugol), estas foram analisadas em microscópio no aumento de 10x e confirmadas no aumento de 40 x. 3.5 Processamento de dados e resultados Os resultados obtidos com as análises foram anotados em um livro ata com folhas separadas para cada aluno. Foram analisados também seus questionários e os laudos foram emitidos.
  • 31. 30 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados e a discussão foram feitos com base nos dados obtidos pelos questionários, a descoberta e identificação de enteroparasitas e com baseamento literário através de artigos científicos. De todas as amostras, 65% são do sexo masculino e 35% do sexo feminino (Figura 13), sendo que apenas os meninos apresentaram positividade nas amostras. A relação entre a positividade e o sexo masculino foi relatada em outras pesquisas, mas não há dados comprovando esta predisposição (BAPTISTA et al., 2006; PRADO et al., 2001). 35% Meninos 65% Meninas Figura 13: Distribuição das amostras quanto ao sexo. De 20 crianças, cinco apresentaram positividade para algum tipo de parasita representando 25% do total (Figura 14). Assim, 15% se apresentaram monoparasitadas e 10% se apresentaram poliparasitadas (Figura 15).
  • 32. 31 25% 75% Amostras positivas Amostras negativas Figura 14: Distribuição de amostras positivas. 10% 15% Amostras monoparasitadas Amostras poliparasitadas Figura 15: Percentual de monoparasitismo e poliparasitismo. Foram encontrados os seguintes protozoários: Endolimax nana, Entamoeba coli e Giardia lamblia, sendo que alguns estavam associados de acordo com a Tabela 1. A frequência destes protozoários é compatível com algumas pesquisas
  • 33. 32 como um estudo feito em Araraquara- SP onde a maior prevalência foi de E. nana (22,5%), E. coli (21,5%) e G. lamblia (18,5%), um estudo feito em Bom Jesus dos Perdões- SP, onde foram encontrados E. nana (44,7%), E. coli (24%) e G. lamblia (14,9%) e outra pesquisa feita em Caxias do Sul –SP onde as espécies de maior prevalência foram, E. nana, E. coli e G. lamblia representando 37,36%; 29,67% e 13,9% respectivamente (LODO et al ., 2010; PEZZI; TAVARES, 2007). A associação entre E. nana e E. coli é comumente encontrada em pessoas com condições de higiene precária, sendo um indicador de condições sanitárias e sócio econômicas da população estudada. Há também uma relação entre esses dois parasitas e a contaminação fecal já que a maior forma de transmissão é o contato fecal oral (ANTUNES et al., 2011; LODO et al., 2010; SANTOS; MERLINI, 2010). Tabela 1: Porcentagem e frequência dos parasitas e suas associações Parasitas Frequência Porcentagem G. lamblia 1 5% G. lamblia/ E.nana 1 5% E. nana 2 10% E.nana/E. coli 1 5% Total 5 25% Comparando a positividade com a zona em que vivem, 60% das crianças positivas moram na zona urbana e 40% moram na zona rural (Figura 16). Tal dado discorda de dois estudos: um estudo feito no município de Ibiassucê- BA, onde a maior prevalência foi de crianças da zona rural representando 42,09% das amostras (MATOS; CRUZ, 2012) e outro feito em Itambé do Mato Dentro-MG onde 39,05% dos infectados eram moradores de zona rural (MATI et al., 2010). Porém, em um estudo feito na cidade de Maria Helena-PR a instalação de enteroparasitoses foi maior na zona urbana (71,1%). Assim, é possível acreditar que o crescimento desordenado das cidades gera um ambiente sem condições sanitárias ideais,
  • 34. 33 fazendo com que a prevalência de enteroparasitoses nestas áreas seja maior do que na área rural (LODO et al., 2010; MATOS; CRUZ, 2012; SANTOS; MERLINI, 2010). 40% 60% Zona rural Zona urbana Figura 16: Distribuição das amostras positivas em relação à zona onde vivem. Em relação aos métodos de concentração usados, todas as amostras positivas foram identificadas no Método de Hoffman e apenas 10% destas foram identificadas no Método de Faust (Tabela 2), discordando de alguns trabalhos, já que neste presente estudo os dois métodos não foram equivalentes quanto a sua sensibilidade (BELLOTO et al., 2011; GARCIA et al ., 2006; PEZZI; TAVARES, 2007). Tabela 2: Comparação entre os métodos de concentração Métodos Frequência Porcentagem Hoffman 5 25% Faust 2 10% Total de amostras positivas 5 25%
  • 35. 34 Em relação ao intervalo entre as amostras, foi observado que a G. lamblia só foi encontrada na segunda e terceira amostra, comprovando assim sua eliminação intermitente e a importância de fazer o EPF com mais de uma amostra (GARCIA et al ., 2006; MARKELL et al., 2003). A E. nana, foi encontrada somente na segunda amostra, sugerindo eliminação intermitente. Contudo não existem estudos que relatam esta situação( Tabela 3). Tabela 3: Relação dos resultados considerando o intervalo entre as amostras Parasitas Primeira amostra Segunda amostra Terceira amostra G. lamblia Não encontrado Encontrado Encontrado G. lamblia/ E. nana Não encontrado Encontrado Encontrado E. nana Não encontrado Encontrado Não encontrado E. nana/ E. coli Encontrado Encontrado Encontrado Sobre o nível de escolaridade dos responsáveis pelas crianças, a maioria havia completado o ensino médio. Assim, em relação às amostras positivas (Figura 17), a maioria dos pais também completou o ensino médio somando 60% dos casos. Contudo, este dado discorda de alguns estudos onde a maioria dos infectados possuíam responsáveis com nível de escolaridade mais baixo (MACEDO, 2005; PEZZI;TAVARES, 2007).
  • 36. 35 40% Ensino médio concluído 1º Grau concluído 60% Figura 17: Relação de amostras positivas com o nível de escolaridade dos responsáveis. Relacionando as amostras positivas com a quantidade de pessoas morando na mesma casa, a maioria das crianças residem com 4 e 5 pessoas, representando 40% e 20% vivem com 8 pessoas( Figura 18). Portanto, esse dado está de acordo com alguns estudos onde há uma relação entre a quantidade de pessoas na casa e os parasitas, visto que a partir de 4 pessoas na casa, aumentam as chances de contaminação por haver precariedade nos hábitos higiênicos. A menor porcentagem em relação à 8 pessoas, se deve à uma menor amostragem de crianças que vive com esta quantidade de pessoas na mesma casa (ORO et al., 2010; SILVA; SANTOS, 2001).
  • 37. 36 40% 35% 30% 40% 40% 25% 20% 15% 20% 10% 5% 0% 4 Pessoas 5 Pessoas 8 Pessoas Figura 18: Relação de amostras positivas e a quantidade de moradores da casa. Em relação à classe salarial (Figura 19), a maioria vive com 2 salários mínimos, sendo um fator determinante para a instalação de parasitas junto com o número de pessoas residentes em cada domicílio, já que estas famílias sustentam 5 e 4 pessoas com esta renda (MACEDO, 2005; OLIVEIRA et al., 1996; PEZZI;TAVARES, 2007; PRADO et al.,2001; VIEIRA et al., 1995). 45% 40% 35% 30% 25% 20% 40% 15% 10% 20% 20% 20% 5% 0% 1 Salário mínimo 2 Salários 3 Salários 4 Salários mínimos mínimos mínimos Figura 19: Relação entre amostras positivas e renda familiar.
  • 38. 37 Comparando as amostras positivas com as respostas do questionário sobre a higiene pessoal das crianças (Figura 20), foi observado que a maioria (60%) respondeu que às vezes lava as mãos após brincar e antes das refeições, comprovando assim a relação entre os hábitos higiênicos e as enteroparasitoses. Sobre a ingestão de água da torneira foi observado que as crianças bebem dessa água com frequência, o que provavelmente poderia ter contribuído com a instalação dos parasitas, principalmente a G. lamblia que sobrevive a cloração da água. Essa suposição não pode ser confirmada, visto que não foi realizada a análise da água (BRITO, 2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al., 1999; MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS; MERLINI, 2010). Figura 20: Relação entre amostras positivas e higiene pessoal. Das crianças da zona rural, a maioria respondeu que lava as mãos após brincar e sempre antes das refeições, representando assim 70% e 56,25% respectivamente. Quanto à ingestão de água da torneira, 44,4% respondeu que sempre bebe desta água e 50% respondeu que não bebe(Figura 21). Com isso, podemos sugerir que a menor incidência de parasitas nesta zona se deve a
  • 39. 38 melhores hábitos higiênicos e maior conscientização da população rural (BRITO, 2006; COELHO et al., 2011; GUIMARÃES et al., 2003; LUDWIG et al., 1999; MARKELL et al., 2003; MARZOCHI, 1977;ORO et al.., 2010; SANTOS; MERLINI, 2010). Figura 21: Relação das respostas do questionário das crianças da zona rural.
  • 40. 39 5. CONCLUSÃO A partir deste trabalho, podemos concluir que a prevalência de parasitas está relacionada com condições sócio-econômicas, como a renda familiar e a quantidade de pessoas morando na mesma casa, e com os hábitos higiênicos como lavar as mãos e beber água da torneira. Concluímos também que 25% das crianças estavam infectadas com algum tipo de protozoário, estando monoparasitadas e poliparasitadas. Entre os parasitas encontrados, a maior frequência foi de E. nana em 10% das amostras, seguidas de G. lamblia e E. coli em 5% das amostras. A prevalência de E. nana associada ou não a outros parasitas indica contaminação fecal e está relacionada com as condições sócio-econômicas e higiênicas da população estudada, conforme foi observado na análise dos questionários individuais. Assim, as crianças residentes da zona urbana apresentaram maior positividade que a zona rural representando 60% das amostras positivas.Portanto, este dado pode ser explicado por uma maior conscientização da importância dos hábitos higiênicos pela população rural, visto que seus hábitos higiênicos eram mais adequados que das crianças da zona urbana, como foi comprovado pelo questionário. Podemos sugerir também que com o crescimento desordenado das cidades e consequentemente uma maior precariedade nos hábitos higiênicos seja uma possível explicação para a maior incidência na zona urbana. Foi observado também a importância de coletar amostras com intervalo entre elas de pelo menos 3 dias e a realização de mais de um método de concentração para a obtenção de um resultado adequado, já que a G. lamblia possui eliminação intermitente e o método de Hoffman teve maior sensibilidade que o método de Faust. O tratamento destas enteroparasitoses é necessário, mesmo em indivíduos assintomáticos ou infectados por parasitas não patogênicos, pois a disseminação destes pode ser perigosa para crianças e adultos imunodeprimidos. Em suma, é importante tratar todas as pessoas infectadas, principalmente os assintomáticos e manipuladores de alimentos, além de conscientizar a população sobre hábitos higiênicos corretos e importância da realização de EPF adequados,
  • 41. 40 bem como sua profilaxia e tratamento, para que se tenha uma diminuição na incidência destes.
  • 42. 41 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, E. C.; LEITE, I. C. G.; RODRIGUES, V. O.; CESCA, M. G. Parasitoses intestinais: uma revisão sobre seus aspectos sociais, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos. Revista APS, Juiz de Fora, v. 13, n. 2, p. 231-240, 2010. ANTUNES, R. M; ANTUNES, J. V. M.; OLIVEIRA, L. G. A; BELINELO, V. J.; VIEIRA FILHO, S. A. Prevalência de enteroparasitoses em crianças de um centro escolar de ambiente rural de São Mateus, ES. Enciclopédia Biosfera, Centro Científico Conhecer, Goiânia, v. 7, n. 12, p. 108-119, 2011. BAPTISTA, S. C.; BREGUEZ, J. M. M.; BAPTISTA, M. C. P.; SILVA, G. M. S.; PINHEIRO, R. O. Análise da incidência de parasitoses intestinais no município de Paraíba do Sul, RJ. Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 38, n. 4, p. 271-273, 2006. BELLOTO, M. V. T.; JUNIOR, J. E. S.; MACEDO, E. A.; PONCE, A.; GALISTEU, K. J.; CASTRO, E.; TAUYR, L. V.; ROSSIT, A. R. B.; MACHADO, R. L. Enteroparasitoses numa população de escolares da rede pública de ensino do município de Mirassol, São Paulo, Brasil. Revista Pan- Amazônica de Saúde, Pará, v. 2, n. 1, p. 37-44, 2011. BRITO, T. Diagnóstico Laboratorial da Giardia lamblia. Saúde & Ambiente em Revista, Rio de Janeiro, v. 1, n. 2, p. 18-25, jul-dez. 2006.
  • 43. 42 CENTERS FOR DISEASE CONTROL & PREVENTION. Laboratory Identification of Parasites of Public Health Concern. Disponível em <www.dpd.cdc.gov/dpdx/HTML/Image_Library.htm> Acesso em: 18 set. 2012, 19:29. COELHO, L. M. P. S.; OLIVEIRA, S. M.; MILMAN, M. H. S. A.; KARASAWA, K. A.; SANTOS, R. P. Detecção de formas transmissíveis de enteroparasitas na água e nas hortaliças consumidas em comunidades escolares de Sorocaba, São Paulo, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n. 5, p. 479-482, set-out. 2011. GARCIA, J. G. D.; SIMÕES, M. J. S.; ALVARENGA, V. L. S. Avaliação de diferentes métodos no diagnóstico laboratorial de Giardia lamblia. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 27, n. 3, p. 253-258, 2006. GOODMAN & GILMAN. As bases farmacológicas da terapêutica. 11 ed. Rio de Janeiro: McGraw Hill, 2007. GUIMARÃES, A. M.; ALVES, E. G. L.; FIGUEIREDO, H. C. P.; COSTA, G. M.; RODRIGUES, L. S. Frequência de enteroparasitas em amostras de alface (Lactuca sativa) comercializadas em Lavras, Minas Gerais. Revista Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 36, n. 5, p. 621-623, set-out. 2003. LODO, M.; OLIVEIRA, C. G. B.; FONSECA, A. L. A.; CAPUTTO, L. Z.; PACKER, M. L. T.; VALENTI, V. E.; FONSECA, F. L. A. Prevalência de enteroparasitas em município do interior paulista. Revista Brasileira de Crescimento e Desenvolvimento Humano, São Paulo, v. 20, n. 3, p. 769-777, 2010.
  • 44. 43 LUDWIG, K. M.; FREI, F.; ALVARES FILHO, F.; PAES, J. T. R.. Correlações entre condições de saneamento básico e parasitoses intestinais na população de Assis, Estado de São Paulo. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 32, n. 5, p. 547-555, set-out.1999. MACEDO, H.S. Prevalência de parasitos e comensais intestinais em crianças de escolas da rede pública municipal de Paracatu (MG). Revista Brasileira de Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 37, n. 4, p. 209-213, 2005. MACHADO, R. L. D.; FIGUEREDO, M. C.; FRADE, A. F.; KUDÓ, M. E.; SILVA FILHO, M. G.; PÓVOA, M. M. Comparação de quatro métodos laboratoriais para diagnóstico da Giardia lamblia em fezes de crianças residentes em Belém, Pará. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n.1, p. 91-93, jan-fev. 2001. MARZOCHI, M. C. A. Estudo dos fatores envolvidos na disseminação dos enteroparasitas: estudo da contaminação de verduras e solo de hortas na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Revista do Instituto Médico Tropical, São Paulo, v. 19, n. 3, p. 148-155, maio-jun, 1977. MARKELL, E. K.; JOHN, D. T.; KROTOSKI, W. A. Parasitologia Médica. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003. MATOS, M. A.; CRUZ, Z. V. Prevalência das parasitoses intestinais no município de Ibiassucê- Bahia. Revista Educação Meio Ambiente e Saúde, Salvador, v. 5, n. 1, p. 64-71, 2012.
  • 45. 44 MINISTÉRIO DA SAÚDE. Plano Nacional de Vigilância e Controle das Enteroparasitoses. Brasília, 2005. MATI, V. L. T.; PINTO, J. H.; MELO, A. L. Levantamento de parasitos intestinais nas áreas urbana e rural de Itambé do Mato Dentro, Minas Gerais, Brasil. Revista de Patologia Tropical, Belo Horizonte, 2010. MONTAGNA, H. E.; BOSSO, R. L.; TASHIMA, N. T. Ocorrência de enteroparasitoses em crianças de 0 a 6 anos atendidas no laboratório clínico da UNOESTE no período de janeiro a dezembro de 2008. (Trabalho de Conclusão de Curso) – Faculdade de Farmácia, Universidade do Oeste Paulista, Presidente Prudente, 2008. MOTTA. M. E. F. A. ; SILVA, G. A. P. Diarréia por parasitas. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife, v. 2, n. 2, p. 117-127, maio-ago, 2002. NEVES, D. P. Parasitologia Humana. 10 ed, São Paulo: Atheneu, 2006. OLIVEIRA, C. M.; VALTER, V. L.; NILO, C. V. Estudo da prevalência de enteropasitoses em escolares no município de Baependi. In: Anais do XVI Congresso Brasileiro de Parasitologia, Poços de Caldas, 1996. ORO, D.; KROPOSKI, G.K.; ORO, N. A.; SABARDELOTTO, C.; SEGER, J. Prevalência de parasitas intestinais em crianças de Descanso – Santa Catarina – Brasil. Unoesc & Ciência - ACBS, Joaçaba, v. 1, n. 2, p. 151-156, jul./dez. 2010.
  • 46. 45 PEZZI, N.C.; TAVARES, R. G. Relação de aspectos sócio-econômicos e ambientais com parasitoses intestinais e eosinofilia em crianças da ENCA, Caxias do Sul - RS. Revista Estudos, Goiânia, v. 34, n. 11/12, p. 1041-1055, nov- dez. 2007. PITTNER, E.; MORAES, I. F.; SANCHES, H. F.; TRINCAUS, M. R.; RAIMONDO, M. L.; MONTEIRO, M. C. Enteroparasitoses em crianças de uma comunidade escolar na cidade de Guarapuava, PR. Revista Salus, Guarapuava, v. 1, n. 1, p. 97-100, jan-jun. 2007. Prado M. S.; BARRETO, M. L.; STRINA, A.; FARIA, J. A. S.; NOBRE, A. A.; JESUS, S. R. Prevalência e intensidade da infecção por parasitas intestinais em crianças com idade escolar na cidade de Salvador (Bahia, Brasil). Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Brasília, v. 34, n. 1, p. 99-101, 2001. SANTOS, S. A.; MERLINI, L. G. Prevalência de enteroparasitoses na população do município de Maria Helena, Paraná. Revista Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n. 3, p. 899-905, 2010. SILVA, G. C.; SANTOS, H. A. Ocorrência de parasitoses intestinais da área de abrangência do Centro de Saúde Cícero Idelfonso da Regional Oeste da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Minas Gerais. Revista de Biologia e Ciências da Terra, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, 2001. VERONESI, R. Doenças Infecciosas e Parasitárias. 8 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1991.
  • 47. 46 VIEIRA, L. M; NICOLATO, R. L. C.; JULIÁ, M. S. F. Prevalência de parasitas intestinais na população de. Ouro Preto, MG. Revista Brasileira Análises Clínicas, Rio de Janeiro, v. 27, n. 3, p. 99-101, 1995.
  • 48. 47 7. APÊNDICE APÊNDICE A – Comunicado e manual de coleta COMUNICADO Prezados pais e responsáveis, somos alunas do último semestre de Farmácia Bioquímica da Fundação Educacional de Fernandópolis-FEF e estamos realizando um trabalho de conclusão de curso com o tema: Análise parasitológica em fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis-SP. Seu filho(a) está sendo convidado para participar desta pesquisa, que tem o objetivo de verificar e propor medidas para diminuir a ocorrência de parasitas intestinais em crianças de 6 a 8 anos de idade. A participação de seu filho(a) consiste em uma coleta de fezes que será realizada por vocês e enviada à escola no dia seguinte da coleta para nós buscarmos. Abaixo está um manual de coleta de fezes, que explica como coletar as fezes e os cuidados necessários e o cronograma da coleta para orienta-los. Caso estejam interessados em deixar seu filho(a) participar da pesquisa, por favor responda o questionário, leiam e assinem o termo de participação e o termo de consentimento livre e esclarecido. O questionário e o termo de participação devem ser assinados e mandados à escola. O termo de consentimento livre e esclarecido contém duas cópias onde ambas devem ser assinadas. Uma cópia fica para você e outra deve ser mandada à escola que repassará estes termos para nós. Obrigada COLETA DE FEZES Após assinar os termos e responder os questionários, vocês deverão coletar as fezes da criança. Ao todo serão coletadas 3 amostras com 3 dias de intervalo cada. É muito importante seguir o cronograma e o manual de coleta para a realização do trabalho corretamente.
  • 49. 48 Será entregue à vocês no dia 21/08 (terça-feira), 3 potes coletores acompanhados de uma pá cada um. No dia 22/08 (quarta-feira) vocês deverão realizar a primeira coleta de fezes seguindo este manual:  Coletar a porção do meio da amostra se houver sangue ou muco coletar também.  Não é necessário um volume maior que ¾ do frasco  O frasco contém conservante, portanto é preciso agitar o frasco depois de fechado para misturar as fezes com o conservante.  Colar no rótulo do frasco a etiqueta com o nome da criança, data e hora da coleta.  Não é necessário guardar na geladeira  Levar o frasco fechado e identificado dentro na mochila da criança. Se for necessário colocar o frasco em uma sacola de plástico e colocar na mochila. No dia 23/08 (quinta-feira) vocês deverão levar o potinho com as fezes na escola. No dia 26/08 (domingo) vocês farão a segunda coleta das fezes. No dia 27/08 (segunda-feira) vocês levarão o potinho com as fezes na escola. No dia 30/08 (quinta-feira) vocês irão fazer a terceira coleta de fezes. No dia 31/08 (sexta-feira) vocês levarão o potinho com a terceira amostra na escola. OBS: As outras coletas de fezes também deverão seguir este manual e cronograma.
  • 50. 49 APÊNDICE B – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Seu filho(a) está sendo convidado (a) para participar da pesquisa: Análise parasitológica de fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis-SP, no caso de você concordar em participar, favor assinar no final do documento. Sua participação não é obrigatória, e, a qualquer momento você poderá desistir de participar e retirar seu consentimento. Sua recusa não trará nenhum prejuízo em sua relação com os pesquisadores ou com a instituição de ensino. Você receberá uma cópia deste termo onde consta o telefone do orientador da pesquisa, podendo tirar dúvidas do projeto e da sua participação. Nome da pesquisa: Análise parasitológica de fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis-SP. Orientador da pesquisa: Daiane Fernanda Pereira Mastrocola Telefone: (17) 97440385 Pesquisadores participantes: Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda, Jéssica Laís de Souza e Stéfani da Silveira Bissi. Objetivos: Este projeto visa analisar a ocorrência de enteroparasitas em fezes de crianças da zona rural e urbana da cidade de Fernandópolis, contribuindo para a diminuição da disseminação destes. Procedimentos do estudo: Os responsáveis pela criança devem responder um questionário com informações sobre o paciente e responsável, moradia, renda familiar e saneamento básico da criança. Deverá também coletar três amostras de fezes da criança com três dias de intervalo cada e levar á escola a fim de seguir para o laboratório. Riscos e desconforto: Não há.
  • 51. 50 Benefícios: Com o conhecimento dos enteroparasitas que prevalecem nas crianças é possível servir de baseamento para trabalhos e campanhas contra a disseminação destas doenças. Custo/ reembolso para o participante: Não há. Confidencialidade da pesquisa: Não haverá divulgação de nomes dos participantes da pesquisa, bem como seus responsáveis. Assinatura do orientador responsável: ______________________________
  • 52. 51 APÊNDICE C – Termo de Consentimento de Participação TERMO DE CONSENTIMENTO DE PARTICIPAÇÃO Eu,_________________________________________________________________ __ , portador do RG: ___________________e CPF: __________________declaro que li as informações contidas neste documento, fui devidamente informado pelas alunas Camila Yara Barbosa, Elisa Seiko Ikeda, Jéssica Laís de Souza e Stéfani da Silveira Bissi dos procedimentos que serão utilizados, riscos, desconfortos, benefícios, custo/reembolso dos participantes, confidencialidade da pesquisa, concordando ainda que meu filho(a)_________________________________________________________ participe da pesquisa. Foi me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento, sem que isso leve a penalidade. Declaro ainda que recebi uma cópia desse Termo de Consentimento. Local e data: Nome do responsável por extenso: _________________________________________________
  • 53. 52 APÊNDICE D – Questionário QUESTIONÁRIO Idade da criança:  Marque com o X uma única alternativa para cada pergunta: 1) Sexo da criança: ( ) Masculino ( ) Feminino 2) Local onde mora: ( ) Zona rural ( ) Zona urbana 3) Grau de ensino do responsável (pai ou mãe): ( ) Graduação completa (faculdade) ( ) Graduação incompleta (faculdade) ( ) Ensino médio concluído ( de 1º a 3º colegial) ( ) Ensino médio incompleto ( de 1º a 3º colegial) ( ) 2º grau concluído ( de 5ª a 8ª série) ( ) 2º grau incompleto ( de 5ª a 8ª série) ( ) 1º grau concluído (de 1ª a 4ª série) ( ) 1º grau incompleto ( de 1ª a 4ª série) ( ) Não alfabetizado(a) 4) Renda familiar: ( ) Um salário mínimo
  • 54. 53 ( ) Dois salários mínimos ( ) Três salários mínimos ( ) Quatro salários mínimos ( ) Outros: ________________ 5) Número de pessoas que moram na casa: ( ) 2 pessoas ( ) 3 pessoas ( ) 4 pessoas ( )5 pessoas ( ) 6 pessoas ( ) 7 pessoas ( ) 8 pessoas ( ) 9 pessoas ( ) 10 ou mais pessoas 6) A criança lava as mãos após brincar? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes 7) A criança lava as mãos antes das refeições? ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes 8) A criança bebe água da torneira?
  • 55. 54 ( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes
  • 56. 55 APÊNDICE E – FOTOS Cisto de Entamoeba coli.
  • 58. 57 Cisto de Giardia lamblia (método de Hoffman).
  • 59. 58 Cisto de Giardia lamblia (método de Faust)
  • 60. 59 8. ANEXO ANEXO A – Autorização da Secretaria de Educação de Fernandópolis