SlideShare una empresa de Scribd logo
1 de 47
Descargar para leer sin conexión
Faculdade de Tecnologia de Americana




                     Taylise Biffi Sant’ Ana




Redes Sociais como ferramenta de Marketing para identificar e
                     monitorar o cliente




                         Americana, SP
                              2011
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE AMERICANA
        Programa de Graduação em Tecnologia em Gestão
             Empresarial com ênfase em Marketing




                     Taylise Biffi Sant’ Ana




Redes Sociais como ferramenta de Marketing para identificar e
                     monitorar o cliente




                                 Monografia,        desenvolvida        em
                                 cumprimento à exigência curricular do
                                 Curso Superior de Tecnologia em Gestão
                                 Empresarial com ênfase em Marketing da
                                 Fatec-Americana,    sob   orientação   da
                                 Profa Me. Barbara Regina Lopes Costa.
                                 Área: Marketing




                         Americana, SP
                              2011
FACULDADE DE TECNOLOGIA DE AMERICANA
           Rua Emílio de Menezes, S/N – Vila Amorim - Americana – SP




                             Taylise Biffi Sant’ Ana




Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo no
curso de Gestão Empresarial com ênfase em Marketing da Faculdade de Tecnologia
de Americana.




Banca Examinadora



Profa Me. Barbara Regina Lopes Costa (FATEC-AM)

Profº Dr. Marcos de Carvalho Dias (FATEC-AM)

Profª Me. Silvia Aparecida José e Silva (FATEC-AM)




                                 Americana, SP
                               Dezembro de 2011
Agradecimentos

Agradeço especialmente à professora Barbara Regina Lopes Costa pela orientação,
incentivo e atenção dispensada à este projeto, da qual sempre me recordarei e me
espelharei pela competência e profissionalismo.

À Priscila Santos da Benetton Comunicação e Marketing, ao Gustavo da equipe Vox
90 FM, ao Jean Perez e a Gislaine Bettin da agência B2S, e à Laís da Silva Santos
da Oficina de Beleza, agradeço pela solicitude e presteza na contribuição para o
desenvolvimento deste trabalho.

A todos os colegas com os quais convivi e com os quais troquei experiências, por
terem me apoiado e incentivado durante o curso de Tecnologia em Gestão
Empresarial.

Aos meus amigos que souberam compreender minha ausência em algumas
ocasiões, e aos que me ajudaram de alguma forma, em especial ao Guilherme da
Silva Nogueira que dedicou um pouco do seu tempo e habilidade para me ajudar.

Ao professor Roberto Sachs, alguém que admiro por sua capacidade, empatia e
constante atualização, que ajudou em tudo que solicitei e que apoiou muito a
escolha do tema.

Minha eterna gratidão aos meus pais que me mostraram o tipo de pessoa que eu
quero ser e me ensinaram os valores para viver com dignidade. Ao meu irmão
Thiago Biffi Sant’ Ana que desperta em mim a vontade de ser alguém melhor.

Agradeço ainda a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o alcance
desse resultado.
Resumo

Esse estudo exploratório teve como objetivo identificar os benefícios gerados pela
utilização das Redes Sociais no relacionamento das empresas com os clientes por
meio de uma revisão bibliográfica sobre a Internet, as Redes Sociais, as estratégias
de comunicação e relacionamento com os clientes e sobre o novo perfil dos clientes.
Para isso, a pesquisa abordou o Facebook e seu uso por empresas prestadoras de
serviços atuantes no interior de São Paulo, permitindo observar as estratégias
adotadas e o retorno recebido. Ao final concluiu-se que dentre os diversos
aditamentos que essa rede social traz às empresas, se destaca o grande número de
clientes que são usuários dessa rede e a influência mútua entre empresa-cliente que
estão na rede.



Palavras-Chave: Redes Sociais, Facebook, Marketing, WEB 2.0, Estratégias de
Comunicação.
Abstract

This exploratory study had as objective identifying the benefits generated by the use
of Social Networks to the companies in the customer relationship by a bibliographic
revision about the Internet, the Social Networks, the communication strategies and
the customer relationship and the new customer profile. For that, the research
broached the Facebook and its use by service provider companies active in the
interior of São Paulo, which allows observing the adopted strategies and their
feedback. At the end it was concluded that among the many additions that social
networks brings to the companies, stands the large number of customers who are
users of the network and mutual influence between the customers and company who
are on the social network.



Key Words: Social Networks, Facebook, Marketing, WEB 2.0, Communication
Strategies.
Lista de Siglas



RS – Redes Sociais

WWW – World Wide Web
Lista de Figuras



Figura 2.1 – Página do Facebook ............................................................................. 20

Figura 2.2 – “O novo consumidor social” ................................................................... 27

Figura 4.1 – Página da Benetton Comunicação no Facebook .................................. 32

Figura 4.2 – Página da Oficina de Beleza no Facebook ........................................... 34

Figura 4.3 – Relatório Fan Page do Facebook .......................................................... 38

Figura 4.4 – Dados demográficos do relatório do Facebook ..................................... 38
SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8
   1.1. Problema .......................................................................................................... 9
   1.2. Objetivo geral .................................................................................................... 9
   1.3. Objetivos específicos ........................................................................................ 9
   1.4. Hipóteses ........................................................................................................10
   1.5. Justificativa .....................................................................................................10
   1.6. Delimitação .....................................................................................................11


2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 12
   2.1. Internet e redes sociais ...................................................................................12
             2.1.1. História da internet ......................................................................... 12
             2.1.2. Redes sociais ................................................................................. 14
             2.1.3. Facebook........................................................................................ 16
   2.2. Estratégias de comunicação e relacionamento com o cliente ........................21
   2.3. O cliente contemporâneo ................................................................................24


3. METODOLOGIA ................................................................................................. 28


4. ANÁLISE DE EXEMPLOS ................................................................................. 30
   4.1. Benetton Comunicação E Marketing...............................................................30
   4.2. Oficina De Beleza ...........................................................................................33
   4.3. Rádio Vox 90 FM ............................................................................................35


5. COSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39


REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
8




1. INTRODUÇÃO


Acredita-se que a primeira forma de comunicação humana seja a linguagem oral,
esta, porém se limita na distância e permanência (DÍAZ BORDENAVE, 2005). A
escrita transpôs a limitação da permanência, assim como possibilitou que a
comunicação atingisse maior alcance. Mas com a invenção da tipografia por
Gutenberg (1397 - 1468), os impressos difundiram mais rapidamente e em mais
exemplares contribuindo para a permanência e extensão das informações.

No entanto, uma notícia demorava cerca de quatro meses para transpor um
continente. Com o surgimento de meios eletrônicos, como o rádio (primeira década
do século XX) e transmissões via satélite (anos 60), as barreiras de distância foram
vencidas. Hoje, porém, é possível se comunicar com qualquer parte do mundo
quase que em tempo real, além da superioridade do fluxo de informações
propagadas, isso se deve a Internet, que vem proporcionando uma mudança no
cenário da comunicação.

Maslow (1970) diz que as necessidades sociais envolvem aspectos relacionados à
emoção, visto que os seres humanos precisam se sentir incluídos e aprovados,
buscam adaptação social, participar de um grupo, associar-se a outras pessoas e se
igualar. Essa necessidade de interação e a evolução tecnológica levaram a
sociedade a advir à nova etapa da comunicação: por meio da Internet,
relacionamentos sociais estão impulsionando as Redes Sociais (RS).

O acesso livre às informações proporcionado pela Internet possibilita que a
população detenha mais conhecimento e consequentemente seja mais exigente ao
consumir, e as RS oferecem o espaço e oportunidade para os usuários lapidem e
manifestem suas ideias, opiniões e desejos, diferenciando-as de outros meios de
comunicação como o telefone e e-mail.

Seja para se relacionar, trocar informações, divulgar algo, se promover ou para
qualquer outro fim, as RS atraem novos usuários diariamente. E com a expansão
das redes sociais no convívio social, algumas empresas começam a usá-las para
ações estratégicas de Marketing, como programas de fidelização, divulgação de
marca, propagação de publicidades, venda de seus produtos/serviços, etc.
9



Essa nova era digital impulsiona as organizações a utilizar modelos estratégicos e
operacionais cada vez mais flexíveis e inovadoras para acompanhar os avanços
tecnológicos e as exigências do mercado.

As empresas que já utilizam as RS demonstram estarem atentas às novas
demandas sociais e isso influi não somente na imagem, mas também nas
estratégias e visão das organizações que podem se valer das informações postadas.

Entre as RS de maior destaque está o Facebook que, segundo o próprio site (2011),
já possui mais de 800 milhões de usuários ativos ao redor do mundo e está também
atraindo a atenção das organizações.




1.1. Problema

Como as empresas podem se beneficiar das informações postadas no Facebook?




1.2. Objetivo geral

Identificar quais os benefícios que as informações postadas no Facebook geram as
empresas.




1.3. Objetivos específicos

 Identificar o perfil dos usuários e como eles utilizam o Facebook.

 Conhecer as empresas que participam do Facebook e suas principais
características.

 Verificar se a opinião dos usuários pode ser utilizada pelas empresas.

 Analisar se estratégias de comunicação tradicionais podem se adequar para
serem realizadas no Facebook.
10



1.4. Hipóteses

 Dentre os canais de comunicação existentes para manifestação dos clientes com
as empresas, as RS permitem maior poder de expressão ao cliente.

 As empresas não precisam de um intermediário para atingir seu cliente e obter
sua resposta, tornando a comunicação mais direta e aproximando as organizações
do seu cliente.

 As RS tendem a agrupar pessoas com as mesmas características e preferências
o que facilita o monitoramento do público alvo pelas organizações. Sendo possível
medir se a opinião é compartilhada por mais clientes ou é apenas uma opinião
individual.

 Além de poderem divulgar novidades, promoções e aumentar a visualização das
marcas, é possível monitorar as manifestações sociais e assim antecipar tendências
e/ou ações indesejáveis pela empresa.




1.5. Justificativa

Por ser um tema em ascensão e ser tópico de especulações acerca das vantagens
de sua utilização, as RS dão margem a estudos que identifiquem quais são suas
reais vantagens.

Por isso, esse estudo intencionou levantar informações a respeito dos benefícios
que as empresas podem ter ao utilizar esse meio tecnológico como ferramenta de
Marketing, levando em consideração sua crescente utilização no meio empresarial e
na sociedade em geral.

Para o meio acadêmico a importância se dá por seu caráter exploratório, que pode
gerar assunto para discussões sobre o problema de pesquisa e despertar interesse
para estudos complementares.
11



1.6. Delimitação

Essa pesquisa buscou a familiarizar-se com a temática Redes Sociais Virtuais,
utilizando como universo de estudo o conteúdo da rede social Facebook.

São muitas as empresas que utilizam essa plataforma, mas este estudo limitou-se a
analisar os exemplos das empresas Benetton Comunicação e Marketing, Oficina de
Beleza e Rádio Vox 90 FM, todas prestadoras de serviços localizadas no município
de Americana que foram escolhidas pelo critério da conveniência e acessibilidade.

Segundo dados do IBGE (2011), o município de Americana tem uma unidade
territorial de 133,4 km² e uma população de 210.638 habitantes.

Segundo o Departamento de Registro de Atividades da Prefeitura Municipal de
Americana (2011), atualmente no município, estão registradas 39.249 empresas
entre comércios e Indústrias e prestadores de serviços. Desse total, 27.638 são
registros de prestação de serviços, incluindo empresas e profissionais autônomos.
Dentre as empresas prestadoras de serviços, existem 386 agências de Marketing e
Comunicação, 485 salões de beleza e 3 rádios FM ou AM.

Durante o período de outubro a novembro de 2011, foram observadas postagens
feitas pelas organizações acima citadas em suas páginas virtuais no Facebook.
12




2. REFERENCIAL TEÓRICO



2.1. Internet e redes sociais



   2.1.1.       História da Internet


O início da história da Internet se deu no final dos anos 50 com a criação da ARPA
(Advanced Research Project Agency), que inicialmente tinha por objetivo mobilizar
recursos de pesquisa para alcançar superioridade tecnológica militar em relação à
União Soviética. Segundo Castells (2001, tradução nossa¹), foi a ARPA, que em
1969 criou uma rede interativa de computadores denominada ARPANET, uma rede
que deveria ser flexível e descentralizada, para que em caso de ataque nuclear, e
consequente destruição de parte da rede, a comunicação fluísse sem problemas
entre as regiões não afetadas.

Segundo Limeira (2007), diversas mudanças e adaptações foram feitas na
ARPANET no decorrer dos anos, até que no ano de 1982 esta passou a interligar-se
com diversas outras redes que usavam o mesmo protocolo (TCP/IP²), surgindo o
termo “Internet” que é derivado da junção de duas palavras em inglês:
interconnected network, que significa rede interconectada. E em 1989, Tim Berners-
Lee do CERN (Organização Europeia para pesquisa nuclear³), considerado o “pai da
Web”, apresentou um novo sistema de informação baseado na Internet, o World
Wide Web (WWW), que tornou possível criar servidores de informação, onde se
incluem textos, imagens e multimídias, atribuindo ao mundo da Internet os meios
necessários para a construção de uma verdadeira estrutura de informação.

                          Até 1990, todo o tráfego de informações na Internet era acadêmico,
                          mas, a partir daquele ano, surgiram os primeiros provedores de

1 “Los orígenes de Internet hay que situarlos en ARPANET, una red de ordenadores establecida por ARPA
en septiembre de 1969 para movilizar recursos procedentes del mundo universitario principalmente a fin de
alcanzar la superioridad tecnológica militar sobre la Unión Soviética.
[...]El Departamento de Defensa de Estados Unidos fundó esta Agencia de Proyectos de Investigación
Avanzada (Advanced Research Projects Agency - ARPA) en 1958.
[...]El diseño de una red de comunicaciones flexible y descentralizada [...] para construir un sistema de
comunicaciones militar, capaz de sobrevivir a un ataque-nuclear" (CASTELLS, 2001, p.23-24).
2 (TCP/IP) Transmission Cotrol Protocol/Internet Protocol protocolo de comunicação apresentado por Viton
Cerf e Robert Kahn.

3 European Organization for Nuclear Research.
13



                          acesso comercial, os quais foram crescendo em número de
                          equipamentos e conexões. Atualmente, a maior parte das
                          informações que trafega pela rede é de caráter comercial (p. 17).

Com o passar dos anos, a Internet se adaptou e continua se adaptando às
realidades da sociedade, tornando-se mais simples e intuitiva, mudando o perfil de
seus usuários e sendo mudada por eles, dando um verdadeiro significado à palavra
‘possibilidade’, alterando a percepção da realidade onde o que era impensável se
torne provável (SCHUSCHNY, 2007).

Para Castells (2001, tradução nossa4), a tecnologia da informação na sociedade
contemporânea é equivalente à eletricidade na era industrial, a comparação se dá
devido sua capacidade de distribuir o poder da informação para todas as áreas da
atividade humana.

Mckenna (2011) observa como a tecnologia da informação mudou os mercados
desde o telégrafo, que expandiu a esfera dos negócios para algo além do círculo
restrito de parceiros comerciais que uma pessoa poderia conhecer e confiar,
fornecendo a base de informação para a transformação da economia agrária em
economia industrial, passando pela televisão, como meio de comunicação altamente
eficaz que acelerou e globalizou a economia de massa. Contudo:

                          A Internet provoca mais mudanças radicais do que as inovações
                          anteriores. A força inexorável das novas tecnologias fomenta
                          transformações no comportamento do cliente, o que resulta em
                          mudanças nas estratégias competitivas e nas abordagens de
                          negócios. Por consistir em um meio direto, interativo e quase
                          onipresente, a Internet mudou o conceito de valor do serviço e tornou
                          as informações parte do conteúdo da maioria dos produtos mais
                          corriqueiros (p. 2).

Kotler e Keller (2006) concordam ao afirmarem que a Internet é um novo e poderoso
canal de vendas e de informação, obtendo um alcance geográfico ampliado para
divulgar e promover seus negócios e produtos no mundo todo. Além das vantagens
operacionais, como comunicação interna para funcionários, possibilitar economias
financeiras e melhorar processos produtivos e de logística, a Internet pode ainda, ser
usada para coletar informações mais completas e abrangentes sobre mercados, de


4 "Si la tecnología de información es el equivalente histórico de lo que supuso la electricidad en la era
industrial, en nuestra era podríamos comparar a 'Internet con la red eléctrica y el motor eléctrico dada su
capacidad para distribuir el poder de la información por todos los ámbitos de la actividad human"
(CASTELLS, 2001, p.15).
14



concorrentes, clientes atuais ou potenciais, dentre outras vantagens.

Quando a Internet surgiu, a partir de pesquisas militares, para suprir a necessidade
de troca de informações de maneira sigilosa e segura, não havia como prever que
se tornaria o fenômeno que se tornou na atualidade. A Internet se destaca das
demais invenções tecnológicas por sua capacidade de divulgação de informações e
também devido integração de pessoas através de seus computadores independendo
de sua localização geográfica.

Castells (2001, tradução nossa5) diz que, o aumento súbito no uso da Internet como
sistema de comunicação nos últimos anos do segundo milênio permite, pela primeira
vez, a comunicação de muitos com muitos, num momento escolhido, em escala
global.




   2.1.2.       Redes Sociais


Com a popularização da Internet, em toda a sociedade surgiram diversas
possibilidades de comunicação e troca de informações, entre elas as Redes Socias
(RS), que representam a produção sem controle de conteúdos variados por e para
pessoas diferentes, popularizando a informação independente de barreiras
geográficas, demográficas ou sociais (DÍAZ BORDENAVE, 2005), possibilitando a
interação instantânea entre usuários para compartilhar conteúdo, incluindo opiniões,
experiências e perspectivas.

Segundo Castells (2001, tradução nossa 6), uma rede social é um conjunto de nós
interconectados, uma forma muito antiga de atividade humana, mas hoje essas
redes têm novo sentido ao se tornar redes de informação inseridas na Internet.
Redes têm vantagens extraordinárias como ferramentas organizativas devido à sua
flexibilidade e adaptabilidade, características essenciais para sobreviver e prosperar
em uma sociedade que sofre mudanças a toda velocidade.

5 "Internet es un medio de comunicación que permite, por primera vez, la comunicación de muchos a
muchos en tiempo escogido y a una escala global" (CASTELLS, 2001, p.16).
6 "Una red es un conjunto de nodos interconectados. Las redes son formas muy antiguas de la actividad
humana, pero actualmente dichas redes han cobrado nueva vida, al convertirse en redes de información
impulsadas por Internet.
[…] Las redes tienen extraordinarias ventajas como herramientas organizativas debido a su flexibilidad y
adaptabilidad. Características fundamentales para sobrevivir y prosperar en un enlomo que cambia a toda
velocidad." (CASTELLS, 2001, p.15)
15



O crescimento da utilização de RS, um meio de dispersão de ideias que facilita a
interação da sociedade e o compartilhamento de opiniões, estimula as pessoas a
valorizarem mais a ideia comum e a expressar de maneira mais enfática as suas
próprias. Os clientes têm acesso a um fluxo constante de informações e à
oportunidade de se expressar e incentivar outras pessoas. Para as organizações, as
RS representam a oportunidade de estabelecer um diálogo permanente com sua
base de clientes.

As RS, quando utilizadas como ferramentas de Marketing, permitem atingir nichos
de clientes, difundindo informações dos produtos e serviços, com mensagens
direcionadas e com custos baixos em relação à publicidade tradicional, criando uma
via de mão dupla na comunicação empresarial com seu mercado consumidor
(SOUSA; AZEVEDO, 2011).

Segundo o jornal online Folha de São Paulo (2011), a tendência de troca de
informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais, criando um
ambiente on-line mais dinâmico e colaborativo com a organização de conteúdo é
descrito pelo termo “Web 2.0”.

Para Primo (2006), se na primeira geração da Web, os sites eram trabalhados como
unidades independentes, passa-se agora para uma estrutura integrada de
funcionalidades e conteúdo:

                     A WEB 2.0 é a segunda geração de serviços online e caracteriza-se
                     por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e
                     organização de informações, além de ampliar os espaços para a
                     interação entre os participantes do processo. (PRIMO, 2006, p.1)

Patrício e Gonçalves (2011, p. 6) dizem que “as Redes Sociais, enquanto
ferramentas da Web 2.0 possibilitam diversas oportunidades para a criação de um
ambiente de aprendizagem cooperativo e colaborativo” e a Internet vem ampliando
suas ferramentas originais, adquirindo um caráter mais social e participativo nesta
nova tendência.

Basile (2011) corrobora ao afirmar que as RS transmitem melhor a ideia de
interatividade e continuidade que deve nortear o trabalho do Marketing dirigido.
16



 Se referindo às RS, Spyer (2010) afirma que “muitas empresas tem medo de abrir
 essa janela de diálogo para não ajudar na difusão de informações negativas”. Mas
 com a propagação de informações, as pessoas falam da empresa, sendo esta
 participante da conversa ou não, tornando vantajoso que a organização se antecipe
 e se relacione positivamente com seus clientes.

 Para Sousa e Azevedo (2011), para uma eficaz utilização das RS como ferramenta
 de Marketing, as empresas precisam focar no seu cliente, adequar sua visão e
 princípios para a nova realidade do Marketing voltado para a Internet, com uma
 comunicação bem direcionada para garantir a eficiência na transmissão da
 mensagem,      já   que   antes    de   ter   função    impactante,    a   comunicação,
 fundamentalmente, tem que ser compreensível.

 Mesmo com a agilidade e a acessibilidade dos atuais meios de comunicação, o êxito
 em sua utilização depende de planejamento estratégico, iniciativa, criatividade e
 métodos de monitoramento. Portanto, o Marketing nas RS se baseia em avaliar o
 perfil, estabelecer objetivos, elaborar estratégias e definir quais recursos utilizar para
 se comunicar com os clientes, pertencendo às organizações a incumbência de se
 adequar à nova realidade de seu público, estabelecer o canal e tirar proveito dos
 meios tecnológicos e seus inúmeros benefícios.




2.1.3.    Facebook


 Originalmente chamado “The Facebook”, o Facebook foi lançado em 2004 pelo norte
 americano Mark Zuckerberg com a ideia criar uma rede de contatos para alunos da
 Universidade de Harvard, pois a ida para a faculdade, na realidade cultural daquele
 país, é marcada pela mudança de cidade e novas relações sociais (RECUERO,
 2009).

 Com a Internet, as proporções do Facebook rapidamente se expandiram para
 usuários do mundo inteiro, conectando em um mesmo portal pessoas de todos os
 lugares e diminuindo, assim, distâncias físicas, permitindo que as pessoas
 participem de grupos com interesses em comum, permitindo a exposição de rotinas,
17



compartilhamento de ideias e troca de informações, entre outras possibilidades
(DELFINI, 2010).

Tendo por missão “dar às pessoas o poder de compartilhar e tornar o mundo mais
aberto e conectado”, essa RS já ultrapassou o número de 800 milhões de usuários
ativos, com expectativas e contínuo crescimento, onde cada usuário tem em média
130 contatos, são carregadas diariamente 250 milhões de fotos, além de serem
adicionados aplicativos que a integram com outros sites, ferramentas do Facebook
que permitem, por exemplo, que o usuário compartilhe com seus amigos um artigo
ou foto do qual gostou ou apenas clicar no botão “Curtir” (FACEBOOK, 2011).

Clicar no “Curtir” é uma forma de fazer comentários positivos e conectar-se com
coisas importantes para o usuário. Ao clicar em “curtir”, o usuário se conecta a uma
página e esta aparecerá no seu perfil podendo, também, publicar conteúdo no seu
Feed de notícias. Por outro lado, quando ao clicar em "Curtir" em um conteúdo
publicado por um amigo, o usuário está simplesmente informando ao amigo que
gostou, sem precisar deixar comentários.

O Facebook é uma ferramenta social que ajuda as pessoas a se comunicar mais
eficientemente com os seus amigos, familiares, colegas de trabalho etc. E hoje
qualquer pessoa pode se cadastrar e interagir com as pessoas que conhecem em
um ambiente confiável.

Segundo Verde (2011), a média de idade é de 28,2 anos e cerca de 50% dos
usuários do Facebook são do público masculino. Referente às faixas etárias, o autor
apresenta dados aproximados que mostram que 25% dos usuários tem idade entre
13 e 19 anos, 39% tem entre 20 e 29 anos, 18% tem entre 30 e 39 anos, 10% tem
entre 40 e 49 anos, 5% tem entre 50 e 59 anos e 3% tem 60 anos ou mais.

O ambiente informal deste site tem se organizado como um espaço de integração,
comunicação, compartipartilhamento e colaboração, podendo ser utilizado como um
recurso para incentivar uma maior interação e participação, além de impulsionar a
construção compartilhada do conhecimento, partilhando informações em nome da
inteligência coletiva (PATRÍCIO; GONÇALVES, 2011).

Para os autores, esta é uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo para
18



interagir socialmente e, afirmam que, essa interação nasce essencialmente pelos
comentários a perfis, pela participação em grupos de discussão ou pelo uso de
aplicações e jogos.

Essa RS está sendo utilizada para aproximar as organizações de seu mercado
consumidor por permitir interação e participação dos clientes nas estratégias
corporativas.

Uma pesquisa da Right Management divulgou que, pelo menos na Ásia e na
Europa, o Facebook já era a RS preferida dos recrutadores quando o objetivo era
encontrar mais informações sobre candidatos para contratação, superando inclusive
o LinkedIn7. Em outros lugares, como nos Estados Unidos, o LinkedIn continua
sendo a rede social optada. Já no Brasil, de 60 a 70% das buscas por candidatos,
hoje, são feitas no LinkedIn, mas o Facebook já tem um espaço importante, de 15%
a 20%, contudo, isso se deve à cultura local, que busca primeiramente as
qualificações profissionais e só depois procura conhecer as características pessoais
dos candidatos (ABRANTES, 2011).

E apesar de terem nascido com caráter pessoal, as redes sociais, em especial o
Facebook, reunem mais do que usuários, agrupam clientes. A partir dessa
percepção, as empresas, começaram a investir na criação de perfis (chamados Fan
Pages) em redes como esta, uma vez que esse tipo de plataforma vem se
consolidando como forte canal de interação com os usuários da Web, que podem
ser ou vir a se transformar em clientes. Para isso, é preciso, antes de tudo,
estabelecer um relacionamento, e isso inclui promover discussões em torno de um
tema de interesse do grupo, divulgar campanhas e promoções, relacionar dicas úteis
para o dia a dia com seus produtos, desenvolver enquetes e pesquisas de opinião
dentre outras situações (DELFINI, 2010).

Mídias como o Facebook se enquadram no conceito de empresas de comunicação
por servir de plataforma social para seus participantes compartilharem informações,
sendo apropriadas para dar suporte aos demais meios de comunicação por
estimularem        uma      cultura     participativa,     e     consequentemente   gerar   maior
produtividade e colaboração no processo produtivo, criando uma inteligência coletiva
na organização (DOURADO, 2010).


7 LinkedIn - Rede Social específica para perfis profissionais.
19



O Facebook disponibiliza ferramentas que permitem que as empresas realizem
monitoramento e dá acesso a informações sobre seus seguidores, e pode ser usado
também para criar plataformas com o intuito de divulgar marcas e fazer contato com
potenciais clientes, além de abrigar uma grande variedade de aplicações sociais.
Além disso, trabalha com a política de mostrar anúncios relevantes e interessantes
para os usuários. Esses anúncios podem ser exibidos na coluna direita de páginas
do Facebook (Figura 2.1) e podem aparecer em vários tipos de páginas, incluindo
aplicativos, fotos, grupos, páginas, perfis e na página inicial, e incluem os nomes de
amigos que os curtiram, tornando-os mais envolventes e relevantes. As empresas
podem monitorar e estimar o alcance deste anúncio através de relatórios que as
auxiliam a aprimorar esses anúncios.

Segundo o Infográfico “The real cost of social media” da Focus Editors (2011,
tradução nossa8), os fãs de uma empresa no Facebook estão 28% mais propensos
do que os não fãs para continuar usando a marca e 41% mais propensos a
recomendar um produto e espalhar para os seus amigos.

É necessário que as empresas mantenham suas Fan Pages atualizadas, oferecendo
aos usuários um motivo para verificar a página com frequência e forneça conteúdo
interessante para interação e compartilhamento, gerando comentários e fidelidade.
Conhecer seus fãs, construir relações, obter informações, saber como o público está
interagindo com a página e fazer ajustes para aumentar o envolvimento são ações-
chaves que podem fazer o sucesso de uma organização no Facebook.




8 "Fans are 28% more likely than non-fans to continue using the brand.”
"Fans are 41% more likely than non-fans to recommend a fanned product to their friends." (FOCUS
EDITORS, 2011, p. 1)
20




Figura 2.1 – Página do Facebook (10/11/2011)
21



2.2. Estratégias de comunicação e relacionamento com o cliente

Antes do século XVIII, os negócios eram sinônimos de comércio, ou seja, compra e
venda de mercadorias, onde o interesse maior estava em descobrir meios de
transporte mais rápidos e econômicos e para explorar novas rotas comerciais e não
em melhorar processos. Com a Revolução Industrial, a tecnologia começou a ser
notada, invenções simples davam origem a novas indústrias ou as transformava
drasticamente, o progresso era perceptível e as expectativas sociais estavam em
ascensão (BOETTINGER, 1970).

Boettinger (1970) diz ainda que, a tecnologia em modificação está forçando os
negócios a empregarem várias estratégias novas, pois a tecnologia acelera o
processo de inovação e também o ritmo de obsolescência.

Por isso, as organizações estão, cada vez mais, informatizando sua estrutura e
processos para atender em tempo hábil as exigências do mercado e para oferecer
uma resposta rápida às mudanças sociais e comerciais (SOUSA; AZEVEDO, 2011).

Aranha (2011) diz que inovar ao se relacionar com a base de clientes traz resultados
mais consistentes do que utilizando meios tradicionais:

                     A plataforma digital, [...] se tornou o modelo das estratégias de
                     retenção e fidelidade. As campanhas e atividades de relacionamento
                     estão cada vez mais utilizando as mídias digitais, o poder da sua
                     comunicação, seus conceitos, suas estratégias, recursos e
                     mediações. As Redes Sociais saem do plano de ideias e passam a
                     ser uma realidade para a criação de vínculos profundos com os
                     clientes, assim como as comunidades virtuais e os blogs. (p.1)

Kotler e Keller (2006) dizem que as organizações devem se interagir com os clientes
para melhorar o conhecimento sobre as necessidades deles e construir
relacionamentos mais sólidos, pois quanto maior o envolvimento de um cliente com
a organização, maior a probabilidade de que ele se mantenha fiel. E acrescenta que:

                     Os negócios de informação são o pilar da economia atual. A
                     informação tem a vantagem de ser fácil de diferenciar, customizar,
                     personalizar e despachar por meio de redes a velocidades
                     surpreendentes (p.150-151).
22



O Marketing, encarregado de entender as necessidades dos clientes, sua percepção
sobre a imagem de marca e da empresa, os atributos do produto que o satisfarão e
como mostrar, vender e entregar esse produto da maneira correta, com as
possibilidades da Internet, deve se antecipar a outras variáveis que afetam na
comunicação e no relacionamento com o cliente.

Godin (2011, tradução nossa9) afirma que, a publicidade, por sua vez, é a ciência da
criação que utiliza os meios de comunicação para envolver o cliente e incitá-lo a
tomar alguma atitude, mas os investimentos em publicidade aumentaram tanto que o
excesso de comunicação está produzindo ruídos que a torna ineficiente. O excesso
e a fragmentação dos meios de comunicação mostra que uma organização não
pode atingir uma significativa parcela da população com um único meio de
comunicação.

Para Kotler e Keller (2006), cultivar um relacionamento de longo prazo com o cliente
maximiza o valor percebido. Por isso, as empresas estão abandonando o Marketing
de massa e optando por um Marketing mais preciso desenvolvido para criar um
relacionamento sólido com o cliente.

As organizações estão disputando por um pouco da escassa atenção de seu público
alvo, uma vez que na atualidade, pertence ao cliente a opção de se corresponder e
se relacionar com a empresa, pois, a era da informação e da interatividade, na
esteira de canais como a Internet, inverte a relação das organizações com relação
aos clientes, iniciando uma fase de troca de informações e demandas ativas por
parte do cliente. Depois da WWW, se o cliente não está disposto a interagir com a
empresa, toda ação de Marketing, além de invasiva, não produzirá o efeito
pretendido (BASILE, 2011).

A cultura participativa vem promovendo formas de negócios baseados na
colaboração, e as empresas que ambicionam tirar proveito desta nova forma de
relacionamento precisa se adaptar ao novo perfil da audiência, onde o usuário cria,
compartilha e comenta, principalmente porque eles nutrem a rede, sendo os maiores


9 "You can define advertising as the science of creating and placing media that interrupts the consumer and
then gets him or her to take some action.
[…] As the marketplace for advertising gets more and more cluttered, it becomes increasingly difficult to
interrupt the consumer.
[…] Obviously, the mass market is dying. The vast splintering of media means that a marketer can't reach a
significant percentage of the population with any single communication" (GODIN, 2011, p.1)
23



produtores de conteúdo nas plataformas participativas (DOURADO, 2010).

De acordo com Kotler e Keller (2006) as práticas para criar um vínculo forte com os
clientes incluem integrar a “voz do cliente” para capturar suas necessidades ou
exigências em todas as decisões organizacionais e também, facilitar o acesso dos
clientes para expressarem suas necessidades, percepções e reclamações,
porquanto que todo o relacionamento é essencialmente de mão dupla e a Internet
possibilita isso como nenhum outro canal.

Basile (2011) diz que em um período marcado pela intensa mudança de paradigmas
neste início de século, as pessoas, tanto na perspectiva de clientes, quanto na de
cidadãos, não estarão dispostos a aceitar apenas o que lhe oferecem. Esse perfil
passivo, sem voz e sem rosto, tende a não existir mais. No entanto, na prática,
poucas corporações estão atentas a isso. Por outro lado:

                    Empresas habituadas a tratar com a devida deferência as questões
                    do relacionamento com seus clientes, começam a experimentar
                    modelos avançados de interação, captando a essência das
                    tendências do comportamento moderno (p.1).

Após o aumento da popularidade entre os próprios clientes, nos últimos anos, as
mídias sociais estão se tornando importantes instrumentos estratégicos para as
empresas de portes e setores variados da economia.

Uma pesquisa da empresa de auditoria e consultoria Deloitte (2011) com 302
empresas revela que, aproximadamente 70% das empresas brasileiras já entraram
na nova tendência de mídias sociais e utilizam e/ou monitoram o que acontece
online. Contudo, a maior parte delas ainda não atinge completamente todos os
benefícios anunciados, não compreendem os riscos ou não conseguiram colocar em
prática em toda a empresa, o que exige uma transformação na cultura e nos hábitos
dos profissionais que serão os participantes no relacionamento com o mercado.
24



2.3. O cliente contemporâneo

O comportamento de compra do cliente é influenciado por fatores culturais, sociais,
pessoais e psicológicos. Os fatores culturais exercem a maior e mais profunda
influência. Segundo Kotler e Keller (2006), o mercado está diferente em virtude de
forças sociais, por vezes, interligadas que criam novos comportamentos,
oportunidades e desafios.

Cada vez que a tecnologia avança, o comportamento humano muda também. Da
mesma forma que a máquina a vapor revolucionou a indústria no século XVIII, a
WWW desde o fim do século XX, tem alterado a forma como as pessoas se
comunicam. Antes da Internet, um a um ou em pequenos grupos, as pessoas
trocavam histórias de produtos, experiências de compras, opiniões sobre serviços e
recomendações de consumo, ou seja, relacionavam-se e interagiam socialmente.
Quando os usuários de Internet descobriram o "Responder a todos”, o impacto do e-
mail tornou-se volumoso e de longo alcance, dando muito mais potencial e amplitude
(BLACKSHAW e NAZZARO, 2011).

Os clientes simplesmente apagam os spams10 sem abri-los, mudam de canal
quando começa a passar o intervalo comercial e pulam as páginas de revistas
dedicadas a propagandas. Isso porque hoje eles têm mais opções, assistem dois
canais simultaneamente e realizam leituras dinâmicas, tornando difícil chamar sua
atenção nos meios e formas tradicionais de publicidade.

A pesquisa Brand New World da AOL realizada em 2006 já mostrava que os clientes
estavam receptivos a diferentes tipos de informação online, incluindo fontes
comerciais e que suas opiniões sobre as marcas estão sendo mudadas como
resultado do uso da Internet, fazendo-os conhecer novas marcas e até mudando sua
percepção por influência da opinião de outros clientes, mostrando que, por vezes,
confiam mais na recomendação de amigos nas RS do que no parecer de um
especialista na hora de comprar. Segundo a pesquisa produzida pela empresa Oh!
Panel e divulgada pelo site de VEJA (SBARAI, 2011) pouco mais da metade dos
usuários de Internet do Brasil (56%) já usam plataformas como Orkut, Twitter e
Facebook para adquirir produto e serviços. A pesquisa mostrou ainda que mais de
40% dos brasileiros entrevistados acompanham as marcas favoritas nas redes.

10 SPAMS: mensagens eletrônicas não solicitadas.
25



Mas, para Vaz (2008), não foi a Internet que causou toda a mudança, pois o cliente
já buscava mudanças em seu cotidiano, existia uma demanda de desejos e
necessidades reprimidas por falta de um meio que a entendesse, e esse meio era a
Internet.

A Internet favorece o comportamento comum das pessoas de se agruparem em
função de um produto ou serviço (SPYER, 2010). O compartilhamento de opiniões
os estimula a propagar suas experiências, o que incide sobre a reputação das
empresas.

Dourado (2010) argumenta que os clientes que utilizam a Internet e RS para
compartilhar interesses em comum, visam adquirir vantagem competitiva no
mercado, já que estão mais propensos a fortalecer os elos sociais com as marcas,
beneficiando-se assim, da informação que eles estão dispostos a valorizar.

Em essência, a Internet tem potencializado o conceito de Marketing boca a boca,
dando-lhe um poder que as organizações apenas começaram a compreender. O
crescimento da influência do cliente coloca desafios e oportunidades para as
organizações.

Blackshaw e Nazzaro (2011) descrevem esse novo comportamento como uma
variedade de novas e emergentes fontes de informações on-line, criadas e
compartilhadas por clientes para outros clientes com a intenção de instruir sobre os
produtos, marcas, serviços, e questões, e que se refere a qualquer meio de
comunicação entre clientes, incluindo e-mail, blogs, listas de discussão, sites de
avaliação de clientes, Redes Sociais e Web sites individuais, etc. Embora
influenciados ou estimulados por atividades de Marketing, muitas vezes a opinião de
outros clientes, e principalmente grupos de referência, traz maior credibilidade e
confiança, especialmente quando os canais de mídia se tornam mais fragmentados
e menos confiáveis.

Os clientes esperam mais qualidade, têm cada vez menos tempo e querem mais
conveniência, percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram
menos fidelidade à marca, podem obter muita informação sobre produtos pela
Internet e em outras fontes, o que lhes permite um processo de compra mais
inteligente (KOTLER E KELLER, 2006).
26



Os clientes têm acesso a um fluxo constante de informações e participam de
múltiplas RS, ganhando voz ativa para se expressar, incentivar e causar impacto
sobre a opinião dos outros.

Para Sheth, Mittal e Newman, (2001), esses clientes com voz ativa são grupos de
referência que são definidos como “pessoas, grupos e instituições a que os
indivíduos recorrem para uma orientação de seu próprio comportamento e valores, e
dos quais esses indivíduos buscam aprovação” (p. 165).

Para Kotler e Keller (2006), os grupos de referência influenciam as pessoas de três
maneiras distintas, os grupos as expõem a novos comportamentos e estilo de vida,
influenciam suas atitudes e autoimagem e fazem pressões que podem afetar as
escolhas. Para que a organização seja forte dentre o grupo de referência, deve
atingir o líder de opinião, pessoa que realiza uma divulgação informal, oferecendo
sua opinião ou informações sobre um produto ou serviço.

                     Para atingir os líderes de opinião, os profissionais de Marketing
                     devem descobrir as características demográficas e psicográficas
                     associadas à formação de opinião, identificar os meios de
                     comunicação usados por esses líderes e direcionar mensagens para
                     eles. (KOTLER E KELLER, 2006, p.177)

O mesmo cliente que antes comprava o produto por sua usabilidade e atributos
físicos, hoje busca interação com a marca de acordo com suas percepções e
crenças.

                     As mídias sociais possibilitam diferentes formas de interação tanto
                     através de texto, como vídeos, por exemplo; manter esse vínculo
                     com o público e importante, pois ele, se bem mantido, cria
                     credibilidade e confiança na empresa e nos produtos ou serviços que
                     oferece. (SOUSA; AZEVEDO, 2011, p.2)

A Internet, além de conectar clientes, estimula mudanças fundamentais em seu
comportamento. As RS criam um novo e complexo paradigma para conectar
indivíduos, e os relacionamentos sociais com os novos clientes envolvem mais do
que atender à demanda de forma reativa ou confeccionar produtos e serviços
customizados (DELOITTE, 2011).
27




    Figura 2.2 – “O novo consumidor social” (extraída de DELOITTE, 2011, p.6)




Para Limeira (2007), a mudança mais significativa com a Internet é a interatividade,
que possibilita rescindir o modelo habitual de comunicação de Marketing através da
mídia de massa, onde o cliente é passivo, já que passa a existir a comunicação de
um para um e de muitos para muitos. Junto a isso, o cliente passa a ter um meio de
interagir com as empresas, com liberdade e autonomia, fazendo crescer seu
controle, o seu grau de envolvimento e, também, suas exigências.
28




3. METODOLOGIA


Para proporcionar maior familiaridade com o problema, foi utilizado o levantamento
bibliográfico decorrente de dados secundários como livros, artigos, dissertações e
teses, assim como análise exemplos representativos que estimulam a compreensão,
caracterizando uma pesquisa exploratória (GIL, 1999).

A pesquisa exploratória, segundo Severino (2007), consiste no levantamento de
informações sobre o objeto de pesquisa, ou seja, delimitando o campo de trabalho e
monitorando as manifestações desse objeto.

Segundo Selltiz et al. (1987), o método “Análise de Exemplos” se justifica por
considerar exemplos que não são típicos, embora possam ser fontes produtivas de
idéias aos demais processos. Os autores alertam que o Estudo de Exemplos pode
analisar apenas um caso de ‘registros existentes’, ‘observação participante’ e os
indivíduos podem ser tratados como informantes a respeito do objeto, e não como
objetos de análise, ou alguma outra abordagem, diferenciando-se, assim, do Estudo
de Caso que seria uma análise profunda de múltiplas fontes.

O método de coleta de dados foi por meio de entrevistas pessoais, observação
qualitativa e análise de conteúdo. Os métodos de observação e análise de conteúdo,
segundo Sampieri, Fernández-Collado e Lucio (2006) são semelhantes e podem ser
complementares. A observação se deu por meio do acompanhamento diário dos
conteúdos das manifestações escritas. Ainda segundo os autores, os observadores
devem registrar o que percebem seguindo regras que se aplicam invariavelmente e
devem minimizar seu efeito sobre os registros e interações com os participantes
observados. Conforme previsto, ainda foi utilizado o método de análise de conteúdo
que é uma técnica útil para analisar os processos de comunicação em diversos
contextos, descobrir estilos de comunicação, identificar intenções, apelações e
características dos comunicadores, refletir atitudes, valores e crenças de pessoas,
grupos e comunidades, etc. (SAMPIERI; FERNÁNDEZ-COLLADO; LUCIO, 2006).

As entrevistas foram realizadas com responsáveis pelo monitoramento e criação de
conteúdo para Redes Sociais a fim de obter informações sobre a experiência dos
especialistas na utilização e a atuação das empresas nas Redes Sociais.
29



As entrevistas foram focalizadas e semiestruturadas e tiveram a finalidade de
levantar e sustentar os exemplos. Foram realizadas pessoalmente e gravadas
através de um aparelho celular, para posteriormente serem transcritas e dissertadas.
30



4. ANÁLISE DE EXEMPLOS



    4.1. Benetton Comunicação E Marketing11

A agência Benetton Comunicação e Marketing nasceu do propósito de “tornar as
ações de planejamento estratégico algo que realmente diferencie uma marca no
mercado” e conta com uma equipe dividida entre as áreas de planejamento
estratégico, criação, consultoria em Marketing, treinamentos, produção gráfica, para
Internet e audiovisual, atuando de forma integrada em campanhas publicitárias ou
agindo através de peças isoladas (BENETTON COMUNICAÇÃO, 2011).

De acordo com a entrevista, a Benetton, ao perceber o avanço das redes sociais no
Brasil e que boa parte da população começou a utilizá-las, passou a enxergá-las
como uma importante ferramenta de comunicação social e uma oportunidade de
expandir os canais de diálogo com o cliente.

Por ser uma ferramenta gratuita através da qual é possível atingir o publico alvo dos
negócios de maneira rápida e eficiente, a agência compreendeu que era relevante
ingressar nas RS e estabelecer relacionamento com os clientes, realizar promoções
e divulgar a própria agência. Fazendo disso um negócio rentável para agência ao
oferecer os mesmos benefícios para seus clientes.

Com as RS, o cliente percebeu que o caminho para se chegar a uma empresa foi
estreitado, o que exige das empresas maior comprometimento, pois os cidadãos
passaram a possuir voz ativa no meio empresarial. A partir disso, a Benetton faz
mais do que estar presente nas RS, a agência utiliza essas plataformas para
compartilhamento de conteúdos que acreditam ser de interesse para seu público-
alvo, além de criar promoções e divulgar as marcas que representa.

A agência utiliza outras mídias com fins publicitários, mas vê diferença nas redes
sociais porque é possível se relacionar com o cliente, criar laços e ouvi-lo, o que não
é possível em outras mídias.




11 Informações obtidas por meio de entrevista, realizada no dia 24 de outubro de 2011, na Faculdade de
Tecnologia de Americana, localizada na Rua Emílio de Menezes, s/n, Gleba, Vila Amorim - Americana -
SP, com a responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais da agência Benetton, Priscila Santos.
31



A agência acredita que o maior benefício das RS é o Marketing boca-a-boca gerado
pelo cliente em torno da marca, partindo da premissa que as pessoas acreditam
mais umas nas outras do que na publicidade tradicional das empresas.

A agência tem, além do site (http://www.benettoncomunicacao.com.br/), um perfil no
Twitter, Facebook (Figura 4.1) e um blog. Dentre esses canais, segundo Santos, P.
(2011) o que dá um retorno mais perceptível é blog que tem um apelo mais visual.

No Facebook, ao invés de utilizar as ferramentas padrões para uso corporativo, a
Benetton criou um perfil de usuário com o nome da agência, que permite aos outros
usuários “adicioná-la aos amigos”.

Geralmente, os próprios clientes procuram o perfil da empresa após a divulgação
feita através da publicidade impressa e em outras mídias que chama atenção para
as RS da agência. Os usuários costumam escolher assuntos que gostariam que
fossem abordados pela agência nas RS, elogiam ações, criticam fatos e isto é
utilizado pela agência para criar a melhor forma de se comunicar. Toda respostas
recebida no Facebook serve para moldar as ações e as estratégias da Benetton.

Em sua página do Facebook (http://www.Facebook.com/benettoncom), a empresa
posta mensagens com o intuito de fazer com que os usuários que adicionaram sua
página respondam suas postagens e se divirta com elas, sendo incentivados a
interagirem com a empresa. A responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais
da agência afirma que a Benetton tem o cuidado de trabalhar com conteúdos
adequados para que o público se interesse pelo assunto, comente, curta,
compartilhe, etc.

Se tratando especificamente do Facebook, ela diz que nessa RS são postados
conteúdos escolhidos conforme o público alvo e com a proposta que a empresa quer
atingir. Além de divulgar informações da empresa em questão, realiza pesquisa e se
preocupa com o que as pessoas discutem com seu grupo de referência/
relacionamento. E conclui que o bom desempenho das publicações, apesar de não
serem conteúdos publicitários, mostra o trabalho desenvolvido pela Benetton para
potenciais clientes.
32



A Benetton entende que medir o retorno sobre investimento nas redes sociais não é
algo muito fácil, e costuma ser altamente intangível, mas com ações integradas
online e offline é possível trazer um bom retorno, seja para a imagem da empresa,
seja em vendas efetivamente.




     Figura 4.1 – Página da Benetton Comunicação no Facebook (02/12/2011)
33



    4.2. Oficina De Beleza12

A Oficina de Beleza é um centro de beleza fundado em 15 de setembro de 1993
pelos profissionais Neusinha Carrenho e Marcelo Rodrigo, ambos consultores
visagistas e terapeutas capilar formados pela Universidade Anhembi Morumbi – São
Paulo (OFICINA DE BELEZA, 2011).

O salão oferece serviços que variam entre manicure e pedicure, design de
sobrancelha, tratamentos capilares como, corte, tintura, hidratação, implantes e
apliques, tratamentos estéticos como, maquiagem, depilação, limpeza e clareamento
de pele, e ainda oferecem pacotes especiais para noivos e noivas, debutantes,
gestantes e SPA empresarial (OFICINA DE BELEZA, 2011).

Como mídias de comunicação, a Oficina de Beleza utiliza a televisão, possuindo um
programa quinzenal sobre estética e beleza; jornal, onde veicula anúncios semanais;
na Internet, possui o site (www.oficinadebeleza.com.br), um blog, utiliza o Twitter e o
Facebook. Dentre as mídias sociais, Santos, L. (2011) afirmar que o Facebook é a
que traz mais reposta, pois os clientes utilizam mais essa RS do que as demais, e os
conteúdos do site e do blog são divulgados também através do Facebook.

O Facebook é utilizado pela empresa para se relacionar, chamar atenção para os
produtos e serviços comercializados, divulgar promoções, novidades e conteúdos
pertinentes ao negócio.

Além de utilizar o perfil de uso corporativo, a Fan Page, a empresa criou um perfil de
usuário em nome do salão (Figura 4.2), que permite aos outros usuários “adicioná-la
aos amigos”. Santos, L. (2011) justifica dizendo que a empresa adota estratégias
diferentes para os dois perfis, sendo que na Fan Page as estratégias são voltadas
para publicidade e, no segundo perfil, para relacionamento e interação.




12 Informações obtidas por meio de entrevista, realizada no dia 24 de novembro de 2011, no salão Oficina
de Beleza, localizada na Rua Manoel dos Santos Azanha, 11, Jardim Girassol - Americana - SP, com a
responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais do salão, Laís Silva dos Santos.
34




        Figura 4.2 – Página da Oficina de Beleza no Facebook (26/11/2011)

Apesar de terem acesso aos relatórios da Fan Page do Facebook, a entrevistada
afirma que essa ferramenta ainda não é utilizada pela empresa e que, as ações nas
RS se baseiam no que os clientes estão dizendo do salão.

As RS da empresa são divulgadas na própria instalação do salão, através de
cartazes com os endereços dos perfis, no entanto, Santos, L. (2011) expõe que os
próprios clientes do salão procuram os perfis, principalmente do Facebook e,
comparando os dois perfis nesse site, o perfil de “adicionar aos amigos” tem mais
seguidores do que a Fan Page.

Além das promoções e divulgação dos serviços e produtos, muitas vezes, a
empresa posta fotos dos clientes utilizando os serviços no salão. Santos, L. (2011)
diz que, os próprios clientes pedem para serem fotografados para aparecer no
Facebook da Oficina de Beleza.

Para o futuro, a Oficina de beleza pretende disponibilizar a opção de agendar
horários através de seus perfis no Facebook. Atualmente, alguns clientes já fazem
consultas sobre disponibilidade de horários através desse canal.
35



   4.3. Rádio Vox 90 FM13

Em 1989, Marlon de Freitas assumiu a emissora de rádio até então chamada de FM
Cultura com o projeto de implantar em Americana uma rádio FM diferente das que
existiam até o momento, quebrando barreiras e buscando pioneirismo. Essa rádio,
após ter sido chamada provisoriamente de Rádio 90, no fim do mesmo ano, passou
a ser chamada de Vox 90 FM (VOX 90 FM, 2011).

Desde então, a rádio procura inovar na programação musical, nas promoções
paralelas e na atualização de seus equipamentos. Foi a primeira a utilizar Webcam,
que permite aos ouvintes ver o que os locutores estão fazendo ao vivo através do
site, a primeira a ter sua programação em Áudio Vault, que permite ter mais
qualidade de som e foi umas das primeiras a fazer transmissões digitais, possuindo
um canal analógico e três digitais (VOX 90 FM, 2011).

Por ser uma empresa atenta às tendências e mantendo seu pioneirismo, a Vox 90,
que já tinha interesse em utilizar as RS como novo canal de relacionamento com
seus ouvintes, aproveitou a oportunidade ao ser procurada pela agência B2S
Comunicação Interativa, que hoje se tornou responsável pelo monitoramento dos
perfis online.

A rádio já fazia uso do Twitter (microblog), no entanto as publicações não tinham
cadência e propósito definido. A B2S identificou as necessidades da rádio, ofereceu
um plano de ação para comunicação a partir das metas e identidade e perfil da
empresa com o intuito de utilizar a mesma linguagem que a rádio já utilizada com
seus ouvintes.

De acordo com os entrevistados, inicialmente, a utilização do Twitter pela rádio
superava a do Facebook, mas com o passar do tempo isso se reverteu, pois, apesar
de o primeiro ter mais seguidores, o segundo propicia mais interação e gera maior
resposta, tanto em relação à opção “Curtir” quando nos comentários.

Durante a implantação, e apesar de ser algo novo para a maioria dos envolvidos na



13 Informações obtidas por meio de entrevista realizada no dia 11 de novembro de 2011, na sede da
agência B2S, especializada em interação com clientes através de redes sociais, localizada na Avenida
Campos Sales, 991, sala 24, Centro - Americana - SP, com os Social Media managers da empresa B2S e
responsáveis pelo gerenciamento das Redes Sociais da Vox 90, Jean Perez e Gislaine Bettin.
36



rádio, não houve resistência por parte da equipe e dos radialistas da Vox 90, e o uso
das RS como ferramenta corporativa influenciou até mesmo nos hábitos pessoais
dos próprios locutores, que passaram a utiliza-las, ou mesmo, acessar com mais
frequência. Os locutores têm passado por treinamentos para aperfeiçoar a utilização
do Facebook, uma vez que, até mesmo os que não possuem perfis pessoais,
acessam o da rádio para acompanhar.

A agência B2S tem projetos para que a página no Facebook da Vox 90
(http://www.Facebook.com/Vox90) possa servir também de canal para os ouvintes
pedirem músicas, atualmente isso só é possível por telefone ou através do site
(www.vox90.com.br), tornando a programação ainda mais interativa e evidenciando
também a participação do público na programação. Através do site, é possível ouvir
a programação em tempo real, essa nova função a ser empregada à página no
Facebook é mais uma forma de redirecionar o usuário para o site e igualmente o
inverso. Além do crescimento da rede, novas opções se tonam possíveis, como por
exemplo, fazer divulgação dos anunciantes através da Fan Page da Vox 90 no
Facebook.

A Vox 90 utiliza o Facebook principalmente para divulgar a programação e o site, se
relacionar e cativar os ouvintes atuais, atrair novos ouvintes e promover a rádio e as
promoções.

A rádio realiza algumas promoções exclusivas para o Facebook, que muitas vezes
estão relacionadas ao compartilhamento e divulgação para os ouvintes da rádio que
usam essa RS e também para os usuários que ainda não são ouvintes da Vox 90,
propiciando o aumento de ouvintes e beneficiando aqueles que já o são.

As estratégias utilizadas na Fan Page da Vox são direcionadas para promover o
compartilhamento, de modo que a recomendação dos usuários ouvintes possa
influenciar outros, sendo assim, a rádio não utiliza a ferramenta de anúncios
patrocinados para se autopromover no Facebook.

A Vox 90 entende que, apesar de oferecer um espaço que propicia a publicação de
críticas e reclamações tornando-as públicas, a rede de fãs e contatos do Facebook
são pessoas que de alguma forma se identificam com a empresa, e mesmo os que
37



não estão satisfeitos, ao serem respondidos e perceberem o interesse da empresa
em se relacionar, eventualmente podem mudar de opinião.

Estando a rádio e a agência cientes de que podem receber críticas e fazendo o
possível para convergir o ouvinte reclamante em uma pessoa satisfeita com a
atenção recebida, as campanhas e promoções lançadas são pensadas e
estruturadas para evitar margens para especulação, usando clareza e diplomacia ao
lidar com essas situações.

Através de relatórios sobre a Fan Page (Figura 4.3), que permitem mensurar a
visualização da página e a repercussão do conteúdo, entre outros dados, a empresa
pode fazer adequações no seu conteúdo e torná-lo mais interessante. Adequação
como postar conteúdos por faixa etária (Figura 4.4), seja para estimular um
determinado grupo que tem pouca participação, seja para atender àqueles que
representam a maior parcela de usuários que “curtem” a página.

Os relatórios também fornecem dados que permitem fazer uma comparação entres
os canais de comunicação utilizados. Por exemplo, no período de aproximadamente
um mês (de 14/10/2011 a 12/11/2011) (Figura 4.3) a Fan Page da Vox teve 5.532
opções “Curtir” e a média de ligações por mês é de 5.500, mostrando que mesmo
sendo um canal utilizado há menos tempo, o Facebook já obtém a mesma
repercussão alcançada por outros meios.
38




Figura 4.3 – Relatório Fan Page do Facebook (período de 14/10/2011 a 12/11/2011)




            Figura 4.4 – Dados demográficos do relatório do Facebook
39



5. COSIDERAÇÕES FINAIS


O advento da tecnologia promoveu uma evolução na sociedade, fazendo com que
os   relacionamentos      e   as    formas   de   se   relacionar   fossem   alterados.
Consequentemente, o comportamento do novo cliente está diferente, pois esse
passou a ter canais para se expressar e para buscar apoio de outros clientes. Diante
disso, as empresas também tiveram que mudar suas estratégias e canais de
relacionamento para conquistar e reter seus clientes.

Através do levantamento bibliográfico, contatou-se que o principal benefício na
utilização das Redes Sociais é a interação que estas proporcionam entre os
usuários. No Facebook, esse benefício é ainda mais evidente devido à rapidez com
que essa plataforma atrai novos usuários e as facilidades de interação, o que tem
convidado as empresas a utilizarem-na cada vez mais.

Observa-se que o Facebook consegue atingir vários públicos, de faixas etárias
distintas e de ambos os sexos, o que, proporcionalmente, aumenta a probabilidade
de uma empresa encontrar seus clientes-alvo nessa rede.

A penetração das RS no cotidiano das pessoas na atualidade é tamanha que, essas,
muitas vezes são usuários vinculados a mais de uma rede, acessando mais do que
uma simultaneamente, algo que é estimulado até mesmo pelas conexões que
existem entre as redes.

Atualmente, diversas empresas, independentemente do porte, segmento de
atuação, ou localização, tem identificado as RS como ferramenta para monitorar e
interagir com os clientes com a conveniência de ter baixo custo com vantagens
perceptíveis e facilidade de uso.

Com a voz ativa dos usuários e a visibilidade obtida através das RS, percebe-se a
participação mais efetiva dos clientes nas estratégias empresariais, seja porque as
empresas estão se adequando ao novo cliente, seja porque precisam atender às
solicitações e ouvir as opiniões partidas dele.

Com esse novo perfil do cliente, as empresas começam a se adaptar para penetrar
nas RS. Em especial no Facebook, que é feito de compartilhamentos e da opinião e
40



preferências de seus usuários, é necessário que as empresas adotem estratégias
que sejam específicas para essa plataforma.

Através dos comentários e ações dos usuários no Facebook, uma empresa pode
monitorar sua reação diante das estratégias de comunicação adotadas, qual a
opinião deles sobre a empresa, a marca e os produtos e serviços, e esse
monitoramento fornece informações que auxiliam na tomada de decisões
estratégicas. Com base nessas informações, as empresas podem moldar suas
campanhas para objetivos específicos.

Os clientes procuram se agrupar em torno de suas marcas favoritas e, através do
Facebook, é simples identificar a anuência ou discordância com uma opinião, pois
os botões “Curtir” e “Compartilhar” podem funcionar como referência. Da mesma
forma, uma empresa pode medir seu nível aceitação através de indicadores como o
número de seus seguidores e as atividades em torno de sua Fan Page ou perfil.

Para o cliente que vem buscando cada vez mais mudanças, os meios tecnológicos,
principalmente a Internet, implica em elementos através dos quais eles podem se
expressar e externar suas necessidades. As RS reforçaram o conceito de Marketing
boca-a-boca, o que concebe desafios e oportunidades para as empresas.

Mesmo que um grande número de empresas tenha receio de utilizar esses canais
de relacionamento com o cliente, o outro lado mostra que algumas já enxergaram a
potencialidade que as RS representam na comunicação de Marketing, passando a
fazer uso dessas plataformas que tornam o relacionamento mais próximo e
constante.

No decurso das entrevistas com os gerenciadores das RS das empresas analisadas,
pode-se observar que a utilização do Facebook, não só mudou o relacionamento
com os clientes, mas também os hábitos de utilização dos próprios funcionários, que
passaram a utilizar essa RS, ou mesmo acessá-la com mais frequência. Além disso,
as entrevistas permitiram atrelar os levantamentos bibliográficos com a aplicação
prática desses conhecimentos.

Por meio desse estudo, foi possível verificar a vivência de algumas empresas e
observar os benefícios obtidos através da utilização do Facebook. Os exemplos
41



analisados mostraram que, mesmo as empresas que já utilizam o Facebook, não
exploram todas as ferramentas disponíveis, deixando margem para aumento e
melhora das estratégias utilizadas. Esses exemplos podem servir de referência para
outras empresas analisem as estratégias utilizadas, utilizem estratégias semelhantes
ou reformulem-nas para auferir obejtivos específicos e benefícios.

Por ser um tema em ascenção a pesquisa tornou-se mais absorvente e ao mesmo
tempo mais interessante. O uso corporativo das RS levanta questionamentos que
podem ser esclarecidos por estudos complementares referentes à adaptabilidade
das empresas às mudanças tecnológicas, a capacidade das empresas de mensurar
os resultados da utilização das RS em longo prazo, o tipo de abordagem para RS
que traz mais resultados e sobre a importância da interação com o cliente para as
decisões estratégicas das empresas entre outras indagações.
42



REFERÊNCIAS


ABRANTES, Talita. Facebook supera LinkedIn em recrutamento. Disponível em:
<http://migre.me/7lsZW >. Acesso em: 07 nov. 2011.

AOL           Brand            New               World.           Disponível            em:
<http://www.digitaltrainingacademy.com/research/AOL_Brand_New_World.pdf>.
Acesso em: 05 jun. 2011.

ARANHA, Eduardo Souza. Retenção e Fidelização: como as empresas líderes estão
se                    beneficiando.                       Disponível                    em:
<http://www.abemd.org.br/artigoscompleta.php?id=3760>. Acesso em: 13 set. 2011.

BASILE, Max. Do Marketing de relacionamento ao Marketing de permissão.
Disponível em: <http://www.abemd.org.br/artigoscompleta.php?id=3752>. Acesso
em: 13 set. 2011.

BENETTON                   COMUNICAÇÃO.                       Disponível                em:
<http://www.benettoncomunicacao.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2011.

BLACKSHAW, Pete; NAZZARO, Mike. Consumer-Generated Media (CGM) 101.
Disponível                            em:                              <http://www.nielsen-
online.com/downloads/us/buzz/nbzm_wp_CGM101.pdf>. Acesso em: 13 set. 2011.

BOETTINGER, H. M. O Impacto da Tecnologia. In: Formação de dirigentes. Drucker,
Peter. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1970.

CASTELLS, Manuel. La galaxia Internet. Móstoles: Areté, 2001.

DELFINI, Luciano. Facebook. LocaWeb: A Internet em revista, Grajaú, n. 20, p.25-
33, 01 fev. 2010.

DELOITTE.     Pesquisa:     "Mídias    sociais     nas     empresas".      Disponível   em:
<http://migre.me/7lsZD >. Acesso em: 25 maio 2011.

DÍAZ BORDENAVE, Juan E. O que é comunicação. 1ª ed. São Paulo: Brasiliense,
2005.
43



DOURADO, Danila. Redes Sociais e inteligência de mercado. In: PAPERCLIQ (org.).
#Mídias Sociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões. Salvador: Papercliq, 2010.
p. 118-127.

FACEBOOK            (org.).      Estatísticas      Facebook.           Disponível        em:
<http://www.Facebook.com/press/info.php?statistics>. Acesso em: 27 out. 2011.

FOCUS EDITORS (Ed.). The Real Cost of Social Media. Disponível em:
<http://www.focus.com/fyi/real-cost-social-media/>. Acesso em: 21 ago. 2011.

Folha   de    São   Paulo.     Entenda   o   que   é    a   Web      2.0.   Disponível   em:
<http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml>. Acesso em: 06
jun. 2011.

GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas,
1999.

GODIN, Seth. Permission Marketing. 1ª ed. New York: Simon & Schuster, 1999.
Disponível em: <http://www.sethgodin.com/permission/thanks.asp>. Acesso em: 13
set. 2011.

IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse do Censo Demográfico
2010.         Rio         de        Janeiro:           2011.          Disponível         em:
<http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse.pdf>.
Acesso em: 26 out. 2011.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª ed. São
Paulo: Pearson Prenticd Hall, 2006.

LIMEIRA, Tania M. Vidigal. E-Marketing: O Marketing na Internet com casos
brasileiros. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007.

MASLOW, Abraham Harold. Motivation and Personality. 3th ed. New York: Harper &
Row, Publishers, Inc., 1970.

MCKENNA,      Regis.    As cinco     regras do     novo        Marketing.   Disponível   em:
<www.gientorski.com.br/trabalho/download?ID_TRABALHO=16>. Acesso em: 01
jun. 2011.
44



OFICINA              DE              BELEZA.              Disponível            em:
<http://www.oficinadebeleza.com.br/index.php>. Acesso em: 25 nov. 2011.

PATRÍCIO, R.; GONÇALVES, V. Facebook: rede social educativa? Disponível em:
<http://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/3584/1/118.pdf>. Acesso em: 06 jun.
2011.

PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA, Departamento de Registro de
Atividades. Atividades Cadastradas A/C Virgínia. [mensagem pessoal] Mensagem
recebida por: <taylise.biffi@gmail.com>. em: 29 nov. 2011.

PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na WEB 2.0. In: XXIX Congresso
Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006, Brasília: Anais, 2006.

RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009.

SAMPIERI, Roberto Hernández; FERNÁNDEZ-COLLADO, Carlos; LUCIO, Pilar
Baptista. Metodología de la investigación. 4º ed. México: Mc Graw Hill, 2006.

SBARAI, Rafael. 50% dos brasileiros conectados usam redes para comprar.
Disponível em: < http://migre.me/7lsYQ>. Acesso em: 03 jul. 2011.

SCHUSCHNY, Andrés. La red y el futuro de las organizaciones: ¿Más conectados...
Más integrados?. 1ª ed. Buenos Aires: Kier, 2007.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed. rev. e
atual. São Paulo: Cortez, 2007.

SHETH, Jagdish; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce. Comportamento do cliente:
indo além do comportamento do cliente. São Paulo: Atlas, 2001.

SOUSA, Larissa Mahall Marinho de; AZEVEDO, Luiza Elayne. O uso das mídias
Sociais nas Empresas: Adequação para cultura, identidade e públicos. Disponível
em:     <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/norte2010/resumos/R22-0015-
1.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2011.
45



SPYER, Juliano. É vital não cair no conto da Web 2.0: depoiment. 29 jul. 2008.
Grajaú: LocaWeb: A Internet em revista, n. 9, p.6-7. Entrevista concedida a Vinícius
Sérgio.

VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing. São Paulo: Novatec, 2008.

VERDE, Amodiovalerio. Facebook Demographics Jan 2011. Disponível em:
<http://amover.files.wordpress.com/2011/01/Facebook-worldwide-2011-revised.jpg>.
Acesso em: 15 jan. 2011.

VOX 90 FM. Disponível em: <www.vox90.com.br/Vox90>. Aceso em: 11 nov. 2011.

Más contenido relacionado

La actualidad más candente

TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...
TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...
TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...Carlla Oliveira
 
Facebook Marketing - Monografia
Facebook Marketing - MonografiaFacebook Marketing - Monografia
Facebook Marketing - MonografiaDouglas Ramos
 
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...Patrícia Martendal
 
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."Mariana Rodrigues Veiga
 
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silva
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da SilvaTCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silva
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silvabrunopublicitario
 
Monografia Comunicação pdf
Monografia Comunicação pdfMonografia Comunicação pdf
Monografia Comunicação pdfFabio Azevedo
 
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e Blogs
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e BlogsMonografia: A gestão de marcas através do Twitter e Blogs
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e BlogsCyntia Bravo
 
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...Diego Moreau
 
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...Layanne A. Ribeiro
 
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...Diego Moreau
 
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociais
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociaisArtigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociais
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociaisFernanda Naves Martins
 
MARKETING E TWITTER: ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...
MARKETING E TWITTER:  ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...MARKETING E TWITTER:  ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...
MARKETING E TWITTER: ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...Blue Talk
 
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso LocarxA COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso LocarxTamires Magalhães
 
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...Natanael Oliveira
 
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...Diego Moreau
 
TCC Denise H Severo
TCC Denise H SeveroTCC Denise H Severo
TCC Denise H Severoguest82856fa
 
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...Diego Moreau
 

La actualidad más candente (20)

TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...
TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...
TCC - Marketing Digital: Um estudo exploratório sobre a utilização das mídias...
 
Facebook Marketing - Monografia
Facebook Marketing - MonografiaFacebook Marketing - Monografia
Facebook Marketing - Monografia
 
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...
O Facebook como ferramenta de marketing digital para as empresas: análise da ...
 
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."
Monografia "Entendo o Facebook como um novo canal de comunicação mercadológico."
 
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silva
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da SilvaTCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silva
TCC - O CONSUMIDOR DO SÉCULO XXI E O ADVERTAINMENT - Bruno Rafael da Silva
 
Mídias globais
Mídias globaisMídias globais
Mídias globais
 
Monografia Comunicação pdf
Monografia Comunicação pdfMonografia Comunicação pdf
Monografia Comunicação pdf
 
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e Blogs
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e BlogsMonografia: A gestão de marcas através do Twitter e Blogs
Monografia: A gestão de marcas através do Twitter e Blogs
 
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
TCC Ana Ramos - FACEBOOK E O STATUS GERADOR DE PUBLICIDADE: O USUÁRIO COMO FO...
 
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...
Planejamento de Comunicação em Mídias Sociais - TCC Final - Graduação em Comu...
 
As Demandas Pelos Serviços de Comunicação para a Construção de uma Reputação ...
As Demandas Pelos Serviços de Comunicação para a Construção de uma Reputação ...As Demandas Pelos Serviços de Comunicação para a Construção de uma Reputação ...
As Demandas Pelos Serviços de Comunicação para a Construção de uma Reputação ...
 
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...
TCC Rafael Ziggy - O USO DAS REDES SOCIAIS ON-LINE PARA O LANÇAMENTO DO NISSA...
 
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociais
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociaisArtigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociais
Artigo científico - Via Marte: o branding aplicado às mídias sociais
 
MARKETING E TWITTER: ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...
MARKETING E TWITTER:  ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...MARKETING E TWITTER:  ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...
MARKETING E TWITTER: ANÁLISE DA REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DIVULGAÇÃO DE...
 
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso LocarxA COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
A COMUNICAÇÃO INTERNA COMO FERRAMENTA DE GESTÃO ENTRE UNIDADES: O Caso Locarx
 
SAC 2.0 pelo Twitter
SAC 2.0 pelo TwitterSAC 2.0 pelo Twitter
SAC 2.0 pelo Twitter
 
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...
O Twitter como ferramenta de marketing para gerar relacionamento e promover v...
 
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...
TCC fernando werner - A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SOCIOAMBIENTAL COMO UM DIFERE...
 
TCC Denise H Severo
TCC Denise H SeveroTCC Denise H Severo
TCC Denise H Severo
 
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...
COMENDO COM OS OLHOS: OS SEGREDOS DA FOTOGRAFIA PUBLICITÁRIA DE GASTRONOMIA -...
 

Destacado

As Redes Sociais como Ferramenta de Marketing
As Redes Sociais como Ferramenta de MarketingAs Redes Sociais como Ferramenta de Marketing
As Redes Sociais como Ferramenta de MarketingInesting
 
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...Fernando Leroy
 
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdf
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdfRede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdf
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdfSeclerb Vitorino
 
Participacao Feminina No Consumo De Cerveja
Participacao Feminina No Consumo De CervejaParticipacao Feminina No Consumo De Cerveja
Participacao Feminina No Consumo De CervejaRhuan Willrich
 
Questionario
QuestionarioQuestionario
Questionariorenata098
 
Aula: Características dos dispositivos móveis
Aula: Características dos dispositivos móveisAula: Características dos dispositivos móveis
Aula: Características dos dispositivos móveisJanynne Gomes
 
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...Alex Anunciato
 
Questionario hipoteses especializado moda
Questionario hipoteses   especializado modaQuestionario hipoteses   especializado moda
Questionario hipoteses especializado modadesignlovesportugal
 
Facebook - Vantagens e Desvantagens
Facebook - Vantagens e DesvantagensFacebook - Vantagens e Desvantagens
Facebook - Vantagens e DesvantagensSofia Santos
 
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...ProjetoSemeandoaLeitura
 

Destacado (11)

As Redes Sociais como Ferramenta de Marketing
As Redes Sociais como Ferramenta de MarketingAs Redes Sociais como Ferramenta de Marketing
As Redes Sociais como Ferramenta de Marketing
 
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...
15 ferramentas de Marketing Digital - mídias sociais, áudio, QR Code, sites, ...
 
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdf
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdfRede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdf
Rede sociais como ferramenta de marketing fechado 2 pdf
 
Participacao Feminina No Consumo De Cerveja
Participacao Feminina No Consumo De CervejaParticipacao Feminina No Consumo De Cerveja
Participacao Feminina No Consumo De Cerveja
 
Questionario
QuestionarioQuestionario
Questionario
 
Aula: Características dos dispositivos móveis
Aula: Características dos dispositivos móveisAula: Características dos dispositivos móveis
Aula: Características dos dispositivos móveis
 
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...
Planejamento Estrategico - A Funcao do Planejamento Estrategico - Colecao Ges...
 
Questionario hipoteses especializado moda
Questionario hipoteses   especializado modaQuestionario hipoteses   especializado moda
Questionario hipoteses especializado moda
 
Facebook - Vantagens e Desvantagens
Facebook - Vantagens e DesvantagensFacebook - Vantagens e Desvantagens
Facebook - Vantagens e Desvantagens
 
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...
PLANO DE NEGÓCIO: Abertura de uma empresa de assistência e venda de equipamen...
 
TCC de marketing
TCC de marketingTCC de marketing
TCC de marketing
 

Similar a Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cliente

A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...
A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...
A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...Pedro Fernandes
 
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais Laís Maciel
 
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0A Gestão de Marcas no Marketing 3.0
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0Fabio Luz
 
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...Ald Junior
 
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...Diana Silva
 
PRODUÇÃO TEXTUAL – ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...
PRODUÇÃO TEXTUAL –  ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...PRODUÇÃO TEXTUAL –  ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...
PRODUÇÃO TEXTUAL – ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...Acade Consultoria
 
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...TECNISA - Mais construtora por m²
 
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...Conrado Pimenta
 
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdf
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdfApostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdf
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdfJefersonFerreira670870
 
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação Digital
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação DigitalDocumento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação Digital
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação DigitalArlindo Santos
 
Apresentacao evento Ensino Rede Sociais
Apresentacao evento Ensino Rede SociaisApresentacao evento Ensino Rede Sociais
Apresentacao evento Ensino Rede SociaisStephania Fincatti
 
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...Roberta Emmanuelle
 
A relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesA relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesAlef Horsth Tavares
 
A relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesA relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesAlef Horsth Tavares
 
Palestra sobre redes sociais e coaching ok
Palestra sobre redes sociais e coaching okPalestra sobre redes sociais e coaching ok
Palestra sobre redes sociais e coaching okMara
 

Similar a Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cliente (20)

A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...
A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...
A interação online através da rede social Facebook: Fidelização ou canal de v...
 
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais
Diretrizes para a criação de política de conduta em mídias sociais
 
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0A Gestão de Marcas no Marketing 3.0
A Gestão de Marcas no Marketing 3.0
 
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...
Com a boca no twitter a cocriação e a colaboração impactando no sucesso do ma...
 
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...
Qual é a influência que o marketing digital tem na divulgação e atração de cl...
 
Tcc Denise H Severo
Tcc Denise H SeveroTcc Denise H Severo
Tcc Denise H Severo
 
PRODUÇÃO TEXTUAL – ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...
PRODUÇÃO TEXTUAL –  ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...PRODUÇÃO TEXTUAL –  ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...
PRODUÇÃO TEXTUAL – ADEQUAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O POSICIONAMENTO DIGITAL DE UM...
 
Marketing digital: Estudo de caso Zappos
Marketing digital: Estudo de caso Zappos Marketing digital: Estudo de caso Zappos
Marketing digital: Estudo de caso Zappos
 
Marketing vendas ifpr
Marketing vendas ifprMarketing vendas ifpr
Marketing vendas ifpr
 
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...
[Trabalhos Acadêmicos TECNISA] E-Branding? A Internet Como Instrumento De Fix...
 
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...
O Facebook Como Ferramenta de Marketing do Supermercado Verdemar de Belo Hori...
 
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdf
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdfApostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdf
Apostila de Marketing e Vendas - eTEC.pdf
 
Gestao marketing
 Gestao marketing Gestao marketing
Gestao marketing
 
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação Digital
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação DigitalDocumento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação Digital
Documento sobre o curso técnico superior profissional de Comunicação Digital
 
Apresentacao evento Ensino Rede Sociais
Apresentacao evento Ensino Rede SociaisApresentacao evento Ensino Rede Sociais
Apresentacao evento Ensino Rede Sociais
 
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...
Estratégias de Marketing Digital para alavancar vendas e fortalecer a imagem ...
 
Ebook ca
Ebook caEbook ca
Ebook ca
 
A relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesA relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizações
 
A relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizaçõesA relevância das redes sociais para as organizações
A relevância das redes sociais para as organizações
 
Palestra sobre redes sociais e coaching ok
Palestra sobre redes sociais e coaching okPalestra sobre redes sociais e coaching ok
Palestra sobre redes sociais e coaching ok
 

Redes sociais como ferramenta de marketing para identificar e monitorar o cliente

  • 1. Faculdade de Tecnologia de Americana Taylise Biffi Sant’ Ana Redes Sociais como ferramenta de Marketing para identificar e monitorar o cliente Americana, SP 2011
  • 2. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE AMERICANA Programa de Graduação em Tecnologia em Gestão Empresarial com ênfase em Marketing Taylise Biffi Sant’ Ana Redes Sociais como ferramenta de Marketing para identificar e monitorar o cliente Monografia, desenvolvida em cumprimento à exigência curricular do Curso Superior de Tecnologia em Gestão Empresarial com ênfase em Marketing da Fatec-Americana, sob orientação da Profa Me. Barbara Regina Lopes Costa. Área: Marketing Americana, SP 2011
  • 3. FACULDADE DE TECNOLOGIA DE AMERICANA Rua Emílio de Menezes, S/N – Vila Amorim - Americana – SP Taylise Biffi Sant’ Ana Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo no curso de Gestão Empresarial com ênfase em Marketing da Faculdade de Tecnologia de Americana. Banca Examinadora Profa Me. Barbara Regina Lopes Costa (FATEC-AM) Profº Dr. Marcos de Carvalho Dias (FATEC-AM) Profª Me. Silvia Aparecida José e Silva (FATEC-AM) Americana, SP Dezembro de 2011
  • 4. Agradecimentos Agradeço especialmente à professora Barbara Regina Lopes Costa pela orientação, incentivo e atenção dispensada à este projeto, da qual sempre me recordarei e me espelharei pela competência e profissionalismo. À Priscila Santos da Benetton Comunicação e Marketing, ao Gustavo da equipe Vox 90 FM, ao Jean Perez e a Gislaine Bettin da agência B2S, e à Laís da Silva Santos da Oficina de Beleza, agradeço pela solicitude e presteza na contribuição para o desenvolvimento deste trabalho. A todos os colegas com os quais convivi e com os quais troquei experiências, por terem me apoiado e incentivado durante o curso de Tecnologia em Gestão Empresarial. Aos meus amigos que souberam compreender minha ausência em algumas ocasiões, e aos que me ajudaram de alguma forma, em especial ao Guilherme da Silva Nogueira que dedicou um pouco do seu tempo e habilidade para me ajudar. Ao professor Roberto Sachs, alguém que admiro por sua capacidade, empatia e constante atualização, que ajudou em tudo que solicitei e que apoiou muito a escolha do tema. Minha eterna gratidão aos meus pais que me mostraram o tipo de pessoa que eu quero ser e me ensinaram os valores para viver com dignidade. Ao meu irmão Thiago Biffi Sant’ Ana que desperta em mim a vontade de ser alguém melhor. Agradeço ainda a todos aqueles que de alguma forma contribuíram para o alcance desse resultado.
  • 5. Resumo Esse estudo exploratório teve como objetivo identificar os benefícios gerados pela utilização das Redes Sociais no relacionamento das empresas com os clientes por meio de uma revisão bibliográfica sobre a Internet, as Redes Sociais, as estratégias de comunicação e relacionamento com os clientes e sobre o novo perfil dos clientes. Para isso, a pesquisa abordou o Facebook e seu uso por empresas prestadoras de serviços atuantes no interior de São Paulo, permitindo observar as estratégias adotadas e o retorno recebido. Ao final concluiu-se que dentre os diversos aditamentos que essa rede social traz às empresas, se destaca o grande número de clientes que são usuários dessa rede e a influência mútua entre empresa-cliente que estão na rede. Palavras-Chave: Redes Sociais, Facebook, Marketing, WEB 2.0, Estratégias de Comunicação.
  • 6. Abstract This exploratory study had as objective identifying the benefits generated by the use of Social Networks to the companies in the customer relationship by a bibliographic revision about the Internet, the Social Networks, the communication strategies and the customer relationship and the new customer profile. For that, the research broached the Facebook and its use by service provider companies active in the interior of São Paulo, which allows observing the adopted strategies and their feedback. At the end it was concluded that among the many additions that social networks brings to the companies, stands the large number of customers who are users of the network and mutual influence between the customers and company who are on the social network. Key Words: Social Networks, Facebook, Marketing, WEB 2.0, Communication Strategies.
  • 7. Lista de Siglas RS – Redes Sociais WWW – World Wide Web
  • 8. Lista de Figuras Figura 2.1 – Página do Facebook ............................................................................. 20 Figura 2.2 – “O novo consumidor social” ................................................................... 27 Figura 4.1 – Página da Benetton Comunicação no Facebook .................................. 32 Figura 4.2 – Página da Oficina de Beleza no Facebook ........................................... 34 Figura 4.3 – Relatório Fan Page do Facebook .......................................................... 38 Figura 4.4 – Dados demográficos do relatório do Facebook ..................................... 38
  • 9. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 8 1.1. Problema .......................................................................................................... 9 1.2. Objetivo geral .................................................................................................... 9 1.3. Objetivos específicos ........................................................................................ 9 1.4. Hipóteses ........................................................................................................10 1.5. Justificativa .....................................................................................................10 1.6. Delimitação .....................................................................................................11 2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................. 12 2.1. Internet e redes sociais ...................................................................................12 2.1.1. História da internet ......................................................................... 12 2.1.2. Redes sociais ................................................................................. 14 2.1.3. Facebook........................................................................................ 16 2.2. Estratégias de comunicação e relacionamento com o cliente ........................21 2.3. O cliente contemporâneo ................................................................................24 3. METODOLOGIA ................................................................................................. 28 4. ANÁLISE DE EXEMPLOS ................................................................................. 30 4.1. Benetton Comunicação E Marketing...............................................................30 4.2. Oficina De Beleza ...........................................................................................33 4.3. Rádio Vox 90 FM ............................................................................................35 5. COSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 39 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42
  • 10. 8 1. INTRODUÇÃO Acredita-se que a primeira forma de comunicação humana seja a linguagem oral, esta, porém se limita na distância e permanência (DÍAZ BORDENAVE, 2005). A escrita transpôs a limitação da permanência, assim como possibilitou que a comunicação atingisse maior alcance. Mas com a invenção da tipografia por Gutenberg (1397 - 1468), os impressos difundiram mais rapidamente e em mais exemplares contribuindo para a permanência e extensão das informações. No entanto, uma notícia demorava cerca de quatro meses para transpor um continente. Com o surgimento de meios eletrônicos, como o rádio (primeira década do século XX) e transmissões via satélite (anos 60), as barreiras de distância foram vencidas. Hoje, porém, é possível se comunicar com qualquer parte do mundo quase que em tempo real, além da superioridade do fluxo de informações propagadas, isso se deve a Internet, que vem proporcionando uma mudança no cenário da comunicação. Maslow (1970) diz que as necessidades sociais envolvem aspectos relacionados à emoção, visto que os seres humanos precisam se sentir incluídos e aprovados, buscam adaptação social, participar de um grupo, associar-se a outras pessoas e se igualar. Essa necessidade de interação e a evolução tecnológica levaram a sociedade a advir à nova etapa da comunicação: por meio da Internet, relacionamentos sociais estão impulsionando as Redes Sociais (RS). O acesso livre às informações proporcionado pela Internet possibilita que a população detenha mais conhecimento e consequentemente seja mais exigente ao consumir, e as RS oferecem o espaço e oportunidade para os usuários lapidem e manifestem suas ideias, opiniões e desejos, diferenciando-as de outros meios de comunicação como o telefone e e-mail. Seja para se relacionar, trocar informações, divulgar algo, se promover ou para qualquer outro fim, as RS atraem novos usuários diariamente. E com a expansão das redes sociais no convívio social, algumas empresas começam a usá-las para ações estratégicas de Marketing, como programas de fidelização, divulgação de marca, propagação de publicidades, venda de seus produtos/serviços, etc.
  • 11. 9 Essa nova era digital impulsiona as organizações a utilizar modelos estratégicos e operacionais cada vez mais flexíveis e inovadoras para acompanhar os avanços tecnológicos e as exigências do mercado. As empresas que já utilizam as RS demonstram estarem atentas às novas demandas sociais e isso influi não somente na imagem, mas também nas estratégias e visão das organizações que podem se valer das informações postadas. Entre as RS de maior destaque está o Facebook que, segundo o próprio site (2011), já possui mais de 800 milhões de usuários ativos ao redor do mundo e está também atraindo a atenção das organizações. 1.1. Problema Como as empresas podem se beneficiar das informações postadas no Facebook? 1.2. Objetivo geral Identificar quais os benefícios que as informações postadas no Facebook geram as empresas. 1.3. Objetivos específicos  Identificar o perfil dos usuários e como eles utilizam o Facebook.  Conhecer as empresas que participam do Facebook e suas principais características.  Verificar se a opinião dos usuários pode ser utilizada pelas empresas.  Analisar se estratégias de comunicação tradicionais podem se adequar para serem realizadas no Facebook.
  • 12. 10 1.4. Hipóteses  Dentre os canais de comunicação existentes para manifestação dos clientes com as empresas, as RS permitem maior poder de expressão ao cliente.  As empresas não precisam de um intermediário para atingir seu cliente e obter sua resposta, tornando a comunicação mais direta e aproximando as organizações do seu cliente.  As RS tendem a agrupar pessoas com as mesmas características e preferências o que facilita o monitoramento do público alvo pelas organizações. Sendo possível medir se a opinião é compartilhada por mais clientes ou é apenas uma opinião individual.  Além de poderem divulgar novidades, promoções e aumentar a visualização das marcas, é possível monitorar as manifestações sociais e assim antecipar tendências e/ou ações indesejáveis pela empresa. 1.5. Justificativa Por ser um tema em ascensão e ser tópico de especulações acerca das vantagens de sua utilização, as RS dão margem a estudos que identifiquem quais são suas reais vantagens. Por isso, esse estudo intencionou levantar informações a respeito dos benefícios que as empresas podem ter ao utilizar esse meio tecnológico como ferramenta de Marketing, levando em consideração sua crescente utilização no meio empresarial e na sociedade em geral. Para o meio acadêmico a importância se dá por seu caráter exploratório, que pode gerar assunto para discussões sobre o problema de pesquisa e despertar interesse para estudos complementares.
  • 13. 11 1.6. Delimitação Essa pesquisa buscou a familiarizar-se com a temática Redes Sociais Virtuais, utilizando como universo de estudo o conteúdo da rede social Facebook. São muitas as empresas que utilizam essa plataforma, mas este estudo limitou-se a analisar os exemplos das empresas Benetton Comunicação e Marketing, Oficina de Beleza e Rádio Vox 90 FM, todas prestadoras de serviços localizadas no município de Americana que foram escolhidas pelo critério da conveniência e acessibilidade. Segundo dados do IBGE (2011), o município de Americana tem uma unidade territorial de 133,4 km² e uma população de 210.638 habitantes. Segundo o Departamento de Registro de Atividades da Prefeitura Municipal de Americana (2011), atualmente no município, estão registradas 39.249 empresas entre comércios e Indústrias e prestadores de serviços. Desse total, 27.638 são registros de prestação de serviços, incluindo empresas e profissionais autônomos. Dentre as empresas prestadoras de serviços, existem 386 agências de Marketing e Comunicação, 485 salões de beleza e 3 rádios FM ou AM. Durante o período de outubro a novembro de 2011, foram observadas postagens feitas pelas organizações acima citadas em suas páginas virtuais no Facebook.
  • 14. 12 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1. Internet e redes sociais 2.1.1. História da Internet O início da história da Internet se deu no final dos anos 50 com a criação da ARPA (Advanced Research Project Agency), que inicialmente tinha por objetivo mobilizar recursos de pesquisa para alcançar superioridade tecnológica militar em relação à União Soviética. Segundo Castells (2001, tradução nossa¹), foi a ARPA, que em 1969 criou uma rede interativa de computadores denominada ARPANET, uma rede que deveria ser flexível e descentralizada, para que em caso de ataque nuclear, e consequente destruição de parte da rede, a comunicação fluísse sem problemas entre as regiões não afetadas. Segundo Limeira (2007), diversas mudanças e adaptações foram feitas na ARPANET no decorrer dos anos, até que no ano de 1982 esta passou a interligar-se com diversas outras redes que usavam o mesmo protocolo (TCP/IP²), surgindo o termo “Internet” que é derivado da junção de duas palavras em inglês: interconnected network, que significa rede interconectada. E em 1989, Tim Berners- Lee do CERN (Organização Europeia para pesquisa nuclear³), considerado o “pai da Web”, apresentou um novo sistema de informação baseado na Internet, o World Wide Web (WWW), que tornou possível criar servidores de informação, onde se incluem textos, imagens e multimídias, atribuindo ao mundo da Internet os meios necessários para a construção de uma verdadeira estrutura de informação. Até 1990, todo o tráfego de informações na Internet era acadêmico, mas, a partir daquele ano, surgiram os primeiros provedores de 1 “Los orígenes de Internet hay que situarlos en ARPANET, una red de ordenadores establecida por ARPA en septiembre de 1969 para movilizar recursos procedentes del mundo universitario principalmente a fin de alcanzar la superioridad tecnológica militar sobre la Unión Soviética. [...]El Departamento de Defensa de Estados Unidos fundó esta Agencia de Proyectos de Investigación Avanzada (Advanced Research Projects Agency - ARPA) en 1958. [...]El diseño de una red de comunicaciones flexible y descentralizada [...] para construir un sistema de comunicaciones militar, capaz de sobrevivir a un ataque-nuclear" (CASTELLS, 2001, p.23-24). 2 (TCP/IP) Transmission Cotrol Protocol/Internet Protocol protocolo de comunicação apresentado por Viton Cerf e Robert Kahn. 3 European Organization for Nuclear Research.
  • 15. 13 acesso comercial, os quais foram crescendo em número de equipamentos e conexões. Atualmente, a maior parte das informações que trafega pela rede é de caráter comercial (p. 17). Com o passar dos anos, a Internet se adaptou e continua se adaptando às realidades da sociedade, tornando-se mais simples e intuitiva, mudando o perfil de seus usuários e sendo mudada por eles, dando um verdadeiro significado à palavra ‘possibilidade’, alterando a percepção da realidade onde o que era impensável se torne provável (SCHUSCHNY, 2007). Para Castells (2001, tradução nossa4), a tecnologia da informação na sociedade contemporânea é equivalente à eletricidade na era industrial, a comparação se dá devido sua capacidade de distribuir o poder da informação para todas as áreas da atividade humana. Mckenna (2011) observa como a tecnologia da informação mudou os mercados desde o telégrafo, que expandiu a esfera dos negócios para algo além do círculo restrito de parceiros comerciais que uma pessoa poderia conhecer e confiar, fornecendo a base de informação para a transformação da economia agrária em economia industrial, passando pela televisão, como meio de comunicação altamente eficaz que acelerou e globalizou a economia de massa. Contudo: A Internet provoca mais mudanças radicais do que as inovações anteriores. A força inexorável das novas tecnologias fomenta transformações no comportamento do cliente, o que resulta em mudanças nas estratégias competitivas e nas abordagens de negócios. Por consistir em um meio direto, interativo e quase onipresente, a Internet mudou o conceito de valor do serviço e tornou as informações parte do conteúdo da maioria dos produtos mais corriqueiros (p. 2). Kotler e Keller (2006) concordam ao afirmarem que a Internet é um novo e poderoso canal de vendas e de informação, obtendo um alcance geográfico ampliado para divulgar e promover seus negócios e produtos no mundo todo. Além das vantagens operacionais, como comunicação interna para funcionários, possibilitar economias financeiras e melhorar processos produtivos e de logística, a Internet pode ainda, ser usada para coletar informações mais completas e abrangentes sobre mercados, de 4 "Si la tecnología de información es el equivalente histórico de lo que supuso la electricidad en la era industrial, en nuestra era podríamos comparar a 'Internet con la red eléctrica y el motor eléctrico dada su capacidad para distribuir el poder de la información por todos los ámbitos de la actividad human" (CASTELLS, 2001, p.15).
  • 16. 14 concorrentes, clientes atuais ou potenciais, dentre outras vantagens. Quando a Internet surgiu, a partir de pesquisas militares, para suprir a necessidade de troca de informações de maneira sigilosa e segura, não havia como prever que se tornaria o fenômeno que se tornou na atualidade. A Internet se destaca das demais invenções tecnológicas por sua capacidade de divulgação de informações e também devido integração de pessoas através de seus computadores independendo de sua localização geográfica. Castells (2001, tradução nossa5) diz que, o aumento súbito no uso da Internet como sistema de comunicação nos últimos anos do segundo milênio permite, pela primeira vez, a comunicação de muitos com muitos, num momento escolhido, em escala global. 2.1.2. Redes Sociais Com a popularização da Internet, em toda a sociedade surgiram diversas possibilidades de comunicação e troca de informações, entre elas as Redes Socias (RS), que representam a produção sem controle de conteúdos variados por e para pessoas diferentes, popularizando a informação independente de barreiras geográficas, demográficas ou sociais (DÍAZ BORDENAVE, 2005), possibilitando a interação instantânea entre usuários para compartilhar conteúdo, incluindo opiniões, experiências e perspectivas. Segundo Castells (2001, tradução nossa 6), uma rede social é um conjunto de nós interconectados, uma forma muito antiga de atividade humana, mas hoje essas redes têm novo sentido ao se tornar redes de informação inseridas na Internet. Redes têm vantagens extraordinárias como ferramentas organizativas devido à sua flexibilidade e adaptabilidade, características essenciais para sobreviver e prosperar em uma sociedade que sofre mudanças a toda velocidade. 5 "Internet es un medio de comunicación que permite, por primera vez, la comunicación de muchos a muchos en tiempo escogido y a una escala global" (CASTELLS, 2001, p.16). 6 "Una red es un conjunto de nodos interconectados. Las redes son formas muy antiguas de la actividad humana, pero actualmente dichas redes han cobrado nueva vida, al convertirse en redes de información impulsadas por Internet. […] Las redes tienen extraordinarias ventajas como herramientas organizativas debido a su flexibilidad y adaptabilidad. Características fundamentales para sobrevivir y prosperar en un enlomo que cambia a toda velocidad." (CASTELLS, 2001, p.15)
  • 17. 15 O crescimento da utilização de RS, um meio de dispersão de ideias que facilita a interação da sociedade e o compartilhamento de opiniões, estimula as pessoas a valorizarem mais a ideia comum e a expressar de maneira mais enfática as suas próprias. Os clientes têm acesso a um fluxo constante de informações e à oportunidade de se expressar e incentivar outras pessoas. Para as organizações, as RS representam a oportunidade de estabelecer um diálogo permanente com sua base de clientes. As RS, quando utilizadas como ferramentas de Marketing, permitem atingir nichos de clientes, difundindo informações dos produtos e serviços, com mensagens direcionadas e com custos baixos em relação à publicidade tradicional, criando uma via de mão dupla na comunicação empresarial com seu mercado consumidor (SOUSA; AZEVEDO, 2011). Segundo o jornal online Folha de São Paulo (2011), a tendência de troca de informações e colaboração dos internautas com sites e serviços virtuais, criando um ambiente on-line mais dinâmico e colaborativo com a organização de conteúdo é descrito pelo termo “Web 2.0”. Para Primo (2006), se na primeira geração da Web, os sites eram trabalhados como unidades independentes, passa-se agora para uma estrutura integrada de funcionalidades e conteúdo: A WEB 2.0 é a segunda geração de serviços online e caracteriza-se por potencializar as formas de publicação, compartilhamento e organização de informações, além de ampliar os espaços para a interação entre os participantes do processo. (PRIMO, 2006, p.1) Patrício e Gonçalves (2011, p. 6) dizem que “as Redes Sociais, enquanto ferramentas da Web 2.0 possibilitam diversas oportunidades para a criação de um ambiente de aprendizagem cooperativo e colaborativo” e a Internet vem ampliando suas ferramentas originais, adquirindo um caráter mais social e participativo nesta nova tendência. Basile (2011) corrobora ao afirmar que as RS transmitem melhor a ideia de interatividade e continuidade que deve nortear o trabalho do Marketing dirigido.
  • 18. 16 Se referindo às RS, Spyer (2010) afirma que “muitas empresas tem medo de abrir essa janela de diálogo para não ajudar na difusão de informações negativas”. Mas com a propagação de informações, as pessoas falam da empresa, sendo esta participante da conversa ou não, tornando vantajoso que a organização se antecipe e se relacione positivamente com seus clientes. Para Sousa e Azevedo (2011), para uma eficaz utilização das RS como ferramenta de Marketing, as empresas precisam focar no seu cliente, adequar sua visão e princípios para a nova realidade do Marketing voltado para a Internet, com uma comunicação bem direcionada para garantir a eficiência na transmissão da mensagem, já que antes de ter função impactante, a comunicação, fundamentalmente, tem que ser compreensível. Mesmo com a agilidade e a acessibilidade dos atuais meios de comunicação, o êxito em sua utilização depende de planejamento estratégico, iniciativa, criatividade e métodos de monitoramento. Portanto, o Marketing nas RS se baseia em avaliar o perfil, estabelecer objetivos, elaborar estratégias e definir quais recursos utilizar para se comunicar com os clientes, pertencendo às organizações a incumbência de se adequar à nova realidade de seu público, estabelecer o canal e tirar proveito dos meios tecnológicos e seus inúmeros benefícios. 2.1.3. Facebook Originalmente chamado “The Facebook”, o Facebook foi lançado em 2004 pelo norte americano Mark Zuckerberg com a ideia criar uma rede de contatos para alunos da Universidade de Harvard, pois a ida para a faculdade, na realidade cultural daquele país, é marcada pela mudança de cidade e novas relações sociais (RECUERO, 2009). Com a Internet, as proporções do Facebook rapidamente se expandiram para usuários do mundo inteiro, conectando em um mesmo portal pessoas de todos os lugares e diminuindo, assim, distâncias físicas, permitindo que as pessoas participem de grupos com interesses em comum, permitindo a exposição de rotinas,
  • 19. 17 compartilhamento de ideias e troca de informações, entre outras possibilidades (DELFINI, 2010). Tendo por missão “dar às pessoas o poder de compartilhar e tornar o mundo mais aberto e conectado”, essa RS já ultrapassou o número de 800 milhões de usuários ativos, com expectativas e contínuo crescimento, onde cada usuário tem em média 130 contatos, são carregadas diariamente 250 milhões de fotos, além de serem adicionados aplicativos que a integram com outros sites, ferramentas do Facebook que permitem, por exemplo, que o usuário compartilhe com seus amigos um artigo ou foto do qual gostou ou apenas clicar no botão “Curtir” (FACEBOOK, 2011). Clicar no “Curtir” é uma forma de fazer comentários positivos e conectar-se com coisas importantes para o usuário. Ao clicar em “curtir”, o usuário se conecta a uma página e esta aparecerá no seu perfil podendo, também, publicar conteúdo no seu Feed de notícias. Por outro lado, quando ao clicar em "Curtir" em um conteúdo publicado por um amigo, o usuário está simplesmente informando ao amigo que gostou, sem precisar deixar comentários. O Facebook é uma ferramenta social que ajuda as pessoas a se comunicar mais eficientemente com os seus amigos, familiares, colegas de trabalho etc. E hoje qualquer pessoa pode se cadastrar e interagir com as pessoas que conhecem em um ambiente confiável. Segundo Verde (2011), a média de idade é de 28,2 anos e cerca de 50% dos usuários do Facebook são do público masculino. Referente às faixas etárias, o autor apresenta dados aproximados que mostram que 25% dos usuários tem idade entre 13 e 19 anos, 39% tem entre 20 e 29 anos, 18% tem entre 30 e 39 anos, 10% tem entre 40 e 49 anos, 5% tem entre 50 e 59 anos e 3% tem 60 anos ou mais. O ambiente informal deste site tem se organizado como um espaço de integração, comunicação, compartipartilhamento e colaboração, podendo ser utilizado como um recurso para incentivar uma maior interação e participação, além de impulsionar a construção compartilhada do conhecimento, partilhando informações em nome da inteligência coletiva (PATRÍCIO; GONÇALVES, 2011). Para os autores, esta é uma das redes sociais mais utilizadas em todo o mundo para
  • 20. 18 interagir socialmente e, afirmam que, essa interação nasce essencialmente pelos comentários a perfis, pela participação em grupos de discussão ou pelo uso de aplicações e jogos. Essa RS está sendo utilizada para aproximar as organizações de seu mercado consumidor por permitir interação e participação dos clientes nas estratégias corporativas. Uma pesquisa da Right Management divulgou que, pelo menos na Ásia e na Europa, o Facebook já era a RS preferida dos recrutadores quando o objetivo era encontrar mais informações sobre candidatos para contratação, superando inclusive o LinkedIn7. Em outros lugares, como nos Estados Unidos, o LinkedIn continua sendo a rede social optada. Já no Brasil, de 60 a 70% das buscas por candidatos, hoje, são feitas no LinkedIn, mas o Facebook já tem um espaço importante, de 15% a 20%, contudo, isso se deve à cultura local, que busca primeiramente as qualificações profissionais e só depois procura conhecer as características pessoais dos candidatos (ABRANTES, 2011). E apesar de terem nascido com caráter pessoal, as redes sociais, em especial o Facebook, reunem mais do que usuários, agrupam clientes. A partir dessa percepção, as empresas, começaram a investir na criação de perfis (chamados Fan Pages) em redes como esta, uma vez que esse tipo de plataforma vem se consolidando como forte canal de interação com os usuários da Web, que podem ser ou vir a se transformar em clientes. Para isso, é preciso, antes de tudo, estabelecer um relacionamento, e isso inclui promover discussões em torno de um tema de interesse do grupo, divulgar campanhas e promoções, relacionar dicas úteis para o dia a dia com seus produtos, desenvolver enquetes e pesquisas de opinião dentre outras situações (DELFINI, 2010). Mídias como o Facebook se enquadram no conceito de empresas de comunicação por servir de plataforma social para seus participantes compartilharem informações, sendo apropriadas para dar suporte aos demais meios de comunicação por estimularem uma cultura participativa, e consequentemente gerar maior produtividade e colaboração no processo produtivo, criando uma inteligência coletiva na organização (DOURADO, 2010). 7 LinkedIn - Rede Social específica para perfis profissionais.
  • 21. 19 O Facebook disponibiliza ferramentas que permitem que as empresas realizem monitoramento e dá acesso a informações sobre seus seguidores, e pode ser usado também para criar plataformas com o intuito de divulgar marcas e fazer contato com potenciais clientes, além de abrigar uma grande variedade de aplicações sociais. Além disso, trabalha com a política de mostrar anúncios relevantes e interessantes para os usuários. Esses anúncios podem ser exibidos na coluna direita de páginas do Facebook (Figura 2.1) e podem aparecer em vários tipos de páginas, incluindo aplicativos, fotos, grupos, páginas, perfis e na página inicial, e incluem os nomes de amigos que os curtiram, tornando-os mais envolventes e relevantes. As empresas podem monitorar e estimar o alcance deste anúncio através de relatórios que as auxiliam a aprimorar esses anúncios. Segundo o Infográfico “The real cost of social media” da Focus Editors (2011, tradução nossa8), os fãs de uma empresa no Facebook estão 28% mais propensos do que os não fãs para continuar usando a marca e 41% mais propensos a recomendar um produto e espalhar para os seus amigos. É necessário que as empresas mantenham suas Fan Pages atualizadas, oferecendo aos usuários um motivo para verificar a página com frequência e forneça conteúdo interessante para interação e compartilhamento, gerando comentários e fidelidade. Conhecer seus fãs, construir relações, obter informações, saber como o público está interagindo com a página e fazer ajustes para aumentar o envolvimento são ações- chaves que podem fazer o sucesso de uma organização no Facebook. 8 "Fans are 28% more likely than non-fans to continue using the brand.” "Fans are 41% more likely than non-fans to recommend a fanned product to their friends." (FOCUS EDITORS, 2011, p. 1)
  • 22. 20 Figura 2.1 – Página do Facebook (10/11/2011)
  • 23. 21 2.2. Estratégias de comunicação e relacionamento com o cliente Antes do século XVIII, os negócios eram sinônimos de comércio, ou seja, compra e venda de mercadorias, onde o interesse maior estava em descobrir meios de transporte mais rápidos e econômicos e para explorar novas rotas comerciais e não em melhorar processos. Com a Revolução Industrial, a tecnologia começou a ser notada, invenções simples davam origem a novas indústrias ou as transformava drasticamente, o progresso era perceptível e as expectativas sociais estavam em ascensão (BOETTINGER, 1970). Boettinger (1970) diz ainda que, a tecnologia em modificação está forçando os negócios a empregarem várias estratégias novas, pois a tecnologia acelera o processo de inovação e também o ritmo de obsolescência. Por isso, as organizações estão, cada vez mais, informatizando sua estrutura e processos para atender em tempo hábil as exigências do mercado e para oferecer uma resposta rápida às mudanças sociais e comerciais (SOUSA; AZEVEDO, 2011). Aranha (2011) diz que inovar ao se relacionar com a base de clientes traz resultados mais consistentes do que utilizando meios tradicionais: A plataforma digital, [...] se tornou o modelo das estratégias de retenção e fidelidade. As campanhas e atividades de relacionamento estão cada vez mais utilizando as mídias digitais, o poder da sua comunicação, seus conceitos, suas estratégias, recursos e mediações. As Redes Sociais saem do plano de ideias e passam a ser uma realidade para a criação de vínculos profundos com os clientes, assim como as comunidades virtuais e os blogs. (p.1) Kotler e Keller (2006) dizem que as organizações devem se interagir com os clientes para melhorar o conhecimento sobre as necessidades deles e construir relacionamentos mais sólidos, pois quanto maior o envolvimento de um cliente com a organização, maior a probabilidade de que ele se mantenha fiel. E acrescenta que: Os negócios de informação são o pilar da economia atual. A informação tem a vantagem de ser fácil de diferenciar, customizar, personalizar e despachar por meio de redes a velocidades surpreendentes (p.150-151).
  • 24. 22 O Marketing, encarregado de entender as necessidades dos clientes, sua percepção sobre a imagem de marca e da empresa, os atributos do produto que o satisfarão e como mostrar, vender e entregar esse produto da maneira correta, com as possibilidades da Internet, deve se antecipar a outras variáveis que afetam na comunicação e no relacionamento com o cliente. Godin (2011, tradução nossa9) afirma que, a publicidade, por sua vez, é a ciência da criação que utiliza os meios de comunicação para envolver o cliente e incitá-lo a tomar alguma atitude, mas os investimentos em publicidade aumentaram tanto que o excesso de comunicação está produzindo ruídos que a torna ineficiente. O excesso e a fragmentação dos meios de comunicação mostra que uma organização não pode atingir uma significativa parcela da população com um único meio de comunicação. Para Kotler e Keller (2006), cultivar um relacionamento de longo prazo com o cliente maximiza o valor percebido. Por isso, as empresas estão abandonando o Marketing de massa e optando por um Marketing mais preciso desenvolvido para criar um relacionamento sólido com o cliente. As organizações estão disputando por um pouco da escassa atenção de seu público alvo, uma vez que na atualidade, pertence ao cliente a opção de se corresponder e se relacionar com a empresa, pois, a era da informação e da interatividade, na esteira de canais como a Internet, inverte a relação das organizações com relação aos clientes, iniciando uma fase de troca de informações e demandas ativas por parte do cliente. Depois da WWW, se o cliente não está disposto a interagir com a empresa, toda ação de Marketing, além de invasiva, não produzirá o efeito pretendido (BASILE, 2011). A cultura participativa vem promovendo formas de negócios baseados na colaboração, e as empresas que ambicionam tirar proveito desta nova forma de relacionamento precisa se adaptar ao novo perfil da audiência, onde o usuário cria, compartilha e comenta, principalmente porque eles nutrem a rede, sendo os maiores 9 "You can define advertising as the science of creating and placing media that interrupts the consumer and then gets him or her to take some action. […] As the marketplace for advertising gets more and more cluttered, it becomes increasingly difficult to interrupt the consumer. […] Obviously, the mass market is dying. The vast splintering of media means that a marketer can't reach a significant percentage of the population with any single communication" (GODIN, 2011, p.1)
  • 25. 23 produtores de conteúdo nas plataformas participativas (DOURADO, 2010). De acordo com Kotler e Keller (2006) as práticas para criar um vínculo forte com os clientes incluem integrar a “voz do cliente” para capturar suas necessidades ou exigências em todas as decisões organizacionais e também, facilitar o acesso dos clientes para expressarem suas necessidades, percepções e reclamações, porquanto que todo o relacionamento é essencialmente de mão dupla e a Internet possibilita isso como nenhum outro canal. Basile (2011) diz que em um período marcado pela intensa mudança de paradigmas neste início de século, as pessoas, tanto na perspectiva de clientes, quanto na de cidadãos, não estarão dispostos a aceitar apenas o que lhe oferecem. Esse perfil passivo, sem voz e sem rosto, tende a não existir mais. No entanto, na prática, poucas corporações estão atentas a isso. Por outro lado: Empresas habituadas a tratar com a devida deferência as questões do relacionamento com seus clientes, começam a experimentar modelos avançados de interação, captando a essência das tendências do comportamento moderno (p.1). Após o aumento da popularidade entre os próprios clientes, nos últimos anos, as mídias sociais estão se tornando importantes instrumentos estratégicos para as empresas de portes e setores variados da economia. Uma pesquisa da empresa de auditoria e consultoria Deloitte (2011) com 302 empresas revela que, aproximadamente 70% das empresas brasileiras já entraram na nova tendência de mídias sociais e utilizam e/ou monitoram o que acontece online. Contudo, a maior parte delas ainda não atinge completamente todos os benefícios anunciados, não compreendem os riscos ou não conseguiram colocar em prática em toda a empresa, o que exige uma transformação na cultura e nos hábitos dos profissionais que serão os participantes no relacionamento com o mercado.
  • 26. 24 2.3. O cliente contemporâneo O comportamento de compra do cliente é influenciado por fatores culturais, sociais, pessoais e psicológicos. Os fatores culturais exercem a maior e mais profunda influência. Segundo Kotler e Keller (2006), o mercado está diferente em virtude de forças sociais, por vezes, interligadas que criam novos comportamentos, oportunidades e desafios. Cada vez que a tecnologia avança, o comportamento humano muda também. Da mesma forma que a máquina a vapor revolucionou a indústria no século XVIII, a WWW desde o fim do século XX, tem alterado a forma como as pessoas se comunicam. Antes da Internet, um a um ou em pequenos grupos, as pessoas trocavam histórias de produtos, experiências de compras, opiniões sobre serviços e recomendações de consumo, ou seja, relacionavam-se e interagiam socialmente. Quando os usuários de Internet descobriram o "Responder a todos”, o impacto do e- mail tornou-se volumoso e de longo alcance, dando muito mais potencial e amplitude (BLACKSHAW e NAZZARO, 2011). Os clientes simplesmente apagam os spams10 sem abri-los, mudam de canal quando começa a passar o intervalo comercial e pulam as páginas de revistas dedicadas a propagandas. Isso porque hoje eles têm mais opções, assistem dois canais simultaneamente e realizam leituras dinâmicas, tornando difícil chamar sua atenção nos meios e formas tradicionais de publicidade. A pesquisa Brand New World da AOL realizada em 2006 já mostrava que os clientes estavam receptivos a diferentes tipos de informação online, incluindo fontes comerciais e que suas opiniões sobre as marcas estão sendo mudadas como resultado do uso da Internet, fazendo-os conhecer novas marcas e até mudando sua percepção por influência da opinião de outros clientes, mostrando que, por vezes, confiam mais na recomendação de amigos nas RS do que no parecer de um especialista na hora de comprar. Segundo a pesquisa produzida pela empresa Oh! Panel e divulgada pelo site de VEJA (SBARAI, 2011) pouco mais da metade dos usuários de Internet do Brasil (56%) já usam plataformas como Orkut, Twitter e Facebook para adquirir produto e serviços. A pesquisa mostrou ainda que mais de 40% dos brasileiros entrevistados acompanham as marcas favoritas nas redes. 10 SPAMS: mensagens eletrônicas não solicitadas.
  • 27. 25 Mas, para Vaz (2008), não foi a Internet que causou toda a mudança, pois o cliente já buscava mudanças em seu cotidiano, existia uma demanda de desejos e necessidades reprimidas por falta de um meio que a entendesse, e esse meio era a Internet. A Internet favorece o comportamento comum das pessoas de se agruparem em função de um produto ou serviço (SPYER, 2010). O compartilhamento de opiniões os estimula a propagar suas experiências, o que incide sobre a reputação das empresas. Dourado (2010) argumenta que os clientes que utilizam a Internet e RS para compartilhar interesses em comum, visam adquirir vantagem competitiva no mercado, já que estão mais propensos a fortalecer os elos sociais com as marcas, beneficiando-se assim, da informação que eles estão dispostos a valorizar. Em essência, a Internet tem potencializado o conceito de Marketing boca a boca, dando-lhe um poder que as organizações apenas começaram a compreender. O crescimento da influência do cliente coloca desafios e oportunidades para as organizações. Blackshaw e Nazzaro (2011) descrevem esse novo comportamento como uma variedade de novas e emergentes fontes de informações on-line, criadas e compartilhadas por clientes para outros clientes com a intenção de instruir sobre os produtos, marcas, serviços, e questões, e que se refere a qualquer meio de comunicação entre clientes, incluindo e-mail, blogs, listas de discussão, sites de avaliação de clientes, Redes Sociais e Web sites individuais, etc. Embora influenciados ou estimulados por atividades de Marketing, muitas vezes a opinião de outros clientes, e principalmente grupos de referência, traz maior credibilidade e confiança, especialmente quando os canais de mídia se tornam mais fragmentados e menos confiáveis. Os clientes esperam mais qualidade, têm cada vez menos tempo e querem mais conveniência, percebem menos diferenças reais entre os produtos e mostram menos fidelidade à marca, podem obter muita informação sobre produtos pela Internet e em outras fontes, o que lhes permite um processo de compra mais inteligente (KOTLER E KELLER, 2006).
  • 28. 26 Os clientes têm acesso a um fluxo constante de informações e participam de múltiplas RS, ganhando voz ativa para se expressar, incentivar e causar impacto sobre a opinião dos outros. Para Sheth, Mittal e Newman, (2001), esses clientes com voz ativa são grupos de referência que são definidos como “pessoas, grupos e instituições a que os indivíduos recorrem para uma orientação de seu próprio comportamento e valores, e dos quais esses indivíduos buscam aprovação” (p. 165). Para Kotler e Keller (2006), os grupos de referência influenciam as pessoas de três maneiras distintas, os grupos as expõem a novos comportamentos e estilo de vida, influenciam suas atitudes e autoimagem e fazem pressões que podem afetar as escolhas. Para que a organização seja forte dentre o grupo de referência, deve atingir o líder de opinião, pessoa que realiza uma divulgação informal, oferecendo sua opinião ou informações sobre um produto ou serviço. Para atingir os líderes de opinião, os profissionais de Marketing devem descobrir as características demográficas e psicográficas associadas à formação de opinião, identificar os meios de comunicação usados por esses líderes e direcionar mensagens para eles. (KOTLER E KELLER, 2006, p.177) O mesmo cliente que antes comprava o produto por sua usabilidade e atributos físicos, hoje busca interação com a marca de acordo com suas percepções e crenças. As mídias sociais possibilitam diferentes formas de interação tanto através de texto, como vídeos, por exemplo; manter esse vínculo com o público e importante, pois ele, se bem mantido, cria credibilidade e confiança na empresa e nos produtos ou serviços que oferece. (SOUSA; AZEVEDO, 2011, p.2) A Internet, além de conectar clientes, estimula mudanças fundamentais em seu comportamento. As RS criam um novo e complexo paradigma para conectar indivíduos, e os relacionamentos sociais com os novos clientes envolvem mais do que atender à demanda de forma reativa ou confeccionar produtos e serviços customizados (DELOITTE, 2011).
  • 29. 27 Figura 2.2 – “O novo consumidor social” (extraída de DELOITTE, 2011, p.6) Para Limeira (2007), a mudança mais significativa com a Internet é a interatividade, que possibilita rescindir o modelo habitual de comunicação de Marketing através da mídia de massa, onde o cliente é passivo, já que passa a existir a comunicação de um para um e de muitos para muitos. Junto a isso, o cliente passa a ter um meio de interagir com as empresas, com liberdade e autonomia, fazendo crescer seu controle, o seu grau de envolvimento e, também, suas exigências.
  • 30. 28 3. METODOLOGIA Para proporcionar maior familiaridade com o problema, foi utilizado o levantamento bibliográfico decorrente de dados secundários como livros, artigos, dissertações e teses, assim como análise exemplos representativos que estimulam a compreensão, caracterizando uma pesquisa exploratória (GIL, 1999). A pesquisa exploratória, segundo Severino (2007), consiste no levantamento de informações sobre o objeto de pesquisa, ou seja, delimitando o campo de trabalho e monitorando as manifestações desse objeto. Segundo Selltiz et al. (1987), o método “Análise de Exemplos” se justifica por considerar exemplos que não são típicos, embora possam ser fontes produtivas de idéias aos demais processos. Os autores alertam que o Estudo de Exemplos pode analisar apenas um caso de ‘registros existentes’, ‘observação participante’ e os indivíduos podem ser tratados como informantes a respeito do objeto, e não como objetos de análise, ou alguma outra abordagem, diferenciando-se, assim, do Estudo de Caso que seria uma análise profunda de múltiplas fontes. O método de coleta de dados foi por meio de entrevistas pessoais, observação qualitativa e análise de conteúdo. Os métodos de observação e análise de conteúdo, segundo Sampieri, Fernández-Collado e Lucio (2006) são semelhantes e podem ser complementares. A observação se deu por meio do acompanhamento diário dos conteúdos das manifestações escritas. Ainda segundo os autores, os observadores devem registrar o que percebem seguindo regras que se aplicam invariavelmente e devem minimizar seu efeito sobre os registros e interações com os participantes observados. Conforme previsto, ainda foi utilizado o método de análise de conteúdo que é uma técnica útil para analisar os processos de comunicação em diversos contextos, descobrir estilos de comunicação, identificar intenções, apelações e características dos comunicadores, refletir atitudes, valores e crenças de pessoas, grupos e comunidades, etc. (SAMPIERI; FERNÁNDEZ-COLLADO; LUCIO, 2006). As entrevistas foram realizadas com responsáveis pelo monitoramento e criação de conteúdo para Redes Sociais a fim de obter informações sobre a experiência dos especialistas na utilização e a atuação das empresas nas Redes Sociais.
  • 31. 29 As entrevistas foram focalizadas e semiestruturadas e tiveram a finalidade de levantar e sustentar os exemplos. Foram realizadas pessoalmente e gravadas através de um aparelho celular, para posteriormente serem transcritas e dissertadas.
  • 32. 30 4. ANÁLISE DE EXEMPLOS 4.1. Benetton Comunicação E Marketing11 A agência Benetton Comunicação e Marketing nasceu do propósito de “tornar as ações de planejamento estratégico algo que realmente diferencie uma marca no mercado” e conta com uma equipe dividida entre as áreas de planejamento estratégico, criação, consultoria em Marketing, treinamentos, produção gráfica, para Internet e audiovisual, atuando de forma integrada em campanhas publicitárias ou agindo através de peças isoladas (BENETTON COMUNICAÇÃO, 2011). De acordo com a entrevista, a Benetton, ao perceber o avanço das redes sociais no Brasil e que boa parte da população começou a utilizá-las, passou a enxergá-las como uma importante ferramenta de comunicação social e uma oportunidade de expandir os canais de diálogo com o cliente. Por ser uma ferramenta gratuita através da qual é possível atingir o publico alvo dos negócios de maneira rápida e eficiente, a agência compreendeu que era relevante ingressar nas RS e estabelecer relacionamento com os clientes, realizar promoções e divulgar a própria agência. Fazendo disso um negócio rentável para agência ao oferecer os mesmos benefícios para seus clientes. Com as RS, o cliente percebeu que o caminho para se chegar a uma empresa foi estreitado, o que exige das empresas maior comprometimento, pois os cidadãos passaram a possuir voz ativa no meio empresarial. A partir disso, a Benetton faz mais do que estar presente nas RS, a agência utiliza essas plataformas para compartilhamento de conteúdos que acreditam ser de interesse para seu público- alvo, além de criar promoções e divulgar as marcas que representa. A agência utiliza outras mídias com fins publicitários, mas vê diferença nas redes sociais porque é possível se relacionar com o cliente, criar laços e ouvi-lo, o que não é possível em outras mídias. 11 Informações obtidas por meio de entrevista, realizada no dia 24 de outubro de 2011, na Faculdade de Tecnologia de Americana, localizada na Rua Emílio de Menezes, s/n, Gleba, Vila Amorim - Americana - SP, com a responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais da agência Benetton, Priscila Santos.
  • 33. 31 A agência acredita que o maior benefício das RS é o Marketing boca-a-boca gerado pelo cliente em torno da marca, partindo da premissa que as pessoas acreditam mais umas nas outras do que na publicidade tradicional das empresas. A agência tem, além do site (http://www.benettoncomunicacao.com.br/), um perfil no Twitter, Facebook (Figura 4.1) e um blog. Dentre esses canais, segundo Santos, P. (2011) o que dá um retorno mais perceptível é blog que tem um apelo mais visual. No Facebook, ao invés de utilizar as ferramentas padrões para uso corporativo, a Benetton criou um perfil de usuário com o nome da agência, que permite aos outros usuários “adicioná-la aos amigos”. Geralmente, os próprios clientes procuram o perfil da empresa após a divulgação feita através da publicidade impressa e em outras mídias que chama atenção para as RS da agência. Os usuários costumam escolher assuntos que gostariam que fossem abordados pela agência nas RS, elogiam ações, criticam fatos e isto é utilizado pela agência para criar a melhor forma de se comunicar. Toda respostas recebida no Facebook serve para moldar as ações e as estratégias da Benetton. Em sua página do Facebook (http://www.Facebook.com/benettoncom), a empresa posta mensagens com o intuito de fazer com que os usuários que adicionaram sua página respondam suas postagens e se divirta com elas, sendo incentivados a interagirem com a empresa. A responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais da agência afirma que a Benetton tem o cuidado de trabalhar com conteúdos adequados para que o público se interesse pelo assunto, comente, curta, compartilhe, etc. Se tratando especificamente do Facebook, ela diz que nessa RS são postados conteúdos escolhidos conforme o público alvo e com a proposta que a empresa quer atingir. Além de divulgar informações da empresa em questão, realiza pesquisa e se preocupa com o que as pessoas discutem com seu grupo de referência/ relacionamento. E conclui que o bom desempenho das publicações, apesar de não serem conteúdos publicitários, mostra o trabalho desenvolvido pela Benetton para potenciais clientes.
  • 34. 32 A Benetton entende que medir o retorno sobre investimento nas redes sociais não é algo muito fácil, e costuma ser altamente intangível, mas com ações integradas online e offline é possível trazer um bom retorno, seja para a imagem da empresa, seja em vendas efetivamente. Figura 4.1 – Página da Benetton Comunicação no Facebook (02/12/2011)
  • 35. 33 4.2. Oficina De Beleza12 A Oficina de Beleza é um centro de beleza fundado em 15 de setembro de 1993 pelos profissionais Neusinha Carrenho e Marcelo Rodrigo, ambos consultores visagistas e terapeutas capilar formados pela Universidade Anhembi Morumbi – São Paulo (OFICINA DE BELEZA, 2011). O salão oferece serviços que variam entre manicure e pedicure, design de sobrancelha, tratamentos capilares como, corte, tintura, hidratação, implantes e apliques, tratamentos estéticos como, maquiagem, depilação, limpeza e clareamento de pele, e ainda oferecem pacotes especiais para noivos e noivas, debutantes, gestantes e SPA empresarial (OFICINA DE BELEZA, 2011). Como mídias de comunicação, a Oficina de Beleza utiliza a televisão, possuindo um programa quinzenal sobre estética e beleza; jornal, onde veicula anúncios semanais; na Internet, possui o site (www.oficinadebeleza.com.br), um blog, utiliza o Twitter e o Facebook. Dentre as mídias sociais, Santos, L. (2011) afirmar que o Facebook é a que traz mais reposta, pois os clientes utilizam mais essa RS do que as demais, e os conteúdos do site e do blog são divulgados também através do Facebook. O Facebook é utilizado pela empresa para se relacionar, chamar atenção para os produtos e serviços comercializados, divulgar promoções, novidades e conteúdos pertinentes ao negócio. Além de utilizar o perfil de uso corporativo, a Fan Page, a empresa criou um perfil de usuário em nome do salão (Figura 4.2), que permite aos outros usuários “adicioná-la aos amigos”. Santos, L. (2011) justifica dizendo que a empresa adota estratégias diferentes para os dois perfis, sendo que na Fan Page as estratégias são voltadas para publicidade e, no segundo perfil, para relacionamento e interação. 12 Informações obtidas por meio de entrevista, realizada no dia 24 de novembro de 2011, no salão Oficina de Beleza, localizada na Rua Manoel dos Santos Azanha, 11, Jardim Girassol - Americana - SP, com a responsável pelo gerenciamento das Redes Sociais do salão, Laís Silva dos Santos.
  • 36. 34 Figura 4.2 – Página da Oficina de Beleza no Facebook (26/11/2011) Apesar de terem acesso aos relatórios da Fan Page do Facebook, a entrevistada afirma que essa ferramenta ainda não é utilizada pela empresa e que, as ações nas RS se baseiam no que os clientes estão dizendo do salão. As RS da empresa são divulgadas na própria instalação do salão, através de cartazes com os endereços dos perfis, no entanto, Santos, L. (2011) expõe que os próprios clientes do salão procuram os perfis, principalmente do Facebook e, comparando os dois perfis nesse site, o perfil de “adicionar aos amigos” tem mais seguidores do que a Fan Page. Além das promoções e divulgação dos serviços e produtos, muitas vezes, a empresa posta fotos dos clientes utilizando os serviços no salão. Santos, L. (2011) diz que, os próprios clientes pedem para serem fotografados para aparecer no Facebook da Oficina de Beleza. Para o futuro, a Oficina de beleza pretende disponibilizar a opção de agendar horários através de seus perfis no Facebook. Atualmente, alguns clientes já fazem consultas sobre disponibilidade de horários através desse canal.
  • 37. 35 4.3. Rádio Vox 90 FM13 Em 1989, Marlon de Freitas assumiu a emissora de rádio até então chamada de FM Cultura com o projeto de implantar em Americana uma rádio FM diferente das que existiam até o momento, quebrando barreiras e buscando pioneirismo. Essa rádio, após ter sido chamada provisoriamente de Rádio 90, no fim do mesmo ano, passou a ser chamada de Vox 90 FM (VOX 90 FM, 2011). Desde então, a rádio procura inovar na programação musical, nas promoções paralelas e na atualização de seus equipamentos. Foi a primeira a utilizar Webcam, que permite aos ouvintes ver o que os locutores estão fazendo ao vivo através do site, a primeira a ter sua programação em Áudio Vault, que permite ter mais qualidade de som e foi umas das primeiras a fazer transmissões digitais, possuindo um canal analógico e três digitais (VOX 90 FM, 2011). Por ser uma empresa atenta às tendências e mantendo seu pioneirismo, a Vox 90, que já tinha interesse em utilizar as RS como novo canal de relacionamento com seus ouvintes, aproveitou a oportunidade ao ser procurada pela agência B2S Comunicação Interativa, que hoje se tornou responsável pelo monitoramento dos perfis online. A rádio já fazia uso do Twitter (microblog), no entanto as publicações não tinham cadência e propósito definido. A B2S identificou as necessidades da rádio, ofereceu um plano de ação para comunicação a partir das metas e identidade e perfil da empresa com o intuito de utilizar a mesma linguagem que a rádio já utilizada com seus ouvintes. De acordo com os entrevistados, inicialmente, a utilização do Twitter pela rádio superava a do Facebook, mas com o passar do tempo isso se reverteu, pois, apesar de o primeiro ter mais seguidores, o segundo propicia mais interação e gera maior resposta, tanto em relação à opção “Curtir” quando nos comentários. Durante a implantação, e apesar de ser algo novo para a maioria dos envolvidos na 13 Informações obtidas por meio de entrevista realizada no dia 11 de novembro de 2011, na sede da agência B2S, especializada em interação com clientes através de redes sociais, localizada na Avenida Campos Sales, 991, sala 24, Centro - Americana - SP, com os Social Media managers da empresa B2S e responsáveis pelo gerenciamento das Redes Sociais da Vox 90, Jean Perez e Gislaine Bettin.
  • 38. 36 rádio, não houve resistência por parte da equipe e dos radialistas da Vox 90, e o uso das RS como ferramenta corporativa influenciou até mesmo nos hábitos pessoais dos próprios locutores, que passaram a utiliza-las, ou mesmo, acessar com mais frequência. Os locutores têm passado por treinamentos para aperfeiçoar a utilização do Facebook, uma vez que, até mesmo os que não possuem perfis pessoais, acessam o da rádio para acompanhar. A agência B2S tem projetos para que a página no Facebook da Vox 90 (http://www.Facebook.com/Vox90) possa servir também de canal para os ouvintes pedirem músicas, atualmente isso só é possível por telefone ou através do site (www.vox90.com.br), tornando a programação ainda mais interativa e evidenciando também a participação do público na programação. Através do site, é possível ouvir a programação em tempo real, essa nova função a ser empregada à página no Facebook é mais uma forma de redirecionar o usuário para o site e igualmente o inverso. Além do crescimento da rede, novas opções se tonam possíveis, como por exemplo, fazer divulgação dos anunciantes através da Fan Page da Vox 90 no Facebook. A Vox 90 utiliza o Facebook principalmente para divulgar a programação e o site, se relacionar e cativar os ouvintes atuais, atrair novos ouvintes e promover a rádio e as promoções. A rádio realiza algumas promoções exclusivas para o Facebook, que muitas vezes estão relacionadas ao compartilhamento e divulgação para os ouvintes da rádio que usam essa RS e também para os usuários que ainda não são ouvintes da Vox 90, propiciando o aumento de ouvintes e beneficiando aqueles que já o são. As estratégias utilizadas na Fan Page da Vox são direcionadas para promover o compartilhamento, de modo que a recomendação dos usuários ouvintes possa influenciar outros, sendo assim, a rádio não utiliza a ferramenta de anúncios patrocinados para se autopromover no Facebook. A Vox 90 entende que, apesar de oferecer um espaço que propicia a publicação de críticas e reclamações tornando-as públicas, a rede de fãs e contatos do Facebook são pessoas que de alguma forma se identificam com a empresa, e mesmo os que
  • 39. 37 não estão satisfeitos, ao serem respondidos e perceberem o interesse da empresa em se relacionar, eventualmente podem mudar de opinião. Estando a rádio e a agência cientes de que podem receber críticas e fazendo o possível para convergir o ouvinte reclamante em uma pessoa satisfeita com a atenção recebida, as campanhas e promoções lançadas são pensadas e estruturadas para evitar margens para especulação, usando clareza e diplomacia ao lidar com essas situações. Através de relatórios sobre a Fan Page (Figura 4.3), que permitem mensurar a visualização da página e a repercussão do conteúdo, entre outros dados, a empresa pode fazer adequações no seu conteúdo e torná-lo mais interessante. Adequação como postar conteúdos por faixa etária (Figura 4.4), seja para estimular um determinado grupo que tem pouca participação, seja para atender àqueles que representam a maior parcela de usuários que “curtem” a página. Os relatórios também fornecem dados que permitem fazer uma comparação entres os canais de comunicação utilizados. Por exemplo, no período de aproximadamente um mês (de 14/10/2011 a 12/11/2011) (Figura 4.3) a Fan Page da Vox teve 5.532 opções “Curtir” e a média de ligações por mês é de 5.500, mostrando que mesmo sendo um canal utilizado há menos tempo, o Facebook já obtém a mesma repercussão alcançada por outros meios.
  • 40. 38 Figura 4.3 – Relatório Fan Page do Facebook (período de 14/10/2011 a 12/11/2011) Figura 4.4 – Dados demográficos do relatório do Facebook
  • 41. 39 5. COSIDERAÇÕES FINAIS O advento da tecnologia promoveu uma evolução na sociedade, fazendo com que os relacionamentos e as formas de se relacionar fossem alterados. Consequentemente, o comportamento do novo cliente está diferente, pois esse passou a ter canais para se expressar e para buscar apoio de outros clientes. Diante disso, as empresas também tiveram que mudar suas estratégias e canais de relacionamento para conquistar e reter seus clientes. Através do levantamento bibliográfico, contatou-se que o principal benefício na utilização das Redes Sociais é a interação que estas proporcionam entre os usuários. No Facebook, esse benefício é ainda mais evidente devido à rapidez com que essa plataforma atrai novos usuários e as facilidades de interação, o que tem convidado as empresas a utilizarem-na cada vez mais. Observa-se que o Facebook consegue atingir vários públicos, de faixas etárias distintas e de ambos os sexos, o que, proporcionalmente, aumenta a probabilidade de uma empresa encontrar seus clientes-alvo nessa rede. A penetração das RS no cotidiano das pessoas na atualidade é tamanha que, essas, muitas vezes são usuários vinculados a mais de uma rede, acessando mais do que uma simultaneamente, algo que é estimulado até mesmo pelas conexões que existem entre as redes. Atualmente, diversas empresas, independentemente do porte, segmento de atuação, ou localização, tem identificado as RS como ferramenta para monitorar e interagir com os clientes com a conveniência de ter baixo custo com vantagens perceptíveis e facilidade de uso. Com a voz ativa dos usuários e a visibilidade obtida através das RS, percebe-se a participação mais efetiva dos clientes nas estratégias empresariais, seja porque as empresas estão se adequando ao novo cliente, seja porque precisam atender às solicitações e ouvir as opiniões partidas dele. Com esse novo perfil do cliente, as empresas começam a se adaptar para penetrar nas RS. Em especial no Facebook, que é feito de compartilhamentos e da opinião e
  • 42. 40 preferências de seus usuários, é necessário que as empresas adotem estratégias que sejam específicas para essa plataforma. Através dos comentários e ações dos usuários no Facebook, uma empresa pode monitorar sua reação diante das estratégias de comunicação adotadas, qual a opinião deles sobre a empresa, a marca e os produtos e serviços, e esse monitoramento fornece informações que auxiliam na tomada de decisões estratégicas. Com base nessas informações, as empresas podem moldar suas campanhas para objetivos específicos. Os clientes procuram se agrupar em torno de suas marcas favoritas e, através do Facebook, é simples identificar a anuência ou discordância com uma opinião, pois os botões “Curtir” e “Compartilhar” podem funcionar como referência. Da mesma forma, uma empresa pode medir seu nível aceitação através de indicadores como o número de seus seguidores e as atividades em torno de sua Fan Page ou perfil. Para o cliente que vem buscando cada vez mais mudanças, os meios tecnológicos, principalmente a Internet, implica em elementos através dos quais eles podem se expressar e externar suas necessidades. As RS reforçaram o conceito de Marketing boca-a-boca, o que concebe desafios e oportunidades para as empresas. Mesmo que um grande número de empresas tenha receio de utilizar esses canais de relacionamento com o cliente, o outro lado mostra que algumas já enxergaram a potencialidade que as RS representam na comunicação de Marketing, passando a fazer uso dessas plataformas que tornam o relacionamento mais próximo e constante. No decurso das entrevistas com os gerenciadores das RS das empresas analisadas, pode-se observar que a utilização do Facebook, não só mudou o relacionamento com os clientes, mas também os hábitos de utilização dos próprios funcionários, que passaram a utilizar essa RS, ou mesmo acessá-la com mais frequência. Além disso, as entrevistas permitiram atrelar os levantamentos bibliográficos com a aplicação prática desses conhecimentos. Por meio desse estudo, foi possível verificar a vivência de algumas empresas e observar os benefícios obtidos através da utilização do Facebook. Os exemplos
  • 43. 41 analisados mostraram que, mesmo as empresas que já utilizam o Facebook, não exploram todas as ferramentas disponíveis, deixando margem para aumento e melhora das estratégias utilizadas. Esses exemplos podem servir de referência para outras empresas analisem as estratégias utilizadas, utilizem estratégias semelhantes ou reformulem-nas para auferir obejtivos específicos e benefícios. Por ser um tema em ascenção a pesquisa tornou-se mais absorvente e ao mesmo tempo mais interessante. O uso corporativo das RS levanta questionamentos que podem ser esclarecidos por estudos complementares referentes à adaptabilidade das empresas às mudanças tecnológicas, a capacidade das empresas de mensurar os resultados da utilização das RS em longo prazo, o tipo de abordagem para RS que traz mais resultados e sobre a importância da interação com o cliente para as decisões estratégicas das empresas entre outras indagações.
  • 44. 42 REFERÊNCIAS ABRANTES, Talita. Facebook supera LinkedIn em recrutamento. Disponível em: <http://migre.me/7lsZW >. Acesso em: 07 nov. 2011. AOL Brand New World. Disponível em: <http://www.digitaltrainingacademy.com/research/AOL_Brand_New_World.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2011. ARANHA, Eduardo Souza. Retenção e Fidelização: como as empresas líderes estão se beneficiando. Disponível em: <http://www.abemd.org.br/artigoscompleta.php?id=3760>. Acesso em: 13 set. 2011. BASILE, Max. Do Marketing de relacionamento ao Marketing de permissão. Disponível em: <http://www.abemd.org.br/artigoscompleta.php?id=3752>. Acesso em: 13 set. 2011. BENETTON COMUNICAÇÃO. Disponível em: <http://www.benettoncomunicacao.com.br/>. Acesso em: 12 nov. 2011. BLACKSHAW, Pete; NAZZARO, Mike. Consumer-Generated Media (CGM) 101. Disponível em: <http://www.nielsen- online.com/downloads/us/buzz/nbzm_wp_CGM101.pdf>. Acesso em: 13 set. 2011. BOETTINGER, H. M. O Impacto da Tecnologia. In: Formação de dirigentes. Drucker, Peter. Rio de Janeiro: Expressão e Cultura, 1970. CASTELLS, Manuel. La galaxia Internet. Móstoles: Areté, 2001. DELFINI, Luciano. Facebook. LocaWeb: A Internet em revista, Grajaú, n. 20, p.25- 33, 01 fev. 2010. DELOITTE. Pesquisa: "Mídias sociais nas empresas". Disponível em: <http://migre.me/7lsZD >. Acesso em: 25 maio 2011. DÍAZ BORDENAVE, Juan E. O que é comunicação. 1ª ed. São Paulo: Brasiliense, 2005.
  • 45. 43 DOURADO, Danila. Redes Sociais e inteligência de mercado. In: PAPERCLIQ (org.). #Mídias Sociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões. Salvador: Papercliq, 2010. p. 118-127. FACEBOOK (org.). Estatísticas Facebook. Disponível em: <http://www.Facebook.com/press/info.php?statistics>. Acesso em: 27 out. 2011. FOCUS EDITORS (Ed.). The Real Cost of Social Media. Disponível em: <http://www.focus.com/fyi/real-cost-social-media/>. Acesso em: 21 ago. 2011. Folha de São Paulo. Entenda o que é a Web 2.0. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u20173.shtml>. Acesso em: 06 jun. 2011. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5ª ed. São Paulo: Atlas, 1999. GODIN, Seth. Permission Marketing. 1ª ed. New York: Simon & Schuster, 1999. Disponível em: <http://www.sethgodin.com/permission/thanks.asp>. Acesso em: 13 set. 2011. IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Sinopse do Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro: 2011. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/censo2010/sinopse.pdf>. Acesso em: 26 out. 2011. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de Marketing. 12ª ed. São Paulo: Pearson Prenticd Hall, 2006. LIMEIRA, Tania M. Vidigal. E-Marketing: O Marketing na Internet com casos brasileiros. 2ª ed. São Paulo: Saraiva, 2007. MASLOW, Abraham Harold. Motivation and Personality. 3th ed. New York: Harper & Row, Publishers, Inc., 1970. MCKENNA, Regis. As cinco regras do novo Marketing. Disponível em: <www.gientorski.com.br/trabalho/download?ID_TRABALHO=16>. Acesso em: 01 jun. 2011.
  • 46. 44 OFICINA DE BELEZA. Disponível em: <http://www.oficinadebeleza.com.br/index.php>. Acesso em: 25 nov. 2011. PATRÍCIO, R.; GONÇALVES, V. Facebook: rede social educativa? Disponível em: <http://bibliotecadigital.ipb.pt/bitstream/10198/3584/1/118.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2011. PREFEITURA MUNICIPAL DE AMERICANA, Departamento de Registro de Atividades. Atividades Cadastradas A/C Virgínia. [mensagem pessoal] Mensagem recebida por: <taylise.biffi@gmail.com>. em: 29 nov. 2011. PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na WEB 2.0. In: XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2006, Brasília: Anais, 2006. RECUERO, Raquel. Redes Sociais na Internet. Porto Alegre: Sulina, 2009. SAMPIERI, Roberto Hernández; FERNÁNDEZ-COLLADO, Carlos; LUCIO, Pilar Baptista. Metodología de la investigación. 4º ed. México: Mc Graw Hill, 2006. SBARAI, Rafael. 50% dos brasileiros conectados usam redes para comprar. Disponível em: < http://migre.me/7lsYQ>. Acesso em: 03 jul. 2011. SCHUSCHNY, Andrés. La red y el futuro de las organizaciones: ¿Más conectados... Más integrados?. 1ª ed. Buenos Aires: Kier, 2007. SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23ª ed. rev. e atual. São Paulo: Cortez, 2007. SHETH, Jagdish; MITTAL, Banwari; NEWMAN, Bruce. Comportamento do cliente: indo além do comportamento do cliente. São Paulo: Atlas, 2001. SOUSA, Larissa Mahall Marinho de; AZEVEDO, Luiza Elayne. O uso das mídias Sociais nas Empresas: Adequação para cultura, identidade e públicos. Disponível em: <http://www.intercom.org.br/papers/regionais/norte2010/resumos/R22-0015- 1.pdf>. Acesso em: 17 fev. 2011.
  • 47. 45 SPYER, Juliano. É vital não cair no conto da Web 2.0: depoiment. 29 jul. 2008. Grajaú: LocaWeb: A Internet em revista, n. 9, p.6-7. Entrevista concedida a Vinícius Sérgio. VAZ, Conrado Adolpho. Google Marketing. São Paulo: Novatec, 2008. VERDE, Amodiovalerio. Facebook Demographics Jan 2011. Disponível em: <http://amover.files.wordpress.com/2011/01/Facebook-worldwide-2011-revised.jpg>. Acesso em: 15 jan. 2011. VOX 90 FM. Disponível em: <www.vox90.com.br/Vox90>. Aceso em: 11 nov. 2011.