O jornal do CeSIUM apresenta:
1) Uma entrevista com o empreendedor Simão Soares sobre a sua empresa Silico Life de biologia computacional.
2) O próximo fim-de-semana radical organizado pelo CeSIUM no Gerês.
3) A nova plataforma SIMON para gestão de grupos desenvolvida no âmbito de um mestrado.
1. PUB
Janeiro de 2011
CesiUM, Dep Informática Portáteis Asus+Toshiba +Sony+HP=
Condições Especiais para alunos
Universidade do Minho
/log/CeSIUM
Mensal, Nº1
Direcção: Inês Espojeira
Paginação: Inês Espojeira
Edição: Madalena Gonçalves O jornal do CeSIUM PUB
“A experiência associativa é
uma mais-valia no mundo Fevereiro Radical
empresarial” De 18 a 20 de Fevereiro, o
CeSIUM organiza um Fim-de-
Semana Radical.
Entrevista a Simão Soares, da empresa Silico Life É a primeira iniciativa do gé-
O antigo aluno de Engenharia Informática da Universidade do Minho nero e acontece no Gerês.
contou, em entrevista ao /log/CeSIUM, como nasceu a Silico Life e dei- Pág. 3
xou conselhos aos alunos da licenciatura e do mestrado. Pág.2e3
PERL
O Centro de Apoio ao Open
Source organizou, no dia 13,
um Workshop de Introdução
ao Perl. Pág.4
Futsal no Feminino
A iniciativa é do CeSIUM e
tem começo marcado para 22
de Fevereiro.
Decorre na Nave Desportiva
de Gualtar e
está aberto a
todas as alu-
nas da Acade-
Silico Life: Paulo Maia, Paulo Vilaça, Simão Soares, SProf. Miguel Rocha, no EBI (European
Bioinformatics Institute, em Cambridge) mia.
Há atribui-
Nova plataforma para gestão de grupos ção de pré-
O SIMON é uma forma de Group Management System (GMS), mios para 1º,
de custo reduzido, e com possibilidade de personalização de 2º e 3º luga-
acordo com as características de cada cliente. res, melhor jogadora, melhor
O projecto surge no âmbito do mestrado em Engenharia Infor- guarda-redes e melhor marca-
mática. Pág 4 dora. Pág.4
PUB
2. 2 Info-Lesium Janeiro de 2011
Entrevista com Simão Soares, da empresa Silico Life
“Em Portugal somos pioneiros na área da Bioinformática”
Porquê Bioinformática?
Era uma aplicação diferente, uma aplicação concreta das ciências da compu-
tação,numa área que e muito motivadora porque tem uma série de aplicações
na saúde, na biologia, na biotecnologia industrial.
Foi o teu primeiro contacto com a Biologia. Conseguiste acompanhar o
ritmo do mestrado?
Consegui acompanhar. Obviamente foi um desafio, tive de entrar neste
mundo, perceber esta linguagem. A componente do mestrado dá-nos um boca-
dinho das ferramentas para depois sabermos falar a linguagem da biologia,
para só depois percebermos como é que a podemos aplicar à parte computacional. Mas tudo se faz
quando existe vontade, não é nada de transcendente.
Como surge a Silico Life?
A experiência associativa, tanto no CeSIUM como na Associação Académica, de motivar as pessoas,
trazê-las para uma causa, liderá-las, cumprir uma série de objectivos, com certeza é uma mais-valia
para depois, no mundo empresarial - seja na criação, no meu caso da própria empresa, seja como tra-
balhador por conta de outrém- penso que ajuda muito.
No meu 1º ano de mestrado, estava num grupo de investigação do Departamente de Produção e
Sistemas, ligado à área de optimização. Depois de terminar o ano curricular de Mestrado fui fazer
parte da minha tese na Dinamarca, na Universidade Técnica de Copenhaga fui, já nessa altura, parti-
cipando em alguns concursos de empreendedorismo, com amigos, muito na tentativa de explorar e
tentar pôr algumas ideias em papel e defendê-las. Depois, quando voltei para Portugal, para terminar
a minha tese, fui convidado a integrar este projecto, com os meus colegas de mestrado e com os
orientadores científicos. A partir daí, começou a delinear o que daria origem à Silico Life, de que de
momento estou com as funções executivas. As pessoas tem é de se atrever, de ter perseverança;
pensem mais seriamente em algo e depois as coisas ganham uma dinâmica própria e é o próprio pro-
jecto que vos diz atrevam-se!
O que faz a Silico Life?
Explicando, simplesmente, o que nós fazemos são soluções de biologia computacional para as ciên-
cias da vida. Pegamos nos conceitos de ciências da computação e como conseguimos perceber as
linguagens e os problemas tanto da biologia, da tecnologia bioindustrial, como das ciências da saúde,
temos mais aptidões para desenvolver soluções para esses mercados. Na nossa principal área, a bio-
tecnologia industrial, ajudamos no processo de investigação e desenvolvimento.
A biotecnologia industrial é uma área industrial que está presente, um bocadinho invisível, nos mais
diferentes pontos da nossa vida: tanto nos farmacêuticos, nos cosméticos, na indústria alimentar, etc.
Em todas essas áreas, o motor são microorganismos que produzem determinados compostos.
Nesse âmbito, nós modelamos esses microorganismos, em modelos computacionais - que, como
costumamos dizer, são os nossos mapas -, e depois temos os nossos algoritmos, baseados em inteli-
gência artificial, que actuam sobre esses mapas. Isto resulta numa espécie de GPS, que é uma analo-
gia que gostamos de usar, de tentar encontrar as condições para uma produção óptima de um
determinado alvo, um determinado composto. E nós conseguimos dar um método racional à investi-
gação e/ou desenvolvimento encurtando o risco e o tempo que demora a desenvolver.
Vai havendo, então, bastante trabalho. E a nível internacional tem havido oportunidades?
Nós estamos numa fase de arranque. Quando arrancamos, e achávamos que tínhamos projectos
para sobrevivermos durante uns tempos, pegámos no capital social, financiado pelos fundadores da
empresa, e fomos alavancando o projecto sempre com uma estratégia muito sustentada
3. Janeiro de 2011 Info-Lesium 3
de investimento próprio. Isso foi com projectos nacionais, mais na área de análise de dados de ori-
gem biológica. Internacionalmente, estivemos, recentemente, na Escócia, no Fórum Europeu de Bio-
tecnologia. Estamos a desenvolver contactos, temos alguns projectos numa fase inicial.
Estamos envolvidos com alguns parceiros europeus; falamos com os parceiros académicos que
temos e fazemos uma espécie de translação para a indústria da investigação.
A Silico Life em Portugal
Estamos 9 pessoas envolvidas neste projecto, mas a empresa começou comigo e com outros cole-
gas daqui da Universidade do Minho, alguns deles a prosseguir agora o doutoramento nesta área.
Em Portugal, pelo menos a funcionar, nós somos pioneiros na área da bioinformatica. A nível mun-
dial, na parte de biologia de sistemas, na parte de optimização, podemos dizer que somos das poucas
empresas; existe alguma concorrência na parte dos contac-
tos entre as empresas mas pode dizer-se que é um mercado
ainda em expansão.
Alunos que queiram colaborar convosco, é possível?
Para já ainda não temos necessidade de ir buscar gente,
mas claro que esse é o nosso objectivo. E claro que a Univer-
sidade do Minho é uma fonte primordial para nós, primeiro
porque procuramos competências que o mestrado em Bioin-
formática no Minho oferece e, claro, pela ligação à academia.
Como se constrói uma empresa de sucesso? Silico Life: Paulo Maia, o Paulo Vilaça,Simão Soares, SProf. Miguel
Rocha, no EBI (European Bioinformatics Institute, em Cambridge)
O sucesso é relativo, ele constrói-se. Devemos sempre fazer
coisas que nos dêem prazer e o primeiro passo para começar a levar uma coisa mais a serio é come-
çar a escrever as coisas. Pegar no papel e escrever as coisas. Não existem ideias perfeitas, elas tem
sempre falhas e dai que alguns concursos permitem é perceber o que é preciso refinar para o projecto
funcionar. O que é preciso é ter noção do mercado, da possibilidade de concorrência, mas nos temos
vantagens, temos um factor de diferenciação.
Sobre Simão Soares
Sobre a Silico Life Entrou em 2004, na Universidade do Minho, na Li-
cenciatura em Engenharia de Sistemas e Informática
(Licenciatura em Engenharia Informática desde Bo-
lonha).
Vindo de um curso profissional em Informática de
equivalência ao secundário, em 2007, ingressou no
Mestrado em Bioinformática.
Nasceu em 2010 e, no mesmo ano, ficaram Fez parte do Associação Académica, da Comissão
em primeiro lugar no ‘Atreve-te 2010’, um con- de Praxe do seu ano e do CeSIUM, durante os 5
curso para premiar as melhores ideias e con- anos como estudante na Universidade do Minho.
ceitos de negócio.
Foi organizado pelas academias de Portugal, Fim-de-semana radical
para alunos finalistas ou recém formados, e O próximo fim-de-semana de 18 a 20 de Feve-
contou com o patrocínio da Presidência da Re- reiro é marcado por mais uma actividade do
pública. CeSIUM: o fim-de-semana radical.
No parque de campismo de Cerdeira, no cora-
ção do Gerês, qualquer membro está convi-
Inês Espojeira e Miguel Regedor dado a participar de vários jogos e diversões
de pôr adrenalina a correr nas veias.
O preço é de 40 euros.
Inês Espojeira
4. 4 /log/CeSIUM Janeiro de 2011
Futebol no feminino
O CeSIUM está a preparar o seu I Torneio de Futsal Feminino.
A iniciativa, fruto de mais uma parceria entre o nosso centro de estudantes
e a Comissão de Festas de LEI 2010/11, tem começo marcado para o dia
22 de Fevereiro. Decorre na Nave Desportiva de Gualtar e está aberto a
todas as alunas da Academia.
Organizado no seio de um curso composto na sua grande maioria por ra-
pazes, este torneio reservado às raparigas prima pela inovação.
As oito equipas da competição são distribuídas por dois grupos, há atribui-
ção de 6 prémios para as equipas que se classificarem em 1º, 2º e 3º lugar
es, para a melhor jogadora, a melhor guarda-redes e a melhor marcadora.
Na semana de início da competição, será também organizada na Discoteca
Sardinha Biba uma festa oficial da mesma. Nelson Carvalho
SIMON
O SIMON é a nova plataforma disponível para a gestão de grupos, de custo reduzido, e com pos-
sibilidade de personalização de acordo com as características de cada cliente.
É uma forma de Group Management System (GMS) e surge no âmbito de uma unidade curricular
(UCE15), do mestrado em Engenharia Informática.
Esta aplicação integra funcionalidades de homepage (publi-
cação de notícias) e vem solucionar dificuldades de organi-
zações gerirem a sua imagem online, comunicarem com os
Disponível em http://simon.di.uminho.pt
seus associados, divulgarem os seus eventos, e gerirem pro-
jectos internos (distribuir tarefas e responsabilidades, calendarização, etc.).
A plataforma Web será, também, gerida por membros do CeSIUM e vem melhorar a gestão e or-
ganização do cliente. Está já a ser utilizada pelo núcleo de estudantes de medicina (NEMUM) dis-
ponivel em www.nemum.com Inês Espojeira
Perl
O Centro de Apoio ao Open Source organizou, no dia 13, mais uma actividade, desta vez uma
Workshop de Introdução ao Perl. Especialmente destinado a quem não tinha conhecimentos ne-
nhums de Perl, foram abordados os conceitos básicos desta linguagem. A Associação Portuguesa
de Programadores Perl (APPP) [ver caixa] cedeu, gentilmente, ao CeSIUM, para este workshop,
os slides que foram elaborados no âmbito de uma formação para iniciados na Portuguese Perl
Workshop 2010.
O workshop começou por volta das 16 horas, sendo a audiência composta por alunos dos vários
anos da LEI e do MI/MEI. O background que já possuíam permitiu manter um ritmo rápido, o que
seria impossível com pessoas com menos conhecimentos de programação. Os primeiros minutos
foram dedicados a explicar o que é o Perl, em que sistemas e versões está disponível e como se usa.
Abordou-se, também, a linguagem propriamente dita: conceitos básicos sobre sintaxe, tipos de va-
riáveis e scopes, condições e ciclos, sempre acompanhado de exercícios resolvidos "em tempo real".
Discutiram-se, ainda, os operadores built-in, funções de input e output e as regras de escrita de
funções. Falou-se ainda de passagem de valores por referência (mais um tópico em que ajudou o
conhecimento prévio do conceito por parte da audiência), e para finalizar, umas dicas rápidas sobre
como instalar, usar e escrever módulos e alguma bibliografia recomendada.
Este foi o primeiro de vários workshops que o APPP
CeSIUM está a planear sobre Perl. Os próximos A Associação Portuguesa de Programadores Perl tem
irão incidir sobre temas mais avançados, como como objectivos a promoção e divulgação da lingua-
gem de programação Perl em Portugal. A APPP é
interacção com bases de dados, desenvolvi- composta por uma lista de membros influentes e com
mento de aplicações web ou processamento de contribuições de reconhecimento internacional.
documentos de texto. André Santos http://www.perl.pt/
5. Janeiro de 2011 /log/CeSIUM 5
Cassandra, the Data Model
Na minha tese de Mestrado estarei a trabalhar com Cassandra, um sistema de gestão de bases de dados
distribuídas em código aberto. Para começar, vamos olhar para uma das maiores diferenças entre este
tipo de DBMS (Database Management System) e os habituais sistemas relacionais, o modelo de dados.
O Cassandra foi criado pelo Facebook e é baseado em Dynamo e Bigtable. Os principais objectivos
deste sistema é ser altamente escalonável, descentralizado e tolerante a falhas.
O teorema CAP de Eric Brewer’s diz que é impossível para um sistema de computação distribuído, si-
multâneamente, fornecer todas estas garantias:
Consistência
Disponibilidade(availability)
Tolerância à partição
Os membros do movimento NoSQL (o que inclui o Cassandra) focam-se nos últimos dois, desleixando-
se um pouco na consistência. Fornecem, o que é conhecido como consistência eventual.
Depois disto, vamos olhar mais de perto o Modelo de Dados do Cassandra.
Normalmente os membros do NoSQL são key-value stores, que quase não tem estrutura no seu modelo
de dados, além de que podem ser vistas como um array associativo.
Por outro lado, o Cassandra é um sistema de base de dados orientado, com um grande estrutura.
O bloco básico de construção do Cassandra são as Columns, que não são mais do que um tuplo com
três elementos, um nome, um valor e uma timestamp.
De seguida temos o que é conhecido com SuperColumn, que também é um
tuplo, mas que só tem dois elementos, o nome e o valor, com a particularidade
de o valor ser uma mapa de chaves para colunas (esta chave tem de ser a
mesma da coluna do nome).
O que reúne tudo isto são as Famílias de Colunas (ColumnFamilies), uma estrutura que pode
C
armazenar um infinito número de linhas (SuperColumns).
Têm um nome e um mapa de chaves para linhas.
ULTURA EM BRAGA
Mas há que ter em mente uma coisa no momento de
concepção de um modelo em Cas-
MÚSICA “Canções” de Casa das Artes,
sandra; ele é feito para optimizar lei- Pedro Abrunhosa, 15 Famalicão
turas, não faz nenhum tipo de 28, 29 Jan 21h30
processamento aquando da recolha EXPOSIÇÃO VII Concurso Casa dos Crivos,
de dados armazenados. Todo o pro- Municipal de Fotografia 2010 até 29Jan
cessamento, classificação, indexação CINEMA “Sem Ela” Cinema Theatro Circo,
(pode usar-se colunas de familias - Feminino Singular, Femi- 24 Jan, 21h30
para criar índices) são feitos aquando nino Plural, 3
do armazenamento dos dados referi- CINEMA “Flores Partidas”, Videoteca Muni-
dos. Isto é basicamente o oposto do “E a tua mãe também” - Ci- cipal, 2ª-feiras,
nema de Almofada 21h30
que acontece nos modelos tradicio-
CINEMA “24 Hour Party Velha-a-Branca,
nais, por isso se os vais usar, tem em
People”de Michael Winterbot- 26 Jan, 21h45
atenção esta diferença. tom - Velhacine
DANÇA “The Night will be Theatro Circo
Luís Zamith Black”, Astrid Takche de To- 11Fev, 21h30
(tradução de João Magalhães) ledo, 6
TEATRO “A Menina do Theatro Circo,
Mar”, Filandorra-teatro do 14, 15 Fev
Nordeste, 3 14h30e10h30
6. 6 /log/CeSIUM Janeiro de 2011
Editorial
“New Born”
É na qualidade de nova directora do /log/Cesium, do Centro de Estudantes de En-
genharia de Sistemas e Informática, que vos escrevo.
O antigo Info-Lesium está de volta! Com novo nome, novo projecto, novas mãos,
novas caras que querem mostrar, mais uma vez, à universidade que o CeSIUM é
um núcleo de estudantes digno, trabalhador e merecedor da vossa atenção.
Trazemos-vos um jornal renovado, com espaço para noticiar os assuntos mais im-
portantes a ocorrer durante cada mês, tanto no âmbito das actividades do CeSIUM
como das da nossa universidade. Destacamos também um espaço dedicado exclu-
sivamente à opinião dos membros do CeSIUM relativamente a questões do mundo
informático ou a outras que possam mostrar-se do interesse dos estudantes.
Entre os renovados votos para 2011, o CeSIUM considerou importante fazer renas-
cer este traço da sua identidade: a procura constante de aproximação a cada mem-
bro.
A todos os que abraçaram este novo projecto, a todos os que contribuíram com
ideias ou apenas com apoio moral, aos que perderam minutos do seu precioso tempo
a construir este jornal; a todos os que se envolveram neste re-born do /log/CeSIUM,
e ao Roberto, o meu obrigado pessoal.
A directora,
Inês Espojeira
Correios
Correios, é o primeiro romance de Charles Bukowski. Apesar de
nos ter deixado um legado poético anterior a Correios, é neste livro
que Bukowski inicia o seu brilhante - leia-se hilariante - percurso
como romancista.
Este livro, como em quase todos os de Bukowski, tem como per-
sonagem central Henry Chinaski, um trabalhador dos correios, que
se supõe ser Bukowski alter-ego e um personagem semi-biográ-
fico
É tido como muitos o natural ponto de partida para nos iniciarmos
na leitura de Bukowski, que de resto é fácil e agradável: sexo, wis-
key e pancadaria andam lado a lado com os problemas do dia-a-
dia que o personagem sempre os resolve da mesma maneira, com
sexo, wiskey e pancadaria.
João Moura
7. Janeiro de 2011/log/CeSIUM 7
A MINHA experiência Erasmus
A história começa em 2007, quando me inscrevi para "Padrinho de Erasmus" no GRI. Durante esse
ano fiquei encarregue de ajudar e apoiar um aluno de Erasmus (Teodoro de Itália!). Foi uma experiência
muito gratificante pois, hoje em dia, é um grande amigo e já me recebeu uma semana na sua casa no
centro de Milão. No final do ano, fizemos um jantar de despedida com alguns amigos de Erasmus que fiz
nesse ano. Mais tarde, já em Dezembro de 2008, ponderei a hipótese de ir eu também estudar para fora.
Estudei as alternativas e o que tinha de fazer cá de modo a conseguir fazer as disciplinas e não perder o
ano.
Tinha um vasto leque de países à escolha, fruto de trabalho e bons relacionamentos entre as universi-
dades, pórem apenas 3 ou 4 destinos me seduziam: Holanda, Itália, Áustria e Bélgica. Acabei por não
conseguir ir para a Holanda mas fiquei na segunda opção (Gent- Bélgica). Curiosamente, o meu vizinho
de quarto e grande amigo veio da Holanda.
Tive bastante dificuldades em conseguir definir o meu plano de estudos pois tive muitas dificuldades
em falar com os coordenadores da minha escola. Passei vários dias a deslocar-me à universidade e a
voltar desanimado por não encontrar uma solução. Finalmente, após três semanas, e muitos e-mails in-
ternacionais, consegui. Fiquei com cadeiras de mestrado para o qual não tinha bases suficientes mas lá
consegui resolver as coisas.
Muitos alunos pensam que ir de Erasmus é fazer cadeiras de "borla". Não é bem assim... Universidades
da Bélgica e Holanda são universidades muito boas a nível de Informática e não facilitam! Consegui fazer
5 das 7 cadeiras com alguma dificuldade. Mas Erasmus é muito mais do que ir estudar para fora, para
um país diferente; Erasmus é uma oportunidade de conhecer amigos de todas as partes do mundo, desde
Estados Unidos até á Indonésia. Foram seis meses muito bons em que fiz grandes amizades, partilhei a
cozinha com amigos com ideias de culinária "divergentes", convivi com culturas e religiões diferentes,
mas no fim todos nos sentávamos à mesma mesa a jantar, a discutir a próxima viagem ou a peripécia
que aconteceu durante o dia.
A pior sensação de Erasmus é dizer "adeus" a pessoas que viveram contigo e partilharam tantas aven-
turas e não estão a uma auto-estrada de viagem.
Felizmente, existe o skype. Os voos estão baratos e a passagem de ano de 2010 ficará na minha me-
mória como uma aventura em Budapeste onde se deslocaram, literalmente, dos quatro cantos do mundo,
20 amigos e pudemos, mais uma vez, viver uma semana de "Erasmus" todos juntos.
"Se gostei de Erasmus ?" Gostei!
Daniel Quinta
O teu espaço
O /log/CeSIUM também é teu! Dá-
nos as tuas sugestões, faz os teus co- PUB
mentários, diz-nos o que achaste,
para cesium@di.uminho.pt
8. 8 /log/CeSIUM Janeiro de 2011 J
Facebook C
O Facebook foi criado a 4 de Fevereiro de 2004 e é, hoje em dia, uma rede social com uma gama de U
utilizadores que vai até 500 milhões de utilizadores activos. /
Fundada por Mark Zuckerberg, esta rede social diferencia-se das outras todas já antes criadas por M
ter um aspecto formal, organizado, com uma quantidade quase infinita de aplicações. Destaca-se tam- D
bém pelas possibilidades de interacção que disponibiliza aos seus utilizadores, tanto ao nível da partilha P
de informação como fotos ou vídeos. E
Este tipo de redes interliga pessoas, que normalmente não interagiriam, devido a gostos ou amigos
em comum. Devido, ainda, à extensa rede de amigos que esta rede social fornece, o utilizador tem a
possibilidade de estar a par das notícias mais recentes, superando, muitas vezes, os meios de comu-
nicação social.
Uma das possibilidades que este tipo de redes sociais oferece é a partilha de carga de dados pelos
diversos amigos da rede pessoal de cada um.
Suponha-sedo que existe uma fotografia de 1 Gigabyte e supondo numa escala muito menor da ver-
dadeira que o indivíduo Daniel tinha apenas quatro amigos na sua rede social. Este podia distribuir o
processamento da sua reprodução pelos quatro amigos da sua rede social diminuindo até 4 vezes a
carga que normalmente exigiria sem essa distribuição, como mostra a imagem.
Porém será isto tudo só facilitismo e evolução? Não estaremos a diri-
gir-nos para uma geração que perde de dia para dia alguma humani-
dade? Estas redes sociais entraram na nossa sociedade de rompante e
mudaram toda a maneira como vemos as relações. Tentamos interligar
-nos emocionalmente já filtrando através da informação que consegui-
mos adquirir a partir desta rede. Inconscientemente estamos a descartar
pessoas que a nossos olhos não são compatíveis connosco.
Perdemos a surpresa e a descoberta de um estranho com uma conversa, apagamos horas e porme-
nores que antigamente não perdíamos. Perdemos aquele pedido que fazemos ao nosso amigo para
nos apresentar uma rapariga com um simples pressionar de um botão.
A nossa intimidade é descartada a cada nova geração de redes de pessoas e amigos. Eu sou do
tempo em que a novidade era o telemóvel e acredito ter perdido “aquele” olhar ou um gesto que nos
permitiria sonhar até sermos velhos e não obtive pois estava mais preocupado a escrever e a ler de
um aparelho tecnológico. Talvez não nos apercebamos, mas todas estas tecnologias tornam as nossas
relações um bocadinho mais vazias, menos propícias a erros e à aprendizagem a que nos levam.
O ser humano precisa de socializar, precisa de trocar ideias, histórias e experiências, mas dentro
dessas constantes necessidades é sempre preciso voltar às raízes e ter a noção que nem tudo que é
fácil e prático é melhor para a nossa vida. Diego Albuquerque
Cartoon de José Moreira e Ricardo Corrreia
Anysolu- Formação Inicial de formadores (Protocolo AAUM), 250 , a 21 de Jan
tions, Forma- Curso CCNA Cisco Systems Campanha apenas a 999 , a 20 de Jan
P ção,
Consultoria e
U Serviços de
Networking
B