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EDUCAÇÃO EM FOCO
Qual a sua visão sobre
o papel da Universi-
dade Corporativa do
Transporte (UCT) ao
longo destes sete anos?
A UCT tem papel es-
tratégico para o setor.
Oferece a chance de apri-
moramento profissional a
toda a força de trabalho
deste segmento, atin-
gindo as diversas faixas
hierárquicas com opções
de cursos e palestras fei-
tas especialmente para a
categoria, contando com
a parceria de grandes ins-
tituições de ensino deste Estado. Trata-se de um
marco na educação corporativa na área de trans-
portes. Podemos afirmar que a UCT é uma referên-
cia em termos nacionais.
De que maneira a UCT é importante para o
desenvolvimento do rodoviário no setor de
transportes?
Além da oferta de qualificação profissional por
meio de cursos de alto padrão, presenciais, semi-
presenciais e através das webaulas, a UCT vem le-
vantando a autoestima da categoria, que percebe,
nos investimentos feitos nessa Universidade Corpo-
rativa, a preocupação com o crescimento e a valori-
zação profissional do rodoviário.
Em um novo cenário de negócios, quais são as
perspectivas para o papel da UCT? Quais são
os novos desafios?
“Quero mudar a cultura do setor de transportes”. O autor desta frase é quem em-
barca no Carona com a UCT desta edição. Lélis Marcos Teixeira comanda a Fetranspor
há nove anos, época em que o cargo de presidente executivo foi criado na instituição.
Lélis vem conduzindo sua gestão como incentivador do desenvolvimento educacional
no segmento de transportes por ônibus. Hoje ele também é presidente da Divisão Amé-
rica Latina da UITP (União Internacional do Transporte Público), órgão que tem quase
120 anos de existência e promove a mobilidade sustentável em vários países.
“A UCT vem levantando a
autoestima da categoria”
Carona com a UCT
Com as mudanças que ocorrem na mobilidade des-
te Estado e a implantação de corredores de BRS e BRT
já como uma realidade em expansão, a necessidade de
profissionais bem treinados e capacitados para conduzi-
rem veículos cada vez mais sofisticados é grande e tende
a aumentar. A mobilidade urbana influi diretamente no
funcionamento das cidades e na vida das pessoas; por
isso, a UCT tem enorme desafio à frente: não só de ca-
pacitar os profissionais, mas também de conscientizá-los
quantoàsmudanças,aoseupapelcomoagentesrespon-
sáveis, em grande parte, pelo sucesso dessa transição; a
sua importância para a sociedade e também em relação
à necessidade de estarem preparados para construírem a
mobilidade do futuro, em que a qualidade será o grande
diferencial, em todos os sentidos, desde a racionalização
da operação até o relacionamento profissional-cliente,
passando pela implantação de novas tecnologias.
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Tecnólogo em
Transportes Terrestres
Motorista Amigo do
Ciclista
Fique por dentro!
Em mais um ano, essa ação educacional pioneira esti-
mulou as empresas de transporte público de passagei-
ros na aplicação do modelo de gestão pela qualidade.
Desenvolvido especialmente para as empresas do se-
tor, o curso Gestão para a Excelência do Desempenho
foi criado pela UCT,em parceria com aAssociação Na-
cional dosTransportes Públicos (ANTP).
Essa instituição vem encabeçando, por meio do Prê-
mio ANTP de Qualidade, um movimento a favor da
qualidade e da produtividade das empresas, seguin-
do os critérios da Fundação Nacional da Qualidade
(FNQ),com o olhar voltado para a realidade das trans-
portadoras e dos gestores públicos de transporte.
2015
Turma 2: 12 empresas - 29 alunos
Turma 3: 17empresas - 36 alunos
MEG – Curso de Gestão
para Excelência do
Desempenho
Neste ano, o Motorista Amigo do Ciclista deu uma
mãozinha para melhorar a boa relação do trânsito no
Rio de Janeiro.A ação educacional da UCT uniu esforços
com escolas, ativistas ciclistas e a Prefeitura do Rio, por
meiodaSecretariaMunicipaldeMeioAmbiente(SMAC),
no Programa "Rio Capital da Bicicleta.Eu apoio”.
2º semestre de 2015
268 noTerminal CosmeVelho e no Largo do
Machado em dois dias
Capacitação de instrutores nas empresas em 2015
Rio: 31 / Estado: 135
A graduação é inédita no setor de transportes por
ônibus, no Brasil.A parceria foi firmada entre a UCT
e a Universidade Estácio de Sá. O curso é destinado
somente aos colaboradores dos sindicatos, das em-
presas filiadas e do grupo Fetranspor.
As aulas ocorrem de segunda a sexta-feira, das
19h20 às 22h50. O aluno ganha uma bolsa de
50% do valor total do curso, financiada pela
UCT/Fetranspor. A duração é de dois anos. Fique
de olho, porque há previsão de novas turmas em
2016.Acompanhe as novidades no nosso site e nas
nossas redes sociais.
2º semestre de 2015
48 alunos das empresas e sindicatos
71candidatos no processo seletivo
realizado em agosto
E como não poderia deixar de ser, a UCT segue apos-
tando nas mídias sociais como o combustível para a
educação continuada e na atração de colaboradores, o
que estimula ainda mais a troca de experiências. Vale
destacar também que nossos vídeos estão no YouTube
Edu,parceria da Google com a Fundação Lemann:
YouTube + 1.400 assinantes
Facebook + 900 seguidores
Boletim Informativo Expresso UCT
+ 3.000 cadastrados
Mídias Sociais
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EDUCAÇÃO EM FOCO
O balanço dos dois anos do Direção por Simulador
revela mudanças no seu conteúdo educacional,
como maior flexibilidade para realização dos módu-
los, maior contato dos alunos com os relatórios do
equipamento, dever de casa feito em grupo e visitas
às empresas. E vem mais novidade por aí: será dis-
ponibilizada, em breve, a reformulação do curso para
os profissionais de fretamento e turismo.
2015 - Formação de Instrutores,
Aperfeiçoamento de Motoristas e
Formação de Novos Motoristas
2.939 inscritos X 2.134 concluintes
Adesão de novas empresas
• Sinfrerj/Sinterj: Eval, Turismo
Três amigos, Transturismo e Útil
• Rio Ônibus: Bangu, Campo
Grande, Graças, Normandy, No-
vacap e Palmares
• Setrerj: Amparo, Brasília, Expres-
so Garcia, Maravilha e Santo An-
tônio
Formação de Instrutores (novo cur-
so de Ambientação)
62 instrutores treinados x 28 em-
presas envolvidas
Ciclo de Palestras
Programa de Direção
por Simulador
Fique por dentro!
As palestras da UCT estimularam a formação de novos
pontos de vista em 2015,com mais temas provocativos
que vieram à tona. Nessa esteira, a Universidade Cor-
porativa doTransporte não perdeu a carona para incen-
tivar o debate de ideias e os vários tipos de reflexões.
O rodoviário,que já é participante de carteirinha,prova-
velmente percebeu que conseguiu absorver novos con-
ceitos. Além disso, a sua curiosidade ficou ainda mais
aguçada durante as discussões.E,de certa forma,agora
já pode aproveitar todo esse conteúdo no dia a dia da
sua empresa.
2015-6edições,com301inscritos
• Inclusão de Pessoas com
Deficiência
• Reúso da Água nas Empresas
• Liderança, Plano de Cargos e
Salários
• Negociação e Gerenciamento
de Conflitos
• Nova Lei do Motorista e
Exame Toxicológico
As palestras são transmitidas ao
vivo e estão disponíveis no nosso
site, para profissionais e empresas.
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Leia outros artigos da colunista publicados na revista. Acesse www.uct-fetranspor.com.br e clique na
seção "Artigos". Andrea Ramal é doutora em Educação. Atualmente é consultora da Rede Globo, no
programa “Encontro com Fátima Bernardes”, e colunista do G1.
As lições da
crise para todo
rodoviário
Com a palavra, Andrea Ramal
Depois do trabalho na empresa de ônibus, Carlos
gostava de sentar com a família e assistir ao telejor-
nal. Mas o programa acabou deixando todos preo-
cupados: notícias sobre corrupção, crise econômica,
e, como consequência, demissões e cortes.Até que o
filho, criança atenta a tudo, soltou a pergunta: “Pa-
pai, se você, ou a mamãe, perder o emprego, como a
gente vai viver?”
Carlos pensou que, talvez, fosse melhor não deixar
mais os filhos verem as notícias. Por outro lado, não
era isso mesmo que estava na sua cabeça o tempo
todo? A matéria da TV só fez mostrar a realidade com
a qual ele lidava todo dia. E talvez fosse a hora de a
família participar disso. Então tomou coragem e disse:
– Filho, sua mãe e eu também temos pensado
muito nisso. O momento é complicado, e todas as em-
presas estão sofrendo com a crise, o que pode nos
atingir. Mas, nessas horas de dificuldade, a gente aca-
ba crescendo também.
– Como assim? – indagou a criança.
– Quando nosso time está mal no campeonato,
não é a hora de os jogadores se unirem? Eles precisam
ainda mais de garra e determinação, para dar a volta
por cima. Isso é um aprendizado. Na vida da gente, é
a mesma coisa. Na escola, por exemplo, quando você
tira notas baixas, tem de se esforçar mais.
Joana, mulher de Carlos, gostou da comparação
e continuou:
– Tem empresas que acabam não conseguindo
superar a crise.Temos que estar preparados para isso.
As soluções não dependem só de nós. Mas podemos
fazer a nossa parte: trabalhar com qualidade, estudar
coisas novas e ajudar os parentes e amigos que estão
passando dificuldades.
Ouvindo a conversa, a filha adolescente, que gos-
tava de desafiar os pais, disse: “Ai, quanto drama!
Para que tudo isso, se vocês dois têm emprego!?”.
O pai não se importou com a provocação:
– Tem razão! Mas até a coisa não melhorar, todos
vamos combinar um esforço conjunto: reduzir gastos,
poupar e, mais do que nunca, aprender coisas novas,
porque sempre tem trabalho para quem está bem pre-
parado. – E bateu com a mão na mão do filho, como
quando se comemora um ponto num jogo.
Carlos e Joana se olharam com cumplicidade e
perceberam que, mesmo sem negar o clima de ten-
são, haviam conseguido passar à família uma atitude
positiva para este e outros momentos da vida. A ex-
plicação dada às crianças acabara servindo também
para eles. De certo modo, sentiram-se mais fortes.Até
porque sabiam que as fases ruins não só não duram
para sempre, como também podem trazer novas e
inesperadas oportunidades.