O documento descreve como professores usaram fotos tiradas durante uma visita de estudantes a um museu para ensinar os estudantes sobre si mesmos e o mundo. As fotos permitiram que os estudantes se vissem e reconhecessem detalhes que não notaram durante a visita, e discutiram como as imagens contam histórias. Os professores esperam que essa atividade ajude os estudantes a se conhecerem melhor e se posicionarem criticamente sobre o mundo.
2. UMA VISITA, VÁRIOS DIÁLOGOS
Foi com essa perspectiva, gerada
após o Encontro com
Multiplicadores, oferecido pela
equipe do Programa Educativo
do Museu das Telecomunicações,
que os professores da EM
Honduras, localizada em
Jacarepaguá, decidiram
oportunizar aos alunos a
realização de atividades através
das imagens produzidas durante
as visitações ao Museu Oi
Futuro.
A equipe de professores da nossa
escola acredita que sim. E muito!
3. UMA VISITA, VÁRIOS DIÁLOGOS
Em conversa entre os integrantes da equipe de professores, num “blá, blá,
blá” produtivo constatou-se que as visitas realizadas ao Oi Futuro
representou uma gama de significações, tanto por parte dos alunos,
quanto dos professores.
A começar que nenhum de nós conhecia o espaço, que foi considerado
espetacular! Um lugar onde convivem em harmonia a ética, a estética e as
culturas, presentes nas multilinguagens que compõem o Museu.
“- Blá, blá, blá !”
Seja pela falta de tempo, ou dificuldade de
locomoção, muitos professores ficam a
margem do circuito cultural da nossa cidade.
Estes e outros fatores acabam por alijá-lo
daquilo que poderia ser muito útil para a sua
inclusão cultural e também para sua
formação profissional.
4. VÁRIOS OLHARES, VÁRIOS DIÁLOGOS
Para os nossos alunos, oriundos de uma classe social
desfavorecida socio-econômica e culturalmente, vivenciar
oportunidades de acesso aos bens culturais produzidos
pela nossa sociedade representa mostrar -lhes um
mundo completamente desconhecido.
“- Ti, ti, ti!”
5. VÁRIOS OLHARES, MÚLTIPLOS DIÁLOGOS
As “imagens” do mundo
globalizado – apenas no capital,
em nossa opinião – nos falam,
nos gritam os apelos desse
mesmo mundo, onde convivem
as diferenças sócio-culturais e
econômicas, os descalabros
sociais. Desenvolver no aluno a
capacidade de refletir e se
posicionar criticamente frente a
essas imagens é um grande
desafio para nós, professores.
Mas ao mesmo tempo um
exercício inexoravelmente
necessário.
6. AS SEMENTES SÃO LANÇADAS
De repente, no meio da conversa,
constatamos que nossa escola, assim
como inúmeras outras ao nosso redor, não
tem o hábito de “ensinar a olhar”.
Não raro, encontramos em nossas salas de
aula alfabetizadoras crianças que ainda
não possuem a capacidade de se
identificar frente ao mundo em que vive.
Elas não conhecem os seus nomes (às
vezes, o primeiro nome!) completos, as
suas datas de nascimento, nomes de seus
pais, seu país, e por aí vai!
7. SEMENTES A REGAR
E a partir dessa constatação, a equipe de professores reconheceu na
visitação ao Museu Oi Futuro reais possibilidades de desenvolvimento de
propostas educativas capazes de habilitar o aluno no reconhecimento de
si próprio, do outro, do espaço a sua volta e do mundo em que vive, por
acreditarmos que nas fotografias dos diferentes espaços do Museu
vivenciados por ele durante a visita, residia a sua própria história. Uma
história do seu passado, tão vivo e presente em sua memória.
“- Tia, que lindo! Isso é de verdade?”
(aluno do 3º ano de escolaridade)
8. AS SEMENTES GERMINAM
A leitura das fotografias permitiu o encontro do aluno com o seu
próprio “eu”, dos colegas, dos professores, da equipe de
funcionários do Museus, da iconografia presente em toda parte,
da paisagem, nunca vista, durante a viagem, dos objetos que
pareciam “encantados” aos seus olhinhos, tão curiosos.
Tal leitura de imagens se deu
através de DVD assistido na sala de
aula. Mas antes, houve uma
“loonga” conversa sobre o espaço
visitado e sobre o objetivo da visita.
Falamos também da especificidade
do Museu da Telecomunicações.
9. AS SEMENTES SE TORNAM PLANTAS
Inicialmente, antes que vissem as fotografias, foi pedido que
desenhassem e escrevessem sobre o que acharam mais interessante
da visita. As respostas foram bem variadas: o telefone vermelho, o
gramofone, as escadas, o computador “que fala”, os vídeos assistidos,
etc.
Depois, foi proposto que apenas observassem as fotografias do
evento e as explorassem como quisessem;
A partir de duas imagens sugeridas pelo professor, os alunos deveriam
tentar descobrir coisas “não-vistas” durante a visitação, busca pelos
detalhes;
Como sugestão dos próprios alunos, ávidos por virem novamente
suas imagens na telinha da TV, foram passadas as fotos, uma, duas,
três vezes... E foi preciso uma negociação para conseguirmos avançar
na proposta de trabalho;
10. PLANTAS A REGAR
Num outro momento (3º dia), foi pedido que listassem , a partir de uma
imagem fotográfica sugerida pelo professor o nome de tudo o que
conseguiam VER na imagem. Depois, cada um deveria ler para os colegas
a sua lista.
Após as leituras, que só terminaram no dia seguinte (todos quiseram ler,
mesmo os ainda não-leitores), foi proposta uma observação de todas as
fotos e o registro de quantas vezes cada um aparecia em todas elas.
E foi preciso uma orientação sobre a estrutura da tipologia textual. E
também sobre a necessidade de revisão das palavras escritas.
Após a revisão, a listagem
deveria ser escrita no caderno de
Produção Textual, onde
arquivamos todas a nossas
produção.
11. FOLHAS QUE FAZEM VENTO
Após as atividades de registro e produção imagética, a proposta
passou a análise da tipologia textual que tínhamos em mãos - as
imagens pictóricas e técnicas (fotografias).
- O objetivo aqui era ajudar o aluno a
perceber e conceber a fotografia como
documento imagético e de produção
social e portanto, um contador de
história. E por sorte a nossa, a história
que surgia aos nossos olhos através das
fotos era repleta de beleza,
curiosidades e o simbolismo de uma
velha (os primeiros telefones) e uma
nova era (alta tecnologia).
12. AS PLANTAS CRESCEM
Cada um tinha ali nas fotografias, que passavam na TV, um pouco
da sua história de vida. E que a história se constrói através de
fatos reais, como foi nossa visita ao Museu Oi Futuro. E através
da nossa história de vida vamos tecendo os nossos traços de
identidade.
Perceber os traços que nos
identificam não é tarefa fácil. E
levamos um bom tempo para nos
conhecermos, mas o quanto antes
iniciarmos a busca dessa descoberta
melhor será nas horas das decisões
importantes de nossa vida e também
para o posicionamento frente aos
desafios do mundo atual.
13. Inúmeras foram as possibilidades de reflexão através das imagens
produzidas nas instalações do Museu Oi Futuro. A plantinha está
sendo cultivada. Daqui a pouco, teremos fruto.
14. ELABORAÇÃO DO PROJETO
Prof. Valéria Rosa Poubell
E.mail: vrpoubell@hotmail.com
http://vrpoubell.blogspot.com