O documento apresenta um panorama geral sobre instituições de longa permanência para idosos (ILPIs) no Brasil e no mundo. Discute o envelhecimento populacional, a história das ILPIs, os papéis das ILPIs e o perfil epidemiológico dos idosos nelas acolhidos, além da legislação e normas que regem o funcionamento das ILPIs.
3. Programação
Objetivo: Partilhar com o grupo um panorama geral
das ILPIs no Brasil e no Mundo como Modelo de
Gestão da Saúde do Idoso
Envelhecimento populacional e os cenários de atuação
do profissional de saúde junto ao idoso;
História das ILPIs;
Papel das IPIs e perfil epidemiológico da população
adscrita;
Trajetória da Legislação sobre as ILPIs e normas
operacionais;
Vivência Prática e o dia a dia na ILPI;
6. Envelhecimento Populacional
Cuidados com
dependentes
Papel da família?
Quem é a família?
Redução da fecundidade
Mudanças de
nupcialidade
Participação da mulher
no mercado de trabalho
ESTADO X MERCADO
PRIVADO
9. História das ILPIs
Cristianismo e o amparo aos idosos
“Há registros de que o primeiro asilo foi fundado pelo Papa
Pelágio II (520-590), que transformou a sua casa em um hospital
para velhos”.
Alcântara AO. Velhos institucionalizados e família: entre abafos e desabafos. Campinas: Alínea; 2004.149 p.
10. Domenico di Bartolo, Care of the Sick in the Pellegrinaio, 1440, fresco, Siena,
Ospedale di Santa Maria Della Scala
11. História das ILPIs
Até Sec. XVIII – hospital como local de internamento:
assistência material e espiritual aos doentes, pobres,
devassos, loucos e prostitutas. Local de separação e
exclusão.
Sec. XVIII – abrigo de mendigos;
Sec. XIX – Sapêtrière – 8,000 mil doentes (3 mil
idosos) – considerada a primeira instituição geriátrica;
Beauvoir S. A velhice. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; 1990. p. 711.
Foucault M. Microfísica do poder. Rio de Janeiro: Graal; 1979. p. 99-128.
12. História das ILPIs
Brasil Colônia
Conde de Resende defendeu que soldados velhos mereciam uma
velhice digna e descansada.
Em 1794, no Rio de Janeiro, inicio do funcionamento da
Casa dos Inválidos, não como ação de caridade, mas
como reconhecimento àqueles que prestaram serviço à
pátria, para que tivessem uma velhice tranquila.
13. História das ILPIs
Asilo São Luiz para Velhice Desamparada – 1890
Visibilidade à velhice
Mundo a parte: romper laços com família e sociedade
www.casasluiz.com.br
Groisman D. Asilos de velhos: passado e presente.
Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento 1999; 2: 67-87.
14. História das ILPIs
No Brasil, quando sem instituições específicas para
idosos, inclusão nos nichos de doentes mentais,
criancás abandonadas, desempregados, etc.
Sec XIX Santas Casa abrigava mendigos, porém, com
o aumento de internação de idosos, passou a definir-se
como instituição gerontológica em 1964.
Born T. Cuidado ao idoso em instituição. In: Papaléo Neto M, et al, organizadores. Gerontologia. São Paulo: Atheneu; 2002. p. 403-13.
15. História das ILPIs
Modelo Asilar Brasileiro
Instituições totais – Ultrapassadas
“um local de residência e trabalho, onde um grande número de
indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais
ampla por considerável período de tempo, levam uma vida fechada
e formalmente administrada”
Cidadãos violados em sua individualidade, sem controle
da própria vida, sem direito a seus pertences sociais e à
privacidade, com relação difíciol ou inexistente com
funcionários e o mundo exterior.
Goffman E. Manicômios, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva; 2003. p. 11-157.
16. Definições
Asilo = ásylos grego / asylu latim consideravam como
casa de assistencia social onde eram recolhidas, para
sustento ou também para educação, pessoas pobres e
desamparadas, como mendigos, crianças
abandonadas, órfaos e velhos – Lugar onde ficam
isentos da execução das leis, os que a ele se
recolhem;
17. Definições
Long Term Care
Assisted Living Facilities = idosos independentes;
Nursing Facility = Nursing Home = Long-term care
Facility = subacute care unit = nursing home care unit
= idosos dependentes;
Ambientes fora do nicho hospitalar clássico ou a parte
em unidade hospitalar;
41. Política Macro / Meso / Micro
Equipe multiprofissional
Médico / Enfermeiro / Técnico de enfermagem /
cuidador
Fisioterapia / Terapia ocupacional / Fonoaudiologia
Musicoterapia / Tai Chi Chuan / Pa Tuan Chin /
Medicina Tradicional Chinesa
Espaço água / Espaço horta / Espaço caminhada /
Espaço Teatro / Espaço Pintura
Espaço Físico
Ensino
Casa Gerontológica de Aeronáutica
Brigadeiro Eduardo Gomes
42. Valorização da autonomia e independência
Refeitório
Atividades lúdicas
Reunião sindical
Grupo de recepção
Bailes
Jogos
Etc
Casa Gerontológica de Aeronáutica
Brigadeiro Eduardo Gomes
74. RDC 285/2005
Estabelecer o padrão mínimo de funcionamento ILPIs
Abrangência
A toda instituição de Longa permanência para idosos,
governamental ou não, destinada à moradia coletiva de
pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, com ou
sem suporte familiar
75. RDC 285/2005
Grau de Dependência do Idoso
Grau de dependência I: idosos independentes, mesmo
que requeiram uso de equipamentos de auto-ajuda;
Grau de dependência II: idosos com dependência em
até 3 AVDs/AIVDs sem comprometimento cognitivo
ou com alteração cognitiva controlada;
Grau de dependência III: idosos com dependência que
requeiram assistência em todas as aividades de
autocuidado para vida diária ou comprometimento
cognitivo;
RDC 285
76. Modalidades de Atendimento
Modalidade I: ILPI destinada a idosos com até uma
AVD comprometida e com capacidade cognitiva
preservada, mesmo que requeiram o uso de algum
equipamento de auto-ajuda; Capacidade máxima
recomentada por unidade – 40 pessoas; Quartos com
no máximo 4 pessoas
Modalidade II: ILPI destinada a idosos com até 3
AVDs afetadas e com comprometimento cognitivo
controlado, que necessitam de auxílio e de cuidados
especializados e exijam controle e acompanhamento
adequado por profissionais de saúde; Capacidade
máxima recomentada por unidade – 30 pessoas;
SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.
77. Modalidades de Atendimento
Modalidade III: ILPI destinada a idosos com 4 a 5
AVDs comprometidas, com quadro demencial e/ou
agitação alterada. Necessita de equipe
multiprofissional. Capacidade máxima recomendada
por unidade – 30 pessoas;
Modalidade IV: ILPI destinada a idosos dependentes
que requeiram assistência total nas AVDs, Necessita
de uma equipe multiprofissional de saúde.
Capacidade máxima recomendada por unidade – 30
pessoas;
SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.
78. SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.
79. SBGG – Instituição de Longa Permanência Para Idosos: Manual de Funcionamento, SGBB-SP;2003.
82. Como Garantir a Assistência à Saúde?
• RDC 283/05 – ANVISA
• A instituição deve elaborar, a cada dois anos,
um Plano de Atenção Integral à Saúde dos
residentes, em articulação com o gestor local
de saúde.
• Ser compatível com os princípios da universalização,
equidade e integralidade;
• Indicar os recursos de saúde disponíveis para cada
residente, em todos os níveis de atenção, sejam eles
públicos ou privados, bem como referências, caso se
faça necessário;
Aula Dr. José Luiz Telles
83. Como Garantir a Assistência à Saúde?
• RDC 283/05 – ANVISA
• prever a atenção integral à saúde do idoso,
abordando os aspectos de promoção, proteção e
prevenção;
• conter informações acerca das patologias incidentes
e prevalentes nos residentes;
• A instituição deve avaliar anualmente a implantação e
efetividade das ações previstas no plano,
considerando, no mínimo, os critérios de acesso,
resolubilidade e humanização;
• A Instituição deve comprovar, quando solicitada, a
vacinação obrigatória dos residentes conforme
estipulado pelo Plano Nacional de Imunização de
Ministério da Saúde;
Aula Dr. José Luiz Telles
84. Como Garantir a Assistência à Saúde?
• RDC 283/05 – ANVISA
• Em caso de intercorrência médica, cabe ao RT
providenciar o encaminhamento imediato do
idoso ao serviço de saúde de referência previsto
no plano de atenção e comunicar a sua família
ou representante legal;
• Para o encaminhamento, a instituição deve
dispor de um serviço de remoção destinado a
transportar o idoso, segundo o estabelecido no
Plano de Atenção à Saúde.
Aula Dr. José Luiz Telles
85. Como Garantir a Assistência à Saúde?
• Desafios para a Assistência
1. Recursos Humanos – cuidadores ou
profissionais de saúde?
2. Gestores Locais – como estabelecer o
compromisso do gestor com as instituições
de longa permanência?
3. ILPIs – Residências Coletivas ou
Instituições de Saúde?
Aula Dr. José Luiz Telles
87. Desejos Necessidades
Ambiente
Cultura
Família
Dinheiro
Prazer Metas
Prochaska JO. Decision making in the transtheoretical model of behavior change. Med Decis Making. 2008 Oct.;28(6):845–849.
Prochaska JO. Decision making in the transtheoretical model of behavior change. Med Decis Making. 2008 Oct.;28(6):845–849.
89. Avaliação Geriátrica Ampla
West Middlesex Hospital
Avaliou e reabilitou pacientes
crônicos que praticamente
residiam no hospital
Muitos voltaram a viver na
comunidade
Criou as bases da medicina
geriátrica
(1897-1960)
MATTHEWS, DA. Dr. Marjory Warren and the Origin of British Geriatrics. JAGS, 1984
106. Perfis Clínicos
Multimorbidade
Manifestações atipicas de doenças
Exame físico
Exames complementares
Família e suas demandas
Cuidadores e senso percepção
Informação
CAMARANO and KANSO,. As instituições de longa permanência para idosos no Brasil. Rev. bras. estud. popul. [online]. 2010, vol.27, n.1, pp. 232-235
107. Modelos Assistenciais
para Idosos
Hospital
Altamente medicalizado, focado no diagnóstico e com
ampla utilização da tecnologia
Unidade SubAguda – “Nursing Home”
Focado no continum de cuidado iniciado no hospital,
menor contato médico e investigações diagnósticas
Long Term Care
Suporte de enfermagem com cuidados para os frágeis e
portadores de síndrome demencial
110. Perfil dos indivíduos:
• Média de 85 anos idade;
• 3 ou mais limitações funcionais;
• Média de 6 condições crônicas;
• 50% com comprometimento cognitivo;
• Insuficiente perfil financeiro ou equipe de
cuidados para domicílio;
• Skilled nursing facilities
• Focados na equipe multidisciplinar;
• Infusões de drogas venosas;
• Cuidados com feridas;
• Monitoramento pós-agudo em idosos
complexos;
Hazzard. Textbook of Geriatrics and Gerontology, 2009.
111. Ouslander J, Osterweil D, Morley J. Medical Care in the Nursing Home. 2nd ed. New York, New York: McGraw-Hill; 1996.
112. Perfil dos indivíduos – Instrumentos de avaliação:
• InteRAI – Minimum Data Set;
• Em até 2 semanas – AGA;
• Em até 21 dias plano de condutas;
Hazzard. Textbook of Geriatrics and Gerontology, 2009.
127. "Há pouco, andava quase que como o voar de um beija flor.
Com o tempo, vou manso, bem devagar.
Bem há pouquinho, era o sol.
E de repente, anoiteceu.
Lembro-me que era ontem, bem recente;
frescor, fragrância, textura de pêssegos recém-colhidos.
Vieram passos, nesgas, marcas bem marcadas.
Me olhei,
e vi que ali no espelho, era eu." * José Ortega y Gasset