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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
                INSTITUTO DE ARTES




CONTRIBUIÇÕES DOS ARTISTAS REGIONAIS DE XAPURI
  PARA A EDUCAÇÃO EM ARTES VISUAIS NO ACRE




               Fábia Gonçalves Franklin
            Trabalho de Conclusão de Curso
                 XAPURI - ACRE 2011
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
                INSTITUTO DE ARTES




CONTRIBUIÇÕES DOS ARTISTAS REGIONAIS DE XAPURI
  PARA A EDUCAÇÃO EM ARTES VISUAIS NO ACRE




                           Trabalho de Conclusão de Curso
                           apresentado à Universidade de
                           Brasília como requisito parcial para a
                           obtenção      da    graduação      em
                           Licenciatura em Artes Visuais.

                            Orientadora: Profa. Dra.    Thérèse
                            Hofmann Gatti
                            Tutora:   Profª  Dorisdei    Valente
                            Rodrigues




               Fábia Gonçalves Franklin
            Trabalho de Conclusão de Curso
                 XAPURI - ACRE 2011
Lista de Figuras


Figura 1 – Frente da Escola Anthero Soares Bezerra ..................................... 14
Figura 2 – Corredores da Escola ...................................................................... 15
Figura 3 – Com uma das turmas ....................................................................... 18
Figura 4 – Artista José ....................................................................................... 19
Figura 5 – socialização de Técnicas ................................................................. 20
Figura 6 – Artista produzindo rodeado de alunos ........................................... 21
Figura 7 – Exposição com os alunos ............................................................... 22
Figura 8 – Exposição dos alunos ...................................................................... 23
SUMÁRIO


1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5
2 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 7
3 – DESENVOLVIMENTO.................................................................................... 10
     3.1.Arte e Educação em Xapuri..................................................................... 10
     3.2. Projeto Interdisciplinar de Artes Visuais de Intervenção.......................... 11
     3.4 Execução do projeto de intervenção                    ..................................................... 16
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 25
6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 27
1. INTRODUÇÃO
             .
       A arte tem se destacado ao longo do tempo como um processo de
construção histórica, social e cultural, em que diferentes manifestações tem
despontado no cenário mundial. Ao mesmo tempo, em pequenas cidades como
Xapuri, muitos artistas plásticos continuam a busca por ter mais espaço e para
continuar produzindo.
       Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os
artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre.
       O objetivo deste estudo é verificar como esses artistas podem ser
inseridos no contexto da educação em Artes Visuais, tendo em vista que a
maioria não tem formação específica na área, mas suas técnicas e os materiais
naturais que utilizam em seus trabalhos podem ser utilizados em sala de aula,
demonstrando de forma prática a teoria da história da Arte, assim como o fazer
artístico.
       Meu interesse com o tema está no fato de ser educadora da disciplina
de Artes, no município de Xapuri, onde percebo que falta uma maior
proximidade dos alunos com os artistas locais e seus trabalhos, fator que
poderia aproximar mais os alunos da experiência em artes visuais com
materiais próprios de sua região.
       Outro motivo, não menos importante, é que muitos desses artistas são
desconhecidos na comunidade escolar e até mesmo no município de Xapuri,
fato que pode ser mudado, levando esses artistas para um trabalho em
conjunto com a escola.
       A base teórica para a realização do presente trabalho está,
principalmente, em Ana Mae Barbosa, com uma abordagem teórica sobre a
educação em Artes Visuais na contemporaneidade, dando validade científica à
pesquisa monográfica.
       A importância e relevância desde trabalho para o conhecimento é que
desconheço um estudo anterior sobre a temática com os artistas do município
de Xapuri, no Estado do Acre.
6

       O artista xapuriense, assim como muitos artistas de cidades pequenas e
distantes dos grandes centros urbanos, tem suas peculiaridades que os
caracteriza, particulariza, merecendo ter um registro que possa ser utilizado
tanto pelos professores, como pela comunidade. Onde possam apreciar seja
em museus, bibliotecas públicas, ou qualquer outro espaço que preserve a
produção cultural do Acre. Para que esse material possa ser amplamente
utilizado em sala de aula, no Ensino das Artes. Quem ganha com isso é a
própria sociedade, pois a democratização da arte deve ser dar em todos os
níveis do local ao global.
7




2. JUSTIFICATIVA


      Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os
artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre.
      Entendemos que a arte faz parte do homem enquanto sujeito que se
comunica no mundo e vive em sociedade, temos grandes produções artísticas
disponíveis tanto em museus, como em diferentes formatos e diferentes
linguagens, as quais podem ser utilizadas para fruição dos nosso alunos, mas
essas produções ainda não abrangem todos os artistas locais. O que dificulta
nosso trabalho enquanto professor para desenvolver projetos com artistas de
Xapuri.
          Cada pessoa representa o que sabe, o que aprende com o tempo e no
ambiente em que está inserido. A maioria da população se identifica com o que
outras pessoas sabem, falam, escrevem, pintam, representam, mas há suas
particularidades, coisas que identificam ou mesmo particularizam pessoas e
grupos dos demais. É um conjunto de coisas que forma uma pessoa. É como
se fossem vários elementos que juntando tudo resulta em algo, um produto, só
que humano, que também produz fazeres, traçando sua vida e sua história,
tudo com base no que foi aprendendo ao longo da vida.
      A cultura, a partir do momento que ganha elementos particulares, típicos
de cada povo humano, se reconhece como única, rica, particular, em todas as
instâncias da convivência. Ao se reconhecer que cada um é diferente e
resultado do coletivo de que fazem parte abre-se o conceito de cultura, ao
mesmo tempo que a torna popular:

                                    O melhor dessa arte é que desmascara
                                    culturalmente as massas: frente a elas não podem
                                    fingir que gozam, tanto lhes aborrece e irrita.
                                    Cultura criativa, a nova arte é a vingança da
                                    minoria que, em meio do igualitarismo social e da
                                    massificação cultural, nos torna patente que ainda
                                    há classes. E nessa distinção que separa é onde
                                    reside para Ortega a possibilidade mesma da
                                    sobrevivência da cultura" (BARBERO,1997:66).
8

               A cultura popular é identificada entre os grupos dos mais
simples e economicamente menos enaltecidos, onde se apropria de diversos
elementos que somente tem a contribuir com o enriquecimento de suas formas
culturais:

                                     Inútil querer identificar a cultura popular a partir da
                                     distribuição supostamente específica de certos
                                     objetos ou modelos culturais. O que importa, de
                                     fato, tanto quanto sua repartição, sempre mais
                                     complexa do que parece, é sua apropriação pelos
                                     grupos ou indivíduos. Não se pode mais aceitar
                                     acriticamente uma sociologia da distribuição que
                                     supõe implicitamente que à hierarquia das classes
                                     ou grupos corresponde uma hierarquia paralela
                                     das produções e dos hábitos culturais
                                     (CHARTIER, 1975:184).


       Os hábitos culturais são incorporados às produções de um povo que
expressam em suas obras um pouco da forma como enxergam o mundo, suas
vivências, reflexões e temáticas. O homem, através de seu fazer artístico e
cultural, imprime sua história, com base no passado, mas sem descartar o
presente e como sua atuação pode ser útil e modificar o futuro.
       As classes esquecidas são as que mais produzem cultura e carregam de
conceitos sociais, pois quanto mais codificações são criadas, maior é a
quantidade de cultura acumulada, carregada, da mesma forma, de qualidade
de um povo. Sobre essa questão Oliveira (1992: 71) afirma:


                                     Um homem sem passado, alienado no íntimo do
                                     seu ser porque fora colonizado, ao qual haviam
                                     sido impostos conjuntos culturais transferidos do
                                     exterior; tornava-se urgente criar ou descobrir uma
                                     cultura nacional válida, que assim se apresentava
                                     como um projeto ligado ao futuro, como uma
                                     utopia do porvir que serviria de motor à ação.


       Quanto mais o homem sofre, mais imprime em seu fazer sua forma de
ver a problemática e sua história, inserindo nesses elementos seu sentimento,
além de seu pensamento de como combatê-lo. A arte é uma das formas de se
fazer isso, aproveitando para comunicar com a beleza que vem da alma os
princípios mínimos de um fazer cultural (e popular) de falar com o mundo
espectador.
9

      A identidade do artista passa, assim, por um período de renovação, mas
nem sempre positiva, porque a maioria não fica na área e deixa completamente
de produzir as suas obras.

                             Aparentemente, o artista funciona como um ser mediúnico que,
                             de um labirinto situado além do tempo e do espaço, procura
                             caminhar até uma clareira.
                             Ao darmos ao artista os atributos de um médium, temos de
                             negar-lhes um estado de consciência no plano estético sobre o
                             que está fazendo. Todas as decisões relativas à execução
                             artística do seu trabalho permanecem no domínio da pura
                             intuição e não podem ser objetivadas numa auto-análise, falada
                             ou escrita, ou mesmo pensada.
                             (DUCHAMP, 1986: 71).



      Quando o artista, esquecido, é tido como um médium, conforme
pensava Duchamp, é atribuído a ele poderes especiais, que modificam a forma
como enxerga a si próprio e aos outros.
      Esse artista médium é um ser que tem as suas obras, pinturas,
guardadas em seus ambientes mais íntimos: os cômodos da casa, como
quarto, sala, relembrando a cada dia de seus talentos especiais, que lhe
concedem poder e autoconfiança, ao mesmo tempo que lhe causa dor ao
imaginar que possivelmente não consiga sobreviver de sua arte, pois é um
anônimo. É médium, artista, especial, talentoso e ao mesmo tempo anônimo.
Fatores que podem e devem ser usados na educação através da arte no
sentido de fazer que as produções possam ser expostas e vista e não fiquem
apenas nos cômodos da casa.
10




3. DESENVOLVIMENTO


    3.1. Arte Educação Em Xapuri


        Como professora da disciplina de Artes em Xapuri, percebo que os arte-
educadores, cada vez mais buscam o reconhecimento da disciplina em nossa
cidade, principalmente a partir de um convenio entre o Ministério da Educação
(MEC) e CAPES1, que trouxe a Universidade de Brasília, pelo projeto da
Universidade Aberta na modalidade a distância, ofertando o curso de
Licenciatura em Artes Visuais.
        No entanto, reconheço que muito ainda tem a ser feito pela melhoria
dessa qualidade no processo de ensino e aprendizagem em Arte. E uma das
formas é trabalhar de forma interdisciplinar, fazendo com que as disciplinas se
comuniquem e tragam diferentes aprendizagens para os alunos, pensando em
uma formação integral.
        Como conceitos iniciais que se fazem necessários para destacar o
presente Trabalho de Conclusão de Curso, estão aqueles que identificam a
cultura e o indivíduo como principal envolvido, o aluno. Faz-se necessário para
compreender quão importante é o tema e os próprios artistas estudados, assim
como suas histórias e toda uma trajetória ao longo de experiências e vivências.
        Cabe ressaltar que os artistas locais fazem parte, geralmente, das
classes populares (menos abastadas) e muito tem a falar da forma em que
vivem, sua história, as problemáticas enfrentadas, reflexões sobre as
dificuldades e a maneira eficiente de combatê-las, tudo transportado para suas
obras. Além das técnicas e materiais utilizados que são adquiridos na própria
região.
        Nesse sentido, por meio dessas obras e na forma como representam o
universo ao seu redor, a sua visão de arte e o seu fazer artísticos podem


1
  A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) desempenha papel
fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos
os estados da Federação.
11

contribuir para entender a formação da nossa identidade acreana, xapuriense e
amazônica.
       Dessa forma, esse estudo nasce na disciplina Projeto Interdisciplinar
onde pudesse verificar, na prática, como inserir esses artistas na escola, tendo
continuado com esse mesmo tema para o meu trabalho de conclusão de curso
para me aprofundar mais e fazer novas descobertas para o ensino de arte.




  3.2. Projeto Interdisciplinar de Artes Visuais de intervenção


       Para melhor compreensão das etapas do projeto de intervenção divido
em fases de acordo com a forma de sua aplicação.




Apresentação do projeto

       A arte tem se destacado ao longo do tempo como um processo de
construção histórica, social e cultural, em que diferentes manifestações tem
despontado no cenário mundial.

       Ao mesmo tempo, em pequenas cidades como Xapuri, que tem cerca de
14 mil habitantes, muitos artistas plásticos continuam a busca por ter mais
espaço para não apenas mostrar o seu trabalho, mas para sobreviver dele.

       O objetivo de meu estudo é verificar como os artistas locais podem
emprestar sua arte e suas técnicas para o trabalho em sala de aula.

       Destaca-se, também, como objetivo do trabalho utilizar as técnicas dos
artistas locais, verificando os materiais que utilizam em seu trabalho e também
pintando sobre as temáticas amazônicas (fauna, flora, costumes indígenas,
entre outros), valorizando a cultura local.
12

      Para tanto, aproveitarei para inserir nesse processo a literatura e as
obras de José de Alencar, principalmente Iracema, seu grande romance, pela
temática indígena, ricamente semelhante com os temas locais.

      Essa inserção da literatura com arte poderá ser vista nos materiais
produzidos pelos artistas e pelos alunos em sala de aula.

      Ao final, será feita uma exposição no auditório ou nos corredores da
escola.



Motivação pessoal



      Minha motivação está no tema devido a linguagem utilizada por artistas
de Xapuri, que são próximas da linguagem de José de Alencar em seu
romance Iracema.

      Sempre gostei de ler e de estudar sobre os grandes autores brasileiros,
quero repassar isso a meus alunos – envolvendo a Arte nesse processo.

      Trabalho à distância arte com alunos do Ensino Fundamental das séries
6ª ao 9º ano e sempre gosto de inserir minha outra paixão: a literatura.



Metodologia do Projeto de Intervenção

      A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica sobre o tema,
aprofundando o assunto.

      Uma busca dos conceitos iniciais que identificam a cultura e o indivíduo
faz-se necessário para compreender quão importante é o tema e os próprios
artistas estudados – assim como sua história e toda uma trajetória ao longo de
trabalho e vivências.

      O passo seguinte é trabalhar com a pesquisa desses artistas, buscando
a fundo quais são e onde estão tais pessoas no município de Xapuri, fazendo
um verdadeiro mapeamento artístico e ao mesmo tempo cultural.

      Ao localizar tais artistas será realizada entrevista, procurando saber a
trajetória de cada um, as obras produzidas, métodos aprendidos,assim como
13

de que forma, materiais e técnicas se utilizam. Se estão trabalhando na área ou
em outras, se não o que fez parar ou pensar em parar de produzir arte no
município.

      Depois trarei para a sala de aula, inserindo a linguagem de José de
Alencar, no qual teremos a proposta de ler os livros do autor.

      O passo seguinte é chamar os artistas mapeados para oficinas dentro
das aulas de Arte e produzir.

      Nessas oficinas os artistas irão mostrar um pouco da sua técnica de
pintura, temas e, principalmente, das tintas que utilizam e a maneira de
prepará-las.

      Dessa forma os alunos terão a oportunidade de preparar as tintas e
também pintar, dentro dos temas amazônicos, fauna, flora, vida indígena , bem
próximos da realidade local e também do livro de José de Alencar, Iracema.

      O tempo estimado de execução do Projeto será de um semestre. Ao
final faremos uma grande exposição na escola.

      Os sujeitos da pesquisa são alunos do 5º ao 9º ano do Ensino
Fundamental da Escola Anthero Soares Bezerra, localizada na Rua Coronel
Brandão, nº 131, no Centro da cidade de Xapuri, no Estado do Acre. Tal escola
é toda em alvenaria, contando com 12 salas, pátio, um auditório onde podemos
realizar as nossas atividades, e um outro pátio, ligado à cantina, espaço
também reservado para apresentações e oficinas de Arte dentro do ambiente
escolar.

      O espaço físico já se encontra necessitando de uma pintura, mas antes
disso uma reforma que possibilite uma melhoria do ambiente, o que vai se
refletir na qualidade do ensino, com um local mais adequado para as aulas de
Arte. Conforme podemos ver na figura o1, a frente da escola já apresenta
sinais de deterioração:
14




                    FIGURA 01- Frente da Escola Anthero Soares Bezerra




      A Escola é cercada por um muro, também de alvenaria, com espaço
lateral para que os alunos possam guardar as suas bicicletas, principal meio de
transporte utilizado pelos estudantes no município.

      É uma escola de Ensino Fundamental, contando com cerca de 700
alunos divididos em dois turnos – manhã e tarde – além de 8 professores que
ministram diferentes disciplinas.

      A formação dos professores varia conforme foram ofertados cursos no
município, isto é, ao longo dos anos se formaram em Pedagogia, Letras em
Inglês, Geografia, Matemática e agora, graças à Universidade de Brasília, duas
das professoras – Ceilde e eu – temos a oportunidade de nos formar em Artes
Visuais, potencializando conhecimentos que nos serão úteis em sala de aula.

      A figura 02, mostra os corredores da Escola, ligando uma lateral a outra,
contendo as salas onde ministro as aulas de Arte na instituição:
15




                         Figrua 02 – Corredores da Escola




      Conforme mencionado anteriormente, sou professora da disciplina de
Arte na referida Escola e acompanho de perto as problemáticas enfrentadas,
mas também destaco que muito tem sido feito pelos professores e
coordenação, afim de mudar a realidade do local e garantir a real qualidade no
ensino de todos os estudantes que por lá passarem.

      Convidar dois Artistas locais da nossa região,para participarem do
projeto sendo eles Rômulo Rodrigues e Antônio Silva, que já me auxiliam
dentro da temática da monografia de Artes Visuais.




Proposta da intervenção

   Utilizar na oficina o Livro Iracema; Pincéis; Tintas; Telas de artistas; Papel;
Lápis coloridos. O passo seguinte é trabalhar com a pesquisa desses artistas,
buscando a fundo quais são anônimos, porém talentosos, no município de
16

Xapuri, fazendo um verdadeiro mapeamento artístico e ao mesmo tempo
cultural.

       Ao localizar tais artistas será realizada entrevista para saber como é a
vida desses artistas, suas influências e as dificuldades enfrentadas –
verificando suas particularidades ou mesmo as coisas em comum. Também
será solicitado que cada artista mostre algumas de suas obras ou fotos, para
que seja feito o registro fotográfico e posterior verificação de que temáticas e
técnicas trabalham.
       Ao final serão tabulados os dados verificados e escrito um texto com o
resultado final de todo o processo, dentro das normas da ABNT, com base na
bibliografia pesquisada e no Projeto de Intervenção, sendo o produto do
Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Visuais da Universidade de Brasília.
       Tal trabalho é importante para garantir que a identidade xapuriense não
seja apagada completamente, pela falta de registros. Falo da identidade
artística, com base em artistas que nem sempre se ouve falar mas que são
importantes para a história cultural e artística do município.
       Além de verificar como esses importantes artistas são essenciais para o
trabalho com Arte e Educação no Município de Xapuri e no Estado do Acre.




3.3. Execução do Projeto de intervenção


       O Projeto foi executado em sala de aula, podendo ser copiado por outros
professores de Arte, sendo direcionado do 6° ao 9° ano “C” do Ensino
Fundamental.
       Os artistas convidados para executar o projeto foram Antônio Silva e
José Pereira (tendo em vista que Rômulo Rodrigues teve contratempos e não
pode participar do Projeto de Intervenção), ambos jovens xapurienses,
trabalhadores da arte que aceitaram o desafio de mostrar um pouco de seu
trabalho para os alunos da Escola Anthero Soares Bezerra, propondo também
uma intervenção dos próprios estudantes, expostas ao final.
17

      O projeto foi executado em uma semana e contou com uma pequena
explanação dos artistas para os alunos, falando de suas vidas artísticas, seu
envolvimento com as temáticas amazônicas e a necessidade individual de
produzir material com os recursos naturais aqui existentes.
      Utilizamos como instrumento complementar e interdisciplinar      o livro
Iracema, de José de Alencar, que conta a famosa história da índia com um
homem branco, onde podemos perceber um pouco da vida dos indígenas e de
sua interação com o homem das terras ditas “civilizadas”.
      Eu apresentei um pouco da obra literária e me surpreendi ao saber que
alguns alunos já conheciam e tinham lido todo o romance – para minha
surpresa, mas também alegria, sinal de que muitos são apaixonados pela arte
literária, também foco do Projeto em questão.
      A partir do livro debatemos as temáticas amazônicas, muito próximas do
que vivenciamos cotidianamente e que fazemos questão de alardear para o
restante do mundo – de acordo com o grande ambientalista Chico Mendes.
      O passo seguinte foi fazer com que os alunos tomassem conhecimento
dos materiais que podem ser produzidos a partir da matéria-prima local. Essa
parte ficou a cargo dos artistas convidados, que trouxeram materiais da região
e produziram as tintas para os estudantes poderem observar.
      Em outro momento tivemos a oportunidade de produzir, juntamente com
os artistas e sob sua supervisão, além de passar para o papel os devaneios
que porventura surgissem no meio do caminho.
      O bom desse trabalho é saber que os alunos se encantaram com tudo
aquilo, pois puderam romper as barreiras da teoria e passar para a prática
renovadora – que faz toda a diferença quando se trata de Arte.
      Os artistas se empenharam em mostrar seu trabalho e em fazer com
que os alunos sentissem cada etapa do Projeto, fazendo toda a diferença na
minha aula e na vida de cada um daqueles olhos gentis e curiosos.
      Acredito que aproximar esses artistas da escola é levar os estudantes a
conhecer os nossos talentos, que fazem o possível e o impossível para
continuar produzindo e vencendo a tarefa árdua de levar a Arte a todos os
lugares.
      Observei também, que alguns alunos não conheciam os artistas e
observei que o Projeto teve mais um sentido: o de tirá-los do anonimato,
18

mostrando não apenas o seu talento mas o seu fazer artístico que ultrapassa
as barreiras das telas e chega no coração e na vida de cada um deles.




                    FIGURA 03- Fotografia com uma das turmas




      Na figura 03, podemos ver o quanto são pequenos os alunos, tendo em
média entre 10 e 12 anos de idade, cheios de vida e energia, afoitos para
aprender um pouco de tudo e parceiros no mundo das Artes.
      Não posso reclamar que meus alunos não se empenham, pois todos são
aplicados e gostam de assistir às aulas. O diferencial desse projeto, porém, é a
aproximação dos artistas locais com a comunidade escolar, que quebra um
pouco dos protocolos e padrões educacionais tradicionais e nos permite fazer
com que os estudantes vivenciem os processos artísticos, não apenas
estudando teorias ou mesmo observando os artistas produzirem, mas
experimentar na prática tudo o que estava sendo exposto.
19




                        FIGURA 04- Artista José




      Na figura 04 registramos o momento em que o artista José nos brinda
com a prática de um de seus trabalhos, feitos ali mesmo em sala de aula,
enquanto os alunos observam atentamente cada detalhe.
      Nesse momento, José utilizava as tintas produzidas à base de urucum e
terra vermelha, também aos olhos dos alunos e explicando o passo-a-passo
de cada etapa do que estava produzindo.
      Conforme tinha combinado anteriormente com cada artista, os mesmos
utilizavam em sua explanação um pouco do romance de José de Alencar,
Iracema, fazendo um paralelo com a nossa realidade.
      De acordo com o que havia previsto, nenhum aluno fazia barulho, só
fizeram perguntas ao final, ao ponto que tiveram sanadas todas as suas
dúvidas, mesmo as mais simples, respondidas com humor pelos artistas
convidados.
20




                   FIGURA 05- socialização de Técnicas




      Nas figuras 5 e 6, Antônio, o outro artista convidado, explica sobre as
técnicas de sua pintura, utilizando as tintas industrializadas, fazendo uma
relação de preços, avaliando custo-benefício e falando que não é apenas o
valor econômico que interessa na hora de pintar, mas o valor ambiental,
destacando a consciência que cada um pode ter, independente da profissão
que queiram seguir.
      Outra coisa que deve ser destacada aqui é que com o presente projeto,
onde levei artistas para a sala de aula, proporcionando o contato e a interação
entre alunos e professores, não quis fazer com que todos os estudantes se
tornem artistas – a intenção era propiciar o contato, a prática, a interação, um
pouco de conhecimento com a Arte realizada aqui mesmo na nossa cidade,
onde exploram os materiais e as temáticas, tudo de forma sustentável, mas
que nem sempre são conhecidas pela população.
21




                 FIGURA 06 – Artista produzindo rodeado de alunos




      Da mesma maneira, os alunos tiveram a oportunidade de colocar em
prática o que aprenderam, pintando, com o auxílio dos artistas convidados e
expressando-se através da Arte proposta.
      Conforme mencionado anteriormente, a intenção não era formar artistas,
nem mesmo despertar os talentos muitas vezes escondidos em cada um deles,
mas bem que apareceram alguns trabalhos muito interessantes, cheios de
entrelinhas que tinham muito a dizer sobre a identidade amazônica e,
evidentemente, de cada um deles.
      Destaco aqui que ao final tivemos a oportunidade de expor todos os
trabalhos no pátio da escola, próximo à cantina, com a presença dos alunos,
pais, coordenação e outros professores, além da comunidade em geral,
conforme podemos ver nas figuras 7 e 8.
      Os trabalhos ficaram expostos, em uma feirinha, onde todos tiveram a
oportunidade de ver os trabalhos dos outros alunos, enquanto os artistas-
22

estudantes faziam explanações sobre o processo em geral, como eram
produzidas as tintas, quais técnicas utilizavam para as pinturas, além de
socializar informações, assim como fizeram os artistas convidados, tornando-
se,   evidentemente   multiplicadores,   dentro    da      proposta   idealizada,
contemplando os objetivos propostos.




                      FIGURA 07- Exposição com os alunos
23




                         Figura 08 – Exposição dos alunos




Alguns Artistas Locais


      Aqui, na cidade de Xapuri, são muitos os artistas plásticos que ficam no
anonimato, mas continuam produzindo, mesmo que trabalhando em áreas nem
sempre comuns ao mundo da arte.
      Dentre eles estão Antônio Silva e José Pereira, que aceitaram o desafio
de me auxiliar nesse processo de levar a Arte para dentro da escola, da forma
mais encantadora possível, através da prática. Vamos saber um pouco de suas
vidas e trabalhos:
      Antônio Silva – Tem 25 anos de idade, solteiro, xapuriense, pinta desde
os 8 anos. Começou desenhando e logo foi para a pintura, testando diversas
formas de produzir as tintas, pois não tinha condições financeiras de comprar
material.
      Já fez algumas oficinas na área de Artes, o que fez com que
aperfeiçoasse seu trabalho, chegando até a fazer trabalhos de tatuador.
24

       Antônio não vive exclusivamente de sua Arte, acaba tendo de trabalhar
como pintor de casas, muros e cartazes para sobreviver e acredita que são
ideias como essas, de levar a Arte e seus artistas para dentro da escola que
vai mudar esse quadro de desvalorização dos profissionais da área.
       Já ganhou um prêmio a nível estadual por um de seus quadros e já
trabalhou com artistas de outros estados e até mesmo da Bolívia.
       Um de seus maiores sonhos é que a arte seja levada a todos os lugares
e que seus artistas possam sobreviver do trabalho que gostam.


       José Pereira – Tem 21 anos, solteiro, xapuriense e pinta desde os 10
anos. Não sabia que tinha talento até um professor de arte pedir como tarefa
algum desenho. Quando começou a tentar logo viu que da floresta rabiscada
podia sair mais árvores, bichos e sonhos, tudo com muito cuidado e destreza
nos detalhes.
       Assim como Antônio, já fez algumas oficinas de Artes e também acabou
utilizando produtos naturais por não ter muitas condições financeiras de
comprar material para seu trabalho – fato que aprendeu logo com seus colegas
artistas plásticos.
       Já teve trabalhos expostos em museus da região e trabalhou com
artistas de outros estados e da Bolívia.
       Seu maior sonho é poder se aprofundar nos estudos da arte e levar tais
ensinamentos para a sala de aula.
       Acredita que a educação pode mudar realidades, mas interligada com a
arte pode levar todos os envolvidos a uma verdadeira viagem não apenas do
conhecimento de mundo mas do autoconhecimento, primordiais na vida de
qualquer ser humano.
       Cabe ressaltar aqui que foram destacados os dois artistas apenas pois
foram os que aceitaram participar do projeto, sendo de fundamental
importância para minha pesquisa e projeto em sala de aula, não sendo possível
pesquisar e entrevistar o artista Rômulo, devido a seus contratempos pessoais.
       Tais artistas estão se mobilizando com outros de sua área de outros
municípios para formar uma associação de artistas que busquem melhores
condições de vida e de divulgação de sua Arte, de seus trabalhos.
25




4. CONSIDERAÇÕES FINAIS


       Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os
artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre.
Com objetivo de verificar como esses artistas podem ser inseridos no contexto
da educação em Artes Visuais, tendo em vista que a maioria não tem formação
específica na área, mas suas técnicas e os materiais naturais que utilizam em
seus trabalhos podem ser utilizados em sala de aula, demonstrando de forma
prática a teoria da história da Arte, assim como o fazer artístico.
       Dessa maneira, podemos destacar que esses artistas, mesmo não tendo
uma formação na área, possuem conhecimento interiorizado, embasado na
prática e em suas vivências.
       Tais concepções estão dentro da visão de Ana Mae, que acreditava em
uma educação que ia além dos conhecimentos habituais e técnicos, passando
para a prática e para conhecimentos, muitas vezes, anteriores desses alunos e
dos artistas que, no caso, convidei para me auxiliar com o Projeto
Interdisciplinar.
       A educação vai além de tudo aquilo que aprendemos como costumeiro,
habitual, técnico e teórico. Esses artistas tem muito a dizer e a fazer, assim
como podem ensinar, pois tem o ofício da prática e do fazer artístico, nesse
contexto a aproximação da arte com vida dentro da escola os torna importante.
       Com o presente trabalho, executado em sala de aula, pude perceber que
esses profissionais podem auxiliar com suas técnicas, seja na produção das
tintas, seja na forma ensinada de pintar e desenhar, seja no embasamento
dentro das temáticas já conhecidas na nossa região amazônica.
       Como professora há muitos anos, principalmente na disciplina de Arte,
confesso que nunca vi os alunos tão interessados nas aulas quanto ficaram
com a visita dos colaboradores José e Antônio.
       Posso destacar, também, que tudo o que combinamos anteriormente,
isto é, sobre falar da temática, das técnicas e dos materiais, foi feito em sala de
26

aula e trouxe uma aprendizagem ressignificando teoria e prática juntas, como
deveriam ser ensinadas, facilitando o processo de aprendizagem dos alunos.
       Quando trazemos esses alunos também para participar, para mostrar
seu trabalho, conquistamos aliados fortíssimos, que auxiliam em toda a aula e
até mesmo além delas, tornando-se multiplicadores, reforçando a identidade
amazônica e o desejo de conhecer e produzir Arte.
       Não podemos descartar que a comunidade, as outras turmas,
professores, alunos e coordenação, acabam se unindo em Projetos como
esses, que são convidativos e altamente enriquecedores para quem aprecia e
quem participa dele de uma forma geral.
       Conforme mencionado em todo o trabalho, podemos perceber que
muitos    dos      artistas   locais   são   desconhecidos   pela   comunidade   e,
evidentemente, pelos alunos, o que aproxima tais pessoas, trazendo interação
e conhecimento do que é nosso, dos talentos que nem sempre estão à mostra
e que merecem nosso respeito e um trabalho que divulgue ainda mais o seu
fazer artístico.
       Como sou professora de Arte reconheço que meu trabalho se torna mais
amadurecido com a finalização do Curso e com Projetos como esse, que
facilitam a aprendizagem e a tornam mais prazerosa.
       Reconheço na educação um poderoso instrumento de valorização de
diferentes áreas e saberes e é com esse objetivo de formar cidadãos mais
conscientes e críticos através da Arte-educação que finalizo um processo que
tenho certeza que está apenas começando.
27




5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARBERO, Martin Jesus. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro. UFRJ,
1997.

BARBOSA, Ana Mae et al. Inquietações e mudanças no mundo da arte. 4ª
Ed. São Paulo: Cortez, 2008.

BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. 2ª Ed. São Paulo:
Perspectiva, 2006.

ARAUJO, Anna Ria Ferreira de. Encruzilhadas do olhar no ensino das artes.
Porto Alegre: Mediação, 2007.

AKHTIN, Mikhail. A cultura popular na idade média e no renascimento: o
contexto de François Rabelais. São Paulo: Annablume/Hucitec, 2002.

CHARTIER,      Roger.    Cultura      popular:   revisitando     um    conceito
historiográfico In: Estudos históricos, Vol. 08, n°16. Rio de Janeiro, 1995.

DUCHAMP, Marcel. O ato criador. In Gregory Battcock (org.) A nova arte. São
Paulo: Perspectiva, 1986. P. 71-74.

OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Os intelectuais, a nação e o povo In: Seminário
folclore e cultura popular – série encontro e estudos n°01. Rio de Janeiro:
IBAC, 1992.




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PESQUISADAS

CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes,
2009.
28

BOSI, Alfredo. Cultura como tradição In: BORNHEIM, G. et al. Cultura
brasileira: tradição/contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor/ Funarte,
1987, p. 33-57.

BOSI, Ecléa. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias.
Petrópolis: Vozes, 1972.

BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. São Paulo: Companhia
das Letras, 1989.

CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair
da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2003.

CHAUI, Marilena. Conformismo e resistência, aspectos da cultura popular
no Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986.

GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um
moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia das letras, 1987.

GUIBERNAU,        Monserrat.    Nacionalismos,     o   estado   nacional   e   o
nacionalismo no século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997.

GULLAR, Ferreira. Cultura posta em questão. Rio de Janeiro: Editora
civilização brasileira, 1965.

HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de
Trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000.

MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Porto: Almedina,
1999.

ORTIZ, Renato. Cultura popular: românticos e folcloristas. São Paulo: Olho
d’água, 1992.

ROMERO, Sílvio. Estudo sobre a poesia popular do Brasil. Petrópolis:
Vozes, 1977.
29

SATRIANI, Luigi M. Lombardi. Antropologia cultural e análise da cultura
subalterna. São Paulo: Editora Hucitec, 1986.

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Contribuições dos artistas de Xapuri para a educação em artes

  • 1. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE ARTES CONTRIBUIÇÕES DOS ARTISTAS REGIONAIS DE XAPURI PARA A EDUCAÇÃO EM ARTES VISUAIS NO ACRE Fábia Gonçalves Franklin Trabalho de Conclusão de Curso XAPURI - ACRE 2011
  • 2. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA INSTITUTO DE ARTES CONTRIBUIÇÕES DOS ARTISTAS REGIONAIS DE XAPURI PARA A EDUCAÇÃO EM ARTES VISUAIS NO ACRE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Brasília como requisito parcial para a obtenção da graduação em Licenciatura em Artes Visuais. Orientadora: Profa. Dra. Thérèse Hofmann Gatti Tutora: Profª Dorisdei Valente Rodrigues Fábia Gonçalves Franklin Trabalho de Conclusão de Curso XAPURI - ACRE 2011
  • 3. Lista de Figuras Figura 1 – Frente da Escola Anthero Soares Bezerra ..................................... 14 Figura 2 – Corredores da Escola ...................................................................... 15 Figura 3 – Com uma das turmas ....................................................................... 18 Figura 4 – Artista José ....................................................................................... 19 Figura 5 – socialização de Técnicas ................................................................. 20 Figura 6 – Artista produzindo rodeado de alunos ........................................... 21 Figura 7 – Exposição com os alunos ............................................................... 22 Figura 8 – Exposição dos alunos ...................................................................... 23
  • 4. SUMÁRIO 1 – INTRODUÇÃO ............................................................................................... 5 2 – JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 7 3 – DESENVOLVIMENTO.................................................................................... 10 3.1.Arte e Educação em Xapuri..................................................................... 10 3.2. Projeto Interdisciplinar de Artes Visuais de Intervenção.......................... 11 3.4 Execução do projeto de intervenção ..................................................... 16 5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 25 6 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 27
  • 5. 1. INTRODUÇÃO . A arte tem se destacado ao longo do tempo como um processo de construção histórica, social e cultural, em que diferentes manifestações tem despontado no cenário mundial. Ao mesmo tempo, em pequenas cidades como Xapuri, muitos artistas plásticos continuam a busca por ter mais espaço e para continuar produzindo. Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre. O objetivo deste estudo é verificar como esses artistas podem ser inseridos no contexto da educação em Artes Visuais, tendo em vista que a maioria não tem formação específica na área, mas suas técnicas e os materiais naturais que utilizam em seus trabalhos podem ser utilizados em sala de aula, demonstrando de forma prática a teoria da história da Arte, assim como o fazer artístico. Meu interesse com o tema está no fato de ser educadora da disciplina de Artes, no município de Xapuri, onde percebo que falta uma maior proximidade dos alunos com os artistas locais e seus trabalhos, fator que poderia aproximar mais os alunos da experiência em artes visuais com materiais próprios de sua região. Outro motivo, não menos importante, é que muitos desses artistas são desconhecidos na comunidade escolar e até mesmo no município de Xapuri, fato que pode ser mudado, levando esses artistas para um trabalho em conjunto com a escola. A base teórica para a realização do presente trabalho está, principalmente, em Ana Mae Barbosa, com uma abordagem teórica sobre a educação em Artes Visuais na contemporaneidade, dando validade científica à pesquisa monográfica. A importância e relevância desde trabalho para o conhecimento é que desconheço um estudo anterior sobre a temática com os artistas do município de Xapuri, no Estado do Acre.
  • 6. 6 O artista xapuriense, assim como muitos artistas de cidades pequenas e distantes dos grandes centros urbanos, tem suas peculiaridades que os caracteriza, particulariza, merecendo ter um registro que possa ser utilizado tanto pelos professores, como pela comunidade. Onde possam apreciar seja em museus, bibliotecas públicas, ou qualquer outro espaço que preserve a produção cultural do Acre. Para que esse material possa ser amplamente utilizado em sala de aula, no Ensino das Artes. Quem ganha com isso é a própria sociedade, pois a democratização da arte deve ser dar em todos os níveis do local ao global.
  • 7. 7 2. JUSTIFICATIVA Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre. Entendemos que a arte faz parte do homem enquanto sujeito que se comunica no mundo e vive em sociedade, temos grandes produções artísticas disponíveis tanto em museus, como em diferentes formatos e diferentes linguagens, as quais podem ser utilizadas para fruição dos nosso alunos, mas essas produções ainda não abrangem todos os artistas locais. O que dificulta nosso trabalho enquanto professor para desenvolver projetos com artistas de Xapuri. Cada pessoa representa o que sabe, o que aprende com o tempo e no ambiente em que está inserido. A maioria da população se identifica com o que outras pessoas sabem, falam, escrevem, pintam, representam, mas há suas particularidades, coisas que identificam ou mesmo particularizam pessoas e grupos dos demais. É um conjunto de coisas que forma uma pessoa. É como se fossem vários elementos que juntando tudo resulta em algo, um produto, só que humano, que também produz fazeres, traçando sua vida e sua história, tudo com base no que foi aprendendo ao longo da vida. A cultura, a partir do momento que ganha elementos particulares, típicos de cada povo humano, se reconhece como única, rica, particular, em todas as instâncias da convivência. Ao se reconhecer que cada um é diferente e resultado do coletivo de que fazem parte abre-se o conceito de cultura, ao mesmo tempo que a torna popular: O melhor dessa arte é que desmascara culturalmente as massas: frente a elas não podem fingir que gozam, tanto lhes aborrece e irrita. Cultura criativa, a nova arte é a vingança da minoria que, em meio do igualitarismo social e da massificação cultural, nos torna patente que ainda há classes. E nessa distinção que separa é onde reside para Ortega a possibilidade mesma da sobrevivência da cultura" (BARBERO,1997:66).
  • 8. 8 A cultura popular é identificada entre os grupos dos mais simples e economicamente menos enaltecidos, onde se apropria de diversos elementos que somente tem a contribuir com o enriquecimento de suas formas culturais: Inútil querer identificar a cultura popular a partir da distribuição supostamente específica de certos objetos ou modelos culturais. O que importa, de fato, tanto quanto sua repartição, sempre mais complexa do que parece, é sua apropriação pelos grupos ou indivíduos. Não se pode mais aceitar acriticamente uma sociologia da distribuição que supõe implicitamente que à hierarquia das classes ou grupos corresponde uma hierarquia paralela das produções e dos hábitos culturais (CHARTIER, 1975:184). Os hábitos culturais são incorporados às produções de um povo que expressam em suas obras um pouco da forma como enxergam o mundo, suas vivências, reflexões e temáticas. O homem, através de seu fazer artístico e cultural, imprime sua história, com base no passado, mas sem descartar o presente e como sua atuação pode ser útil e modificar o futuro. As classes esquecidas são as que mais produzem cultura e carregam de conceitos sociais, pois quanto mais codificações são criadas, maior é a quantidade de cultura acumulada, carregada, da mesma forma, de qualidade de um povo. Sobre essa questão Oliveira (1992: 71) afirma: Um homem sem passado, alienado no íntimo do seu ser porque fora colonizado, ao qual haviam sido impostos conjuntos culturais transferidos do exterior; tornava-se urgente criar ou descobrir uma cultura nacional válida, que assim se apresentava como um projeto ligado ao futuro, como uma utopia do porvir que serviria de motor à ação. Quanto mais o homem sofre, mais imprime em seu fazer sua forma de ver a problemática e sua história, inserindo nesses elementos seu sentimento, além de seu pensamento de como combatê-lo. A arte é uma das formas de se fazer isso, aproveitando para comunicar com a beleza que vem da alma os princípios mínimos de um fazer cultural (e popular) de falar com o mundo espectador.
  • 9. 9 A identidade do artista passa, assim, por um período de renovação, mas nem sempre positiva, porque a maioria não fica na área e deixa completamente de produzir as suas obras. Aparentemente, o artista funciona como um ser mediúnico que, de um labirinto situado além do tempo e do espaço, procura caminhar até uma clareira. Ao darmos ao artista os atributos de um médium, temos de negar-lhes um estado de consciência no plano estético sobre o que está fazendo. Todas as decisões relativas à execução artística do seu trabalho permanecem no domínio da pura intuição e não podem ser objetivadas numa auto-análise, falada ou escrita, ou mesmo pensada. (DUCHAMP, 1986: 71). Quando o artista, esquecido, é tido como um médium, conforme pensava Duchamp, é atribuído a ele poderes especiais, que modificam a forma como enxerga a si próprio e aos outros. Esse artista médium é um ser que tem as suas obras, pinturas, guardadas em seus ambientes mais íntimos: os cômodos da casa, como quarto, sala, relembrando a cada dia de seus talentos especiais, que lhe concedem poder e autoconfiança, ao mesmo tempo que lhe causa dor ao imaginar que possivelmente não consiga sobreviver de sua arte, pois é um anônimo. É médium, artista, especial, talentoso e ao mesmo tempo anônimo. Fatores que podem e devem ser usados na educação através da arte no sentido de fazer que as produções possam ser expostas e vista e não fiquem apenas nos cômodos da casa.
  • 10. 10 3. DESENVOLVIMENTO 3.1. Arte Educação Em Xapuri Como professora da disciplina de Artes em Xapuri, percebo que os arte- educadores, cada vez mais buscam o reconhecimento da disciplina em nossa cidade, principalmente a partir de um convenio entre o Ministério da Educação (MEC) e CAPES1, que trouxe a Universidade de Brasília, pelo projeto da Universidade Aberta na modalidade a distância, ofertando o curso de Licenciatura em Artes Visuais. No entanto, reconheço que muito ainda tem a ser feito pela melhoria dessa qualidade no processo de ensino e aprendizagem em Arte. E uma das formas é trabalhar de forma interdisciplinar, fazendo com que as disciplinas se comuniquem e tragam diferentes aprendizagens para os alunos, pensando em uma formação integral. Como conceitos iniciais que se fazem necessários para destacar o presente Trabalho de Conclusão de Curso, estão aqueles que identificam a cultura e o indivíduo como principal envolvido, o aluno. Faz-se necessário para compreender quão importante é o tema e os próprios artistas estudados, assim como suas histórias e toda uma trajetória ao longo de experiências e vivências. Cabe ressaltar que os artistas locais fazem parte, geralmente, das classes populares (menos abastadas) e muito tem a falar da forma em que vivem, sua história, as problemáticas enfrentadas, reflexões sobre as dificuldades e a maneira eficiente de combatê-las, tudo transportado para suas obras. Além das técnicas e materiais utilizados que são adquiridos na própria região. Nesse sentido, por meio dessas obras e na forma como representam o universo ao seu redor, a sua visão de arte e o seu fazer artísticos podem 1 A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) desempenha papel fundamental na expansão e consolidação da pós-graduação stricto sensu (mestrado e doutorado) em todos os estados da Federação.
  • 11. 11 contribuir para entender a formação da nossa identidade acreana, xapuriense e amazônica. Dessa forma, esse estudo nasce na disciplina Projeto Interdisciplinar onde pudesse verificar, na prática, como inserir esses artistas na escola, tendo continuado com esse mesmo tema para o meu trabalho de conclusão de curso para me aprofundar mais e fazer novas descobertas para o ensino de arte. 3.2. Projeto Interdisciplinar de Artes Visuais de intervenção Para melhor compreensão das etapas do projeto de intervenção divido em fases de acordo com a forma de sua aplicação. Apresentação do projeto A arte tem se destacado ao longo do tempo como um processo de construção histórica, social e cultural, em que diferentes manifestações tem despontado no cenário mundial. Ao mesmo tempo, em pequenas cidades como Xapuri, que tem cerca de 14 mil habitantes, muitos artistas plásticos continuam a busca por ter mais espaço para não apenas mostrar o seu trabalho, mas para sobreviver dele. O objetivo de meu estudo é verificar como os artistas locais podem emprestar sua arte e suas técnicas para o trabalho em sala de aula. Destaca-se, também, como objetivo do trabalho utilizar as técnicas dos artistas locais, verificando os materiais que utilizam em seu trabalho e também pintando sobre as temáticas amazônicas (fauna, flora, costumes indígenas, entre outros), valorizando a cultura local.
  • 12. 12 Para tanto, aproveitarei para inserir nesse processo a literatura e as obras de José de Alencar, principalmente Iracema, seu grande romance, pela temática indígena, ricamente semelhante com os temas locais. Essa inserção da literatura com arte poderá ser vista nos materiais produzidos pelos artistas e pelos alunos em sala de aula. Ao final, será feita uma exposição no auditório ou nos corredores da escola. Motivação pessoal Minha motivação está no tema devido a linguagem utilizada por artistas de Xapuri, que são próximas da linguagem de José de Alencar em seu romance Iracema. Sempre gostei de ler e de estudar sobre os grandes autores brasileiros, quero repassar isso a meus alunos – envolvendo a Arte nesse processo. Trabalho à distância arte com alunos do Ensino Fundamental das séries 6ª ao 9º ano e sempre gosto de inserir minha outra paixão: a literatura. Metodologia do Projeto de Intervenção A metodologia utilizada será pesquisa bibliográfica sobre o tema, aprofundando o assunto. Uma busca dos conceitos iniciais que identificam a cultura e o indivíduo faz-se necessário para compreender quão importante é o tema e os próprios artistas estudados – assim como sua história e toda uma trajetória ao longo de trabalho e vivências. O passo seguinte é trabalhar com a pesquisa desses artistas, buscando a fundo quais são e onde estão tais pessoas no município de Xapuri, fazendo um verdadeiro mapeamento artístico e ao mesmo tempo cultural. Ao localizar tais artistas será realizada entrevista, procurando saber a trajetória de cada um, as obras produzidas, métodos aprendidos,assim como
  • 13. 13 de que forma, materiais e técnicas se utilizam. Se estão trabalhando na área ou em outras, se não o que fez parar ou pensar em parar de produzir arte no município. Depois trarei para a sala de aula, inserindo a linguagem de José de Alencar, no qual teremos a proposta de ler os livros do autor. O passo seguinte é chamar os artistas mapeados para oficinas dentro das aulas de Arte e produzir. Nessas oficinas os artistas irão mostrar um pouco da sua técnica de pintura, temas e, principalmente, das tintas que utilizam e a maneira de prepará-las. Dessa forma os alunos terão a oportunidade de preparar as tintas e também pintar, dentro dos temas amazônicos, fauna, flora, vida indígena , bem próximos da realidade local e também do livro de José de Alencar, Iracema. O tempo estimado de execução do Projeto será de um semestre. Ao final faremos uma grande exposição na escola. Os sujeitos da pesquisa são alunos do 5º ao 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Anthero Soares Bezerra, localizada na Rua Coronel Brandão, nº 131, no Centro da cidade de Xapuri, no Estado do Acre. Tal escola é toda em alvenaria, contando com 12 salas, pátio, um auditório onde podemos realizar as nossas atividades, e um outro pátio, ligado à cantina, espaço também reservado para apresentações e oficinas de Arte dentro do ambiente escolar. O espaço físico já se encontra necessitando de uma pintura, mas antes disso uma reforma que possibilite uma melhoria do ambiente, o que vai se refletir na qualidade do ensino, com um local mais adequado para as aulas de Arte. Conforme podemos ver na figura o1, a frente da escola já apresenta sinais de deterioração:
  • 14. 14 FIGURA 01- Frente da Escola Anthero Soares Bezerra A Escola é cercada por um muro, também de alvenaria, com espaço lateral para que os alunos possam guardar as suas bicicletas, principal meio de transporte utilizado pelos estudantes no município. É uma escola de Ensino Fundamental, contando com cerca de 700 alunos divididos em dois turnos – manhã e tarde – além de 8 professores que ministram diferentes disciplinas. A formação dos professores varia conforme foram ofertados cursos no município, isto é, ao longo dos anos se formaram em Pedagogia, Letras em Inglês, Geografia, Matemática e agora, graças à Universidade de Brasília, duas das professoras – Ceilde e eu – temos a oportunidade de nos formar em Artes Visuais, potencializando conhecimentos que nos serão úteis em sala de aula. A figura 02, mostra os corredores da Escola, ligando uma lateral a outra, contendo as salas onde ministro as aulas de Arte na instituição:
  • 15. 15 Figrua 02 – Corredores da Escola Conforme mencionado anteriormente, sou professora da disciplina de Arte na referida Escola e acompanho de perto as problemáticas enfrentadas, mas também destaco que muito tem sido feito pelos professores e coordenação, afim de mudar a realidade do local e garantir a real qualidade no ensino de todos os estudantes que por lá passarem. Convidar dois Artistas locais da nossa região,para participarem do projeto sendo eles Rômulo Rodrigues e Antônio Silva, que já me auxiliam dentro da temática da monografia de Artes Visuais. Proposta da intervenção Utilizar na oficina o Livro Iracema; Pincéis; Tintas; Telas de artistas; Papel; Lápis coloridos. O passo seguinte é trabalhar com a pesquisa desses artistas, buscando a fundo quais são anônimos, porém talentosos, no município de
  • 16. 16 Xapuri, fazendo um verdadeiro mapeamento artístico e ao mesmo tempo cultural. Ao localizar tais artistas será realizada entrevista para saber como é a vida desses artistas, suas influências e as dificuldades enfrentadas – verificando suas particularidades ou mesmo as coisas em comum. Também será solicitado que cada artista mostre algumas de suas obras ou fotos, para que seja feito o registro fotográfico e posterior verificação de que temáticas e técnicas trabalham. Ao final serão tabulados os dados verificados e escrito um texto com o resultado final de todo o processo, dentro das normas da ABNT, com base na bibliografia pesquisada e no Projeto de Intervenção, sendo o produto do Trabalho de Conclusão do Curso de Artes Visuais da Universidade de Brasília. Tal trabalho é importante para garantir que a identidade xapuriense não seja apagada completamente, pela falta de registros. Falo da identidade artística, com base em artistas que nem sempre se ouve falar mas que são importantes para a história cultural e artística do município. Além de verificar como esses importantes artistas são essenciais para o trabalho com Arte e Educação no Município de Xapuri e no Estado do Acre. 3.3. Execução do Projeto de intervenção O Projeto foi executado em sala de aula, podendo ser copiado por outros professores de Arte, sendo direcionado do 6° ao 9° ano “C” do Ensino Fundamental. Os artistas convidados para executar o projeto foram Antônio Silva e José Pereira (tendo em vista que Rômulo Rodrigues teve contratempos e não pode participar do Projeto de Intervenção), ambos jovens xapurienses, trabalhadores da arte que aceitaram o desafio de mostrar um pouco de seu trabalho para os alunos da Escola Anthero Soares Bezerra, propondo também uma intervenção dos próprios estudantes, expostas ao final.
  • 17. 17 O projeto foi executado em uma semana e contou com uma pequena explanação dos artistas para os alunos, falando de suas vidas artísticas, seu envolvimento com as temáticas amazônicas e a necessidade individual de produzir material com os recursos naturais aqui existentes. Utilizamos como instrumento complementar e interdisciplinar o livro Iracema, de José de Alencar, que conta a famosa história da índia com um homem branco, onde podemos perceber um pouco da vida dos indígenas e de sua interação com o homem das terras ditas “civilizadas”. Eu apresentei um pouco da obra literária e me surpreendi ao saber que alguns alunos já conheciam e tinham lido todo o romance – para minha surpresa, mas também alegria, sinal de que muitos são apaixonados pela arte literária, também foco do Projeto em questão. A partir do livro debatemos as temáticas amazônicas, muito próximas do que vivenciamos cotidianamente e que fazemos questão de alardear para o restante do mundo – de acordo com o grande ambientalista Chico Mendes. O passo seguinte foi fazer com que os alunos tomassem conhecimento dos materiais que podem ser produzidos a partir da matéria-prima local. Essa parte ficou a cargo dos artistas convidados, que trouxeram materiais da região e produziram as tintas para os estudantes poderem observar. Em outro momento tivemos a oportunidade de produzir, juntamente com os artistas e sob sua supervisão, além de passar para o papel os devaneios que porventura surgissem no meio do caminho. O bom desse trabalho é saber que os alunos se encantaram com tudo aquilo, pois puderam romper as barreiras da teoria e passar para a prática renovadora – que faz toda a diferença quando se trata de Arte. Os artistas se empenharam em mostrar seu trabalho e em fazer com que os alunos sentissem cada etapa do Projeto, fazendo toda a diferença na minha aula e na vida de cada um daqueles olhos gentis e curiosos. Acredito que aproximar esses artistas da escola é levar os estudantes a conhecer os nossos talentos, que fazem o possível e o impossível para continuar produzindo e vencendo a tarefa árdua de levar a Arte a todos os lugares. Observei também, que alguns alunos não conheciam os artistas e observei que o Projeto teve mais um sentido: o de tirá-los do anonimato,
  • 18. 18 mostrando não apenas o seu talento mas o seu fazer artístico que ultrapassa as barreiras das telas e chega no coração e na vida de cada um deles. FIGURA 03- Fotografia com uma das turmas Na figura 03, podemos ver o quanto são pequenos os alunos, tendo em média entre 10 e 12 anos de idade, cheios de vida e energia, afoitos para aprender um pouco de tudo e parceiros no mundo das Artes. Não posso reclamar que meus alunos não se empenham, pois todos são aplicados e gostam de assistir às aulas. O diferencial desse projeto, porém, é a aproximação dos artistas locais com a comunidade escolar, que quebra um pouco dos protocolos e padrões educacionais tradicionais e nos permite fazer com que os estudantes vivenciem os processos artísticos, não apenas estudando teorias ou mesmo observando os artistas produzirem, mas experimentar na prática tudo o que estava sendo exposto.
  • 19. 19 FIGURA 04- Artista José Na figura 04 registramos o momento em que o artista José nos brinda com a prática de um de seus trabalhos, feitos ali mesmo em sala de aula, enquanto os alunos observam atentamente cada detalhe. Nesse momento, José utilizava as tintas produzidas à base de urucum e terra vermelha, também aos olhos dos alunos e explicando o passo-a-passo de cada etapa do que estava produzindo. Conforme tinha combinado anteriormente com cada artista, os mesmos utilizavam em sua explanação um pouco do romance de José de Alencar, Iracema, fazendo um paralelo com a nossa realidade. De acordo com o que havia previsto, nenhum aluno fazia barulho, só fizeram perguntas ao final, ao ponto que tiveram sanadas todas as suas dúvidas, mesmo as mais simples, respondidas com humor pelos artistas convidados.
  • 20. 20 FIGURA 05- socialização de Técnicas Nas figuras 5 e 6, Antônio, o outro artista convidado, explica sobre as técnicas de sua pintura, utilizando as tintas industrializadas, fazendo uma relação de preços, avaliando custo-benefício e falando que não é apenas o valor econômico que interessa na hora de pintar, mas o valor ambiental, destacando a consciência que cada um pode ter, independente da profissão que queiram seguir. Outra coisa que deve ser destacada aqui é que com o presente projeto, onde levei artistas para a sala de aula, proporcionando o contato e a interação entre alunos e professores, não quis fazer com que todos os estudantes se tornem artistas – a intenção era propiciar o contato, a prática, a interação, um pouco de conhecimento com a Arte realizada aqui mesmo na nossa cidade, onde exploram os materiais e as temáticas, tudo de forma sustentável, mas que nem sempre são conhecidas pela população.
  • 21. 21 FIGURA 06 – Artista produzindo rodeado de alunos Da mesma maneira, os alunos tiveram a oportunidade de colocar em prática o que aprenderam, pintando, com o auxílio dos artistas convidados e expressando-se através da Arte proposta. Conforme mencionado anteriormente, a intenção não era formar artistas, nem mesmo despertar os talentos muitas vezes escondidos em cada um deles, mas bem que apareceram alguns trabalhos muito interessantes, cheios de entrelinhas que tinham muito a dizer sobre a identidade amazônica e, evidentemente, de cada um deles. Destaco aqui que ao final tivemos a oportunidade de expor todos os trabalhos no pátio da escola, próximo à cantina, com a presença dos alunos, pais, coordenação e outros professores, além da comunidade em geral, conforme podemos ver nas figuras 7 e 8. Os trabalhos ficaram expostos, em uma feirinha, onde todos tiveram a oportunidade de ver os trabalhos dos outros alunos, enquanto os artistas-
  • 22. 22 estudantes faziam explanações sobre o processo em geral, como eram produzidas as tintas, quais técnicas utilizavam para as pinturas, além de socializar informações, assim como fizeram os artistas convidados, tornando- se, evidentemente multiplicadores, dentro da proposta idealizada, contemplando os objetivos propostos. FIGURA 07- Exposição com os alunos
  • 23. 23 Figura 08 – Exposição dos alunos Alguns Artistas Locais Aqui, na cidade de Xapuri, são muitos os artistas plásticos que ficam no anonimato, mas continuam produzindo, mesmo que trabalhando em áreas nem sempre comuns ao mundo da arte. Dentre eles estão Antônio Silva e José Pereira, que aceitaram o desafio de me auxiliar nesse processo de levar a Arte para dentro da escola, da forma mais encantadora possível, através da prática. Vamos saber um pouco de suas vidas e trabalhos: Antônio Silva – Tem 25 anos de idade, solteiro, xapuriense, pinta desde os 8 anos. Começou desenhando e logo foi para a pintura, testando diversas formas de produzir as tintas, pois não tinha condições financeiras de comprar material. Já fez algumas oficinas na área de Artes, o que fez com que aperfeiçoasse seu trabalho, chegando até a fazer trabalhos de tatuador.
  • 24. 24 Antônio não vive exclusivamente de sua Arte, acaba tendo de trabalhar como pintor de casas, muros e cartazes para sobreviver e acredita que são ideias como essas, de levar a Arte e seus artistas para dentro da escola que vai mudar esse quadro de desvalorização dos profissionais da área. Já ganhou um prêmio a nível estadual por um de seus quadros e já trabalhou com artistas de outros estados e até mesmo da Bolívia. Um de seus maiores sonhos é que a arte seja levada a todos os lugares e que seus artistas possam sobreviver do trabalho que gostam. José Pereira – Tem 21 anos, solteiro, xapuriense e pinta desde os 10 anos. Não sabia que tinha talento até um professor de arte pedir como tarefa algum desenho. Quando começou a tentar logo viu que da floresta rabiscada podia sair mais árvores, bichos e sonhos, tudo com muito cuidado e destreza nos detalhes. Assim como Antônio, já fez algumas oficinas de Artes e também acabou utilizando produtos naturais por não ter muitas condições financeiras de comprar material para seu trabalho – fato que aprendeu logo com seus colegas artistas plásticos. Já teve trabalhos expostos em museus da região e trabalhou com artistas de outros estados e da Bolívia. Seu maior sonho é poder se aprofundar nos estudos da arte e levar tais ensinamentos para a sala de aula. Acredita que a educação pode mudar realidades, mas interligada com a arte pode levar todos os envolvidos a uma verdadeira viagem não apenas do conhecimento de mundo mas do autoconhecimento, primordiais na vida de qualquer ser humano. Cabe ressaltar aqui que foram destacados os dois artistas apenas pois foram os que aceitaram participar do projeto, sendo de fundamental importância para minha pesquisa e projeto em sala de aula, não sendo possível pesquisar e entrevistar o artista Rômulo, devido a seus contratempos pessoais. Tais artistas estão se mobilizando com outros de sua área de outros municípios para formar uma associação de artistas que busquem melhores condições de vida e de divulgação de sua Arte, de seus trabalhos.
  • 25. 25 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho faço uma investigação sobre as contribuições que os artistas regionais de Xapuri trazem para a educação em Artes Visuais no Acre. Com objetivo de verificar como esses artistas podem ser inseridos no contexto da educação em Artes Visuais, tendo em vista que a maioria não tem formação específica na área, mas suas técnicas e os materiais naturais que utilizam em seus trabalhos podem ser utilizados em sala de aula, demonstrando de forma prática a teoria da história da Arte, assim como o fazer artístico. Dessa maneira, podemos destacar que esses artistas, mesmo não tendo uma formação na área, possuem conhecimento interiorizado, embasado na prática e em suas vivências. Tais concepções estão dentro da visão de Ana Mae, que acreditava em uma educação que ia além dos conhecimentos habituais e técnicos, passando para a prática e para conhecimentos, muitas vezes, anteriores desses alunos e dos artistas que, no caso, convidei para me auxiliar com o Projeto Interdisciplinar. A educação vai além de tudo aquilo que aprendemos como costumeiro, habitual, técnico e teórico. Esses artistas tem muito a dizer e a fazer, assim como podem ensinar, pois tem o ofício da prática e do fazer artístico, nesse contexto a aproximação da arte com vida dentro da escola os torna importante. Com o presente trabalho, executado em sala de aula, pude perceber que esses profissionais podem auxiliar com suas técnicas, seja na produção das tintas, seja na forma ensinada de pintar e desenhar, seja no embasamento dentro das temáticas já conhecidas na nossa região amazônica. Como professora há muitos anos, principalmente na disciplina de Arte, confesso que nunca vi os alunos tão interessados nas aulas quanto ficaram com a visita dos colaboradores José e Antônio. Posso destacar, também, que tudo o que combinamos anteriormente, isto é, sobre falar da temática, das técnicas e dos materiais, foi feito em sala de
  • 26. 26 aula e trouxe uma aprendizagem ressignificando teoria e prática juntas, como deveriam ser ensinadas, facilitando o processo de aprendizagem dos alunos. Quando trazemos esses alunos também para participar, para mostrar seu trabalho, conquistamos aliados fortíssimos, que auxiliam em toda a aula e até mesmo além delas, tornando-se multiplicadores, reforçando a identidade amazônica e o desejo de conhecer e produzir Arte. Não podemos descartar que a comunidade, as outras turmas, professores, alunos e coordenação, acabam se unindo em Projetos como esses, que são convidativos e altamente enriquecedores para quem aprecia e quem participa dele de uma forma geral. Conforme mencionado em todo o trabalho, podemos perceber que muitos dos artistas locais são desconhecidos pela comunidade e, evidentemente, pelos alunos, o que aproxima tais pessoas, trazendo interação e conhecimento do que é nosso, dos talentos que nem sempre estão à mostra e que merecem nosso respeito e um trabalho que divulgue ainda mais o seu fazer artístico. Como sou professora de Arte reconheço que meu trabalho se torna mais amadurecido com a finalização do Curso e com Projetos como esse, que facilitam a aprendizagem e a tornam mais prazerosa. Reconheço na educação um poderoso instrumento de valorização de diferentes áreas e saberes e é com esse objetivo de formar cidadãos mais conscientes e críticos através da Arte-educação que finalizo um processo que tenho certeza que está apenas começando.
  • 27. 27 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARBERO, Martin Jesus. Dos meios às mediações. Rio de Janeiro. UFRJ, 1997. BARBOSA, Ana Mae et al. Inquietações e mudanças no mundo da arte. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2008. BARBOSA, Ana Mae. Arte-educação no Brasil. 2ª Ed. São Paulo: Perspectiva, 2006. ARAUJO, Anna Ria Ferreira de. Encruzilhadas do olhar no ensino das artes. Porto Alegre: Mediação, 2007. AKHTIN, Mikhail. A cultura popular na idade média e no renascimento: o contexto de François Rabelais. São Paulo: Annablume/Hucitec, 2002. CHARTIER, Roger. Cultura popular: revisitando um conceito historiográfico In: Estudos históricos, Vol. 08, n°16. Rio de Janeiro, 1995. DUCHAMP, Marcel. O ato criador. In Gregory Battcock (org.) A nova arte. São Paulo: Perspectiva, 1986. P. 71-74. OLIVEIRA, Lúcia Lippi. Os intelectuais, a nação e o povo In: Seminário folclore e cultura popular – série encontro e estudos n°01. Rio de Janeiro: IBAC, 1992. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PESQUISADAS CHIPP, H. B. Teorias da Arte Moderna. 2ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2009.
  • 28. 28 BOSI, Alfredo. Cultura como tradição In: BORNHEIM, G. et al. Cultura brasileira: tradição/contradição. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor/ Funarte, 1987, p. 33-57. BOSI, Ecléa. Cultura de massa e cultura popular: leituras de operárias. Petrópolis: Vozes, 1972. BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna. São Paulo: Companhia das Letras, 1989. CANCLINI, Néstor Garcia. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 2003. CHAUI, Marilena. Conformismo e resistência, aspectos da cultura popular no Brasil. São Paulo: Editora Brasiliense, 1986. GINZBURG, Carlo. O queijo e os vermes: o cotidiano e as idéias de um moleiro perseguido pela inquisição. São Paulo: Companhia das letras, 1987. GUIBERNAU, Monserrat. Nacionalismos, o estado nacional e o nacionalismo no século XX. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1997. GULLAR, Ferreira. Cultura posta em questão. Rio de Janeiro: Editora civilização brasileira, 1965. HERNANDEZ, Fernando. Cultura Visual, Mudança Educativa e Projeto de Trabalho. Porto Alegre: Artmed, 2000. MOREIRA, Adriano. Teoria das relações internacionais. Porto: Almedina, 1999. ORTIZ, Renato. Cultura popular: românticos e folcloristas. São Paulo: Olho d’água, 1992. ROMERO, Sílvio. Estudo sobre a poesia popular do Brasil. Petrópolis: Vozes, 1977.
  • 29. 29 SATRIANI, Luigi M. Lombardi. Antropologia cultural e análise da cultura subalterna. São Paulo: Editora Hucitec, 1986.