O documento descreve algumas características do método científico, incluindo que ele parte de fatos particulares para formular leis universais, produz conhecimento verificável empiricamente e se autocorrige com base em novos resultados experimentais.
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Algumas características do método científico
1. ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO CIENTÍFICO.
Método indutivo-dedutivo: parte de fatos particulares para enunciar leis universalmente
verdadeiras. Essas leis serão testadas através da observação e/ou experimentação, e
assim sucessivamente.
Produz um conhecimento realista, analítico e, acima de tudo, verificável empiricamente.
Trabalha com hipóteses, as chamadas teorias. Veicula enunciados tidos como verdades
provisórias, sujeitas a validação e possível rejeição.
Dotada de um mecanismo de autocorreção: toda vez que o resultado da experiência
contradiz a teoria até então vigente, modifica-se ou abandona-se a teoria. Portanto, na
ciência a realidade dos fatos tem precedência sobre as teorias.
De certa forma, podemos comparar a pesquisa científica a uma investigação policial.
Objetivo principal: Descobrir por que a realidade é como é.
Objetivo principal: Descobrir o autor de um crime.
Utilização de pistas: Quando não é possível realizar um experimento para testar uma
hipótese, a ciência se vale de pistas, evidências indiretas do fato, vestígios que ele deixa
ou deixou e que podemos examinar para tentar reconstituir o cenário em que ele ocorre
ou ocorreu.
Utilização de pistas: Provas materiais colhidas pelo perito policial na cena do crime.
Como se sabe, provas materiais são a evidência mais forte e convincente de uma teoria
policial. Freqüentemente, elas valem mais perante um júri do que provas testemunhais,
já que as testemunhas muitas vezes mentem ou se enganam.
De onde viemos?
O debate sobre a origem da vida na Terra é algo amplo e contraditório. Você verá agora
duas hipóteses que sobre a origem da vida: a evolucionista e a criacionista. É
importante levar em conta que nenhuma delas está totalmente comprovada.
Teoria Evolucionista
Há inúmeras evidências que parecem confirmar, com grande grau de certeza, que a
teoria evolucionista está mais próxima do que realmente acontece na natureza.
Embora não possamos voltar no tempo e assistir à origem da vida no planeta Terra,
podemos simular em laboratório esse processo, bem como podemos verificar os
princípios básicos dessa teoria – a mutação genética, a adaptação ao meio ambiente e a
seleção natural – em ação nos dias de hoje, além de podermos contar com os registros
fósseis. Trata-se de provas materiais.
2. Teoria Criacionista
Tem como únicos argumentos a seu favor a narrativa bíblica – uma prova testemunhal –
e a afirmação de que a vida só poderia ter sido criada por um Ser superior – na verdade,
muito mais uma convicção pessoal do que uma hipótese a ser provada cientificamente.
A teoria criacionista é, portanto, um exemplo de conhecimento místico-religioso e não
de conhecimento científico.
Os processos cognitivos envolvidos na pesquisa científica são:
- A sensação, isto é, a observação da realidade e/ou a experimentação sobre essa
realidade.
- A razão, ou seja, raciocínio lógico (por vezes lógico-matemático).
1.3 Definição de Ciência
Com base no que já vimos, podemos ensaiar uma definição do que seja a Ciência.
A Ciência é um processo de busca, produção e transmissão do conhecimento sobre a
realidade material ou psíquica, concreta ou abstrata por meio da observação e/ou
manipulação dessa realidade e da elaboração de modelos mentais de caráter
exclusivamente racional.
Ela é um processo dentre vários, evidentemente não o único. Além disso, constitui uma
busca da verdade, que não se confunde com a própria verdade. Por isso mesmo, é uma
(re)construção permanente do conhecimento, não um conhecimento pronto e acabado.
É também um processo de transmissão do conhecimento, pois descobrir e não
comunicar aos outros não é fazer ciência. Esse conhecimento se restringe à realidade
imanente; nada diz, por exemplo, sobre o sexo dos anjos, embora possa dizer quando e
onde os anjos foram citados pela primeira vez e até mesmo quem os citou. A ciência
não pode estudar anjos como uma realidade em si, mas pode estudá-los enquanto
figuras que habitam o imaginário humano.
1.4 O processo da pesquisa científica
O esquema abaixo representa o processo da pesquisa científica.
Confirmação
Manipulação de Observação dessa Análise total ou parcial
uma parcela da parcela da subjetiva da do Saber 1 e
Saber 1 alargamento da Saber 2
realidade realidade realidade
visão
3. Saber 1
O Saber que serve de premissa ao trabalho científico é um modelo mental da realidade.
Só é possível conhecermos uma pequena parcela dessa realidade. Essa percepção está
sujeita a dois diferentes processos de filtragem:
Biológica: determinada pela limitação dos nossos órgãos sensoriais em perceber a
realidade.
Ideológica: diz respeito ao modo particular como pensamos a realidade que
percebemos.
Manipulação
O trabalho científico consiste então em tomar o modelo mental de uma determinada
realidade e submetê-lo a um processo de manipulação e/ou experimentação, em que
agora temos um corpus, formado de objetos concretos ou abstratos.
Análise subjetiva
Faz-se uma comparação entre a parcela da realidade observada e o modelo mental.
Saber 2
Todo discurso científico produz um novo saber, mais amplo que o saber do qual parte. É
isso que chamamos de descoberta científica.
No processo de manipulação você viu que se determina um corpus para análise de uma
determinada realidade.
Veja alguns exemplos de corpus:
• Amostra de material radioativo.
• Conjunto de cobaias.
• Constelação de corpos celestes.
• Coleção de documentos históricos.
• População de pessoas (e mesmo a sociedade como um todo).
• Cadeia de idéias.
A manipulação desse corpus pode ser material, como no caso das amostras radioativas
ou das cobaias, ou intelectual, como no caso dos corpos celestes ou das idéias.
4. 1.5 Funções da pesquisa científica
Por que se faz pesquisa científica? Para que serve a Ciência? Com base no que foi visto
até aqui, podemos concluir que a ciência tem quatro funções básicas:
Realimentar o
processo científico
Alimentar
outras
ciências
Saber 2
Satisfazer a
curiosidade humana
Gerar aplicações
práticas (tecnologia)
1. Realimentar o próprio processo científico, produzindo um conhecimento
disponível para pesquisas subseqüentes na mesma especialidade;
2. Alimentar (isto é, contribuir com informações para) a pesquisa científica de
outras especialidades;
3. Satisfazer a curiosidade humana, proporcionando uma ampliação da visão de
mundo e um enriquecimento intelectual e espiritual do ser humano (isto é, geração
de cultura);
4. Gerar aplicações na solução de problemas práticos do ser humano (isto é, geração
de tecnologia).
As duas primeiras dessas funções correspondem à produção de bibliografia que ficará à
disposição para que outros investigadores possam iniciar seu trabalho a partir do
conhecimento já efetivamente produzido.
Nesse sentido, o saber científico é cumulativo, pois cada pesquisador contribui com
uma parcela do conhecimento, e essas parcelas vão se somando na constituição de um
patrimônio incomensurável de informações.
O conhecimento prévio do assunto que um pesquisador precisa ter ao iniciar sua
pesquisa é chamado de fundamentação teórica. Todo trabalho de pesquisa requer uma
bibliografia básica.
5. A terceira função da ciência é o que chamamos de função hedônica da ciência: produzir
prazer no intelecto humano por meio da satisfação da curiosidade e da ampliação de seu
horizonte de visão.
Sem dúvida, a posse do conhecimento é fonte de grande prazer e constitui, mesmo, uma
forma de entretenimento comparável às artes e esportes.
Por isso, a divulgação do conhecimento científico ao público leigo, por meio de livros,
revistas, documentários, palestras e exposições, pode ser legitimamente incluída no rol
das atividades culturais.
A quarta função da ciência é chamada de função pragmática da ciência: o
desenvolvimento de soluções para os problemas práticos do ser humano, como a
sobrevivência física, a diminuição do esforço, o aumento da eficiência na realização de
tarefas, o aumento da produção de bens e a diminuição dos custos dessa produção, etc.
Numa palavra, isso se chama tecnologia.
É preciso ter claro que toda solução de problemas de derive da aplicação do
conhecimento gerado pela ciência é uma tecnologia. Por isso, a tecnologia não se
restringe como pensam muitos, às aplicações das ciências exatas ou biológicas. Até
mesmo o desenvolvimento de um novo método de ensino de línguas é uma tecnologia.