Expansão Marítima- Descobrimentos Portugueses século XV
Literatura Gótica - Parte I
1. • A origem do gótico
• Elementos da literatura gótica
ProfªWinnie Elias Teofilo
2. ¹ relativo ou pertencente ao povo godo (original em inglês:
GOTH); derivado ou atribuído à sua cultura.
² (arquitetura) relativo a estilo artístico que predominou na
Europa ao final da Idade Média, notável pela arquitetura das
catedrais, com arcobotantes, arcos e abóbadas ogivais,
formas esguias e grandes vitrais.
³ (literatura) diz-se de ou gênero de prosa ficcional que
envolve mistério e terror, ambientes lúgubres, como castelos
arruinados, passagens secretas etc., fantasmas e entidades
sobrenaturais.
3. Ao longo dos séculos, o termo Gótico foi usado como
adjetivo ou classificação para diversas manifestações
artísticas, estéticas e comportamentais. Deste modo,
podemos ter uma noção da diversidade de significados que
esta palavra traz em si.
5. Os Godos foram para a costa do Mar Báltico,
onde eles se separaram em dois grupos distintos:
Visigodos ou Visigoths (the west Goths)
Ostrogodos ou Ostrogoths (the east Goths)
6. A origem histórica dos Godos é a Escandinávia, mais precisamente o território
onde situa-se atualmente a Suécia. Já havia muitos séculos, talvez desde 300
a.C, que os Visigodos e Ostrogodos haviam abandonado suas terras ancestrais
para conquistar o entorno do Mar Báltico, descer os rios que levavam ao
coração do território que é hoje a Rússia, e chegar até as margens do Mar
Negro.
7. Apesar dos godos terem sido extintos no começo do
século VIII, seus feitos e conquistas deixaram marcas
permanentes nos povos italianos.
Na época do Renascimento, no século XVI, o
termo godo era sinônimo de "inculto destruidor da arte
clássica". E esse conceito pejorativo, passa a ser usado
para classificar a arte cristã produzida entre o século
XII e XVI, período em que a Igreja absorvia a estética
pré-cristã da região onde se instalava, chegando até
mesmo a absorver certas características pagãs.
8. Este estilo arquitetônico cheio de ogivas, vitrais e
gárgulas, passou a ser considerado pelos italianos,
como pertencente ao "povo bárbaro" que "invade" o
"povo clássico-cristão", tornando impura a arquitetura
cristã da época.
A grande intenção era vulgarizar todo o estilo, mas
pelo que foi visto nos séculos posteriores, o termo
"gótico" acabou formando uma coesão do
obscurantismo medieval, fincando deste modo, raízes
permanentes na Europa.
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14. O termo "Gótico“, na literatura, veio para
descrever um certo tipo de romances, assim chamado
porque todos esses romances se passavam em lugares
em arquitetura de estilo gótico - principalmente
castelos, mansões, e, claro, abadias ("Gothic ...").
15. Surgiu na Inglaterra da segunda metade
do século XVIII.
Este tipo de literatura que se coloca
francamente contra as ideias iluministas.
É uma literatura engajada socialmente,
mas caracterizada pela presença do
horrível, do insano, da noite, do
sobrenatural, da morte, dos cenários
arcaicos, do terror.
16. O gênero gótico aflora no seio do século das luzes
como uma ferida aberta que foi momentaneamente
cicatrizada enquanto gestava seus horrores no
submundo, na escuridão, no lugar em que os
iluministas deliberadamente não quiseram olhar.
Preocupados que estavam com a razão, a ciência e o
coletivo, os iluministas se esqueceram do sujeito, da
subjetividade, do humano, e esse humano
reprimido veio à tona da forma mais violenta e
repugnante com o surgimento da literatura Gótica.
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18. A literatura gótica inicia-se no século XVIII, na
Inglaterra, com a obra O Castelo de Otranto
(1764), de Horace Walpole.
19. Walpole foi um erudito e
entusiasta da idade medieval e, a
leitura do romance deixará claro
que ele não pretendia ser levado a
sério com este livro.
O interesse do autor por assuntos
medievais se manifesta nas
descrições meticulosas do
cenário, já que a narrativa investe
na representação de átrios,
pórticos, abóbadas, criptas e
galerias. São precisamente essas
características arquitetônicas que
conferem o status de “gótico” ao
romance walpoliano.
20. The Castle of Otranto, contém todos os elementos que
constituem o gênero. É considerada a primeira novela gótica.
Walpole escreveu O
Castelo de Otranto
inspirado em um
pesadelo que tivera.
21. Na história, o único filho do príncipe usurpador
Manfred, o adoentado príncipe Conrad, morre no dia
do seu casamento. O acontecimento é insólito: um
elmo gigantesco cai misteriosamente do céu
esmagando o jovem príncipe. Sem herdeiros e com
uma antiga maldição do castelo pairando sobre a sua
dinastia, o pai Manfred passa então a assediar
sexualmente a noiva do filho morto. Obcecado pela
ideia de desposar a quase nora Isabella, contra a
vontade da donzela, Manfred passa a rejeitar
veementemente a filha “inútil” e a esposa “estéril”,
tentando de todas as formas evitar a terrível profecia.
22. Em 1794 a obra The Mysteries of Udolpho , de
Ann Radcliffe se destaca. Com enredo bem
construído e bem desenvolvido, instâncias
narrativas consistentemente amarradas,
equilíbrio entre terror e horror são as
características que tornam a obra que
imprimiu um grau respeitável de excelência à
nascente literatura gótica.
23. Outras obras góticas de peso da década de
1790:
The Monk (1796), de Matthew Lewis
Orphan of the Rhine (1798), de Eleanor
Sleath;
Clermont (1798), de Regina Maria Roche,
entre outros.
24. Do início do século XIX até a década de 1820, a literatura
gótica perdurou com toda a força na Inglaterra, agora ancorada
e largamente difundida pelo Romantismo ascendente.
The Rime of the Ancient Mariner, de Samuel Taylor
Coleridge, um dos poemas presentes na obra que funda o
Romantismo inglês [Lyrical Ballads (1798)] traz à cena uma
maldição desconhecida e um navio fantasma cheio de corpos
em putrefação;
Glenarvon (1816), de Lady Caroline Lamb, traz a maligna e
macabra personagem Lord Ruthven, confessadamente
baseada na figura de Lord Byron e no (anti) herói byroniano;
O próprio Lord Byron escreverá o poema dramático Manfred
(1816 – 1817), povoado de fantasmas e feiticeiros malignos e
claramente baseado no enredo e na personagem Manfredo de
O Castelo de Otranto.
25. O romantismo e o realismo, na literatura inglesa, sempre
caminharam juntos, de mãos dadas.
No decorrer do século XVIII surge o gênero romance na
Literatura Inglesa (Robinson Crusoé, realismo descritivo de
aventura - 1719 , Viagens de Gulliver – retrato alegórico da
sociedade inglesa -1726).
A Literatura Gótica surge se contrapondo à tendência realista,
porém não apresenta os excessos subjetivistas do romantismo,
ao mesmo tempo em que utiliza o poder descritivo do Realismo
para suscitar o sobrenatural e o fantástico.
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28. A cultura que está na base do povo inglês é a cultura dos
bárbaros, uma cultura pagã, cheia de sombras e da qual a
própria arquitetura gótica se origina.
Os vikings invadem as ilhas britânicas ainda no século VIII e
se misturam à cultura anglo-saxônica já existente na ilha. Em
seguida, no século XI, os normandos, invadem a região.
29. Além das culturas viking, saxônica e
normanda, está na base do povo inglês uma
outra cultura pagã: a cultura celta. Os celtas
habitaram as ilhas britânicas por volta de 500
a.c.
30. O cristianismo Católico, de base filosófica grega e latina,
nunca fez muito sucesso nas Ilhas Britânicas (exceto na
Irlanda).
Henrique VIII enfrentou o poder papal; o Cristianismo
Católico foi oficialmente banido das terras inglesas e
substituído pelo Anglicanismo e pelo Protestantismo.
31. Logo, em terras inglesas, o gótico encontrou solo
fértil: uma cultura que sempre ficou à margem da
lucidez e da racionalidade legadas pela cultura
greco-latina; uma língua que pouco foi influenciada
pelo latim; e uma base cultural junto a um
imaginário que desde seus primórdios foram
habitados por monstros, fadas, bosques sombrios,
castelos em ruínas, bruxos e bruxas.
32. Beowulf - Primeiro texto da língua inglesa, conta a história
do herói godo contra o terrível monstro Grendel.
Lendas arthurianas (do rei Arthur): Mago Merlin – de
origens celtas.
The Faerie Queene (1590) – Edmund Spenser: estrutura todo
o mundo mítico das fadas.
Shakespeare: Hamlet, Macbeth, Othelo: sangue, espectros,
bruxas e assassinos sanguinários.
O Paraíso Perdido (John Milton) – conta a história do
demônio.
Ainda hoje: O Senhor dos Anéis (1954) e Harry Potter (1997).
33. Ambientação clássica - Castelos:
Um romance gótico pode se passar em um castelo abandonado ou
ocupado que tem passagens secretas, alçapões, salas secretas,
passagens escuras ou escondidas, alguns do castelos também pode
estar em ruínas.
Atmosfera de mistério e suspense:
O enredo de um romance gótico pode ser construído em torno de um
mistério e envolve um sentimento de terror ou medo do
desconhecido.
Uma antiga profecia:
Essa profecia pode estar associada tanto com o próprio castelo ou os
personagens; poderia ser "obscura, parcial ou confusa."
Presságios, portentos, visões:
Isto pode incluir um personagem ter uma visão de sonho.
34. Eventos sobrenaturais ou inexplicáveis:
Pode conter, por exemplo, monstros, fantasmas, gigantes ou objetos
inanimados que ganham vida.
Alta, emoção, mesmo exagerada:
A narração da história pode ser muito emocional e os personagens podem
ser dominados pela raiva, tristeza, surpresa e, claro terror.
Donzela em perigo:
Assim como em qualquer conto de fadas, há sempre uma mulher que
precisa resgatar a partir de um homem arrogante. As mulheres podem
experimentar muitas emoções negativas, e é geralmente são o "centro das
atenções" do romance.
Mulher ameaçada por um poderoso impulsivo e tirânico do
sexo masculino:
Isto poderia incluir um homem que domina como um rei, senhor do
castelo, o pai ou responsável que pode ser o motivo de aflição da moça.
35. Outras leituras possíveis da literatura gótica
envolvem destacar nos romances o uso da
psicologia do terror (o medo, a loucura, a
devassidão sexual, a deformação do corpo), do
imaginário sobrenatural (fantasmas, demônios,
espectros, monstros), das reflexões sobre o Poder
(colonialismo, o papel da mulher, sexualidade),
da discussão política (monarquismo,
republicanismo, as Revoluções, a
industrialização), dos aspectos religiosos
(catolicismo, protestantismo, a Inquisição, as
Cruzadas), das concepções estéticas
(neoclassicismo, romantismo, o Sublime) e
filosóficas (a Natureza, Platão, Aristóteles,
Rousseau), além de outras possíveis chaves
interpretativas.
36. A ação no romance gótico tende a acontecer
durante a noite, ou em um ambiente claustrofóbico
sem luz.
37. Cenário de ascensão (uma alta escadaria ou no
topo de uma colina, montanha)
38. Cenário nas profundezas (em um calabouço,
caverna, câmaras subterrâneas ou labirinto) ou
queda de um precipício; passagem secreta; portas
escondidas.
39. Deterioração física, crânios, cemitérios e outras
imagens da morte; fantasmas; vingança; maldição
da família; sangue e violência; tortura; o
Doppelganger* (gêmeo do mal ou duplo);
possessão demoníaca; mascaramento / mudança
de forma; magia negra; loucura; incesto e outros
tabus sexuais quebrados.
40. Doppelgänger segundo as lendas germânicas
de onde provém, é um monstro ou ser
fantástico que tem a capacidade de se
transformar em um “clone perfeito” da pessoa,
uma cópia idêntica, imitando inclusive
características emocionais mais profundas, tem
o dom de representar uma cópia idêntica de
uma pessoa que ele escolhe ou que passa a
acompanhar.
41. Metonímia é um subtipo de metáfora, em
que algo (como a chuva) é usado para
representar algo mais (como tristeza). Por
exemplo, no gênero gótico, a indústria
cinematográfica gosta de usar a metonímia
como uma abreviação do que está por vir,
por isso muitas vezes é possível perceber
que há chuva em cenas fúnebres.
42. Vento, vento uivante, assobios Suspiros, gemidos, uivos e sons
misteriosos
Chuva, chuva com vento,
tempestade
Correntes se arrastando
Portas rangendo com dobradiças
enferrujadas
Rajadas de vento apagando velas
Passos se aproximando Portas se fechando de repente
Luzes em lugares abandonados Riso enlouquecido
Personagens preso em um cômodo Latido de cães distantes (ou lobos)
Ruínas ou construções
abandonadas
Trovão e relâmpago
43. O cenário é muito influente nas novelas góticas.
Ele não evoca apenas a atmosfera de horror e
medo, mas também retrata a deterioração de
seu mundo. O decadente, o cenário arruinado,
implica que em algum momento houve ali um
mundo de prosperidade. Indica que a abadia,
castelo, ou paisagem já foi algo precioso e
apreciado. Agora, tudo o que resta é a casca
decadente de uma habitação outrora próspera.
44. Há nos romances góticos, o herói gótico que
torna-se uma espécie de arquétipo.
Há sempre o protagonista, geralmente isolado,
voluntária ou involuntariamente.
Há o vilão, que é a representação do mal,
(geralmente um homem) que caiu em desgraça,
ou que apresenta maldade implícita.
O andarilho, encontrado em muitos contos
góticos, é a representação do isolamento
enquanto vagueia a terra no exílio perpétuo,
geralmente como uma forma de punição
divina.
45. Animais podem ser encontrados em algumas histórias
góticas, como símbolos de agouro. Eles geralmente são:
Gatos pretos
Corvos
Morcegos
Sapos
Corujas
... E eles compartilham certas características; Eles são
mais comumente noturna ou mau presságio e alguns
são feios.
46. “Eis, de repente, abro a
janela, e esvoaça então,
vindo de fora,
um Corvo grande, ave
ancestral, dos tempos
bíblicos, - d'outrora!
Sem cortesias, sem parar,
batendo as asas noturnais,
ele, com ar de grão-senhor,
foi, sobre a porta do meu
quarto,
pousar num busto de
Minerva, - e sobre a porta do
meu quarto
quedou, sombrio, e nada
mais.”
Edgar Allan Poe
47. “Pluto – esse era o nome do
gato – era minha mascote
favorita e era com ele que
passava mais tempo. Era só
eu que o alimentava e o
animal me acompanhava em
qualquer parte da casa em
que eu fosse. De fato, era
difícil impedi-lo de sair à rua
comigo e acompanhar-me. ”
Edgar Allan Poe
48. Na história de Bram Stoker, Drácula governa
morcegos. Muitas vezes ele assume
características de morcego e sua presença
durante a noite é frequentemente a forma de um
morcego pairando fora da janela de um potencial
vítima.
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