2. Há em seu trabalho uma busca pelo
ponto de vista da criança.
“As crianças vem de outro planeta e
tem suas próprias regras, suas
próprias crenças, suas próprias
estruturas”
Tony Ross
5. “Não há melhor golpe que a linguagem, uma vez que
usar o senso de humor desarticula qualquer vexame”.
Fabrício Carpinejar
6. PENSAR É TRANSGREDIR
“Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma
permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados
na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Para
reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que
nos pressiona tanto.”
Lya Luft
7. Ética da transgressão
Pode até parecer estranho
pensar em uma ética da
transgressão, entretanto, sem
ela haveria uma forte
tendência à estagnação, tanto
no campo individual quanto
coletivo. Mas o que seria o ato
de inovar senão uma atitude
totalmente transgressora?
Horrid Henry - Tony Ross
8. O papel da educação
é subverter as regras,
os procedimentos e
as maneiras de fazer.
Pensar em como é
possível inventar
novas formas de
fazer no interior de
um jogo que está
cada vez mais
prescrito.
J. Larrosa
Miguel
J. Williams & T. Ross
9. Criar = Transgredir
O criador/transgressor é o agente
solitário que opera a superação
de si mesmo na ruptura com o
mundo que o cerca.
Cada um, ao buscar, ao inventar,
ao tentar o ainda-não-ousado, o
novo, incorre em transgressão,
não como subversão da ordem,
mas como implementação, como
criação.
Tony Ross criando Horrid Henry - 20.000.000 livros vendidos
10. Eu quero ser…
o desconcerto, a surpresa e
a alegria de una princesa
que não acomoda-se por
completo ao mundo dos
adultos: às vezes as coisas
geram estranheza; outras,
dificuldade.
A imagem enfatiza a
oposição entre o correto e o
incorreto, entre o dever e o
querer.
11. o contraponto entre a imagem e o
texto geram um efeito
humorístico
A contradição entre as palavras
dos adultos no texto e "fatos"
narrados pela imagem produz um
efeito de distanciamento crítico e
irônico para com os personagens
e seus “dizeres”
Imagem - Palavra - Sentido
12. Não sei como é aqui, mas na Inglaterra levamos anos com o tema do
politicamente correto e já estamos aborrecidos. É demasiado enganador, nos
leva a lugares onde não queremos estar. Ser politicamente incorreto está se
transformando em uma vantagem.
Não estamos falando do politicamente incorreto, mas sim da má educação. Por
isso sempre uso a boa educação em meus livros para crianças, por isso o Lobo
come com garfo e faca.
Em muitos dos livros para crianças se põem limites que demarcam o que se
considera moral ou correto. Precisamente onde estes limites terminam, onde
existe um pequeno perigo, uma pequena diferença ou onde as fronteiras não
estão tão claras. É onde eu gosto de estar.”
Tony Ross
13. A experiência da Literatura, se é uma verdadeira experiência, sempre armazenará
com sua fascinação irreverente a segurança do mundo e a estabilidade do que
somos.
É a partir desta " fascinação irreverente" que violenta as verdades fossilizadas que
nos dão o mundo como algo já pensado e já dito, como algo evidente, como algo
que nos impõe sem reflexão. Aí está o poder transformador da literatura e não
naqueles textos que se dirigem ao leitor dizendo-lhe como deve pensar o mundo e a
si mesmo, e o que deve fazer "para transformá-lo”.
Jorge Larrosa
Fascinação irreverente
14. "A literatura excede e armazena tanto o que somos quanto o conjunto das
relações estáveis, ordenadas, razoáveis que constituem a orden moral
racionalmente ordenada. A literatura, como a infância, põe em questão a
validade do mundo comum."
Jorge Larrosa
15. Humor como arma estética para
marcar a consciência aguda …..
ao se deparar com a defasagem
existente entre o que seu espírito livre
deseja e uma auto imagem deformada/
caricatural que o espelho da sociedade
lhe mostra
O Oscar levou a culpa
Tony Ross
16. “O papel da educação é subverter as regras, os procedimentos e as
maneiras de fazer. Pensar em como é possível inventar novas formas de
fazer no interior de um jogo que está cada vez mais prescrito.”
“A educação trabalha com as potências, não com as condições.”
“Outro automatismo no discurso contemporâneo é que a escola tem que
dar conta das condições particulares de cada criança, trabalhar com tudo
aquilo que as condiciona e as determina. A lista de especialidades é
interminável: condições sociais, culturais, intelectuais, cognitivas,
psicológicas. No entanto, a minha ideia é a educação como refúgio
incondicional, receber as crianças não em função daquilo que as
determina, mas lidar com o indeterminado e que cada um possa se
separar de suas próprias condições.”
Jorge Larrosa
17. Na sua obra, o senhor expõe que os romances de formação são muito
importantes para percebermos o que somos e como nos tornamos o que
somos. Conhecer essa literatura pode ajudar professores e gestores escolares
a repensar como a escola se tornou o que é?
Eu creio que sim. Trabalho sempre com a filosofia, mas sempre fazendo
relações com o cinema, a literatura e tentando buscar uma forma de expressão
que dê certa ideia do singular e do concreto. Pode ser literatura, cinema, artes
plásticas, qualquer coisa. E estou cada vez mais convencido de que se poderia
organizar uma graduação completa de formação de professores somente com
literatura, cinema e filosofia, sem psicologia, sem didática, deixando de fora a
língua dos especialistas. Estou cada vez mais convencido de que tudo está na
literatura e na arte.
A tarefa principal de um educador é fazer com que o mundo seja interessante.
Nada mais do que isso.
+ Larrosa…