2. Por que um curso de
observação e descrição?
Perguntas que o psicólogo faz:
O que fazem os organismos?
Em que circunstâncias?
Sob que condições ambientais?
Suposições, interpretações, preconceitos...
Ou observações.
3. Exemplo
Uma pessoa supõe que um fenômeno
tem determinada causa.
Base = dados da observação
Pode prever, (re)produzir, interromper, evitar
Descrição objetiva: permite replicação
5. Observação
Ação ou processo de se observar algo para obter
informações. | Observações detalhadas foram feitas a
respeito do comportamento dos alunos.
A habilidade de “notar coisas”, especialmente
detalhes significativos
FRASES sob observação (esp. Um paciente
ou um criminoso) estar sendo assitido ou
monitorado de perto e constantemente: Ele ficou
duas noites no hospital sob observação.
6. A observação
A observação é um instrumento de
coleta de dados (sobre o
comportamento e a situação
ambiental/contextual) que permite a
socialização e a consequente avaliação
do trabalho do cientista.
7. “A ciência social moderna está
enraizada na observação.” (Nachmias & Nachmias, 1996.
Research methods in Social Sciences)
Ela começa e termina na observação
8. Exemplos práticos
Psicólogo clínico e a observação
Psicólogo escolar e a observação
Psicólogo ogranizacional e a
observação
Os dados coletados por observação são
usados para diagnosticar a situação
problema, para escolher técnicas e
procedimentos e para avaliar a eficácia
9. Características da observação
Principal virtude: diretividade
É possível observar o comportamento quando
ocorre, não precisa perguntar
Permite dados de primeira mão
Ideal para estudar comportamentos
não-verbais
É econômica em termos de dinheiro,
mas cara em tempo
10. Características da observação
Não é passivo – deve-se decidir o que
observar
Não dá para olhar tudo!
Permite pesquisar pessoas que não
conseguem se expressar verbalmente
ou articular-se significativamente
Exige menos cooperação ativa da
pessoa do que os relatos verbais
(relatos podem ser comparados com obs.)
11. Objetivos da observação
Investigação exploratória para novos
insights
Coleta de dados suplementares para
qualificar ou interpretar achados
Técnica primária de coleta de dados
12. O que pode ser observado?
Comportamento não-verbal
Ex.: Movimentos do corpo – permite enfatizar,
contradizer ou substituir mensagens verbais;
indica sentimentos sobre as afirmações verbais
Comportamento espacial
Ex.: deslocamentos na sala de aula; aproxima-
se, afasta-se
Comportamento extra-linguístico
Ex.: conteúdo manifesto e características
estruturais da fala.
13. Quanto observar?
Longos períodos
Impossível fazer observações contínuas por
longos períodos
Amostras de tempo
Ex.: Manhãs e tardes alternadas; 15min a cada
hora; de 15 em 15s
14. Sistema de registros
Diferentes tipos de registro permitem examinar a
duração, frequência e a intensidade dos
comportamentos
Registro contínuo: Tenta-se anotar tudo que
está acontecendo. Vantagem de incluir muitos
comportamentos. Desvantagem: muito tempo.
Registro de eventos: Enfoque em alguns
eventos de interesse. Ex.: Aluno sai da carteira,
interações agressivas, sorrir, olhar..
15. Sistema de registros (cont.)
Registro de duração: Marca-se quanto tempo
dura determinado comportamento. Ex: longe da
carteira; duração da agressão
Registro de intervalo: Divide-se a observação
em intervalos iguals; 15s, 1min...
Amostragem de tempo: A cada cinco
minutos escolhe-se um para codificar.
16. Tipo de observação
Controladas: decisões claras sobre o
que, como e quando observar. Tempo
definido.
Não controladas: mais flexíveis, por
vezes sem tempo definido.
17. Local de observação
Laboratório
Permite controle sobre o que e como observar
Tenta reproduzir ambiente natural
Fonte de viés: Pesquisador e situação influenciam
o observado
Expectativas dos observados acabam afetando o
comportamento
Artificialidade da própria situação – o quanto
permite extrapolar para situações artificiais?
18. Local de observação
Situação naturalística
Permite menos controle sobre o que e
como observar
Grande flexibilidade para observar
19. Como ser um bom observador
Conhece-te a ti mesmo
Interpretar as próprias respostas nos dá
insights
Treinar para se conscientizar e nomear
sentimentos (ex. Estou começando a ficar
tenso; Estou vermelho)
Pratique observação com alguém e divida
seus sentimentos com ela(a)
20. Como ser um bom observador
Observar o que acontece quando você está
tenso (ex.: seguro a respitação, sinto
calafrios)
Praticar aumenta sensibilidade para estes
sentimentos
Prestar atenção para pistas não-verbais no
ambiente (postura, gestos, troca de olhares)
Evitar alterar o comportamento dos
observados
21. Observação como
procedimento científico
A observação pode ser utilizada conjugada a
outras técnicas ou de forma exclusiva (como
entrevistas e questionários).
Pode ser utilizada como procedimento
científico à medida que atende aos seguintes
requisitos:
- serve a um objetivo formulado de pesquisa;
- é sistematicamente planejada;
- é submetida a verificação e controle de validade e
precisão;
22. Observação: principal
problema
O principal problema da observação é
que a presença do pesquisador pode
provocar alterações no comportamento
do que é observado, destruindo a
espontaneidade dos mesmos e
produzindo resultados pouco
confiáveis.
23. Tipos de observação, segundo
os meios utilizados:
Segundo os meios utilizados a
observação pode ser :
Estruturada;
Não-estruturada;
O pesquisador pode ir a campo com um
roteiro previamente estabelecido ou
sem ele.
24. Tipos de observação, segundo o
grau de participação do pesquisador
Segundo o grau de participação do
pesquisador, a observação pode ser:
Participante
Não Participante
25. A) Observação simples;
B) Observação participante;
C) Observação sistemática.
26. Observação Simples
O pesquisador permanece alheio à
comunidade, grupo ou situação que
pretende estudar, observando de
maneira espontânea os fatos que aí
ocorrem. Neste procedimento o
pesquisador é muito mais um
espectador que um ator.
27. Vantagens da observação
simples:
Possibilita a obtenção de elementos para a
definição do problema de pesquisa;
Favorece a construção de hipóteses acerca
do problema pesquisador;
Facilita a obtenção de dados sem produzir
querelas ou suspeitas nos membros das
comunidades, grupos ou instituições que
estão sendo estudadas.
28. Limitações da observação
simples
É canalizada pelos gostos e afeições do
pesquisador. Muitas vezes sua atenção é
desviada para o lado pitoresco, exótico ou
raro do fenômeno;
O registro das observações depende,
freqüentemente, da memória do investigador;
Dá ampla margem à interpretação subjetiva e
parcial do fenômeno estudado.
29. Quando é indicada a
observação simples?
A observação simples é indicada,
principalmente, para estudos
qualitativos de caráter exploratório
(levantamento).
30. Itens que devem ser considerados para os
pesquisadores em uma observação simples:
A) os sujeitos. Quem são os participantes? Quantos
são? A que sexo pertencem? Quais são suas
idades? Como se vestem? Que adornos utilizam? O
que os movimentos de seu corpo expressão?
B) O cenário. Onde as pessoas se situam? Quais
são as características desse local? Com que sistema
social pode ser identificado?
C) O comportamento social. O que realmente ocorre
em termos sociais? Como as pessoas se
relacionam? De que modo o fazem? Que linguagem
utilizam?
31. Interpretação dos dados da
observação simples
Que significado atribuir aos dados
coletados por meio da observação
simples?
Cuidados necessários do pesquisador:
ele deve estar dotado de
conhecimentos prévios acerca da
cultura do grupo que pretende
observar.
33. Observação participante
Consiste na participação real do pesquisador
na vida da comunidade, do grupo ou de uma
situação determinada.
O observador assume, pelo menos até certo
ponto, o papel de membro do grupo.
Daí se dizer que por meio da observação
participante se pode chegar ao conhecimento
da vida de um grupo a partir do interior dele
mesmo.
34. Observação participante
Foi introduzida pelos antropólogos no
estudo das chamadas “sociedades
primitivas”
Pode ser de duas formas distintas:
a) Natural (quando o observador é parte do
grupo que investiga);
b) Artificial (quando o observador se integra
ao grupo com o objetivo de realizar a
investigação).
35. Observação participante
No caso da observação participante, o
pesquisador deve decidir se revelará
que está observando o grupo ou não.
Nos dois casos o pesquisador terá que
ter cuidados e atenção para não tornar
sua pesquisa tendenciosa.
36. Observação participante:
vantagens
Facilita o rápido acesso a dados sobre
situações habituais em que os membros das
comunidades se encontram envolvidos;
Possibilita o acesso a dados que a
comunidade ou grupo considera de domínio
privado;
Possibilita captar as palavras de
esclarecimento que acompanham o
comportamento dos observados.
38. Observação sistemática
É utilizada em pesquisas que têm como
objetivo a descrição precisa dos fenômenos
ou o teste de hipóteses;
Pode ocorrer em situações de campo ou de
laboratório;
Antes da coleta de dados, o pesquisador
elabora um plano específico para a
organização e registro das informações. Isto
implica em estabelecer, antecipadamente, as
categorias necessárias à análise da situação.
39. Observação sistemática
Para que as categorias sejam
estabelecidas adequadamente, é
conveniente que o pesquisador realize
um estudo exploratório, ou mesmo
estudos dirigidos à construção dos
instrumentos para registro dos dados.
40. Observação sistemática:
registro de Bales (1950)
Reações positivas:
1. Mostra solidariedade, eleva o status
do outro, dá ajuda, prêmio
2. Mostra alívio de tensão, brinca, ri,
mostra satisfação
3. Concorda, mostra aceitação passiva,
compreende, apóia, submete-se
41. Cont.
Área Tarefa (Neutra):
4. Dá sugestão e orientação, supondo autonomia do
outro
5. Dá opinião, avalia e analisa
6. Dá orientação, informa, repete e esclarece
7. Pede orientação, informação, repetição
8. Pede opinião, avaliação, análise, expressão de
sentimento
9. Pede sugestão, orientação, maneiras possíveis de
ação
42. Cont.
Reações negativas:
10. Discorda, mostra rejeição passiva,
formalidade, recusa ajuda
11. Mostra tensão, pede ajuda, afasta-se
do campo
12. Mostra antagonismo, reduz o status
do outro, defende-se, afirma-se
43. Observação sistemática:
limitações
O pesquisador está impossibilitado de
ocultar a realização da pesquisa;
Tem que ter tempo e preparação prévia
das categorias a serem analisadas