5. • Novas descobertas científicas e filosóficas: a
física de Einstein, a psicanálise de Freud
(revelação da importância dos sonhos, do
imaginário e do inconsciente)
10. “Singulares criaturas devem nascer por
este fim de século, em que a metafísica
de novo predomina e a asa do sonho os
espíritos, deixando-os alheados e
absortos. A necessidade do desconhecido
de novo se estabelece. A ciência, que por
vezes arrastara a humanidade, que a
supunha capaz de ir ao fim – bateu num
grande muro e parou. Que importam o
princípio e o fim?”
Raul Brandão
12. • Sugere em vez de descrever; simboliza em vez
de nomear;
• Redescobre a subjetividade, o sentimento, a
imaginação, a sensualidade e a
espiritualidade.
13. • Explora o subconsciente e o inconsciente;
• Usa predominante imagens sensoriais e
metafísicas
14. • Prioriza a musicalidade, com aliterações,
assonâncias, paralelismos, repetições.
• Prefere sinestesias, metáforas, prosopopeias e
analogias como figuras de linguagem.
15. • Utiliza letras maiúsculas em substantivos
comuns, para torná-los absolutos.
16. • Expressa uma religiosidade não convencional;
pelo desregramento dos sentidos, da
sexualidade, das emoções, de delírios e
alucinações.
17. • Busca o misterioso, o oculto, o vago, o
caótico, o alógico, o anárquico, o indefinível e
o inexprimível.
18. • Considera o poeta como vidente de realidades
transcendentais e a poesia como expressão de
vidência mediúnica.
19. • Misticismo.
• Exploração das camadas mais profundas do
“eu”.
• Espiritualidade.
• “Torre de Marfim”.
• Hermetismo.
• Imagens noturnas.
21. Cronologia do Simbolismo em Portugal
• Período: século XIX a XX
• Início: 1890 – Publicação de Oaristos, de
Eugênio de Castro.
• Fim: 1915 – Surgimento da Revista Orpheu,
inaugurando o Modernismo
22. • Conhecidos
como
adeptos
do
Nefelibatismo (espécie de adaptação
portuguesa do Decadentismo e do
Simbolismo Francês), e portanto como
nefelibatas (pessoas que andam com a
cabeça
nas
nuvens),
os
poetas
simbolistas portugueses vivenciavam
um momento múltiplo e variado, de
intensa
agitação
social,
política,
cultural e artística, que a grave
situação financeira do país fomenta.
25. • Exerceu grande influência, particularmente na
geração Orpheu, que iniciou o Modernismo
em Portugal.
26. • Os poemas de Camilo Pessanha caracteriza-se
por um forte poder de sugestão e ritmo,
apresentando imagens estranhas, insólitas,
não lineares, isto é, repletas de rupturas e
cortes – elementos tipicamente simbolistas.
27.
28. Ao Longe os Barcos de Flores
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
29. E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite,
fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
31. Cronologia do Simbolismo no
Brasil
• Período: século XIX a XX
• Início: 1893 – Publicação de Missal e Broquéis,
de Cruz e Sousa.
• Fim: por volta de 1902 – publicação de Os
sertões de Euclides da Cunha, que inicia o PréModernismo.
34. João da Cruz e Sousa (1861-18998)
• Conhecido como o “Cisne Negro” de nosso
Simbolismo, seu “arcanjo rebelde”, seu
“esteta sofredor”, seu “divino mestre”.
• Procurou na arte a transfiguração da dor de
viver e de enfrentar os duros problemas
decorrentes da discriminação racial e social.
35.
36. VIOLÕES QUE CHORAM...
Ah! plangentes violões dormentes, mornos,
Soluços ao luar, choros ao vento...
Tristes perfis, os mais vagos contornos,
Bocas murmurejantes de lamento.
Noites de além, remotas, que eu recordo,
Noites da solidão, noites remotas
Que nos azuis da Fantasia bordo,
Vou constelando de visões ignotas.
37. Sutis palpitações a luz da lua,
Anseio dos momentos mais saudosos,
Quando lá choram na deserta rua
As cordas vivas dos violões chorosos.
Quando os sons dos violões vão soluçando,
Quando os sons dos violões nas cordas gemem,
E vão dilacerando e deliciando,
Rasgando as almas que nas sombras tremem.
38.
39. Alphonsus de Guimaraens
• Pseudônimo literário de Afonso Henriques da
Costa Guimarães;
• Nascido de uma família de intelectuais de
Ouro Preto;
• Sua produção foi marcada, em grande parte,
pela morte prematura da amada – Constância
-, musa inspiradora de um lirismo com fortes
traços religiosos e caracterizado por uma
musicalidade erudita.
40. Ismália
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
41. E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...