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1. Introdução
As mudanças na economia mundial, vivenciadas nas últimas décadas que culminaram
com a globalização da economia, vêm sendo retratadas por muitos autores consagrados,
estudiosos dessa transformação, como um período de transição da passagem de uma
sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento, onde recursos econômicos
tradicionais (terra, capital e trabalho) juntam-se ao conhecimento racional de sua utilização,
alterando sobremaneira, a estrutura econômica das nações e principalmente, a forma de
atribuir valores ao ser humano, único detentor do conhecimento.
Na sociedade do conhecimento esse novo fator de produção é fundamental para o
sucesso das organizações, na Era Industrial preservavam-se as estruturas físicas, fundamentais
ainda hoje no processo produtivo, mas não mais imprescindíveis, hoje as organizações devem
ter a preocupação em preservar seu ativo mais valioso, o Capital humano.
Em função disso, o objetivo desse trabalho precípuo em apresentar os principais
conceitos, e o tratamento da mensuração do capital intelectual e a comparação entre os
principais modelos utilizados.
5
2. Capital Humano
Hoje em dia fala-se muito que vivemos na Era do Conhecimento e da Informação, que
o conhecimento é fundamental para a empregabilidade, que ele é que cria as grandes
diferenças entre graus de prosperidade e realização. Tudo isso é verdade. Porém, atente para o
trecho abaixo:
Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento.
Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro
mais fino.
Capital humano são o conjunto de capacidade, conhecimentos, competências e
atributos de personalidade que favorecem a realização de trabalho de modo a produzir valor
econômico. São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio da educação, perícia e
experiência.
Muitas das primeiras teorias econômicas referem-se como simplesmente como força
de trabalho, um dos três fatores de produção, e considerá-lo a ser um recurso fungível -
homogêneo e facilmente intercambiável. Outras concepções deste trabalho prescindem desses
pressupostos.
2.1 A origem do termo
AW Lewis é conhecido por ter começado o campo do Desenvolvimento Econômico e
consequentemente a ideia de capital humano, quando ele escreveu em 1954 o "Economic
Development with Unlimited Supplies of Labour." O termo "capital humano" não foi
utilizado devido a sua conotação negativa, até que foi discutido pela primeira vez por Arthur
Cecil Pigou: "Não há tal coisa como investimento em capital humano, bem como
investimento em capital material. Logo desde que este seja reconhecido, a distinção entre a
economia no consumo e economia no investimento torna-se turva. Pois, até certo ponto, o
consumo é o investimento em capacidade produtiva individual. Isto é especialmente
importante na ligação com as crianças:. para reduzir indevidamente as despesas com o seu
consumo pode inferiorizar muito a sua eficiência no pós-vida. Mesmo para os adultos, depois
de terem percorrido uma certa distância ao longo da escala de riqueza, de modo que nós
estamos para além da região de luxos e "desnecessários" confortos, um cheque para consumo
pessoal é também um cheque para investimento.
6
O uso do termo na literatura econômica neoclássica moderna remonta ao artigo
"Investment in Human Capital and Personal Income Distribution" de Jacob Mincer, publicado
no The Journal of Political Economy, em 1958. Em seguida de T.W. Schultz, que também
contribuiu para o desenvolvimento do assunto. A aplicação mais conhecida da ideia de
"capital humano" na economia é a de Mincer e Gary Becker da "Escola de Chicago" de
economia. O livro de Becker intitulado Capital Humano, publicado em 1964, tornou-se um
padrão de referência por muitos anos. Nesta visão, o capital humano é semelhante aos "meios
físicos de produção", por exemplo, fábricas e máquinas: pode-se investir em capital humano
(via educação, formação, tratamento médico) em que uma das saídas depende, em parte, da
taxa de retorno sobre a posse de capital humano. Assim, o capital humano é um meio de
produção, em que um investimento adicional produz saídas adicionais. O Capital humano é
substituível, mas não pode ser transferido como terra, trabalho ou capital fixo. Teoria
moderna do crescimento vê o capital humano como um fator de crescimento importante.
Pesquisas recentes mostram ainda a sua importância para a democracia ou a SIDA.
2.2 Classificação
Capital humano é um ativo intangível, pois não é propriedade da empresa que a
emprega. Basicamente, o capital humano chega às 9h e sai às 05:00. Capital humano, quando
visto de uma perspectiva de tempo consome o tempo em uma das principais atividades:
1. Conhecimento (atividades que envolvam um funcionário),
2. Colaboração (atividades que envolvam mais de um empregado),
3. Processos (atividades voltadas especificamente para as atividades de conhecimento e
colaboração geradas pela estrutura organizacional tais como impactos silos, política interna,
etc.).
2.3 Ausência (férias anuais, licença médica, férias, etc.).
Risco quando o capital humano é avaliado pelo custo baseado na atividade através de
alocações de tempo torna-se possível avaliar o risco do capital humano. Risco do capital
humano ocorre quando a organização opera abaixo dos níveis de excelência alcançáveis. Por
exemplo, se uma empresa poderia razoavelmente reduzir erros e retrabalho (o componente
processual do capital humano) de 10.000 horas por ano para 2.000 horas com a tecnologia
viável, a diferença é o de 8.000 horas de capital de risco humano. Quando os custos salariais
7
são aplicados a esta diferença (a 8.000 horas) torna-se possível financeiramente o valor de
risco do capital humano dentro de uma perspectiva organizacional.
2.4 O Risco do capital humano acumula-se em quatro categorias principais:
1. Atividades de ausência (as atividades relacionadas com os empregados que não aparecem
para trabalhar, tais como licença médica, a ação industrial, etc.) A ausência inevitável é
referida como Ausência Estatutária. Todas as outras categorias de ausência são chamadas de
"Ausências controláveis";
2. Atividades colaborativas estão relacionadas com o desperdício de tempo entre vários
empregados dentro de um contexto organizacional. Os exemplos incluem: reuniões,
telefonemas, formação de instrutores, etc;
3. Atividades de conhecimento estão relacionados aos gastos de tempo por uma única pessoa
e incluem encontrar / recuperar informações, pesquisa, email, mensagens instantâneas, blogs,
análise de informação, etc, e
4. Atividades processuais são de conhecimento e colaboração atividades que resultam do
contexto organizacional, tais como erros / retrabalho, transformação de dados manual, stress,
política, etc.
8
3. Mensurando o capital Intelectual
Para que as empresas possam gerir eficazmente o capital intelectual da empresa e
maximizar o seu potencial de criação de valor torna-se fundamental, não somente sua
identificação e avaliação, mas também sua mensuração, que pode ser realizada por uma
parcela de valor gerada pelo capital intelectual dentro da empresa, ou ainda, por meio das
relações entre variáveis da empresa que conduzam a uma determinada quantia de capital
intelectual.
Objetivamente, Kaplan e Norton (1997) afirmam que o que não pode ser medido, não
pode ser gerenciado, mostrando a relevância de se identificar e mensurar os ativos intangíveis.
Se não for avaliado, mensurado, através de indicadores um elemento, não será possível a
identificação adequada de sua presença e nem será possível controlar sua evolução. A seguir,
são apresentados os principais métodos encontrados na literatura para a mensuração do capital
intelectual de uma empresa.
Para EDVINSSON e MALONE5 (1988, p.19), “é um capital não financeiro que
representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a
soma do Capital Humano e do Capital Estrutural”.
3.1 Capital Intelectual = Capital Humano + Capital Estrutural
Para esses autores, o Capital Humano corresponde a toda a capacidade, conhecimento,
habilidade e experiência individuais dos empregados de uma organização para realizar as
tarefas. Já o Capital Estrutural é formado pela infraestrutura que apoia o capital humano, ou
seja, tudo o que permanece na empresa quando os empregados vãos para casa.
Em seu livro “Capital Intelectual”, EDVINSSON e MALONE, comparam o Capital
Intelectual a uma árvore (1998: p.28).
[...] as partes visíveis da árvore, tronco, galhos e folhas,
representam a empresa conforme é conhecida pelo mercado e
expressa pelo processo contábil. Os frutos produzidos por essa
árvore representam os lucros e os produtos da empresa. As
raízes, massa que está debaixo da superfície, representam o
valor oculto, nem sempre relatado pela contabilidade. Para que a
9
árvore floresça e produza bons frutos, ela precisa ser alimentada
por raízes fortes e sadias [...].
A metáfora é perfeita. Revela que existe uma realidade por detrás da aparência, que o
visível e o aparente são apenas um aspecto da realidade. E assim desmistifica o conceito de
valor. Se o capital intelectual representa a massa enterrada da raiz da árvore visível, ou,
usando outra imagem conhecida, o iceberg gigante escondido embaixo da superfície que se
encontra emersa; supondo que represente 2/3 ou mais do valor real das empresas, então nos
defrontamos não somente com uma distorção no setor de investimentos, mas com uma
verdadeira crise que se estende por toda a economia.
3.2 Modelo Skandia – Edvinsson e Malone
Desenvolvido por Leif Edvinsson é uma forma de mensuração do processo de criação
de ativos na empresa. Ele desenvolveu uma teoria do “Capital Intelectual” que incorpora
elementos de Konrad e do Balanced Score Card (Kaplan e Norton, 1992).
Nos modelos econômicos tradicionais se utiliza normalmente o capital financeiro
unicamente, porém a empresa sueca Skandia propôs o “Esquema Skandia de Valor”, onde se
propõe que o capital intelectual está composto por: Capital humano e capital estrutural, este
por sua vez se divide em: capital de cliente e capital organizacional.
A fim de avaliar o Capital Intelectual da empresa Skandia, Edvinsson e Malone (1998)
definiram um conjunto com dezenas de índices e indicadores, que permitissem mensurar o seu
desempenho e os agruparam em cinco áreas distintas, conforme relacionadas abaixo:
 foco financeiro;
 foco nos clientes;
 foco nos processos;
 foco na renovação e desenvolvimento;
 foco humano.
A combinação dessas cinco áreas culmina em um relatório diferente, pois elas apontam
para diversos aspectos que dão o caráter dinâmico, por isso o relatório foi denominado de
Navegador.
10
Os tipos de capitais em que o capital intelectual pode ser dividido, além dos básicos
(capital humano e capital estrutural), a saber: capitais de clientes, capitais organizacionais,
capitais de inovação e capital de processos, estão representados por áreas de foco. Essas áreas
representam a direção onde à empresa focaliza a sua atenção e delas provém o capital
intelectual.
Edvinsson e Malone (1998, p. 166) relatam que a fim de estabelecer uma equação que
traduzisse em um único número o Capital Intelectual, de modo que se pudessem realizar
comparações entre empresas à equipe fixaram os seguintes passos:
1. Identificar um conjunto básico de índices que possa ser aplicado a toda
sociedade com mínimas adaptações;
2. Reconhecer que cada organização possa ter um capital intelectual adicional que
necessite ser avaliado por outros índices;
3. Estabelecer uma variável que capte a não tão-perfeita previsibilidade do futuro,
bem como a dos equipamentos, das organizações e das pessoas que nela
trabalham.
3.3 Mapeamento de Competências
Competências são atributos pessoais que distinguem pessoas de alto desempenho de
outras, num mesmo trabalho. O mapeamento é dividido em duas competências a
comportamental e habilidades técnicas.
3.3.1 Comportamental
O Inventário Comportamental para Mapeamento de Competências é uma Lista de
Indicadores de Competências que traduz a conduta do Comportamento Ideal desejado e
necessário para que a Organização possa agir alinhada ao MVVE.
3.3.2 Técnicas
Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para desempenhar o
trabalho, em determinado contexto ou estratégia organizacional, o qual pode ser identificado
por meio de um comportamento observável.
11
4. Vantagens da Mensuração do Capital Intelectual
Nos dias atuais, com um mercado extremamente competitivo, o sucesso de uma
organização está diretamente ligado a qualidade dos seus conhecimentos aplicado nos seus
processos empresariais. É de grande relevância à utilização do conhecimento residente na
organização para a criação de vantagens competitivas
Em relação às vantagens na mensuração do capital intelectual, MARTIN (2004)
aponta: aumento no potencial informativo da Contabilidade; redimensionamento patrimonial
da entidade (clareza e adequação); canalização correta dos recursos para investimentos em
capital humano e capital estrutural; facilitar a escolha do investidor; determinar de que
maneira uma melhor gestão do conhecimento ajudará à empresa a ganhar ou economizar
dinheiro e ainda, evitar danos e injustiças que uma avaliação patrimonial incorreta traz,
gerando lucros ou prejuízos indevidos.
MARR, GRAY E NEELY (2003) também identificam as razões pelas quais as
organizações estão buscando mensurar o seu capital intelectual, entre elas, a avaliação do
capital intelectual permite às empresas formularem suas estratégias, pois a mensuração ajuda
a organização a identificar suas competências corporativas e os melhores recursos para
aproveitar as oportunidades ; a avaliação dos indicadores de performance do capital
intelectual contribuem para as empresas avaliarem suas estratégias, ao mesmo tempo que as
executam; os indicadores do capital intelectual ajudam as organizações nas decisões de
desenvolver, diversificar e expandir seus recursos, como nos casos de alianças estratégicas,
aquisições; possibilita o uso de medidas financeiras juntamente com as medidas não
financeiras e permite a comunicação aos acionistas sobre os maiores concorrentes,
crescimento do mercado, volatilidade e perigos inerentes nas avaliações incorretas das
empresas e aumento do custo de capital.
No aspecto gerencial, o conhecimento do capital intelectual das empresas auxilia para
que as organizações possam se conhecer melhor, aperfeiçoando o processo de tomada de
decisões e consequentemente o aprimoramento referente à contabilização do ativo intangível.
4.1 Algumas vantagens apresentadas por ANTUNES (2000), são elas:
12
- A empresa que conhece seu capital intelectual tem a possibilidade de identificar os recursos
necessários em ativos intangíveis, pois, não conhecendo, se torna impedida de executar um
planejamento estabelecido, resultando que seu planejamento estratégico seja publicado sem
possuir alguns elementos intangíveis, não tendo a certeza de que dispõe ou não de tais
recursos, comprometendo o seu resultado para o futuro;
- Através do conhecimento do capital intelectual, segundo ANTUNES (2000, p.122) “pode-se
distinguir as diferenças entre a criação de patentes, desenvolvimento de vários designers e
novos produtos, compreendendo as vantagens competitivas que cada um desses elementos
possui”;
- O conhecimento do grau de instrução dos funcionários impede o corte de pessoas com a
capacidade e know-how valiosos para a organização, como nos casos de Programa de
Demissão Voluntária que muitas empresas do setor público e privado adotaram nos últimos
anos.
As informações contidas no relatório de capital intelectual fornecem dados relevantes a vários
interessados, que são os gestores, acionistas, clientes e usuários da contabilidade.
Uma das principais finalidades dessas informações é a de promover um alto nível de
consciência das pessoas (funcionários das empresas) e de seu desenvolvimento com um
projeto organizacional mais amplo.
4.2 Limitações à Mensuração do Capital Intelectual
A mensuração do capital intelectual talvez seja um dos mais difíceis desafios a serem
vencidos pela Contabilidade.
A contabilidade tradicional e os modelos de relatórios de capital intelectuais
atualmente disponíveis, segundo DZINKOWSKI (1998) apresentam os seguintes desafios:
a) melhorar as ferramentas para gerenciar o investimento nas habilidades das pessoas, bases
de informação e capacidades tecnológicas;
b) estabelecer algum tipo de mensuração contábil que possa diferenciar empresas nas quais o
capital intelectual está sendo ativado versus empresas nas quais ele está sendo reconhecido
como despesa;
13
c) ser capaz de mensurar, a longo prazo, o retorno sobre os investimentos nas habilidades das
pessoas;
d) aumentar a participação dos intangíveis nas demonstrações contábeis, de forma a suprir as
defasagens de informação entre os ativos tangíveis e intangíveis;
e) enfrentar a necessidade de maior transparência de informações sobre as empresas, tanto no
que se refere aos ativos tangíveis como em relação aos intangíveis.
Os problemas-chaves acima referidos podem, em geral, serem resumidos numa base
comum, e serem vistos como advindos da falta de transparência dos relatórios tradicionais.
As organizações não registram o capital intelectual, sendo este avaliado pelo mercado,
quando a empresa negocia ações na Bolsa de Valores. Os agentes de mercado estimam o valor
do capital intelectual, e atribui este valor através da valorização das ações da empresa.
Na Contabilidade tradicional, o capital intelectual não se enquadra, devido a variáveis
que não repercutem no resultado imediato da empresa, como por exemplo, citado por PAIVA
(1999), a lealdade da clientela, desenvolvimento da competência dos funcionários e a
satisfação dos mesmos. Estes correspondem a ativos de natureza intangível, que são a
categoria de mais difícil avaliação.
A falha da área contábil em se adaptar a um mundo em transformação não está
passando despercebida para os contabilistas, para os pesquisadores e para o mercado. E isto
implica que um conjunto de atenções seja exigido no sentido de buscar uma metodologia
adequada para mensurar o capital intelectual de uma organização.
JOHNSON & KAPLAN (1999), analisando os instrumentos contábeis disponíveis,
argumentam que, em geral, os sistemas de contabilidade gerencial nas companhias ocidentais
não mais fornecem todas as informações relevantes para o controle e tomada de decisões
corporativas. Estes autores, que se concentraram em um reexame da contabilidade gerencial,
constataram, no entanto, que ela tem uma excelente aplicabilidade na identificação de custos
de produção, mas que um amplo rol de elementos de informação fica descoberto,
particularmente no que tange a ganhos futuros derivados do capital intangível.
A situação ideal seria que todos os recursos que influenciam na capacidade de geração
de lucros de uma empresa deveriam ser registrados pela contabilidade, de forma que o
resultado de uma organização fosse atribuído somente aos recursos contabilizados, ao
14
contrário do que ocorre atualmente. Na medida em que as empresas se sofisticam, a adoção de
procedimentos contábeis adequados à realidade conduzirá os demonstrativos contábeis a
expressar os ativos intangíveis em sua pertinente dimensão.
Porém, em face das limitações jurídicas, a contabilidade para fins societários (também
chamada contabilidade financeira) não tem a possibilidade de expressar o capital intelectual
nos relatórios ou demonstrações contábeis exigidos legalmente. Entretanto, a contabilidade
com finalidade gerencial pode e deve evidenciar os ativos intangíveis da empresa. Para tal,
pode utilizar-se de relatórios alternativos, do emprego de medidas subjetivas, do não
seguimento dos princípios fundamentais de contabilidade, dentre outras possibilidades, para
que tenha condições de informar aos usuários acerca deste valioso componente patrimonial
das empresas que constitui, atualmente, o capital intelectual. Diante dos fatos
mencionados, acredita-se que o modelo de contabilidade esperado deverá registrar
adequadamente o valor dos ativos intangíveis de forma concisa e significativa, com a
utilização de novas práticas contábeis e de novos conceitos mais criativos, adequando-se as
mudanças do mercado.
15
5. Conclusão
Como apresentado, o capital intelectual é de grande importância para toda e qualquer
organização que almeja conquistar seus objetivos empresariais, pois o mesmo é um grande
diferencial competitivo.
Conclui-se que com um mundo extremamente competitivo e globalizado as
organizações buscam cada vez mais obterdiferenciais competitivos e uma das melhores
ferramentas para essa conquista é a descoberta e retenção de seus capitais intelectuais, assim,
a gerar uma formação de um quadro funcional capacitado e alinhado com as estratégias da
empresa.
É de grande relevância a mensuração do capital intelectual, pois é necessário colher
informaçõessobre seus colaboradores, buscando identificar aqueles que possuem
competências essenciais e imprescindíveis para o sucesso organizacional.
Este trabalho foi de grande proveito para a equipe, onde ganhamos bastante
conhecimento sobre a temática, entendendo como funciona a mensuração do capital
intelectual e o quanto é relevante para nós futuros administradores. É de suma importância
está ciente deste tema tão atual, pois o mercado é extremamente competitivo e a solução para
essa diferenciação e alavancagem empresarial pode estar dentro da própria organização.
16
6. Bibliografia
EDVINSSON, Leif; MALONE, Michael S.. Capital Intelectual: Descobrindo o valor real de
sua empresa pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Books, 1998.
KAPLAN, Robert S; NORTON, David P. A Estratégia em Ação, Balanced Scorecard.
Tradução de Luiz Euclides Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000.
DZINKOWSKI, Ramona. The measurement and management of intellectual capital: an
introduction. Trabalho comissionado pela International Federation of Accountants. Publ. em
1998. Disponível em: <http://ciberconta.unizar.es/ftp/pub/docs/IntellCapital>. Acesso em
2008.
JOHNSON, H. Thomas; KAPLAN, Robert S. A relevância da contabilidade de custos. Rio
de Janeiro: Campus, 1999.
MARR, Bernard; GRAY, Dina; NEELY, Andy. Why do firms measure their intellectual
capital? Journal of Intellectual Capital, v.4, n.4, 2003.
MARTIN, Willian Jhon. Demonstrating Knowledge value: a broader perspective on metricis.
Journal of Intellectual Capital, v.5, n.1, 2004.
PAIVA, S.B. O Capital Intelectual e a contabilidade: o grande desafio no alvorecer do terceiro
milênio. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano 28, n.117, mai/jun 1999.

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Trabalho escrito

  • 1. 4 1. Introdução As mudanças na economia mundial, vivenciadas nas últimas décadas que culminaram com a globalização da economia, vêm sendo retratadas por muitos autores consagrados, estudiosos dessa transformação, como um período de transição da passagem de uma sociedade industrial para uma sociedade do conhecimento, onde recursos econômicos tradicionais (terra, capital e trabalho) juntam-se ao conhecimento racional de sua utilização, alterando sobremaneira, a estrutura econômica das nações e principalmente, a forma de atribuir valores ao ser humano, único detentor do conhecimento. Na sociedade do conhecimento esse novo fator de produção é fundamental para o sucesso das organizações, na Era Industrial preservavam-se as estruturas físicas, fundamentais ainda hoje no processo produtivo, mas não mais imprescindíveis, hoje as organizações devem ter a preocupação em preservar seu ativo mais valioso, o Capital humano. Em função disso, o objetivo desse trabalho precípuo em apresentar os principais conceitos, e o tratamento da mensuração do capital intelectual e a comparação entre os principais modelos utilizados.
  • 2. 5 2. Capital Humano Hoje em dia fala-se muito que vivemos na Era do Conhecimento e da Informação, que o conhecimento é fundamental para a empregabilidade, que ele é que cria as grandes diferenças entre graus de prosperidade e realização. Tudo isso é verdade. Porém, atente para o trecho abaixo: Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire conhecimento. Porque é melhor a sua mercadoria do que artigos de prata, e maior o seu lucro que o ouro mais fino. Capital humano são o conjunto de capacidade, conhecimentos, competências e atributos de personalidade que favorecem a realização de trabalho de modo a produzir valor econômico. São os atributos adquiridos por um trabalhador por meio da educação, perícia e experiência. Muitas das primeiras teorias econômicas referem-se como simplesmente como força de trabalho, um dos três fatores de produção, e considerá-lo a ser um recurso fungível - homogêneo e facilmente intercambiável. Outras concepções deste trabalho prescindem desses pressupostos. 2.1 A origem do termo AW Lewis é conhecido por ter começado o campo do Desenvolvimento Econômico e consequentemente a ideia de capital humano, quando ele escreveu em 1954 o "Economic Development with Unlimited Supplies of Labour." O termo "capital humano" não foi utilizado devido a sua conotação negativa, até que foi discutido pela primeira vez por Arthur Cecil Pigou: "Não há tal coisa como investimento em capital humano, bem como investimento em capital material. Logo desde que este seja reconhecido, a distinção entre a economia no consumo e economia no investimento torna-se turva. Pois, até certo ponto, o consumo é o investimento em capacidade produtiva individual. Isto é especialmente importante na ligação com as crianças:. para reduzir indevidamente as despesas com o seu consumo pode inferiorizar muito a sua eficiência no pós-vida. Mesmo para os adultos, depois de terem percorrido uma certa distância ao longo da escala de riqueza, de modo que nós estamos para além da região de luxos e "desnecessários" confortos, um cheque para consumo pessoal é também um cheque para investimento.
  • 3. 6 O uso do termo na literatura econômica neoclássica moderna remonta ao artigo "Investment in Human Capital and Personal Income Distribution" de Jacob Mincer, publicado no The Journal of Political Economy, em 1958. Em seguida de T.W. Schultz, que também contribuiu para o desenvolvimento do assunto. A aplicação mais conhecida da ideia de "capital humano" na economia é a de Mincer e Gary Becker da "Escola de Chicago" de economia. O livro de Becker intitulado Capital Humano, publicado em 1964, tornou-se um padrão de referência por muitos anos. Nesta visão, o capital humano é semelhante aos "meios físicos de produção", por exemplo, fábricas e máquinas: pode-se investir em capital humano (via educação, formação, tratamento médico) em que uma das saídas depende, em parte, da taxa de retorno sobre a posse de capital humano. Assim, o capital humano é um meio de produção, em que um investimento adicional produz saídas adicionais. O Capital humano é substituível, mas não pode ser transferido como terra, trabalho ou capital fixo. Teoria moderna do crescimento vê o capital humano como um fator de crescimento importante. Pesquisas recentes mostram ainda a sua importância para a democracia ou a SIDA. 2.2 Classificação Capital humano é um ativo intangível, pois não é propriedade da empresa que a emprega. Basicamente, o capital humano chega às 9h e sai às 05:00. Capital humano, quando visto de uma perspectiva de tempo consome o tempo em uma das principais atividades: 1. Conhecimento (atividades que envolvam um funcionário), 2. Colaboração (atividades que envolvam mais de um empregado), 3. Processos (atividades voltadas especificamente para as atividades de conhecimento e colaboração geradas pela estrutura organizacional tais como impactos silos, política interna, etc.). 2.3 Ausência (férias anuais, licença médica, férias, etc.). Risco quando o capital humano é avaliado pelo custo baseado na atividade através de alocações de tempo torna-se possível avaliar o risco do capital humano. Risco do capital humano ocorre quando a organização opera abaixo dos níveis de excelência alcançáveis. Por exemplo, se uma empresa poderia razoavelmente reduzir erros e retrabalho (o componente processual do capital humano) de 10.000 horas por ano para 2.000 horas com a tecnologia viável, a diferença é o de 8.000 horas de capital de risco humano. Quando os custos salariais
  • 4. 7 são aplicados a esta diferença (a 8.000 horas) torna-se possível financeiramente o valor de risco do capital humano dentro de uma perspectiva organizacional. 2.4 O Risco do capital humano acumula-se em quatro categorias principais: 1. Atividades de ausência (as atividades relacionadas com os empregados que não aparecem para trabalhar, tais como licença médica, a ação industrial, etc.) A ausência inevitável é referida como Ausência Estatutária. Todas as outras categorias de ausência são chamadas de "Ausências controláveis"; 2. Atividades colaborativas estão relacionadas com o desperdício de tempo entre vários empregados dentro de um contexto organizacional. Os exemplos incluem: reuniões, telefonemas, formação de instrutores, etc; 3. Atividades de conhecimento estão relacionados aos gastos de tempo por uma única pessoa e incluem encontrar / recuperar informações, pesquisa, email, mensagens instantâneas, blogs, análise de informação, etc, e 4. Atividades processuais são de conhecimento e colaboração atividades que resultam do contexto organizacional, tais como erros / retrabalho, transformação de dados manual, stress, política, etc.
  • 5. 8 3. Mensurando o capital Intelectual Para que as empresas possam gerir eficazmente o capital intelectual da empresa e maximizar o seu potencial de criação de valor torna-se fundamental, não somente sua identificação e avaliação, mas também sua mensuração, que pode ser realizada por uma parcela de valor gerada pelo capital intelectual dentro da empresa, ou ainda, por meio das relações entre variáveis da empresa que conduzam a uma determinada quantia de capital intelectual. Objetivamente, Kaplan e Norton (1997) afirmam que o que não pode ser medido, não pode ser gerenciado, mostrando a relevância de se identificar e mensurar os ativos intangíveis. Se não for avaliado, mensurado, através de indicadores um elemento, não será possível a identificação adequada de sua presença e nem será possível controlar sua evolução. A seguir, são apresentados os principais métodos encontrados na literatura para a mensuração do capital intelectual de uma empresa. Para EDVINSSON e MALONE5 (1988, p.19), “é um capital não financeiro que representa a lacuna oculta entre o valor de mercado e o valor contábil. Sendo, portanto, a soma do Capital Humano e do Capital Estrutural”. 3.1 Capital Intelectual = Capital Humano + Capital Estrutural Para esses autores, o Capital Humano corresponde a toda a capacidade, conhecimento, habilidade e experiência individuais dos empregados de uma organização para realizar as tarefas. Já o Capital Estrutural é formado pela infraestrutura que apoia o capital humano, ou seja, tudo o que permanece na empresa quando os empregados vãos para casa. Em seu livro “Capital Intelectual”, EDVINSSON e MALONE, comparam o Capital Intelectual a uma árvore (1998: p.28). [...] as partes visíveis da árvore, tronco, galhos e folhas, representam a empresa conforme é conhecida pelo mercado e expressa pelo processo contábil. Os frutos produzidos por essa árvore representam os lucros e os produtos da empresa. As raízes, massa que está debaixo da superfície, representam o valor oculto, nem sempre relatado pela contabilidade. Para que a
  • 6. 9 árvore floresça e produza bons frutos, ela precisa ser alimentada por raízes fortes e sadias [...]. A metáfora é perfeita. Revela que existe uma realidade por detrás da aparência, que o visível e o aparente são apenas um aspecto da realidade. E assim desmistifica o conceito de valor. Se o capital intelectual representa a massa enterrada da raiz da árvore visível, ou, usando outra imagem conhecida, o iceberg gigante escondido embaixo da superfície que se encontra emersa; supondo que represente 2/3 ou mais do valor real das empresas, então nos defrontamos não somente com uma distorção no setor de investimentos, mas com uma verdadeira crise que se estende por toda a economia. 3.2 Modelo Skandia – Edvinsson e Malone Desenvolvido por Leif Edvinsson é uma forma de mensuração do processo de criação de ativos na empresa. Ele desenvolveu uma teoria do “Capital Intelectual” que incorpora elementos de Konrad e do Balanced Score Card (Kaplan e Norton, 1992). Nos modelos econômicos tradicionais se utiliza normalmente o capital financeiro unicamente, porém a empresa sueca Skandia propôs o “Esquema Skandia de Valor”, onde se propõe que o capital intelectual está composto por: Capital humano e capital estrutural, este por sua vez se divide em: capital de cliente e capital organizacional. A fim de avaliar o Capital Intelectual da empresa Skandia, Edvinsson e Malone (1998) definiram um conjunto com dezenas de índices e indicadores, que permitissem mensurar o seu desempenho e os agruparam em cinco áreas distintas, conforme relacionadas abaixo:  foco financeiro;  foco nos clientes;  foco nos processos;  foco na renovação e desenvolvimento;  foco humano. A combinação dessas cinco áreas culmina em um relatório diferente, pois elas apontam para diversos aspectos que dão o caráter dinâmico, por isso o relatório foi denominado de Navegador.
  • 7. 10 Os tipos de capitais em que o capital intelectual pode ser dividido, além dos básicos (capital humano e capital estrutural), a saber: capitais de clientes, capitais organizacionais, capitais de inovação e capital de processos, estão representados por áreas de foco. Essas áreas representam a direção onde à empresa focaliza a sua atenção e delas provém o capital intelectual. Edvinsson e Malone (1998, p. 166) relatam que a fim de estabelecer uma equação que traduzisse em um único número o Capital Intelectual, de modo que se pudessem realizar comparações entre empresas à equipe fixaram os seguintes passos: 1. Identificar um conjunto básico de índices que possa ser aplicado a toda sociedade com mínimas adaptações; 2. Reconhecer que cada organização possa ter um capital intelectual adicional que necessite ser avaliado por outros índices; 3. Estabelecer uma variável que capte a não tão-perfeita previsibilidade do futuro, bem como a dos equipamentos, das organizações e das pessoas que nela trabalham. 3.3 Mapeamento de Competências Competências são atributos pessoais que distinguem pessoas de alto desempenho de outras, num mesmo trabalho. O mapeamento é dividido em duas competências a comportamental e habilidades técnicas. 3.3.1 Comportamental O Inventário Comportamental para Mapeamento de Competências é uma Lista de Indicadores de Competências que traduz a conduta do Comportamento Ideal desejado e necessário para que a Organização possa agir alinhada ao MVVE. 3.3.2 Técnicas Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para desempenhar o trabalho, em determinado contexto ou estratégia organizacional, o qual pode ser identificado por meio de um comportamento observável.
  • 8. 11 4. Vantagens da Mensuração do Capital Intelectual Nos dias atuais, com um mercado extremamente competitivo, o sucesso de uma organização está diretamente ligado a qualidade dos seus conhecimentos aplicado nos seus processos empresariais. É de grande relevância à utilização do conhecimento residente na organização para a criação de vantagens competitivas Em relação às vantagens na mensuração do capital intelectual, MARTIN (2004) aponta: aumento no potencial informativo da Contabilidade; redimensionamento patrimonial da entidade (clareza e adequação); canalização correta dos recursos para investimentos em capital humano e capital estrutural; facilitar a escolha do investidor; determinar de que maneira uma melhor gestão do conhecimento ajudará à empresa a ganhar ou economizar dinheiro e ainda, evitar danos e injustiças que uma avaliação patrimonial incorreta traz, gerando lucros ou prejuízos indevidos. MARR, GRAY E NEELY (2003) também identificam as razões pelas quais as organizações estão buscando mensurar o seu capital intelectual, entre elas, a avaliação do capital intelectual permite às empresas formularem suas estratégias, pois a mensuração ajuda a organização a identificar suas competências corporativas e os melhores recursos para aproveitar as oportunidades ; a avaliação dos indicadores de performance do capital intelectual contribuem para as empresas avaliarem suas estratégias, ao mesmo tempo que as executam; os indicadores do capital intelectual ajudam as organizações nas decisões de desenvolver, diversificar e expandir seus recursos, como nos casos de alianças estratégicas, aquisições; possibilita o uso de medidas financeiras juntamente com as medidas não financeiras e permite a comunicação aos acionistas sobre os maiores concorrentes, crescimento do mercado, volatilidade e perigos inerentes nas avaliações incorretas das empresas e aumento do custo de capital. No aspecto gerencial, o conhecimento do capital intelectual das empresas auxilia para que as organizações possam se conhecer melhor, aperfeiçoando o processo de tomada de decisões e consequentemente o aprimoramento referente à contabilização do ativo intangível. 4.1 Algumas vantagens apresentadas por ANTUNES (2000), são elas:
  • 9. 12 - A empresa que conhece seu capital intelectual tem a possibilidade de identificar os recursos necessários em ativos intangíveis, pois, não conhecendo, se torna impedida de executar um planejamento estabelecido, resultando que seu planejamento estratégico seja publicado sem possuir alguns elementos intangíveis, não tendo a certeza de que dispõe ou não de tais recursos, comprometendo o seu resultado para o futuro; - Através do conhecimento do capital intelectual, segundo ANTUNES (2000, p.122) “pode-se distinguir as diferenças entre a criação de patentes, desenvolvimento de vários designers e novos produtos, compreendendo as vantagens competitivas que cada um desses elementos possui”; - O conhecimento do grau de instrução dos funcionários impede o corte de pessoas com a capacidade e know-how valiosos para a organização, como nos casos de Programa de Demissão Voluntária que muitas empresas do setor público e privado adotaram nos últimos anos. As informações contidas no relatório de capital intelectual fornecem dados relevantes a vários interessados, que são os gestores, acionistas, clientes e usuários da contabilidade. Uma das principais finalidades dessas informações é a de promover um alto nível de consciência das pessoas (funcionários das empresas) e de seu desenvolvimento com um projeto organizacional mais amplo. 4.2 Limitações à Mensuração do Capital Intelectual A mensuração do capital intelectual talvez seja um dos mais difíceis desafios a serem vencidos pela Contabilidade. A contabilidade tradicional e os modelos de relatórios de capital intelectuais atualmente disponíveis, segundo DZINKOWSKI (1998) apresentam os seguintes desafios: a) melhorar as ferramentas para gerenciar o investimento nas habilidades das pessoas, bases de informação e capacidades tecnológicas; b) estabelecer algum tipo de mensuração contábil que possa diferenciar empresas nas quais o capital intelectual está sendo ativado versus empresas nas quais ele está sendo reconhecido como despesa;
  • 10. 13 c) ser capaz de mensurar, a longo prazo, o retorno sobre os investimentos nas habilidades das pessoas; d) aumentar a participação dos intangíveis nas demonstrações contábeis, de forma a suprir as defasagens de informação entre os ativos tangíveis e intangíveis; e) enfrentar a necessidade de maior transparência de informações sobre as empresas, tanto no que se refere aos ativos tangíveis como em relação aos intangíveis. Os problemas-chaves acima referidos podem, em geral, serem resumidos numa base comum, e serem vistos como advindos da falta de transparência dos relatórios tradicionais. As organizações não registram o capital intelectual, sendo este avaliado pelo mercado, quando a empresa negocia ações na Bolsa de Valores. Os agentes de mercado estimam o valor do capital intelectual, e atribui este valor através da valorização das ações da empresa. Na Contabilidade tradicional, o capital intelectual não se enquadra, devido a variáveis que não repercutem no resultado imediato da empresa, como por exemplo, citado por PAIVA (1999), a lealdade da clientela, desenvolvimento da competência dos funcionários e a satisfação dos mesmos. Estes correspondem a ativos de natureza intangível, que são a categoria de mais difícil avaliação. A falha da área contábil em se adaptar a um mundo em transformação não está passando despercebida para os contabilistas, para os pesquisadores e para o mercado. E isto implica que um conjunto de atenções seja exigido no sentido de buscar uma metodologia adequada para mensurar o capital intelectual de uma organização. JOHNSON & KAPLAN (1999), analisando os instrumentos contábeis disponíveis, argumentam que, em geral, os sistemas de contabilidade gerencial nas companhias ocidentais não mais fornecem todas as informações relevantes para o controle e tomada de decisões corporativas. Estes autores, que se concentraram em um reexame da contabilidade gerencial, constataram, no entanto, que ela tem uma excelente aplicabilidade na identificação de custos de produção, mas que um amplo rol de elementos de informação fica descoberto, particularmente no que tange a ganhos futuros derivados do capital intangível. A situação ideal seria que todos os recursos que influenciam na capacidade de geração de lucros de uma empresa deveriam ser registrados pela contabilidade, de forma que o resultado de uma organização fosse atribuído somente aos recursos contabilizados, ao
  • 11. 14 contrário do que ocorre atualmente. Na medida em que as empresas se sofisticam, a adoção de procedimentos contábeis adequados à realidade conduzirá os demonstrativos contábeis a expressar os ativos intangíveis em sua pertinente dimensão. Porém, em face das limitações jurídicas, a contabilidade para fins societários (também chamada contabilidade financeira) não tem a possibilidade de expressar o capital intelectual nos relatórios ou demonstrações contábeis exigidos legalmente. Entretanto, a contabilidade com finalidade gerencial pode e deve evidenciar os ativos intangíveis da empresa. Para tal, pode utilizar-se de relatórios alternativos, do emprego de medidas subjetivas, do não seguimento dos princípios fundamentais de contabilidade, dentre outras possibilidades, para que tenha condições de informar aos usuários acerca deste valioso componente patrimonial das empresas que constitui, atualmente, o capital intelectual. Diante dos fatos mencionados, acredita-se que o modelo de contabilidade esperado deverá registrar adequadamente o valor dos ativos intangíveis de forma concisa e significativa, com a utilização de novas práticas contábeis e de novos conceitos mais criativos, adequando-se as mudanças do mercado.
  • 12. 15 5. Conclusão Como apresentado, o capital intelectual é de grande importância para toda e qualquer organização que almeja conquistar seus objetivos empresariais, pois o mesmo é um grande diferencial competitivo. Conclui-se que com um mundo extremamente competitivo e globalizado as organizações buscam cada vez mais obterdiferenciais competitivos e uma das melhores ferramentas para essa conquista é a descoberta e retenção de seus capitais intelectuais, assim, a gerar uma formação de um quadro funcional capacitado e alinhado com as estratégias da empresa. É de grande relevância a mensuração do capital intelectual, pois é necessário colher informaçõessobre seus colaboradores, buscando identificar aqueles que possuem competências essenciais e imprescindíveis para o sucesso organizacional. Este trabalho foi de grande proveito para a equipe, onde ganhamos bastante conhecimento sobre a temática, entendendo como funciona a mensuração do capital intelectual e o quanto é relevante para nós futuros administradores. É de suma importância está ciente deste tema tão atual, pois o mercado é extremamente competitivo e a solução para essa diferenciação e alavancagem empresarial pode estar dentro da própria organização.
  • 13. 16 6. Bibliografia EDVINSSON, Leif; MALONE, Michael S.. Capital Intelectual: Descobrindo o valor real de sua empresa pela identificação de seus valores internos. São Paulo: Makron Books, 1998. KAPLAN, Robert S; NORTON, David P. A Estratégia em Ação, Balanced Scorecard. Tradução de Luiz Euclides Trindade Frazão Filho. Rio de Janeiro: Campus, 1997. ANTUNES, Maria Thereza Pompa. Capital Intelectual. São Paulo: Atlas, 2000. DZINKOWSKI, Ramona. The measurement and management of intellectual capital: an introduction. Trabalho comissionado pela International Federation of Accountants. Publ. em 1998. Disponível em: <http://ciberconta.unizar.es/ftp/pub/docs/IntellCapital>. Acesso em 2008. JOHNSON, H. Thomas; KAPLAN, Robert S. A relevância da contabilidade de custos. Rio de Janeiro: Campus, 1999. MARR, Bernard; GRAY, Dina; NEELY, Andy. Why do firms measure their intellectual capital? Journal of Intellectual Capital, v.4, n.4, 2003. MARTIN, Willian Jhon. Demonstrating Knowledge value: a broader perspective on metricis. Journal of Intellectual Capital, v.5, n.1, 2004. PAIVA, S.B. O Capital Intelectual e a contabilidade: o grande desafio no alvorecer do terceiro milênio. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, ano 28, n.117, mai/jun 1999.