1. Importância Econômica
O diatomito, também chamado de terra de diatomáceas, é uma rocha sedimentar biogênica
silicosa , que se forma pela deposição de restos microscópicos das frústulas. As condições
ambientais para que se tenham fixado as colônias de diatomáceas envolveram águas frias,
claras e leves, abundância de nutrientes e de sílica solúvel e alguma quantidade de
materiais clásticos sedimentares. Os diatomitos são depósitos estratificados ou maciços, a
maior parte dos depósitos mundiais é de origem lacustre, embora os de maiores dimensões
sejamde origem marinha. As diatomáceas mais encontradas no diatomito são aquelas dos
gêneros:Eunotia,Frustulia,Pinnularia,Navicula,Nitzschia,Anomoeneis,Melosira,Epithemia,
Cymbellae Fragilaria.
Propriedades:
O diatomito é muito poroso, leve (flutua na água, se não estiver saturado dela), absorvente
e fino, pulverulento, quebradiço, insolúvel em ácidos, exceto o ácido hidrofluorídrico, mas
solúvel em bases fortes. É insípido e inodoro, terroso e tem ponto de fusão alto: de 1400 °C
a 1650 °C. Possui a propriedade de absorver quatro vezes seu peso em água. As partículas
que o compõem têm alta dureza, mas, devido à alta porosidade, é uma rocha de dureza
baixa. É quimicamente inerte em muitos líquidos e gases, tembaixa condutividade térmica.
A cor é branca quando puro, mas pode ser creme, cinza ou marrom-esverdeada, raramente
preto, dependendo a presença de impurezas, que podem ser mais ou menos abundantes.
Ocorrências:
Uma das maiores reservas localiza-se emLompoc, Califórnia nos Estados Unidos.
O primeiro diatomito brasileiro foi identificado em 1925, em amostras procedentes de
Campos no estado do Rio de Janeiro, hoje as reservas de diatomito é conhecida em quase
todos os estados, mas as reservas mais importantes estão no Ceará, Rio Grande do Norte,
Rio de janeiro, Santa Catarina, Amazonas, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Paraná.
Usos:
As propriedades físicas e químicas do diatomito tornam essa substância muito útil em
variados campos de aplicações, sendo, por isso, um bem mineral de largo emprego e
elevado valor comercial. Ele começou a ser empregado pelos gregos, 2.000 anos atrás, em
cerâmica e hoje é componente de centenas de produtos e vital na fabricação de milhares de
outros.
Um do seus principais usos:
Como Filtro- é seu principal uso. Sua estrutura semelhante a um favo de mel o torna um
filtro natural. É, por isso, empregado como agente filtrante de águas de piscinas, na
clarificação e classificação de açúcar, produção de sucos de frutas, bebidas etc.
Em Farmácia- na produção de pomadas dermatológicas, cremes dentais e como excepiente
para pílulas.
2. Na Agricultura- o diatomito é excelente inseticida porque absorve a película protetora que
envolve o corpo dos insetos, e eles morrem por desidratação, sem o risco de desenvolverem
resistência como no caso de produtos químicos. Também serve para aumentar a aeração de
solos, reduzindo sua compactação e permitindo maior fluxo de água e ar, o que favorece o
crescimento das raízes e a transferência de nutrientes.
ImportânciaEcológica
As diatomáceas são usadas no estudo de monitoramento ambiental, particularmente sobre
eutrofização, pois destacam-se dentre os principais indicadores biológicos por
apresentarem alguns atributos :
Usualmente representam o grupo dominante entre as microalgas;
Algumas espécies são sensíveis às mudanças ambientais e outras muito tolerantes;
Respondem às mudanças ambientais de curto e longo prazo;
Suas amplitudes ecológicas são bastante estudadas emregiões temperadas;
Possuem facilidade de amostragem, obtendo-se grandes quantidades em superfícies
pequenas;
Possuem elevadas taxas de migração e, portanto, podem colonizar rapidamente
novos hábitats;
suas valvas geralmente se encontram bem preservadas nos sedimentos permitindo
sua correta identificação, pois seu envoltório celular constituído de sílica
polimerizada (SiO2.nH2O) é resistente à decomposição por bactérias, dissolução
química e ruptura física.
O uso das diatomáceas como indicador ambiental teve início com os estudos da qualidade
de água de rios e, mais especificamente, com o desenvolvimento do sistema de sapróbios
por Kolwitz & Marsson (1909). Tais autores, ao estudarem rios da Alemanha, criaram o
primeiro sistema de sapróbios, reconhecendo muitas espécies de diatomáceas como
indicadoras de zonas com poluição orgânica. Desde então os estudos intensificaram-se, de
forma que índices autoecológicos foram desenvolvidos para indicar níveis de poluição,
preferências ecológicas e tolerâncias de espécies .
Atualmente, os estudos têm buscado a resposta das comunidades de diatomáceas a uma
série de variáveis ambientais, a exemplo das alterações de salinidade, pH, nutrientes
orgânicos e inorgânicos. Os resultados obtidos das análises de sedimentos vêm permitindo a
reconstrução do histórico da eutrofização, de salinidade, clima, da evolução dos impactos
antropogênicos em suas dimensões ecológicas e sócio-econômicas, além da elaboração de
modelos de função de transferência, que permitem estimar quantitativamente as condições
ambientais passadas através do estudo das comunidades fósseis. Particularmente o modelo
3. de transferência diatomáceas-fósforo permite resgatar os níveis pretéritos de fósforo na
água, sendo possível estabelecer níveis de referência, permitindo traçar metas mais reais de
recuperação.
As diatomáceas mundialmente utilizadas para determinação da qualidade das águas
continentais, são principalmente as epilíticas.
Algumas espécies referidas como tolerantes a poluição orgânica : Nitzschia palea, Eulimna
minima, Cyclostephanus invisitatus, Geissleria schimiditiae.
No Brasil, estudos sobre a utilização das diatomáceas como indicadores biológicos
iniciaram-se na década de 70, sendo ainda relativamente escassos e concentrados em
ambientes lóticos na região sul do país.
Para o Estado de São Paulo existempoucas contribuições, destacando-se Souza (2002), Bere
& Tunidisi (2011a,b), que avaliarama comunidade de diatomáceas e sua associação com
variáveis ambientais em ecossistemas lóticos (rio Monjolinho e seus tributários) e Ferrari
(2010), que avaliou as respostas das diatomáceas em represas urbanas da RMSP. Alguns
poucos trabalhos avaliaram a eutrofização utilizando as diatomáceas presentes no
compartimento sedimentar. Costa (2008) é ainda o único que a partir de estudo
paleolimnológico reconstruiu o histórico da eutrofização de represa urbana hipereutrófica
situada em São Paulo. Considerando sedimentos recentes, Silva (2008) analisou a
distribuição das diatomáceas em associação aos níveis de fósforo dos reservatórios em
cascata no rio Paranapanema (SP/PR), e Wengrat (2011) avaliou a organização e
bioindicação das diatomáceas em diferentes compartimentos do complexo Billings,
utilizando enfoque comparativo entre plâncton e sedimentos.
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