SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 6
Baixar para ler offline
Seduc debate reestruturação curricular do Ensino Médio
Em função da manifestação da direção do CPERS/sindicato sobre a proposta
de reestruturação curricular do Ensino Médio a Secretaria de Estada da
Educação (Seduc) faz as considerações abaixo contrapondo os argumentos do
sindicato.
Fundamentos da proposta
A fundamentação da relação da educação com o mundo do trabalho está
expressa na LDB 9394/96 pelos artigos 22, 35 e especificamente sobre
Educação Profissional integrada ao Ensino Médio o 36 B e C, cuja alteração
veio com a Lei 11741/2008. Além disso, O CNE por seu Parecer 04/2010 no
seu artigo 26 §1º, enfatiza para o ensino Médio, ... “uma base unitária sobre a
qual podem se assentar possibilidades diversas como a preparação geral para
o trabalho ou facultativamente, para profissões técnicas...”.
Acentue-se que, tanto pela legislação, como pelo posicionamento de
acadêmicos, pesquisadores e estudiosos, há um entendimento que, nesta fase
de desenvolvimento, (14 a 17 anos) a educação adquire um direcionamento
para a construção de projetos de vida e de inserção social que perpassa o
mundo do trabalho. Cabe enfatizar que há uma consistente diferença entre os
conceitos de mundo do trabalho e de mercado de trabalho, quando se vincula
aos processos educacionais. A referência na Proposta do Ensino Médio
Politécnico e Ensino Médio Curso Normal, explicita o relacionamento da
educação com mundo do trabalho e apropriação crítica dos processos de
produção, contextualizados social e historicamente. Da mesma forma, a
Educação Profissional integrada ao Ensino Médio articula à formação técnica a
formação integral.
Por outro lado, a expressão “...necessidade da formação de profissionais
flexíveis, que acompanhem as mudanças tecnológicas decorrentes da
dinamicidade da produção científico-tecnológica contemporânea...” da Prof.ª.
Dra. Acácia Kuenzer, refere-se a necessidade de que a formação, em qualquer
nível de ensino, esteja sintonizada com o tempo em que se desenvolve.
Objetivos e caracterização
A perspectiva de resolução de problemas da realidade (conhecimento social)
por meio do diálogo e da relação com os conhecimentos formais
(conhecimentos universalmente sistematizados pela humanidade) tem sido
considerada como uma prática pedagógica de vanguarda. A utilização da
pesquisa sócioantropológica para desvelar a realidade e o trabalho coletivo dos
professores, pela interdisciplinaridade, produzindo os reflexos da ação
articulada dos diferentes conhecimentos por suas disciplinas e respectivas
áreas, promove a necessária construção de conhecimento pelo aluno, capaz
de transformar a realidade e, com isso, resolver problemas. Portanto, a
interdisciplinaridade significa dialogo e articulação entre os conhecimentos
disciplinares, fortalecendo cada disciplina e não fragilizando-as. Esse processo
consegue conferir para o aluno a verdadeira apropriação de sua aprendizagem
e significado aos conteúdos das disciplinas. Justamente por isso, não se trata
de “dissolução de conteúdos e empobrecimento cultural”. Trata-se, sim, de um
currículo que propõe a emancipação da cidadania.
Relação teoria e prática
A proposta curricular elege a prática de elaboração de projetos em Seminários
Integrados, como estratégia de trazer o mundo real e dar vida aos
conhecimentos formais. Dessa forma, impregna de significado o conhecimento,
uma vez que ele é utilizado para resolver problemas da realidade e, desta
forma, apropriado pelo aluno. O currículo está disposto, na sua totalidade, com
as áreas de conhecimento e suas disciplinas estabelecendo as relações com a
comunidade local e as conexões universais. Os blocos que constituem o
currículo apenas indicam a ênfase que será dada para o processo de
complexidade dos temas e questões tratados. Em síntese, é a aplicação do
conhecimento que propicia a aprendizagem.
Perspectiva Cidadã
A Proposta Curricular para o Ensino Médio foi construída na perspectiva de
assegurar o acesso à escola, ao conhecimento, à aprendizagem e a
permanência do aluno na escola até finalizar seus estudos. Este é o processo
que propicia a inserção social e a cidadania.
Processo Participativo e Coletivo
O processo de Reconstrução curricular iniciou-se com uma proposta curricular,
discutida pela comunidade escolar nas etapas da Conferência Estadual do
Ensino Médio no segundo semestre de 2011, terá um regimento referência
provisório para viger no ano de 2012, ano em que efetivamente se dará a
reconstrução curricular, quando as escolas construirão: seus planos de
estudos, seu Plano Político Pedagógico e seu Regimento Escolar para 2013. A
implantação se dará de forma gradativa, iniciando pelo 1º ano em 2012.
Sobre o Pronatec
É um Programa Federal, com identidade similar ao Prouni pela qual tantos
jovens foram inseridos na universidade. A Seduc não define, ou definiu,
qualquer das ações.
Princípios orientadores
Um dos princípios orientadores para a construção da proposta é a
interdisciplinaridade e a relação com o mundo do trabalho não desvia o
professor da disciplina ou área de atuação ou componente curricular para os
quais é habilitado. Mas certamente o professor deve estar apropriado de como
seu componente curricular se relaciona com os meios de produção ou com
outros componentes curriculares.
Referencial Teórico
A proposta tem um referencial progressista e não só os autores clássicos como
os atuais pesquisadores renomados que são referências e estão contribuindo
para o processo de discussão e implantação da proposta como: Prof. Dr.
Frigotto, Acácia Kuenzer, Gabriel Gabrowski, Dermeval Saviani e tantos outros.
Por fim, a Seduc ressalta que a proposta aponta para uma construção coletiva,
participativa, de processo, gradativa. Mas ao mesmo tempo, a Seduc não
transige na sua responsabilidade de reverter os preocupantes índices de
evasão e repetência nas escolas. Esse compromisso exige medidas para a
mudança em tempo de resgate da década perdida e as etapas da Conferência,
ao contrário de algumas informações, são espaços de caráter propositivo para
contribuições e aperfeiçoamentos, coerentes com o documento base, as
Diretrizes Curriculares Nacionais e a LDB.
1. Por que e para que reestruturar o ensino médio?
Com currículo fragmentado e dissociado da realidade do aluno, apresenta altos índices de
reprovação e repetência (34,7%). Do total de jovens entre 15 e 17 anos, 84 mil (14,7%)
estão fora da escola.
2. Todos os cursos serão profissionalizantes?
Não. Haverá três alternativas de Ensino Médio: Ensino Médio Politécnico, Ensino Médio
Curso Normal e Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio.
3. O que é Ensino Médio Politécnico?
É o Ensino Médio que vinculado a realidade social e ao desenvolvimento científico-
tecnológico, integra as áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da
natureza e ciências humanas). Na prática, o estudante terá, além das aulas dos
componentes curriculares do Ensino Médio, o desenvolvimento de projetos com atividades
práticas e vivências relacionadas com a vida, com o mundo e com o mundo do trabalho.
Contudo, isso não implicará na extinção das disciplinas, que serão fortalecidas no diálogo
interdisciplinar.
4. O que é educação profissional integrada ao ensino médio?
É um curso profissionalizante, previsto na LDB desde 2008. Será ofertado nas escolas
técnicas. Na prática, é a integração dos cursos médio politécnico e técnico, gerando a
integração da educação geral e técnica, do pensar e fazer, da teoria e da prática. Ao final, o
estudante terá um certificado de curso técnico de nível médio.
5. Como se organizam as bases curriculares das escolas?
No EM Politécnico as bases curriculares serão organizadas contemplando os componentes
curriculares do EM, distribuídas nos 200 dias letivos, contabilizando um total de 1000h por
ano, totalizando uma carga horária de 3000h, entre formação geral e diversificada nos três
anos. Os horários reservados para o Seminário Integrado e Projetos (200h anuais) serão
definidos pelas escolas, de acordo com suas especificidades e realidade local, o que não
significará ampliação da jornada de trabalho.
Na Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, as bases curriculares contemplam os
componentes curriculares da formação geral do Médio Politécnico, integradas às disciplinas
técnicas do curso correspondente. Serão distribuídas nos 200 dias letivos, contabilizando no
mínimo 3240h, variando conforme a carga horária dos cursos indicados no Catálogo
Nacional de Cursos Técnicos do MEC.
6. Como se organizarão os horários dos professores com a reestruturação?
A carga horária dos professores será mantida. A distribuição da carga horária se dará a
partir do planejamento coletivo e interdisciplinar de cada escola. Este possibilitará a cada
docente prever o tempo necessário para trabalhar os conteúdos em sala de aula e o tempo
necessário para utilizá-los como ferramenta para desenvolver os projetos no Seminário
Integrado.
7. A implantação será de uma só vez, em todos os anos do Ensino Médio?
Não. A implantação será gradativa: o 1ª ano em 2012; o 2ª ano em 2013; e o 3ª ano em
2014, podendo durante o processo haver avaliação e aperfeiçoamento do projeto.
8. O que são os eixos temáticos e de onde surgem?
Os eixos temáticos transversais são definidos, escolhidos pelo coletivo da escola, pelo grau
de identificação que tem com sua realidade. São questões amplas que incluem
conhecimentos de várias disciplinas. Darão o eixo para elaboração dos projetos nos
Seminários Integrados.
9. A Conferência Estadual encerra o ciclo de debates sobre a reestruturação do EM?
Não. Ao longo de 2012, cada escola fará o debate e as adequações necessárias à proposta
e a sua realidade.
10. O Estado vai garantir a formação para os professores?
Sim. Está prevista formação inicial e continuada para os docentes desde o início do ano
letivo de 2012. Cada escola vai organizar a sua formação, a partir do apoio da Seduc com
interface das Universidades parceiras.
11. Vai diminuir a carga horária de disciplinas como português e matemática no
Ensino Médio Politécnico e consequentemente a diminuição dos seus proventos?
Não. A carga horária das áreas será mantida. Contudo, será distribuída em proporções
diferenciadas ao longo dos três anos, seja na formação geral, seja na diversificada. O
regime de trabalho e a remuneração dos professores são garantidos pela Constituição e
pelo Plano de Carreira, que não sofre alteração alguma.
12. O que muda na formação dos alunos?
A articulação entre a formação geral e diversificada e o planejamento interdisciplinar vai
garantir a aproximação entre o conhecimento e o contexto social em que o aluno está
inserido. Tanto o aluno que frequentar o Ensino Médio Politécnico quanto o estudante da
Educação Profissional integrada ao Ensino Médio terão uma formação integral, tendo o
trabalho como princípio educativo.
No caso do Politécnico, a formação permitirá ao jovem ter uma compreensão mais
aprofundada da complexidade do desenvolvimento científico-tecnológico. Já o estudante que
optar pela Educação Profissional agrega à formação geral a preparação para o mundo do
trabalho. Ambas as propostas se aproximam de avaliações como o Exame Nacional do
Ensino Médio.
13. Haverá necessidade de ampliação de espaço físico nas escolas?
Não necessariamente. A reorganização dos espaços escolares, no entanto, pode ser
demandada, conforme o planejamento de cada escola.
14. A proposta visa preparar mão de obra “barata” para o mercado de trabalho?
Não. A proposta visa garantir aos alunos da rede estadual uma educação de qualidade com
cidadania, com formação integral e vinculada as necessidade do mundo contemporâneo.
15. Como fica a carga horária para o aluno que trabalha durante o dia?
Hoje o Ensino Médio está estruturado com 800 horas, distribuídas em 200 dias letivos
anuais. A proposta de reestruturação mantém essas 800 horas. As 200 adicionais podem
ser desenvolvidas em diversas situações, inclusive no seu local de trabalho.
16. Se não é uma proposta autoritária, por que as etapas das conferências não são
deliberativas?
Não é autoritário porque a proposta não está pronta. Ela será formatada, discutida e
aperfeiçoada na prática de cada escola durante o ano de 2012. As etapas não têm caráter
deliberativo e não há encaminhamento de votações, pois todas as contribuições e sugestões
serão acolhidas, sistematizadas e discutidas na etapa estadual prevista para dezembro de
2011, possibilitando assim que as contribuições resultem na construção de um documento
que expresse o protagonismo da comunidade escolar.
As etapas da conferência são espaços de caráter propositivo para contribuições e
aprofundamentos, coerentes com o Documento-Base, as Diretrizes Curriculares Nacionais e
a LDB.
Tudo está para ser feito. O ano de 2012 será um rico período e, nossas escolas, um
privilegiado espaço para, coletivamente, construirmos o caminho na caminhada, com
tensionamentos, dúvidas, problematizações, debates e muitos, muitos avanços que
garantam a universalização do ensino médio agora, também, um direito básico da cidadania.
Novembro de 2011

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...
O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...
O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...Wesley Freitas
 
Matemática matriz curricular
Matemática matriz curricularMatemática matriz curricular
Matemática matriz curricularNero Cachorro
 
05.simulado pc ns (1)
05.simulado pc ns (1)05.simulado pc ns (1)
05.simulado pc ns (1)AlineMelo123
 
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docx
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docxSimulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docx
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docxvinicius_lyma
 
Formação de professores de química
Formação de professores de químicaFormação de professores de química
Formação de professores de químicaJéssica Rodrigues'
 
Plano De AvaliaçãO
Plano De AvaliaçãOPlano De AvaliaçãO
Plano De AvaliaçãOclaudinapires
 
CBC de Língua Estrangeira
 CBC de Língua Estrangeira CBC de Língua Estrangeira
CBC de Língua EstrangeiraNatan Campos
 
Planejamento 2012
Planejamento 2012Planejamento 2012
Planejamento 2012Pet Esef
 
Dl 54
Dl 54Dl 54
Dl 54mfcar
 
Cbc fisica
Cbc fisicaCbc fisica
Cbc fisicartpenha
 

Mais procurados (15)

Matematica livro
Matematica livroMatematica livro
Matematica livro
 
O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...
O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...
O diálogo entre a formação inicial de professores de Matemática e PIBID: uma ...
 
Matemática matriz curricular
Matemática matriz curricularMatemática matriz curricular
Matemática matriz curricular
 
05.simulado pc ns (1)
05.simulado pc ns (1)05.simulado pc ns (1)
05.simulado pc ns (1)
 
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docx
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docxSimulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docx
Simulado concurso professor de educacao fisica simulado pc ns docx
 
Cbc fisica
Cbc fisicaCbc fisica
Cbc fisica
 
Eneq 2014 lidiane
Eneq 2014   lidianeEneq 2014   lidiane
Eneq 2014 lidiane
 
Formação de professores de química
Formação de professores de químicaFormação de professores de química
Formação de professores de química
 
Ciencias natureza
Ciencias naturezaCiencias natureza
Ciencias natureza
 
Plano De AvaliaçãO
Plano De AvaliaçãOPlano De AvaliaçãO
Plano De AvaliaçãO
 
Linguagens02
Linguagens02Linguagens02
Linguagens02
 
CBC de Língua Estrangeira
 CBC de Língua Estrangeira CBC de Língua Estrangeira
CBC de Língua Estrangeira
 
Planejamento 2012
Planejamento 2012Planejamento 2012
Planejamento 2012
 
Dl 54
Dl 54Dl 54
Dl 54
 
Cbc fisica
Cbc fisicaCbc fisica
Cbc fisica
 

Destaque

Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009
Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009
Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009afermartins
 
Proposta pedagogica para_o_ensino_medio
Proposta pedagogica para_o_ensino_medioProposta pedagogica para_o_ensino_medio
Proposta pedagogica para_o_ensino_medioafermartins
 
Proposta reest ens_medio
Proposta reest ens_medioProposta reest ens_medio
Proposta reest ens_medioafermartins
 
Burigo ensino mediopolitecnico
Burigo ensino mediopolitecnicoBurigo ensino mediopolitecnico
Burigo ensino mediopolitecnicoafermartins
 
Politecnico final
Politecnico finalPolitecnico final
Politecnico finalafermartins
 
Química da Atmosfera
Química da AtmosferaQuímica da Atmosfera
Química da Atmosferaafermartins
 

Destaque (9)

Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009
Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009
Ensino medioinovador camaraeducacaobasica-01junho2009
 
Proposta pedagogica para_o_ensino_medio
Proposta pedagogica para_o_ensino_medioProposta pedagogica para_o_ensino_medio
Proposta pedagogica para_o_ensino_medio
 
Proposta reest ens_medio
Proposta reest ens_medioProposta reest ens_medio
Proposta reest ens_medio
 
Burigo ensino mediopolitecnico
Burigo ensino mediopolitecnicoBurigo ensino mediopolitecnico
Burigo ensino mediopolitecnico
 
Politecnico final
Politecnico finalPolitecnico final
Politecnico final
 
Química da Atmosfera
Química da AtmosferaQuímica da Atmosfera
Química da Atmosfera
 
Agua
AguaAgua
Agua
 
Ar
ArAr
Ar
 
Solo
SoloSolo
Solo
 

Semelhante a Ensino m+ëdio (1)

Considerações do ensino politécnico
Considerações do ensino politécnicoConsiderações do ensino politécnico
Considerações do ensino politécnicoSUPORTE EDUCACIONAL
 
Tcc qubra de paradigma engenharia
Tcc qubra de paradigma engenhariaTcc qubra de paradigma engenharia
Tcc qubra de paradigma engenhariaDaniel Nascimento
 
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1Jo Angel
 
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdf
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdfRoteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdf
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdfKellyGouveia5
 
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52IRACI SARTORI
 
Que Currículo para o Século XXI?
Que Currículo para o Século XXI?Que Currículo para o Século XXI?
Que Currículo para o Século XXI?Artur Coelho
 
Parametros curriculares pcns
Parametros curriculares pcnsParametros curriculares pcns
Parametros curriculares pcnspibidsociais
 
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)indiarahellen1105
 
Caderno 1 2ª etapa pacto
Caderno 1   2ª etapa pactoCaderno 1   2ª etapa pacto
Caderno 1 2ª etapa pactoAdri Ruas
 
Relatorio estagio fundamental noemia
Relatorio estagio fundamental noemiaRelatorio estagio fundamental noemia
Relatorio estagio fundamental noemiaClaudio Oliveira
 
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdf
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdfPROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdf
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdfHELENO FAVACHO
 
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração   pedagogiaProjeto de ensino manual de elaboração   pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogiaZairaLessa
 
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração   pedagogiaProjeto de ensino manual de elaboração   pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogiaHELENO FAVACHO
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarbucarbio
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarbucarbio
 
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005Solange Soares
 
Tcc pedagogia
Tcc pedagogiaTcc pedagogia
Tcc pedagogiaArleno
 
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2familiaestagio
 

Semelhante a Ensino m+ëdio (1) (20)

Considerações do ensino politécnico
Considerações do ensino politécnicoConsiderações do ensino politécnico
Considerações do ensino politécnico
 
Tcc qubra de paradigma engenharia
Tcc qubra de paradigma engenhariaTcc qubra de paradigma engenharia
Tcc qubra de paradigma engenharia
 
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1
Orientacoes pedagogicas adesao_execucao_proemi1
 
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdf
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdfRoteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdf
Roteiros Pedagógicos do componente Projeto de Vida - vf.pdf
 
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52
RESUMO PARECER DCNEM Nº: 5/2011 PÁGINA 39 A 52
 
Que Currículo para o Século XXI?
Que Currículo para o Século XXI?Que Currículo para o Século XXI?
Que Currículo para o Século XXI?
 
Parametros curriculares pcns
Parametros curriculares pcnsParametros curriculares pcns
Parametros curriculares pcns
 
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)
diretrizes para implantação do projeto educação em tempo integral(1)
 
Caderno 1 2ª etapa pacto
Caderno 1   2ª etapa pactoCaderno 1   2ª etapa pacto
Caderno 1 2ª etapa pacto
 
Relatorio estagio fundamental noemia
Relatorio estagio fundamental noemiaRelatorio estagio fundamental noemia
Relatorio estagio fundamental noemia
 
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdf
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdfPROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdf
PROJETO DE ENSINO Manual de Elaboração - Pedagogia.pdf
 
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração   pedagogiaProjeto de ensino manual de elaboração   pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
 
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração   pedagogiaProjeto de ensino manual de elaboração   pedagogia
Projeto de ensino manual de elaboração pedagogia
 
texto didática.pdf
texto didática.pdftexto didática.pdf
texto didática.pdf
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
 
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucarUnid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
Unid4 ativ3 conceitos_decurriculostic_silvaniabucar
 
Cbc anos finais - ciências
Cbc   anos finais - ciênciasCbc   anos finais - ciências
Cbc anos finais - ciências
 
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005
C:\Fakepath\Anfope Et Al 2005
 
Tcc pedagogia
Tcc pedagogiaTcc pedagogia
Tcc pedagogia
 
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2
Ciências da natureza, matemática e suas tecnologias volume 2
 

Mais de afermartins

20130207110206anexo10
20130207110206anexo1020130207110206anexo10
20130207110206anexo10afermartins
 
Original normas de_segurança_-_q._analitica
Original normas de_segurança_-_q._analiticaOriginal normas de_segurança_-_q._analitica
Original normas de_segurança_-_q._analiticaafermartins
 
Revista de-quimica
Revista de-quimicaRevista de-quimica
Revista de-quimicaafermartins
 
Apostila peb-ii-site
Apostila peb-ii-siteApostila peb-ii-site
Apostila peb-ii-siteafermartins
 
Regimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoRegimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoafermartins
 
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpegAdubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpegafermartins
 
Libaneo democratização da escola pública a pedagogia críti
Libaneo   democratização da escola pública a pedagogia crítiLibaneo   democratização da escola pública a pedagogia críti
Libaneo democratização da escola pública a pedagogia crítiafermartins
 
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406afermartins
 
Projetopedagogico
ProjetopedagogicoProjetopedagogico
Projetopedagogicoafermartins
 
Regimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoRegimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoafermartins
 
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)Plastico verde -_cana_de_açular_(1)
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)afermartins
 
Plano de ensino produção mais limpa 2012
Plano de ensino   produção mais limpa 2012Plano de ensino   produção mais limpa 2012
Plano de ensino produção mais limpa 2012afermartins
 

Mais de afermartins (20)

Lei no 06672
Lei no 06672Lei no 06672
Lei no 06672
 
Rceb004 10
Rceb004 10Rceb004 10
Rceb004 10
 
N105a07
N105a07N105a07
N105a07
 
20130207110206anexo10
20130207110206anexo1020130207110206anexo10
20130207110206anexo10
 
Original normas de_segurança_-_q._analitica
Original normas de_segurança_-_q._analiticaOriginal normas de_segurança_-_q._analitica
Original normas de_segurança_-_q._analitica
 
Revista de-quimica
Revista de-quimicaRevista de-quimica
Revista de-quimica
 
Revista peb1
Revista peb1Revista peb1
Revista peb1
 
Apostila peb-ii-site
Apostila peb-ii-siteApostila peb-ii-site
Apostila peb-ii-site
 
Regimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoRegimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnico
 
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpegAdubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg
Adubacao organica producao_mais_limpa_id-37h_fh1rpeg
 
Libaneo democratização da escola pública a pedagogia críti
Libaneo   democratização da escola pública a pedagogia crítiLibaneo   democratização da escola pública a pedagogia críti
Libaneo democratização da escola pública a pedagogia críti
 
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406
Apr i seminario virtual de educadores 144109185643406
 
Projetopedagogico
ProjetopedagogicoProjetopedagogico
Projetopedagogico
 
Regimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnicoRegimento referencia em politecnico
Regimento referencia em politecnico
 
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)Plastico verde -_cana_de_açular_(1)
Plastico verde -_cana_de_açular_(1)
 
Lima
LimaLima
Lima
 
Indicadores 01
Indicadores 01Indicadores 01
Indicadores 01
 
24695
2469524695
24695
 
Meioambi
MeioambiMeioambi
Meioambi
 
Plano de ensino produção mais limpa 2012
Plano de ensino   produção mais limpa 2012Plano de ensino   produção mais limpa 2012
Plano de ensino produção mais limpa 2012
 

Ensino m+ëdio (1)

  • 1. Seduc debate reestruturação curricular do Ensino Médio Em função da manifestação da direção do CPERS/sindicato sobre a proposta de reestruturação curricular do Ensino Médio a Secretaria de Estada da Educação (Seduc) faz as considerações abaixo contrapondo os argumentos do sindicato. Fundamentos da proposta A fundamentação da relação da educação com o mundo do trabalho está expressa na LDB 9394/96 pelos artigos 22, 35 e especificamente sobre Educação Profissional integrada ao Ensino Médio o 36 B e C, cuja alteração veio com a Lei 11741/2008. Além disso, O CNE por seu Parecer 04/2010 no seu artigo 26 §1º, enfatiza para o ensino Médio, ... “uma base unitária sobre a qual podem se assentar possibilidades diversas como a preparação geral para o trabalho ou facultativamente, para profissões técnicas...”. Acentue-se que, tanto pela legislação, como pelo posicionamento de acadêmicos, pesquisadores e estudiosos, há um entendimento que, nesta fase de desenvolvimento, (14 a 17 anos) a educação adquire um direcionamento para a construção de projetos de vida e de inserção social que perpassa o mundo do trabalho. Cabe enfatizar que há uma consistente diferença entre os conceitos de mundo do trabalho e de mercado de trabalho, quando se vincula aos processos educacionais. A referência na Proposta do Ensino Médio Politécnico e Ensino Médio Curso Normal, explicita o relacionamento da educação com mundo do trabalho e apropriação crítica dos processos de produção, contextualizados social e historicamente. Da mesma forma, a Educação Profissional integrada ao Ensino Médio articula à formação técnica a formação integral. Por outro lado, a expressão “...necessidade da formação de profissionais flexíveis, que acompanhem as mudanças tecnológicas decorrentes da dinamicidade da produção científico-tecnológica contemporânea...” da Prof.ª. Dra. Acácia Kuenzer, refere-se a necessidade de que a formação, em qualquer nível de ensino, esteja sintonizada com o tempo em que se desenvolve.
  • 2. Objetivos e caracterização A perspectiva de resolução de problemas da realidade (conhecimento social) por meio do diálogo e da relação com os conhecimentos formais (conhecimentos universalmente sistematizados pela humanidade) tem sido considerada como uma prática pedagógica de vanguarda. A utilização da pesquisa sócioantropológica para desvelar a realidade e o trabalho coletivo dos professores, pela interdisciplinaridade, produzindo os reflexos da ação articulada dos diferentes conhecimentos por suas disciplinas e respectivas áreas, promove a necessária construção de conhecimento pelo aluno, capaz de transformar a realidade e, com isso, resolver problemas. Portanto, a interdisciplinaridade significa dialogo e articulação entre os conhecimentos disciplinares, fortalecendo cada disciplina e não fragilizando-as. Esse processo consegue conferir para o aluno a verdadeira apropriação de sua aprendizagem e significado aos conteúdos das disciplinas. Justamente por isso, não se trata de “dissolução de conteúdos e empobrecimento cultural”. Trata-se, sim, de um currículo que propõe a emancipação da cidadania. Relação teoria e prática A proposta curricular elege a prática de elaboração de projetos em Seminários Integrados, como estratégia de trazer o mundo real e dar vida aos conhecimentos formais. Dessa forma, impregna de significado o conhecimento, uma vez que ele é utilizado para resolver problemas da realidade e, desta forma, apropriado pelo aluno. O currículo está disposto, na sua totalidade, com as áreas de conhecimento e suas disciplinas estabelecendo as relações com a comunidade local e as conexões universais. Os blocos que constituem o currículo apenas indicam a ênfase que será dada para o processo de complexidade dos temas e questões tratados. Em síntese, é a aplicação do conhecimento que propicia a aprendizagem. Perspectiva Cidadã A Proposta Curricular para o Ensino Médio foi construída na perspectiva de assegurar o acesso à escola, ao conhecimento, à aprendizagem e a permanência do aluno na escola até finalizar seus estudos. Este é o processo que propicia a inserção social e a cidadania.
  • 3. Processo Participativo e Coletivo O processo de Reconstrução curricular iniciou-se com uma proposta curricular, discutida pela comunidade escolar nas etapas da Conferência Estadual do Ensino Médio no segundo semestre de 2011, terá um regimento referência provisório para viger no ano de 2012, ano em que efetivamente se dará a reconstrução curricular, quando as escolas construirão: seus planos de estudos, seu Plano Político Pedagógico e seu Regimento Escolar para 2013. A implantação se dará de forma gradativa, iniciando pelo 1º ano em 2012. Sobre o Pronatec É um Programa Federal, com identidade similar ao Prouni pela qual tantos jovens foram inseridos na universidade. A Seduc não define, ou definiu, qualquer das ações. Princípios orientadores Um dos princípios orientadores para a construção da proposta é a interdisciplinaridade e a relação com o mundo do trabalho não desvia o professor da disciplina ou área de atuação ou componente curricular para os quais é habilitado. Mas certamente o professor deve estar apropriado de como seu componente curricular se relaciona com os meios de produção ou com outros componentes curriculares. Referencial Teórico A proposta tem um referencial progressista e não só os autores clássicos como os atuais pesquisadores renomados que são referências e estão contribuindo para o processo de discussão e implantação da proposta como: Prof. Dr. Frigotto, Acácia Kuenzer, Gabriel Gabrowski, Dermeval Saviani e tantos outros. Por fim, a Seduc ressalta que a proposta aponta para uma construção coletiva, participativa, de processo, gradativa. Mas ao mesmo tempo, a Seduc não transige na sua responsabilidade de reverter os preocupantes índices de evasão e repetência nas escolas. Esse compromisso exige medidas para a mudança em tempo de resgate da década perdida e as etapas da Conferência, ao contrário de algumas informações, são espaços de caráter propositivo para
  • 4. contribuições e aperfeiçoamentos, coerentes com o documento base, as Diretrizes Curriculares Nacionais e a LDB. 1. Por que e para que reestruturar o ensino médio? Com currículo fragmentado e dissociado da realidade do aluno, apresenta altos índices de reprovação e repetência (34,7%). Do total de jovens entre 15 e 17 anos, 84 mil (14,7%) estão fora da escola. 2. Todos os cursos serão profissionalizantes? Não. Haverá três alternativas de Ensino Médio: Ensino Médio Politécnico, Ensino Médio Curso Normal e Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio. 3. O que é Ensino Médio Politécnico? É o Ensino Médio que vinculado a realidade social e ao desenvolvimento científico- tecnológico, integra as áreas do conhecimento (linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas). Na prática, o estudante terá, além das aulas dos componentes curriculares do Ensino Médio, o desenvolvimento de projetos com atividades práticas e vivências relacionadas com a vida, com o mundo e com o mundo do trabalho. Contudo, isso não implicará na extinção das disciplinas, que serão fortalecidas no diálogo interdisciplinar. 4. O que é educação profissional integrada ao ensino médio? É um curso profissionalizante, previsto na LDB desde 2008. Será ofertado nas escolas técnicas. Na prática, é a integração dos cursos médio politécnico e técnico, gerando a integração da educação geral e técnica, do pensar e fazer, da teoria e da prática. Ao final, o estudante terá um certificado de curso técnico de nível médio. 5. Como se organizam as bases curriculares das escolas? No EM Politécnico as bases curriculares serão organizadas contemplando os componentes curriculares do EM, distribuídas nos 200 dias letivos, contabilizando um total de 1000h por ano, totalizando uma carga horária de 3000h, entre formação geral e diversificada nos três anos. Os horários reservados para o Seminário Integrado e Projetos (200h anuais) serão definidos pelas escolas, de acordo com suas especificidades e realidade local, o que não significará ampliação da jornada de trabalho. Na Educação Profissional Integrada ao Ensino Médio, as bases curriculares contemplam os componentes curriculares da formação geral do Médio Politécnico, integradas às disciplinas técnicas do curso correspondente. Serão distribuídas nos 200 dias letivos, contabilizando no mínimo 3240h, variando conforme a carga horária dos cursos indicados no Catálogo Nacional de Cursos Técnicos do MEC. 6. Como se organizarão os horários dos professores com a reestruturação? A carga horária dos professores será mantida. A distribuição da carga horária se dará a partir do planejamento coletivo e interdisciplinar de cada escola. Este possibilitará a cada docente prever o tempo necessário para trabalhar os conteúdos em sala de aula e o tempo necessário para utilizá-los como ferramenta para desenvolver os projetos no Seminário Integrado.
  • 5. 7. A implantação será de uma só vez, em todos os anos do Ensino Médio? Não. A implantação será gradativa: o 1ª ano em 2012; o 2ª ano em 2013; e o 3ª ano em 2014, podendo durante o processo haver avaliação e aperfeiçoamento do projeto. 8. O que são os eixos temáticos e de onde surgem? Os eixos temáticos transversais são definidos, escolhidos pelo coletivo da escola, pelo grau de identificação que tem com sua realidade. São questões amplas que incluem conhecimentos de várias disciplinas. Darão o eixo para elaboração dos projetos nos Seminários Integrados. 9. A Conferência Estadual encerra o ciclo de debates sobre a reestruturação do EM? Não. Ao longo de 2012, cada escola fará o debate e as adequações necessárias à proposta e a sua realidade. 10. O Estado vai garantir a formação para os professores? Sim. Está prevista formação inicial e continuada para os docentes desde o início do ano letivo de 2012. Cada escola vai organizar a sua formação, a partir do apoio da Seduc com interface das Universidades parceiras. 11. Vai diminuir a carga horária de disciplinas como português e matemática no Ensino Médio Politécnico e consequentemente a diminuição dos seus proventos? Não. A carga horária das áreas será mantida. Contudo, será distribuída em proporções diferenciadas ao longo dos três anos, seja na formação geral, seja na diversificada. O regime de trabalho e a remuneração dos professores são garantidos pela Constituição e pelo Plano de Carreira, que não sofre alteração alguma. 12. O que muda na formação dos alunos? A articulação entre a formação geral e diversificada e o planejamento interdisciplinar vai garantir a aproximação entre o conhecimento e o contexto social em que o aluno está inserido. Tanto o aluno que frequentar o Ensino Médio Politécnico quanto o estudante da Educação Profissional integrada ao Ensino Médio terão uma formação integral, tendo o trabalho como princípio educativo. No caso do Politécnico, a formação permitirá ao jovem ter uma compreensão mais aprofundada da complexidade do desenvolvimento científico-tecnológico. Já o estudante que optar pela Educação Profissional agrega à formação geral a preparação para o mundo do trabalho. Ambas as propostas se aproximam de avaliações como o Exame Nacional do Ensino Médio. 13. Haverá necessidade de ampliação de espaço físico nas escolas? Não necessariamente. A reorganização dos espaços escolares, no entanto, pode ser demandada, conforme o planejamento de cada escola. 14. A proposta visa preparar mão de obra “barata” para o mercado de trabalho? Não. A proposta visa garantir aos alunos da rede estadual uma educação de qualidade com cidadania, com formação integral e vinculada as necessidade do mundo contemporâneo.
  • 6. 15. Como fica a carga horária para o aluno que trabalha durante o dia? Hoje o Ensino Médio está estruturado com 800 horas, distribuídas em 200 dias letivos anuais. A proposta de reestruturação mantém essas 800 horas. As 200 adicionais podem ser desenvolvidas em diversas situações, inclusive no seu local de trabalho. 16. Se não é uma proposta autoritária, por que as etapas das conferências não são deliberativas? Não é autoritário porque a proposta não está pronta. Ela será formatada, discutida e aperfeiçoada na prática de cada escola durante o ano de 2012. As etapas não têm caráter deliberativo e não há encaminhamento de votações, pois todas as contribuições e sugestões serão acolhidas, sistematizadas e discutidas na etapa estadual prevista para dezembro de 2011, possibilitando assim que as contribuições resultem na construção de um documento que expresse o protagonismo da comunidade escolar. As etapas da conferência são espaços de caráter propositivo para contribuições e aprofundamentos, coerentes com o Documento-Base, as Diretrizes Curriculares Nacionais e a LDB. Tudo está para ser feito. O ano de 2012 será um rico período e, nossas escolas, um privilegiado espaço para, coletivamente, construirmos o caminho na caminhada, com tensionamentos, dúvidas, problematizações, debates e muitos, muitos avanços que garantam a universalização do ensino médio agora, também, um direito básico da cidadania. Novembro de 2011