2. Momento histórico
Fim da segunda guerra mundial;
Era atômica;
Declaração dos Direitos
Humanos;
Perseguições político-
partidárias
...
Profundas transformações
sociais:
3. Apresenta um retrocesso acadêmico, uma geração que nega a
liberdade formal, as ironias, as sátiras e volta-se para uma poesia
erudita, com rima, metrificação e com referências mitológicas.
4. Lêdo Ivo
Rompeu com estética de 22 e procurou
cultivar como sonetos e haicais. Conhecido
por criar novas expressões e produzir mais
inesperados efeitos e combinações de
palavras.
O lago habitado - Haicai
Noite de Domingo
Acabou-se a festa.
Resta, no silêncio,
o rumor da floresta.
O Lago Habitado
Na água trêmula
freme a pálida
anêmona.
As imaginações / Ode e elegia
5. Geir Campos
Tarefa
Geir Campos
Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.
6. Darcy Damasceno dos
Santos
Crítico e grande estudioso da literatura
brasileira e da obra de Cecília Meireles.
ESCARNINHA
Moça, tuas palavras
São duras - não as mereço.
Calam fundo, e embora eu ouça
Em silêncio tua fala,
Não a esqueço. Mas porém,
Guarda o teu ressentimento,
Não me agraves, pois bem sei
Que desprezo em boca amarga
De mulher que ama, são lágrimas
Secadas no travesseiro.
Tua boca, quando ofende,
Compra-te um céu de desprezo,
Compra o gosto de humilhar,
Mas te sabe a sal, se rezas,
E se rezas por me odiar,
Outro céu te hei-de ofertar.
Cala, moça, e desodiando
Espera um dia e outro dia:
Sói orgulho em peito amante
Ser de fraca moradia.
7. José Paulo Paes Passarinho fofoqueiro
Um passarinho me contou
que a ostra é muito fechada,
que a cobra é muito enrolada,
que a arara é uma cabeça oca,
e que o leão marinho e a foca...
xô, passarinho! chega de fofoca!
Atuou como tradutor, traduzindo mais de cem livros de diversas línguas.
Livros mais conhecidos: Meia Palavra, Resíduo, A meu Esmo, Socráticas.
EPITÁFIO DE UMA BANQUEIRO
9. Sua poesia é pautada pelo uso de rimas toantes, uma linguagem
seca,direta e enxuta. Sua obra é evidenciada por sua individualidade e
genialidade.
Acreditava que o poema não era fruto de inspiração, mas fruto de uma
construção muito bem elaborada, por isso, conhecido como arquiteto das
palavras.
Morte e Vida Severina (1965)
Pedra do Sono (1942)
Psicologia da Composição (1947)
Terceira Feira (1961)
Agestes (1985)
Primeiros Poemas (1990)
Obras que
destacam a
preocupação
com a
realidade
social, reflexão
sobre o fazer
artístico,
linguagem
objeto.
12. Analogia ao nascimento de Jesus que
veio ao mundo resgatar o homem da
morte e do sofrimento. Denuncia as
injustiças e desigualdades sociais de
maneira universal.
13. Cena 1: Apresentação de Severino
Cena 2 à cena 10: peregrinação de Severino até Recife.
Cena 11 à cena 18: Severino em Recife.
14. Morte e Vida Severina - João Cabral de Melo Neto
O RETIRANTE EXPLICA AO LEITOR QUEM É E A QUE VAI
— O meu nome é Severino,
como não tenho outro de pia.
Como há muitos Severinos,
que é santo de romaria,
deram então de me chamar
Severino de Maria
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
como há muitos Severinos
com mães chamadas Maria,
fiquei sendo o da Maria
do finado Zacarias.
[...]
Somos muitos Severinos
iguais em tudo na vida:
na mesma cabeça grande
que a custo é que se equilibra,
no mesmo ventre crescido
sobre as mesmas pernas finas
e iguais também porque o sangue,
que usamos tem pouca tinta.
E se somos Severinos
iguais em tudo na vida,
morremos de morte igual,
mesma morte severina:
que é a morte de que se morre
de velhice antes dos trinta,
de emboscada antes dos vinte
de fome um pouco por dia
(de fraqueza e de doença
é que a morte severina
ataca em qualquer idade,
e até gente não nascida).
15. A prosa da geração de 45
Clarisse Lispector “Eu escrevo sem esperança de que o que eu
escrevo altere qualquer coisa. Não altera em
nada... Por que no fundo a gente não está
querendo alterar as coisas. A gente está
querendo desabrochar de um modo ou de outro...
Não sou uma escritora, mas uma sentidora.”
• Exploração do mundo
interior dos personagens;
•Suas construções
subconscientes
transformaram o enredo
além de aparências.
Sondagem psicológica e a
projeção do eu interior
16. O que havia mais que fizesse Ana se aprumar em desconfiança?
Alguma coisa intranqüila estava sucedendo. Então ela viu: o cego
mascava chicles... Um homem cego mascava chicles.
Ana ainda teve tempo de pensar por um segundo que os irmãos
viriam jantar — o coração batia-lhe violento, espaçado. Inclinada,
olhava o cego profundamente, como se olha o que não nos vê.
Ele mascava goma na escuridão. Sem sofrimento, com os olhos
abertos. O movimento da mastigação fazia-o parecer sorrir e de
repente deixar de sorrir, sorrir e deixar de sorrir — como se ele a
tivesse insultado, Ana olhava-o. E quem a visse teria a impressão
de uma mulher com ódio. Mas continuava a olhá-lo, cada vez
mais inclinada — o bonde deu uma arrancada súbita jogando-a
desprevenida para trás, o pesado saco de tricô despencou-se do
colo, ruiu no chão — Ana deu um grito, o condutor deu ordem de
parada antes de saber do que se tratava — o bonde estacou, os
passageiros olharam assustados.
17. Incapaz de se mover para apanhar suas compras, Ana se
aprumava pálida. Uma expressão de rosto, há muito não usada,
ressurgia-lhe com dificuldade, ainda incerta, incompreensível. O
moleque dos jornais ria entregando-lhe o volume. Mas os ovos se
haviam quebrado no embrulho de jornal. Gemas amarelas e
viscosas pingavam entre os fios da rede. O cego interrompera a
mastigação e avançava as mãos inseguras, tentando inutilmente
pegar o que acontecia. O embrulho dos ovos foi jogado fora da
rede e, entre os sorrisos dos passageiros e o sinal do condutor, o
bonde deu a nova arrancada de partida.
Poucos instantes depois já não a olhavam mais. O bonde se
sacudia nos trilhos e o cego mascando goma ficara atrás para
sempre. Mas o mal estava feito.
18. Enredos caóticos, e intimistas,
não possuem uma sequência
linear, a sensação de o leitor
estar invadindo os pensamentos
e a intimidade mental do
personagem.
• A cidade sitiada;
• Laços de Família;
• A maçã no escuro;
• Felicidade clandestina;
• Água viva;
•Um sopro de vida
19. João Guimarães Rosa
Especialista na
mitopoese, sua narrativa
estabelece uma tênue
fronteira entre o
coloquial e o literário,
hipótese de que o
pensamento está sempre
além das palavras, ou
seja, aquilo que
conseguimos dizer não
expressa exatamente o
que desejamos falar.
•Regionalismo;
•Universalismo;
•Criação linguística;
20. Os contos e romances escritos por Guimarães
ambientam-se quase todos no chamado sertão
brasileiro. A sua obra destaca-se, sobretudo, pelas
inovações de linguagem, sendo marcada pela
influência de falares populares e regionais.
21. Neologismo
Saga: canto heróico, lenda
rana: a maneira de..., à
espécie de...
Alguns neologismos de
Guimarães Rosa:
Desafogareu
Cigarrando
Retrovão
Isbrisa
Desfalar
Justinhamente
Agarrante
Ossoso...
22. Sertão: todo/ veredas: oásis
Narra a história de vida, conflitos e
amores de Riobaldo e Diadorin.
Expressão máxima do
universalismo regionalista da
literatura brasileira
Lugar sertão se divulga: é onde
os pastos carecem de fechos;
onde um pode torar dez, quinze
léguas, sem topar com casa de
morador; e onde criminoso vive
seu cristo-jesus, arredado de
arrocho de autoridade.
[...]
Os gerais corre em volta. Esses
gerais são sem tamanho. Enfim
cada um o que quer aprova, o
senhor sabe: pão ou pães, é
questão de opiniães... O sertão
está em toda parte.
[...]
É, e não é. O senhor ache e não
ache. Tudo é e não é...