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ASPECTOS ÉTICOS DA SÍNDROME
PÓS-PARADA
CARDIORRESPIRATÓRIA
Prof. Me. Aroldo Gavioli
Aspectos éticos
Gravidade da lesão cerebral hipóxico-isquêmica.
pacientes após RCP bem-sucedida podem apresentar sequelas graves.

Comprometimento da consciência.
Estado vegetativo persistente.
Sobrevida limitada.
Necessidade de cuidados médicos prolongados e com alto custo financeiro ao sistema de saúde.
Aspectos éticos
As
intervenções
terapêuticas
melhoram o
prognóstico.

↑ sobrevida de pacientes com lesões
neurológicas ou comprometimento
cognitivo grave.

Importantes implicações sociais.

Debater sob a luz da legislação vigente, da
sensibilidade da sociedade, da comunidade
médica e da família envolvida
Distanásia

Avaliação do
prognostico
funcional

Identificar
lesão cerebral
irreversível

Determinar a
retirada ou não
de aplicação de
terapias de
suporte a vida.

Minimizando o
risco de
Distanásia.
Preditores de evolução
São controversos

• Fatores fisiológicos, patológicos e intervenções (como sepse,
choque, sedativos) podem influenciar a avaliação e levar a erros.
• Hipotermia, que altera a progressão do dano neurológico.
• Ferramentas diagnósticas: não tem a mesma acurácia nos
tratados com hipotermia, se aplicadas nas primeiras horas ou
durante sua manutenção.
Momento ideal de retirar o suporte
Diversos estudos
• Avaliado a correlação do exame neurológico ou de
exames complementares específicos no prognostico.
• Nenhum tem analisado a aplicação atual da avaliação
neurológica na prática clinica em relação a decisão de
retirar a terapia de suporte a vida.
Documentar testes prognósticos

Biomarcadores e
neuroimagem
Exame clinico
neurológico.
• Estudos
eletrofisiológicos.

• Após 72 horas da PCR.

Utilizar julgamento
clínico, baseado
nesses testes, para
decidir pela retirada
ou não do suporte a
vida, quando
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Obstáculos
Incerteza.
• Ausência de diagnostico definitivo
• No Brasil, a falta de normatização bem definida são os principais
motivos pelos quais a prática de Distanásia acaba se tornando
frequente no dia a dia das UTIs.
• A realidade da medicina é que, até mesmo nas melhores
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prever o desfecho clinico.
Princípio da autonomia
Pacientes adultos com capacidade de tomar decisão tem o direito de recusar
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O respeito a autonomia do paciente é primordial quando se deve decidir pela
suspensão ou não da oferta de terapias de suporte a vida, desde que este tenha
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“VII – consentir ou recusar, de
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terapêuticos a serem nele realizados”;

“XXIII - recusar tratamentos
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O exercício da autonomia
• O paciente deve estar ciente de sua condição e informado sobre seu
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• Sobreviventes de PCR não tem essa oportunidade, em decorrência de um
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• Por isso, essa comunicação deve ocorrer o mais precocemente possível, antes
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• A equipe tem a responsabilidade de oferecer alivio a dor ou ao sofrimento
que podem surgir como consequência dessa decisão

• a decisão de limitar ou retirar terapias de suporte a vida é justificável se o
paciente expressou previamente a opção por essa conduta.

• A equipe médica, o paciente ou seu substituto concordam que os objetivos
do tratamento não podem ser alcançados ou se o ônus da continuação do
tratamento para o paciente exceder qualquer beneficio.
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS APÓS
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
• morte encefálica após PCR varia entre 8% e 16%.
• Esses pacientes podem ser candidatos a doação de órgãos.
• Estudos demonstram não haver diferença no prognóstico após o transplante
quando esses órgãos são obtidos apropriadamente de pacientes apos período
de PCR ou de doadores sem historia de PCR.

• O exato período de isquemia que causaria morte celular, é incerto, mas é
provável que essa duração seja maior que a previamente suspeitada.
Estudo retrospectivo avaliou o transplante cardíaco em pacientes que
receberam órgãos de doadores sobreviventes de PCR.
Entre 1991 e 2004.

38 pacientes

O tempo médio de
PCR foi de 15 ± 8
minutos.

A mortalidade em
30 dias foi de 2,6%
(1/38).

Não houve evidencia de que a sobrevida apos transplante cardíaco
tenha sido pior quando o doador do órgão sofreu um período de
PCR, se comparada a do grupo controle.228
Obrigado

Não importa quanto
vá durar – é infinito
agora.
Caio Fernando Abreu
Referências Bibliográficas
• AHA. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para
RCP e ACE American Heart Association, 2010.

• CERQUEIRA FILHO, D. et al. Síndrome pós-parada cardiorrespiratória:
fisiopatologia e manejo terapêutico São Paulo: Instituto Dante Pazanezze, 2010.

• GONZALEZ, M. M. et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados
Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia, v. 101, p. 1-221, 2013. ISSN 0066-782X.

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Aspectos éticos da síndrome pós pcr

  • 1. ASPECTOS ÉTICOS DA SÍNDROME PÓS-PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA Prof. Me. Aroldo Gavioli
  • 2. Aspectos éticos Gravidade da lesão cerebral hipóxico-isquêmica. pacientes após RCP bem-sucedida podem apresentar sequelas graves. Comprometimento da consciência. Estado vegetativo persistente. Sobrevida limitada. Necessidade de cuidados médicos prolongados e com alto custo financeiro ao sistema de saúde.
  • 3. Aspectos éticos As intervenções terapêuticas melhoram o prognóstico. ↑ sobrevida de pacientes com lesões neurológicas ou comprometimento cognitivo grave. Importantes implicações sociais. Debater sob a luz da legislação vigente, da sensibilidade da sociedade, da comunidade médica e da família envolvida
  • 4. Distanásia Avaliação do prognostico funcional Identificar lesão cerebral irreversível Determinar a retirada ou não de aplicação de terapias de suporte a vida. Minimizando o risco de Distanásia.
  • 5. Preditores de evolução São controversos • Fatores fisiológicos, patológicos e intervenções (como sepse, choque, sedativos) podem influenciar a avaliação e levar a erros. • Hipotermia, que altera a progressão do dano neurológico. • Ferramentas diagnósticas: não tem a mesma acurácia nos tratados com hipotermia, se aplicadas nas primeiras horas ou durante sua manutenção.
  • 6. Momento ideal de retirar o suporte Diversos estudos • Avaliado a correlação do exame neurológico ou de exames complementares específicos no prognostico. • Nenhum tem analisado a aplicação atual da avaliação neurológica na prática clinica em relação a decisão de retirar a terapia de suporte a vida.
  • 7. Documentar testes prognósticos Biomarcadores e neuroimagem Exame clinico neurológico. • Estudos eletrofisiológicos. • Após 72 horas da PCR. Utilizar julgamento clínico, baseado nesses testes, para decidir pela retirada ou não do suporte a vida, quando apropriado
  • 8. Obstáculos Incerteza. • Ausência de diagnostico definitivo • No Brasil, a falta de normatização bem definida são os principais motivos pelos quais a prática de Distanásia acaba se tornando frequente no dia a dia das UTIs. • A realidade da medicina é que, até mesmo nas melhores circunstâncias, o diagnóstico e o prognóstico medico não são absolutamente definidos, sendo, muitas vezes, impossível de se prever o desfecho clinico.
  • 9. Princípio da autonomia Pacientes adultos com capacidade de tomar decisão tem o direito de recusar qualquer terapia médica, incluindo terapias que mantêm a vida. O respeito a autonomia do paciente é primordial quando se deve decidir pela suspensão ou não da oferta de terapias de suporte a vida, desde que este tenha capacidade de decidir e esteja apropriadamente informado sobre a situação. Estando o paciente impossibilitado de decidir, e fundamental que a família seja abordada e participe ativamente, com o objetivo de se tomar uma decisão em conjunto.
  • 10. Lei Estadual n. 10.241, aprovada pela Câmara Legislativa do Estado de São Paulo em 1999. Acesso a informação e a um tratamento justo e humanizado. Princípio da autonomia. Direitos do paciente: “VII – consentir ou recusar, de forma livre, voluntaria e esclarecida, com adequada informação, procedimentos diagnósticos ou terapêuticos a serem nele realizados”; “XXIII - recusar tratamentos dolorosos ou extraordinários para tentar prolongar a vida”; “XXIV – optar pelo local de morte”.
  • 11. O exercício da autonomia • O paciente deve estar ciente de sua condição e informado sobre seu diagnóstico, prognóstico, riscos e benefícios, e consequências das opções terapêuticas disponíveis, incluindo a possibilidade de não realizar tratamento. • Sobreviventes de PCR não tem essa oportunidade, em decorrência de um evento inesperado, como evolução rápida e imprevisibilidade ou perda da capacidade de decidir antes da PCR. • Por isso, essa comunicação deve ocorrer o mais precocemente possível, antes que uma situação de risco iminente esteja presente.
  • 12. Decisão do paciente ou familiares • A equipe tem a responsabilidade de oferecer alivio a dor ou ao sofrimento que podem surgir como consequência dessa decisão • a decisão de limitar ou retirar terapias de suporte a vida é justificável se o paciente expressou previamente a opção por essa conduta. • A equipe médica, o paciente ou seu substituto concordam que os objetivos do tratamento não podem ser alcançados ou se o ônus da continuação do tratamento para o paciente exceder qualquer beneficio.
  • 13. DOAÇÃO DE ÓRGÃOS APÓS PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA • morte encefálica após PCR varia entre 8% e 16%. • Esses pacientes podem ser candidatos a doação de órgãos. • Estudos demonstram não haver diferença no prognóstico após o transplante quando esses órgãos são obtidos apropriadamente de pacientes apos período de PCR ou de doadores sem historia de PCR. • O exato período de isquemia que causaria morte celular, é incerto, mas é provável que essa duração seja maior que a previamente suspeitada.
  • 14. Estudo retrospectivo avaliou o transplante cardíaco em pacientes que receberam órgãos de doadores sobreviventes de PCR. Entre 1991 e 2004. 38 pacientes O tempo médio de PCR foi de 15 ± 8 minutos. A mortalidade em 30 dias foi de 2,6% (1/38). Não houve evidencia de que a sobrevida apos transplante cardíaco tenha sido pior quando o doador do órgão sofreu um período de PCR, se comparada a do grupo controle.228
  • 15. Obrigado Não importa quanto vá durar – é infinito agora. Caio Fernando Abreu
  • 16. Referências Bibliográficas • AHA. Destaques das Diretrizes da American Heart Association 2010 para RCP e ACE American Heart Association, 2010. • CERQUEIRA FILHO, D. et al. Síndrome pós-parada cardiorrespiratória: fisiopatologia e manejo terapêutico São Paulo: Instituto Dante Pazanezze, 2010. • GONZALEZ, M. M. et al. I Diretriz de Ressuscitação Cardiopulmonar e Cuidados Cardiovasculares de Emergência da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, v. 101, p. 1-221, 2013. ISSN 0066-782X.