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ano 1 # 1 dezembro 2009




                    MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL:
PÁGINA 2


Imagem e
projeções
literárias de
Alagoinhas e
microrregião

PÁGINA 3


Crítica cultural,
campo de
trabalho,
trabalho de
campo e
propostas
para um novo
profissional
das letras
                                                    INAUGURANDO
  PÁGINA 4

Teorias e
                                                    O COMPLEXO                Usina de Produção de signos culturais

críticas da
cultura e o
                                                    DA PÓS-
lugar dos
saberes                                             GRADUAÇÃO                        LITHOSILVA


subalternos

PÁGINA 11
Tradição
oral/popular
e Políticas
Culturais:
reivindicações,
reflexões e
debates
EDITORIAL
                                                                          S
                          QUEM É QUE É UMA HETEROTOPIA            R OJEÇÕE OINHAS
                                                       MAGEM E P IAS DE ALAG
                          CULTURAL E SEUS PLURAIS? I ERÁR                                                                                                                                                                                                     )


                                                       LIT
                                                                                                                                                                                                                                           ANDA/   PÓS-CRITICA
                                                                                                                                                                                                                                VES (MESTR
                                                                                                                                                                                                                      DA CRUZ AL
                                                                                                                                                                                                            CRISTIANA A@HOTMAIL.COM

                                                                     O
                                                            CRORREGIÃ
                                                                                                                                                                                                                        ET
                                                                                                                                                                                                             CRISCRUZPO

                          V     ma forma de visibilização

                                                       E MI
                                                             se reinventa o espaço público,       e populares locais e, além dis-




                                                                                                                                                                                                                                                                  ACERVO PÓS-CRÍTICA
                                de uma produção científi-     todos em frangalhos por força        so, e por conta disso, tornar-se
                          ca forte, mas ainda anônima do     dos totalitarismos e regimes         uma referência científica que se
                          ponto de vista da cultura cien-    de exclusão;                         desenvolva cada vez mais, a des-
                          tífica especializada e acadêmica;   Um investimento numa outra           peito de todas as conspirações e
                          Uma forma de trabalho coleti-      forma de evento científico, aca-      mediocridades acadêmicas.
                          vo voltado à afirmação de um        dêmico, e no contexto de um               Uma forma, enfim, de po-
                          campo de trabalho científico        programa de pós-graduação            tencializar o local como um cri-
                          novo – o da crítica cultural em    estrito senso, que escape ao         vo crítico e desconstrutor per-
                          Letras, sua institucionalização    solilóquio e/ou diálogo apenas       manente do global e hegemô-
                          recente, seus agenciamentos,       “entre os pares”, e que ponha        nico e definir uma nova palavra
                          seus maquinismos, suas pro-        em movimento, em diálogo, em         de (des)ordem: nem localismo
                          postas metodológicas, teóri-       confronto, o saber acadêmico         ingênuo, nem deslumbramento                    Cultura Global e seus modos de imposição, circulação e recepção locais
                          cas, conceituais, sua produção     avançado sobre cultura com a         provinciano pelas seduções fe-
                          nacional e internacional, seus
                          interlocutores nas grandes
                          áreas da linguística letras e
                                                             prática popular dos criadores,
                                                             gestores, produtores, anima-
                                                             dores e agitadores culturais;
                                                                                                  tichistas e globais, universais.
                                                                                                        É fazer a cultura aconte-
                                                                                                  cer com se traficássemos e
                                                                                                                                                 a     produção literária da
                                                                                                                                                       região Norte agreste de
                                                                                                                                                 Alagoinhas-Ba estará sendo
                                                                                                                                                                                     vendidas pelo próprio autor
                                                                                                                                                                                     a preço de custo. Algumas
                                                                                                                                                                                     vezes, na tentativa de fazer
                                                                                                                                                                                                                            auto-ajuda, Literatura policial
                                                                                                                                                                                                                            estrangeira. Assim, torna-se
                                                                                                                                                                                                                            instigante para críticos cultu-
ano 1 # 1 dezembro 2009




                          artes, ciências humanas e ci-            Uma forma de fazer fun-        socializássemos o seu produ-                   discutida no Pré-Fórum em           circular a obra, estes fazem           rais e outros profissionais da
                          ências sociais e aplicadas.        cionar um equipamento cultural       to com todas aqueles/as que                    Crítica Cultura, do Mestrado da     doações em bibliotecas para            Literatura pensar por que a
                                Uma forma de assanhar        como esse programa de pós-           trabalham diuturnamente por                    UNEB Campus II_ Alagoinhas,         dar acessibilidade ao público          população não lê os autores
                          o espírito científico do su-        graduação em crítica cultural        uma nova humanidade: socia-                    no GT 2 Cultura Global e seus       leitor, é a estratégia da “de-         da região? Como incentivar os
                          jeito subalterno e anônimo,        e formar, garantir e sustentar       lista, libertária, afirmativa e                 modos de imposição, circu-          mocratização do livro”. Estes          leitores a conhecer a literatura
                          bem como o espírito comunal        a permanência de seus qua-           heterotópica! Afirmemos essa                    lação e recepção locais, que        escritores, geralmente, são            local? Como será este público
                          e revolucionário do sujeito        dros produtivos e cooperativos       passagem do pré-fórum, dos                     terá como proposta refletir a        reconhecidos pela população            leitor? Quais os autores mais
                          acadêmico, em direção a uma        envolvendo corpo docente, dis-       dias 17 e 18/12/2009, no                       ausência de um mapeamento           como artistas, porém é comum           lidos pela população? Qual a
                          democratização dos acessos         cente e equipes de apoio;            campus II da UNEB/Alagoinhas,                  e seleção crítica dos estudos       que até mesmo estudantes e             faixa etária que mais se dedi-
                          a bens e equipamentos cultu-             Uma imagem de que é pos-       ao II Fórum de Crítica Cultural,               sobre a imposição, circulação       professores já terem ouvido            ca à leitura? É preciso conhecer
                          rais – em tempos de institu-       sível, na UNEB e em campi do         já em movimento, para os dias                  e recepção locais da cultura        falar deles, entretanto jamais         o público para saber o que ofe-
                          cionalização da malha cultural     interior da Bahia, criar um pro-     29 e 30 de abril e 01 e 02 de                  hegemônica. Para esta dis-          tenham lido suas obras.                recer ao divulgar o potencial li-
                          no Brasil, bem como de uma         grama de pós-graduação estrito       maio de 2010.                                  cussão são convidados todos              É necessário fazer um ma-         terário da microrregião.
                          socialização e intercâmbio         senso, capaz de intercambiar com                                                    aqueles que se inquietam com        peamento dessa produção lite-                Na sociedade contempo-
                          dos saberes, para que seja         a comunidade científica regional,                                                    a distância entre a Literatura e    rária, analisar os modos de im-        rânea não cabe trancafiar a
                          possível reinventar o espírito     nacional, internacional, colocá-la             Prof. Dr. Osmar Moreira              a vida cotidiana. Foram articu-     posição da cultura hegemônica          Literatura em arquivos e es-
                                                                                                             (coordenador do Mestrado em
                          político ao mesmo tempo em         em relação com forças produtivas                   Crítica Cultural, Pós-Crítica)   lados contatos com escritores       na Literatura, a produção, cir-        tantes de Bibliotecas, é preci-
                                                                                                                                                 nacionais, grupos de estudos        culação e recepção das obras           so despi-la dos preconceitos,
                                                                                                                                                 especializados, professores         que circulam globalmente e             tirá-la do pedestal e lançá-la

                            EXPEDIENTE                                                                                                           de universidades nacionais,
                                                                                                                                                 dirigentes de cultura da mi-
                                                                                                                                                                                     das produções locais, a fim
                                                                                                                                                                                     de legitimar as políticas pú-
                                                                                                                                                                                                                            ao cotidiano com toda a sua
                                                                                                                                                                                                                            potencialidade, aproximando-
                             UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB)                                                                              crorregião, poetas, escritores      blicas para Literatura, que vem        a do leitor. A promoção de
                             Lourisvaldo Valentim da Silva - REITOR                                                                              e bibliotecários locais, além da    sendo construídas, entretanto          eventos culturais que envol-
                             Amélia Tereza Santa Rosa Maraux - VICE-REITORA                                                                      DIREC 03, através de e-mail,        precisam se consolidar. Discu-         vam saraus, recitais, leitura
                             Wilson Roberto de Mattos - PRÓ-REITOR DE PESQUISA E ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO                                         divulgação virtuais no site do      tir estratégias que devem ser          trechos de obras de grandes
                                                                                                                                                 Pós Crítica, telefonemas, car-      utilizadas para revitalizar esta       pensadores, encenações de

2
                             Adriana dos Santos Marmori Lima - PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO
                                                                                                                                                 tazes, anúncios em jornais,         Literatura local, impulsionando        peças ao ar livre, em meio da
                             MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL - PÓS-CRÍTICA                                                                          consultas a bancos de dados         a visibilidade da potência cul-        feira ou em espaços públicos
                             DEDC / Campus II – Alagoinhas       Coordenador: Osmar Moreira                                                      da Capes, da Secult e convites      tural nela contida é imprescin-        alternativos é uma proposta a
                             poscritica@listas.uneb.br - (75) 3422-1536 / 1139 - WWW.POSCRITICA.UNEB.BR                                          diretos feitos durante a III Con-   dível, assim é preciso refletir         ser analisada por escritores,
                                                                                                                                                 ferência de Cultura da Bahia        como anda este processo em             agitadores culturais, profes-
                             COORDENAÇÃO                     PRODUÇÃO                                                                            em Ilhéus.                          Acajutiba, Alagoinhas, Ápora,          sores e população em geral
                             Osmar Moreira                   Expresso 18 - cadernocultural.expresso18@hotmail.com                                     É perceptível que produção     Araçás, Aramari, Cardeal da            que desejem integrar a cultu-
                                                                                                                                                 literária local é crescente, uma    Silva, Catu, Conde, Crisópolis,        ra literária ao seu cotidiano e
                                                             PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO                                                       lavra de novos autores vêm se       Entre Rios, Esplanada, Inham-          revisar sua própria história a
                             NÚCLEO DE PRODUÇÃO                                                                                                  juntar aos que já reconhecidos      bupe, Itanagra, Itapicuru, Jan-        partir da reflexão deste coti-
                                                             Nossa Tribo Design (75) 3421-0541
                             Davi Soares                                                                                                         escritores da região, porém         daira Mata de São João Olindi-         diano reinventado.
                             Isis Favilla                                                         IMPRESSÃO                                      é importante salientar que          na, Oriçangas, Pedrão, Pojuca,              Enfim, se a literatura con-
                             Écristio Raislan                TIRAGEM                              Gráfica Santa Helena                            mesmo havendo uma vasta             Rio Real e Sátiro Dias, cidades        temporânea é espaço do si-
                             LithoSilva                      8 mil exemplares                     Distribuição gratuita                          produção literária neste ter-       que compõem o território Nor-          mulacro do real que circula no
                                                                                                                                                 ritório, a leitura das obras de     te Agreste de Alagoinhas, o            cotidiano e flui como a própria
                                                                                                                                                 autores locais ainda é restrita     GT2 se propõe a esse fim.               vida é necessário que a cul-
                                                                                                                                                 a um seleto público. Frequen-            Percebe-se que a Literatu-        tura capturada das ruas para
                                                                                                                                                 temente, os livros destes não       ra continua sendo vista como           os livros retornem para elas, a
                          APOIO




                                                                                                                                                 chegam ao mercado como pro-         uma Arte de Academia, Casa             fim de visualizar a potência de
                                                                                                                                                 duto cultural comercializável,      do Poeta, Universidades, algo          construção de sentidos e sa-
                                                                                                                                                 suas obras são produzidas de        distante do povo que quando            beres que circulam no dia a dia
                                                                                                                                                 modo independente, não tem          ler dá preferência aos Clássicos       do cidadão comum como num
                                                                                                                                                 divulgação na mídia, sendo          da Literatura, a Literatura de         lance de dados.
Profa. Dra. Jailma dos Santos Pedreira Moreira – jailma.pedreira@uol.com.br
                                                                                                                                             Este GT está aberto a discussões em             questão central não ser o objeto consi-




                                                                                                                                                                                                                                             E PROPOSTAS PARA UM NOVO PROFISSIONAL DAS LETRAS
                                                                                                                                                                                                                                             CRÍTICA CULTURAL, CAMPO DE TRABALHO, TRABALHO DE CAMPO
                                                     Ivana Carla Oliveira Sacramento (mestranda/Pós-Crítica) - ivanasacramento19@gmail.com   torno do que vem se denominando                 derado cultural, mas o olhar que se lan-
                                                     Úrsula Nascimento de Souza Cunha (mestranda/Pós-Crítica) - ursula.cunha@hotmail.com     como crítica cultural, seu campo de             ça sobre os objetos, os autores, o velho
                                                           Thays Macedo Mascarenhas (mestranda/Pós-Crítica) - thaysmascarenhas@msn.com       trabalho, como seria o seu trabalho             texto tido como literatura. O olhar que
                                                                                                                                             de campo e, com isso, quais seriam as           descobre a discursividade, visualiza suas
                                                                                                                                             demandas e os cuidados que o pes-               interligações com um espaço-tempo
IMPACTOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA
                                                                                                                                             quisador de letras deveria estar atento,        passado ou presente, visualiza os con-
                                                                                                                                             quais seriam as propostas para esse             flitos, um contexto, as singularidades,
                                                                                                                                             novo profissional que está emergindo.            as prescrições, a contingência e, junto
                                                                                                                                                  Considerando as mudanças signifi-           com ela, as possibilidades de reescrita
                                                                                           Políticas de                                      cativas na área de Letras ocorridas no          e reinvenção.
                                                                                           letramento e                                      fim da década de 70 e início de 80, fla-                A importância da linguagem, en-
                                                                                           posicionamentos                                   gradas pelo crítico literário-cultural, Sil-    quanto ponto de entrada e de saída, ao
                                                                                           identitários                                      viano Santiago, e resumidas pelo mesmo          mesmo tempo, desse modo de produ-
                                                                                                                                             como um momento em que a arte desce             ção, que se quer outro, é fundamental. É
                                                                                                                                             do palco e vai se dar no cotidiano da           dessa forma que percebemos a realida-
                                                                                                                                             vida, novos rumos estão sendo pensa-            de semiótico-discursiva e ficamos a nos
                                                                                                                                             dos e efetivados para o profissional de          perguntar sobre as construções cultu-
                                                                                                                                             Letras que, cada vez mais, busca fazer          rais cotidianas, sobre os modos de vida,
                                                                                                                                             de sua pesquisa, de sua ação, uma for-          inclusive da Academia. Ficamos a nos
                                                                                                                                             ma de intervenção cultural.                     perguntar sobre outras possibilidades
                                                                                                                                                   Os debates sobre a proposta de            para o crítico cultural profissional de le-

                                                                                                                                                                                                                                                                                                      3
                                                                                                                                             intervenção cultural que assola a área          tras, para a necessidade de sua atuação
                                                                                                                               LITHOSILVA    de Letras são instigados pelo legado            em todos os espaços, ainda mais consi-
                                                                                                                                             dos Estudos Culturais e pelas reconfi-           derando a precariedade de olhares dis-
                                                                                                                                             gurações, por exemplo, que vem sendo            tanciados. Isso demanda novos desafios
                                                                                                                                             atribuídas à disciplina Literatura Com-         institucionais, culturais, disciplinares. As
                                                                                                                                             parada. Tais debates têm revelado as            formações teriam que ser outras, os
                                           Nos próximos dias 17 e 18, no au-               sentação de comunicações de diversos                                                              pré-requisitos para empregos, concur-
                                                                                                                                             disputas de poder e a emergência de
                                           ditório da Universidade do Estado da            estudiosos dessa área, entre eles o               uma democratização discursiva. Mais             sos, teriam que ser outros, a perspec-
                                           Bahia (UNEB), campus II (Alagoinhas),           professor da Universidade do Estado               ainda, têm revelado o aprisionamento            tiva para cultura teria que ser outra... e
                                           será realizado o I Pré-Fórum de Crítica         da Bahia (UNEB), em Juazeiro, Dr. Cos-            disciplinar, os perigos reativos de uma         estaríamos caminhando para um mundo
                                           Cultural, evento que tem por objetivo           me Batista dos Santos, especialista em            institucionalização e o engendramento           que teria que ser outro, onde a agência
                                           fomentar discussões sobre temas re-             políticas de letramento e da subjetivi-           de novas comunidades de saber, recon-           fosse mais que relevante, fosse ques-
                                           lacionados a questões culturais e da            dade, Profa Ms Aurea Pereira (UNEB/Ala-           duzindo as subjetividades institucio-           tionada, revisionada constantemente
                                           sociedade moderna.                              goinhas), Prof. Ms José Carlos Queiroz            nais, como alternativa de intervenção,          contra as formas parasitárias, contra o
                                                 O Pré-Fórum contará com a apre-           (UNEB/Juazeiro) também será debatido              de revigoramento, de não fechamento             texto prescritivo.
                                           sentação de 14 grupos de trabalhos              a questão do etnoletramento, que tem              em um solilóquio entre os pares.                        Nesse caminhar heterotópico,
                                           com diversos temas relacionados aos             como ponto de partida a associação da                   As demandas cruciais que apon-            ficamos pensando também como o




                                                                                                                                                                                                                                                                                                      ano 1 # 1 dezembro 2009
                                           Estudos Culturais, entre eles à política        competência discursiva à cultura e à              tam para a coexistência das diferenças,         estamos tecendo, produzindo-o. O
                                           de letramento educacional (GT 5). No            estrutura social, além de se evidenciar           a dignidade do viver e a transvaloração         que, por exemplo, estão fazendo os
                                           GT, organizado pelas alunas do Mestra-          as variedades de língua(gem) e a etnia            dos valores ficaram a margem das re-             professores, quais os impasses que
                                           do em Crítica Cultura, Ivana Sacramen-          do sujeito; e a questão do letramento             gras, ou naturalizadas por essas, pelo          enfrentam, as demandas, como é
                                           to, Thays Mascarenhas e Úrsula Cunha,           digital, com o objetivo de se refletir em          contorno disciplinar e pré-definição dos         construído o regime de parceria rumo
                                           será discutido sobre a necessidade de           torno da leitura e dos modos de ler que           métodos. Dessa forma, é justamente              a uma educação libertária? Quais as
                                                                                                                                             dessas margens, do que ficou de fora             perspectivas que adotamos para as
                                           se implementar uma reflexão crítica              a tecnologia tem exigido aos sujeitos,
                                                                                                                                             das disciplinas, que um novo intertexto         salas de aulas, para as bibliotecas, as
                                           sobre os impactos sociais do uso da             sobretudo, em relação às Tecnologias
                                                                                                                                             das Letras tem se formado, na conflu-            instituições literárias, a universidade,
                                           leitura e da escrita na prática peda-           da Informação e Comunicação (TIC).
                                                                                                                                             ência com tantas outras disciplinas,            a escola, os saberes? Como estamos
                                           gógica, valorizando e criando espaços                O Pré-Fórum será um momento de                                                               ativando a leitura e a escrita, a língua,
                                                                                                                                             com suas margens, enquanto proposta
                                           para experimentar os múltiplos letra-           reflexão sobre as políticas culturais da           de uma ampliação do seu campo de                a linguagem com sua ambivalência, o
                                           mentos na vida social, dentre eles, o           região de Alagoinhas e reunirá para               trabalho, de um radical trabalho de             potencial da literatura? Como lidamos
                                           etnoletramento na construção dos                isso acadêmicos e representantes                  campo, de um cuidadoso trabalho te-             com o fato discursivo, mais que pre-
                                           processos identitários dos sujeitos.            da comunidade local. Para um evento               órico para não se cair em um vale tudo          sente e cotidiano, das mil formas de
                                                 A perspectiva do letramento é             dessa natureza, fizemos contatos com               ou relativismo irresponsável, para não          inclusão excludentes, dos inúmeros
                                           uma estratégia que pode dar sentido             vários pesquisadores da área, princi-             se deixar seduzir pela diferença que            sujeitos assujeitados, com seus direi-
                                           a uma ressignificação social das fun-            palmente através do banco de teses                não faz diferença.                              tos mais básicos renegados? O novo
                                           ções da escola, para que promova uma            da Capes, no sentido de criar canais                    Nessa linha, o alerta também vale         profissional de Letras, que se quer
                                           aprendizagem significativa, e torne              por onde trocas teóricas e experien-              para aqueles que, ainda assim, acham            crítico cultural, começa a se consti-
                                           efetiva a interação do sujeito com as           ciais venham a culminar em maio de                que o texto considerado literário está          tuir na medida em que restitui em
                                           diversas leituras do cotidiano. Ou seja,        2010 com o II Fórum em Crítica Cul-               sendo deixado de lado e junto com               si a capacidade de perguntar. Nessa
                                           esta competência discursiva pode ser            tural, e não só nesse momento, mas                ele autoras e muito mais autores, em            linha, desse novelo global-local, in-
                                           definida como o uso social das práti-            como uma sedimentação de pesquisas                prol de uma novidade que despreza o             tertextual e intersubjetivo,
                                           cas de leitura e de escrita de forma            relevantes neste e em outros progra-              passado. O olhar crítico do profissional         duas perguntas são de base
                                           consciente pelo aluno.                          mas de mestrado com foco na grande                de letras, enquanto crítico cultural, vai       para o desenrolar de tantas
                                                                                                                                             justamente no sentido de romper velhas          outras questões: o que es-
                                                 Os sujeitos devem inserir-se em           área de Linguística, Letras e Artes.
                                                                                                                                             dicotomias, de desfazer, enquanto gesto         tou ajudando a fazer desse
                                           situações constantes de letramen-                     O GT5: Políticas de letramento
                                                                                                                                             operacional, enquanto proposta de relei-        mundo? O que estou
                                           to, sendo isso possível através da              e posicionamentos identitários na
                                                                                                                                             tura, o lugar em separado que foi atri-         ajudando a fazer de
                                           utilização de textos que manifestem             formação do professor, pretende ser
                                                                                                                                             buído à literatura, às letras, às artes em      mim mesmo?
                                           práticas sociais, em outra análise,             um espaço convergente de questio-
                                                                                                                                             geral. A arte agora é a da sobrevivência,
                                           trabalhar textos em uma situação de             namentos e discussões, com o firme                 inclusive do campo das Letras em tem-
                                           interação social permite ao indivíduo           propósito de um embasamento teórico               pos de rapidez de consumo e de capital
                                           evidenciar a função social da escrita,          imprescindível para estudos que en-               mundial integrado. A literatura desce do
                                           pois em sua vida diária, como cidadão,          volvem linguagem e educação, e como               palco, da estante, para se potencializar
                                           conseguirão escolher o estilo de es-            um espaço fundante e validador para               no cotidiano das ruas, das casas, para
                                           crita que possa fornecer cidadania em           as pesquisas iniciadas no Pós-crítica             também ser politizada, para reficcio-
                                           diversos eventos de linguagem.                  e para o II Fórum em Crítica Cultural             nalizar o sujeito, para abrir fendas de
                                                No evento, que contará com a apre-         a ser realizado em maio de 2010.                  possibilidades outras na realidade. Daí a
S DA CULT URA E O
                           TEO RIAS E CRÍ                                                       TICA
                                            RES SUBALTERNOS
                           LUGAR   DOS SABE                                                                                                                    l/bolsista CA
                                                                                                                                                                             PES) - andre_livre@
                                                                                                                                                                                                 yahoo.com
                                                                                                                                                                                                           .br


                                                                                                                                                    ca Cultura
                                                                                                                                (Mestrando em Críti
                                                                                                            Oliveira dos Santos
                                                                                               André Luiz
ano 1 # 1 dezembro 2009




                                                                                                                                                                                                                               SLAN
                                                                                                                                                                                                                   ÉCRISTIO RAI




                                                                                                                                                                                                           REVISTA RAYANDO LOS CONFINES
                                                                                                                                                                     crítica cultural. Encontrei alia-     (WWW.RAYANDOLOSCONFINES.COM.
                                                                                                                                  de uma caixa de ferramenta         dos em teses e dissertações           AR), das Publicações do FUNDO
                                                                                                não sem tensões.                  teórico-prática para as mi-        cujos resumos foram colhidos          DE CULTURA ECONÔMICA em todas
                                                                                                      Com esses traços con-       norias excluídas / menores /       no Banco de Dados da Coorde-          as suas filiais (www.fce.com.
                                                             marxismo contemporâneo com         ceituais e esse delineamen-       subalternas pode intensificar       nação de Aperfeiçoamento de           ar), de alguns artigos e publi-
                                                             socialismo libertário clássico,    to, o GT tentará responder a      a função da classe trabalha-       Pessoal de Nível Superior-CA-         cações vinculadas ao Instituto

4 a                             proposta do Pré-Fórum
                                de Crítica Cultural evi-
                          dencia mais uma vez a posicio-
                                                             resistindo às imposições de
                                                             uma cultura totalizante e seus
                                                             fetichismos.
                                                                                                demandas teóricas / políticas
                                                                                                microrregionais cujas articu-
                                                                                                lações estratégicas procuram
                                                                                                                                  dora (quem, com a natureza,
                                                                                                                                  produz a riqueza!) e a noção
                                                                                                                                                                     PES, vinculados aos Programas
                                                                                                                                                                     de Pós-Graduação de Letras e
                                                                                                                                                                     Linguística, Cultura e Socieda-
                                                                                                                                                                                                           Colombiano de Antropologia e
                                                                                                                                                                                                           História (www.icanh.gov.con/
                                                                                                                                                                                                           secciones/publicaciones), da
                                                                                                                                  de trabalho revolucionário para
                          nalidade político-intelectual do         A noção de subalterno        questionar os equívocos de        além da ditadura do proleta-       de e ao programa de Produção          Revista Afuera (www.revistaa-
                          Programa de Pós-Graduação          aqui operada se alia com sua       certas tradições teóricas         riado e do individuo soberano,     Cultural da FACOM, todos da           fuera.com), entre outras.
                          em Crítica Cultural (Pós-Críti-    acepção disseminada pelo           (certos marxismos e anar-         fortalecendo uma outra noção       UFBA, em Letras da UFPE, em                 Cartografar os microes-
                          ca) do Departamento de Edu-        Núcleo de Estudos da Subal-        quismos), flagrando em cada        de cultura como princípio de       Letras/Artes/ Sociologia da           paços de onde emergem os
                          cação do Campus II da UNEB/        ternidade-NUES, grupo de pes-      um seus aspectos ativos – fa-     resistência, em que o crivo se-    UFMG, em Letras (Ciência da           subalternos, ouvindo com
                          Alagoinhas, isto é, contra a       quisa vinculado ao Pós-Crítica:    zendo-os dançar –, enquanto       ria a estética da vida em pura     Literatura) da UFRJ, em Letras        atenção seus ruídos; estar
                          prisão e a sisudez disciplina-     subalterno é aquele que joga       condição para a emergência de     afirmação e suas cintilações        da PUC/Rio de Janeiro (ver:           atento ao alerta de Foucault/
                          res e a favor de um fazer aca-     com as alternâncias do poder       uma máquina de guerra (so-        serem como o seminal traba-        www.capes.gov.br). Acerca da          Deleuze de que não cabe ao
                          dêmico com a [e a serviço da]      e não simplesmente aquele          cialista libertária) contra as    lho desenvolvido pelo Prof. Dr.    caixa de ferramenta da críti-         intelectual (político-engajado)
                          comunidade. Nesse sentido, a       inferior-passivo, como defen-      investidas do capitalismo em      Osmar Moreira no X Seminário       ca cultural e dos estudos da          dizer [pelos subalternos] “a
                          emergência do Grupo de Tra-        dem certos saberes científicos      sua vontade de dominação e        do NUES intitulado GILLES DELEU-   subalternidade, os aliados se         verdade muda” que se escon-
                          balho 07 Teorias e Crítica da      (hegemônicos / ocidentais          controle.                         ZE: PENSAMENTO EM MOVIMENTO E      espalham por toda a América           de atrás dos fenômenos; mas
                          CULTURA E O LUGAR DOS SABERES      / colonizadores). Do mesmo               Ora, se na malha cultural   SOCIALISMO LIBERTÁRIO (2006).      Latina, como nos Programas            conjugar o acadêmico com o
                          SUBALTERNOS se justifica devido     modo, a noção de cultura ati-      da microrregião de Alagoi-             Pensando em como coor-        de Pós-Graduação em Litera-           não acadêmico, criar, disse-
                          à ausência de outro roteiro        vada tem a ver, dentre outras      nhas/Litoral Norte uma noção      denar o GT, procurei me aliar      tura / Crítica Cultural /Ciências     minar criações. Nesse mar
                          político minoritário que con-      coisas, com os modos de ser        de cultura totalizante – que      a empreendimentos político/        Sociais da Universidade de            tempestuoso tentarei navegar
                          sidere o saber subalterno en-      de uma coletividade, transi-       não considera as culturas em      teóricos que guardam interes-      Buenos Aires (www.iigg.fsoc.          na mediação das discussões
                          quanto aquele que implode as       tando na mesma altitude que        diferença, os desejos mini-       ses próximos aos meus e, em        uba.ar.htm), da Universidade          do Grupo de Trabalho TEORIAS
                          dicotomias e reinventa o espa-     as esferas econômicas, políti-     mais, as vozes silenciadas etc.   minha pesquisa, descobri ou-       Nacional Autônoma do Mé-              E CRÍTICAS DA CULTURA E O LUGAR
                          ço público como condição de        cas, ambientais, entre outras,     –, a serviço da indústria cul-    tras tocas (como o site www.       xico (www.unam.mx), além              DOS SABERES SUBALTERNOS. Con-
                          horizontalidade entre os pode-     constituindo com estas zonas       tural e do mercado capitalista,   poscritica.uneb.br) que for-       da REVISTA DE CRÍTICA CULTURAL        vido a todos(as) a se arriscar
                          res e aquele capaz de conjugar     de intersecções intensas, mas      ainda é hegemônica, a garantia    mam uma rede rizomática da         (WWW.CRITICACULTURAL.ORG), da         comigo.
SISTEMAS DE CULTURA EMERGENTES
   E O LUGAR DO TRABALHO COOPERATIVO
                                     E
  TRANSDISCIPLINAR
                                                                                              Cristopher Moura, mestrando do
                                                                                                                                 Programa em Crítica Cultural/ bols
                                                                                                                                                                    ista da Capes



                                                                                                            UMA DISCUSSÃO LIBERTÁRIA: RAÇA,
                                                                                                            GÊNERO, CLASSE E SEXUALIDADES 5
                                                                                                            NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR
                                                                                                            O      Mestrado em Crítica
                                                                                                                   Cultural, situado na
                                                                                                            grande área de Linguística,
                                                                                                                                            que um ser humano libertário
                                                                                                                                            possa emergir é o foco central
                                                                                                                                            das discussões. A abordagem
                                                                                                                                                                              e serializar nossas temáticas,
                                                                                                                                                                              cuja importância pode definiti-
                                                                                                                                                                              vamente criar uma sociedade
                                                                                                            Letras e Artes da Capes/        desses temas na formação do       pensante e critica.
                                                                                                            MEC, estará realizando nos      professor percorre um cami-             A organização de um GT,
                                                                                                            dias 17 e 18 de dezembro        nho íngreme, já que aparece       inserido em um Pré-Fórum de
                                                                                                            de 2009, no Campus II da        como algo novo, cujo público-     Crítica Cultural, demanda um
                                                                                                            UNEB/Alagoinhas, o Pré-         alvo a que se destina ainda       trabalho cuidadoso de divulga-
                                                                                 ILUSTRAÇÕES:               Fórum de Crítica Cultural,      oferece resistências para sua     ção e prospecção de projetos de
                                                                                 ÉCRISTIO RAISLAN
                                                                                                            como espaço de preparação       implementação, o que acarreta     pesquisa que possam convergir
                                                                                                            do II Fórum de Crítica Cultu-   certo desconforto, impedindo      para a temática em questão, sem




                                                                                                                                                                                                                    ano 1 # 1 dezembro 2009
                                                                                                            ral, a ser realizado entre o    a fluidez desejada. A forma-       desviar o olhar do que é o centro
A     cultura é um conceito
      profundamente reacio-
nário. É essa a conclusão que
                                   Civil -a necessidade de cons-
                                   trução de Planos e Fundos Mu-
                                   nicipais de Cultura, todos eles
                                                                       tural pode servir para afirmação
                                                                       e resistência de comunidades
                                                                       periféricas historicamente exclu-
                                                                                                            final de abril e
                                                                                                            início de maio
                                                                                                                                            ção de professores/as carece
                                                                                                                                            na sua estrutura curricular
                                                                                                                                                                                          do nosso interesse, re-
                                                                                                                                                                                              flexão crítica sobre
                                                                                                            de 2010.                        de temáticas que sistemati-                           raça, gênero,
Félix Guattari chega ao revirar    compondo um Sistema Munici-         ídas? O que está em jogo? Como       Para tal re-                    zem o estudo e pesquisa                                  classe e
as diferentes acepções que         pal de Cultura em conformidade      os territórios de identidade baia-   flexão foram                     no que concerne a gênero                                sexualidade.
passou o conceito de cultu-        com Os Sistemas Estadual e Fe-      nos podem se organizar e criar       organizados                          e    sexualidade,                                     Nesse de-
ra ao longo da história em         deral de Cultura em vias de se      condições institucionais para        diversos Grupos                                                                            safio, um
MICROPOLÍTICA: CARTOGRAFIAS DO     efetivarem no Brasil, a iminente    garantirem o direito a produção      de       Trabalhos,                                                                       olhar se
DESEJO. Certamente, o que essa     aprovação da PEC 150/2003,          e fruição dos bens culturais? De     e entre eles o                                                            estende a longo prazo,
afirmação provocativa põe           que garantirá mais recursos         que maneira as universidades         GT 8 Raça, gê-                  estendendo-se à formação                 pois o Pré-Fórum é um
em cena é a necessidade de         para a Federação, Estados e         do interior da Bahia podem inau-     nero, classe e                  de uma identidade libertária              espaço acadêmico de dis-
refletirmos e questionarmos         Municípios, tem reconfigurado o      gurar outra cultura de pesquisa      sexualidades na                 e consciente do seu papel no               cussão e resultados que
permanentemente sobre esse         panorama brasileiro no que diz      para além dos fechamentos dis-       formação do                       mundo.                                    inevitavelmente incidi-
conceito; fazer isso num país      respeito à compreensão de cul-      ciplinares, que as tornem prota-     professor. A                            O GT 8 buscou pesqui-                rão na sociedade, cujo
como nosso, em que a noção         tura e do fazer cultural. Desse     gonistas e cumpridoras do seu        importância                          sadores de todo o país                  poder transformador
de cultura historicamente foi      modo, Cultura no plano institu-     papel social? Como o Sistema de      desse       GT                       que discutem a temática,                  pode não ser medido
usada numa tentativa de si-        cional passa a ser entendida        Cultura pode criar uma cultura de    justifica-se                       com os quais fizemos con-                   já, na sua exposição,
lenciamento dos grupos mino-       numa dimensão antropológica a       sistema que atravesse e vivifique     pela ausência de uma refle-      tato através do banco de teses    mas cujas raízes serão fincadas e
ritários brasileiros, ora numa     partir de uma concepção tripar-     outros Sistemas (Sistemas de Fé,     xão crítica sobre raça, gê-     da Capes, dos artigos do Scie-    se espalharão e darão frutos, com
perspectiva valorativa e et-       tite: como um direito social de     Sistemas Educacionais, Sistemas      nero, classe e sexualidade      lo, listas na internet, grupos    vida, com desejos, aspirações, li-
nocêntrica: Cultura como arte      cada cidadão brasileiro, como       de Saúde) viciados e reativos.       na formação do professor,       de pesquisas como SER-TÃO,        berdade e consciência.
produzida por especialistas,       direito simbólico e como possi-             Questões como essas          evidenciando dificuldades        núcleo de estudos e pesqui-             Trata-se de reflexões que
ora agenciada por históricas       bilidade de geração de riqueza.     serão levantadas e debatidas         enfrentadas por eles em sua     sas em gênero e sexualidade,      permitem ampliar nosso campo
forças politiqueiras: cultura           Nesse sentido, torna-se im-    no grupo de Trabalho 3: SISTE-       prática docente, valorizando    vinculado ao Programa de Di-      de ação, pois além do aporte
como palanque eleitoreiro ou       prescindível uma ampla reflexão      MAS DE CULTURA EMERGENTES E O        como essa reflexão pode in-      reitos Humanos da Universi-       teórico necessário para o bom
filantropia, se tornou uma ta-      sobre o atual processo de insti-    LUGAR DO TRABALHO COOPERATIVO        tervir na formação de crian-    dade Federal de Goiás, NUGSEX     desenvolvimento do GT, é indis-
refa indispensável.                tucionalização da malha cultural    E TRANSDISCIPLINAR, que estará       ças, jovens e adultos, crian-   – DIADORIM grupo de estudo        pensável uma sistematização
      Com efeito, levantar essa    no Brasil, seus mecanismos e        em movimento no Pré-Fórum            do um canal de comunicação      de gênero e sexualidade vin-      para melhor operacionalizar o
questão em plena instituciona-     instrumentos, suas formas de        de crítica cultural. Espera-se       importante na sala de aula      culado a UNEB, NEIM e CEAFRO      espaço e o tempo, importantes
lização da cultura no atual con-   agenciamentos, seus novos           com isso uma ampla participa-        e fora dela, numa socieda-      vinculados à UFBA, universida-    para uma finalização a conten-
texto brasileiro e baiano está     entendimentos. Quais são, por       ção da Sociedade Civil, agentes      de que invisibiliza ques-       des nacionais e internacionais,   to do que esperamos obter.
na ordem o dia. A proliferação     exemplo, os novos modos de          culturais, empresários, artistas,    tões concernentes a esses       como a Universidad de Cádiz /     Criamos, a partir desse GT, um
de Conferências Municipais de      subjetivação de indivíduos,         conselheiros, pesquisadores da       temas. Analisar como as         Esp, com o propósito de que       espaço aberto para discussão e
Cultura em centenas de cidades     grupos, comunidades, cidades        cultura. É mais que chegada a        relações de poder permeiam      contribuam não só para a se-      aprendizagem dessas questões
baianas, a paulatina criação de    e instituições implicados nesse     hora da Sociedade Civil assumir      relações de raça, gênero,       dimentação do nosso Pré-Fó-       que darão suporte e amadureci-
conselhos municipais de cultura    novo redimensionamento cultu-       a condição não só de deman-          classe e sexualidade, atu-      rum, mas a longo prazo com a      mento para o Fórum que aconte-
– conselhos de representação       ral no Brasil e na Bahia? Em que    dante, mas de proponente. En-        ando como impeditivo para       semente lançada para ampliar      cerá em maio de 2010.
paritária, Governo/Sociedade       medida a institucionalização cul-   tão, mãos à obra!
ACERVO PÓS-CRÍTICA
                            www.poscritica.uneb.br                                                                                                                                            Uma representação


                            CRÍTICA CULTURAL, DO COMPLEXO
                                                                                                                                                                                              da Usina




                            DA PÓS-GRADUAÇÃO
                            C     omecemos pela des-
                                  crição do espaço e
                            infraestrutura ísica. São
                                                             especiais e regulares; outro,
                                                             com três ambientes para as
                                                             três linhas de pesquisa, onde
                                                                                                literária, antropologia, filosofia,
                                                                                                ciência política, adquiridos re-
                                                                                                centemente junto às editoras
                                                                                                                                    uma sala de cinema digital, e
                                                                                                                                    um espaço para uma gráfica
                                                                                                                                    rápida, em que funcionará um
                            4 módulos nos quais tere-        os mais de 20 professores, co-     da UFMG, UFRJ, UNICAMP, UFRGS       laboratório de análise e pro-
                            mos: um, com laboratório         nectados com o mundo, ainda        e UNESP, além de um Centro          dução de material didático e a




                                                                                                                                                                                                                                                                                  DAVI SOARES
                            onde circularão e estarão        atenderão seus orientandos;        de Documentação, com arqui-         fábrica de Letras. Sem falar na
                            produzindo 60 mestrandos;        teremos ainda uma biblioteca       vo deslizante com capacidade        cantina, último módulo, ladea-
                            e 04 salas de aula envolven-     setorial, como extensão da         para armazenar milhares de          da por um teatro de arena, e
                            do disciplinas para alunos       Carlos Drummond de Andrade,        peças digitalizadas, microfil-       como um portal para um cine-
                                                             já com 1.800 livros (500 títu-     madas. Ainda nesse módulo,          ma de arte!
                                                             los) em crítica cultural, teoria   temos um auditório, com 120


                           MESTRAD                                                              lugares, estruturado para ser



                                                                O EM CR                                                                          Complexo da



                                                                                                       ÍTICA
                                                                                                                                              Pós-Graduação I




                                                                                                                                          CULTU
ano 1 # 1 dezembro 2009




                          DO COMEÇO                                                                                                                                                                 RAL: UMA USIN
                          P     ara se conquistar essa
                                infra-estrutura, mesmo
                          ainda nesse estado atual, fo-
                                                             visibilização dessa luta sem
                                                             trégua, através de centenas
                                                             de textos de agitação, junto
                                                                                                de muitos colegas produtivos
                                                                                                e empenhados e, mais recen-
                                                                                                temente, da Administração
                                                                                                                                    acadêmico, a forte participação
                                                                                                                                    político-sindical de muitos de
                                                                                                                                    nós que compõem o corpo do-
                                                                                                                                                                                            Crítica Cultural, do Complexo
                                                                                                                                                                                            da Pós-graduação do Campus
                                                                                                                                                                                            II da UNEB (outros programas
                          ram necessárias as seguintes       à comunidade científica local,      Central; g) sem mencionar,          cente do programa.                                      de mestrado a serem implan-
                          frentes de trabalho: a) oito       regional, nacional e, como re-     ainda, por ter um outro tempo            Antes de se ter essa infra-                        tados e para garantirem con-
                          anos de luta (dezenas de reu-      torno, o apoio de estudantes,      diferente do da pesquisa e do       estrutura, que é a etapa I –                            dições mínimas adequadas de
                          niões científicas + seminários                                                                                                                                     trabalho devem tomar como
                                                                                                                                                                       ACERVO PÓS-CRÍTICA




                          + consultorias) para se mon-                                                                                                                                      exemplo a luta empreendida
                          tar uma proposta relevante                                                                                                                                        até aqui), a ladainha que se
                          de pesquisa junto aos orga-                                                                                                                                       ouvia era “como montar um
                          nismos científicos nacionais e                                                                                                                                     mestrado por aqui se sequer
                          internacionais; b) implantação,                                                                                                                                   temos sala de aula para a gra-
                          desenvolvimento e consolida-                                                                                                                                      duação”, ou ainda “não temos
                          ção da Iniciação Científica no                                                                                                                                     biblioteca”, “o corpo docente
                          Departamento de Educação                                                                                                                                          não produz”, “não trabalho
                          do Campus II (nos últimos 5                                                                                                                                       com estudantes só com inte-
                          anos circularam em torno de                                                                                                                                       lectuais”, “trabalhar na UNEB
                          R$ 800.000,00 (oitocentos mil                                                                                                                                     só aos fins de semana”, entre

6                         reais) só com bolsas de pes-
                          quisa em IC); c) produção, por
                          parte do corpo docente do pro-
                                                                                                                                                                                            outros, mas nunca acredita-
                                                                                                                                                                                            mos nisso. Antes de se tornar
                                                                                                                                                                                            farrapo ou um bóia-fria acadê-
                          grama, de centenas de artigos,                                                                                                                                    mico, é preferível operar com o
                          ensaios, resumos completos         Reunião com o corpo docente                                                                                                    que existe e com quem quer
                          para livros, anais de eventos                                                                                                                                     produzir alguma coisa.
                                                                                                                                                                                                                                                        Profa Dra. Margareth Rago
                          de pequeno, médio e longo                                                                                                                                              Quando não era essa ladai-
                          alcance; d) criação de um                                                                                                                                         nha, ainda vigente, era o alto
                                                                                                                                                                                                                                                        A comunidade científica e pro
                          ambiente de animação cientí-                                                                                                                                      nível de exigência da Capes e,
                                                                                                                                                                                                                                                        esse espaço envolverá 60 me
                          fica no Campus II, de modo a                                                                                                                                       com razão: não há como im-
                                                                                                                                                                                                                                                        20 a 30 alunos especiais, 20 e
                          envolver toda a comunidade                                                                                                                                        plantar um programa de pós-
                                                                                                                                                                                                                                                        ção científica orientados por p
                          do Agreste de Alagoinhas e                                                                                                                                        graduação, que suporte uma
                                                                                                                                                                                                                                                        permanente, de colaboradores
                                                                                                                                                                                                                              NOSSA USINA DE PRODUÇÃO




                          Litoral Norte; e) dedicação de                                                                                                                                    avaliação permanente, sem in-
                                                                                                                                                                                                                                                        estágios como recém-doutore
                          centenas de horas de trabalho                                                                                                                                     fraestrutura de pesquisa, sem
                                                                                                                                                                                                                                                        professores visitantes vindos
                          junto a várias instituições da                                                                                                                                    laboratório para estudantes
                                                                                                                                                                                                                                                        do mundo, sobretudo de un
                          UNEB (Reitoria, PPG, Setor de                                                                                                                                     e professores, sem biblioteca,
                                                                                                                                                                                                                                                        e latino-americanas. E a imag
                          Licitação, Astec, Ascom, Gerinf,                                                                                                                                  sem uma base e uma história
                                                                                                                                                                                                                                                        produção, possível, já começa
                          Gerfin, entre outros), da CA-                                                                                                                                      consistente de pesquisa, sem
                                                                                                                                                                                                                                                        gramas e associações da gran
                          PES, de Editoras Universitárias,                                                                                                                                  uma proposta pertinente e
                                                                                                                                                                                                                                                        tica, Letras e Artes, Ciências
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                          nais e internacionais, Empre-                                                                                                                                     vimento social de populações
                                                                                                                                                                                                                                                        importante que isso: é o fu
                          sas para licitação de material                                                                                                                                    excluídas, sem um ritmo de
                                                                                                                                                                                                                                                        equipamento, mais que uma
                          permanente, entre outras; e)                                                                                                                                      funcionamento que faça avan-
                                                                                                                                                                                                                                                        dível para as instituições esco
                          planejamento estratégico de                                                                                                                                       çar de mestrado para doutora-
                                                                                                                                                                                                                                                        território Agreste de Alagoinh
                          curto, médio e longo prazo; f )    Imagens dos preparativos do I Fórum de Cultura Microrregional                                                                  do, deste para um pós-doc.
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Heterotopia 1

  • 1. ano 1 # 1 dezembro 2009 MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL: PÁGINA 2 Imagem e projeções literárias de Alagoinhas e microrregião PÁGINA 3 Crítica cultural, campo de trabalho, trabalho de campo e propostas para um novo profissional das letras INAUGURANDO PÁGINA 4 Teorias e O COMPLEXO Usina de Produção de signos culturais críticas da cultura e o DA PÓS- lugar dos saberes GRADUAÇÃO LITHOSILVA subalternos PÁGINA 11 Tradição oral/popular e Políticas Culturais: reivindicações, reflexões e debates
  • 2. EDITORIAL S QUEM É QUE É UMA HETEROTOPIA R OJEÇÕE OINHAS MAGEM E P IAS DE ALAG CULTURAL E SEUS PLURAIS? I ERÁR ) LIT ANDA/ PÓS-CRITICA VES (MESTR DA CRUZ AL CRISTIANA A@HOTMAIL.COM O CRORREGIÃ ET CRISCRUZPO V ma forma de visibilização E MI se reinventa o espaço público, e populares locais e, além dis- ACERVO PÓS-CRÍTICA de uma produção científi- todos em frangalhos por força so, e por conta disso, tornar-se ca forte, mas ainda anônima do dos totalitarismos e regimes uma referência científica que se ponto de vista da cultura cien- de exclusão; desenvolva cada vez mais, a des- tífica especializada e acadêmica; Um investimento numa outra peito de todas as conspirações e Uma forma de trabalho coleti- forma de evento científico, aca- mediocridades acadêmicas. vo voltado à afirmação de um dêmico, e no contexto de um Uma forma, enfim, de po- campo de trabalho científico programa de pós-graduação tencializar o local como um cri- novo – o da crítica cultural em estrito senso, que escape ao vo crítico e desconstrutor per- Letras, sua institucionalização solilóquio e/ou diálogo apenas manente do global e hegemô- recente, seus agenciamentos, “entre os pares”, e que ponha nico e definir uma nova palavra seus maquinismos, suas pro- em movimento, em diálogo, em de (des)ordem: nem localismo postas metodológicas, teóri- confronto, o saber acadêmico ingênuo, nem deslumbramento Cultura Global e seus modos de imposição, circulação e recepção locais cas, conceituais, sua produção avançado sobre cultura com a provinciano pelas seduções fe- nacional e internacional, seus interlocutores nas grandes áreas da linguística letras e prática popular dos criadores, gestores, produtores, anima- dores e agitadores culturais; tichistas e globais, universais. É fazer a cultura aconte- cer com se traficássemos e a produção literária da região Norte agreste de Alagoinhas-Ba estará sendo vendidas pelo próprio autor a preço de custo. Algumas vezes, na tentativa de fazer auto-ajuda, Literatura policial estrangeira. Assim, torna-se instigante para críticos cultu- ano 1 # 1 dezembro 2009 artes, ciências humanas e ci- Uma forma de fazer fun- socializássemos o seu produ- discutida no Pré-Fórum em circular a obra, estes fazem rais e outros profissionais da ências sociais e aplicadas. cionar um equipamento cultural to com todas aqueles/as que Crítica Cultura, do Mestrado da doações em bibliotecas para Literatura pensar por que a Uma forma de assanhar como esse programa de pós- trabalham diuturnamente por UNEB Campus II_ Alagoinhas, dar acessibilidade ao público população não lê os autores o espírito científico do su- graduação em crítica cultural uma nova humanidade: socia- no GT 2 Cultura Global e seus leitor, é a estratégia da “de- da região? Como incentivar os jeito subalterno e anônimo, e formar, garantir e sustentar lista, libertária, afirmativa e modos de imposição, circu- mocratização do livro”. Estes leitores a conhecer a literatura bem como o espírito comunal a permanência de seus qua- heterotópica! Afirmemos essa lação e recepção locais, que escritores, geralmente, são local? Como será este público e revolucionário do sujeito dros produtivos e cooperativos passagem do pré-fórum, dos terá como proposta refletir a reconhecidos pela população leitor? Quais os autores mais acadêmico, em direção a uma envolvendo corpo docente, dis- dias 17 e 18/12/2009, no ausência de um mapeamento como artistas, porém é comum lidos pela população? Qual a democratização dos acessos cente e equipes de apoio; campus II da UNEB/Alagoinhas, e seleção crítica dos estudos que até mesmo estudantes e faixa etária que mais se dedi- a bens e equipamentos cultu- Uma imagem de que é pos- ao II Fórum de Crítica Cultural, sobre a imposição, circulação professores já terem ouvido ca à leitura? É preciso conhecer rais – em tempos de institu- sível, na UNEB e em campi do já em movimento, para os dias e recepção locais da cultura falar deles, entretanto jamais o público para saber o que ofe- cionalização da malha cultural interior da Bahia, criar um pro- 29 e 30 de abril e 01 e 02 de hegemônica. Para esta dis- tenham lido suas obras. recer ao divulgar o potencial li- no Brasil, bem como de uma grama de pós-graduação estrito maio de 2010. cussão são convidados todos É necessário fazer um ma- terário da microrregião. socialização e intercâmbio senso, capaz de intercambiar com aqueles que se inquietam com peamento dessa produção lite- Na sociedade contempo- dos saberes, para que seja a comunidade científica regional, a distância entre a Literatura e rária, analisar os modos de im- rânea não cabe trancafiar a possível reinventar o espírito nacional, internacional, colocá-la Prof. Dr. Osmar Moreira a vida cotidiana. Foram articu- posição da cultura hegemônica Literatura em arquivos e es- (coordenador do Mestrado em político ao mesmo tempo em em relação com forças produtivas Crítica Cultural, Pós-Crítica) lados contatos com escritores na Literatura, a produção, cir- tantes de Bibliotecas, é preci- nacionais, grupos de estudos culação e recepção das obras so despi-la dos preconceitos, especializados, professores que circulam globalmente e tirá-la do pedestal e lançá-la EXPEDIENTE de universidades nacionais, dirigentes de cultura da mi- das produções locais, a fim de legitimar as políticas pú- ao cotidiano com toda a sua potencialidade, aproximando- UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB) crorregião, poetas, escritores blicas para Literatura, que vem a do leitor. A promoção de Lourisvaldo Valentim da Silva - REITOR e bibliotecários locais, além da sendo construídas, entretanto eventos culturais que envol- Amélia Tereza Santa Rosa Maraux - VICE-REITORA DIREC 03, através de e-mail, precisam se consolidar. Discu- vam saraus, recitais, leitura Wilson Roberto de Mattos - PRÓ-REITOR DE PESQUISA E ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO divulgação virtuais no site do tir estratégias que devem ser trechos de obras de grandes Pós Crítica, telefonemas, car- utilizadas para revitalizar esta pensadores, encenações de 2 Adriana dos Santos Marmori Lima - PRÓ-REITORA DE EXTENSÃO tazes, anúncios em jornais, Literatura local, impulsionando peças ao ar livre, em meio da MESTRADO EM CRÍTICA CULTURAL - PÓS-CRÍTICA consultas a bancos de dados a visibilidade da potência cul- feira ou em espaços públicos DEDC / Campus II – Alagoinhas Coordenador: Osmar Moreira da Capes, da Secult e convites tural nela contida é imprescin- alternativos é uma proposta a poscritica@listas.uneb.br - (75) 3422-1536 / 1139 - WWW.POSCRITICA.UNEB.BR diretos feitos durante a III Con- dível, assim é preciso refletir ser analisada por escritores, ferência de Cultura da Bahia como anda este processo em agitadores culturais, profes- COORDENAÇÃO PRODUÇÃO em Ilhéus. Acajutiba, Alagoinhas, Ápora, sores e população em geral Osmar Moreira Expresso 18 - cadernocultural.expresso18@hotmail.com É perceptível que produção Araçás, Aramari, Cardeal da que desejem integrar a cultu- literária local é crescente, uma Silva, Catu, Conde, Crisópolis, ra literária ao seu cotidiano e PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO lavra de novos autores vêm se Entre Rios, Esplanada, Inham- revisar sua própria história a NÚCLEO DE PRODUÇÃO juntar aos que já reconhecidos bupe, Itanagra, Itapicuru, Jan- partir da reflexão deste coti- Nossa Tribo Design (75) 3421-0541 Davi Soares escritores da região, porém daira Mata de São João Olindi- diano reinventado. Isis Favilla IMPRESSÃO é importante salientar que na, Oriçangas, Pedrão, Pojuca, Enfim, se a literatura con- Écristio Raislan TIRAGEM Gráfica Santa Helena mesmo havendo uma vasta Rio Real e Sátiro Dias, cidades temporânea é espaço do si- LithoSilva 8 mil exemplares Distribuição gratuita produção literária neste ter- que compõem o território Nor- mulacro do real que circula no ritório, a leitura das obras de te Agreste de Alagoinhas, o cotidiano e flui como a própria autores locais ainda é restrita GT2 se propõe a esse fim. vida é necessário que a cul- a um seleto público. Frequen- Percebe-se que a Literatu- tura capturada das ruas para temente, os livros destes não ra continua sendo vista como os livros retornem para elas, a APOIO chegam ao mercado como pro- uma Arte de Academia, Casa fim de visualizar a potência de duto cultural comercializável, do Poeta, Universidades, algo construção de sentidos e sa- suas obras são produzidas de distante do povo que quando beres que circulam no dia a dia modo independente, não tem ler dá preferência aos Clássicos do cidadão comum como num divulgação na mídia, sendo da Literatura, a Literatura de lance de dados.
  • 3. Profa. Dra. Jailma dos Santos Pedreira Moreira – jailma.pedreira@uol.com.br Este GT está aberto a discussões em questão central não ser o objeto consi- E PROPOSTAS PARA UM NOVO PROFISSIONAL DAS LETRAS CRÍTICA CULTURAL, CAMPO DE TRABALHO, TRABALHO DE CAMPO Ivana Carla Oliveira Sacramento (mestranda/Pós-Crítica) - ivanasacramento19@gmail.com torno do que vem se denominando derado cultural, mas o olhar que se lan- Úrsula Nascimento de Souza Cunha (mestranda/Pós-Crítica) - ursula.cunha@hotmail.com como crítica cultural, seu campo de ça sobre os objetos, os autores, o velho Thays Macedo Mascarenhas (mestranda/Pós-Crítica) - thaysmascarenhas@msn.com trabalho, como seria o seu trabalho texto tido como literatura. O olhar que de campo e, com isso, quais seriam as descobre a discursividade, visualiza suas demandas e os cuidados que o pes- interligações com um espaço-tempo IMPACTOS SOCIAIS DA LEITURA E DA ESCRITA quisador de letras deveria estar atento, passado ou presente, visualiza os con- quais seriam as propostas para esse flitos, um contexto, as singularidades, novo profissional que está emergindo. as prescrições, a contingência e, junto Considerando as mudanças signifi- com ela, as possibilidades de reescrita Políticas de cativas na área de Letras ocorridas no e reinvenção. letramento e fim da década de 70 e início de 80, fla- A importância da linguagem, en- posicionamentos gradas pelo crítico literário-cultural, Sil- quanto ponto de entrada e de saída, ao identitários viano Santiago, e resumidas pelo mesmo mesmo tempo, desse modo de produ- como um momento em que a arte desce ção, que se quer outro, é fundamental. É do palco e vai se dar no cotidiano da dessa forma que percebemos a realida- vida, novos rumos estão sendo pensa- de semiótico-discursiva e ficamos a nos dos e efetivados para o profissional de perguntar sobre as construções cultu- Letras que, cada vez mais, busca fazer rais cotidianas, sobre os modos de vida, de sua pesquisa, de sua ação, uma for- inclusive da Academia. Ficamos a nos ma de intervenção cultural. perguntar sobre outras possibilidades Os debates sobre a proposta de para o crítico cultural profissional de le- 3 intervenção cultural que assola a área tras, para a necessidade de sua atuação LITHOSILVA de Letras são instigados pelo legado em todos os espaços, ainda mais consi- dos Estudos Culturais e pelas reconfi- derando a precariedade de olhares dis- gurações, por exemplo, que vem sendo tanciados. Isso demanda novos desafios atribuídas à disciplina Literatura Com- institucionais, culturais, disciplinares. As parada. Tais debates têm revelado as formações teriam que ser outras, os Nos próximos dias 17 e 18, no au- sentação de comunicações de diversos pré-requisitos para empregos, concur- disputas de poder e a emergência de ditório da Universidade do Estado da estudiosos dessa área, entre eles o uma democratização discursiva. Mais sos, teriam que ser outros, a perspec- Bahia (UNEB), campus II (Alagoinhas), professor da Universidade do Estado ainda, têm revelado o aprisionamento tiva para cultura teria que ser outra... e será realizado o I Pré-Fórum de Crítica da Bahia (UNEB), em Juazeiro, Dr. Cos- disciplinar, os perigos reativos de uma estaríamos caminhando para um mundo Cultural, evento que tem por objetivo me Batista dos Santos, especialista em institucionalização e o engendramento que teria que ser outro, onde a agência fomentar discussões sobre temas re- políticas de letramento e da subjetivi- de novas comunidades de saber, recon- fosse mais que relevante, fosse ques- lacionados a questões culturais e da dade, Profa Ms Aurea Pereira (UNEB/Ala- duzindo as subjetividades institucio- tionada, revisionada constantemente sociedade moderna. goinhas), Prof. Ms José Carlos Queiroz nais, como alternativa de intervenção, contra as formas parasitárias, contra o O Pré-Fórum contará com a apre- (UNEB/Juazeiro) também será debatido de revigoramento, de não fechamento texto prescritivo. sentação de 14 grupos de trabalhos a questão do etnoletramento, que tem em um solilóquio entre os pares. Nesse caminhar heterotópico, com diversos temas relacionados aos como ponto de partida a associação da As demandas cruciais que apon- ficamos pensando também como o ano 1 # 1 dezembro 2009 Estudos Culturais, entre eles à política competência discursiva à cultura e à tam para a coexistência das diferenças, estamos tecendo, produzindo-o. O de letramento educacional (GT 5). No estrutura social, além de se evidenciar a dignidade do viver e a transvaloração que, por exemplo, estão fazendo os GT, organizado pelas alunas do Mestra- as variedades de língua(gem) e a etnia dos valores ficaram a margem das re- professores, quais os impasses que do em Crítica Cultura, Ivana Sacramen- do sujeito; e a questão do letramento gras, ou naturalizadas por essas, pelo enfrentam, as demandas, como é to, Thays Mascarenhas e Úrsula Cunha, digital, com o objetivo de se refletir em contorno disciplinar e pré-definição dos construído o regime de parceria rumo será discutido sobre a necessidade de torno da leitura e dos modos de ler que métodos. Dessa forma, é justamente a uma educação libertária? Quais as dessas margens, do que ficou de fora perspectivas que adotamos para as se implementar uma reflexão crítica a tecnologia tem exigido aos sujeitos, das disciplinas, que um novo intertexto salas de aulas, para as bibliotecas, as sobre os impactos sociais do uso da sobretudo, em relação às Tecnologias das Letras tem se formado, na conflu- instituições literárias, a universidade, leitura e da escrita na prática peda- da Informação e Comunicação (TIC). ência com tantas outras disciplinas, a escola, os saberes? Como estamos gógica, valorizando e criando espaços O Pré-Fórum será um momento de ativando a leitura e a escrita, a língua, com suas margens, enquanto proposta para experimentar os múltiplos letra- reflexão sobre as políticas culturais da de uma ampliação do seu campo de a linguagem com sua ambivalência, o mentos na vida social, dentre eles, o região de Alagoinhas e reunirá para trabalho, de um radical trabalho de potencial da literatura? Como lidamos etnoletramento na construção dos isso acadêmicos e representantes campo, de um cuidadoso trabalho te- com o fato discursivo, mais que pre- processos identitários dos sujeitos. da comunidade local. Para um evento órico para não se cair em um vale tudo sente e cotidiano, das mil formas de A perspectiva do letramento é dessa natureza, fizemos contatos com ou relativismo irresponsável, para não inclusão excludentes, dos inúmeros uma estratégia que pode dar sentido vários pesquisadores da área, princi- se deixar seduzir pela diferença que sujeitos assujeitados, com seus direi- a uma ressignificação social das fun- palmente através do banco de teses não faz diferença. tos mais básicos renegados? O novo ções da escola, para que promova uma da Capes, no sentido de criar canais Nessa linha, o alerta também vale profissional de Letras, que se quer aprendizagem significativa, e torne por onde trocas teóricas e experien- para aqueles que, ainda assim, acham crítico cultural, começa a se consti- efetiva a interação do sujeito com as ciais venham a culminar em maio de que o texto considerado literário está tuir na medida em que restitui em diversas leituras do cotidiano. Ou seja, 2010 com o II Fórum em Crítica Cul- sendo deixado de lado e junto com si a capacidade de perguntar. Nessa esta competência discursiva pode ser tural, e não só nesse momento, mas ele autoras e muito mais autores, em linha, desse novelo global-local, in- definida como o uso social das práti- como uma sedimentação de pesquisas prol de uma novidade que despreza o tertextual e intersubjetivo, cas de leitura e de escrita de forma relevantes neste e em outros progra- passado. O olhar crítico do profissional duas perguntas são de base consciente pelo aluno. mas de mestrado com foco na grande de letras, enquanto crítico cultural, vai para o desenrolar de tantas justamente no sentido de romper velhas outras questões: o que es- Os sujeitos devem inserir-se em área de Linguística, Letras e Artes. dicotomias, de desfazer, enquanto gesto tou ajudando a fazer desse situações constantes de letramen- O GT5: Políticas de letramento operacional, enquanto proposta de relei- mundo? O que estou to, sendo isso possível através da e posicionamentos identitários na tura, o lugar em separado que foi atri- ajudando a fazer de utilização de textos que manifestem formação do professor, pretende ser buído à literatura, às letras, às artes em mim mesmo? práticas sociais, em outra análise, um espaço convergente de questio- geral. A arte agora é a da sobrevivência, trabalhar textos em uma situação de namentos e discussões, com o firme inclusive do campo das Letras em tem- interação social permite ao indivíduo propósito de um embasamento teórico pos de rapidez de consumo e de capital evidenciar a função social da escrita, imprescindível para estudos que en- mundial integrado. A literatura desce do pois em sua vida diária, como cidadão, volvem linguagem e educação, e como palco, da estante, para se potencializar conseguirão escolher o estilo de es- um espaço fundante e validador para no cotidiano das ruas, das casas, para crita que possa fornecer cidadania em as pesquisas iniciadas no Pós-crítica também ser politizada, para reficcio- diversos eventos de linguagem. e para o II Fórum em Crítica Cultural nalizar o sujeito, para abrir fendas de No evento, que contará com a apre- a ser realizado em maio de 2010. possibilidades outras na realidade. Daí a
  • 4. S DA CULT URA E O TEO RIAS E CRÍ TICA RES SUBALTERNOS LUGAR DOS SABE l/bolsista CA PES) - andre_livre@ yahoo.com .br ca Cultura (Mestrando em Críti Oliveira dos Santos André Luiz ano 1 # 1 dezembro 2009 SLAN ÉCRISTIO RAI REVISTA RAYANDO LOS CONFINES crítica cultural. Encontrei alia- (WWW.RAYANDOLOSCONFINES.COM. de uma caixa de ferramenta dos em teses e dissertações AR), das Publicações do FUNDO não sem tensões. teórico-prática para as mi- cujos resumos foram colhidos DE CULTURA ECONÔMICA em todas Com esses traços con- norias excluídas / menores / no Banco de Dados da Coorde- as suas filiais (www.fce.com. marxismo contemporâneo com ceituais e esse delineamen- subalternas pode intensificar nação de Aperfeiçoamento de ar), de alguns artigos e publi- socialismo libertário clássico, to, o GT tentará responder a a função da classe trabalha- Pessoal de Nível Superior-CA- cações vinculadas ao Instituto 4 a proposta do Pré-Fórum de Crítica Cultural evi- dencia mais uma vez a posicio- resistindo às imposições de uma cultura totalizante e seus fetichismos. demandas teóricas / políticas microrregionais cujas articu- lações estratégicas procuram dora (quem, com a natureza, produz a riqueza!) e a noção PES, vinculados aos Programas de Pós-Graduação de Letras e Linguística, Cultura e Socieda- Colombiano de Antropologia e História (www.icanh.gov.con/ secciones/publicaciones), da de trabalho revolucionário para nalidade político-intelectual do A noção de subalterno questionar os equívocos de além da ditadura do proleta- de e ao programa de Produção Revista Afuera (www.revistaa- Programa de Pós-Graduação aqui operada se alia com sua certas tradições teóricas riado e do individuo soberano, Cultural da FACOM, todos da fuera.com), entre outras. em Crítica Cultural (Pós-Críti- acepção disseminada pelo (certos marxismos e anar- fortalecendo uma outra noção UFBA, em Letras da UFPE, em Cartografar os microes- ca) do Departamento de Edu- Núcleo de Estudos da Subal- quismos), flagrando em cada de cultura como princípio de Letras/Artes/ Sociologia da paços de onde emergem os cação do Campus II da UNEB/ ternidade-NUES, grupo de pes- um seus aspectos ativos – fa- resistência, em que o crivo se- UFMG, em Letras (Ciência da subalternos, ouvindo com Alagoinhas, isto é, contra a quisa vinculado ao Pós-Crítica: zendo-os dançar –, enquanto ria a estética da vida em pura Literatura) da UFRJ, em Letras atenção seus ruídos; estar prisão e a sisudez disciplina- subalterno é aquele que joga condição para a emergência de afirmação e suas cintilações da PUC/Rio de Janeiro (ver: atento ao alerta de Foucault/ res e a favor de um fazer aca- com as alternâncias do poder uma máquina de guerra (so- serem como o seminal traba- www.capes.gov.br). Acerca da Deleuze de que não cabe ao dêmico com a [e a serviço da] e não simplesmente aquele cialista libertária) contra as lho desenvolvido pelo Prof. Dr. caixa de ferramenta da críti- intelectual (político-engajado) comunidade. Nesse sentido, a inferior-passivo, como defen- investidas do capitalismo em Osmar Moreira no X Seminário ca cultural e dos estudos da dizer [pelos subalternos] “a emergência do Grupo de Tra- dem certos saberes científicos sua vontade de dominação e do NUES intitulado GILLES DELEU- subalternidade, os aliados se verdade muda” que se escon- balho 07 Teorias e Crítica da (hegemônicos / ocidentais controle. ZE: PENSAMENTO EM MOVIMENTO E espalham por toda a América de atrás dos fenômenos; mas CULTURA E O LUGAR DOS SABERES / colonizadores). Do mesmo Ora, se na malha cultural SOCIALISMO LIBERTÁRIO (2006). Latina, como nos Programas conjugar o acadêmico com o SUBALTERNOS se justifica devido modo, a noção de cultura ati- da microrregião de Alagoi- Pensando em como coor- de Pós-Graduação em Litera- não acadêmico, criar, disse- à ausência de outro roteiro vada tem a ver, dentre outras nhas/Litoral Norte uma noção denar o GT, procurei me aliar tura / Crítica Cultural /Ciências minar criações. Nesse mar político minoritário que con- coisas, com os modos de ser de cultura totalizante – que a empreendimentos político/ Sociais da Universidade de tempestuoso tentarei navegar sidere o saber subalterno en- de uma coletividade, transi- não considera as culturas em teóricos que guardam interes- Buenos Aires (www.iigg.fsoc. na mediação das discussões quanto aquele que implode as tando na mesma altitude que diferença, os desejos mini- ses próximos aos meus e, em uba.ar.htm), da Universidade do Grupo de Trabalho TEORIAS dicotomias e reinventa o espa- as esferas econômicas, políti- mais, as vozes silenciadas etc. minha pesquisa, descobri ou- Nacional Autônoma do Mé- E CRÍTICAS DA CULTURA E O LUGAR ço público como condição de cas, ambientais, entre outras, –, a serviço da indústria cul- tras tocas (como o site www. xico (www.unam.mx), além DOS SABERES SUBALTERNOS. Con- horizontalidade entre os pode- constituindo com estas zonas tural e do mercado capitalista, poscritica.uneb.br) que for- da REVISTA DE CRÍTICA CULTURAL vido a todos(as) a se arriscar res e aquele capaz de conjugar de intersecções intensas, mas ainda é hegemônica, a garantia mam uma rede rizomática da (WWW.CRITICACULTURAL.ORG), da comigo.
  • 5. SISTEMAS DE CULTURA EMERGENTES E O LUGAR DO TRABALHO COOPERATIVO E TRANSDISCIPLINAR Cristopher Moura, mestrando do Programa em Crítica Cultural/ bols ista da Capes UMA DISCUSSÃO LIBERTÁRIA: RAÇA, GÊNERO, CLASSE E SEXUALIDADES 5 NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR O Mestrado em Crítica Cultural, situado na grande área de Linguística, que um ser humano libertário possa emergir é o foco central das discussões. A abordagem e serializar nossas temáticas, cuja importância pode definiti- vamente criar uma sociedade Letras e Artes da Capes/ desses temas na formação do pensante e critica. MEC, estará realizando nos professor percorre um cami- A organização de um GT, dias 17 e 18 de dezembro nho íngreme, já que aparece inserido em um Pré-Fórum de de 2009, no Campus II da como algo novo, cujo público- Crítica Cultural, demanda um UNEB/Alagoinhas, o Pré- alvo a que se destina ainda trabalho cuidadoso de divulga- ILUSTRAÇÕES: Fórum de Crítica Cultural, oferece resistências para sua ção e prospecção de projetos de ÉCRISTIO RAISLAN como espaço de preparação implementação, o que acarreta pesquisa que possam convergir do II Fórum de Crítica Cultu- certo desconforto, impedindo para a temática em questão, sem ano 1 # 1 dezembro 2009 ral, a ser realizado entre o a fluidez desejada. A forma- desviar o olhar do que é o centro A cultura é um conceito profundamente reacio- nário. É essa a conclusão que Civil -a necessidade de cons- trução de Planos e Fundos Mu- nicipais de Cultura, todos eles tural pode servir para afirmação e resistência de comunidades periféricas historicamente exclu- final de abril e início de maio ção de professores/as carece na sua estrutura curricular do nosso interesse, re- flexão crítica sobre de 2010. de temáticas que sistemati- raça, gênero, Félix Guattari chega ao revirar compondo um Sistema Munici- ídas? O que está em jogo? Como Para tal re- zem o estudo e pesquisa classe e as diferentes acepções que pal de Cultura em conformidade os territórios de identidade baia- flexão foram no que concerne a gênero sexualidade. passou o conceito de cultu- com Os Sistemas Estadual e Fe- nos podem se organizar e criar organizados e sexualidade, Nesse de- ra ao longo da história em deral de Cultura em vias de se condições institucionais para diversos Grupos safio, um MICROPOLÍTICA: CARTOGRAFIAS DO efetivarem no Brasil, a iminente garantirem o direito a produção de Trabalhos, olhar se DESEJO. Certamente, o que essa aprovação da PEC 150/2003, e fruição dos bens culturais? De e entre eles o estende a longo prazo, afirmação provocativa põe que garantirá mais recursos que maneira as universidades GT 8 Raça, gê- estendendo-se à formação pois o Pré-Fórum é um em cena é a necessidade de para a Federação, Estados e do interior da Bahia podem inau- nero, classe e de uma identidade libertária espaço acadêmico de dis- refletirmos e questionarmos Municípios, tem reconfigurado o gurar outra cultura de pesquisa sexualidades na e consciente do seu papel no cussão e resultados que permanentemente sobre esse panorama brasileiro no que diz para além dos fechamentos dis- formação do mundo. inevitavelmente incidi- conceito; fazer isso num país respeito à compreensão de cul- ciplinares, que as tornem prota- professor. A O GT 8 buscou pesqui- rão na sociedade, cujo como nosso, em que a noção tura e do fazer cultural. Desse gonistas e cumpridoras do seu importância sadores de todo o país poder transformador de cultura historicamente foi modo, Cultura no plano institu- papel social? Como o Sistema de desse GT que discutem a temática, pode não ser medido usada numa tentativa de si- cional passa a ser entendida Cultura pode criar uma cultura de justifica-se com os quais fizemos con- já, na sua exposição, lenciamento dos grupos mino- numa dimensão antropológica a sistema que atravesse e vivifique pela ausência de uma refle- tato através do banco de teses mas cujas raízes serão fincadas e ritários brasileiros, ora numa partir de uma concepção tripar- outros Sistemas (Sistemas de Fé, xão crítica sobre raça, gê- da Capes, dos artigos do Scie- se espalharão e darão frutos, com perspectiva valorativa e et- tite: como um direito social de Sistemas Educacionais, Sistemas nero, classe e sexualidade lo, listas na internet, grupos vida, com desejos, aspirações, li- nocêntrica: Cultura como arte cada cidadão brasileiro, como de Saúde) viciados e reativos. na formação do professor, de pesquisas como SER-TÃO, berdade e consciência. produzida por especialistas, direito simbólico e como possi- Questões como essas evidenciando dificuldades núcleo de estudos e pesqui- Trata-se de reflexões que ora agenciada por históricas bilidade de geração de riqueza. serão levantadas e debatidas enfrentadas por eles em sua sas em gênero e sexualidade, permitem ampliar nosso campo forças politiqueiras: cultura Nesse sentido, torna-se im- no grupo de Trabalho 3: SISTE- prática docente, valorizando vinculado ao Programa de Di- de ação, pois além do aporte como palanque eleitoreiro ou prescindível uma ampla reflexão MAS DE CULTURA EMERGENTES E O como essa reflexão pode in- reitos Humanos da Universi- teórico necessário para o bom filantropia, se tornou uma ta- sobre o atual processo de insti- LUGAR DO TRABALHO COOPERATIVO tervir na formação de crian- dade Federal de Goiás, NUGSEX desenvolvimento do GT, é indis- refa indispensável. tucionalização da malha cultural E TRANSDISCIPLINAR, que estará ças, jovens e adultos, crian- – DIADORIM grupo de estudo pensável uma sistematização Com efeito, levantar essa no Brasil, seus mecanismos e em movimento no Pré-Fórum do um canal de comunicação de gênero e sexualidade vin- para melhor operacionalizar o questão em plena instituciona- instrumentos, suas formas de de crítica cultural. Espera-se importante na sala de aula culado a UNEB, NEIM e CEAFRO espaço e o tempo, importantes lização da cultura no atual con- agenciamentos, seus novos com isso uma ampla participa- e fora dela, numa socieda- vinculados à UFBA, universida- para uma finalização a conten- texto brasileiro e baiano está entendimentos. Quais são, por ção da Sociedade Civil, agentes de que invisibiliza ques- des nacionais e internacionais, to do que esperamos obter. na ordem o dia. A proliferação exemplo, os novos modos de culturais, empresários, artistas, tões concernentes a esses como a Universidad de Cádiz / Criamos, a partir desse GT, um de Conferências Municipais de subjetivação de indivíduos, conselheiros, pesquisadores da temas. Analisar como as Esp, com o propósito de que espaço aberto para discussão e Cultura em centenas de cidades grupos, comunidades, cidades cultura. É mais que chegada a relações de poder permeiam contribuam não só para a se- aprendizagem dessas questões baianas, a paulatina criação de e instituições implicados nesse hora da Sociedade Civil assumir relações de raça, gênero, dimentação do nosso Pré-Fó- que darão suporte e amadureci- conselhos municipais de cultura novo redimensionamento cultu- a condição não só de deman- classe e sexualidade, atu- rum, mas a longo prazo com a mento para o Fórum que aconte- – conselhos de representação ral no Brasil e na Bahia? Em que dante, mas de proponente. En- ando como impeditivo para semente lançada para ampliar cerá em maio de 2010. paritária, Governo/Sociedade medida a institucionalização cul- tão, mãos à obra!
  • 6. ACERVO PÓS-CRÍTICA www.poscritica.uneb.br Uma representação CRÍTICA CULTURAL, DO COMPLEXO da Usina DA PÓS-GRADUAÇÃO C omecemos pela des- crição do espaço e infraestrutura ísica. São especiais e regulares; outro, com três ambientes para as três linhas de pesquisa, onde literária, antropologia, filosofia, ciência política, adquiridos re- centemente junto às editoras uma sala de cinema digital, e um espaço para uma gráfica rápida, em que funcionará um 4 módulos nos quais tere- os mais de 20 professores, co- da UFMG, UFRJ, UNICAMP, UFRGS laboratório de análise e pro- mos: um, com laboratório nectados com o mundo, ainda e UNESP, além de um Centro dução de material didático e a DAVI SOARES onde circularão e estarão atenderão seus orientandos; de Documentação, com arqui- fábrica de Letras. Sem falar na produzindo 60 mestrandos; teremos ainda uma biblioteca vo deslizante com capacidade cantina, último módulo, ladea- e 04 salas de aula envolven- setorial, como extensão da para armazenar milhares de da por um teatro de arena, e do disciplinas para alunos Carlos Drummond de Andrade, peças digitalizadas, microfil- como um portal para um cine- já com 1.800 livros (500 títu- madas. Ainda nesse módulo, ma de arte! los) em crítica cultural, teoria temos um auditório, com 120 MESTRAD lugares, estruturado para ser O EM CR Complexo da ÍTICA Pós-Graduação I CULTU ano 1 # 1 dezembro 2009 DO COMEÇO RAL: UMA USIN P ara se conquistar essa infra-estrutura, mesmo ainda nesse estado atual, fo- visibilização dessa luta sem trégua, através de centenas de textos de agitação, junto de muitos colegas produtivos e empenhados e, mais recen- temente, da Administração acadêmico, a forte participação político-sindical de muitos de nós que compõem o corpo do- Crítica Cultural, do Complexo da Pós-graduação do Campus II da UNEB (outros programas ram necessárias as seguintes à comunidade científica local, Central; g) sem mencionar, cente do programa. de mestrado a serem implan- frentes de trabalho: a) oito regional, nacional e, como re- ainda, por ter um outro tempo Antes de se ter essa infra- tados e para garantirem con- anos de luta (dezenas de reu- torno, o apoio de estudantes, diferente do da pesquisa e do estrutura, que é a etapa I – dições mínimas adequadas de niões científicas + seminários trabalho devem tomar como ACERVO PÓS-CRÍTICA + consultorias) para se mon- exemplo a luta empreendida tar uma proposta relevante até aqui), a ladainha que se de pesquisa junto aos orga- ouvia era “como montar um nismos científicos nacionais e mestrado por aqui se sequer internacionais; b) implantação, temos sala de aula para a gra- desenvolvimento e consolida- duação”, ou ainda “não temos ção da Iniciação Científica no biblioteca”, “o corpo docente Departamento de Educação não produz”, “não trabalho do Campus II (nos últimos 5 com estudantes só com inte- anos circularam em torno de lectuais”, “trabalhar na UNEB R$ 800.000,00 (oitocentos mil só aos fins de semana”, entre 6 reais) só com bolsas de pes- quisa em IC); c) produção, por parte do corpo docente do pro- outros, mas nunca acredita- mos nisso. Antes de se tornar farrapo ou um bóia-fria acadê- grama, de centenas de artigos, mico, é preferível operar com o ensaios, resumos completos Reunião com o corpo docente que existe e com quem quer para livros, anais de eventos produzir alguma coisa. Profa Dra. Margareth Rago de pequeno, médio e longo Quando não era essa ladai- alcance; d) criação de um nha, ainda vigente, era o alto A comunidade científica e pro ambiente de animação cientí- nível de exigência da Capes e, esse espaço envolverá 60 me fica no Campus II, de modo a com razão: não há como im- 20 a 30 alunos especiais, 20 e envolver toda a comunidade plantar um programa de pós- ção científica orientados por p do Agreste de Alagoinhas e graduação, que suporte uma permanente, de colaboradores NOSSA USINA DE PRODUÇÃO Litoral Norte; e) dedicação de avaliação permanente, sem in- estágios como recém-doutore centenas de horas de trabalho fraestrutura de pesquisa, sem professores visitantes vindos junto a várias instituições da laboratório para estudantes do mundo, sobretudo de un UNEB (Reitoria, PPG, Setor de e professores, sem biblioteca, e latino-americanas. E a imag Licitação, Astec, Ascom, Gerinf, sem uma base e uma história produção, possível, já começa Gerfin, entre outros), da CA- consistente de pesquisa, sem gramas e associações da gran PES, de Editoras Universitárias, uma proposta pertinente e tica, Letras e Artes, Ciências Centros de Pesquisas nacio- comprometida com o desenvol- Sociais Aplicadas, de todo Br nais e internacionais, Empre- vimento social de populações importante que isso: é o fu sas para licitação de material excluídas, sem um ritmo de equipamento, mais que uma permanente, entre outras; e) funcionamento que faça avan- dível para as instituições esco planejamento estratégico de çar de mestrado para doutora- território Agreste de Alagoinh curto, médio e longo prazo; f ) Imagens dos preparativos do I Fórum de Cultura Microrregional do, deste para um pós-doc.