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Componentes da aptidão física e sua influência
sobre a prevalência de lombalgia
Physical fitness components and their influence on the
prevalence of low back pain
Marcos Doederlein Polito1,2
Geraldo de Albuquerque Maranhão Neto3,4
Vitor Agnew Lira4

Resumo

Abstract

O objetivo deste estudo foi verificar a influência da prática
regular de atividades físicas de lazer e da aptidão física
sobre a prevalência de lombalgia em 200 mulheres (34±11
anos) e 128 homens (33±11 anos) que procuravam a prática
supervisionada de atividades físicas. 24% apresentaram
relato positivo de lombalgia, sendo este mais prevalente
nos homens (35%) que nas mulheres (29%). A flexibilidade
foi avaliada utilizando-se o Flexiteste, considerando os
seguintes movimentos: flexão do quadril (FLQ), extensão
do quadril (EXQ), abdução do quadril (ABQ) e flexão anterior
do tronco (FLT). Outras variáveis observadas foram peso,
IMC, VO2 máx, percentual de gordura e circunferência
abdominal. Foram considerados sedentários os que
apresentavam, nos últimos três meses, freqüência semanal
de atividades físicas de lazer (FSA)<1, como pouco ativos
1≤FSA<3 e como fisicamente ativos FSA≥3. A regressão
logística demonstrou que havia associação significativa
(p<0,05; R=0,29; R2=0,09) apenas entre a prevalência de
lombalgia e FLQ, esta última exercendo efeito causador
(odds-ratio=2,2), e FLT, exercendo efeito protetor (oddsratio=0,5). Esses resultados sugerem que na prevenção e
tratamento da lombalgia, os exercícios de alongamento para
aumentar a flexibilidade na flexão do quadril devem ser
evitados, enquanto aqueles para melhorar a flexibilidade na
flexão anterior de tronco devem ser encorajados.

The objective of this study was to verify the influence of
regular practice of leisure physical activities and of physical
fitness on the prevalence of lumbago in 200 women (34±11
years) and 128 men (33±11 years) who sought supervised
practice of physical activities. 24% of them positively
reported lumbago, which was more prevalent among men
(35%) than among women (29%). Flexibility was evaluated
using the Flexitest, considering the following movements:
hip flexion (HFL), hip extension (HEX), hip abduction (HAB)
and anterior trunk flexion (TFL). Other observed variables
were weight, BMI, VO2 max, body fat percentage and
abdominal circumference. The subjects presenting weekly
frequency of leisure physical activity (LPA)<1, in the
previous three months, were classified as sedentary, the
ones presenting 1≤LPA<3, as low active, and the ones
presenting LPA≥3, as physically active. Logistic regression
showed a significant relationship (p<.05; R=.29; R2=.09) only
between lumbago prevalence and HFL, the latter exerting a
casual effect (odds-ratio=2.2), and TFL, exerting a protective
effect (odds-ratio = .5). Those results suggest that, in the
prevention and treatment of lumbago, stretching exercises
aiming to improve flexibility in hip flexion should be avoided,
while those aiming to improve flexibility in trunk anterior
flexion should be encouraged.

PALAVRAS-CHAVE: lombalgia, prevalência, flexibilidade,
avaliação funcional, aptidão física, atividades físicas de lazer.

KEYWORDS: lumbago, prevalence, flexibility, physical
fitness, functional evaluation, leisure physical activity.

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3

4

Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade
Gama Filho (PPGEF-UGF) - Bolsista CNPq – E-mail:
mdplito@uol.com.br
Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Labsau-UERJ)
Escola de Educação Física do Centro Universitário da Cidade
(UniverCidade)
Departamento de Educação Física da Escola de Reabilitação da
Universidade Católica de Petrópolis (UCP).

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junho 2003

35
Introdução
Não é raro indivíduos que praticam atividades
físicas em academias e centros esportivos possuírem um
histórico de lombalgia ou desencadearem essa condição
após o início do treinamento.
A lombalgia é uma condição comum que pode afetar
atletas e não atletas. Dados populacionais demonstram que
cerca de 60 a 80% das pessoas relatam esse incômodo em
algum momento da vida (14). Pelo fato de a dor lombar
manifestar-se sob várias condições, precisar sua exata
etiologia torna-se difícil. Sua causa pode estar associada a
acometimentos degenerativos ou traumáticos no disco
intervertebral ou no corpo vertebral (14), elevada sobrecarga
nas atividades laborais (6,11), movimentação excessiva dos
mecanismos flexor e rotator da coluna (6), fatores
psicológicos (15), inatividade física (21), flexibilidade e força
reduzidas (3, 13, 19), obesidade (10,20) e fumo (15,16). A
avaliação funcional em pessoas que buscam a prática de
atividade física supervisionada pode fornecer informações
interessantes para a prescrição dos exercícios. Porém, não
é simples determinar os fatores relacionados à lombalgia ou
quais indivíduos estarão sujeitos a desenvolvê-la.
O presente estudo possui dois objetivos principais.
O primeiro, é o de verificar a associação de alguns
componentes da aptidão física e da prática de atividades
físicas de lazer com a prevalência de lombalgia, em indivíduos
que procuram a prática da atividade física supervisionada.
E, pelos resultados obtidos, abordar possíveis alternativas
de prescrição de exercícios que possam minimizar a
ocorrência dos referidos incômodos.

Métodos
A amostra foi composta por 328 indivíduos entre
18 e 81 anos. As mulheres (n=200) apresentavam idade de
34±11 anos, peso de 62,2±10,7 kg e estatura de 162±6,7 cm.
Já os homens (n=128) apresentavam idade de 33±11 anos,
peso de 81,5±14,6 kg e estatura de 177±6,7 cm. Antes de
iniciarem ou até três semanas após o início de seu programa
de treinamento, os indivíduos passaram por uma avaliação
funcional, na qual foram perguntados sobre incômodos
osteomioarticulares. A partir desses dados, a prevalência
de lombalgia pôde ser estabelecida pela proporção entre o
número total de indivíduos que apresentavam determinada
característica e o número de indivíduos que apresentavam
a mesma característica, porém relatavam incômodo lombar.
Exemplificando, supondo que houvesse 100 indivíduos
sedentários na amostra e, desses, 57 apresentassem
lombalgia, a prevalência seria 57/100, ou seja, 57%. Com o
objetivo de aumentar o poder exploratório dos achados, a
possível influência da aptidão física sobre a prevalência de
lombalgia foi testada isoladamente para a flexibilidade, a
composição corporal e a aptidão cardiorrespiratória.
Avaliou-se a flexibilidade passiva em oito
movimentos do Flexiteste (1). Contudo, somente aqueles
relacionados às articulações de quadril e tronco
integraram as análises, a saber: flexão do quadril (FLQ),
extensão do quadril (EXQ), abdução do quadril (ABQ) e
flexão do tronco (FLT).

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R. Bras. Ci. e Mov.

As variáveis antropométricas medidas, ou
calculadas, foram o peso e a estatura – obtidos em uma
balança Welmy ® com leituras de 0,1 kg e 0,5 cm,
respectivamente –, o Índice de Massa Corporal (IMC), o
percentual de gordura (%g) estimado a partir da medida de
três dobras cutâneas (7), utilizando-se um compasso modelo
Lange e a circunferência abdominal (CA), medida na altura
da cicatriz umbilical. As medidas de dobras cutâneas foram
feitas por dois avaliadores experientes. A confiabilidade das
medidas foi estabelecida pelo coeficiente de correlação
intraclasse (CCI) em cada uma das dobras avaliadas, em 20
indivíduos de ambos os sexos. Os CCI variaram de 0,85 a
0,98, representando uma elevada fidedignidade.
A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada pela
estimativa do VO2 máx, proveniente de teste submáximo em
cicloergômetro (2). Os indivíduos também reportaram o nível
de atividade física de lazer nos últimos três meses que
antecediam a avaliação. Assim, foram classificados como
“sedentários” quando relatavam freqüência semanal de
atividades físicas de lazer (FSA) inferior a um (FSA < 1),
como “pouco ativos” (1 ≤ FSA < 3), ou ainda, como “ativos”
(FSA ≥ 3).

Análise estatística
Para a verificação de variáveis que melhor
associavam-se à prevalência de lombalgia conduziu-se uma
regressão logística utilizando o pacote estatístico Stata for
Windows 5.0. Esta análise caracteriza-se pela dicotomia da
variável dependente. Todas as variáveis estudadas fizeram
parte da análise com o objetivo de selecionar aquelas que se
associavam estatisticamente com a lombalgia (p<0,05). Após
a análise, cada variável independente apresenta um oddsratio (razão de chances) que equivale ao risco de desenvolver
a lombalgia. Para um odds-ratio igual a 1,0 consideramos um
efeito nulo da variável; acima de 1,0 representa uma associação
de risco ou um efeito causador, e um odds-ratio abaixo desse
valor representa um efeito protetor (22).
Para ratificar se houve o risco ou proteção contra a
lombalgia, o intervalo de confiança foi calculado. Esse
procedimento também possibilitou testarmos um modelo
preditivo para a lombalgia. A estatística descritiva foi
utilizada tanto para a caracterização da amostra, quanto para
determinar valores percentuais, principalmente os referentes
à prevalência de lombalgia.

Resultados e discussão
O razoável tamanho da amostra e as diversas variáveis
estudadas permitiram a análise da influência de alguns fatores
sobre a prevalência de incômodos lombares (Tabela 1).
Entre os indivíduos estudados, 78 (24%) apresentaram
lombalgia, sendo uma característica mais prevalente nos
homens (35%) que nas mulheres (29%). Entretanto, o
sedentarismo foi maior nas mulheres (63%) que nos homens
(51%) e cerca de 29% de ambos, eram pessoas fisicamente
ativas com regularidade. Além disso, a prevalência de lombalgia
foi similar entre os níveis de atividade física (Figura 1). Esses
fatores sugerem pouca influência do nível de atividade física
sobre a prevalência de incômodos lombares.

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Tabela 1 - Valor das variáveis que compuseram a regressão logística para toda a amostra e significativa entre os índices de
diferenciação dos resultados por sexo

adiposidade e a prevalência de
lombalgia.
Quanto aos componentes
da aptidão física avaliados, exceção
ocorreu apenas para a flexibilidade
passiva em dois movimentos (FLT e
FLQ), os quais se associaram
significativamente à prevalência de
lombalgia (Tabela 2).
A regressão logística e o
cálculo do R2 demonstrou que essas
duas variáveis explicavam cerca de
10% da prevalência de lombalgia
*Índice de Massa Corporal; |Percentual de gordura; †Circunferência abdominal; ‡Flexão do quadril (Tabela 2). Porém, a capacidade
(mediana); §Extensão do quadril (mediana); ¶Abdução do quadril (mediana); **Flexão anterior do
explicativa das variáveis não
tronco (mediana)
possibilitou desenvolver um modelo
preditivo. A influência da flexibilidade
Figura 1 - Prevalência de lombalgia e nível de atividade física de lazer
sobre a prevalência de lombalgia
* Sedentário = freqüência semanal de atividades física inferior a 1 (FSA < 1); Pouco
manifestou-se, curiosamente, de
ativo = (1≤FSA<3);
forma distinta nos dois movimentos
supracitados. A FLT apresentou um
efeito protetor quanto à lombalgia
(odds-ratio<1,0) e a FLQ um efeito
causador (odds-ratio>1,0). Nenhuma
das variáveis apresentou o valor 1,0
dentro do seu intervalo de confiança,
o que ratifica as relações protetora e
causal, respectivamente.
Em geral, os indivíduos com
incômodos lombares apresentaram
uma amplitude muito pequena de
FLT, nota 0 no Flexiteste (Figuras 2 e
3), e muito grande de FLQ, nota 4 no
Flexiteste (Figuras 4 e 5). Realmente,
uma grande amplitude de movimento
em extensores do quadril é
freqüentemente observada em
Ativo = (FSA≥3)
indivíduos com hiperlordose (9), e
A literatura não traz resultados claros sobre a relação tais indivíduos parecem mais propensos a casos de
entre o nível de atividade física de lazer e incômodos lombares. lombalgia (8,21). É interessante observar ainda, que uma
Estudos apontam que o exercício físico pode ser realizado extrema flexibilidade na FLT também mostrou-se prejudicial,
por pessoas com lombalgia crônica sem comprometer suas pois as menores prevalências de lombalgia ocorreram nos
funções ou desencadear mais manifestações de dor (5,24).
Por outro lado, não foram encontrados dados que Tabela 2 - Resultados da regressão logística entre todas as variáveis
2
abordassem os benefícios de uma vida mais ativa sobre a estudadas e a ocorrência de lombalgia (R = 0,29; R = 0,089)
prevalência de lombalgia. Assim, pode-se entender que
dependendo do tipo de atividade física praticada pode ou
não haver benefícios, e que talvez por isso o nível de
atividade física de lazer tenha associação pobre com a
prevalência de incômodos lombares.
A aptidão cardiorrespiratória também não
apresentou associação significativa com a prevalência de
incômodos lombares, ao contrário do reportado por Van
Der Velde e Mireau (23) que verificaram que indivíduos com
dor lombar crônica possuem menor capacidade aeróbia que
indivíduos sem dor. Tal relação carece de mais estudos.
Embora alguns dados demonstrem que a obesidade
é um fator de risco para o desenvolvimento da lombalgia
(10,20), esse aspecto não foi confirmado em nosso estudo. *Índice de Massa Corporal; |Percentual de gordura; †Circunferência
abdominal; ‡Flexão do quadril; §Extensão do quadril; ¶Abdução do
Isso pôde ser observado, já que não houve associação quadril; **Flexão anterior do tronco

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níveis intermediários de flexibilidade Figura 3 - Prevalência de lombalgia e flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco
(Figura 3). Essa última observação pode
estar relacionada a pelo menos dois
fatores. O primeiro deles é que o escore
máximo no movimento de FLT envolve
importante flexão do quadril, como pode
ser observado na Figura 2. É bem
provável, portanto, que a maioria das
pessoas com escore 4 nesse movimento,
tenham-no conseguido em virtude de
uma hipermobilidade na FLQ, a qual
pareceu exercer um efeito causador na
lombalgia. Os mecanismos pelos quais a
hipermobilidade na articulação do
quadril levaria à lombalgia ainda não são
conhecidos. Contudo, é possível que a
hipermobilidade nessa articulação cause
uma sobrecarga em articulações
próximas, como as articulações
intervertebrais lombares, gerando o quadro de dor. Figura 4 - Mapa de avaliação para a flexibilidade no movimento
Corroborando essa hipótese, Nadler et al. (12) reportaram de flexão do quadril (Flexiteste)
que a lassidão ligamentar nos membros inferiores e quadril,
um importante fator predisponente à hipermobilidade,
correlaciona-se à incidência de lombalgia em jovens atletas.
Esses autores, no entanto, não observaram associação entre
a hipomobilidade em tais articulações e o risco de lombalgia.
O segundo fator é que há evidências de que a
hipermobilidade em vértebras lombares também pode
predispor ao aparecimento da lombalgia (17). Talvez, isso se
deva a uma instabilidade articular que pode ser provocada
pela hipermobilidade isoladamente, ou em conjunto à fraqueza
da musculatura paravertebral lombar. Sobretudo, os
resultados sugerem que as pessoas com hipermobilidade nos
dois movimentos ou hipermobilidade na FLQ e hipomobilidade
na FLT, apresentariam maior risco de lombalgia.
Figura 2 - Mapa de avaliação do para a flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco (Flexiteste)

Apesar dos achados apresentados, parece que a
flexibilidade e sua relação com incômodos lombares não é
um consenso na literatura. Sullivan et al. (18), por exemplo,
estudando 96 indivíduos com lombalgia, não verificaram
relação entre a flexibilidade do tronco, avaliada com
goniômetro, e o referido incômodo. Já outros dados em
estudo prospectivo abrangendo 3.020 trabalhadores,
apontaram uma relação entre os resultados no Teste de
Sentar e Alcançar e a lombalgia (4). Talvez, parte da diferença
nas conclusões desses estudos possa ser explicada pelo
número de pessoas estudadas e pela forma de avaliação da
flexibilidade. O Flexiteste, utilizado no presente estudo, não

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possui um poder discriminativo tão grande quanto à
goniometria em avaliar a flexibilidade passiva. Por outro
lado, possibilita uma avaliação mais específica por
movimento e articulação do que o Teste de Sentar e Alcançar.
Em adição, a avaliação da flexibilidade ativa depende do
equilíbrio e/ou força do avaliado. Assim, é pouco provável
que avaliações passiva e ativa da flexibilidade forneçam
resultados semelhantes, principalmente em pessoas que
apresentem incômodos osteomioarticulares.

Quanto a esse último aspecto, não parece uma estratégia
interessante utilizar dados de estudos envolvendo flexibilidade
passiva no contraponto aos resultados de avaliações passivas
e vice-versa. Nem tão pouco, deve-se buscar resultados
consensuais a partir dessas avaliações. Deve-se sim, encarálas como fontes de informações mutuamente complementares,
já que a flexibilidade ativa sofre influência de outros aspectos,
como a potência da musculatura que está realizando o
movimento, enquanto a flexibilidade passiva não.

Figura 5 - Prevalência de lombalgia e flexibilidade no movimento de flexão do quadril

Conclusões e implicações

Referências Bibliográficas

Entre os componentes da aptidão física e os níveis
de atividade física avaliados, somente a flexibilidade, em
movimentos específicos, associou-se à prevalência de
incômodos lombares em indivíduos que procuram a prática
supervisionada de exercícios. Embora a influência da
flexibilidade sobre a lombalgia não tenha sido apontada em
todos os estudos semelhantes a este, uma boa flexibilidade de
FLT parece exercer um efeito preventivo, enquanto a elevada
FLQ tende a contribuir para o aparecimento dos incômodos.
De forma simples, parece que indivíduos com elevada FLQ
não devem realizar exercícios de alongamento para a
musculatura extensora dessa articulação, com o objetivo de
ganho de amplitude de movimento. Isso poderá aumentar os
seus riscos de desenvolver o incômodo e dificultar seu
tratamento. Já para os que apresentam pobre FLT, devem-se
prescrever exercícios de alongamento adequados para
proporcionar ganho de amplitude. O mesmo não deve ser
seguido para os que já apresentam boa flexibilidade no
movimento de FLT, já que a hipermobilidade no mesmo pode
aumentar o risco de lombalgia. A partir dessas condutas,
provavelmente haverá menos chances de desconfortos
lombares. Obviamente, os cuidados não deverão estar voltados
apenas para a flexibilidade, visto que a etiologia da lombalgia é
multifatorial, como abordado na introdução deste estudo.
Ensaios futuros devem dedicar maior atenção para a
relação ideal entre força e flexibilidade nas musculaturas que
atuam na coluna e quadril a fim de estabelecer direcionamentos
mais específicos para a prescrição de exercícios voltados para
o tratamento e prevenção da lombalgia. Tais estudos devem
incluir a avaliação da amplitude de movimentos isolados.

1.

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Rbcm 2003 flexibilidade e lombalgia

  • 1. Componentes da aptidão física e sua influência sobre a prevalência de lombalgia Physical fitness components and their influence on the prevalence of low back pain Marcos Doederlein Polito1,2 Geraldo de Albuquerque Maranhão Neto3,4 Vitor Agnew Lira4 Resumo Abstract O objetivo deste estudo foi verificar a influência da prática regular de atividades físicas de lazer e da aptidão física sobre a prevalência de lombalgia em 200 mulheres (34±11 anos) e 128 homens (33±11 anos) que procuravam a prática supervisionada de atividades físicas. 24% apresentaram relato positivo de lombalgia, sendo este mais prevalente nos homens (35%) que nas mulheres (29%). A flexibilidade foi avaliada utilizando-se o Flexiteste, considerando os seguintes movimentos: flexão do quadril (FLQ), extensão do quadril (EXQ), abdução do quadril (ABQ) e flexão anterior do tronco (FLT). Outras variáveis observadas foram peso, IMC, VO2 máx, percentual de gordura e circunferência abdominal. Foram considerados sedentários os que apresentavam, nos últimos três meses, freqüência semanal de atividades físicas de lazer (FSA)<1, como pouco ativos 1≤FSA<3 e como fisicamente ativos FSA≥3. A regressão logística demonstrou que havia associação significativa (p<0,05; R=0,29; R2=0,09) apenas entre a prevalência de lombalgia e FLQ, esta última exercendo efeito causador (odds-ratio=2,2), e FLT, exercendo efeito protetor (oddsratio=0,5). Esses resultados sugerem que na prevenção e tratamento da lombalgia, os exercícios de alongamento para aumentar a flexibilidade na flexão do quadril devem ser evitados, enquanto aqueles para melhorar a flexibilidade na flexão anterior de tronco devem ser encorajados. The objective of this study was to verify the influence of regular practice of leisure physical activities and of physical fitness on the prevalence of lumbago in 200 women (34±11 years) and 128 men (33±11 years) who sought supervised practice of physical activities. 24% of them positively reported lumbago, which was more prevalent among men (35%) than among women (29%). Flexibility was evaluated using the Flexitest, considering the following movements: hip flexion (HFL), hip extension (HEX), hip abduction (HAB) and anterior trunk flexion (TFL). Other observed variables were weight, BMI, VO2 max, body fat percentage and abdominal circumference. The subjects presenting weekly frequency of leisure physical activity (LPA)<1, in the previous three months, were classified as sedentary, the ones presenting 1≤LPA<3, as low active, and the ones presenting LPA≥3, as physically active. Logistic regression showed a significant relationship (p<.05; R=.29; R2=.09) only between lumbago prevalence and HFL, the latter exerting a casual effect (odds-ratio=2.2), and TFL, exerting a protective effect (odds-ratio = .5). Those results suggest that, in the prevention and treatment of lumbago, stretching exercises aiming to improve flexibility in hip flexion should be avoided, while those aiming to improve flexibility in trunk anterior flexion should be encouraged. PALAVRAS-CHAVE: lombalgia, prevalência, flexibilidade, avaliação funcional, aptidão física, atividades físicas de lazer. KEYWORDS: lumbago, prevalence, flexibility, physical fitness, functional evaluation, leisure physical activity. 1 2 3 4 Programa de Pós-graduação em Educação Física da Universidade Gama Filho (PPGEF-UGF) - Bolsista CNPq – E-mail: mdplito@uol.com.br Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Labsau-UERJ) Escola de Educação Física do Centro Universitário da Cidade (UniverCidade) Departamento de Educação Física da Escola de Reabilitação da Universidade Católica de Petrópolis (UCP). R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003 35
  • 2. Introdução Não é raro indivíduos que praticam atividades físicas em academias e centros esportivos possuírem um histórico de lombalgia ou desencadearem essa condição após o início do treinamento. A lombalgia é uma condição comum que pode afetar atletas e não atletas. Dados populacionais demonstram que cerca de 60 a 80% das pessoas relatam esse incômodo em algum momento da vida (14). Pelo fato de a dor lombar manifestar-se sob várias condições, precisar sua exata etiologia torna-se difícil. Sua causa pode estar associada a acometimentos degenerativos ou traumáticos no disco intervertebral ou no corpo vertebral (14), elevada sobrecarga nas atividades laborais (6,11), movimentação excessiva dos mecanismos flexor e rotator da coluna (6), fatores psicológicos (15), inatividade física (21), flexibilidade e força reduzidas (3, 13, 19), obesidade (10,20) e fumo (15,16). A avaliação funcional em pessoas que buscam a prática de atividade física supervisionada pode fornecer informações interessantes para a prescrição dos exercícios. Porém, não é simples determinar os fatores relacionados à lombalgia ou quais indivíduos estarão sujeitos a desenvolvê-la. O presente estudo possui dois objetivos principais. O primeiro, é o de verificar a associação de alguns componentes da aptidão física e da prática de atividades físicas de lazer com a prevalência de lombalgia, em indivíduos que procuram a prática da atividade física supervisionada. E, pelos resultados obtidos, abordar possíveis alternativas de prescrição de exercícios que possam minimizar a ocorrência dos referidos incômodos. Métodos A amostra foi composta por 328 indivíduos entre 18 e 81 anos. As mulheres (n=200) apresentavam idade de 34±11 anos, peso de 62,2±10,7 kg e estatura de 162±6,7 cm. Já os homens (n=128) apresentavam idade de 33±11 anos, peso de 81,5±14,6 kg e estatura de 177±6,7 cm. Antes de iniciarem ou até três semanas após o início de seu programa de treinamento, os indivíduos passaram por uma avaliação funcional, na qual foram perguntados sobre incômodos osteomioarticulares. A partir desses dados, a prevalência de lombalgia pôde ser estabelecida pela proporção entre o número total de indivíduos que apresentavam determinada característica e o número de indivíduos que apresentavam a mesma característica, porém relatavam incômodo lombar. Exemplificando, supondo que houvesse 100 indivíduos sedentários na amostra e, desses, 57 apresentassem lombalgia, a prevalência seria 57/100, ou seja, 57%. Com o objetivo de aumentar o poder exploratório dos achados, a possível influência da aptidão física sobre a prevalência de lombalgia foi testada isoladamente para a flexibilidade, a composição corporal e a aptidão cardiorrespiratória. Avaliou-se a flexibilidade passiva em oito movimentos do Flexiteste (1). Contudo, somente aqueles relacionados às articulações de quadril e tronco integraram as análises, a saber: flexão do quadril (FLQ), extensão do quadril (EXQ), abdução do quadril (ABQ) e flexão do tronco (FLT). 36 R. Bras. Ci. e Mov. As variáveis antropométricas medidas, ou calculadas, foram o peso e a estatura – obtidos em uma balança Welmy ® com leituras de 0,1 kg e 0,5 cm, respectivamente –, o Índice de Massa Corporal (IMC), o percentual de gordura (%g) estimado a partir da medida de três dobras cutâneas (7), utilizando-se um compasso modelo Lange e a circunferência abdominal (CA), medida na altura da cicatriz umbilical. As medidas de dobras cutâneas foram feitas por dois avaliadores experientes. A confiabilidade das medidas foi estabelecida pelo coeficiente de correlação intraclasse (CCI) em cada uma das dobras avaliadas, em 20 indivíduos de ambos os sexos. Os CCI variaram de 0,85 a 0,98, representando uma elevada fidedignidade. A aptidão cardiorrespiratória foi avaliada pela estimativa do VO2 máx, proveniente de teste submáximo em cicloergômetro (2). Os indivíduos também reportaram o nível de atividade física de lazer nos últimos três meses que antecediam a avaliação. Assim, foram classificados como “sedentários” quando relatavam freqüência semanal de atividades físicas de lazer (FSA) inferior a um (FSA < 1), como “pouco ativos” (1 ≤ FSA < 3), ou ainda, como “ativos” (FSA ≥ 3). Análise estatística Para a verificação de variáveis que melhor associavam-se à prevalência de lombalgia conduziu-se uma regressão logística utilizando o pacote estatístico Stata for Windows 5.0. Esta análise caracteriza-se pela dicotomia da variável dependente. Todas as variáveis estudadas fizeram parte da análise com o objetivo de selecionar aquelas que se associavam estatisticamente com a lombalgia (p<0,05). Após a análise, cada variável independente apresenta um oddsratio (razão de chances) que equivale ao risco de desenvolver a lombalgia. Para um odds-ratio igual a 1,0 consideramos um efeito nulo da variável; acima de 1,0 representa uma associação de risco ou um efeito causador, e um odds-ratio abaixo desse valor representa um efeito protetor (22). Para ratificar se houve o risco ou proteção contra a lombalgia, o intervalo de confiança foi calculado. Esse procedimento também possibilitou testarmos um modelo preditivo para a lombalgia. A estatística descritiva foi utilizada tanto para a caracterização da amostra, quanto para determinar valores percentuais, principalmente os referentes à prevalência de lombalgia. Resultados e discussão O razoável tamanho da amostra e as diversas variáveis estudadas permitiram a análise da influência de alguns fatores sobre a prevalência de incômodos lombares (Tabela 1). Entre os indivíduos estudados, 78 (24%) apresentaram lombalgia, sendo uma característica mais prevalente nos homens (35%) que nas mulheres (29%). Entretanto, o sedentarismo foi maior nas mulheres (63%) que nos homens (51%) e cerca de 29% de ambos, eram pessoas fisicamente ativas com regularidade. Além disso, a prevalência de lombalgia foi similar entre os níveis de atividade física (Figura 1). Esses fatores sugerem pouca influência do nível de atividade física sobre a prevalência de incômodos lombares. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003
  • 3. Tabela 1 - Valor das variáveis que compuseram a regressão logística para toda a amostra e significativa entre os índices de diferenciação dos resultados por sexo adiposidade e a prevalência de lombalgia. Quanto aos componentes da aptidão física avaliados, exceção ocorreu apenas para a flexibilidade passiva em dois movimentos (FLT e FLQ), os quais se associaram significativamente à prevalência de lombalgia (Tabela 2). A regressão logística e o cálculo do R2 demonstrou que essas duas variáveis explicavam cerca de 10% da prevalência de lombalgia *Índice de Massa Corporal; |Percentual de gordura; †Circunferência abdominal; ‡Flexão do quadril (Tabela 2). Porém, a capacidade (mediana); §Extensão do quadril (mediana); ¶Abdução do quadril (mediana); **Flexão anterior do explicativa das variáveis não tronco (mediana) possibilitou desenvolver um modelo preditivo. A influência da flexibilidade Figura 1 - Prevalência de lombalgia e nível de atividade física de lazer sobre a prevalência de lombalgia * Sedentário = freqüência semanal de atividades física inferior a 1 (FSA < 1); Pouco manifestou-se, curiosamente, de ativo = (1≤FSA<3); forma distinta nos dois movimentos supracitados. A FLT apresentou um efeito protetor quanto à lombalgia (odds-ratio<1,0) e a FLQ um efeito causador (odds-ratio>1,0). Nenhuma das variáveis apresentou o valor 1,0 dentro do seu intervalo de confiança, o que ratifica as relações protetora e causal, respectivamente. Em geral, os indivíduos com incômodos lombares apresentaram uma amplitude muito pequena de FLT, nota 0 no Flexiteste (Figuras 2 e 3), e muito grande de FLQ, nota 4 no Flexiteste (Figuras 4 e 5). Realmente, uma grande amplitude de movimento em extensores do quadril é freqüentemente observada em Ativo = (FSA≥3) indivíduos com hiperlordose (9), e A literatura não traz resultados claros sobre a relação tais indivíduos parecem mais propensos a casos de entre o nível de atividade física de lazer e incômodos lombares. lombalgia (8,21). É interessante observar ainda, que uma Estudos apontam que o exercício físico pode ser realizado extrema flexibilidade na FLT também mostrou-se prejudicial, por pessoas com lombalgia crônica sem comprometer suas pois as menores prevalências de lombalgia ocorreram nos funções ou desencadear mais manifestações de dor (5,24). Por outro lado, não foram encontrados dados que Tabela 2 - Resultados da regressão logística entre todas as variáveis 2 abordassem os benefícios de uma vida mais ativa sobre a estudadas e a ocorrência de lombalgia (R = 0,29; R = 0,089) prevalência de lombalgia. Assim, pode-se entender que dependendo do tipo de atividade física praticada pode ou não haver benefícios, e que talvez por isso o nível de atividade física de lazer tenha associação pobre com a prevalência de incômodos lombares. A aptidão cardiorrespiratória também não apresentou associação significativa com a prevalência de incômodos lombares, ao contrário do reportado por Van Der Velde e Mireau (23) que verificaram que indivíduos com dor lombar crônica possuem menor capacidade aeróbia que indivíduos sem dor. Tal relação carece de mais estudos. Embora alguns dados demonstrem que a obesidade é um fator de risco para o desenvolvimento da lombalgia (10,20), esse aspecto não foi confirmado em nosso estudo. *Índice de Massa Corporal; |Percentual de gordura; †Circunferência abdominal; ‡Flexão do quadril; §Extensão do quadril; ¶Abdução do Isso pôde ser observado, já que não houve associação quadril; **Flexão anterior do tronco R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003 37
  • 4. níveis intermediários de flexibilidade Figura 3 - Prevalência de lombalgia e flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco (Figura 3). Essa última observação pode estar relacionada a pelo menos dois fatores. O primeiro deles é que o escore máximo no movimento de FLT envolve importante flexão do quadril, como pode ser observado na Figura 2. É bem provável, portanto, que a maioria das pessoas com escore 4 nesse movimento, tenham-no conseguido em virtude de uma hipermobilidade na FLQ, a qual pareceu exercer um efeito causador na lombalgia. Os mecanismos pelos quais a hipermobilidade na articulação do quadril levaria à lombalgia ainda não são conhecidos. Contudo, é possível que a hipermobilidade nessa articulação cause uma sobrecarga em articulações próximas, como as articulações intervertebrais lombares, gerando o quadro de dor. Figura 4 - Mapa de avaliação para a flexibilidade no movimento Corroborando essa hipótese, Nadler et al. (12) reportaram de flexão do quadril (Flexiteste) que a lassidão ligamentar nos membros inferiores e quadril, um importante fator predisponente à hipermobilidade, correlaciona-se à incidência de lombalgia em jovens atletas. Esses autores, no entanto, não observaram associação entre a hipomobilidade em tais articulações e o risco de lombalgia. O segundo fator é que há evidências de que a hipermobilidade em vértebras lombares também pode predispor ao aparecimento da lombalgia (17). Talvez, isso se deva a uma instabilidade articular que pode ser provocada pela hipermobilidade isoladamente, ou em conjunto à fraqueza da musculatura paravertebral lombar. Sobretudo, os resultados sugerem que as pessoas com hipermobilidade nos dois movimentos ou hipermobilidade na FLQ e hipomobilidade na FLT, apresentariam maior risco de lombalgia. Figura 2 - Mapa de avaliação do para a flexibilidade no movimento de flexão anterior do tronco (Flexiteste) Apesar dos achados apresentados, parece que a flexibilidade e sua relação com incômodos lombares não é um consenso na literatura. Sullivan et al. (18), por exemplo, estudando 96 indivíduos com lombalgia, não verificaram relação entre a flexibilidade do tronco, avaliada com goniômetro, e o referido incômodo. Já outros dados em estudo prospectivo abrangendo 3.020 trabalhadores, apontaram uma relação entre os resultados no Teste de Sentar e Alcançar e a lombalgia (4). Talvez, parte da diferença nas conclusões desses estudos possa ser explicada pelo número de pessoas estudadas e pela forma de avaliação da flexibilidade. O Flexiteste, utilizado no presente estudo, não 38 R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003
  • 5. possui um poder discriminativo tão grande quanto à goniometria em avaliar a flexibilidade passiva. Por outro lado, possibilita uma avaliação mais específica por movimento e articulação do que o Teste de Sentar e Alcançar. Em adição, a avaliação da flexibilidade ativa depende do equilíbrio e/ou força do avaliado. Assim, é pouco provável que avaliações passiva e ativa da flexibilidade forneçam resultados semelhantes, principalmente em pessoas que apresentem incômodos osteomioarticulares. Quanto a esse último aspecto, não parece uma estratégia interessante utilizar dados de estudos envolvendo flexibilidade passiva no contraponto aos resultados de avaliações passivas e vice-versa. Nem tão pouco, deve-se buscar resultados consensuais a partir dessas avaliações. Deve-se sim, encarálas como fontes de informações mutuamente complementares, já que a flexibilidade ativa sofre influência de outros aspectos, como a potência da musculatura que está realizando o movimento, enquanto a flexibilidade passiva não. Figura 5 - Prevalência de lombalgia e flexibilidade no movimento de flexão do quadril Conclusões e implicações Referências Bibliográficas Entre os componentes da aptidão física e os níveis de atividade física avaliados, somente a flexibilidade, em movimentos específicos, associou-se à prevalência de incômodos lombares em indivíduos que procuram a prática supervisionada de exercícios. Embora a influência da flexibilidade sobre a lombalgia não tenha sido apontada em todos os estudos semelhantes a este, uma boa flexibilidade de FLT parece exercer um efeito preventivo, enquanto a elevada FLQ tende a contribuir para o aparecimento dos incômodos. De forma simples, parece que indivíduos com elevada FLQ não devem realizar exercícios de alongamento para a musculatura extensora dessa articulação, com o objetivo de ganho de amplitude de movimento. Isso poderá aumentar os seus riscos de desenvolver o incômodo e dificultar seu tratamento. Já para os que apresentam pobre FLT, devem-se prescrever exercícios de alongamento adequados para proporcionar ganho de amplitude. O mesmo não deve ser seguido para os que já apresentam boa flexibilidade no movimento de FLT, já que a hipermobilidade no mesmo pode aumentar o risco de lombalgia. A partir dessas condutas, provavelmente haverá menos chances de desconfortos lombares. Obviamente, os cuidados não deverão estar voltados apenas para a flexibilidade, visto que a etiologia da lombalgia é multifatorial, como abordado na introdução deste estudo. Ensaios futuros devem dedicar maior atenção para a relação ideal entre força e flexibilidade nas musculaturas que atuam na coluna e quadril a fim de estabelecer direcionamentos mais específicos para a prescrição de exercícios voltados para o tratamento e prevenção da lombalgia. Tais estudos devem incluir a avaliação da amplitude de movimentos isolados. 1. ARAÚJO, C.G.S. Flexiteste - Uma nova versão dos mapas de avaliação. Kinesis. 1986;2:251-67. 2. ÅSTRAND, P.O. e RHYHMING, I. A nomogram for calculating aerobic capacity (physical fitness) from pulse rate during submaximal work. Journal of Applied Physiology. 1954;7:218-21. 3. BATTIÉ, M.C. et al. The role of spinal flexibility in back pain complaints within industry a prospective study. Spine. 1990;15:768-73. 4. ESOLA, M.A. et al. Analysis of lumbar spine and hip motion during forward bending in subjects with and without a history of low back pain. Spine. 1996; 21:71-8. 5. HARTIGAN, C. et al. Long-term exercise adherence after intensive rehabilitation for chronic low back pain. Medicine & Science in Sports & Exercise. 2000;32:551-7. 6. HOOGENDOORN, W.E. et al. Flexion and rotation of the trunk and lifting at work are risk factors for low back pain: results of a prospective cohort study. Spine. 2000;25:3087-92. 7. JACKSON, A.S. e POLLOCK, M.L. A practical approach for assessing body composition of men, women, and athletes. Physician and Sports Medicine. 1985;13:195-206. R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003 39
  • 6. 8. JACKSON, R.P. et al. Lumbopelvic lordosis and pelvic balance on repeated standing lateral radiographs of adult volunteers and untreated patients with constant low back pain. Spine. 2000;25:575-86. 9. KENDALL, F.P. et al. Muscles, testing and function: with posture and pain. 4th ed. Baltimore – MD, Williams & Wilkins, 1993. 22. U.S. DEPARTMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVICES. Physical activity and health: a report of the surgeon general. Atlanta, GA: U.S. Department of Health and Human Services, Centers for Disease Control and Prevention, National Center for Chronic isease Prevention and Health Promotion, 1996. 10. LEBOUEF-YDE, C. et al. Low back pain and lifestyle. Part II-obesity: information from a population-based sample of 29.424 twin subjects. Spine. 1999;24:779. 23. VAN DER VELDE, G. e MIREAU, D. The effect of exercise on percentile rank aerobic capacity, pain, and self-rated disability in patients with chronic low-back pain: a retrospective chart review. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2000;81:1457-63. 11. MACFARLANE, G.J. et al. Employment and physical work activities as predictors of future low back pain. Spine. 1997;22:1143-9. 24. VERBUNT, A.J. et al. Physical activity in daily life in patients with chronic low back pain. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 2001;82:726-30. 12. NADLER, S.F. et al. Low back pain in college athletes: a prospective study correlating lower extremity overuse or acquired ligamentous laxity with low back pain. Spine. 1998;23:828-33. 13. NADLER, S.F. et al. Relationship between hip muscle imbalance and occurrence of low back pain in collegiate athletes: a prospective study. American Journal of Physical Medicine & Rehabilitation. 2001;80:572-7. 14. NIEMAN, D.C. Exercício e saúde. 1. ed., São Paulo: Manole, 1999. 15. POWER C. et al. Predictors of low back pain onset in a prospective British study. American Journal of Public Health. 2001; 91:1671-8. 16. SCOTT, S.C. et al. The association between cigarette smoking and back pain in adults. Spine. 1999;24:1090. 17. SIHVONEN, T. et al. Electric behavior of low back muscles during lumbar pelvic rhythm in low back pain patients and healthy controls. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation. 1991;72:1080-7. 18. SULLIVAN, M.S. et al. The relationship of lumbar flexion to disability in patients with low back pain. Physical Therapy. 2000;80:240-50. 19. TAKALA, E. e VIIKARI-JUNTURA, E. Do functional tests predict low back pain? Spine. 2000; 25:2126-32. 20. TODA, Y. et al. Lean body mass and body fat distribution in participants with chronic low back pain. Archives of Internal Medicine. 2000;160:3265-9. 21. TSUJI, T. et al. Epidemiology of low back pain in the elderly: correlation with lumbar lordosis. Journal of Orthopedic Science. 2001;6:307-11. 40 R. Bras. Ci. e Mov. Brasília v. 11 n. 2 p. 35-40 junho 2003