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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
GESTÃO EMPRESARIAL COM ÊNFASE EM
PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS
E MÉDIAS EMPRESAS
Profª. Ms. Terezinha Márcia de Carvalho Lino
JUÍNA - 2011
LISTA DE QUADRO
QUADRO 1
Fórmulas para gerenciamento do caixa ........................................................... 16
QUADRO 2
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques.................... 18
QUADRO 3
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber.. 22
SUMÁRIO
PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................... 3
1.1 Ementa ..................................................................................................... 3
1.2 Objetivos................................................................................................... 3
1.3 Metodologia .............................................................................................. 3
CURRÍCULO RESUMIDO DA PROFESSORA.................................................. 3
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................................... 4
1. Administração Financeira............................................................................ 4
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro........................................ 4
2.1 Atribuições do administrador financeiro................................................... 4
3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gestão
Financeira....................................................................................................... 6
3.1 Administração Financeira e a Economia ................................................. 6
3.2 Administração Financeira e a Contabilidade: .......................................... 8
4. Funções da Administração Financeira........................................................ 8
4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras ......................... 8
4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa ................................... 9
4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa ............................. 10
4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro............... 10
4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde
financeira da empresa:................................................................................ 11
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................................... 12
1. Introdução................................................................................................. 12
2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro ................................... 13
2.1 Administração do Caixa......................................................................... 13
2.2 Administração Financeira de Estoques ................................................. 16
2.3 Administração de Duplicatas a Receber................................................ 19
FLUXO DE CAIXA........................................................................................... 25
1. Introdução................................................................................................. 25
2. Função do Fluxo de Caixa........................................................................ 25
2.1 Fluxo de Caixa Realizado ..................................................................... 25
2.2 Fluxo de Caixa Projetado ...................................................................... 25
3. Características do Fluxo de Caixa ........................................................... 26
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa ........................................ 26
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa ................................................................. 27
6. Elaboração do Fluxo de Caixa.................................................................. 27
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa ...................................... 28
6.2 Análise do Fluxo de Caixa..................................................................... 29
7. Classificação dos Fluxos de Caixa ........................................................... 30
7.1 Fluxo de Caixa Operacional.................................................................. 30
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento ............................................................ 31
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento......................................................... 31
8. Equivalência de Fluxo de Caixa................................................................ 33
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento ................................................ 34
9. Coeficiente de Financiamento .................................................................. 36
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES...................................................... 38
1. Margem de Contribuição........................................................................... 38
2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point.................................................... 40
2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio ................................................................ 41
3. Formação do Preço de Vendas ................................................................ 43
3.1 Formação de Preços baseada em Custos ............................................ 43
3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria..................................... 44
ANÁLISE DE INVESTIMENTO........................................................................ 50
1. Introdução................................................................................................. 50
1.1 Valor presente líquido – VPL................................................................. 51
1.2 Taxa interna de retorno – TIR................................................................ 52
1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK ................................... 54
1.4 Índice de Lucratividade ......................................................................... 59
2. Fluxo de Caixa de um Projeto................................................................... 62
2.1 Receita Bruta Operacional .................................................................... 62
2.2 Deduções .............................................................................................. 63
2.3 Receita Líquida Operacional ................................................................. 63
2.4 Custos e Despesas Operacionais ......................................................... 63
2.5 Depreciação .......................................................................................... 63
2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO ............................................................ 64
2.7 Impostos sobre o Lucro......................................................................... 64
2.8 Investimento Bruto ................................................................................ 64
2.9 Necessidade de Capital de Giro............................................................ 64
2.10 Valor Residual ..................................................................................... 65
3. Custo do Capital do Credor e do Acionista ............................................... 72
3.1 Taxa de Desconto do Projeto ................................................................ 72
3.2 Custo do Capital do Credor................................................................ 72
3.3 Custo do Capital do Acionista ............................................................ 73
REFERÊNCIAS ............................................................................................ 75
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
3
PROGRAMA DA DISCIPLINA
1.1 Ementa
Fundamentos da Administração Financeira; Administração do Capital de Giro;
Administração do Caixa; Administração Financeira dos Estoques; Administração de
Duplicatas a Receber; Fluxo de Caixa; Funções do Fluxo de Caixa; Gerenciamento
do Fluxo de Caixa; Elaboração do Fluxo de Caixa; Fluxo de Caixa Operacional;
Fluxo de Caixa de Financiamento; Fluxo de Caixa de Investimento; Planos de
Financiamento: Price e SAC; Coeficiente de Financiamento; Custos para Tomada de
Decisão; Margem de Contribuição; Ponto de Equilíbrio; Formação do Preço de
Venda; Análise de Investimento; VPL; TIR; Payback; Valor Anual Equivalente (VAE);
Fluxo de Caixa de Um Projeto; Custo do Capital do Credor e do Acionista.
1.2 Objetivos
Discutir os fundamentos de finanças e suas aplicações. Estudar o Fluxo de Caixa
como Ferramenta de Controle Financeiro; Calcular Preço de Venda pelo Mark Up
Apresentar técnicas para análise e administração de investimento em projetos;
Analisar o Break-Even-Point.
1.3 Metodologia
Apresentação da fundamentação teórica com apoio de projeções e discussões com
os alunos. Desenvolvimento de atividades práticas para aplicação e análise dos
conceitos e ferramentas de gestão apresentadas.
CURRÍCULO RESUMIDO DA PROFESSORA
Terezinha Márcia de Carvalho Lino é mestre em Administração de Empresas - área
de pesquisa Logística -, pelas Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo. Pós-
graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Pós-Graduada em
Tecnologia da Informação e Comunicação para o Ensino Fundamental pela
Universidade Federal de Juiz de Fora e Graduada em Administração de Empresas
pelo Unicentro Newton Paiva. Sua experiência profissional inclui a docência em
cursos de especialização e graduação nas Instituições: UNIFEMM, PROMOVE e
AJES. e-mail: marcialino100@gmail.com
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
4
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Administração Financeira
A Função Financeira teve seu início a partir do momento que iniciaram as
trocas (escambo), entretanto foi a partir do Século XVIII – em conseqüência da
Revolução Industrial – que ela passa a ser reconhecida como ciência.
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro
O administrador financeiro tem como responsabilidade principal gerenciar os
recursos aplicados no ativo e no passivo, de forma a aumentar o valor da empresa e,
assim, gerar riqueza para os seus acionistas.
2.1 Atribuições do administrador financeiro
Para atender as exigências do cargo o administrador financeiro deverá
desempenhar as seguintes atribuições1
:
• previsão e planejamento – coordena, juntamente, com os demais setores
o planejamento de toda a empresa;
1
BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 27
Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a
riqueza ou valor total de um negócio (GROPPELLI, 2002).
Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os
indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. A Administração Financeira ocupa-se do processo, instituições,
mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas,
empresas e governos (GITMAN, 1997)
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
5
• decisões de investimento e financiamento – decisões sobre a compra
de ativos – equipamentos, estoques, instalações e outros – e de que
maneira tais aquisições serão financiadas – capital de terceiros, capital
próprio ou ambos. O administrador financeiro deve acompanhar com
cuidado:
saldo de caixa INATIVO: observar as oportunidades de investimento e
de aplicação do saldo disponível, pois dinheiro parado gera custos;
excesso de ESTOQUES: os estoques devem ser planejados para
atender a demanda. Manter estoques altos e sem controle além de
gerar custos, pode comprometer o capital de giro da empresa,
deixando-a em uma situação de aperto financeiro;
especulação financeira pode trazer vantagens econômicas,
proporcionando RENTABILIDADE, porém pode prejudicar a LIQUIDEZ,
lançando a empresa num processo de dificuldades financeiras;
valores a receber em aberto: programação das entradas, bem como
a sistemática fiscalização desta parcela tão importante de fonte de
recursos da empresa;
máquinas paralisadas: deve-se controlar a vida útil das máquinas e
equipamentos, evitando assim a concentração de recursos
subaproveitados que aumentariam sensivelmente “o custo de
oportunidade”.
coordenação e controle – deverá ter conhecimento e manter o devido
controle sobre as decisões de outros departamentos que implicam
gastos;
RENTABILIDADE indica o percentual de remuneração do capital investido
na empresa.
LUCRATIVIDADE indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas
realizadas.
LIQUIDEZ é a capacidade de pagar em dia os compromissos assumidos
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
6
lidar com os mercados financeiros – escolha das melhores opções
no mercado financeiro para captação e aplicação de recursos;
administração de risco – eliminar, o máximo possível, o risco de a
empresa ter perda financeira: compra de seguros, diluir as aplicações
financeiras entre vários segmentos e outros;
3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na
Gestão Financeira
A Administração Financeira é considerada por alguns autores como a
Economia Aplicada, o que implica que suas ações dependem do conhecimento dos
conceitos Econômicos. Já a Contabilidade é uma das principais fontes de
informação que Administração Financeira utiliza para a tomada de decisões.
3.1 Administração Financeira e a Economia
A importância da Economia para o ambiente financeiro pode ser mais bem
descrita em função de suas áreas mais amplas - Macroeconomia e Microeconomia.
O gestor financeiro decide quais ativos devem ser adquiridos pela empresa,
como esses ativos devem ser financiados, e como a empresa deve
gerenciar seus recursos. Se essas responsabilidades forem
desempenhadas eficientemente, isso ajudará a maximizar os valores das
empresas e também irá contribuir para o bem-estar dos consumidores e
empregados (BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 28).
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
7
3.1.1 Macroeconomia
Se a empresa opera no âmbito macroeconômico é preciso que o
administrador financeiro esteja atento a:
• estrutura institucional da empresa;
• às conseqüências que as mudanças na política econômica podem afetar o
seu próprio ambiente de decisão;
• prever ameaças e oportunidades para o seu negócio;
• conhecer as instituições financeiras e saber como estas funcionam, para
ter como avaliar as fontes de financiamento da empresa.
O administrador financeiro precisa enfrentar não só outros competidores de sua
empresa, mas também as condições econômicas vigentes que podem ser favoráveis
ou desfavoráveis.
3.1.2 Microeconomia
A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a
empresa precisa operar. Exemplos de fatores macroeconômicos: a renda média, a
produção nacional, desemprego (causa e conseqüência), taxa de inflação e política
monetária, sistemas bancários, políticas econômicas de governo,
(GITMAN, 1978, p. 4)
A Microeconomia e suas teorias se interessam pela operação eficiente da
empresa. Visam definir ações que permitirão à empresa atingir sucesso
financeiro, tais como: as relações de oferta e demanda, estratégias de
maximização de lucro, composição de fatores de produção, níveis ótimos
de venda, estratégias de precificação e outros, GITMAN, 1978, p. 4).
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
8
3.2 Administração Financeira e a Contabilidade:
A função financeira e a função contábil tem sido consideradas por alguns
empresários como sendo a mesma coisa. Entretanto são distintas, embora a
Administração Financeira tenha como principal insumo os dados fornecidos pela
Contabilidade. Ao contador, cabe desenvolver e fornecer dados que possibilitem
avaliar o desempenho da empresa em suas situações econômicas, financeiras e
patrimoniais, com base nos quais o Administrador traçará seu plano de:
• análise e planejamento financeiro;
• estimativas de entradas e saídas de caixa;
• levantamento, emprego e distribuição de fundos e seu controle financeiro,
detalhados em suas funções.
4. Funções da Administração Financeira
As principais funções da Administração Financeira, na perspectiva de Gitman
(1978) são:
• análise e planejamento das necessidades financeiras;
• determinação da estrutura de ativo da empresa;
• determinação da estrutura financeira da empresa.
4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras
Elaboração de planos ou orçamentos de forma a orientar a posição financeira
da empresa, possibilitando assim a tomada de decisão no que diz respeito à:
necessidade de aumento da produção e/ou venda; determinação de aumento de
capital de giro; captação de recursos para suprir o déficit ou investimento dos
recursos excedentes.
As entradas de saídas de recursos financeiros de uma empresa podem ser
controladas utilizando o fluxo de caixa, comumente são representadas pelas
seguintes contas:
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
9
• Entradas: faturamento (vendas) – capital próprio – capital de terceiros
– vendas de imobilizado e alugueis;
• Saídas: fornecedores, despesas operacionais, compras de
equipamentos, pagamento de empréstimos.
4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa
A determinação da estrutura do ativo de uma empresa significa definir qual o
montante que deverá ser investido em ativos circulantes e fixos. Este planejamento
deverá ser estratégico, de forma a evitar alta imobilização com comprometimento do
capital de giro da empresa.
A FIG. 1 traz a demonstração das fontes e das aplicações financeiras de uma
empresa.
FIGURA 1
Demonstração das fontes e das aplicações financeiras da empresa
ATIVO PASSIVO
APLICAÇÕES FONTES DE RECURSOS
Curto Prazo
Longo Prazo
Fixo
Capital de Terceiros
Capital Próprio
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
10
4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa
Esta função determina a maneira de captação de recursos para formar a
estrutura financeira da empresa. Deve-se definir se a empresa utilizará capital
próprio ou capital de terceiros – com financiamento de curto e/ou de longo prazo.
Essa definição afeta tanto a lucratividade quanto a liquidez da empresa.
A FIG. 2 mostra as fontes de recursos comumente utilizadas pelas empresas.
FIGURA 2
Fontes de recursos financeiros das empresas
Fonte: Vieira (2005, p. 4)
“Vencer obstáculos com energia e firmeza, são requisitos de um
bom Administrador Financeiro”.
4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro
• estimar os recursos que serão necessários para executar os planos
operacionais da empresa;
• determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido na própria
empresa ou de fontes externas;
• identificar os melhores meios e fontes para a obtenção de recursos
adicionais, quando se fizerem necessários;
• estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos para
executar os planos operacionais.
Estrutura de
Capital
BANCOS
ACIONISTAS
A
T
I
V
O
S
Recursos de capital de
terceiros
Recursos de capital
próprio
Fontes de
Financiamento
de Ativos
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
11
4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde
financeira da empresa:
• confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimônio da
empresa não pode ser misturado ao patrimônio dos donos;
• elaborar plano de negócio incompatível com a realidade do mercado;
• investir e fixar metas sem uma avaliação precisa das necessidades
operacionais – investimento não planejado;
• ausência de controle dos custos, bem como de outros controles internos
ligados à capacidade de gerenciamento de uma empresa: compras,
vendas, estoques, finanças, contabilidade, recursos humanos, etc.;
• estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro;
• acumular dívidas e utilizar recursos emprestados a uma alta taxa de juros
para suportar os gastos da empresa;
• fazer vendas a prazo sem adotar uma análise de crédito criteriosa
(comprovante de renda ou residência, referências, consultas de crédito,
etc.);
• inexperiência dos sócios no ramo de atividade escolhido para o
empreendimento;
• remuneração dos sócios incompatível com a situação financeira da
empresa.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
12
Capital de Giro Bruto: Capital total investido no ativo circulante
Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido
OBS:
- Quando o CCL é positivo significa a existência de recursos de longo prazo
aplicados nas contas de curto prazo do ativo;
- Quando o CCL for negativo indica a existência de aplicações de longo prazo sendo
financiadas por recursos de curto prazo.
(VIEIRA, 2005)
ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO
1. Introdução
Na perspectiva de Vieira (2005), a Administração do Capital de Giro “pode ser
caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos
que compõem os grupos circulantes do Balanço Patrimonial – ativo circulante e
passivo circulante”.
Tem como objetivo a manutenção do equilíbrio financeiro da empresa que
pode ser alcançado com a administração criteriosa do quanto deve ser investido nas
contas do ativo circulante e como esses investimentos devem ser financiados.
Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro típico é dedicado ao
gerenciamento do capital de giro.
Capital de Giro = AC
CCL = AC - PC
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
13
2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro
O Capital de Giro Bruto consiste em quatro componentes principais: caixa,
títulos financeiros, estoques e contas a receber. As empresas geralmente seguem
um ciclo no qual elas compram estoques, vendem os produtos a prazo, e então
acumulam contas a receber. Uma política correta de capital de giro destina-se
minimizar o tempo entre os desembolsos de caixa para matérias-primas e o
recebimento em dinheiro das vendas.
2.1 Administração do Caixa
O caixa pode ser considerado um “ativo não lucrativo”. Embora necessário
para pagar as despesas operacionais, deve ser bem administrado para não
ocasionar dinheiro parado, pois o caixa em si não recebe juros.
A Administração de Caixa eficiente inclui gerenciamento correto das entradas
e saídas de caixa, que abrange:
• melhorar as previsões de fluxos de caixa;
• sincronizar as entradas e saídas de caixa;
• acelerar os recebimentos;
• deslocar os fundos disponíveis para onde são necessários;
• controlar os desembolsos.
2.1.1 Ciclo Operacional
É o período que vai da compra de matérias-primas até o recebimento das vendas
dos produtos acabados.
Nas empresas industriais a duração do ciclo operacional depende:
• do prazo de estocagem de matérias-primas;
• da extensão do ciclo produtivo;
• do prazo de estocagem dos produtos acabados;
• do prazo de crédito concedido aos clientes.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
14
Graficamente tem-se:
Ciclo Operacional
Compra Venda Recebimento
PME PMC ou PMRV
2.1.2 Ciclo de conversão de caixa ou ciclo de caixa
O ciclo de conversão de caixa representa o período médio compreendido entre
os pagamentos e os recebimentos operacionais.
Graficamente tem-se:
Ciclo Operacional
Compra de
Matéria-Prima Venda de Prod. Acabado Cobrança Dupl. a Receber
PME = 85 dias PMC = 70 dias
0
D=35 D=85 D=155
PMP=35 dias
Pgto.Duplicatas Recebimento
Ciclo de Conversão de Caixa
Fonte: Vieira, 2005.
Ciclo Operacional = PME + PMC Ou CO = PME + PMC
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
15
‘
2.1.3 Giro de Caixa
O giro de caixa representa o número de vezes em que o caixa girou no período de
análise. Quanto maior for o giro de caixa, menor será a necessidade de caixa para
suportar as operações.
Maximização do giro do caixa
Existem maneiras de maximizar o giro do caixa, minimizando, por conseguinte, as
necessidades de caixa:
• aumentar o giro do estoque por meio de: aumento do giro das matérias-
primas; diminuição do ciclo de produção; aumento do giro de produtos
acabados;
• acelerar o processo de recebimento;
• reduzir o prazo concedido nas vendas a prazo;
• aumentar o prazo de pagamento a fornecedores.
O QUADRO 1 traz as principais fórmulas utilizadas para o gerenciamento do caixa.
Ciclo de Conversão de Caixa = CO - PMP
Ciclo de Conversão de Caixa = PME + PMC - PMP
CO = Ciclo Operacional
PMC = Período Médio de Cobrança
PME = Período Médio de Estoque
PMP = Período Médio de Pagamento
- Quanto maior o Ciclo de Conversão de Caixa, maior o custo para a
empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento ou
mesmo do Capital Próprio;
- Ciclo de Conversão de Caixa positivo significa que a empresa precisa se
utilizar de recursos de origem não operacional (empréstimos de curto
prazo) para o financiamento das suas atividades operacionais.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
16
QUADRO 1
Fórmulas para gerenciamento do caixa
Giro de Caixa no Ano
Pagamento Anual de Duplicatas
---------------------------------------------
Saldo Médio de Caixa
Saldo Médio de Caixa
ou Caixa Mínimo
Pagamento Anual de Duplicatas
-------------------------------------------------
Giro de Caixa
Giro de Caixa
360
----------------------------------------
Ciclo de conversão de caixa
2.2 Administração Financeira de Estoques
O Estoque representa um investimento importante em Ativo Circulante para a
maioria das empresas industriais.
A Gestão de Estoque é geralmente controlada pelas áreas de Compras, de
Produção e Vendas. O Gestor Financeiro não exerce controle direto, apenas
contribui na tomada de decisão, pois tem a responsabilidade tanto de levantar o
capital necessário para manter estoques quanto pela lucratividade geral da empresa.
Objetivos Financeiros x Objetivos de Produção x Objetivo da Empresa:
• objetivo financeiro: alcançar o maior giro de estoque possível, porque
quanto maior for o giro de estoque menor será a necessidade de
investimento que a empresa fará;
• objetivo de produção: manter estoques suficientes para satisfazer a
demanda de produção;
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
17
• objetivo da empresa: determinar o nível ótimo de estoque que reconcilie
esses objetivos conflitantes;
2.2.1 Mensuração de Desempenho Financeiro dos Estoques
De um ponto de vista financeiro, o estoque é um ativo e representa dinheiro
preso, que não pode ser utilizado para outros propósitos. Além disso, manter
estoques gera custos de capital, de armazenagem e de risco.
A área de finanças deseja o menor estoque possível e precisa de alguma
mensuração do nível de estoque. O investimento total em estoques é uma boa
medida, mas em si mesmo não se relaciona às vendas.
Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas são:
• Giro de Estoque ou Rotatividade;
• Cobertura de Estoque ou Período Médio de Estocagem
2.2.2 Rotatividade ou Giro de Estoque
A Rotatividade ou o Giro de Estoque é a relação existente entre o consumo anual
e o estoque médio do produto. Em princípio, quanto maior o Giro dos Estoques
melhor será a situação da empresa, uma vez que tal acontecimento estará indicando
um alto grau de comercialização de seus produtos (grande demanda, boa aceitação,
etc.). Todavia, a rotação elevada poderá exprimir um subinvestimento em estoque,
revelando que a empresa opera com estoques inferiores à suas necessidades,
perdendo, portanto, oportunidades de vendas e, conseqüentemente, de gerar
maiores lucros. Da mesma forma, uma baixa rotação pode denotar
superinvestimento em estoques, ou seja, a empresa estaria investindo em estoques,
quantidades superiores às suas necessidades.
2.2.3 Cobertura de estoque ou período médio de estoque (PME)
A Cobertura de Estoque, também conhecida por Período Médio de Estoque ou
Período de Renovação dos Estoques indica o número de meses ou de dias durante
os quais poderá o estoque movimentar-se, sem que haja necessidade de nova
encomenda. É o prazo decorrido entre a compra (efetivo recebimento) e a venda ou
consumo do material.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
18
QUADRO 2
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques
Giro de Estoque de Produto Acabado
(consumo em unidades)
Consumo Médio Anual (un.)
------------------------------------------
Estoque Médio (un.)
Giro de Estoque de Produtos Acabados
(Consumo em R$)
Custo de Mercadoria Vendida (CMV)
-----------------------------------------------------------
Estoque médio de produto acabado (R$)
Giro de Estoque de Matéria-Prima
Custo dos Materiais Utilizados
-----------------------------------------------------
Estoque médio de matéria-prima
Período Médio de Estocagem (PME) 360
-----------------------
Giro de Estoque
Período Médio de Estocagem (PME) 360 x estoque ($)
-----------------------------
CVM
Período Médio de Estocagem (PME) Estoque Médio em unidades
--------------------------------------------
Consumo Médio em unidades
Lucro Bruto Vendas x Margem Bruta
Lucro Líquido Vendas x Margem Líquida
Margem Bruta Lucro Bruto
-------------------------------
Vendas
Margem Líquida Lucro Líquido
-------------------------------
Vendas
Quanto menor for o período médio de estoques da empresa, mais
líquida ou ativa a empresa poderá ser considerada.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
19
2.3 Administração de Duplicatas a Receber
As empresas, em geral, preferem vendas a vista em vez de vendas a crédito,
porém pressões competitivas forçam a maioria das empresas a oferecer crédito. A
fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das Empresas acha
necessário oferecer crédito.
Já que para quase todas as empresas as duplicatas a receber representam uma
grande parte dos seus ativos circulantes, dá-se, normalmente, muita atenção à
administração eficiente dessas duplicatas.
2.3.1 Políticas de Concessão de Crédito
A política de crédito é o conjunto de princípios que, durante certo período,
norteiam o comportamento da empresa quanto à concessão de crédito. Em
situações de forte concorrência entre empresas, a política de prazos de pagamento
pode ser utilizada como vantagem competitiva, para conquistar novas fatias de
mercado.
Ao estipular uma política de crédito a empresa estará colocando em prática
uma estratégia mercadológica para atrair clientes, mas se não houver recursos
financeiros para administrar um volume elevado de valores a receber, pode-se
comprometer a situação financeira da mesma, pois não haverá liquidez financeira
para honrar os compromissos assumidos.
2.3.2 Tipos de Política de Crédito
O crédito para vendas a prazo é liberado segundo três tipos de política:
• liberal: maior risco de não recebimento ou de impontualidade;
• rígida: menor risco de não recebimento ou de impontualidade;
• compatível: risco médio, pela utilização simultânea das políticas
anteriormente citadas;
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
20
O risco existente na autorização de uma venda a prazo é o do recebimento
com impontualidade, o que prejudica o fluxo diário de caixa do fornecedor, e o do
não recebimento. Ambos são prejudiciais.
2.3.3 Variáveis da política de crédito
A Política de Crédito de uma empresa consiste em determinar quatro variáveis:
a) O Período de crédito - fixação de prazos para pagamentos pelos
clientes: É o período de tempo que a empresa concede aos clientes para
pagamento das compras realizadas.
A definição de prazos depende:
• da política adotada pela concorrência;
• das características e do risco inerentes ao mercado consumidor;
• da natureza do produto vendido;
• do desempenho da conjuntura econômica;
• do atendimento de determinadas metas gerenciais internas;
• de mercadologia;
• do prazo do fornecedor e outros fatores.
b) Os Padrões de Crédito - fixação de critérios para aceitação (seleção)
de clientes: os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos
para a concessão de crédito a um cliente. O estabelecimento de padrões de
crédito requer implicitamente uma medida de qualidade de crédito, que é
definida em termos da probabilidade de inadimplência de um cliente.
b.1) Processo para Avaliação de um Pedido de Crédito: a concessão de
crédito deve ser feita com muito critério técnico, com base em:
• análises de balanços: analisar os elementos de decisão, apoiada em
índices de liquidez e estimativas do risco de não pagamento;
• informações comerciais junto a fornecedores;
• bancos ou instituições especializadas (exemplo: Serasa).
• vendedores;
• visita às instalações da empresa e entrevistas com seus executivos;
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
21
• o solicitante de crédito possui casa própria;
• há quanto tempo o solicitante trabalha em seu emprego atual;
• qual a dívida a pagar do solicitante em relação à sua renda anual?
• o cliente potencial tem o histórico de ser pontual em seus pagamentos.
b.2) Padrões de crédito x vendas x recebimento: espera-se que à medida
que uma empresa afrouxa seus padrões de crédito, cresçam suas vendas,
enquanto um arrocho nos padrões de crédito implicará em menores vendas.
Quando as condições de crédito são afrouxadas, concede-se crédito a
clientes menos confiáveis que provavelmente retardarão o pagamento de
suas contas. Quando os padrões de crédito são arrochados, a concessão de
crédito será limitada aos clientes mais confiáveis, e a expectativa é que
paguem suas contas mais depressa.
c) A Política de Cobrança: definição dos métodos de cobrança
(instrumentos, agressividade relativa, etc.). Análise permanente das duplicatas
com atraso e o esforço para seu recebimento;
Tipos de Procedimentos de Cobrança
Inúmeros tipos de procedimentos de cobrança são normalmente empregados.
Se uma conta não for paga na data do vencimento, com a passagem do
tempo as cobranças tornam-se mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos
básicos de cobrança são: cartas; telefonemas; visitas pessoais; agência de
cobrança; ação judicial.
d) Descontos - formalização de procedimentos para concessão de
descontos:
Os descontos financeiros são oferecidos objetivando o incremento das
vendas, atraindo novos clientes ou incentivando volumes maiores de vendas,
e também, a redução de necessidade de caixa através de uma diminuição do
prazo médio de cobrança.
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22
2.3.4 Os cinco Cs do crédito
A base de concessão de crédito deve respeitar os cincos Cs do crédito, criados
por Weston e Brigham:
• caráter - percepção de integridade ou qualidade moral – o cliente procurará
cumprir a sua obrigação?
• condições – constatações de problemas conjunturais – quais serão os possíveis
efeitos de acontecimentos externos sobre a capacidade do cliente para pagar as
suas dívidas;
• capacidade: constatação de competência gerencial para o negócio – o
desempenho operacional e financeiro do cliente permitirá a geração de recursos
para efetuar os pagamentos?
• capital - existência de condições financeiras – o cliente possui bens e outros
recursos disponíveis para cobrir o valor exigido pela transação?
• colateral - existência de garantias que poderiam ser disponibilizadas – o cliente
pode oferecer garantias reais ou não?
Estas condições devem existir, simultaneamente, em qualquer relação de compra e
venda. O atendimento a elas significa a tranqüilidade que o ativo “Duplicatas a
Receber” deve merecer.
QUADRO 3
Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber
Giro de Duplicatas a Receber Vendas Anuais a Credito
------------------------------------------
Duplicatas a Receber
Período Médio de Cobrança (PMC)
360
------------------------
Giro de Duplicatas
Período Médio de Cobrança (PMC)
360 x duplicatas a receber
-------------------------------------------
Vendas anuais a crédito
O Período Médio de Cobrança mostra a média em dias que a
empresa leva para cobrar uma duplicata. Se o índice encontrado for
menor que o prazo concedido para pagamento, então o índice é
aceitável.
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23
EXERCÍCIOS PROPOSTOS
Exercício 1
Ativo Circulante Passivo Circulante
Disponível 53.172 21,0 Fornecedores 57.584 21,2
Estoques 51.657 20,4 Empréstimos 95.910 35,2
Clientes 89.145 35,2 Controladas/Coligadas 40.180 14,8
Controladas/Coligadas 12.423 4,9 Outras Contas 78.492 28,8
Outras Contas 47.114 18,6
Total 253.511 100,0 272.166 100,0
Com os dados da tabela acima, pede-se:
a) Capital de Giro;
b) Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido;
Exercício 2
Uma empresa opera com ciclo de caixa de 32 dias, resultante de 15 dias de
estoques, 35 dias de recebimento de clientes e de 18 dias de pagamento a
fornecedores. As vendas totais anuais é de R$ 2.000.000,00 sendo que desse valor
R$1.200.000,00 correspondem a vendas a prazo. As compras são realizadas a
prazo e o montante anual foi de R$1.700.000,00. A empresa trabalha com uma
margem de lucro bruta de 25%. Determine o valor de cada item componente do
circulante dessa empresa e o capital circulante líquido.
Exercícios 3
Uma empresa apresenta os seguintes dados: custo anual das mercadorias vendidas
de R$24.000.000 e o estoque médio de R$6.000.000.
Responda as questões abaixo:
a) Qual será a taxa de giro de estoque?
b) Qual seria a redução no estoque se o giro de estoque crescesse para 12
vezes por ano?
c) Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque médio, de quanto
será a economia?
Exercício 4
Em cada um dos seguintes casos, calcule o investimento médio em estoque.
Suponha um ano de 360 dias.
a. A empresa tem vendas de R$2.000.000,00, uma margem bruta de 20% de
lucro e o período médio de estoque de 60 dias.
b. O custo de mercadoria vendida é de R$230.000,00 e o período médio de
estoque é de 65 dias.
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24
c. As vendas da empresa são de R$790.000,00, sua margem bruta de lucro é de
12% e a taxa de giro de estoque é de 5.
d. O custo de mercadorias vendidas da empresa é de R$5.480.000,00 e a taxa
de giro de estoque é de 6.
Exercício 5
O PMP da Cia. Barcos Ltda. é de 50 dias. A Empresa tem uma taxa de Giro de
Estoque de 4 e Giro de Duplicatas a receber de 9. Seus desembolsos anuais com
pagamento de duplicatas são de aproximadamente R$2.500.000,00. Calcule a
necessidade mínima de caixa operacional, supondo um ano de 360 dias.
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25
FLUXO DE CAIXA
1. Introdução
O fluxo de caixa é um instrumento gerencial de grande importância na tomada
de decisões empresariais, possuindo como objetivos básicos:
• coletar dados;
• organizar dados;
• gerar subsídios (dados, informações) para previsões.
2. Função do Fluxo de Caixa
O Fluxo de Caixa visa o controle rígido dos recursos financeiros da empresa,
de forma a permitir antecipadamente a decisão quanto ao destino a ser dado aos
recursos, bem como determinar como serão pagos os desembolsos.
O Fluxo de Caixa é um instrumento de Gestão que provém da
integração do contas a receber com o contas a pagar, podendo se
referir ao passado (fluxo realizado) ou ao futuro (fluxo projetado).
2.1 Fluxo de Caixa Realizado
Quando se olha para o passado e se comparam as contas recebidas com as
contas pagas.
2.2 Fluxo de Caixa Projetado
Quando se compara o contas a receber com o contas a pagar.
O fluxo de caixa projetado permite visualizar, simultaneamente, o contas a pagar e o
contas a receber e, conseqüentemente, decidir sobre:
• o melhor momento da compra;
• o melhor momento da venda à vista;
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26
• os momentos mais “carregados” do contas a pagar;
• projetar “estouros / sobras” de caixa;
3. Características do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa possui as seguintes características:
• é imediato – o que indica que deva ser atualizado diariamente –
garantindo assim uma visão realistas da situação financeira da empresa;
• permite olhar tanto para o passado quanto para o futuro - o que possibilita
ao administrador projetar, dia-a-dia dentro de determinados limites, a
evolução de seu disponível. Dessa forma ele poderá tomar, com a devida
antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a
escassez ou excesso de recursos;
• de fácil análise - ou o dinheiro entrou ou não entrou. Ou saiu ou não saiu.
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa
A- Entradas
Discriminação de todos os ingressos
B- Saídas
Discriminação de todos os desembolsos
C- Saldo no Período (A-B)
D- Saldo Acumulado Anterior
E- Saldo Acumulado Atual (C+D)
Fluxo de Caixa ou Fluxo Financeiro
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27
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa
+
-
=
6. Elaboração do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa, a primeira vista, é uma ferramenta simples de ser utilizada,
o que dificulta a sua elaboração é o levantamento dos dados referentes às entradas
e saídas do caixa. Principalmente quando se trata de pequenas empresas, pois seus
empreendedores adotam procedimentos nem sempre recomendáveis no trato
dessas contas. Dessa maneira, algumas dicas são fundamentais para a elaboração
do fluxo de caixa, para que este forneça informações confiáveis à tomada de
decisão:
• todos os pagamentos deverão ser feitos em cheque - evitar os
pagamentos em dinheiro, isto porque se perde o histórico da operação;
• criar um fundo de troco para as pequenas despesas - passar para esse
fundo, no início da semana, valor suficiente para despesas como
condução e café e prestar contas no final da semana;
Saldo Inicial
Entradas
Saídas
Saldo Final
Aporte de recursos
próprios
ou de terceiros
Aplicação no
negócio
Aplicação
Financeira
+-
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28
• não confundir pessoa física com pessoa jurídica - evitar sempre que
possível o pagamento de contas da empresa com cheque do sócio e vice-
versa;
• não confundir pró-labore com lucro - pró-labore é a retirada do sócio que
trabalha na empresa, enquanto que o lucro é a remuneração do capital
investido;
• realizar sempre a conciliação bancária - é importante lembrar que o saldo
da empresa não vai coincidir com o do banco, em função do período de
tempo existente entre o recebimento/emissão do cheque e a operação
bancária, daí a importância da conciliação bancária, no mínimo
semanalmente;
• documentar todas as operações com cópias - todo o cheque emitido
deverá ser acompanhado de cópia. Igual procedimento se aplica a
contratos e recibos. Enfim, o arquivo das informações é muito importante
para futuras consultas.
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa
6.1.1 Elaboração
• verificar o saldo inicial;
• obter previsão do contas a receber;
• obter previsão do contas a pagar;
• atualizar diariamente o movimento do caixa, lançando na planilha de
trabalho (ou no sistema) as informações obtidas em seus respectivos
campos e datas.
6.1.2 Monitoramento
• providenciar extratos bancários;
• conciliar os extratos bancários com seus lançamentos e identificar os
depósitos;
• atualizar os saldos;
• comparar campos de “previstos” com “realizado”;
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
29
• analisar os saldos para aporte de recursos ou para direcionar as
aplicações;
• analisar as contas problemáticas e as contas que superam as previsões
(gráficos);
• tomar medidas preventivas e corretivas para a saúde do caixa.
6.2 Análise do Fluxo de Caixa
A análise é feita depois do lançamento dos dados. Deve-se verificar a relação
das entradas com as saídas de dinheiro. Se houver um equilíbrio entre essas contas,
significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os
compromissos assumidos.
Duas situações demonstradas pelo fluxo irão exigir mais atenção do gerente
financeiro:
• quando as entradas forem inferiores às saídas – estouro de caixa;
• quando as entradas forem superiores às saídas – excedente de caixa.
6.2.1 Estouro de Caixa
Existem momentos que, por vários motivos, o famoso “estouro de caixa”
acontece. O contas a pagar é superior ao contas a receber e o saldo é insuficiente
para pagar os compromissos assumidos pela empresa. No quadro abaixo tem-se um
resumo dos possíveis sintomas de um estouro de caixa, as causas prováveis que
levaram a essa situação e algumas sugestões de como melhorar esse desempenho.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
30
7. Classificação dos Fluxos de Caixa
Os fluxos de caixa podem ser classificados em:
• Fluxo de caixa operacional;
• Fluxo de caixa de investimento;
• Fluxo de caixa de financiamento.
7.1 Fluxo de Caixa Operacional
É aquele que mostra a movimentação financeira relacionada com a atividade
principal da empresa.
Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, Receitas resultantes
de vendas etc.
Sintomas
Insuficiência
crônica de
caixa;
Captação
sistemática de
recursos
através de
empréstimos;
Sensação de
esforço
desmedido.
Causas
Vendas baixas;
Excesso de
investimentos em
estoque;
Excesso de
imobilizações;
Excesso de retirada
dos sócios;
Descompasso
negativo entre
recebimento e
pagamento;
Recessão econômica.
Decisões
Aumento de Capital Próprio
(aporte de capital pelos sócios
ou ingresso de novos sócios);
Adequação do nível de
operações e recursos
disponíveis;
Contenção de custos e
despesas;
Venda de ativos;
Geração de novas receitas e
maior controle do contas a
receber (redução da
inadimplência).
Alterações nas datas dos
desembolsos;
Vendas a vista;
Operações financeiras para
reforçar o caixa, arcando com
os custos.
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31
VP = R x [(1+i)n
-1]
----------------------
[i.(1+i)n
]
VP = R x [(1+i)
n
– 1]
----------------
[i(1+i)n-1
]
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento
São as saídas monetárias da empresa destinadas à aquisição de ativos
permanentes (terreno, maquinário, equipamento), assim como as entradas de
recursos financeiros provenientes da venda destes mesmos ativos.
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento
Decorrentes de decisões de captação de recursos junto aos acionistas e às
instituições financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortizações de
empréstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e
de investimento.
Cálculo do Valor Presente
Fórmula para Pagamento sem entrada
Fórmula para Pagamentos com Entrada
Onde:
VP = Valor Presente;
R = Valor da Parcela ou
Prestação;
I = Taxa de juros;
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32
R = VP [i.(1+i)n-1
]
-------------
[(1+i)n
-1]
R = VP x [i.(1+i)n
]
-----------------
[(1+i)n
-1]
Cálculo do Valor da Prestação
Fórmula para Pagamento sem Entrada
Fórmula para Pagamento com Entrada
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
33
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S
Execício 1
Uma pessoa financia um objeto em 5 parcelas iguais e seguidas de R$1.000,00 a
partir do próximo mês (ou seja, sem entrada). Se a taxa bancária de juros é de 7%
ao mês, qual é o Valor Presente (VP) deste objeto?
Exercício 2
Considere o problema do exemplo anterior e uma nova alternativa. Refinanciar a
compra do objeto que custa o Valor Presente em 5 parcelas iguais e seguidas a
partir do mês inicial. Considere a mesma taxa bancária de juros. Qual deverá ser o
valor de cada nova parcela R?
Exercício 3
O gerente da empresa Alfa detectou a necessidade da aquisição imediata de 4
computadores. Analisando o seu fluxo de caixa projetado ele percebeu que haverá
uma sobra de caixa mensal de R$1.800,00 nos próximos 6 meses. Ele poderá
utilizar este dinheiro para aquisição das máquinas. Ele recebeu algumas propostas
de financiamento. Analise a melhor opção.
Valor do Financiamento = R$6.000,00
Taxa de juros mensal = 6%
1a
. Opção – pagamento de 6 parcelas fixas, sem entrada;
2a
. Opção – pagamento em 4 parcelas fixas, sem entrada;
3a
. Opção – pagamento em 3 parcelas fixas, com entrada.
8. Equivalência de Fluxo de Caixa
Dois ou mais fluxos de caixa são equivalentes a uma determinada taxa de
juros, se os seus valores atuais, calculados com essa mesma taxa, forem iguais. O
estudo da equivalência se faz no regime de juros compostos.
Convém ressaltar que se os fluxos de caixa tiverem o mesmo valor atual a
uma determinada taxa de juros, então os seus montantes após n períodos, obtidos
com essa mesma taxa, serão necessariamente iguais.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
34
É importante destacar que a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de
juros. Assim, se dois fluxos são equivalentes a uma certa taxa, essa equivalência
deixará de existir se a taxa for alterada.
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento
8.1.1 Sistema Americano - Pagamento Final
O financiamento feito pelo Plano de Pagamento Final implica que o valor
financiado é pago de uma só vez, no final do período. Os juros são capitalizados ao
final de cada período (mês ou ano). Esta modalidade de pagamento é utilizada em:
Papéis de Renda Fixa (Letras de Câmbio ou Certificado de Depósito com renda
final), Títulos descontados em banco comercial;
8.1.2 Sistema Americano - Pagamento Periódico de Juros
É realizado o pagamento somente de juros ao final de cada período. No final
do prazo do empréstimo é pago, além dos juros do último período, também o
principal integral. Esta modalidade é utilizada em - Papéis de Renda Fixa, com renda
paga periodicamente (letras de câmbio com renda mensal, certificado de depósito
com renda mensal, trimestral).
8.1.3 Sistema Francês - Sistema Price
A parcela periódica de pagamentos compreende os juros do período mais
amortização de parte do principal. Esta modalidade é utilizada em: financiamento
imobiliário, crédito direto ao consumidor: automóveis, eletrodomésticos:
Como Calcular:
• Cálculo do valor da prestação;
• Cálculo dos juros do período pela aplicação da taxa do contrato sobre
os valores do saldo (remanescente do principal) no início do período;
• Cálculo da amortização do principal, pela diferença entre o valor da
prestação e o valor dos juros do período.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
35
8.1.4 Sistema de Amortização Constante – SAC
O financiamento é pago em prestações decrescentes. Cada parcela
compreende pagamento de juros e da amortização de parte do principal.
Esta modalidade é utilizada em: financiamentos imobiliários e em financiamentos à
empresa, por parte de entidades governamentais.
Como cálcular:
• Cálculo da amortização do principal, que tem valor constante em todas as
prestações, por meio da divisão do principal pelo número de prestações;
• Cálculo dos juros do período, pela aplicação da taxa do contrato sobre o
valor do saldo (remanescente do principal) no início do período;
• Cálculo do valor da prestação pela soma da amortização do principal com
os juros do período.
Em cada período, o principal remanescente decresce do valor de
uma amortização. Como todas as amortizações são iguais esse
decréscimo será uniforme, e, portanto os juros dos períodos
também serão uniformemente decrescentes ao longo do tempo.
Observa-se que os juros de cada prestação vão diminuindo com o
tempo, pois o principal remanescente vai se tornando cada vez
menor. Como o valor da prestação é constante, a parcela de
amortização de cada prestação vai aumentando ao longo do tempo.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
36
9. Coeficiente de Financiamento
Um gerente de uma agência de automóveis quer calcular coeficientes para
financiamentos, por unidade de capital emprestado. Estes coeficientes quando
aplicados ao total do capital darão como resultado a prestação. Sabendo-se que a
agência cobra 5% de juros ao mês, calcule o coeficiente para 6 e 12 meses.
Usando a HP:
Para 6 meses
Pela HP Visor
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00
Entre com o número de meses:6[n] 6.00
Entre com a unidade de capital
emprestado:1[PV]
1.00
Calcule o coeficiente para as
prestações:PMT
-
0.19702
Desconsidere o sinal negativo. Ele só representa a direção de saída do fluxo. Neste
caso, para um financiamento de R$10.000,00, em 6 meses, as prestações devem
ser de:
10.000,00 x 0,19702 = 1.970,20
Para 12 meses
Pela HP Visor
Limpe as memórias:[F][REG] 0.00
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00
Entre com o número de meses:12[n] 12.00
Entre com a unidade de capital
emprestado:1[PV]
1.00
Calcule o coeficiente para as
prestações:[PMT]
-
0.11283
Empregando a Fórmula:
PMT = PV x i(1+i)n
------------------------
(1+i)n
– 1
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
37
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S
Exercício 1
Um empresário adquiriu um equipamento por R$42.000,00 hoje, com pagamentos
em 5 prestações trimestrais postecipadas, a uma taxa de juros de 4% ao trimestre.
Se o empresário decidir quitar o financiamento no final do terceiro trimestre (após
efetuar o terceiro pagamento), qual será o valor pago para resgatar a dívida nesta
data? Fazer os cálculos assumindo que o empresário contraiu o financiamento nos
seguintes sistemas: PRICE e SAC.
Exercício 2
Uma empresa adquiriu um financiamento no valor de R$185.000,00 em um Banco
de Desenvolvimento, se comprometendo a pagar em 4 prestações anuais, a uma
taxa de juros de 8% ao ano. No entanto, a empresa só começará a pagar as
prestações no final do terceiro ano, pois conseguiu negociar com o Banco esse
período de carência. Montar as tabelas de amortização e determinar os valores das
prestações, juros e saldos, nos seguintes sistemas: PRICE e SAC.
OBS: Durante o período de carência a empresa não paga a prestação, mas o valor
financiado é acrescido dos juros correspondente a este período.
Exercício 3
Um empresário adquiriu uma frota de caminhões por R$300.000,00 hoje, com
pagamentos em 6 prestações mensais a uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Sendo
que a primeira prestação ocorre somente no final do 3º mês após a compra. Se o
empresário decidir quitar o financiamento após efetuar o quarto pagamento, qual
será o valor pago para resgatar a dívida nesta data? Fazer os cálculos, assumindo
que o empresário contraiu o financiamento os seguintes sistemas: PRICE e SAC.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
38
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES
1. Margem de Contribuição
Pode-se entender Margem de Contribuição como a parcela do preço de venda
que ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos
Custos Fixos e, ainda, para a formação do Lucro.
A Margem de Contribuição Unitária é dada pela fórmula:
Exemplo 1
Determinado produto é vendido por R$15,00 a unidade. O seu custo variável unitário
é formado por: material direto (MD) no valor de R$3,00 e mão-de-obra direta (MOD)
R$4,00. A comissão de venda é de 5% sobre o valor vendido e os impostos de
venda correspondem a 15% do preço de venda. A média de venda da empresa é de
300 unidades por período. Pede-se:
a) O valor a margem de contribuição unitária;
b) O valor da margem de contribuição total;
c) Análise do dado encontrado.
Exercício 2
A empresa está estudando qual o produto dará mais lucro, para poder incentivar
suas vendas. Os custos fixos da empresa são de R$2.455.000,00.
Produto Custo Direto
Variável
Custo
Indireto
Variável
Custo
Variável
Total
Preço de
Venda
Margem de
Contribuição
Unitária
A 700 80 780 1.550
B 1.000 100 1.100 2.000
C 750 90 840 1.700
Pede-se
a) Calcular a margem de contribuição de cada produto;
MCunitária = PV – (CV + DV)
MCunitária = Margem de Contribuição
Unitária;
PV = Preço de Venda;
CV = Custo Variável
DV = Despesa Variável
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
39
b) Analisando a margem de contribuição, determine qual o produto deverá ter
suas vendas incentivadas. Explique a sua resposta;
c) Faça a Demonstração dos Resultados para as seguintes vendas: produto A
1.500 unidades; produto B 1.800 unidades e produto C 1.000 unidades.
Produtos A B C Total
Vendas
(-) Custo Variável dos
Produtos Vendidos
(=)Margem de
Contribuição
(-)Custos Fixos Totais
(=) Resultado
Exercício 3
A empresa Arquivaço S A fabrica armários de aço de diversos modelos e que têm as
seguintes características de custos num nível de produção de 100 unidades de
cada:
Produto/
Modelo
MP
$/un
MOD
$/un
CIF
$/un
Custo total
$/un
01 300 500 450 1.250
02 400 500 550 1.450
03 500 600 550 1.650
04 600 600 550 1.750
Preços de Venda por Unidade
Modelo 01 R$ 1.500
Modelo 02 R$ 1.550
Modelo 03 R$1.750
Modelo 04 R$1.900
De acordo com esses dados, apresente a margem de contribuição de cada produto.
Quais são os dois produtos que garantem maior lucratividade para a empresa?
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
40
(Quantidade x Preço de Venda) – (Custo Variável x Quantidade) = Custo Fixo
(QxPV) – (CV x Q) = CF
MC x QPE = CFQPE = CF
----------------
(PV – CV)
Receita no PE = Qpe x PV
2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point
Refere-se ao ponto de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no
qual, os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais.
Fórmula:
Receita Total = Gastos Totais
Quantidade x Preço de Venda = Custo Fixo + (Custo Variável x Quantidade)
Onde:
QPE = Quantidade no Ponto de Equilíbrio ou Produção no Ponto de Equilíbrio;
CF = Custo Fixo;
PV = Preço de Venda;
CV = Custo Variável.
Exemplo 1
Preço de Venda = R$10,00
Custo Fixo Total = R$2.000,00
Custo Variável = R$6,00
Pede-se:
a) Calcular a Margem de Contribuição e a Quantidade no Ponto de Equilíbrio;
b) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
41
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
Receita Total
Custo Variável Total
Margem de Contribuição Total
Custo Fixo
Lucro Líquido Operacional
2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio
Pelo índice do ponto de equilíbrio a empresa poderá saber o quanto as suas
receitas de vendas podem cair e ainda permanecer na faixa de segurança. Significa
dizer o quanto as receitas podem cair sem entrar no prejuizo.
Exemplo 2
Diante dos seguintes dados:
Especificações Cia X Cia Y
Vendas Anuais 100.000,00 100.000,00
Preço Médio de Venda p/ un 10,00 5,00
Custo Variável p/ un 8,00 2,50
Custo Fixo Total 16.000,00 25.000,00
Índice de Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo
----------------------------------------------------------
Receita Vendas – Custo Variável Total
OBSERVAÇÃO
Quanto menor o Índice de Ponto de Equilíbrio, tanto melhor, pois maior
será a Margem de Segurança da Empresa. Um PE de 0,10 indicará que a
empresa contará com uma Margem de Segurança de 90%, ou seja, para
a empresa entrar em prejuízo a receita precisará cair 90%.
Pede-se
a. O Ponto de Equilíbrio para as
duas empresas em termos de
unidade;
b. O Ponto de Equilíbrio e termos
de vendas;
c. O Índice do Ponto de Equilíbrio
e a Margem de Segurança;
d. Conclusões.
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42
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S
Exercício 1
Com os seguintes dados:
Custos Fixos = R$12.000,00;
Custos Variáveis = R$7,50 por unidade produzida
Preço de Venda = R$10,50
Pede-se:
a) A Quantidade no Ponto de Equilíbrio;
b) Receita no Ponto de Equilíbrio;
c) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio.
Exemplo 2
Qual a Quantidade e a Receita no Ponto de Equilíbrio, se o Custo Fixo Total for de
R$24.000,00, o Custo Variável Total igual a R$9,60 por unidade produzida e o Preço
de Vendas de R$12,00 por unidade. Faça a Demonstração de Resultado no Ponto
de Equilíbrio.
Exemplo 3
Você pode alugar um carro a R$1,00 por quilômetro, ou então, adquiri-lo. Os Custos
Fixos na compra do carro serão de R$11.000,00 por ano e os Custo Variáveis de
R$0,50 por quilômetro. Quantos quilômetros você terá de dirigir o carro por ano, a
fim de que a compra se torne mais econômica do que o aluguel?
Exemplo 4
Os dados abaixo foram estimados para 100% da capacidade da Cia. Industrial de
Portões Praia.
Especificações Valores
Vendas Líquidas: 100.000 un 2.500.000,00
Material Direto (CV) 360.000,00
MOD (CV) 400.000,00
DIF (CF) 400.000,00
CIF (CV) 500.000,00
Despesas Comerciais e Adm. (CF) 150.000,00
Despesas Comerciais e Adm. (CV) 240.000,00
Pede-se:
a) Determinar a percentagem da
capacidade de operação, ou
seja, o índice do Ponto de
Equilíbrio e a Margem de
Segurança.
b) Calcular o volume de vendas
no Ponto de Equilíbrio;
c) Preparar a Demonstração de
Resultado no Ponto de
Equilíbrio
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43
3. Formação do Preço de Vendas
Vários fatores influenciam a formação de preço de um produto ou serviço, dentre
eles:
• concorrência: mercados onde há várias empresas oferecendo produtos
semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que se não houvesse
competidores;
• clientes: as empresas devem se preocupar com a reação dos clientes ao
estabelecer ou alterar os preços dos produtos;
• gastos: a empresa espera recuperar todos os gastos efetuados para produzir
o produto e ainda obter algum lucro;
• governo: pode influir nos preços por meio de: subsídios, incentivos fiscais à
produção, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de
tributos.
3.1 Formação de Preços baseada em Custos
O preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos
à empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preço obtido a partir
do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e
determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado
esteja disposto a pagar.
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44
3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria
Calcular Custo de Produção
Calcular o Mark-UP
Corresponde aos gastos que só acontecem após a venda. Constitui-se,
normalmente dos seguintes elementos:
PIS sobre Faturamento (Programa de Integração Social – Imposto Federal) – 0,65% sobre
a receita bruta de vendas;
COFINS – Contribuição Social sobre Faturamento (Imposto Federal) = 2% sobre
faturamento;
ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação.
Imposto de competência estadual;
Comissões e Encargos Sociais: percentual em relação ao preço de venda;
Fretes: percentual em relação ao preço de venda
% Despesas Administrativas + % Despesas Fixas de Vendas + % Despesas Financeiras +
% Custos Fixos de Fabricação + % de Lucro Líquido Operacional
Calcular o Custo de Fabricação ou de Produção
Mão-de-Obra Direta + Material Direto (Matéria-Prima) + Custo Indireto de Fabricação.
(MOD + MD + CIF)
Cálculo do Material Direto
Custo da Nota Fiscal - Descontos Concedidos - Impostos Recuperáveis, incluso no custo
de aquisição (ICMS) + Fretes pagos pelo comprador + Seguro de responsabilidade do
comprador + Impostos não recuperáveis não inclusos no preço de venda do produto (IPI)
+ Custos de recebimento e inspeção + Custos de armazenamento.
Cálculo da MOD
Salário Base + Horas Extras +13º Salário proporcional + Férias Proporcionais +
Adicional de Férias (1/3 sobre férias) + INSS Patronal + FGTS + Outros
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45
PV = Custo de Fabricação
---------------------------------
1 – Mark-Up
Calcular o Preço de Venda
Exemplo 1
A Indústria ABC Ltda. possui os seguintes dados, referentes ao seu custo de
produção:
a) Custo Unitário de Produção = R$500,00;
b) PIS = 0,65%;
c) COFINS = 2,0%;
d) ICMS = 18,0%;
e) Comissão sobre vendas = 5,0%;
f) Lucro = 15,0%.
Pede-se:
Calcular o Preço de Venda para este produto.
3.1.2 Formação do Preço de Venda para o Comércio:
Cálculo do Mark-Up:
(+) % de Lucro Líquido Operacional;
(+) % Comissão sobre Vendas;
(+) % Impostos;
(+) % de Custos Fixos
Cálculo do Valor da Mercadoria:
(+) Valor da Mercadoria constante na Nota Fiscal;
(-) Valor do ICMS
(+) Valor do Frete de responsabilidade do comprador
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46
• Cálculo do Preço de Vendas:
Exemplo 2
O Armarinho Agulha Ltda., quer calcular, com a seguinte estrutura de custos, o preço
de venda de um determinado produto.
- Valor unitário do produto constante na Nota Fiscal = R$13,00;
- Frete pago = R$1,30;
- ICMS destacado na Nota Fiscal = R$1,56;
- ICMS = 18%;
- PIS = 0,65%;
- COFINS = 2,0%;
- Venda Média Mensal da Empresa = R$3.000,00;
- Custo Fixo Mensal = R$R$450,00;
- Comissão sobre vendas = 8,0%;
- Lucro Desejado = 10,0%.
Pede-se:
Calcular o Preço de Venda do Produto citado.
3.1.3 Formação de Preço para Empresas Prestadoras de Serviços
Cálculo do Custo Total Unitário dos Serviços Prestados
(+) Salário de Pessoal;
(+) Encargos Sociais;
(+) Custos Fixos Unitário.
Cálculo do Mark-Up
% de Impostos;
% de Comissão sobre vendas;
% de Lucro Líquido Operacional
PV = Custo Total Unitário da Mercadoria
---------------------------------------------------
(1-Mark-Up)
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47
Exemplo 3
A empresa de Assistec, especializada em consertos de eletrodomésticos, apresenta
os seguintes dados na composição do seu custo:
- Oito técnicos com disponibilidade de 176 hora/mês cada um;
- Custos Fixos Mensais = R$1.200,00;
- Salário do pessoal técnico sem encargos = R$1.765,00;
- Encargos sobre a folha de pagamento de 71% do valor dos salários;
- ISS sobre a prestação dos serviços = 3,0%;
- PIS = 0,65%.
O proprietário da empresa deseja um Lucro de 15% sobre o preço de venda de seus
serviços e deseja saber quanto deve cobrar por uma hora técnica, referente aos
serviços prestados.
Preço de Venda = Custo Unitário Serviço Prestado
------------------------------------------------
(1- Mark-UP)
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48
E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S
Exercício 1
A Mercantil Ltda. projetou os seguintes valores associados às suas operações. Com
base nos números fornecidos, pede-se calcular o mark-up da empresa.
Descrição Valor Descrição Valor
Faturamento R$ 500.000,00 por mês Outros gastos R$70.000,00 por mês
Comissões 2% do valor da venda ICMS 18% do valor da venda
Aluguel da Loja R$20.000,00 por mês Lucro R$10.000,00 por mês
Pede-se:
a) Calcular o mark-up da empresa.
Exercício 2
A Indústria Unida Ltda. pretende vender os seus produtos com uma margem igual a
10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$540,00 por unidade. As
demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais
despesas e impostos. Pede-se:
a) Qual deveria ser a taxa de marcação correspondente?
b) Qual deveria ser o preço praticado?
Exercício 3
A empresa Radical Ltda. apresentou os dados que constam na tabela abaixo.
Valor pago pela matéria-prima R$2.100,00, com 12% de ICMS incluso.
Despesas variáveis de vendas 4%
Despesas fixas comerciais e administrativas 12%
PIS e COFINS 3,65%
ICMS sobre vendas 17%
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49
Pede-se:
a) Qual o mark-up multiplicador para um lucro de 10% sobre o preço de vendas?
b) Qual o valor do preço de vendas para um lucro de 20%?
c) Qual a margem de contribuição para um preço de venda de R$3.500,00?
d) Qual será o ICMS a recolher sobre um preço de venda de R$3.500,00?
Exercício 4
Uma loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%,
comissão de venda igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a
15%. Qual o valor da taxa de marcação que ela deve usar?
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50
ANÁLISE DE INVESTIMENTO
1. Introdução
Diante das várias alternativas de investimento as empresas optam por
aquelas que lhes oferecem um retorno financeiro superior à melhor aplicação já
existente no mercado. Decisões que envolvem a escolha de aplicação em projetos
nem sempre são simples, pois na maioria das vezes a escolha de um exclui o outro.
Com vistas a contribuir para a escolha entre projetos excludentes Brasil (2002),
sugeriu estudar as seguintes metodologias:
valor presente líquido – VPL;
taxa interna de retorno – TIR;
período de recuperação do capital – Payback;
índice de lucratividade – IL;
valor anual equivalente – VAE.
Horizonte de Planejamento: período de tempo determinado pela empresa,
para analisar os ganhos líquidos referentes a determinado projeto.
Normalmente esse período é definido baseado na vida útil dos ativos
envolvidos, (CLEMENTE, 2008).
Fluxo de Caixa de um Projeto: resultado da diferença entre as entradas e
saídas esperadas de recursos.
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51
1.1 Valor presente líquido – VPL
Brasil (2002), esclarece que quando se analisa o VPL de um projeto busca-se
o potencial de criação de valor sobre o investimento exigido por ele.
Sobre o resultado se faz as seguintes considerações:
Sendo:
FC = Fluxo de caixa (do período zero até o período n);
i = taxa de desconto
Se o VPL for maior do que zero = aceita-se o projeto;
Se o VPL for igual ou menor do que zero = rejeita-se o projeto
VPL = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 +......+ FCn
- --------- ---------- -- ---------- --------------
(1+i) (1+i)2
(1+i)3
(1+i)n
Taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade – i
Representa o retorno esperado pelo resultado do projeto. Deverá ser no
mínimo igual à taxa de juros paga pela melhor alternativa de investimento.
Cálculo do VPL pela HP
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj i f NPV
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52
Exercício 1
Analisar se o projeto com os seguintes fluxos de caixas projetados deve ser aceito
ou rejeitado. Suponha uma taxa de atratividade de 10% ao ano.
Anos Fluxos de Caixa (milhão)
0 -15
1 4
2 4
3 4
4 3
5 3
6 3
7 3
8 2
9 2
10 5
Fonte: Brasil, (2002)
Exercício 2
Calcular o VPL da mesma série de fluxos de caixa do exercício 1, considerando
taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, 12%, 14% e 16% ao ano.
1.2 Taxa interna de retorno – TIR
A TIR representa a taxa máxima que um projeto suporta sem dar prejuízo, ou
seja, a que faz VPL igual a zero. Segundo Brasil (2002), é o ponto de reversão da
decisão de investir.
Cálculo do VPL pela HP
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj f IRR
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53
Exercício 1
Encontre a taxa interna de retorno (TIR) da seguinte série de fluxos de caixa. A taxa
de desconto é de 10%.
Anos Fluxos de Caixa
0 -20
1 8
2 8
3 4
4 4
5 4
Exercício 2
Calcular e analisar a TIR para os projetos que apresentam os fluxos de caixa da
tabela abaixo. Qual seria o projeto mais indicado?
Anos Projeto 1 Projeto 2
0 -30 -20
1 -15 -10
2 20 15
3 25 20
4 40 25
Análise da TIR
Se a TIR for maior que a Taxa de Desconto, aceita o projeto;
Se a TIR for menor ou igual a Taxa de Desconto, rejeita o projeto.
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54
Exercício 3
Um investidor tem duas opções de aplicação, cujos fluxos de caixa abaixo. Os
projetos são mutuamente excludentes. Escolha qual a melhor opção de aplicação
utilizando a análise da TIR.
1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK
A recuperação do capital investido em determinado projeto é medido pelo
método do Payback, considerando a mudança do valor do dinheiro no tempo.
Quanto maior o payback maior será o risco de recuperação do capital investido.
1.3.1 Payback simples
O payback simples é calculado pela diferença entre o valor investido e os
fluxos de caixa gerados pelo projeto. Quando a soma dos fluxos de caixa gerados
pelo projeto for suficiente para pagar o investimento.
Anos Projeto 1 Projeto 2
0 - 177,88 - 100,00
1 276,79 100,00
2 100,00 200,00
Pelo critério do payback deve desprezar todos os fluxos
de caixa gerados após o período de recuperação do
capital investido.
PAYBACK
Significa o tempo suficiente para que os fluxos de caixa gerados
pelo projeto paguem o investimento, ou seja, quando o resultado da
diferença do que se investiu e o total de fluxos de caixa gerado for
igual a zero.
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55
Exercício 1
Calcule o payback simples do projeto abaixo e faça a análise do resultado.
Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto
0 -200
1 100
2 100
3 100
1.3.2 Payback corrigido
No payback corrigido considera-se o valor líquido dos fluxos de caixa.
Exercício 1
Calcular o Payback do projeto abaixo, considerando uma taxa de desconto de 10%
ao ano.
Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado
0 -200
100
100
100
OBS: Quando o Payback se dá entre dois anos utiliza-se a seguinte fórmula para
sua definição:
Payback = FCn-
------------------------- x (Ano+- Ano-) + Ano-
FCn- + FCn+
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56
Exercício 2
Em quanto tempo o projeto que apresente os fluxos de caixa será capaz de pagar o
seu investimento. Considere o custo de capital de 8,4% ao ano. Faça os cálculos
pelo Método do Payback Simples e pelo Payback Corrigido.
Método do Payback Simples
Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900
Método do Payback Corrigido
Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900
Exercício 3
A Demonstração de Resultado e o Fluxo de Caixa de duas empresas que operam no
mesmo ramo estão representados nos quadros abaixo. Faça a análise de qual a
empresa que valerá mais no final do sexto ano. Utilize o método do VPL para fazer a
análise.
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57
Empresa Gerais
Demonstração de Resultados
1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à
vista
(700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR
Fluxo de Caixa
1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Invest.de
Capital
(600) 0 0 (600) 0 0
Invest.
Capital de
Giro
(50) (50) (20) (20) (20) (10)
Fluxo de
Caixa
Custo de Capital = 10%
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58
Empresa Campos
Demonstração de Resultados
1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas à
vista
(700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR
Fluxo de Caixa
1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciação 200 200 200 200 200 200
Invest.de
Capital
(200) (200) (200) (200) (200) (200)
Invest.
Capital de
Giro
(20) (20) (20) (30) (30) (50)
Fluxo de
Caixa
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59
1.4 Índice de Lucratividade
É a relação entre o valor presente líquido (VPL) do projeto pelo valor presente
da soma dos desembolsos. Brasil (2004), reforça que o índice de lucratividade é “o
valor presente líquido por unidade de investimento”.
1.4.1 Análise de um único projeto
Exercício 1
Determinado projeto apresenta os seguintes fluxos de caixa:
Anos Fluxos de Caixa
0 (165.000)
1 90.000
2 75.000
3 65.000
4 50.000
A taxa de desconto considerada para este projeto é de 12% ao ano.
IL = VPL
--------------------------
VPdesembolsos
Critérios de análise pelo IL
IL maior do que zero aceita o projeto
IL menor ou igual a zero rejeita o projeto
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60
Pede-se:
a) Calcular o índice de lucratividade;
b) Decida se o projeto deve ser aceito. Justifique a sua resposta.
Exercício 2
O analista de investimento de uma empresa recebe as seguintes informações sobre
um projeto: no ano inicial haverá um desembolso de R$1,6. No ano seguinte o
empreendimento deverá gerar R$10, proveniente de suas operações. No ano 2
haverá gasto de R$10 para reestruturação do negócio. A taxa de desconto do
projeto será de 28% ao ano. Dê a sua contribuição para que o analista tome a
decisão acertada, informando-lhe o seguinte:
a) A tabela com os respectivos fluxos de caixa;
b) o índice de lucratividade;
c) a sua opinião sobre a aceitação do projeto. Justifique a sua resposta.
1.4.2 Análise para Projetos mutuamente excludentes
Em uma análise de dois Projetos A e B, mutuamente excludentes, pode
resultar análise contraditória entre os resultados do VPL e do IL, ou seja, pelo VPL o
Projeto A é o melhor, e pelo IL o Projeto B é o mais indicado. Diante de um impasse
como esse a alternativa é calcular o VPL e o IL pelo fluxo de caixa diferencial entre o
projeto A e o B e não pelos fluxos de caixa gerados por cada um deles,
separadamente.
Critério de análise em Projetos Mutuamente Excludentes
Se o VPL e o IL do fluxo de caixa diferencial for maior do que zero,
escolhe o projeto que tiver gerado o maior VPL individual.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
61
Exercício 3
A tabela abaixo apresenta os fluxos de caixa de dois projetos mutuamente
excludentes, faça a análise de aceitação dos mesmos. Considere uma taxa de
desconto de 12% ao ano.
Anos Projeto A Projeto B FCA - FCB
0 (165) (125)
1 90 75
2 75 60
3 65 50
4 50 30
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
62
2. Fluxo de Caixa de um Projeto2
Para entender como os fluxos de caixa de um projeto são gerados apresenta-
se a seguir os componentes do Fluxo de Caixa de um Projeto e em seguida como
cada um desses componentes é calculado.
2.1 Receita Bruta Operacional
Nesta linha deverá ser lançado o valor correspondente às entradas de caixa
proveniente da venda de serviços e produtos resultantes do investimento.
2
As informações desta unidade foram extraídas de BRASIL (2004, p. 43-54)
COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA DE IUM PROJETO
Receita Bruta Operacional
(-) Deduções
Receita Líquida Operacional
(-) Custos e Despesas Administrativas
Lucro Bruto (EBITDA)
(-) Depreciação
Lucro Bruto Operacional (LBO)
(-) Imposto sobre o LBO
(+) Depreciação
(-) Investimento Bruto
(-) Variações na Necessidade de Capital de Giro (∆ NCG)
(+) Valor Residual
Fluxo de Caixa do Projeto
Lucro Bruto = EBTIDA = Earning Before Interest, taxes, Depreciation and
Amortization.
Lucro Bruto Operacional = EBIT = Earning Before Interest e Taxes
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63
2.2 Deduções
Deverão ser computados todos os tributos incidentes sobre a receita bruta,
tais como: Contribuição Social, PIS/PASEP, COFINS, ICMS e IPI.
2.3 Receita Líquida Operacional
É a diferença entre o valor da Receita Bruta e as Deduções.
2.4 Custos e Despesas Operacionais
Todos os desembolsos necessários para a realização do projeto deverão ser
computados nesta linha. Exemplo: custos de matéria-prima, de transformação e de
manutenção; despesas de vendas, comissões marketing de despesas
administrativas.
2.5 Depreciação
Não representa saída de caixa, mas deve ser incluída por significar um
benefício fiscal, na medida em que reduz o valor do lucro. Este benefício é uma
entrada de caixa importante. O seu lançamento deve ser como despesa antes da
apuração do lucro e sua devolução após ter feito o cálculo do imposto. A
depreciação normalmente de faz de forma linear, ou seja, de forma uniforme ao
longo dos anos.
A TAB.1 traz a vida útil contábil de alguns ativos.
Tabela 1
Vida útil de alguns ativos
Ativo Vida Útil
(anos)
Taxa de Depreciação
Anual
Edificações e Construções 25 4%
Máquinas, Equipamentos, Instrumentos e
Aparelhos de Medição
10 10%
Móveis e Utensílios 10 10%
Instalações 10 10%
Veículos de Carga 4 25%
Automóveis de passageiros 5 20%
Computadores 2 50%
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64
2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO
Representa o valor operacional do projeto. “Projetos que geram grandes
montantes de LBO em relação ao capital investido tendem a ter maiores VPL e
menores períodos de recuperação – payback”.
2.7 Impostos sobre o Lucro
Os impostos sobre o lucro se referem ao Imposto de Renda e Contribuição
Social. Após conhecer as alíquotas calcula-se o valor do imposto multiplicando-a
pelo valor do lucro.
2.8 Investimento Bruto
Corresponde ao valor total do desembolso provocado pela compra e
instalações de equipamentos e outros ativos fixos que deverão ser adquiridos no
projeto. Devem incluir também os custos com frete, seguro e treinamento.
2.9 Necessidade de Capital de Giro
Brasil (2004), esclarece que a necessidade de capital de giro pode ser
calculada pela diferença entre as contas operacionais do ativo (Clientes e Estoques)
Imposto = alíquota x LBO
Valor dos Ativos Fixos
(+) Despesas com frete
(+) Despesas com Seguro
(+) Despesas com Treinamento
(-) Alienação de Ativos já Existentes
(-) Impostos com Venda de Ativos já Existentes
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65
e as contas operacionais do passivo (Fornecedor, Salários e Contribuições a Pagar,
Impostos a Pagar calculado sobre as Operações, Fretes a Pagar etc.).
2.10 Valor Residual
O valor residual é encontrado pela diferença entre o valor contábil do projeto
no último ano e o valor de mercado do empreendimento. Em geral o valor de
mercado do projeto é superior ao valor contábil. Esse valor pertence aos
investidores.
Necessidade de Contas Operacionais - Contas Operacionais
Capital de Giro ( NCG) = do Ativo do Passivo
Variação de NCG = após calcular a NGC de todos os períodos, calcula-se a
variação, ou seja, se no ano posterior a NCG for igual a NCG do ano anterior
então não houve variação na NCG. Caso aumente a NCG deverá ser colocado
apenas o valor que variou, para mais ou para menos.
Valor de Venda do Projeto
(-) Valor Contábil dos Ativos
(-) Despesas de Vendas dos Ativos
(=) Ganho de Capital
(-) Impostos sobre o Ganho de Capital
(=) Valor Residual
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66
Exemplo 1
Suponha um projeto de aquisição de frota de automóveis, cujas projeções de receita
bruta operacional são conforme mostrado na tabela seguinte:
Ano Receita Bruta Operacional ($ Mil)
0
1 1.200
2 1.200
3 1.500
4 1.500
5 1.500
Impostos Alíquota (%)
PIS/PASEP e Cofins 8
Ano 0
Investimento
R$ 170
Vida Útil dos Ativos 5 anos
Depreciação Linear
Custos e despesas Operacionais 60% da
Receita Líquida
Operacional
Imposto sobre o Lucro Imposto de Renda = 25%
Contribuição Social = 12%
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
67
Dados para o cálculo da Variação do Capital de Giro
Estoque 3% da Receita Líquida Operacional (RLO)
Contas a Receber de Clientes 20% da RLO
Contas a Pagar a Fornecedor 12% da RLO
Salários e Contribuições 5% da RLO
Impostos sobre Operações 3% da RLO
Valor de Venda da Frota no último ano 25% do valor de aquisição
Despesas de Venda 2% do valor da aquisição
Pede-se;
a) Calcular o VPL do projeto;
b) Análise do resultado.
Taxa de Desconto 15% ao ano
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
68
Quadros Auxiliares
Cálculo da Receita Líquida Operacional
Ano Receita
Operacional ($ Mil)
Deduções
(Impostos = 8%)
Receita
Operacional
Líquida
0
1
2
3
4
5
Cálculo dos Custos e Despesas Operacionais
Ano Receita Líquida
Operacional
Custos e Despesas
Operacionais
1
2
3
4
5
Cálculo da Depreciação
Valor do Investimento Vida Útil Depreciação Anual
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
69
Apuração do Lucro Bruto Operacional
Ano Receita Líquida
Operacional
Custos e
Despesas
Operacionais
Depreciação
Anual
Lucro Bruto
Operacional
0
1
2
3
4
5
Cálculo da Necessidade de Capital de Giro
Ano Receita
Líquida
Operacional
Estoques
(93% x
ROL)
Clientes
(20% x
RLO)
Fornecedores
(12% x ROL)
Salários
(5% x
ROL)
Impostos
( 3% x
ROL)
NCG ($
Mil)
0
1
2
3
4
5
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
70
Cálculo da Variação de Necessidade de Capital de Giro (NCG)
Ano Variação de NCG
0
1
2
3
4
5
OBS: No último ano do projeto os valores correspondentes a NCG são devolvidos à
empresa, proprietária do projeto.
Cálculo do Valor Residual
Apuração do Valor Residual Valor (R$ Mil)
Valor do Investimento
Valor de Venda dos Ativos
(-) Valor Contábil dos Ativos
(-) Despesas de Vendas dos Ativos
(=) Ganho de Capital
(-) Impostos sobre o ganho de Capital (37%)
(=) Valor Residual
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
71
Construção do Fluxo de Caixa do Projeto (Valores em $ Mil)
ANO Investimento
Bruto
Lucro
Operacional
Bruto
Impostos Depre
ciação
Variação
NCG
Valor
Resid
ual
Fluxo de
Caixa do
Projeto
0
1
2
3
4
5
a) VPL
b) Análise
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
72
3. Custo do Capital do Credor e do Acionista
3.1 Taxa de Desconto do Projeto
Também chamada de taxa mínima de atratividade, custo de oportunidade do
investimento, ou custo médio ponderado do capital (WACC – Weighted Average Cost
of Capital). Brasil (2004), explica que a taxa do projeto será definida pela forma de
como ele foi financiado: capital de terceiros e/ou capital dos acionistas. O cálculo
pode ser feito utilizando a seguinte fórmula:
Onde:
i = taxa de desconto;
Kd = Custo do capital do credor;
t = alíquota de imposto sobre a renda;
Ke = Custo do capital do proprietário (acionista ou cotista);
E = Valor de mercado da dívida;
PL = Valor de mercado do capital do proprietário;
E/(E+PL) = Proporção do ativo financiado por dívida;
PL/(E+PL) = Proporção do ativo financido pelos proprietários.
3.2 Custo do Capital do Credor
A taxa do credor (Kd) é formada por uma taxa básica de juros da economia
mais o spread. A taxa básica é representada por uma taxa livre de risco (rf),
normalmente se utiliza a taxa SELIC, descontada da inflação. O spread é o valor que
se cobra pelo risco do não recebimento.
i= Kd x (1-t) x E + Ke x PL
------------ -----------
E + PL E + PL
Kd = rf + spread
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
73
3.3 Custo do Capital do Acionista
O custo do capital do acionista além da taxa livre de risco incorpora também
uma taxa adicional correspondente ao risco do negócio.
Onde:
Ke = Custo do capital do proprietário;
rf = Taxa livre de risco;
β = Coeficiente beta: medida de risco do negócio em relação ao mercado;
rm = Retorno esperado de uma carteira diversificada de investimento;
Exercício 1
Calcular o custo do capital do credor, supondo que a taxa livre de risco real é de 11%
ao ano e que o spread de risco é determinado pela tabela a seguir:
E/(E+PL) Classificação do Risco Spread
0% AAA 0,30%
10% AAA 0,30%
20% A+ 1,00%
30% A- 1,5%
40% BB 2,50%
50% B+ 3,0%
60% B- 5,0%
70% CCC 6,0%
80% CC 7,5%
90% C 9,0%
A empresa tomadora possui uma estrutura de capital representada pela relação
E/(E+PL) de 50%. ou seja, metade do valor do seu ativo deverá ser financiada por
credores e a outra metade pelo proprietários.
Ke = rf + β x (rm – rf)
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
74
Exercício 2
Uma empresa pretende implementar um projeto. O risco do negócio é bastante alto,
e seu β equivale a 1,6. A taxa de retorno esperada de uma carteira de mercado é de
18% ao ano e a taxa livre de risco é de 12% ano ano. Determine o valor do retorno
mínimo que o acionista desta empresa deve esperar obter com o projeto.
Exercício 3
Utilizando os dados de custo do capital do credor e dos proprietários calculados nos
exercícios anteriores, determine a taxa de desconto apropriada ao projeto a ser
desenvolvido por uma empresa, supondo uma alíquota de imposto de 37%.
GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
75
REFERÊNCIAS
ASSAF, Alexandre Neto. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque
econômico-financeiro. São Paulo. Editora Atlas, 2010.
__________ Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-
financeiro. Livro de Exercício. São Paulo. Editora Atlas, 2010.
BRASIL, Haroldo Guimarães. Avaliação Moderna de Investimento. Rio de Janeiro,
Qualitymark Editora Ltda.
BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C.
Administração Financeira. São Paulo. Editora Atlas, 2001.
BRUNI, Adriano Leal. A Administração de Custos, Preços e Lucros. 4ª ed. São
Paulo. Atlas, 2010.
GITMAN, Lawewnce J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo.
Editora Harper & Row do Brasil Ltda., 1978.
GROPPELLI, A.A. & NIKBAKHT, Administração Financeira. São Paulo. Editora
Saraiva, 2002.
IUDÍCIBUS, Sérgio. Análise de Balanços. São Paulo. Editora Atlas, 2010.
KUHNEN, Osmar Leonardo. Matemática Financeira Empresarial. São Paulo.
Editora Atlas, 2006.
PAXSON, Dean e WOOD, Douglas. Dicionário Enciclopédico de Finanças. São
Paulo. Editora Atlas, 2001.
PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. São
Paulo. Editora Saraiva, 2006.
SEIFFERT, Peter Quadros. Empreendendo Novos Negócios em Corporações.
São Paulo. Editora Atlas, 2005.
TPD/IOB. Treinamento Programado a Distância. São Paulo. IOB.
VIEIRA, Marcos Villela. Administração Estratégica do Capital de Giro. São Paulo,
Editora Atlas, 2005.

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Gestao financeira

  • 1. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO GESTÃO EMPRESARIAL COM ÊNFASE EM PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS Profª. Ms. Terezinha Márcia de Carvalho Lino JUÍNA - 2011
  • 2. LISTA DE QUADRO QUADRO 1 Fórmulas para gerenciamento do caixa ........................................................... 16 QUADRO 2 Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques.................... 18 QUADRO 3 Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber.. 22
  • 3. SUMÁRIO PROGRAMA DA DISCIPLINA........................................................................... 3 1.1 Ementa ..................................................................................................... 3 1.2 Objetivos................................................................................................... 3 1.3 Metodologia .............................................................................................. 3 CURRÍCULO RESUMIDO DA PROFESSORA.................................................. 3 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................................... 4 1. Administração Financeira............................................................................ 4 2. Responsabilidades do Administrador Financeiro........................................ 4 2.1 Atribuições do administrador financeiro................................................... 4 3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gestão Financeira....................................................................................................... 6 3.1 Administração Financeira e a Economia ................................................. 6 3.2 Administração Financeira e a Contabilidade: .......................................... 8 4. Funções da Administração Financeira........................................................ 8 4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras ......................... 8 4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa ................................... 9 4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa ............................. 10 4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro............... 10 4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde financeira da empresa:................................................................................ 11 ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO .................................................... 12 1. Introdução................................................................................................. 12 2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro ................................... 13
  • 4. 2.1 Administração do Caixa......................................................................... 13 2.2 Administração Financeira de Estoques ................................................. 16 2.3 Administração de Duplicatas a Receber................................................ 19 FLUXO DE CAIXA........................................................................................... 25 1. Introdução................................................................................................. 25 2. Função do Fluxo de Caixa........................................................................ 25 2.1 Fluxo de Caixa Realizado ..................................................................... 25 2.2 Fluxo de Caixa Projetado ...................................................................... 25 3. Características do Fluxo de Caixa ........................................................... 26 4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa ........................................ 26 5. Gerenciando o Fluxo de Caixa ................................................................. 27 6. Elaboração do Fluxo de Caixa.................................................................. 27 6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa ...................................... 28 6.2 Análise do Fluxo de Caixa..................................................................... 29 7. Classificação dos Fluxos de Caixa ........................................................... 30 7.1 Fluxo de Caixa Operacional.................................................................. 30 7.2 Fluxo de Caixa de Investimento ............................................................ 31 7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento......................................................... 31 8. Equivalência de Fluxo de Caixa................................................................ 33 8.1 Planos Equivalentes de Financiamento ................................................ 34 9. Coeficiente de Financiamento .................................................................. 36 CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES...................................................... 38 1. Margem de Contribuição........................................................................... 38 2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point.................................................... 40 2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio ................................................................ 41 3. Formação do Preço de Vendas ................................................................ 43 3.1 Formação de Preços baseada em Custos ............................................ 43
  • 5. 3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria..................................... 44 ANÁLISE DE INVESTIMENTO........................................................................ 50 1. Introdução................................................................................................. 50 1.1 Valor presente líquido – VPL................................................................. 51 1.2 Taxa interna de retorno – TIR................................................................ 52 1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK ................................... 54 1.4 Índice de Lucratividade ......................................................................... 59 2. Fluxo de Caixa de um Projeto................................................................... 62 2.1 Receita Bruta Operacional .................................................................... 62 2.2 Deduções .............................................................................................. 63 2.3 Receita Líquida Operacional ................................................................. 63 2.4 Custos e Despesas Operacionais ......................................................... 63 2.5 Depreciação .......................................................................................... 63 2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO ............................................................ 64 2.7 Impostos sobre o Lucro......................................................................... 64 2.8 Investimento Bruto ................................................................................ 64 2.9 Necessidade de Capital de Giro............................................................ 64 2.10 Valor Residual ..................................................................................... 65 3. Custo do Capital do Credor e do Acionista ............................................... 72 3.1 Taxa de Desconto do Projeto ................................................................ 72 3.2 Custo do Capital do Credor................................................................ 72 3.3 Custo do Capital do Acionista ............................................................ 73 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 75
  • 6. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 3 PROGRAMA DA DISCIPLINA 1.1 Ementa Fundamentos da Administração Financeira; Administração do Capital de Giro; Administração do Caixa; Administração Financeira dos Estoques; Administração de Duplicatas a Receber; Fluxo de Caixa; Funções do Fluxo de Caixa; Gerenciamento do Fluxo de Caixa; Elaboração do Fluxo de Caixa; Fluxo de Caixa Operacional; Fluxo de Caixa de Financiamento; Fluxo de Caixa de Investimento; Planos de Financiamento: Price e SAC; Coeficiente de Financiamento; Custos para Tomada de Decisão; Margem de Contribuição; Ponto de Equilíbrio; Formação do Preço de Venda; Análise de Investimento; VPL; TIR; Payback; Valor Anual Equivalente (VAE); Fluxo de Caixa de Um Projeto; Custo do Capital do Credor e do Acionista. 1.2 Objetivos Discutir os fundamentos de finanças e suas aplicações. Estudar o Fluxo de Caixa como Ferramenta de Controle Financeiro; Calcular Preço de Venda pelo Mark Up Apresentar técnicas para análise e administração de investimento em projetos; Analisar o Break-Even-Point. 1.3 Metodologia Apresentação da fundamentação teórica com apoio de projeções e discussões com os alunos. Desenvolvimento de atividades práticas para aplicação e análise dos conceitos e ferramentas de gestão apresentadas. CURRÍCULO RESUMIDO DA PROFESSORA Terezinha Márcia de Carvalho Lino é mestre em Administração de Empresas - área de pesquisa Logística -, pelas Faculdades Integradas de Pedro Leopoldo. Pós- graduada em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas. Pós-Graduada em Tecnologia da Informação e Comunicação para o Ensino Fundamental pela Universidade Federal de Juiz de Fora e Graduada em Administração de Empresas pelo Unicentro Newton Paiva. Sua experiência profissional inclui a docência em cursos de especialização e graduação nas Instituições: UNIFEMM, PROMOVE e AJES. e-mail: marcialino100@gmail.com
  • 7. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 4 FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1. Administração Financeira A Função Financeira teve seu início a partir do momento que iniciaram as trocas (escambo), entretanto foi a partir do Século XVIII – em conseqüência da Revolução Industrial – que ela passa a ser reconhecida como ciência. 2. Responsabilidades do Administrador Financeiro O administrador financeiro tem como responsabilidade principal gerenciar os recursos aplicados no ativo e no passivo, de forma a aumentar o valor da empresa e, assim, gerar riqueza para os seus acionistas. 2.1 Atribuições do administrador financeiro Para atender as exigências do cargo o administrador financeiro deverá desempenhar as seguintes atribuições1 : • previsão e planejamento – coordena, juntamente, com os demais setores o planejamento de toda a empresa; 1 BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 27 Finanças é a aplicação de uma série de princípios econômicos para maximizar a riqueza ou valor total de um negócio (GROPPELLI, 2002). Finanças é a arte e a ciência de administrar fundos. Praticamente todos os indivíduos e organizações obtêm receitas ou levantam fundos, gastam ou investem. A Administração Financeira ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre pessoas, empresas e governos (GITMAN, 1997)
  • 8. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 5 • decisões de investimento e financiamento – decisões sobre a compra de ativos – equipamentos, estoques, instalações e outros – e de que maneira tais aquisições serão financiadas – capital de terceiros, capital próprio ou ambos. O administrador financeiro deve acompanhar com cuidado: saldo de caixa INATIVO: observar as oportunidades de investimento e de aplicação do saldo disponível, pois dinheiro parado gera custos; excesso de ESTOQUES: os estoques devem ser planejados para atender a demanda. Manter estoques altos e sem controle além de gerar custos, pode comprometer o capital de giro da empresa, deixando-a em uma situação de aperto financeiro; especulação financeira pode trazer vantagens econômicas, proporcionando RENTABILIDADE, porém pode prejudicar a LIQUIDEZ, lançando a empresa num processo de dificuldades financeiras; valores a receber em aberto: programação das entradas, bem como a sistemática fiscalização desta parcela tão importante de fonte de recursos da empresa; máquinas paralisadas: deve-se controlar a vida útil das máquinas e equipamentos, evitando assim a concentração de recursos subaproveitados que aumentariam sensivelmente “o custo de oportunidade”. coordenação e controle – deverá ter conhecimento e manter o devido controle sobre as decisões de outros departamentos que implicam gastos; RENTABILIDADE indica o percentual de remuneração do capital investido na empresa. LUCRATIVIDADE indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas realizadas. LIQUIDEZ é a capacidade de pagar em dia os compromissos assumidos
  • 9. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 6 lidar com os mercados financeiros – escolha das melhores opções no mercado financeiro para captação e aplicação de recursos; administração de risco – eliminar, o máximo possível, o risco de a empresa ter perda financeira: compra de seguros, diluir as aplicações financeiras entre vários segmentos e outros; 3. Aplicação dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gestão Financeira A Administração Financeira é considerada por alguns autores como a Economia Aplicada, o que implica que suas ações dependem do conhecimento dos conceitos Econômicos. Já a Contabilidade é uma das principais fontes de informação que Administração Financeira utiliza para a tomada de decisões. 3.1 Administração Financeira e a Economia A importância da Economia para o ambiente financeiro pode ser mais bem descrita em função de suas áreas mais amplas - Macroeconomia e Microeconomia. O gestor financeiro decide quais ativos devem ser adquiridos pela empresa, como esses ativos devem ser financiados, e como a empresa deve gerenciar seus recursos. Se essas responsabilidades forem desempenhadas eficientemente, isso ajudará a maximizar os valores das empresas e também irá contribuir para o bem-estar dos consumidores e empregados (BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 28).
  • 10. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 7 3.1.1 Macroeconomia Se a empresa opera no âmbito macroeconômico é preciso que o administrador financeiro esteja atento a: • estrutura institucional da empresa; • às conseqüências que as mudanças na política econômica podem afetar o seu próprio ambiente de decisão; • prever ameaças e oportunidades para o seu negócio; • conhecer as instituições financeiras e saber como estas funcionam, para ter como avaliar as fontes de financiamento da empresa. O administrador financeiro precisa enfrentar não só outros competidores de sua empresa, mas também as condições econômicas vigentes que podem ser favoráveis ou desfavoráveis. 3.1.2 Microeconomia A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a empresa precisa operar. Exemplos de fatores macroeconômicos: a renda média, a produção nacional, desemprego (causa e conseqüência), taxa de inflação e política monetária, sistemas bancários, políticas econômicas de governo, (GITMAN, 1978, p. 4) A Microeconomia e suas teorias se interessam pela operação eficiente da empresa. Visam definir ações que permitirão à empresa atingir sucesso financeiro, tais como: as relações de oferta e demanda, estratégias de maximização de lucro, composição de fatores de produção, níveis ótimos de venda, estratégias de precificação e outros, GITMAN, 1978, p. 4).
  • 11. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 8 3.2 Administração Financeira e a Contabilidade: A função financeira e a função contábil tem sido consideradas por alguns empresários como sendo a mesma coisa. Entretanto são distintas, embora a Administração Financeira tenha como principal insumo os dados fornecidos pela Contabilidade. Ao contador, cabe desenvolver e fornecer dados que possibilitem avaliar o desempenho da empresa em suas situações econômicas, financeiras e patrimoniais, com base nos quais o Administrador traçará seu plano de: • análise e planejamento financeiro; • estimativas de entradas e saídas de caixa; • levantamento, emprego e distribuição de fundos e seu controle financeiro, detalhados em suas funções. 4. Funções da Administração Financeira As principais funções da Administração Financeira, na perspectiva de Gitman (1978) são: • análise e planejamento das necessidades financeiras; • determinação da estrutura de ativo da empresa; • determinação da estrutura financeira da empresa. 4.1 Planejamento e Análise das Necessidades Financeiras Elaboração de planos ou orçamentos de forma a orientar a posição financeira da empresa, possibilitando assim a tomada de decisão no que diz respeito à: necessidade de aumento da produção e/ou venda; determinação de aumento de capital de giro; captação de recursos para suprir o déficit ou investimento dos recursos excedentes. As entradas de saídas de recursos financeiros de uma empresa podem ser controladas utilizando o fluxo de caixa, comumente são representadas pelas seguintes contas:
  • 12. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 9 • Entradas: faturamento (vendas) – capital próprio – capital de terceiros – vendas de imobilizado e alugueis; • Saídas: fornecedores, despesas operacionais, compras de equipamentos, pagamento de empréstimos. 4.2 Administração da Estrutura do Ativo da Empresa A determinação da estrutura do ativo de uma empresa significa definir qual o montante que deverá ser investido em ativos circulantes e fixos. Este planejamento deverá ser estratégico, de forma a evitar alta imobilização com comprometimento do capital de giro da empresa. A FIG. 1 traz a demonstração das fontes e das aplicações financeiras de uma empresa. FIGURA 1 Demonstração das fontes e das aplicações financeiras da empresa ATIVO PASSIVO APLICAÇÕES FONTES DE RECURSOS Curto Prazo Longo Prazo Fixo Capital de Terceiros Capital Próprio
  • 13. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 10 4.3 Administração da Estrutura Financeira da Empresa Esta função determina a maneira de captação de recursos para formar a estrutura financeira da empresa. Deve-se definir se a empresa utilizará capital próprio ou capital de terceiros – com financiamento de curto e/ou de longo prazo. Essa definição afeta tanto a lucratividade quanto a liquidez da empresa. A FIG. 2 mostra as fontes de recursos comumente utilizadas pelas empresas. FIGURA 2 Fontes de recursos financeiros das empresas Fonte: Vieira (2005, p. 4) “Vencer obstáculos com energia e firmeza, são requisitos de um bom Administrador Financeiro”. 4.4 Síntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro • estimar os recursos que serão necessários para executar os planos operacionais da empresa; • determinar o montante de tais recursos que poderá ser obtido na própria empresa ou de fontes externas; • identificar os melhores meios e fontes para a obtenção de recursos adicionais, quando se fizerem necessários; • estabelecer o melhor método para aplicação de todos os recursos para executar os planos operacionais. Estrutura de Capital BANCOS ACIONISTAS A T I V O S Recursos de capital de terceiros Recursos de capital próprio Fontes de Financiamento de Ativos
  • 14. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 11 4.5 Ações que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a saúde financeira da empresa: • confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimônio da empresa não pode ser misturado ao patrimônio dos donos; • elaborar plano de negócio incompatível com a realidade do mercado; • investir e fixar metas sem uma avaliação precisa das necessidades operacionais – investimento não planejado; • ausência de controle dos custos, bem como de outros controles internos ligados à capacidade de gerenciamento de uma empresa: compras, vendas, estoques, finanças, contabilidade, recursos humanos, etc.; • estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro; • acumular dívidas e utilizar recursos emprestados a uma alta taxa de juros para suportar os gastos da empresa; • fazer vendas a prazo sem adotar uma análise de crédito criteriosa (comprovante de renda ou residência, referências, consultas de crédito, etc.); • inexperiência dos sócios no ramo de atividade escolhido para o empreendimento; • remuneração dos sócios incompatível com a situação financeira da empresa.
  • 15. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 12 Capital de Giro Bruto: Capital total investido no ativo circulante Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido OBS: - Quando o CCL é positivo significa a existência de recursos de longo prazo aplicados nas contas de curto prazo do ativo; - Quando o CCL for negativo indica a existência de aplicações de longo prazo sendo financiadas por recursos de curto prazo. (VIEIRA, 2005) ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 1. Introdução Na perspectiva de Vieira (2005), a Administração do Capital de Giro “pode ser caracterizada como o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos que compõem os grupos circulantes do Balanço Patrimonial – ativo circulante e passivo circulante”. Tem como objetivo a manutenção do equilíbrio financeiro da empresa que pode ser alcançado com a administração criteriosa do quanto deve ser investido nas contas do ativo circulante e como esses investimentos devem ser financiados. Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro típico é dedicado ao gerenciamento do capital de giro. Capital de Giro = AC CCL = AC - PC
  • 16. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 13 2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro O Capital de Giro Bruto consiste em quatro componentes principais: caixa, títulos financeiros, estoques e contas a receber. As empresas geralmente seguem um ciclo no qual elas compram estoques, vendem os produtos a prazo, e então acumulam contas a receber. Uma política correta de capital de giro destina-se minimizar o tempo entre os desembolsos de caixa para matérias-primas e o recebimento em dinheiro das vendas. 2.1 Administração do Caixa O caixa pode ser considerado um “ativo não lucrativo”. Embora necessário para pagar as despesas operacionais, deve ser bem administrado para não ocasionar dinheiro parado, pois o caixa em si não recebe juros. A Administração de Caixa eficiente inclui gerenciamento correto das entradas e saídas de caixa, que abrange: • melhorar as previsões de fluxos de caixa; • sincronizar as entradas e saídas de caixa; • acelerar os recebimentos; • deslocar os fundos disponíveis para onde são necessários; • controlar os desembolsos. 2.1.1 Ciclo Operacional É o período que vai da compra de matérias-primas até o recebimento das vendas dos produtos acabados. Nas empresas industriais a duração do ciclo operacional depende: • do prazo de estocagem de matérias-primas; • da extensão do ciclo produtivo; • do prazo de estocagem dos produtos acabados; • do prazo de crédito concedido aos clientes.
  • 17. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 14 Graficamente tem-se: Ciclo Operacional Compra Venda Recebimento PME PMC ou PMRV 2.1.2 Ciclo de conversão de caixa ou ciclo de caixa O ciclo de conversão de caixa representa o período médio compreendido entre os pagamentos e os recebimentos operacionais. Graficamente tem-se: Ciclo Operacional Compra de Matéria-Prima Venda de Prod. Acabado Cobrança Dupl. a Receber PME = 85 dias PMC = 70 dias 0 D=35 D=85 D=155 PMP=35 dias Pgto.Duplicatas Recebimento Ciclo de Conversão de Caixa Fonte: Vieira, 2005. Ciclo Operacional = PME + PMC Ou CO = PME + PMC
  • 18. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 15 ‘ 2.1.3 Giro de Caixa O giro de caixa representa o número de vezes em que o caixa girou no período de análise. Quanto maior for o giro de caixa, menor será a necessidade de caixa para suportar as operações. Maximização do giro do caixa Existem maneiras de maximizar o giro do caixa, minimizando, por conseguinte, as necessidades de caixa: • aumentar o giro do estoque por meio de: aumento do giro das matérias- primas; diminuição do ciclo de produção; aumento do giro de produtos acabados; • acelerar o processo de recebimento; • reduzir o prazo concedido nas vendas a prazo; • aumentar o prazo de pagamento a fornecedores. O QUADRO 1 traz as principais fórmulas utilizadas para o gerenciamento do caixa. Ciclo de Conversão de Caixa = CO - PMP Ciclo de Conversão de Caixa = PME + PMC - PMP CO = Ciclo Operacional PMC = Período Médio de Cobrança PME = Período Médio de Estoque PMP = Período Médio de Pagamento - Quanto maior o Ciclo de Conversão de Caixa, maior o custo para a empresa, pois representa maior tempo de utilização de financiamento ou mesmo do Capital Próprio; - Ciclo de Conversão de Caixa positivo significa que a empresa precisa se utilizar de recursos de origem não operacional (empréstimos de curto prazo) para o financiamento das suas atividades operacionais.
  • 19. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 16 QUADRO 1 Fórmulas para gerenciamento do caixa Giro de Caixa no Ano Pagamento Anual de Duplicatas --------------------------------------------- Saldo Médio de Caixa Saldo Médio de Caixa ou Caixa Mínimo Pagamento Anual de Duplicatas ------------------------------------------------- Giro de Caixa Giro de Caixa 360 ---------------------------------------- Ciclo de conversão de caixa 2.2 Administração Financeira de Estoques O Estoque representa um investimento importante em Ativo Circulante para a maioria das empresas industriais. A Gestão de Estoque é geralmente controlada pelas áreas de Compras, de Produção e Vendas. O Gestor Financeiro não exerce controle direto, apenas contribui na tomada de decisão, pois tem a responsabilidade tanto de levantar o capital necessário para manter estoques quanto pela lucratividade geral da empresa. Objetivos Financeiros x Objetivos de Produção x Objetivo da Empresa: • objetivo financeiro: alcançar o maior giro de estoque possível, porque quanto maior for o giro de estoque menor será a necessidade de investimento que a empresa fará; • objetivo de produção: manter estoques suficientes para satisfazer a demanda de produção;
  • 20. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 17 • objetivo da empresa: determinar o nível ótimo de estoque que reconcilie esses objetivos conflitantes; 2.2.1 Mensuração de Desempenho Financeiro dos Estoques De um ponto de vista financeiro, o estoque é um ativo e representa dinheiro preso, que não pode ser utilizado para outros propósitos. Além disso, manter estoques gera custos de capital, de armazenagem e de risco. A área de finanças deseja o menor estoque possível e precisa de alguma mensuração do nível de estoque. O investimento total em estoques é uma boa medida, mas em si mesmo não se relaciona às vendas. Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas são: • Giro de Estoque ou Rotatividade; • Cobertura de Estoque ou Período Médio de Estocagem 2.2.2 Rotatividade ou Giro de Estoque A Rotatividade ou o Giro de Estoque é a relação existente entre o consumo anual e o estoque médio do produto. Em princípio, quanto maior o Giro dos Estoques melhor será a situação da empresa, uma vez que tal acontecimento estará indicando um alto grau de comercialização de seus produtos (grande demanda, boa aceitação, etc.). Todavia, a rotação elevada poderá exprimir um subinvestimento em estoque, revelando que a empresa opera com estoques inferiores à suas necessidades, perdendo, portanto, oportunidades de vendas e, conseqüentemente, de gerar maiores lucros. Da mesma forma, uma baixa rotação pode denotar superinvestimento em estoques, ou seja, a empresa estaria investindo em estoques, quantidades superiores às suas necessidades. 2.2.3 Cobertura de estoque ou período médio de estoque (PME) A Cobertura de Estoque, também conhecida por Período Médio de Estoque ou Período de Renovação dos Estoques indica o número de meses ou de dias durante os quais poderá o estoque movimentar-se, sem que haja necessidade de nova encomenda. É o prazo decorrido entre a compra (efetivo recebimento) e a venda ou consumo do material.
  • 21. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 18 QUADRO 2 Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros dos estoques Giro de Estoque de Produto Acabado (consumo em unidades) Consumo Médio Anual (un.) ------------------------------------------ Estoque Médio (un.) Giro de Estoque de Produtos Acabados (Consumo em R$) Custo de Mercadoria Vendida (CMV) ----------------------------------------------------------- Estoque médio de produto acabado (R$) Giro de Estoque de Matéria-Prima Custo dos Materiais Utilizados ----------------------------------------------------- Estoque médio de matéria-prima Período Médio de Estocagem (PME) 360 ----------------------- Giro de Estoque Período Médio de Estocagem (PME) 360 x estoque ($) ----------------------------- CVM Período Médio de Estocagem (PME) Estoque Médio em unidades -------------------------------------------- Consumo Médio em unidades Lucro Bruto Vendas x Margem Bruta Lucro Líquido Vendas x Margem Líquida Margem Bruta Lucro Bruto ------------------------------- Vendas Margem Líquida Lucro Líquido ------------------------------- Vendas Quanto menor for o período médio de estoques da empresa, mais líquida ou ativa a empresa poderá ser considerada.
  • 22. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 19 2.3 Administração de Duplicatas a Receber As empresas, em geral, preferem vendas a vista em vez de vendas a crédito, porém pressões competitivas forçam a maioria das empresas a oferecer crédito. A fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das Empresas acha necessário oferecer crédito. Já que para quase todas as empresas as duplicatas a receber representam uma grande parte dos seus ativos circulantes, dá-se, normalmente, muita atenção à administração eficiente dessas duplicatas. 2.3.1 Políticas de Concessão de Crédito A política de crédito é o conjunto de princípios que, durante certo período, norteiam o comportamento da empresa quanto à concessão de crédito. Em situações de forte concorrência entre empresas, a política de prazos de pagamento pode ser utilizada como vantagem competitiva, para conquistar novas fatias de mercado. Ao estipular uma política de crédito a empresa estará colocando em prática uma estratégia mercadológica para atrair clientes, mas se não houver recursos financeiros para administrar um volume elevado de valores a receber, pode-se comprometer a situação financeira da mesma, pois não haverá liquidez financeira para honrar os compromissos assumidos. 2.3.2 Tipos de Política de Crédito O crédito para vendas a prazo é liberado segundo três tipos de política: • liberal: maior risco de não recebimento ou de impontualidade; • rígida: menor risco de não recebimento ou de impontualidade; • compatível: risco médio, pela utilização simultânea das políticas anteriormente citadas;
  • 23. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 20 O risco existente na autorização de uma venda a prazo é o do recebimento com impontualidade, o que prejudica o fluxo diário de caixa do fornecedor, e o do não recebimento. Ambos são prejudiciais. 2.3.3 Variáveis da política de crédito A Política de Crédito de uma empresa consiste em determinar quatro variáveis: a) O Período de crédito - fixação de prazos para pagamentos pelos clientes: É o período de tempo que a empresa concede aos clientes para pagamento das compras realizadas. A definição de prazos depende: • da política adotada pela concorrência; • das características e do risco inerentes ao mercado consumidor; • da natureza do produto vendido; • do desempenho da conjuntura econômica; • do atendimento de determinadas metas gerenciais internas; • de mercadologia; • do prazo do fornecedor e outros fatores. b) Os Padrões de Crédito - fixação de critérios para aceitação (seleção) de clientes: os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos para a concessão de crédito a um cliente. O estabelecimento de padrões de crédito requer implicitamente uma medida de qualidade de crédito, que é definida em termos da probabilidade de inadimplência de um cliente. b.1) Processo para Avaliação de um Pedido de Crédito: a concessão de crédito deve ser feita com muito critério técnico, com base em: • análises de balanços: analisar os elementos de decisão, apoiada em índices de liquidez e estimativas do risco de não pagamento; • informações comerciais junto a fornecedores; • bancos ou instituições especializadas (exemplo: Serasa). • vendedores; • visita às instalações da empresa e entrevistas com seus executivos;
  • 24. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 21 • o solicitante de crédito possui casa própria; • há quanto tempo o solicitante trabalha em seu emprego atual; • qual a dívida a pagar do solicitante em relação à sua renda anual? • o cliente potencial tem o histórico de ser pontual em seus pagamentos. b.2) Padrões de crédito x vendas x recebimento: espera-se que à medida que uma empresa afrouxa seus padrões de crédito, cresçam suas vendas, enquanto um arrocho nos padrões de crédito implicará em menores vendas. Quando as condições de crédito são afrouxadas, concede-se crédito a clientes menos confiáveis que provavelmente retardarão o pagamento de suas contas. Quando os padrões de crédito são arrochados, a concessão de crédito será limitada aos clientes mais confiáveis, e a expectativa é que paguem suas contas mais depressa. c) A Política de Cobrança: definição dos métodos de cobrança (instrumentos, agressividade relativa, etc.). Análise permanente das duplicatas com atraso e o esforço para seu recebimento; Tipos de Procedimentos de Cobrança Inúmeros tipos de procedimentos de cobrança são normalmente empregados. Se uma conta não for paga na data do vencimento, com a passagem do tempo as cobranças tornam-se mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos básicos de cobrança são: cartas; telefonemas; visitas pessoais; agência de cobrança; ação judicial. d) Descontos - formalização de procedimentos para concessão de descontos: Os descontos financeiros são oferecidos objetivando o incremento das vendas, atraindo novos clientes ou incentivando volumes maiores de vendas, e também, a redução de necessidade de caixa através de uma diminuição do prazo médio de cobrança.
  • 25. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 22 2.3.4 Os cinco Cs do crédito A base de concessão de crédito deve respeitar os cincos Cs do crédito, criados por Weston e Brigham: • caráter - percepção de integridade ou qualidade moral – o cliente procurará cumprir a sua obrigação? • condições – constatações de problemas conjunturais – quais serão os possíveis efeitos de acontecimentos externos sobre a capacidade do cliente para pagar as suas dívidas; • capacidade: constatação de competência gerencial para o negócio – o desempenho operacional e financeiro do cliente permitirá a geração de recursos para efetuar os pagamentos? • capital - existência de condições financeiras – o cliente possui bens e outros recursos disponíveis para cobrir o valor exigido pela transação? • colateral - existência de garantias que poderiam ser disponibilizadas – o cliente pode oferecer garantias reais ou não? Estas condições devem existir, simultaneamente, em qualquer relação de compra e venda. O atendimento a elas significa a tranqüilidade que o ativo “Duplicatas a Receber” deve merecer. QUADRO 3 Fórmulas para cálculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber Giro de Duplicatas a Receber Vendas Anuais a Credito ------------------------------------------ Duplicatas a Receber Período Médio de Cobrança (PMC) 360 ------------------------ Giro de Duplicatas Período Médio de Cobrança (PMC) 360 x duplicatas a receber ------------------------------------------- Vendas anuais a crédito O Período Médio de Cobrança mostra a média em dias que a empresa leva para cobrar uma duplicata. Se o índice encontrado for menor que o prazo concedido para pagamento, então o índice é aceitável.
  • 26. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 23 EXERCÍCIOS PROPOSTOS Exercício 1 Ativo Circulante Passivo Circulante Disponível 53.172 21,0 Fornecedores 57.584 21,2 Estoques 51.657 20,4 Empréstimos 95.910 35,2 Clientes 89.145 35,2 Controladas/Coligadas 40.180 14,8 Controladas/Coligadas 12.423 4,9 Outras Contas 78.492 28,8 Outras Contas 47.114 18,6 Total 253.511 100,0 272.166 100,0 Com os dados da tabela acima, pede-se: a) Capital de Giro; b) Capital de Giro Líquido ou Capital Circulante Líquido; Exercício 2 Uma empresa opera com ciclo de caixa de 32 dias, resultante de 15 dias de estoques, 35 dias de recebimento de clientes e de 18 dias de pagamento a fornecedores. As vendas totais anuais é de R$ 2.000.000,00 sendo que desse valor R$1.200.000,00 correspondem a vendas a prazo. As compras são realizadas a prazo e o montante anual foi de R$1.700.000,00. A empresa trabalha com uma margem de lucro bruta de 25%. Determine o valor de cada item componente do circulante dessa empresa e o capital circulante líquido. Exercícios 3 Uma empresa apresenta os seguintes dados: custo anual das mercadorias vendidas de R$24.000.000 e o estoque médio de R$6.000.000. Responda as questões abaixo: a) Qual será a taxa de giro de estoque? b) Qual seria a redução no estoque se o giro de estoque crescesse para 12 vezes por ano? c) Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque médio, de quanto será a economia? Exercício 4 Em cada um dos seguintes casos, calcule o investimento médio em estoque. Suponha um ano de 360 dias. a. A empresa tem vendas de R$2.000.000,00, uma margem bruta de 20% de lucro e o período médio de estoque de 60 dias. b. O custo de mercadoria vendida é de R$230.000,00 e o período médio de estoque é de 65 dias.
  • 27. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 24 c. As vendas da empresa são de R$790.000,00, sua margem bruta de lucro é de 12% e a taxa de giro de estoque é de 5. d. O custo de mercadorias vendidas da empresa é de R$5.480.000,00 e a taxa de giro de estoque é de 6. Exercício 5 O PMP da Cia. Barcos Ltda. é de 50 dias. A Empresa tem uma taxa de Giro de Estoque de 4 e Giro de Duplicatas a receber de 9. Seus desembolsos anuais com pagamento de duplicatas são de aproximadamente R$2.500.000,00. Calcule a necessidade mínima de caixa operacional, supondo um ano de 360 dias.
  • 28. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 25 FLUXO DE CAIXA 1. Introdução O fluxo de caixa é um instrumento gerencial de grande importância na tomada de decisões empresariais, possuindo como objetivos básicos: • coletar dados; • organizar dados; • gerar subsídios (dados, informações) para previsões. 2. Função do Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa visa o controle rígido dos recursos financeiros da empresa, de forma a permitir antecipadamente a decisão quanto ao destino a ser dado aos recursos, bem como determinar como serão pagos os desembolsos. O Fluxo de Caixa é um instrumento de Gestão que provém da integração do contas a receber com o contas a pagar, podendo se referir ao passado (fluxo realizado) ou ao futuro (fluxo projetado). 2.1 Fluxo de Caixa Realizado Quando se olha para o passado e se comparam as contas recebidas com as contas pagas. 2.2 Fluxo de Caixa Projetado Quando se compara o contas a receber com o contas a pagar. O fluxo de caixa projetado permite visualizar, simultaneamente, o contas a pagar e o contas a receber e, conseqüentemente, decidir sobre: • o melhor momento da compra; • o melhor momento da venda à vista;
  • 29. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 26 • os momentos mais “carregados” do contas a pagar; • projetar “estouros / sobras” de caixa; 3. Características do Fluxo de Caixa O fluxo de caixa possui as seguintes características: • é imediato – o que indica que deva ser atualizado diariamente – garantindo assim uma visão realistas da situação financeira da empresa; • permite olhar tanto para o passado quanto para o futuro - o que possibilita ao administrador projetar, dia-a-dia dentro de determinados limites, a evolução de seu disponível. Dessa forma ele poderá tomar, com a devida antecedência, as medidas que se façam necessárias para enfrentar a escassez ou excesso de recursos; • de fácil análise - ou o dinheiro entrou ou não entrou. Ou saiu ou não saiu. 4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa A- Entradas Discriminação de todos os ingressos B- Saídas Discriminação de todos os desembolsos C- Saldo no Período (A-B) D- Saldo Acumulado Anterior E- Saldo Acumulado Atual (C+D) Fluxo de Caixa ou Fluxo Financeiro
  • 30. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 27 5. Gerenciando o Fluxo de Caixa + - = 6. Elaboração do Fluxo de Caixa O fluxo de caixa, a primeira vista, é uma ferramenta simples de ser utilizada, o que dificulta a sua elaboração é o levantamento dos dados referentes às entradas e saídas do caixa. Principalmente quando se trata de pequenas empresas, pois seus empreendedores adotam procedimentos nem sempre recomendáveis no trato dessas contas. Dessa maneira, algumas dicas são fundamentais para a elaboração do fluxo de caixa, para que este forneça informações confiáveis à tomada de decisão: • todos os pagamentos deverão ser feitos em cheque - evitar os pagamentos em dinheiro, isto porque se perde o histórico da operação; • criar um fundo de troco para as pequenas despesas - passar para esse fundo, no início da semana, valor suficiente para despesas como condução e café e prestar contas no final da semana; Saldo Inicial Entradas Saídas Saldo Final Aporte de recursos próprios ou de terceiros Aplicação no negócio Aplicação Financeira +-
  • 31. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 28 • não confundir pessoa física com pessoa jurídica - evitar sempre que possível o pagamento de contas da empresa com cheque do sócio e vice- versa; • não confundir pró-labore com lucro - pró-labore é a retirada do sócio que trabalha na empresa, enquanto que o lucro é a remuneração do capital investido; • realizar sempre a conciliação bancária - é importante lembrar que o saldo da empresa não vai coincidir com o do banco, em função do período de tempo existente entre o recebimento/emissão do cheque e a operação bancária, daí a importância da conciliação bancária, no mínimo semanalmente; • documentar todas as operações com cópias - todo o cheque emitido deverá ser acompanhado de cópia. Igual procedimento se aplica a contratos e recibos. Enfim, o arquivo das informações é muito importante para futuras consultas. 6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa 6.1.1 Elaboração • verificar o saldo inicial; • obter previsão do contas a receber; • obter previsão do contas a pagar; • atualizar diariamente o movimento do caixa, lançando na planilha de trabalho (ou no sistema) as informações obtidas em seus respectivos campos e datas. 6.1.2 Monitoramento • providenciar extratos bancários; • conciliar os extratos bancários com seus lançamentos e identificar os depósitos; • atualizar os saldos; • comparar campos de “previstos” com “realizado”;
  • 32. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 29 • analisar os saldos para aporte de recursos ou para direcionar as aplicações; • analisar as contas problemáticas e as contas que superam as previsões (gráficos); • tomar medidas preventivas e corretivas para a saúde do caixa. 6.2 Análise do Fluxo de Caixa A análise é feita depois do lançamento dos dados. Deve-se verificar a relação das entradas com as saídas de dinheiro. Se houver um equilíbrio entre essas contas, significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os compromissos assumidos. Duas situações demonstradas pelo fluxo irão exigir mais atenção do gerente financeiro: • quando as entradas forem inferiores às saídas – estouro de caixa; • quando as entradas forem superiores às saídas – excedente de caixa. 6.2.1 Estouro de Caixa Existem momentos que, por vários motivos, o famoso “estouro de caixa” acontece. O contas a pagar é superior ao contas a receber e o saldo é insuficiente para pagar os compromissos assumidos pela empresa. No quadro abaixo tem-se um resumo dos possíveis sintomas de um estouro de caixa, as causas prováveis que levaram a essa situação e algumas sugestões de como melhorar esse desempenho.
  • 33. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 30 7. Classificação dos Fluxos de Caixa Os fluxos de caixa podem ser classificados em: • Fluxo de caixa operacional; • Fluxo de caixa de investimento; • Fluxo de caixa de financiamento. 7.1 Fluxo de Caixa Operacional É aquele que mostra a movimentação financeira relacionada com a atividade principal da empresa. Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, Receitas resultantes de vendas etc. Sintomas Insuficiência crônica de caixa; Captação sistemática de recursos através de empréstimos; Sensação de esforço desmedido. Causas Vendas baixas; Excesso de investimentos em estoque; Excesso de imobilizações; Excesso de retirada dos sócios; Descompasso negativo entre recebimento e pagamento; Recessão econômica. Decisões Aumento de Capital Próprio (aporte de capital pelos sócios ou ingresso de novos sócios); Adequação do nível de operações e recursos disponíveis; Contenção de custos e despesas; Venda de ativos; Geração de novas receitas e maior controle do contas a receber (redução da inadimplência). Alterações nas datas dos desembolsos; Vendas a vista; Operações financeiras para reforçar o caixa, arcando com os custos.
  • 34. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 31 VP = R x [(1+i)n -1] ---------------------- [i.(1+i)n ] VP = R x [(1+i) n – 1] ---------------- [i(1+i)n-1 ] 7.2 Fluxo de Caixa de Investimento São as saídas monetárias da empresa destinadas à aquisição de ativos permanentes (terreno, maquinário, equipamento), assim como as entradas de recursos financeiros provenientes da venda destes mesmos ativos. 7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento Decorrentes de decisões de captação de recursos junto aos acionistas e às instituições financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortizações de empréstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e de investimento. Cálculo do Valor Presente Fórmula para Pagamento sem entrada Fórmula para Pagamentos com Entrada Onde: VP = Valor Presente; R = Valor da Parcela ou Prestação; I = Taxa de juros;
  • 35. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 32 R = VP [i.(1+i)n-1 ] ------------- [(1+i)n -1] R = VP x [i.(1+i)n ] ----------------- [(1+i)n -1] Cálculo do Valor da Prestação Fórmula para Pagamento sem Entrada Fórmula para Pagamento com Entrada
  • 36. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 33 E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S Execício 1 Uma pessoa financia um objeto em 5 parcelas iguais e seguidas de R$1.000,00 a partir do próximo mês (ou seja, sem entrada). Se a taxa bancária de juros é de 7% ao mês, qual é o Valor Presente (VP) deste objeto? Exercício 2 Considere o problema do exemplo anterior e uma nova alternativa. Refinanciar a compra do objeto que custa o Valor Presente em 5 parcelas iguais e seguidas a partir do mês inicial. Considere a mesma taxa bancária de juros. Qual deverá ser o valor de cada nova parcela R? Exercício 3 O gerente da empresa Alfa detectou a necessidade da aquisição imediata de 4 computadores. Analisando o seu fluxo de caixa projetado ele percebeu que haverá uma sobra de caixa mensal de R$1.800,00 nos próximos 6 meses. Ele poderá utilizar este dinheiro para aquisição das máquinas. Ele recebeu algumas propostas de financiamento. Analise a melhor opção. Valor do Financiamento = R$6.000,00 Taxa de juros mensal = 6% 1a . Opção – pagamento de 6 parcelas fixas, sem entrada; 2a . Opção – pagamento em 4 parcelas fixas, sem entrada; 3a . Opção – pagamento em 3 parcelas fixas, com entrada. 8. Equivalência de Fluxo de Caixa Dois ou mais fluxos de caixa são equivalentes a uma determinada taxa de juros, se os seus valores atuais, calculados com essa mesma taxa, forem iguais. O estudo da equivalência se faz no regime de juros compostos. Convém ressaltar que se os fluxos de caixa tiverem o mesmo valor atual a uma determinada taxa de juros, então os seus montantes após n períodos, obtidos com essa mesma taxa, serão necessariamente iguais.
  • 37. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 34 É importante destacar que a equivalência de fluxos de caixa depende da taxa de juros. Assim, se dois fluxos são equivalentes a uma certa taxa, essa equivalência deixará de existir se a taxa for alterada. 8.1 Planos Equivalentes de Financiamento 8.1.1 Sistema Americano - Pagamento Final O financiamento feito pelo Plano de Pagamento Final implica que o valor financiado é pago de uma só vez, no final do período. Os juros são capitalizados ao final de cada período (mês ou ano). Esta modalidade de pagamento é utilizada em: Papéis de Renda Fixa (Letras de Câmbio ou Certificado de Depósito com renda final), Títulos descontados em banco comercial; 8.1.2 Sistema Americano - Pagamento Periódico de Juros É realizado o pagamento somente de juros ao final de cada período. No final do prazo do empréstimo é pago, além dos juros do último período, também o principal integral. Esta modalidade é utilizada em - Papéis de Renda Fixa, com renda paga periodicamente (letras de câmbio com renda mensal, certificado de depósito com renda mensal, trimestral). 8.1.3 Sistema Francês - Sistema Price A parcela periódica de pagamentos compreende os juros do período mais amortização de parte do principal. Esta modalidade é utilizada em: financiamento imobiliário, crédito direto ao consumidor: automóveis, eletrodomésticos: Como Calcular: • Cálculo do valor da prestação; • Cálculo dos juros do período pela aplicação da taxa do contrato sobre os valores do saldo (remanescente do principal) no início do período; • Cálculo da amortização do principal, pela diferença entre o valor da prestação e o valor dos juros do período.
  • 38. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 35 8.1.4 Sistema de Amortização Constante – SAC O financiamento é pago em prestações decrescentes. Cada parcela compreende pagamento de juros e da amortização de parte do principal. Esta modalidade é utilizada em: financiamentos imobiliários e em financiamentos à empresa, por parte de entidades governamentais. Como cálcular: • Cálculo da amortização do principal, que tem valor constante em todas as prestações, por meio da divisão do principal pelo número de prestações; • Cálculo dos juros do período, pela aplicação da taxa do contrato sobre o valor do saldo (remanescente do principal) no início do período; • Cálculo do valor da prestação pela soma da amortização do principal com os juros do período. Em cada período, o principal remanescente decresce do valor de uma amortização. Como todas as amortizações são iguais esse decréscimo será uniforme, e, portanto os juros dos períodos também serão uniformemente decrescentes ao longo do tempo. Observa-se que os juros de cada prestação vão diminuindo com o tempo, pois o principal remanescente vai se tornando cada vez menor. Como o valor da prestação é constante, a parcela de amortização de cada prestação vai aumentando ao longo do tempo.
  • 39. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 36 9. Coeficiente de Financiamento Um gerente de uma agência de automóveis quer calcular coeficientes para financiamentos, por unidade de capital emprestado. Estes coeficientes quando aplicados ao total do capital darão como resultado a prestação. Sabendo-se que a agência cobra 5% de juros ao mês, calcule o coeficiente para 6 e 12 meses. Usando a HP: Para 6 meses Pela HP Visor Limpe as memórias:[F][REG] 0.00 Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00 Entre com o número de meses:6[n] 6.00 Entre com a unidade de capital emprestado:1[PV] 1.00 Calcule o coeficiente para as prestações:PMT - 0.19702 Desconsidere o sinal negativo. Ele só representa a direção de saída do fluxo. Neste caso, para um financiamento de R$10.000,00, em 6 meses, as prestações devem ser de: 10.000,00 x 0,19702 = 1.970,20 Para 12 meses Pela HP Visor Limpe as memórias:[F][REG] 0.00 Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00 Entre com o número de meses:12[n] 12.00 Entre com a unidade de capital emprestado:1[PV] 1.00 Calcule o coeficiente para as prestações:[PMT] - 0.11283 Empregando a Fórmula: PMT = PV x i(1+i)n ------------------------ (1+i)n – 1
  • 40. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 37 E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S Exercício 1 Um empresário adquiriu um equipamento por R$42.000,00 hoje, com pagamentos em 5 prestações trimestrais postecipadas, a uma taxa de juros de 4% ao trimestre. Se o empresário decidir quitar o financiamento no final do terceiro trimestre (após efetuar o terceiro pagamento), qual será o valor pago para resgatar a dívida nesta data? Fazer os cálculos assumindo que o empresário contraiu o financiamento nos seguintes sistemas: PRICE e SAC. Exercício 2 Uma empresa adquiriu um financiamento no valor de R$185.000,00 em um Banco de Desenvolvimento, se comprometendo a pagar em 4 prestações anuais, a uma taxa de juros de 8% ao ano. No entanto, a empresa só começará a pagar as prestações no final do terceiro ano, pois conseguiu negociar com o Banco esse período de carência. Montar as tabelas de amortização e determinar os valores das prestações, juros e saldos, nos seguintes sistemas: PRICE e SAC. OBS: Durante o período de carência a empresa não paga a prestação, mas o valor financiado é acrescido dos juros correspondente a este período. Exercício 3 Um empresário adquiriu uma frota de caminhões por R$300.000,00 hoje, com pagamentos em 6 prestações mensais a uma taxa de juros de 1,5% ao mês. Sendo que a primeira prestação ocorre somente no final do 3º mês após a compra. Se o empresário decidir quitar o financiamento após efetuar o quarto pagamento, qual será o valor pago para resgatar a dívida nesta data? Fazer os cálculos, assumindo que o empresário contraiu o financiamento os seguintes sistemas: PRICE e SAC.
  • 41. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 38 CUSTOS PARA TOMADA DE DECISÕES 1. Margem de Contribuição Pode-se entender Margem de Contribuição como a parcela do preço de venda que ultrapassa os custos e despesas variáveis e que contribuirá para a absorção dos Custos Fixos e, ainda, para a formação do Lucro. A Margem de Contribuição Unitária é dada pela fórmula: Exemplo 1 Determinado produto é vendido por R$15,00 a unidade. O seu custo variável unitário é formado por: material direto (MD) no valor de R$3,00 e mão-de-obra direta (MOD) R$4,00. A comissão de venda é de 5% sobre o valor vendido e os impostos de venda correspondem a 15% do preço de venda. A média de venda da empresa é de 300 unidades por período. Pede-se: a) O valor a margem de contribuição unitária; b) O valor da margem de contribuição total; c) Análise do dado encontrado. Exercício 2 A empresa está estudando qual o produto dará mais lucro, para poder incentivar suas vendas. Os custos fixos da empresa são de R$2.455.000,00. Produto Custo Direto Variável Custo Indireto Variável Custo Variável Total Preço de Venda Margem de Contribuição Unitária A 700 80 780 1.550 B 1.000 100 1.100 2.000 C 750 90 840 1.700 Pede-se a) Calcular a margem de contribuição de cada produto; MCunitária = PV – (CV + DV) MCunitária = Margem de Contribuição Unitária; PV = Preço de Venda; CV = Custo Variável DV = Despesa Variável
  • 42. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 39 b) Analisando a margem de contribuição, determine qual o produto deverá ter suas vendas incentivadas. Explique a sua resposta; c) Faça a Demonstração dos Resultados para as seguintes vendas: produto A 1.500 unidades; produto B 1.800 unidades e produto C 1.000 unidades. Produtos A B C Total Vendas (-) Custo Variável dos Produtos Vendidos (=)Margem de Contribuição (-)Custos Fixos Totais (=) Resultado Exercício 3 A empresa Arquivaço S A fabrica armários de aço de diversos modelos e que têm as seguintes características de custos num nível de produção de 100 unidades de cada: Produto/ Modelo MP $/un MOD $/un CIF $/un Custo total $/un 01 300 500 450 1.250 02 400 500 550 1.450 03 500 600 550 1.650 04 600 600 550 1.750 Preços de Venda por Unidade Modelo 01 R$ 1.500 Modelo 02 R$ 1.550 Modelo 03 R$1.750 Modelo 04 R$1.900 De acordo com esses dados, apresente a margem de contribuição de cada produto. Quais são os dois produtos que garantem maior lucratividade para a empresa?
  • 43. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 40 (Quantidade x Preço de Venda) – (Custo Variável x Quantidade) = Custo Fixo (QxPV) – (CV x Q) = CF MC x QPE = CFQPE = CF ---------------- (PV – CV) Receita no PE = Qpe x PV 2. Ponto de Equilíbrio – Break-Even Point Refere-se ao ponto de venda em que não há lucro nem prejuízo, ou seja, no qual, os gastos totais (custos totais + despesas totais) são iguais às receitas totais. Fórmula: Receita Total = Gastos Totais Quantidade x Preço de Venda = Custo Fixo + (Custo Variável x Quantidade) Onde: QPE = Quantidade no Ponto de Equilíbrio ou Produção no Ponto de Equilíbrio; CF = Custo Fixo; PV = Preço de Venda; CV = Custo Variável. Exemplo 1 Preço de Venda = R$10,00 Custo Fixo Total = R$2.000,00 Custo Variável = R$6,00 Pede-se: a) Calcular a Margem de Contribuição e a Quantidade no Ponto de Equilíbrio; b) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio.
  • 44. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 41 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Total Custo Variável Total Margem de Contribuição Total Custo Fixo Lucro Líquido Operacional 2.1 Índice do Ponto de Equilíbrio Pelo índice do ponto de equilíbrio a empresa poderá saber o quanto as suas receitas de vendas podem cair e ainda permanecer na faixa de segurança. Significa dizer o quanto as receitas podem cair sem entrar no prejuizo. Exemplo 2 Diante dos seguintes dados: Especificações Cia X Cia Y Vendas Anuais 100.000,00 100.000,00 Preço Médio de Venda p/ un 10,00 5,00 Custo Variável p/ un 8,00 2,50 Custo Fixo Total 16.000,00 25.000,00 Índice de Ponto de Equilíbrio = Custo Fixo ---------------------------------------------------------- Receita Vendas – Custo Variável Total OBSERVAÇÃO Quanto menor o Índice de Ponto de Equilíbrio, tanto melhor, pois maior será a Margem de Segurança da Empresa. Um PE de 0,10 indicará que a empresa contará com uma Margem de Segurança de 90%, ou seja, para a empresa entrar em prejuízo a receita precisará cair 90%. Pede-se a. O Ponto de Equilíbrio para as duas empresas em termos de unidade; b. O Ponto de Equilíbrio e termos de vendas; c. O Índice do Ponto de Equilíbrio e a Margem de Segurança; d. Conclusões.
  • 45. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 42 E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S Exercício 1 Com os seguintes dados: Custos Fixos = R$12.000,00; Custos Variáveis = R$7,50 por unidade produzida Preço de Venda = R$10,50 Pede-se: a) A Quantidade no Ponto de Equilíbrio; b) Receita no Ponto de Equilíbrio; c) Demonstração do Resultado no Ponto de Equilíbrio. Exemplo 2 Qual a Quantidade e a Receita no Ponto de Equilíbrio, se o Custo Fixo Total for de R$24.000,00, o Custo Variável Total igual a R$9,60 por unidade produzida e o Preço de Vendas de R$12,00 por unidade. Faça a Demonstração de Resultado no Ponto de Equilíbrio. Exemplo 3 Você pode alugar um carro a R$1,00 por quilômetro, ou então, adquiri-lo. Os Custos Fixos na compra do carro serão de R$11.000,00 por ano e os Custo Variáveis de R$0,50 por quilômetro. Quantos quilômetros você terá de dirigir o carro por ano, a fim de que a compra se torne mais econômica do que o aluguel? Exemplo 4 Os dados abaixo foram estimados para 100% da capacidade da Cia. Industrial de Portões Praia. Especificações Valores Vendas Líquidas: 100.000 un 2.500.000,00 Material Direto (CV) 360.000,00 MOD (CV) 400.000,00 DIF (CF) 400.000,00 CIF (CV) 500.000,00 Despesas Comerciais e Adm. (CF) 150.000,00 Despesas Comerciais e Adm. (CV) 240.000,00 Pede-se: a) Determinar a percentagem da capacidade de operação, ou seja, o índice do Ponto de Equilíbrio e a Margem de Segurança. b) Calcular o volume de vendas no Ponto de Equilíbrio; c) Preparar a Demonstração de Resultado no Ponto de Equilíbrio
  • 46. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 43 3. Formação do Preço de Vendas Vários fatores influenciam a formação de preço de um produto ou serviço, dentre eles: • concorrência: mercados onde há várias empresas oferecendo produtos semelhantes, o preço tenderá a ser menor do que se não houvesse competidores; • clientes: as empresas devem se preocupar com a reação dos clientes ao estabelecer ou alterar os preços dos produtos; • gastos: a empresa espera recuperar todos os gastos efetuados para produzir o produto e ainda obter algum lucro; • governo: pode influir nos preços por meio de: subsídios, incentivos fiscais à produção, restrições ou estímulos à importação, criação ou ampliação de tributos. 3.1 Formação de Preços baseada em Custos O preço de venda de um produto está mais relacionado com fatores externos à empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preço obtido a partir do custo é uma referência valiosa para comparar com o preço de mercado e determinar a conveniência ou não de vender o produto pelo preço que o mercado esteja disposto a pagar.
  • 47. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 44 3.1.1 Formação de Preço de Venda para Indústria Calcular Custo de Produção Calcular o Mark-UP Corresponde aos gastos que só acontecem após a venda. Constitui-se, normalmente dos seguintes elementos: PIS sobre Faturamento (Programa de Integração Social – Imposto Federal) – 0,65% sobre a receita bruta de vendas; COFINS – Contribuição Social sobre Faturamento (Imposto Federal) = 2% sobre faturamento; ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação. Imposto de competência estadual; Comissões e Encargos Sociais: percentual em relação ao preço de venda; Fretes: percentual em relação ao preço de venda % Despesas Administrativas + % Despesas Fixas de Vendas + % Despesas Financeiras + % Custos Fixos de Fabricação + % de Lucro Líquido Operacional Calcular o Custo de Fabricação ou de Produção Mão-de-Obra Direta + Material Direto (Matéria-Prima) + Custo Indireto de Fabricação. (MOD + MD + CIF) Cálculo do Material Direto Custo da Nota Fiscal - Descontos Concedidos - Impostos Recuperáveis, incluso no custo de aquisição (ICMS) + Fretes pagos pelo comprador + Seguro de responsabilidade do comprador + Impostos não recuperáveis não inclusos no preço de venda do produto (IPI) + Custos de recebimento e inspeção + Custos de armazenamento. Cálculo da MOD Salário Base + Horas Extras +13º Salário proporcional + Férias Proporcionais + Adicional de Férias (1/3 sobre férias) + INSS Patronal + FGTS + Outros
  • 48. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 45 PV = Custo de Fabricação --------------------------------- 1 – Mark-Up Calcular o Preço de Venda Exemplo 1 A Indústria ABC Ltda. possui os seguintes dados, referentes ao seu custo de produção: a) Custo Unitário de Produção = R$500,00; b) PIS = 0,65%; c) COFINS = 2,0%; d) ICMS = 18,0%; e) Comissão sobre vendas = 5,0%; f) Lucro = 15,0%. Pede-se: Calcular o Preço de Venda para este produto. 3.1.2 Formação do Preço de Venda para o Comércio: Cálculo do Mark-Up: (+) % de Lucro Líquido Operacional; (+) % Comissão sobre Vendas; (+) % Impostos; (+) % de Custos Fixos Cálculo do Valor da Mercadoria: (+) Valor da Mercadoria constante na Nota Fiscal; (-) Valor do ICMS (+) Valor do Frete de responsabilidade do comprador
  • 49. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 46 • Cálculo do Preço de Vendas: Exemplo 2 O Armarinho Agulha Ltda., quer calcular, com a seguinte estrutura de custos, o preço de venda de um determinado produto. - Valor unitário do produto constante na Nota Fiscal = R$13,00; - Frete pago = R$1,30; - ICMS destacado na Nota Fiscal = R$1,56; - ICMS = 18%; - PIS = 0,65%; - COFINS = 2,0%; - Venda Média Mensal da Empresa = R$3.000,00; - Custo Fixo Mensal = R$R$450,00; - Comissão sobre vendas = 8,0%; - Lucro Desejado = 10,0%. Pede-se: Calcular o Preço de Venda do Produto citado. 3.1.3 Formação de Preço para Empresas Prestadoras de Serviços Cálculo do Custo Total Unitário dos Serviços Prestados (+) Salário de Pessoal; (+) Encargos Sociais; (+) Custos Fixos Unitário. Cálculo do Mark-Up % de Impostos; % de Comissão sobre vendas; % de Lucro Líquido Operacional PV = Custo Total Unitário da Mercadoria --------------------------------------------------- (1-Mark-Up)
  • 50. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 47 Exemplo 3 A empresa de Assistec, especializada em consertos de eletrodomésticos, apresenta os seguintes dados na composição do seu custo: - Oito técnicos com disponibilidade de 176 hora/mês cada um; - Custos Fixos Mensais = R$1.200,00; - Salário do pessoal técnico sem encargos = R$1.765,00; - Encargos sobre a folha de pagamento de 71% do valor dos salários; - ISS sobre a prestação dos serviços = 3,0%; - PIS = 0,65%. O proprietário da empresa deseja um Lucro de 15% sobre o preço de venda de seus serviços e deseja saber quanto deve cobrar por uma hora técnica, referente aos serviços prestados. Preço de Venda = Custo Unitário Serviço Prestado ------------------------------------------------ (1- Mark-UP)
  • 51. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 48 E X E R C Í C I O S P R O P O S T O S Exercício 1 A Mercantil Ltda. projetou os seguintes valores associados às suas operações. Com base nos números fornecidos, pede-se calcular o mark-up da empresa. Descrição Valor Descrição Valor Faturamento R$ 500.000,00 por mês Outros gastos R$70.000,00 por mês Comissões 2% do valor da venda ICMS 18% do valor da venda Aluguel da Loja R$20.000,00 por mês Lucro R$10.000,00 por mês Pede-se: a) Calcular o mark-up da empresa. Exercício 2 A Indústria Unida Ltda. pretende vender os seus produtos com uma margem igual a 10%. Sabe-se que o custo variável da empresa é igual a R$540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preço são iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos. Pede-se: a) Qual deveria ser a taxa de marcação correspondente? b) Qual deveria ser o preço praticado? Exercício 3 A empresa Radical Ltda. apresentou os dados que constam na tabela abaixo. Valor pago pela matéria-prima R$2.100,00, com 12% de ICMS incluso. Despesas variáveis de vendas 4% Despesas fixas comerciais e administrativas 12% PIS e COFINS 3,65% ICMS sobre vendas 17%
  • 52. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 49 Pede-se: a) Qual o mark-up multiplicador para um lucro de 10% sobre o preço de vendas? b) Qual o valor do preço de vendas para um lucro de 20%? c) Qual a margem de contribuição para um preço de venda de R$3.500,00? d) Qual será o ICMS a recolher sobre um preço de venda de R$3.500,00? Exercício 4 Uma loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%, comissão de venda igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a 15%. Qual o valor da taxa de marcação que ela deve usar?
  • 53. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 50 ANÁLISE DE INVESTIMENTO 1. Introdução Diante das várias alternativas de investimento as empresas optam por aquelas que lhes oferecem um retorno financeiro superior à melhor aplicação já existente no mercado. Decisões que envolvem a escolha de aplicação em projetos nem sempre são simples, pois na maioria das vezes a escolha de um exclui o outro. Com vistas a contribuir para a escolha entre projetos excludentes Brasil (2002), sugeriu estudar as seguintes metodologias: valor presente líquido – VPL; taxa interna de retorno – TIR; período de recuperação do capital – Payback; índice de lucratividade – IL; valor anual equivalente – VAE. Horizonte de Planejamento: período de tempo determinado pela empresa, para analisar os ganhos líquidos referentes a determinado projeto. Normalmente esse período é definido baseado na vida útil dos ativos envolvidos, (CLEMENTE, 2008). Fluxo de Caixa de um Projeto: resultado da diferença entre as entradas e saídas esperadas de recursos.
  • 54. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 51 1.1 Valor presente líquido – VPL Brasil (2002), esclarece que quando se analisa o VPL de um projeto busca-se o potencial de criação de valor sobre o investimento exigido por ele. Sobre o resultado se faz as seguintes considerações: Sendo: FC = Fluxo de caixa (do período zero até o período n); i = taxa de desconto Se o VPL for maior do que zero = aceita-se o projeto; Se o VPL for igual ou menor do que zero = rejeita-se o projeto VPL = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 +......+ FCn - --------- ---------- -- ---------- -------------- (1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i)n Taxa de desconto ou Taxa Mínima de Atratividade – i Representa o retorno esperado pelo resultado do projeto. Deverá ser no mínimo igual à taxa de juros paga pela melhor alternativa de investimento. Cálculo do VPL pela HP f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj i f NPV
  • 55. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 52 Exercício 1 Analisar se o projeto com os seguintes fluxos de caixas projetados deve ser aceito ou rejeitado. Suponha uma taxa de atratividade de 10% ao ano. Anos Fluxos de Caixa (milhão) 0 -15 1 4 2 4 3 4 4 3 5 3 6 3 7 3 8 2 9 2 10 5 Fonte: Brasil, (2002) Exercício 2 Calcular o VPL da mesma série de fluxos de caixa do exercício 1, considerando taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, 12%, 14% e 16% ao ano. 1.2 Taxa interna de retorno – TIR A TIR representa a taxa máxima que um projeto suporta sem dar prejuízo, ou seja, a que faz VPL igual a zero. Segundo Brasil (2002), é o ponto de reversão da decisão de investir. Cálculo do VPL pela HP f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj f IRR
  • 56. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 53 Exercício 1 Encontre a taxa interna de retorno (TIR) da seguinte série de fluxos de caixa. A taxa de desconto é de 10%. Anos Fluxos de Caixa 0 -20 1 8 2 8 3 4 4 4 5 4 Exercício 2 Calcular e analisar a TIR para os projetos que apresentam os fluxos de caixa da tabela abaixo. Qual seria o projeto mais indicado? Anos Projeto 1 Projeto 2 0 -30 -20 1 -15 -10 2 20 15 3 25 20 4 40 25 Análise da TIR Se a TIR for maior que a Taxa de Desconto, aceita o projeto; Se a TIR for menor ou igual a Taxa de Desconto, rejeita o projeto.
  • 57. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 54 Exercício 3 Um investidor tem duas opções de aplicação, cujos fluxos de caixa abaixo. Os projetos são mutuamente excludentes. Escolha qual a melhor opção de aplicação utilizando a análise da TIR. 1.3 Período de recuperação de capital – PAYBACK A recuperação do capital investido em determinado projeto é medido pelo método do Payback, considerando a mudança do valor do dinheiro no tempo. Quanto maior o payback maior será o risco de recuperação do capital investido. 1.3.1 Payback simples O payback simples é calculado pela diferença entre o valor investido e os fluxos de caixa gerados pelo projeto. Quando a soma dos fluxos de caixa gerados pelo projeto for suficiente para pagar o investimento. Anos Projeto 1 Projeto 2 0 - 177,88 - 100,00 1 276,79 100,00 2 100,00 200,00 Pelo critério do payback deve desprezar todos os fluxos de caixa gerados após o período de recuperação do capital investido. PAYBACK Significa o tempo suficiente para que os fluxos de caixa gerados pelo projeto paguem o investimento, ou seja, quando o resultado da diferença do que se investiu e o total de fluxos de caixa gerado for igual a zero.
  • 58. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 55 Exercício 1 Calcule o payback simples do projeto abaixo e faça a análise do resultado. Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto 0 -200 1 100 2 100 3 100 1.3.2 Payback corrigido No payback corrigido considera-se o valor líquido dos fluxos de caixa. Exercício 1 Calcular o Payback do projeto abaixo, considerando uma taxa de desconto de 10% ao ano. Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado 0 -200 100 100 100 OBS: Quando o Payback se dá entre dois anos utiliza-se a seguinte fórmula para sua definição: Payback = FCn- ------------------------- x (Ano+- Ano-) + Ano- FCn- + FCn+
  • 59. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 56 Exercício 2 Em quanto tempo o projeto que apresente os fluxos de caixa será capaz de pagar o seu investimento. Considere o custo de capital de 8,4% ao ano. Faça os cálculos pelo Método do Payback Simples e pelo Payback Corrigido. Método do Payback Simples Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto 0 (15.000) 1 3.800 2 4.700 3 4.100 4 3.900 5 2.900 Método do Payback Corrigido Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente líquido) VPL Acumulado 0 (15.000) 1 3.800 2 4.700 3 4.100 4 3.900 5 2.900 Exercício 3 A Demonstração de Resultado e o Fluxo de Caixa de duas empresas que operam no mesmo ramo estão representados nos quadros abaixo. Faça a análise de qual a empresa que valerá mais no final do sexto ano. Utilize o método do VPL para fazer a análise.
  • 60. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 57 Empresa Gerais Demonstração de Resultados 1 2 3 4 5 6 Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450 Despesas à vista (700) (745) (790) (880) (970) (1.105) Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200) LAIR Fluxo de Caixa 1 2 3 4 5 6 Acumulado LAIR Depreciação 200 200 200 200 200 200 Invest.de Capital (600) 0 0 (600) 0 0 Invest. Capital de Giro (50) (50) (20) (20) (20) (10) Fluxo de Caixa Custo de Capital = 10%
  • 61. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 58 Empresa Campos Demonstração de Resultados 1 2 3 4 5 6 Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450 Despesas à vista (700) (745) (790) (880) (970) (1.105) Depreciação (200) (200) (200) (200) (200) (200) LAIR Fluxo de Caixa 1 2 3 4 5 6 Acumulado LAIR Depreciação 200 200 200 200 200 200 Invest.de Capital (200) (200) (200) (200) (200) (200) Invest. Capital de Giro (20) (20) (20) (30) (30) (50) Fluxo de Caixa
  • 62. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 59 1.4 Índice de Lucratividade É a relação entre o valor presente líquido (VPL) do projeto pelo valor presente da soma dos desembolsos. Brasil (2004), reforça que o índice de lucratividade é “o valor presente líquido por unidade de investimento”. 1.4.1 Análise de um único projeto Exercício 1 Determinado projeto apresenta os seguintes fluxos de caixa: Anos Fluxos de Caixa 0 (165.000) 1 90.000 2 75.000 3 65.000 4 50.000 A taxa de desconto considerada para este projeto é de 12% ao ano. IL = VPL -------------------------- VPdesembolsos Critérios de análise pelo IL IL maior do que zero aceita o projeto IL menor ou igual a zero rejeita o projeto
  • 63. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 60 Pede-se: a) Calcular o índice de lucratividade; b) Decida se o projeto deve ser aceito. Justifique a sua resposta. Exercício 2 O analista de investimento de uma empresa recebe as seguintes informações sobre um projeto: no ano inicial haverá um desembolso de R$1,6. No ano seguinte o empreendimento deverá gerar R$10, proveniente de suas operações. No ano 2 haverá gasto de R$10 para reestruturação do negócio. A taxa de desconto do projeto será de 28% ao ano. Dê a sua contribuição para que o analista tome a decisão acertada, informando-lhe o seguinte: a) A tabela com os respectivos fluxos de caixa; b) o índice de lucratividade; c) a sua opinião sobre a aceitação do projeto. Justifique a sua resposta. 1.4.2 Análise para Projetos mutuamente excludentes Em uma análise de dois Projetos A e B, mutuamente excludentes, pode resultar análise contraditória entre os resultados do VPL e do IL, ou seja, pelo VPL o Projeto A é o melhor, e pelo IL o Projeto B é o mais indicado. Diante de um impasse como esse a alternativa é calcular o VPL e o IL pelo fluxo de caixa diferencial entre o projeto A e o B e não pelos fluxos de caixa gerados por cada um deles, separadamente. Critério de análise em Projetos Mutuamente Excludentes Se o VPL e o IL do fluxo de caixa diferencial for maior do que zero, escolhe o projeto que tiver gerado o maior VPL individual.
  • 64. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 61 Exercício 3 A tabela abaixo apresenta os fluxos de caixa de dois projetos mutuamente excludentes, faça a análise de aceitação dos mesmos. Considere uma taxa de desconto de 12% ao ano. Anos Projeto A Projeto B FCA - FCB 0 (165) (125) 1 90 75 2 75 60 3 65 50 4 50 30
  • 65. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 62 2. Fluxo de Caixa de um Projeto2 Para entender como os fluxos de caixa de um projeto são gerados apresenta- se a seguir os componentes do Fluxo de Caixa de um Projeto e em seguida como cada um desses componentes é calculado. 2.1 Receita Bruta Operacional Nesta linha deverá ser lançado o valor correspondente às entradas de caixa proveniente da venda de serviços e produtos resultantes do investimento. 2 As informações desta unidade foram extraídas de BRASIL (2004, p. 43-54) COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA DE IUM PROJETO Receita Bruta Operacional (-) Deduções Receita Líquida Operacional (-) Custos e Despesas Administrativas Lucro Bruto (EBITDA) (-) Depreciação Lucro Bruto Operacional (LBO) (-) Imposto sobre o LBO (+) Depreciação (-) Investimento Bruto (-) Variações na Necessidade de Capital de Giro (∆ NCG) (+) Valor Residual Fluxo de Caixa do Projeto Lucro Bruto = EBTIDA = Earning Before Interest, taxes, Depreciation and Amortization. Lucro Bruto Operacional = EBIT = Earning Before Interest e Taxes
  • 66. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 63 2.2 Deduções Deverão ser computados todos os tributos incidentes sobre a receita bruta, tais como: Contribuição Social, PIS/PASEP, COFINS, ICMS e IPI. 2.3 Receita Líquida Operacional É a diferença entre o valor da Receita Bruta e as Deduções. 2.4 Custos e Despesas Operacionais Todos os desembolsos necessários para a realização do projeto deverão ser computados nesta linha. Exemplo: custos de matéria-prima, de transformação e de manutenção; despesas de vendas, comissões marketing de despesas administrativas. 2.5 Depreciação Não representa saída de caixa, mas deve ser incluída por significar um benefício fiscal, na medida em que reduz o valor do lucro. Este benefício é uma entrada de caixa importante. O seu lançamento deve ser como despesa antes da apuração do lucro e sua devolução após ter feito o cálculo do imposto. A depreciação normalmente de faz de forma linear, ou seja, de forma uniforme ao longo dos anos. A TAB.1 traz a vida útil contábil de alguns ativos. Tabela 1 Vida útil de alguns ativos Ativo Vida Útil (anos) Taxa de Depreciação Anual Edificações e Construções 25 4% Máquinas, Equipamentos, Instrumentos e Aparelhos de Medição 10 10% Móveis e Utensílios 10 10% Instalações 10 10% Veículos de Carga 4 25% Automóveis de passageiros 5 20% Computadores 2 50%
  • 67. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 64 2.6 Lucro Bruto Operacional – LBO Representa o valor operacional do projeto. “Projetos que geram grandes montantes de LBO em relação ao capital investido tendem a ter maiores VPL e menores períodos de recuperação – payback”. 2.7 Impostos sobre o Lucro Os impostos sobre o lucro se referem ao Imposto de Renda e Contribuição Social. Após conhecer as alíquotas calcula-se o valor do imposto multiplicando-a pelo valor do lucro. 2.8 Investimento Bruto Corresponde ao valor total do desembolso provocado pela compra e instalações de equipamentos e outros ativos fixos que deverão ser adquiridos no projeto. Devem incluir também os custos com frete, seguro e treinamento. 2.9 Necessidade de Capital de Giro Brasil (2004), esclarece que a necessidade de capital de giro pode ser calculada pela diferença entre as contas operacionais do ativo (Clientes e Estoques) Imposto = alíquota x LBO Valor dos Ativos Fixos (+) Despesas com frete (+) Despesas com Seguro (+) Despesas com Treinamento (-) Alienação de Ativos já Existentes (-) Impostos com Venda de Ativos já Existentes
  • 68. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 65 e as contas operacionais do passivo (Fornecedor, Salários e Contribuições a Pagar, Impostos a Pagar calculado sobre as Operações, Fretes a Pagar etc.). 2.10 Valor Residual O valor residual é encontrado pela diferença entre o valor contábil do projeto no último ano e o valor de mercado do empreendimento. Em geral o valor de mercado do projeto é superior ao valor contábil. Esse valor pertence aos investidores. Necessidade de Contas Operacionais - Contas Operacionais Capital de Giro ( NCG) = do Ativo do Passivo Variação de NCG = após calcular a NGC de todos os períodos, calcula-se a variação, ou seja, se no ano posterior a NCG for igual a NCG do ano anterior então não houve variação na NCG. Caso aumente a NCG deverá ser colocado apenas o valor que variou, para mais ou para menos. Valor de Venda do Projeto (-) Valor Contábil dos Ativos (-) Despesas de Vendas dos Ativos (=) Ganho de Capital (-) Impostos sobre o Ganho de Capital (=) Valor Residual
  • 69. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 66 Exemplo 1 Suponha um projeto de aquisição de frota de automóveis, cujas projeções de receita bruta operacional são conforme mostrado na tabela seguinte: Ano Receita Bruta Operacional ($ Mil) 0 1 1.200 2 1.200 3 1.500 4 1.500 5 1.500 Impostos Alíquota (%) PIS/PASEP e Cofins 8 Ano 0 Investimento R$ 170 Vida Útil dos Ativos 5 anos Depreciação Linear Custos e despesas Operacionais 60% da Receita Líquida Operacional Imposto sobre o Lucro Imposto de Renda = 25% Contribuição Social = 12%
  • 70. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 67 Dados para o cálculo da Variação do Capital de Giro Estoque 3% da Receita Líquida Operacional (RLO) Contas a Receber de Clientes 20% da RLO Contas a Pagar a Fornecedor 12% da RLO Salários e Contribuições 5% da RLO Impostos sobre Operações 3% da RLO Valor de Venda da Frota no último ano 25% do valor de aquisição Despesas de Venda 2% do valor da aquisição Pede-se; a) Calcular o VPL do projeto; b) Análise do resultado. Taxa de Desconto 15% ao ano
  • 71. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 68 Quadros Auxiliares Cálculo da Receita Líquida Operacional Ano Receita Operacional ($ Mil) Deduções (Impostos = 8%) Receita Operacional Líquida 0 1 2 3 4 5 Cálculo dos Custos e Despesas Operacionais Ano Receita Líquida Operacional Custos e Despesas Operacionais 1 2 3 4 5 Cálculo da Depreciação Valor do Investimento Vida Útil Depreciação Anual
  • 72. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 69 Apuração do Lucro Bruto Operacional Ano Receita Líquida Operacional Custos e Despesas Operacionais Depreciação Anual Lucro Bruto Operacional 0 1 2 3 4 5 Cálculo da Necessidade de Capital de Giro Ano Receita Líquida Operacional Estoques (93% x ROL) Clientes (20% x RLO) Fornecedores (12% x ROL) Salários (5% x ROL) Impostos ( 3% x ROL) NCG ($ Mil) 0 1 2 3 4 5
  • 73. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 70 Cálculo da Variação de Necessidade de Capital de Giro (NCG) Ano Variação de NCG 0 1 2 3 4 5 OBS: No último ano do projeto os valores correspondentes a NCG são devolvidos à empresa, proprietária do projeto. Cálculo do Valor Residual Apuração do Valor Residual Valor (R$ Mil) Valor do Investimento Valor de Venda dos Ativos (-) Valor Contábil dos Ativos (-) Despesas de Vendas dos Ativos (=) Ganho de Capital (-) Impostos sobre o ganho de Capital (37%) (=) Valor Residual
  • 74. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 71 Construção do Fluxo de Caixa do Projeto (Valores em $ Mil) ANO Investimento Bruto Lucro Operacional Bruto Impostos Depre ciação Variação NCG Valor Resid ual Fluxo de Caixa do Projeto 0 1 2 3 4 5 a) VPL b) Análise
  • 75. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 72 3. Custo do Capital do Credor e do Acionista 3.1 Taxa de Desconto do Projeto Também chamada de taxa mínima de atratividade, custo de oportunidade do investimento, ou custo médio ponderado do capital (WACC – Weighted Average Cost of Capital). Brasil (2004), explica que a taxa do projeto será definida pela forma de como ele foi financiado: capital de terceiros e/ou capital dos acionistas. O cálculo pode ser feito utilizando a seguinte fórmula: Onde: i = taxa de desconto; Kd = Custo do capital do credor; t = alíquota de imposto sobre a renda; Ke = Custo do capital do proprietário (acionista ou cotista); E = Valor de mercado da dívida; PL = Valor de mercado do capital do proprietário; E/(E+PL) = Proporção do ativo financiado por dívida; PL/(E+PL) = Proporção do ativo financido pelos proprietários. 3.2 Custo do Capital do Credor A taxa do credor (Kd) é formada por uma taxa básica de juros da economia mais o spread. A taxa básica é representada por uma taxa livre de risco (rf), normalmente se utiliza a taxa SELIC, descontada da inflação. O spread é o valor que se cobra pelo risco do não recebimento. i= Kd x (1-t) x E + Ke x PL ------------ ----------- E + PL E + PL Kd = rf + spread
  • 76. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 73 3.3 Custo do Capital do Acionista O custo do capital do acionista além da taxa livre de risco incorpora também uma taxa adicional correspondente ao risco do negócio. Onde: Ke = Custo do capital do proprietário; rf = Taxa livre de risco; β = Coeficiente beta: medida de risco do negócio em relação ao mercado; rm = Retorno esperado de uma carteira diversificada de investimento; Exercício 1 Calcular o custo do capital do credor, supondo que a taxa livre de risco real é de 11% ao ano e que o spread de risco é determinado pela tabela a seguir: E/(E+PL) Classificação do Risco Spread 0% AAA 0,30% 10% AAA 0,30% 20% A+ 1,00% 30% A- 1,5% 40% BB 2,50% 50% B+ 3,0% 60% B- 5,0% 70% CCC 6,0% 80% CC 7,5% 90% C 9,0% A empresa tomadora possui uma estrutura de capital representada pela relação E/(E+PL) de 50%. ou seja, metade do valor do seu ativo deverá ser financiada por credores e a outra metade pelo proprietários. Ke = rf + β x (rm – rf)
  • 77. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 74 Exercício 2 Uma empresa pretende implementar um projeto. O risco do negócio é bastante alto, e seu β equivale a 1,6. A taxa de retorno esperada de uma carteira de mercado é de 18% ao ano e a taxa livre de risco é de 12% ano ano. Determine o valor do retorno mínimo que o acionista desta empresa deve esperar obter com o projeto. Exercício 3 Utilizando os dados de custo do capital do credor e dos proprietários calculados nos exercícios anteriores, determine a taxa de desconto apropriada ao projeto a ser desenvolvido por uma empresa, supondo uma alíquota de imposto de 37%.
  • 78. GESTÃO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS 75 REFERÊNCIAS ASSAF, Alexandre Neto. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro. São Paulo. Editora Atlas, 2010. __________ Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico- financeiro. Livro de Exercício. São Paulo. Editora Atlas, 2010. BRASIL, Haroldo Guimarães. Avaliação Moderna de Investimento. Rio de Janeiro, Qualitymark Editora Ltda. BRIGHAM, Eugene F., GAPENSKI, Louis C., EHRHARDT, Michael C. Administração Financeira. São Paulo. Editora Atlas, 2001. BRUNI, Adriano Leal. A Administração de Custos, Preços e Lucros. 4ª ed. São Paulo. Atlas, 2010. GITMAN, Lawewnce J. Princípios de Administração Financeira. São Paulo. Editora Harper & Row do Brasil Ltda., 1978. GROPPELLI, A.A. & NIKBAKHT, Administração Financeira. São Paulo. Editora Saraiva, 2002. IUDÍCIBUS, Sérgio. Análise de Balanços. São Paulo. Editora Atlas, 2010. KUHNEN, Osmar Leonardo. Matemática Financeira Empresarial. São Paulo. Editora Atlas, 2006. PAXSON, Dean e WOOD, Douglas. Dicionário Enciclopédico de Finanças. São Paulo. Editora Atlas, 2001. PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira: objetiva e aplicada. São Paulo. Editora Saraiva, 2006. SEIFFERT, Peter Quadros. Empreendendo Novos Negócios em Corporações. São Paulo. Editora Atlas, 2005. TPD/IOB. Treinamento Programado a Distância. São Paulo. IOB. VIEIRA, Marcos Villela. Administração Estratégica do Capital de Giro. São Paulo, Editora Atlas, 2005.