O documento descreve a transição do Brasil do Segundo Reinado para um sistema de trabalho assalariado, com o declínio da escravidão de 1850 a 1888 e o crescimento da imigração européia. A pressão inglesa levou à abolição do tráfico de escravos em 1850, e leis posteriores como a Lei do Ventre Livre em 1871 e a Lei Áurea em 1888 libertaram gradualmente os escravos, embora não oferecessem apoio aos libertos. A imigração européia financiada pelo governo a partir de 1870 substituiu
2. Declínio da escravidão
% de
Ano População População Total escravos
livre escrava sobre o
total
1850 4.500.000 2.500.000 7.000.000 36
1872 8.601.000 1.510.000 10.111.000 15
1888 13.100.000 700.000 13.800.000 5
3. Extinção do tráfico negreiro
A extinção do tráfico era exigida pela Inglaterra
desde os Tratados de 1810.
Motivações inglesas:
A) pressões de grupos religiosos sobre o
Parlamento (razões humanitárias);
B) incompatibilidade da escravidão com a
exigência de mão de obra qualificada;
C) ampliação do mercado consumidor pra os seus
produtos.
O Brasil, após 1810, era o único grande país que
ainda praticava o tráfico negreiro em larga escala.
4. Extinção do tráfico negreiro
Por pressão inglesa, em 1831, o Brasil aboliu
formalmente o tráfico → “lei para inglês ver”
(não foi colocada em prática).
Bill Aberdeen (1845) → o Parlamento britânico
autorizou a sua Marinha a aprisionar navios
negreiros e a enforcar a tripulação, libertando os
escravos.
A Marinha britânica passou a afundar navios
brasileiros, mesmo que não fosses negreiros.
Lei Eusébio de Queirós (1850) → a Assembleia
Nacional brasileira, para evitar o conflito armado,
aprovou o fim definitivo do tráfico.
5. Crescimento do trabalho
assalariado
Imigração europeia
Os fazendeiros brasileiros consideravam que o
africano só trabalhava porque era forçado → seria
um desperdício libertar os escravos e pagar-lhes
salários.
Com o objetivo de “melhorar a população,
incentivou-se a vinda de imigrantes europeus,
para “branquear” a população brasileira.
A maior parte desses europeus foram alocadas nas
plantações de café, sobretudo na província de São
Paulo.
6. Crescimento do trabalho
assalariado
Dois modelos de imigração:
1) Financiada pelos fazendeiros: a viagem do
imigrante era paga pelo cafeicultor; no entanto, o
imigrante deveria trabalhar gratuitamente, para
pagar sua dívida (“sistema de parceria”) →
ocorreram revoltas de imigrantes e alguns países
europeus passara a dificultar a emigração para o
Brasil;
2) Financiada pelo governo (a partir de 1870): o
governo imperial financiava a passagem do
imigrante e enviava-o para uma fazenda; não
havia necessidade de reembolso.
7. Crescimento do trabalho
assalariado
Imigração financiada pelo governo
Anos Número de imigrantes
1870 13.000
1878 22.000
1886 30.000
1887 50.000
1888 133.000
Nas regiões mais pobres (Nordeste), muitos
escravos foram vendidos para o Sudeste cafeicultor,
e os que ficaram passaram a trabalhar no sistema de
semisservidão → o escravo ganhava terras para
plantar para si, mas entregava parte da produção ao
proprietário.
8. Campanha abolicionista
Fundação da Sociedade Brasileira contra a
Escravidão (1880) → a campanha só acelerou o
que já em franco declínio.
Criação de leis que acabariam com a escravidão
de maneira lenta:
1) Lei do Ventre Livre (1871) → os filhos de
escrava nasciam livres, mas ficavam “sob o
cuidado” do dono da mãe até os 8 anos; após essa
idade, o proprietário poderia receber uma
indenização de 600 mil-réis (20 sacas de café) ou
obrigar o menino a trabalhar gratuitamente para
ele até os 21 anos;
9. Campanha abolicionista
2) Lei dos Sexagenários (1885) → libertava os
escravos com mais de 65 anos de idade;
3) Lei Áurea (1888) → libertou cerca de 700 mil
escravos, não previa qualquer auxílio aos libertos,
que foram abandonados à própria sorte.
10. Campanha abolicionista
2) Lei dos Sexagenários (1885) → libertava os
escravos com mais de 65 anos de idade;
3) Lei Áurea (1888) → libertou cerca de 700 mil
escravos, não previa qualquer auxílio aos libertos,
que foram abandonados à própria sorte.