Educação Bilíngue para Surdos no Município de Piracicaba
1. I ENCONTRO DE EDUCAÇÃO BILÍNGUE NO MUNICÍPIO DO RIO
Programa Inclusivo Bilíngue para
Educação de Surdos: desafios e
possibilidades
Cristina B. F. de Lacerda
Universidade Federal de São Carlos UFSCar
Grupo de Pesquisa: Surdez e Abordagem Bilíngue
Universal CNPq: 477108/2008-3
Parceria com Ana Cláudia Lodi (USP-RP)
2. Contexto social e de pesquisa
• Estado de São Paulo: forte tradição oralista de
atendimento aos surdos
• Poucas boas escolas de surdos, apenas na
capital – interior com instituições tradicionais
• Convites para elaboração de Programas de
Educação de Surdos que partiram de gestores
públicos da área da educação
• Interesse de criar no espaço das redes
públicas um atendimento de qualidade para
estes alunos.
3. Decreto nº. 5626 - conjuntura
• Organização social de pessoas surdas
• Lei 10.436 (Lei LIBRAS).
• Língua ser respeitada/considerada no atendimento ao cidadão
brasileiro, especialmente no âmbito educacional.
• Necessidade de formar professores e outros profissionais para
educação básica – projeto bilíngue
Quebrar preconceitos, oferecer condições de conhecer a língua e aspectos
culturais/perceptuais da surdez e favorecer processos de comunicação básica.
Política nacional de inclusão vigente
Realidade bilíngue da população surda: preparação de aulas
considerando esta singularidade linguística e perceptual
4. Proposta de Educação Inclusiva Bilíngue
• Língua de Sinais - as interações podem fluir naturalmente
• Criança surda deve ser exposta o mais cedo possível à língua de
sinais, aprendendo a sinalizar tão rapidamente quanto as crianças
ouvintes aprendem a falar
• LIBRAS: servirá de base para aprendizagem da língua do grupo
majoritário, como segunda língua, tornando-se bilíngue -
bilinguísmo sucessivo.
O objetivo da educação bilíngue é que a criança surda possa
ter um desenvolvimento cognitivo-linguístico equivalente ao
da criança ouvinte e mantendo uma relação harmoniosa
também com ouvintes, tendo acesso às duas línguas: a
língua de sinais e a língua majoritária.
5. Proposta de Educação Inclusiva Bilíngue
• Educação bilíngue: direito lingüístico da pessoa surda acesso
aos conhecimentos sociais e culturais na língua de domínio
• Metodologia de ensino própria e Currículo próprio
• Ensino de LIBRAS: Instrutor/Professor Surdo
Professores Educação Infantil e
Fundamental I
Professor bilíngue com domínio Língua
de Sinais e Português e das
peculiaridades do sujeito surdo para
processos de aprendizagem
Professores Fundamental II, Ensino
Médio e Superior
Conhecer a LIBRAS, trabalhar em
parceria com + Tradutor Intérprete de
LIBRAS (TILS), domínio das
peculiaridades do sujeito surdo para
processos de aprendizagem
6. Desafio da Formação
• Formação Profissional complexa:
– Inclusão
– Letramento em Português e LIBRAS
– Aspectos Metodológicos
– Carência de experiências anteriores
Professor
Bilíngue
Intérprete
de LIBRAS
Instrutor
Surdo
7. Instrutor surdo
• Formação em serviço
• Experiências educacionais anteriores restritas: modelo
precário de formador
• Domínio restrito do Português
• Experiência que precisa ser refletida para melhor atuação
(Almeida, 2010)
• Muitas atividades diferentes sob sua responsabilidade:
– Libras para surdos e ouvintes, diversas faixas etárias,
• Sozinho com pouca possibilidade de interlocução com pares
em sua língua e em seu “posto de observação”
• Formação Letras/LIBRAS – insuficiente para as demandas
educacionais
ALMEIDA. E. B. Formação do profissional Intérprete de Língua Brasileira de Sinais:
focalizando o papel de professores surdos e ouvintes. 2010. Dissertação (Mestrado
em Educação) - Universidade Metodista de Piracicaba,
8. 8
O papel do intérprete na escola:
refletindo sobre diferentes experiências
• Papel pouco claro – assume múltiplas tarefas
• Pouco preparo formal – atuação empírica, com
formação em serviço
• Falta de formação - problemas para os alunos surdos
• Relação intérprete/aluno surdo diferenciada da
relação professor /aluno
• Necessidade de que o professor também conheça a
língua de sinais – nem sempre contemplada
• Tensão entre papel do professor e papel do
intérprete
• Papel diferente para diferentes níveis de ensino
9. 9
O papel do intérprete na escola:
refletindo sobre diferentes experiências
• Papel pouco claro – assume múltiplas tarefas
• Pouco preparo formal – atuação empírica, com
formação em serviço
• Falta de formação - problemas para os alunos surdos
• Relação intérprete/aluno surdo diferenciada da
relação professor /aluno
• Necessidade de que o professor também conheça a
língua de sinais – nem sempre contemplada
• Tensão entre papel do professor e papel do
intérprete
• Papel diferente para diferentes níveis de ensino
10. 10
Literatura - Intérprete
educacional
Demandas e Necessidades
• Conhecimento de LS e de léxico específico para
área de atuação
• Conhecimento sobre a surdez e comunidades
surdas
• Estar na classe todo o tempo
• Ensinar aspectos da LS para alunos surdos
• Preparar materiais visuais
• Dialogar com o professor de classe e com
professor especializado
• Mais conhecimento da realidade escolar
11. Professor Bilíngue
• Desafio – ensino do Português como segunda língua
• Alunos surdos chegam nos diversos níveis de ensino não
alfabetizados satisfatoriamente
• Escola tem dificuldade com alfabetização/letramento em
língua materna
• Inclusão no ensino regular X ensino diferenciado do Português
• Precariedade de metodologias – construção a partir da própria
prática
• Falta de profissionais com formação para esta tarefa
• PROFESSOR SURDO (Martins, 2010)
Martins, M A L. Relação Professor Surdo / Aluno Surdo em sala de Aula:
análise das práticas bilíngues e suas problematizações. 2010. Dissertação
(Mestrado em Educação) - Universidade Metodista de Piracicaba,
12. Proposta de Educação Inclusiva Bilíngue
• Propostas Inclusivas Bilíngues – poucas e iniciais
• Nem sempre aluno surdo conhece LIBRAS
• Falta de surdos adultos: Professores de LIBRAS (primeira
turma Letras/LIBRAS formará em 2010)
• Falta de intérpretes formados para atuar na área educacional
• Preconceito social frente à Língua de Sinais,
• Desconhecimento das necessidades educacionais de alunos
surdos
• Dificuldade para preparar aulas atentas às necessidades
lingüísticas, metodológicas, curriculares, sociais e culturais
deste grupo
13. Proposta de Educação Inclusiva Bilíngue
• Favorece relação entre adulto surdo e criança surda:
– construção de auto-imagem positiva
– Inserção na comunidade ouvinte
• Língua de sinais introjetada como língua valorizada
• Experiências com educação bilíngue expansão nos últimos
anos em vários países e no Brasil.
• Complexa e exige cuidados especiais, formação de
profissionais habilitados, diferentes instituições envolvidas
- formação de professores ocupa lugar central
• A LIBRAS e a proposta de educação bilíngue para surdos
precisa ser conhecida pelos futuros professores, para que
os objetivos de um atendimento educacional inclusivo
bilíngue seja alcançado.
15. Programa de Inclusão Bilíngue em Piracicaba
• Piracicaba: 365.400 habitantes (IBGE, 2006)
• Em 2002 contato da Prefeitura com a universidade
(UNIMEP) para proposta de atendimento ao aluno
surdo no ensino regular
• Exigência que fosse incluído na sala regular e menor
custo possível
• Pesquisadores interessados na perspectiva bilíngue
de atendimento aos alunos surdos
• Ed. Infantil e Fundamental I
16. Educação de surdos - pressupostos
• Desenvolvimento da língua de sinais (L1) pelo contato
das crianças com adultos surdos usuários desta língua
• A partir dela- ensino da escrita da língua portuguesa
como segunda língua (L2)
• Educadores - domínio das línguas envolvidas
• Processos de ensino-aprendizagem - procedimentos
metodológicos e currículo considera a diversidade
sócio-cultural e lingüística
• Município em foco – Criação de Escolas Pólo com
Programa Inclusivo e Bilíngüe.
• Convênio com a universidade para pagamento de
Educador Surdo e Intérpretes
17. Programa Inclusivo e Bilíngue
• Experiência teve início em 2003
• 02 escolas Pólo: referência para crianças surdas na rede
municipal:
01 Escola de Educação Infantil EMEI
01 Escola de Ensino Fundamental (primeira etapa) EMEF
• Equipe formada por: 07 intérpretes Libras/Português
• 02 educadores surdos - ensino de Libras
• 02 auxiliares de pesquisa - articulação escola e universidade
• 01 professor bilingue - Oficinas de Português como L2
• Transporte
18. EMEI
Instrutor surdo
Oficina de LIBRAS para
surdos no contra-turno
Alunos surdos + alunos ouvintes
Máximo de 15 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
Intérprete + professor regente
EMEF
Alunos surdos + alunos ouvintes
Máximo de 20 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
Intérprete + professor regente
Instrutor surdo
Oficina de Libras para
surdos no contra-turno
Professor Bilingue
Oficina de Português
20. ORGANIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA –
alunos surdos
Turno segunda terça quarta quinta sexta
Manhã Aula regular Oficina de
Português
Aula regular Oficina de
Português
Aula regular
Aula regular Aula regular Aula regular Aula regular Aula regular
+ aula de
LIBRAS
tarde Oficina de
LIBRAS
Oficina de
LIBRAS
21. ORGANIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA -
professores
Turno segunda terça quarta quinta sexta
Manhã Aula regular Português
para
ouvintes
Aula regular Português
para
ouvintes
Aula regular
Aula regular Aula regular Aula regular Aula regular Aula regular
tarde Reunião
com
intérpretes
Oficina de
LIBRAS
HTPC –
orientação
pedagógica
22. ORGANIZAÇÃO GERAL DO PROGRAMA
Professor Bilingue +
Instrutor surdo
Oficinas de português
Instrutor surdo
oficina de LIBRAS
Intérprete
sala de aula Equipe gestora: estrutura e
funcionamento
Professor ouvinte
sala de aula
Capacitação continuada de todos os participantes
Alunos
surdos
Adultos
ouvintes
familiares
Alunos ouvintes
23.
24.
25.
26.
27. Reflexões sobre esta prática
• Prática acompanhada de 2003 a 2007 – cotidianamente e
como objeto de pesquisa
• Iniciação Científica (5): Alunos surdos na EMEI e EMEF e
modos de interlocução em sala de aula e outros espaços
escolares considerando a abordagem bilíngüe,
desenvolvimento de Libras e de Linguagem
• Mestrado (3): Organização da sala de aula: professor /
intérprete e seus efeitos na EMEI e EMEF, participação do
Educador Surdo na escola
• Doutorado (1): Melhor conhecer o papel e possibilidades de
atuação do Educador Surdo
• Pesquisa Financiada (2): Papel do Intérprete nos diferentes
níveis de ensino (FAPESP) e o Funcionamento geral da
proposta inclusiva na abordagem bilíngüe (CNPq)
28. Aspectos gerais positivos
• Situação dos alunos surdos melhorou em relação à
experiências escolares anteriores
• Desenvolvimento lingüístico continuo dos alunos surdos
• Atenção maior da rede pública de ensino à questão da
surdez e das necessidades desta comunidade
• Respeito pela Libras em toda a comunidade escolar
• Capacitação gerando reflexões sobre condições gerais
de ensino, incidindo sobre todas as práticas escolares
• Bom resultado geral e por série no SARESP
29. Aspectos que mereceram atenção
• Formação em serviço
• Práticas ora eficazes ora ineficazes
• Formação de professores mostra-se ineficaz em muitos
aspectos: diferenças importantes entre o que é dito e o
que é realizado
• Várias tentativas: leitura de textos, cursos de formação,
discussão sobre situações do cotidiano
• Dificuldade para modificar práticas: inércia, manutenção
de atividades
• Dificuldade para internalizar posturas que considerem a
surdez e a perspectiva bilíngüe
• Formação em Libras efetiva para os professores que
atuam com alunos surdos – para os demais não se mostra
eficiente
30. Relação professor/intérprete
• Dificuldade em estabelecer relação harmoniosa: local de
atuação, possibilidades de intervenção, relações de poder
• Domínio precário de Libras do professor o coloca em posição de
dependência
– Professor delega suas funções para intérprete
– Intérprete atua não favorecendo participação do professor
• Domínio do conteúdo pelo professor o coloca em posição de
poder
– Pouco planejamento anterior de atividades: influencia
negativamente o trabalho do intérprete
– Formação do intérprete
• Dificuldades inerentes a interpretação e a presença de duas
línguas no ambiente escolar
• Intérprete pela intimidade que cria com alunos surdos, por vezes
assume uma postura protetora
31. Educador surdo
• Formação em serviço
• Experiências educacionais anteriores restritas: modelo
precário de formador
• Domínio restrito do Português
• Evolução da atuação pela experiência
• Muitas atividades diferentes sob sua responsabilidade:
– Libras para surdos e ouvintes, diversas faixas
etárias,
– Ensino do Português como segunda língua,
estratégias pedagógicas
• Sozinho com pouca possibilidade de interlocução com
pares em sua língua e em seu “posto de observação”
32. Ensino de Português como segunda língua
• Crianças surdas não estão alfabetizadas
• Escola tem dificuldade com alfabetização/letramento em
língua materna
• Negociação com a proposta de inclusão no ensino
regular
• Modo relativamente novo de encarar o trabalho com
surdos
• Ensinar apoiado no conhecimento dos alunos em Libras
que também é precário
• Precariedade de metodologias – construção a partir da
própria prática
• Falta de profissionais com formação para esta tarefa
(professores bilingues/educador surdo)
• Grande desafio
33. Crianças surdas
• Escolarização exige abordagem diferenciada - direitos
iguais de acesso aos conhecimentos.
• Oficinas de Libras - única língua em circulação - crianças
apresentam evoluções lingüísticas significativas
• Mas, oficinas são desenvolvidas em menor freqüência (3hs
por semana) crianças maior contato com a Libras por meio
do intérprete e tempo ínfimo com adultos surdos
• Há desenvolvimento de linguagem, porém aquém do
esperado (LUCIANO E LODI, 2006)
• Dependência de transformação das situações lúdicas e de
ensino-aprendizagem desenvolvidas para que as crianças
tenham maior uso da linguagem (LUCIANO E LODI, 2006;
TURETTA, 2006)
34. Ampliar conhecimento em Libras comunidade e
familiares
• Criar ambiente bilíngüe para estas crianças
• Resistência para aprender Libras
• Impedimentos sociais
• Oferta de oficinas de Libras
• Modos de manejar esta realidade do Educador Surdo -
inexperiência
• Envolvimento da família interfere no andamento
escolar
• Limite difícil de transpor
35. Reflexões e Perspectivas
• Alunos surdos estão em um momento do desenvolvimento no
qual aquisição e domínio de linguagem são fundamentais
• Necessidade de domínio de Libras
• Apenas Oficinas de Libras de 3 a 5 horas semanais com o
adulto surdo fluente em Libras - demais horas com ouvintes
• Modelo bilíngüe com forte desvantagem para Libras
• Limites maiores porque a escola é monolíngue e resiste/muito
difícil tornar-se bilíngüe
• Escola precisa atender falantes do português e tem tido
dificuldades nisso
• Crianças surdas avançam mas muito menos do que seria
desejável
36. Reflexões e Perspectivas
• Pensar em um modelo de inclusão escolar/social que
não seja necessariamente inclusão em sala de aula
• Sala para alunos surdos
• Escolarização com língua de instrução Libras (Educação
Infantil e primeira etapa do Ensino Fundamental) –
Decreto 5.626/05
• Professores fluentes em Libras: preferencialmente
surdos
• Adequação metodológica e curricular a ser criada
• Ensino do Português como segunda língua
• Inclusão com presença de intérprete na segunda etapa
do Ensino Fundamental
37. Desdobramentos
• Aprovação de Edital para criação de vagas
para professor bilíngüe, intérprete de Libras e
instrutor surdo em Piracicaba
• 2008: expectativa de implantação de novo
modelo de Escola Inclusiva Bilíngüe
• Convite a retirada e desarticulação do
Programa
39. Programa de Inclusão Bilíngue em Campinas
• Proposta apoiada no Decreto 5.626
• Campinas :1.039.297 habitantes
• Problemas com aproveitamento escolar de alunos surdos: sala
regular + sala de recurso
• Responsável: Ed. Infantil, Fundamental e EJA
• Convite para assessoria de Programa Inclusivo Bilíngue
• Convênio com FENEIS para contratação de instrutores surdos e
intérpretes de LIBRAS
• Transporte do terminal central até a escola pólo (EMEI e EMEF)
• Projeto Político para a rede municipal
40. • Rede Municipal de Campinas (2008-2010)
• Duas EMEIs > 07crianças surdas (1 filha de surdos)
• Duas EMEFs > 15 Fundamental I e II e 20 no Fundamental III e IV
• Um EJA > 08 alunos surdos
(era um pólo de alunos surdos organizado informalmente)
• Necessidade de no mínimo 05 pólos
41. EMEI
Instrutor surdo
Oficina de LIBRAS para
surdos no contra-turno
Atividades com turmas
ouvintes
Alunos surdos
Multi-seriada
Máximo de 15 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
professor regente bilíngue
Língua de Instrução LIBRAS
EMEF – ciclos I e II
Alunos surdos
Multi-seriada
Máximo de 15 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
professor regente bilíngue
Língua de Instrução LIBRAS
Instrutor surdo
Oficina de Libras para
surdos no contra-turno
Atividades com turmas
ouvintes
42. EMEF – ciclos III e IV
Instrutor surdo
Oficina de LIBRAS para
surdos no contra-turno
Professor Bilingue
Aula de Português L2
Alunos surdos + alunos ouvintes
Máximo de 25 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
Intérprete + professor regente
EJA
Alunos surdos + alunos ouvintes
Máximo de 20 alunos por turma
Alunos surdos em grupos
Intérprete + professor regente
Instrutor surdo
Oficina de Libras para
surdos no contra-turno
Professor Bilingue
Aula de Português L2
43. Organização EMEI e EMEF I
• Sala língua de instrução LIBRAS – por ciclos
• 4 crianças surdas na EMEI – surdas e filha de surdos
• 5 crianças por ciclo – EMEF I
• Professor Bilíngue: seleção realizada dentro da rede
municipal
• Ajustes de projetos e temáticas a serem trabalhados nas
turmas
• Elaboração de atividades com turmas de ouvintes
• Oficinas de Libras no contra-turno com Instrutor surdo
(3hs/semanais)
• Aulas de LIBRAS para alunos ouvintes
• Resistência de matrícula: distância e desconfiança
44. Organização EMEF II e EJA
• Sala regular de ensino + Intérprete de LIBRAS
• 8 alunos surdos no 6º e no 7º ano e 01 no 9º ano (17)
• 8 alunos surdos no EJA (2 por ano)
• Professor Bilíngue: seleção realizada na rede municipal –
responsável pelo Ensino do Português como L2
• Ajustes de projetos e temáticas a serem trabalhados nas turmas
• Oficinas de Libras no contra-turno com Instrutor surdo
(3hs/semanais)
• Aulas de LIBRAS para alunos ouvintes
• Tentativas de planejamento conjunto professores e intérpretes
• Aumento da demanda de alunos surdos: fluxo contínuo
45. 45
ILS na Ed. Infantil e Ens.
Fundamental
• Pelo menos dois educadores em sala de aula
▫ a presença da professora regente de classe e do ILS cria na
escola inclusiva bilíngüe uma condição bastante singular.
• Dupla presença exige atenção seletiva,
▫ Aluno precisa discernir quem é o condutor principal da
atividade e quem é o enunciador para o qual ele deve voltar
sua atenção.
• Tarefa relativamente difícil para os alunos do Ensino
Fundamental
▫ ILS referem desatenção, desmotivação e a necessidade de
estarem constantemente pedindo sua atenção
• Alunos mais velhos (quarta série) mais atentos
▫ mais capazes de compreender as finalidades do trabalho
escolar e o papel de cada um dos profissionais que atua em
sua sala de aula.
• Resultados pedagógicos positivos são alcançados, mas
parece haver a necessidade de um esforço coletivo para
que as crianças surdas mantenham sua atenção e
46. 46
ILS na Ed. Infantil e Ens. Fundamental
• (1)Crianças surdas têm domínio restrito de Libras –
• Mais grave na Educação Infantil
• Gera defasagem na aquisição de conhecimentos em
geral - prejudica seu aproveitamento escolar
– Trabalho do ILS marcado por isso
• (2) Interpretação nem sempre propicia aprendizagem
– Processo de aprendizagem dificultado - conteúdos
são elaborados em Português para ouvintes - sem
considerar os modos de significação próprios da
LIBRAS e dos surdos
– Intérprete se desdobra mas nem sempre alcança os
objetivos desejados
• (3) ILS se sente responsável pelas dificuldades e
incompreensão dos alunos
– Procuram formas alternativas de passar conteúdos
– Assumem por vezes para si a tarefa de ensinar -
aspectos do papel do professor.
47. 47
ILS na Ed. Infantil e Ens. Fundamental
• (4) Libras tem caráter secundário na sala de aula
– crianças surdas, com pouco domínio de Libras, são
obrigadas a construir sentidos no trânsito de uma
língua para outra – esforço muito maior que alunos
ouvintes
• Dramática a função do intérprete nestes níveis de ensino
• (5) Relação professor e ILS em sala de aula – quando
professor conhece pouco a Libras
– Delegam os cuidados aos alunos surdos para o
intérprete.
– Crianças surdas interagem pouco em sinais com a
professora – elas em aquisição da Libras, e a
professora com pouco conhecimento da Libras
• (6) Relação professor e ILS em sala de aula – quando
professor conhece melhor a Libras
– Demonstram maior envolvimento com as crianças
surdas - solicitam mais o ILS para mediar relações
com os alunos
48. 48
• (7) Avaliação objetiva no ensino Fundamental –
cobranças de conteúdos
– ILS preocupados em relação à avaliação
– Sentem–se co-responsáveis pela aprendizagem do
aluno
– Relação de confiança com o professor para atuarem
nas avaliações
• (8) ILS sugerem estratégias para o professor - atuando
fora de suas funções
– Percebem dificuldades do professor com alunos
surdos e interagem – foco no desenvolvimento dos
alunos – aspecto ético implicado
49. 49
• (7) Avaliação objetiva no ensino Fundamental –
cobranças de conteúdos
– ILS preocupados em relação à avaliação
– Sentem–se co-responsáveis pela aprendizagem do
aluno
– Relação de confiança com o professor para atuarem
nas avaliações
• (8) ILS sugerem estratégias para o professor - atuando
fora de suas funções
– Percebem dificuldades do professor com alunos
surdos e interagem – foco no desenvolvimento dos
alunos – aspecto ético implicado
50. Ensino de Língua Portuguesa como L2
• Escrita como representação simbólica – conceitos
• Processo de apropriação pensado de forma nova
- Apoio no visual: imagens, vídeos, dramatizações que
dêem sentido visual ao que será trabalhado.
- Criança constrói o sentido pela LIBRAS e depois é
levada a perceber que aquele mesmo sentido pode ser
expresso pela escrita
50
Construção da Escrita apoiada na
Abordagem histórico-cultural
Vygotsky
51. Trabalho com projetos temáticos
• Parece simples de ser feito, mas não é
• Complexo, demanda do professor estudo e
maior capacitação
• Expansão de conhecimento
• Interdiscipinaridade
51
52. Projeto Fábulas de Esopo: EMEF I
• Interesse por tratar de temas que tocam a
humanidade – atemporais, éticos e sociais
• Textos relativamente curtos, mas não
empobrecidos
• Explorar sentidos da escrita, sentidos morais e
éticos
• Explorar conhecimento de mundo
• Aprofundar diversas áreas do conhecimento
52
53. Lebre e a Tartaruga
53
Esopo
Contexto histórico
e social
Linha do tempo
Pluralidade de textos
Característica
do gênero textual
Caractéristica
da fábula específica
Tartaruga, cágado,
jaboti X coelho, lebre
Características biológicas
Compreensão textual
Moral da estória
Aspectos do
Português
escrito
61. TRABALHO COM PROJETO: ZiraldoTRABALHO COM PROJETO: Ziraldo
LITERATURA
• Porque escolhemos Ziraldo?
• Leitura e produções textuais em Libras e Português escrito do Livro e filme: O
Menino Maluquinho e outros de interesse dos alunos.
CIÊNCIAS
A partir da personagem
Carolina:
- Cuidado com a natureza;
-Lixo, reciclagem;
- a vida da planta (fotossin-
tese);
A partir do livro: Quatro esta-
ções e um Trem doido:
- Estações do ano
HISTÓRIA/GEOGRAFIA
- Linha do Tempo da vida
de Ziraldo e dos alunos;
-Regiões. Enfase na
Sudeste, no Estado de
Minas gerais e São Paulo;
-Localizacoes no mapa;
-Descobrimento do Brasil;
-Os bandeirantes;
-Processo de producao;
62. PROJETO ZIRALDO (2010)PROJETO ZIRALDO (2010)
• Literatura como campo de conhecimento
que permite ampliar LIBRAS e Português
• Criação de contexto e vocabulário que
facilitam a apropriação textual dos alunos
– para autonomia de leitura
• Trabalhar com o texto e dele extrair as
questões sintáticas que nos interessam;
• Ensino do português pela construção
morfológica da língua e não fonológica.
63.
64.
65. PORTUGUÊS COMO L2: Alguns caminhos
traçados
PORTUGUÊS COMO L2: Alguns caminhos
traçados
Partimos da leitura para a escrita;
Apresentação de um vocabulário
contextualizado;
Um tema diretivo facilitou o interesse pela
leitura e pesquisa; (função social da escrita);
Mostrar as facilidades (Pistas) e possibilidades
de entrada numa língua “estrangeira”;
Exploração das imagens (ilustrações) que
fazem parte e facilitam a leitura de um texto;
66. Desejo de conhecer mais;
Inquietação frente as questões não-
sabidas (às diferenças no processo de
aquisição de linguagem e de
aprendizagem de cada aluno);
Notamos uma outra relação dos alunos
entre si e nas relações com a instituição;
Rápido desenvolvimento na Libras;
Inquietações, questões e posicionamento
dos alunos frente ao conhecimento;
Aproximação dos textos em Português.
67. Projeto Cidadania: EMEF II
• Alunos mais velhos aquisição tardia de LIBRAS
• Identidade como cidadãos
• Textos diversos: documentos, bilhetes de
transporte, textos narrativos, legislação
• Explorar sentidos da escrita, sentidos morais, éticos
e legais
• Explorar conhecimento de mundo
• Aprofundar nas diversas áreas do conhecimento
67
68. 68
Certidão de Nascimento
Nome: origem
Família
Local de nascimento
Geografia
Compreensão do
gênero textual
Outros documentos
Datas
Matemática História
Direitos do cidadãoDireitos do cidadão
Poupa-TempoPoupa-Tempo
acessibilidadeacessibilidade
Direitos HumanosDireitos Humanos
Dia do SurdoDia do Surdo
72. Minha História
Meu nome é _______________________nasci no
____/____/____ás ________ no Hospital
______________________cidade
______________estado_________País_____________
O nome do meu pai é________________________
O nome da minha mãe é _______________________
Meus avós paternos são ___________________
Meus avós maternos são _____________________
ATIVIDADE
1.Quem é o aluno(a) mais velho(a) da classe?
Que ano ele(a) nasceu?
2. Quem é o aluno(a) mais novo (a) da classe?
Que ano ele(a) nasceu?
3. Que horas o João nasceu?
4Que estado o José nasceu?
5. Que cidade o Guilherme nasceu?
6. Qual o hospital que a Livia nasceu?
7 Qual o nome dos avós paternos da Joana?
8. Qual o nome dos avós maternos da Sara?
80. Algumas Considerações
• Legislação aponta para implantação de espaços bilíngües para
o atendimento desta população
• Redes públicas, gestores manifestam desconfiança e
resistência diante de novas propostas educacionais - contrários
a transformações por participação em propostas inovadoras
no passado sem resultados
• Educação Inclusiva bilíngüe: criação de cargos - novos
personagens no cenário escolar: instrutores surdos e
intérpretes de Libras/Português
• Equipe de professores e dirigentes não flutuante - desafios
importantes para educação de qualidade
81. Algumas Considerações
• 04 anos de experiência em Piracicaba e Decreto 5626/05,
indicam que, apesar do ganho demonstrado pelas crianças,
transformações devem ser implantadas
• Salas língua de instrução seja a Libras (Educação Infantil e
primeira etapa do Ensino Fundamental) – construção de
conhecimentos em Libras sem a necessidade da presença de TILS
• Crianças em desenvolvimento de linguagem - sem barreiras
impostas pela língua portuguesa
• Salas conduzidas por professor bilíngüe, fluente em Libras -
conteúdos de cada série/ciclo desenvolvidos por meio de
metodologias pensadas em Libras, seguindo o planejamento
geral das escolas
• Português como L2 - desafio
82. Algumas Considerações
• Oficinas de Libras para professores e funcionários de forma
continuada
• Aulas de Libras para crianças ouvintes - vocação Inclusiva
Bilíngüe
• Oficinas de Libras para alunos surdos – foco no desenvolvimento
de linguagem – aprimoramento da língua - trabalho do Instrutor
Surdo é fundamental
• Promover atividades que envolvam alunos surdos e ouvintes
• Formação continuada para todos os envolvidos sobre surdez ,
abordagem bilíngue e Português como L2
• Formação em serviço – reflexão continua
• Envolvimento dos gestores e do PPP
• Gerar formadores para atuar nestes espaços