A tarefa da juventude no movimento de greves nacionais
A centelha 24 eleicoes para dce
1. A Centelha
Boletim da Corrente Proletária Estudantil cpeceara@yahoo.com.br Nº
24 Abril DE 2011
Eleições para DCE-UFC: O Movimento
Estudantil deve retomar a mobilização e lutar
por independência política frente ao governo
e a reitoria.
Nos dias 24 a 26 de abril acontecerão as eleições para o Diretório Central dos Estudantes. A
eleição do DCE é uma ótima oportunidade para discutirmos os problemas da universidade e da sociedade.
A conjuntura em que acontecem as eleições é de avanço da crise capitalista, destruição do ensino, corte de
recursos para a universidade e precarização do trabalho docente.
Os estudantes têm, diante de si, a tarefa de construir um programa de atuação que retome a luta na
universidade e resgate nossa entidade como um instrumento de lutas, mobilizando pelas questões
imediatas como a garantia para a conclusão dos cursos (bolsas de estudo, RU e transporte gratuito, mais
professores e bibliotecas), pela democracia no livre acesso a todos os jovens em todos os níveis de ensino,
voto universal na escolha para Reitor e independência frente ao governo e a reitoria.
O que espera a universidade nos próximos anos?
Em janeiro foi anunciado um corte de 55 bilhões no orçamento pelo governo Dilma/PT/PMDB. Já é
de conhecimento de todos que o programa REUNI acaba este ano, se muitas das instalações e prédios
novos já estão atrasados, como a construção do Instituto de Cultura e Arte e do RU no Porangabussu, é
provável que não haja sequer a garantia de conclusão dos mesmos. Os estudantes não podem esperar nada
do governo, é preciso se preparar para o próximo período de lutas.
O que defendem as chapas “Mais vale o que será” e “DCE de verdade”?
Duas chapas estão na disputa para a reconhecimento de que “tivemos erros”. Que
próxima gestão do DCE. A polarização tem sido garantias de que passagens em sala, jornal do
entre os que apóiam as políticas do governo DCE, debates, campanhas, retomada das
como o PROUNI, REUNI, EAD, NOVO calouradas na concha, prestação de contas e a
ENEM, etc. e os que têm se colocado contra luta pelo passe livre, que não puderam ser
esses programas. Tem sido assim nas últimas realizados em dois anos, serão realizados?
eleições para o DCE na UFC, nos congressos da A chapa 2 “DCE de verdade”, (PT, PC
UNE e ANEL. do B, PDT e independentes), representa
A chapa 1 “Mais vale o que será”, abertamente os interesses do governo no
(PSTU, PSOL e independentes), há dois anos a movimento estudantil. Defendem com unhas e
frente do DCE, reivindica ser oposição ao dentes o programa REUNI, que aumentou a
governo e à Reitoria, o nome da chapa já relação estudante/professor e provocou uma
demonstra que o passado tem que ser esquecido tímida expansão nos campi do interior sem as
em nome do que será feito, no material de condições de infra estrutura suficiente para o
campanha resumem dois anos de gestão com o seu funcionamento, o Novo ENEM que em
2. nada democratizou o acesso de milhares de (2006-2009). Antecederam, portanto a atual
estudantes que continuarão fora da gestão. Implantaram o imobilismo e a
universidade, o PROUNI que perdoa as colaboração com o governo e a Reitoria, o que a
universidades particulares de suas dividas em chapa 1 não foi capaz de reverter. Para esta
troca vagas ociosas no mercado lucrativo que chapa a tímida expansão pela qual passa a UFC
tem sido o ensino superior. Como se vê a chapa é uma vitória que deve ser comemorada.
2 irá promover uma colaboração estreita com a
Reitoria. Estiveram à frente do DCE no triênio
Porque a Corrente Proletária Estudantil não apóia nenhumas das chapas?
O anti governismo há posição conseqüente maior como de todos os
da qual a chapa 1 se da principal entidade estudantes na
reivindica não é estudantil, somente a universidade não poderá
conseqüente, pois não proposta rebaixada de ser garantida pelos
convocaram amplamente paridade. governos, mas através da
os centros acadêmicos, Uma parte luta independente dos
correntes políticas e significativa dos estudantes.
estudantes estudantes serão O voto na chapa 2 é
independentes para convencidos a votar na o que de pior pode
debater e construir uma chapa 2 pelo simples fato acontecer para o
chapa com um programa de que membros da movimento estudantil
de luta. Ao invés disso chapa são do seu curso. pois se trata de um setor
PSOL e PSTU optaram por PT/ PC do B e PDT não que não irá manter
convocar individualmente terão nenhum pudor em independência frente ao
(via facebook) alguns utilizar do coleguismo governo e a reitoria. A
estudantes, muitos dos para fazer os estudantes, chapa 2 denuncia a
quais combativos, que em especial dos campi do desmobilização da última
diante da unidade interior, a votar na sua gestão mas ao contrário
também burocrática dos chapa. Outra parte dos do que dizem não tem
governistas do PT, PC do estudantes está participado das atividades
B e PDT não negariam convencida de que sem o do movimento estudantil
colocar o nome na chapa REUNI eles não poderiam na UFC como a
para evitar uma vitória entrar na universidade e construção dos
iminente dos mesmos. A que por isso qualquer congressos de
experiência de dois anos discurso contra o REUNI é estudantes, construção
à frente do DCE não foi uma posição contrária a dos fóruns de Centro,
capaz de reverter o entrada de mais campanha pela abertura
imobilismo; lutas como a estudantes na do RU noturno, luta
do RU, da qual as duas universidade. Dizemos a contra o aumento da
chapas reivindicam, só foi estes estudantes que não passagem, jornada de
possível com a se trata de ser contra lutas etc. não foram
participação ativa dos mais estudantes na poucas as vezes que
fóruns de centro, e CAs. universidade, o que os boicotaram os conselhos
Nossa crítica à chapa 1 se estudantes não podem de entidades, reivindica a
dá pela incapacidade de aceitar é que em nome de Carta de Pentecoste,
construção de um um pequeno aumento de onde foram traçados
programa capaz de vagas e cursos o várias reivindicações
resgatar a entidade como movimento estudantil históricas do Movimento
instrumento de luta. fique refém da política estudantil sem contudo
Próximo mês terá dos governos. A entrada mover uma palha pela
consulta para reitor e não não só de uma parcela efetivação das mesmas.
O que é a expansão com qualidade?
A polarização entre as chapas tem se concentrado em torno da posição
frente ao REUNI. A chapa 1 “Mais vale o que será” que antes se colocava contra o
REUNI agora defende uma “expansão com qualidade” ou seja um REUNI
3. melhorado, faz a crítica ao famigerado projeto do governo no entanto não diz o que
colocar no seu lugar. Já chapa 2 defende abertamente o programa com o acréscimo
de que ao invés de se limitar a ser uma política de governo fosse uma política de
estado, ou seja defende que a tímida expansão ao invés de acabar esse ano como
prevê o programa, seja permanente. Não dizem porem de onde virá o dinheiro ao
mesmo tempo em que fecham os olhos para o corte de 50 bilhões promovido pelo
governo que defendem.
Companheiros se não entendermos que o problema da “qualidade” é a
coexistência de dois sistemas de ensino onde o privado se sobressai frente ao
público, o movimento estudantil estará apenas defendendo o que é possível nos
marcos do capitalismo. Dentro dos marcos do capitalismo não pode haver saída
conseqüente ao REUNI ou a qualquer outro programa do governo é preciso que o
movimento defenda um único sistema de ensino sob o controle de quem estuda e
trabalha.
Por um movimento estudantil independente dos governos e reitorias e que tenha autonomia
frente aos partidos políticos!
É com essa bandeira que a CPE intervém no ME. Entendemos que os
estudantes têm autonomia para se organizar em partido político sem, contudo, ferir
a autonomia do movimento, ou seja, que as decisões sejam encaminham nos
fóruns do movimento (CAs, DCE, assembléias, plenárias, etc). O retorno das velhas
bandeiras como movimento estudantil apartidário ou sua variante, independente
dos partidos, é tudo o que a burguesia quer.