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Conceito do Ensaio
 Um dos ensaios mecânicos realizado em materiais, para
 conhecer o seu comportamento e suas propriedades
 em determinadas situações, é o teste de compressão,
 em que se avalia como o material reage quando
 pressionado. Este teste é usualmente aplicado em
 concreto, cerâmicas, plásticos e compósitos.
 Para os metais é menos utilizado devido aos vários
 problemas envolvidos nos ensaios.
Materiais Dúcteis
 Um material dúctil é aquele que pode ser alongado,
 flexionado ou torcido, sem se romper. Ele admite
 deformação plástica permanente, após a deformação
 elástica.
 Qualquer material que possa ser submetido a
 grandes deformações antes da ruptura é chamado de
 material dúctil.
Materiais Frágeis
 Os materiais que apresentam pouco ou nenhum
 escoamento são chamados de materiais frágeis.
 Um material frágil rompe-se facilmente, ainda na fase
 elástica. Para estes materiais o domínio plástico é
 praticamente inexistente, indicando sua pouca
 capacidade de absorver deformações permanentes.
Curvas Tensão X Deformação
Definição
 De modo geral, podemos dizer que o ensaio de compressão é
 um esforço axial, que tende a provocar um encurtamento ou
 ruptura do corpo submetido a este esforço.

 Com isso, ocorre um aumento da seção transversal do CP
 (material dúctil) a este mesmo eixo, quando a deformação da
 peça nesta direção é permitida, pois deve-se considerar que
 teoriamente, neste caso, seu volume permanece constante.

 Um exemplo característico de objeto submetido a esforços de
 compressão são as colunas dos prédios, que recebem, com a
 mesma direção de seu eixo, as cargas acima delas.
Conceito
 De modo geral, podemos dizer que o ensaio de
 compressão é um esforço axial, que tende a provocar um
 encurtamento ou ruptura do corpo submetido a este
 esforço.
Descrição do Ensaio
 No teste de compressão o corpo de prova é testado
 pela aplicação de uma carga axial compressiva, e
 construído    o   diagrama    tensão–deformação,
 semelhantemente ao procedimento do ensaio de
 tração.
Descrição do Ensaio
As mesmas máquinas do ensaio de tração são utilizadas para o
ensaio de compressão, apenas alterando as condições de fixação
do corpo de prova na máquina.

                               Duas placas lisas adaptadas, uma fixa e outra
                               móvel, entre elas o CP é apoiado e mantido
                               firme durante a compressão.
Ensaio de Tração X Compressão
 Esforço uniaxial;
 Utilização da mesma máquina;
 Sofrem deformação elástica e, na maioria das vezes,
 deformação plástica.

 Questão: todos os materiais terão mesma resistência a
 tração do que a compressão?
Corpos de Prova
 O corpo de prova tem usualmente a forma cilíndrica, com
 relação comprimento/diâmetro (L/D) entre 2 e 8 (em
 casos excepcionais a relação pode ser 1 – caso de teste de
 metal para mancais).
 O comprimento não deve ser muito grande, para evitar
 efeitos indesejáveis de flambagem, nem muito pequeno,
 pois o atrito nas superfícies de contato com a máquina de
 ensaio poderá prejudicar a validade dos resultados. A
 apresentação dos resultados dos testes deve sempre
 especificar a relação L/D.
Flambagem
 É um fenômeno que ocorre em peças onde a área de
 secção transversal é pequena em relação ao seu
 comprimento, quando submetidas a um esforço de
 compressão axial.
 A flambagem acontece quando a peça sofre flexão
 tranversalmente devido à compressão axial.
 A flambagem é considerada uma instabilidade elástica,
 assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o
 material já tenha atingido a sua tensão de escoamento.
Flambagem
Atrito
 É o componente horizontal da força de contato que atua
 sempre que dois corpos entram em choque e há
 tendência ao movimento.
 É gerada pela aspericidade dos corpos e sempre paralela
 às superfícies em interação e contrária ao movimento
 relativo entre eles.
 Quanto maior a força normal maior será o atrito
 necessitando de maiores forças para mover um material.
Efeitos do Atrito
 O atrito gera tensões na superfície de contato, impedindo
 o movimento dos elementos situados nesta superfície, e
 provocando a alteração do formato original cilíndrico do
 corpo de prova durante o processo.
 Mais longe da superfície de contato os elementos fluem
 radialmente para fora numa taxa proporcional à sua
 distância ao centro do corpo. Este é o abaulamento ou
 efeito barril.
Efeitos do Atrito
Efeitos do Atrito
 Para reter o material de lubrificação usinam-se sulcos
 rasos em ambas as faces do corpo de prova. Este
 procedimento garante a lubrificação durante o teste,
 minimizando o atrito.
                             É utilizado óleos em geral,
                             parafina, teflon, folhas de
                             tântalo, etc..
Limitações
 Existência de atrito entre o corpo de prova e as placas da
 máquina (formação de um barril).
 Possibilidade de flambagem.
 Dificuldade de medida dos valores numéricos do ensaio.
 Não é muito usado para os metais, porque a
 determinação das propriedades mecânicas é dificultada
 devido:
Aplicações
 Indicado para materiais frágeis (ferro fundido, madeira,
 concreto, etc...).

 Materiais cerâmicos: construção civil (concreto, tijolos,
 etc..).

 Cerâmicos possuem maior resistência a compressão do
 que a tração em até 100 X.

 Utilizado também para materiais plásticos e compósitos.
Aplicações
 Ensaios de achatamento de tubos: consiste em colocar
 uma amostra de segmento de tubo deitada sobre as
 placas da máquina e aplicar uma carga até “achatar” a
 amostra.
               A distância final entre as placas, que varia conforme a
               dimensão do tubo, deve ser registrada. O resultado é
               avaliado pelo aparecimento ou não de fissuras, ou seja,
               rachaduras, sem levar em conta a carga aplicada.
               Este ensaio permite avaliar qualitativamente a ductilidade do
               material, do tubo e do cordão de solda do mesmo, pois
               quanto mais o tubo se deformar sem trincas, mais dúctil será
               o material.
Aplicações
 Para determinar a constante elástica da mola, constrói-se um gráfico
 tensão-deformação, obtendo-se um coeficiente angular que é a constante
 da mola, ou seja, o módulo de elasticidade.
 Por outro lado, para verificar a resistência da mola, aplicam-se cargas
 predeterminadas e mede-se a altura da mola após cada carga.
Compressão em Materiais Dúcteis e
Frágeis
 Materiais dúcteis e materiais frágeis, especificamente
 metais, comportam-se diferentemente no ensaio de
 compressão. Enquanto os metais frágeis rompem
 praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem
 grande deformação na fase plástica, às vezes sem atingir
 a ruptura.
 Abaixo se descreve o comportamento de cada tipo de
 metal.
Compressão em Materiais Dúcteis e
Frágeis




 Ruptura a 45°: máxima tensão cisalhante
Compressão em Materiais Frágeis
 Frágeis  Não tem deformação lateral apreciável e a ruptura
 ocorre por cisalhamento e escorregamento, ao longo de um
 plano inclinado de, aproximadamente, 45°. Ex.: Ferro fundido
 cinzento.

                         O teste axial de compressão também e útil
                         para a medição das propriedades elásticas e
                         de fratura compressiva de materiais frágeis ou
                         de baixa ductilidade.
                         Para os metais frágeis a fase elástica é muito
                         pequena, comprometendo a determinação
                         precisa das propriedades para esta fase.
                         O CP volta a sua altura inicial.
Compressão em Materiais Frágeis
 A propriedade mais importante para os metais de baixa
 ductilidade – como o ferro fundido – é o limite de
 resistência.

 O limite de resistência à compressão é calculado pela
 relação entre a carga máxima no teste e a área da seção
 transversal original do corpo.

 O limite de resistência á compressão para materiais
 frágeis é aproximadamente 8 X maior do que o limite
 correspondente obtido no ensaio de tração.
Compressão em Materiais Frágeis
 Ensaio de Compressão




                        Condição Real
Compressão em Materiais Dúcteis
 Para os metais dúcteis é possível determinar com
 precisão as propriedades para a zona elástica.
 Já na zona plástica a deformação aumenta a área da
 seção transversal (com redução do comprimento),
 aumentando a resistência do corpo de prova (contrário
 do ensaio de tração), isto é, a tensão real instantânea
 diminui e o corpo pode ser achatado até o formato de um
 disco, sem que ocorra ruptura.
 Ex.: Cobre, Magnésio
Compressão em Materiais Dúcteis
    Ensaio de compressão em um metal dúctil. Deformação sem ruptura.




 O CP retém uma deformação residual quando é descarregado.
Vídeos dos Ensaios
Modos de Deformação
 Os possíveis modos de deformação no teste de compressão
 são:

 (a) Flambagem, quando L/D > 5
 (b) Cisalhamento, quando L/D > 2.5
 (c) Barril duplo, quando L/D > 2.0
 (d) Barril, quando L/D > 2.0 e há fricção nas superfícies de
 contato.
 (e) Compressão homogênea, quando L/D < 2.0 e não existe
 fricção nas superfícies de contato.
 (f) Instabilidade compressiva devido ao amolecimento do
 material por efeito de carga.
Modos de Deformação
(a) Flambagem, quando L/D > 5

(b) Cisalhamento, quando L/D > 2.5

(c) Barril duplo, quando L/D > 2.0

(d) Barril, quando L/D > 2.0 e há fricção nas
superfícies de contato.

(e) Compressão homogênea, quando L/D < 2.0 e
não existe fricção nas superfícies de contato.

(f) Instabilidade compressiva devido ao
amolecimento do material por efeito de carga.
Modos de Deformação
 Em geral procura-se um modo de deformação próximo ao
 ideal, ou seja, sem fricção. Porém, na prática, o atrito
 sempre estará presente. Neste caso a ocorrência do efeito
 barril deve ser esperada para materiais dúcteis.
 A flambagem, o cisalhamento e a instabilidade devem ser
 evitados.

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Ensaio de compressão: conceito, descrição e aplicações

  • 1.
  • 2. Conceito do Ensaio Um dos ensaios mecânicos realizado em materiais, para conhecer o seu comportamento e suas propriedades em determinadas situações, é o teste de compressão, em que se avalia como o material reage quando pressionado. Este teste é usualmente aplicado em concreto, cerâmicas, plásticos e compósitos. Para os metais é menos utilizado devido aos vários problemas envolvidos nos ensaios.
  • 3. Materiais Dúcteis Um material dúctil é aquele que pode ser alongado, flexionado ou torcido, sem se romper. Ele admite deformação plástica permanente, após a deformação elástica. Qualquer material que possa ser submetido a grandes deformações antes da ruptura é chamado de material dúctil.
  • 4. Materiais Frágeis Os materiais que apresentam pouco ou nenhum escoamento são chamados de materiais frágeis. Um material frágil rompe-se facilmente, ainda na fase elástica. Para estes materiais o domínio plástico é praticamente inexistente, indicando sua pouca capacidade de absorver deformações permanentes.
  • 5. Curvas Tensão X Deformação
  • 6. Definição De modo geral, podemos dizer que o ensaio de compressão é um esforço axial, que tende a provocar um encurtamento ou ruptura do corpo submetido a este esforço. Com isso, ocorre um aumento da seção transversal do CP (material dúctil) a este mesmo eixo, quando a deformação da peça nesta direção é permitida, pois deve-se considerar que teoriamente, neste caso, seu volume permanece constante. Um exemplo característico de objeto submetido a esforços de compressão são as colunas dos prédios, que recebem, com a mesma direção de seu eixo, as cargas acima delas.
  • 7. Conceito De modo geral, podemos dizer que o ensaio de compressão é um esforço axial, que tende a provocar um encurtamento ou ruptura do corpo submetido a este esforço.
  • 8. Descrição do Ensaio No teste de compressão o corpo de prova é testado pela aplicação de uma carga axial compressiva, e construído o diagrama tensão–deformação, semelhantemente ao procedimento do ensaio de tração.
  • 9. Descrição do Ensaio As mesmas máquinas do ensaio de tração são utilizadas para o ensaio de compressão, apenas alterando as condições de fixação do corpo de prova na máquina. Duas placas lisas adaptadas, uma fixa e outra móvel, entre elas o CP é apoiado e mantido firme durante a compressão.
  • 10. Ensaio de Tração X Compressão Esforço uniaxial; Utilização da mesma máquina; Sofrem deformação elástica e, na maioria das vezes, deformação plástica. Questão: todos os materiais terão mesma resistência a tração do que a compressão?
  • 11. Corpos de Prova O corpo de prova tem usualmente a forma cilíndrica, com relação comprimento/diâmetro (L/D) entre 2 e 8 (em casos excepcionais a relação pode ser 1 – caso de teste de metal para mancais). O comprimento não deve ser muito grande, para evitar efeitos indesejáveis de flambagem, nem muito pequeno, pois o atrito nas superfícies de contato com a máquina de ensaio poderá prejudicar a validade dos resultados. A apresentação dos resultados dos testes deve sempre especificar a relação L/D.
  • 12. Flambagem É um fenômeno que ocorre em peças onde a área de secção transversal é pequena em relação ao seu comprimento, quando submetidas a um esforço de compressão axial. A flambagem acontece quando a peça sofre flexão tranversalmente devido à compressão axial. A flambagem é considerada uma instabilidade elástica, assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o material já tenha atingido a sua tensão de escoamento.
  • 14. Atrito É o componente horizontal da força de contato que atua sempre que dois corpos entram em choque e há tendência ao movimento. É gerada pela aspericidade dos corpos e sempre paralela às superfícies em interação e contrária ao movimento relativo entre eles. Quanto maior a força normal maior será o atrito necessitando de maiores forças para mover um material.
  • 15. Efeitos do Atrito O atrito gera tensões na superfície de contato, impedindo o movimento dos elementos situados nesta superfície, e provocando a alteração do formato original cilíndrico do corpo de prova durante o processo. Mais longe da superfície de contato os elementos fluem radialmente para fora numa taxa proporcional à sua distância ao centro do corpo. Este é o abaulamento ou efeito barril.
  • 17. Efeitos do Atrito Para reter o material de lubrificação usinam-se sulcos rasos em ambas as faces do corpo de prova. Este procedimento garante a lubrificação durante o teste, minimizando o atrito. É utilizado óleos em geral, parafina, teflon, folhas de tântalo, etc..
  • 18. Limitações Existência de atrito entre o corpo de prova e as placas da máquina (formação de um barril). Possibilidade de flambagem. Dificuldade de medida dos valores numéricos do ensaio. Não é muito usado para os metais, porque a determinação das propriedades mecânicas é dificultada devido:
  • 19. Aplicações Indicado para materiais frágeis (ferro fundido, madeira, concreto, etc...). Materiais cerâmicos: construção civil (concreto, tijolos, etc..). Cerâmicos possuem maior resistência a compressão do que a tração em até 100 X. Utilizado também para materiais plásticos e compósitos.
  • 20. Aplicações Ensaios de achatamento de tubos: consiste em colocar uma amostra de segmento de tubo deitada sobre as placas da máquina e aplicar uma carga até “achatar” a amostra. A distância final entre as placas, que varia conforme a dimensão do tubo, deve ser registrada. O resultado é avaliado pelo aparecimento ou não de fissuras, ou seja, rachaduras, sem levar em conta a carga aplicada. Este ensaio permite avaliar qualitativamente a ductilidade do material, do tubo e do cordão de solda do mesmo, pois quanto mais o tubo se deformar sem trincas, mais dúctil será o material.
  • 21. Aplicações Para determinar a constante elástica da mola, constrói-se um gráfico tensão-deformação, obtendo-se um coeficiente angular que é a constante da mola, ou seja, o módulo de elasticidade. Por outro lado, para verificar a resistência da mola, aplicam-se cargas predeterminadas e mede-se a altura da mola após cada carga.
  • 22. Compressão em Materiais Dúcteis e Frágeis Materiais dúcteis e materiais frágeis, especificamente metais, comportam-se diferentemente no ensaio de compressão. Enquanto os metais frágeis rompem praticamente sem fase elástica, os metais dúcteis sofrem grande deformação na fase plástica, às vezes sem atingir a ruptura. Abaixo se descreve o comportamento de cada tipo de metal.
  • 23. Compressão em Materiais Dúcteis e Frágeis Ruptura a 45°: máxima tensão cisalhante
  • 24. Compressão em Materiais Frágeis Frágeis  Não tem deformação lateral apreciável e a ruptura ocorre por cisalhamento e escorregamento, ao longo de um plano inclinado de, aproximadamente, 45°. Ex.: Ferro fundido cinzento. O teste axial de compressão também e útil para a medição das propriedades elásticas e de fratura compressiva de materiais frágeis ou de baixa ductilidade. Para os metais frágeis a fase elástica é muito pequena, comprometendo a determinação precisa das propriedades para esta fase. O CP volta a sua altura inicial.
  • 25. Compressão em Materiais Frágeis A propriedade mais importante para os metais de baixa ductilidade – como o ferro fundido – é o limite de resistência. O limite de resistência à compressão é calculado pela relação entre a carga máxima no teste e a área da seção transversal original do corpo. O limite de resistência á compressão para materiais frágeis é aproximadamente 8 X maior do que o limite correspondente obtido no ensaio de tração.
  • 26. Compressão em Materiais Frágeis Ensaio de Compressão Condição Real
  • 27. Compressão em Materiais Dúcteis Para os metais dúcteis é possível determinar com precisão as propriedades para a zona elástica. Já na zona plástica a deformação aumenta a área da seção transversal (com redução do comprimento), aumentando a resistência do corpo de prova (contrário do ensaio de tração), isto é, a tensão real instantânea diminui e o corpo pode ser achatado até o formato de um disco, sem que ocorra ruptura. Ex.: Cobre, Magnésio
  • 28. Compressão em Materiais Dúcteis Ensaio de compressão em um metal dúctil. Deformação sem ruptura. O CP retém uma deformação residual quando é descarregado.
  • 30. Modos de Deformação Os possíveis modos de deformação no teste de compressão são: (a) Flambagem, quando L/D > 5 (b) Cisalhamento, quando L/D > 2.5 (c) Barril duplo, quando L/D > 2.0 (d) Barril, quando L/D > 2.0 e há fricção nas superfícies de contato. (e) Compressão homogênea, quando L/D < 2.0 e não existe fricção nas superfícies de contato. (f) Instabilidade compressiva devido ao amolecimento do material por efeito de carga.
  • 31. Modos de Deformação (a) Flambagem, quando L/D > 5 (b) Cisalhamento, quando L/D > 2.5 (c) Barril duplo, quando L/D > 2.0 (d) Barril, quando L/D > 2.0 e há fricção nas superfícies de contato. (e) Compressão homogênea, quando L/D < 2.0 e não existe fricção nas superfícies de contato. (f) Instabilidade compressiva devido ao amolecimento do material por efeito de carga.
  • 32. Modos de Deformação Em geral procura-se um modo de deformação próximo ao ideal, ou seja, sem fricção. Porém, na prática, o atrito sempre estará presente. Neste caso a ocorrência do efeito barril deve ser esperada para materiais dúcteis. A flambagem, o cisalhamento e a instabilidade devem ser evitados.