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Sociedade, Território e Globalização                              Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos




                              A Indústria Têxtil no Vale do Ave




              De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses

Grupo: Alexandre Silva
      Fernanda Silva
      Genoveva Campos
      Lúcia Andrade
      Mafalda Sousa
      Paulo Martins




Trabalho de Grupo                            Pág. 1/16                     FLUP 1º Semestre/07
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Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos



                                             ÍNDICE


Resumo

1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave

2. Território, indústria e população

  2.1 Do linho ao algodão
  2.2 Da mecanização à especialização

3. Modelo de Povoamento (Rururbano)

4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses

5. A nova (r)evolução na indústria do Vale do Ave

6. O Vale do Ave e a globalização


Conclusão

Anexos




Trabalho de Grupo                            Pág. 2/16               FLUP 1º Semestre/07
Sociedade, Território e Globalização                             Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos



Resumo:

    Analisando a geografia física do território e a ocupação humana que marcam e
distinguem o Vale do Ave como uma região de desenvolvimento económico-social
muito próprio, com um modelo de urbanização e industrialização difuso, estruturados e
ajustados a cada época de acordo com as exigências locais e globais, pretendemos
avaliar o seu papel no actual contexto económico, industrial e social, num mundo cada
vez mais próximo e pequeno regido pelos desafios da globalização.
    Através de pesquisas bibliográficas, sites da internet e estudo da actual realidade
vivida pelas unidades industriais, abordaremos os diversos processos industriais e
fenómenos sociais que marcaram a história têxtil do Vale do Ave, sem ignorar o papel
do território e da família, em especial da mulher e da criança, na evolução e fixação da
indústria nesta região.
    Não sendo novidade a situação de crise na indústria têxtil do Vale do Ave, a
actualidade é marcada por mais uma forte crise económica e social na região, devido à
nova ordem económica mundial e à forte invasão do mercado de produtos
manufacturados de origem estrangeira. Neste contexto, o encerramento de pequenas,
médias e algumas grandes empresas torna a face bem visível na elevada taxa de
desemprego que assola a região.
    Perante os desafios da globalização num mercado mundialmente aberto e
competitivo torna-se necessário a adopção de medidas tendentes a dinamizar e
optimizar as unidades industriais, para assim, conquistar novos mercados fidelizando os
actuais, não só a nível de modernização tecnológica e qualificação profissional.




Trabalho de Grupo                            Pág. 3/16                    FLUP 1º Semestre/07
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Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos


1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave


    Pertencendo à divisão administrativa NUT III Ave, o Vale do Ave (ver anexo I)
situa-se no Noroeste de Portugal Continental e abrange 8 concelhos dos Distritos de
Braga e Porto: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do
Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela.
    Enquadrado numa região de clima mediterrânico onde a influência atlântica se deve à
posição geográfica, disposição orográfica e proximidade ao mar, as características
climáticas do Vale do Ave traduzem-se em temperaturas amenas de pequenas
amplitudes térmicas e fortes níveis de pluviosidade média.
    Sendo o Rio Ave um importante curso de água, cujas cabeceiras atingem mais de
1.050 metros de altitude, tem como afluentes na margem direita o rio Este e na margem
esquerda o rio Vizela. A sua bacia ocupa uma área de cerca 1.250 km2 representando
6% da superfície da região norte e 1,4% do território nacional1, criando assim uma
grande mancha verde que predomina na paisagem minhota.
    Como um dos principais factores de fixação e distribuição da população, há que
destacar a estrutura e organização agrária e sua dependência dos cursos de água para
irrigação dos solos agrícolas.
    Na sua ligação com o exterior, em particular com a região espanhola da Galiza,
saliente-se a importância estratégica da posição central ocupada pelo Vale do Ave no
eixo triangular Porto / Galiza / Verin (ver anexo I).


2. Território, indústria e população


    Favorecido por factores naturais relacionados com o clima, cursos de água,
acessibilidades e espaço, mas sobretudo, pela força, dinamismo e capacidade de
trabalho da sua população, o Vale do Ave, transformou-se numa das zonas mais
dinâmicas e industrializadas do país a partir de meados do séc. XIX. Estes, foram
factores determinantes na polarização e concentração da indústria, sobretudo da têxtil e
vestuário, chegando a empregar cerca de 70% da população. Segundo censos de 2001
(INE 2001) nesta região residem cerca de 5,1% da população total portuguesa.



1
    LIMA, Joaquim et all (2006), Atlas do investimento no vale do ave, ADRAVE, S.A




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    O Vale do Ave, durante o último século, cresceu mais de 300% em população,
apresentando uma densidade demográfica superior aos 400 hab./km2 (quatro vezes
maior que a média nacional), mantendo actualmente uma tendência de crescimento
natural positivo e uma população activa muito jovem2 (ver anexo II).
    Na passagem pelos diversos modelos industriais que marcam a história da região há
mais de um século as alterações só poderão ser compreendidas através da história do
território e das fortes ligações às actividades agrícolas e artesanais assentes num sistema
de pluriactividade das famílias e plurifuncionalidade da utilização dos solos.
    Na sua heterogeneidade industrial (têxtil, vestuário, calçado, curtumes, cutelaria) o
Vale do Ave divide-se em três importantes regiões industriais designadas por Médio
Ave (concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso), Alto Ave e
Baixo Ave.
    Aproveitando o saber tradicional do cultivo e transformação do linho em fios para se
transformar em panos, que remonta a tempos imemoriais, numa época em que quem
trajava com roupas de linho era distinguido socialmente como “gente de posses”, a
população do Vale do Ave, cuja subsistência e auto-suficiência provinha das actividades
agrícolas, cedo soube complementar os rendimentos com a utilização da mão de obra
feminina nos processos de fiação e tecelagem. Da roca ao tear cada casa agrícola tinha o
seu tear para a transformação do fio em tecido.
    De uma necessidade meramente doméstica a produção intensificou-se e alargou-se
além portas para criar o mercado do linho que abastecia cidades como Guimarães e
Porto. Criado o mercado, o comércio do tecido de linho necessitava de uma produção
articulada para assegurar o circuito de um mercado crescente.
    A exposição industrial de Guimarães de 1884, evidenciou o mérito e continuidade da
tradição local3 na produção de linho, onde as transformações dos processos de
manufactura e matéria prima eram já evidentes devido à importação de fio de linho e à
introdução do algodão na indústria até aí existente.
    A introdução do algodão na indústria têxtil provocou um declínio no processo de
produção e tratamento do linho, dando assim lugar à forte indústria algodoeira.
2
 GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho,
  (site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007

3
  Em meados do XVIII, segundo Jacome Ratton “As manufacturas do Reino se limitavam a panos de linho, linhas de Guimarães,
chapéus de lã de Braga e da Terra da Feira, ferragens grossas de Braga e, de Guimarães, panos grossos de lã e saragossas; e quanto a
sedas, havia mui poucas fornecidas pela fabrica de Lisboa, além de taffetás, e gorgoroens, próprios para mantas de que até então
usavam as mulheres, fabricados em Bragança onde todos os géneros manufacturados, para o consumo do reino e colónias vinham de
fora” de Teresa Sá Marques, Revista da Faculdade de Letras – Geografia, I Série, Vol. IV – Porto, 1998 p. 55,




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  2.1 Do linho ao algodão


  Já com um modelo de mercado onde a procura exigia um produção intensiva, o
evoluir e intensificação do tecido produtivo marcadamente manual, monoespecializado
e muito dependente de mão-de-obra feminina intensiva, dotaram e especializaram as
indústrias em unidades industriais específicas dentro da indústria têxtil; algumas
especializadas em fiação, outras em tecelagem, outras em confecção. Dada a
dependência das estruturas de umas das outras, a organização e gestão das mesmas
caracteriza-se pela interrelação numa estrutura horizontal com localização de
proximidade dentro da mesma região. No caso da indústria têxtil, esta, tornou-se mais
intensa na região do Médio Ave (Concelho de Guimarães).
  Na localização das unidades fabris, a força motriz gerada pela força da água era um
elemento fundamental e determinante na instalação de unidades transformadoras do
linho junto a linhas de água. Esta mesma importância poderia também transformar-se
em impedimento de trabalho não só nos meses de estio, quando os caudais não tinham
força de água suficiente para gerar energia, como no Inverno quando a água em excesso
provocava inundações obrigando a interrupções na produção.
  Da longa experiência no linho á utilização do algodão como matéria prima principal
importada a baixo preço, as estruturas fabris não tiveram necessidade de alterar as
técnicas de produção, pois os processos de laboração eram idênticos, o que tornou o
tecido de algodão acessível a muito mais gente.
  Em meados do séc. XIX e o consequente aumento de mercado pela produção a baixo
preço, gerou uma forte concentração da indústria têxtil na região de Guimarães,
ocupando uma grande parte da população feminina, muito jovem, pouco qualificada
auferindo baixas remunerações com horários intensivos de trabalho (ver anexo IV).




  2.2 Da mecanização à especialização


  Com o caminho de ferro e a máquina a vapor, a industria têxtil do Vale do Ave, teve
de se modernizar, mecanizar, especializando-se para dar lugar a algumas unidades de
grandes dimensões e inúmeras pequenas e médias empresas caracterizadas pela
debilidade empresarial e a necessidade de investimentos de capital intensivo.




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  Com uma forte implantação no mercado nacional e internacional com preços
competitivos, os produtos têxteis manufacturados no Vale do Ave representavam em
meados do séc. XX cerca de 50% da produção nacional (ver anexo V).


  Segundo Jorge Alves, “é o sector secundário que assume o predomínio, decorrente da
sua tradição industrial no ramo do têxtil/vestuário. Na paisagem tradicional insinuou-se
a indústria têxtil, através de pequenas unidades que começaram a assumir relevância no
século passado. A dinâmica recente da industrialização tem profundas raízes na forma
como a produção industrial se foi organizando …”.




3. Modelo de Povoamento (Rururbano)


  No modelo de território do Vale do Ave prevalece o sistema urbano misturado com
elevados padrões de ruralidade, caracterizados por dinâmicas de difusão urbana e
industrial. Na organização territorial torna-se difícil distinguir o espaço rural do espaço
urbano, assim como o espaço industrial do espaço habitacional.
  Num sistema paralelo de urbanização e industrialização disperso, que muitas vezes se
entrecruza e se ligam através da plurifuncionalidade do uso do solo e da contiguidade da
residência ao campo com ligação á fábrica, a paisagem aparece num misto de
rural/urbano.
  O Vale do Ave é um espaço diversificado mas igual a si próprio, onde a história, a
geografia e a paisagem vão sendo alteradas, prevalecendo os traços comuns a um
passado diversificado na actualidade. Paisagem marcante na história da história que lhe
valeu o título de Património Mundial, passando do (re)conhecimento da escala regional
para a escala mundial, é o Centro Histórico da Cidade de Guimarães, cuja recuperação
veio dinamizar o comércio e captar a atenção do investimento privado, beneficiando o
apoio técnico e financeiro do poder político local para a reabilitação do espaço público e
adaptação dos grandes e velhos edifícios ás necessidades das funções centrais da Polis
na velha Urbe .




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4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses


  Na actualidade, as lojas de produtos têxteis de origem chinesa (e não só), proliferam
como cogumelos. Outrora os têxteis portugueses inundavam a Europa, hoje Portugal
está inundado de produtos a baixo provenientes do estrangeiro.
  Segundo testemunho do Senhor Albino, director de uma empresa têxtil do Vale do
Ave: “quando ia à Alemanha promover os meus têxteis, era acusado de ser responsável
pelo encerramento de empresas do mesmo ramo noutros países por estar a vender tão
barato” .      Outrora compravam-se equipamentos para produzir a baixo custo, com
baixos salários, trabalho intensivo, trabalhadores com baixo nível de instrução, (ver
anexo III) mão de obra desqualificada, trabalho infantil e feminino pagos abaixo da
média, desrespeito pelos direitos dos trabalhadores e total desrespeito pelas regras
ambientais.
  Actualmente numa organização económica e social completamente diferente do que
era nos finais na segunda metade do séc. XX, a têxtil portuguesa não consegue produzir
a baixo custo nem em quantidades massivas economicamente viável.
  Sendo os custos de manutenção das estruturas existentes muito elevados e o
apetrechamento tecnológico incomportável, diversas unidades industriais optam por
vender fiações inteiras a países que se encontram num momento de desenvolvimento.
Os preços a que se encontram os têxteis estrangeiros anulam qualquer possibilidade de
colocação da produção do Vale do Ave nos mercados nacionais e internacionais, mesmo
que seja produção em grandes números.
  Aproveitando o desenvolvimento de Portugal assim como de outros países ricos da
Europa, algumas unidades industriais do Vale do Ave, que são especialistas na tradição
e qualidade, estão a especializar-se em mercados de “nicho” que exige altos
conhecimentos e muita qualidade.


5 A nova (r)evolução na indústria no Vale do Ave


  Perante os desafios da globalização num mercado liberalizado, a indústria têxtil do
Vale do Ave encontra-se em grande crise em grande parte devido á invasão dos
produtos manufacturados provenientes de países com economias emergentes, de que é
exemplo a China.




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  Numa organização em forma de teia e concentração em segmentos de forte controlo
da cadeia produtiva, onde as relações de subcontratação e empresas subsidiárias, que
por sua vez contratam micro empresas, gera uma enorme vulnerabilidade do sector em
situações de crise. Numa sucessão quase em cadeia a selecção de quem permanece no
ramo é quase que “natural” há medida que encerram unidades industriais, outras
vendem estruturas produtivas (fiações) inteiras a países como Paquistão, Índia e China.
  Da mesma forma que as indústrias portuguesas adquiriram equipamentos a países
mais desenvolvidos (Alemanha) em meados do século passado, hoje, grandes empresas
encontram-se a desactivar e vender equipamentos, enquanto outras se especializam em
produtos de qualidade fornecendo mercados com maior poder de compra e muito
específicos – apesar de um menor número de peças fabricadas o elevado preço cobre
os preços de produção - tirando assim partido da tradição e do vasto conhecimento do
ramo apostando na alta qualidade e especificidade.
  Apesar da diminuição do números de unidades produtivas, vão surgindo novas
estruturas adaptadas ás novas realidades do mercado, que apostam na redução dos
custos com a mão-de-obra através da compra de matérias-primas semi-manufacturadas
em países menos desenvolvidos. Assim o produto final passa a ser terminado em
unidades nacionais subcontratadas para os processos como os de tinturaria, confecção,
alta costura, produzindo assim um produto final de qualidade, apostando na
exclusividade e preços competitivos.
  Com o encerramento de inúmeras unidades fabris nos últimos anos está iminente uma
nova a (re)organização do espaço, das actividades económicas e aplicação de políticas
de    reinserção      na    vida     activa   dos    trabalhadores   da     têxtil,    normalmente
monoespecializados, apostando na formação profissional para aquisição de novas
competências de acordo com as novas técnicas da informação.
  Assim e para além de problemas como o desenvolvimento rural em alguma regiões a
NE do Vale do Ave, a modernização da indústria, a diversificação do tecido produtivo,
os graves problemas económicos e sociais das famílias com um ou vários membros
desempregados e desafio que o mundo global e aberto nos coloca transformou-se numa
prioridade absoluta numa região onde o desemprego atinge o dobro da taxa nacional. No




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desafio da região em se adaptar ao mundo global, mitigando os efeitos da crise na
indústria têxtil do ave associações como a AMAVE4 .


6. O Vale do Ave e a globalização


    Com a falência de inúmeras unidades industriais, deslocalização de empresas e
consequente perda de postos de trabalho, o Vale do Ave, segundo o CITEVE5, precisa
de “Compreender o fenómeno das deslocalizações e a capacidade do território e dos
seus actores para anteciparem o fenómeno e ultrapassarem as consequências”.
    A aposta em novos em factores de diferenciação e a opção em adaptar unidades fabris
a novas indústrias de que são já exemplo as indústrias de polímeros e indústria
automóvel, tem sido uma das soluções encontradas.
    Na passagem de uma economia regional assente na mono-indústria, com muita gente,
para uma indústria com pouca gente e muita tecnologia e automatismo inserida no
contexto global, é essencial formar parcerias entre poder político local e regional, com
objectivos         económicos,            investigação          tecnológica           que      leve      á     promoção           do
desenvolvimento regional. Destas parcerias, entre outras, são exemplo a criação do
Parque Tecnológico, AvePark6 e a AACTE - Associação das Actividade Colectivas
Têxteis Europeias que visam minimizar a crise e defender as dinâmicas de
desenvolvimentos e evolução tecnológica.




4
  Situada no Noroeste de Portugal Continental, a AMAVE (Associação de Municípios do Vale do Ave) é constituída por 12
concelhos (Fafe, Guimarães, Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vizela, Cabeceiras de Basto, Santo
Tirso, Trofa, Vila do Conde, Póvoa do Varzim e Mondim de Basto), pertencentes aos distritos de Braga, Porto e Vila Real e situa-se
entre as NUT III Ave, Porto e Tâmega. Ocupa uma área total de 1891,1 Km2.


5
  CITEVE-Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal , pessoa colectiva de utilidade pública
   sem fins lucrativos que tem como missão o apoio ao desenvolvimento das capacidades técnicas e formação
   profissional e alargamento das áreas potenciais de formação e certificação de competências.
6
  AvePark, Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, projectado para acolher, no prazo de 10 anos, 200 empresas tecnológicas,
garantiu o seu administrador, Carlos Remísio. O gestor adiantou que a instalação das empresas, a concluir num prazo de 10 a 15
anos, vai permitir a criação de quatro mil empregos qualificados, entre cientistas e investigadores, que assim se fixarão na região do
Minho. O parque, que tem como "suporte natural" a Universidade do Minho, está instalado em 80 hectares de terrenos nos arredores
da vila das Caldas das Taipas, em pleno Vale do Ave. O AvePark, que acaba de receber um subsídio governamental de 3,2 milhões
de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51% do capital, pela Universidade do Minho, a Associação
Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15%, cada) e pela Associação Industrial e
Comercial de Guimarães, com 4%. O investimento total em infra-estruturas e no chamado edifício central - já terminado - atinge os
10 milhões de euros. Em 2007, ficarão concluídos os edifícios da Incubadora de Empresas Tecnológicas, do Instituto Europeu de
Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, extraído do JN de 6 /4/2007.


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Conclusão


  Parafraseando o poeta o grande maior Poeta Português, “Mudam-se os tempos
mudam-se as vontades, muda-se o ser muda-se a esperança, todo mundo é composto de
mudança …”
  É necessário ajustar as gentes, os espaço e as actividades económicas aos tempos que
vamos vivendo, o Vale do Ave tem sido disso um exemplo. É preciso continuar …
analisando, compreendendo e adaptando as pessoas, as estruturas, os espaços às
exigências actuais da aldeia global.




Bibliografia:
1 - Obras Gerais:

. ALVES, Jorge Fernandes, A indústria Têxtil do Vale do Ave, in MENDES, José Amado; FERNANDES, Isabel (coord.) –
   Património e Indústria no Vale do Ave, V.N.Famalição, Adrave, 2002, p. 372-389

. ALVES, Jorge Fernandes, Cruzar os fios - a Fábrica Têxtil Riopele no contexto empresarial do Vale do Ave, in Estudos do Século
   nº 4, 2004, p. 437-468

. Circulo de Leitores e Autores, Geografia de Portugal - Actividades Económicas e Espaço Geográfico, Vol. 3 , p.194-201, Printer
   Portuguesa Indústria Gráfica, Lda., Rio de Mouro, 2006,

. GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais,
   Universidade do Minho, (site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007

. LIMA, Joaquim et all, Atlas do investimento no vale do ave, Adrave, S.A, 2006
. MARQUES, Teresa Sá, Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães, Revista da Faculdade de
   Letras – Geografia, I Série, Vol. IV, Porto, 1988, pág. 55 a 103

. SILVA, Cidália, O Difuso no Vale do Ave, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitectura e à Faculdade de
   Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2005



2 – Sites consultados:

. http://www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado em 20/11/2007
. http://www.citeve.pt/backoffice/output_efile.asp?sid, consultado em 4/12/2007
. http://www.jpn.icicom.up.pt/2007/09/04/facul-dade_de_economia_do_porto_estuda_reconversao_do_vale_do_ave.html,
   consultado em 4/12/2007
. http://www.investinave.com, consultado em 5/12/2007
. http://www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg, consultado em 15/12/2007
. http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/08/LocalNUTS3Ave.svg/250px-
   LocalNUTS3Ave.svg.png&imgrefurl




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                           Anexo I – Localização Geográfica do Vale do Ave


Sub-regiões Estatísticas de Portugal (NUT III)
                                                                                   NUT III – Ave




Fonte: wikipédia.pt/media/2007/portugal-nuts-3.png         Fonte: Rota do Património do Vale do Ave (modificado)




   Extraído de: www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg



Trabalho de Grupo                                     Pág. 13/16                                          FLUP 1º
Semestre/07
Sociedade, Território e Globalização                                   Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos




                                                Anexo II


      Estimativas da população residente, segundo o grupo etário, 2004


                                                                      65 ou
                                             0-14    15-24    25-64
                        Concelho                                      mais
                                             anos     anos    anos
                                                                      anos

                            Fafe             9385     7883    28826   7434

                        Guimarães            29403   23917    90491   18065

                         Povoa de
                                             4213     3985    11840   3619
                          Lanhoso

                        Santo Tirso          11439    9385    40828   9971

                            Trofa            6847     5569    22320   4430

                         Vieira do
                                             2243     2284    7212    2735
                           minho

                         Vila Nova
                             de              23536   17782    74896   15476
                        Famalicão

                           Vizela            4591     3526    13123   2288

                         Povoa de
                                             12282    9149    36127   7894
                          Varzim

                          Vila do
                                             13199   10259    42827   9696
                           Conde

                        Cabeceiras
                                             3285     2788    8613    3089
                         de Basto

                        Mondim de
                                             1475     1414    4144    1437
                           Basto

                            Total           121898 97941 381247       86134
                       Fonte: amave, 2007




Trabalho de Grupo                                Pág. 14/16                      FLUP 1º
Semestre/07
Sociedade, Território e Globalização                                      Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos


                                               Anexo III


        População residente segundo o nível de instrução atingido 2001


                                             Básico
              Concelho Nenhum                         Secundário Médio Superior
                                             Total

                    Fafe           8260      36511           4916   150        2920

              Guimarães            21968     107663      19406      666        9873

               Povoa de
                                   3892      15849           2027    50         954
               Lanhoso

                 Santo
                                   9201      49678           8457   299        4761
                    Tirso

                    Trofa          4545      25557           4849   185        2445

               Veira do
                                   2524      10099           1358    30         713
                 Minho

               Vila Nova
                     de            17018     84358       16873      557        8761
              Famalicão

                 Vizela            3351      16164           2137    63         880

               Povoa de
                                   7984      41463           8056   420        5547
                Varzim

                Vila do
                                   9171      50075           9099   349        5697
                 Conde

              Cabeceiras
                                   3675      11944           1419    39         769
               de Basto

                Mondim
                                   1876       5576           716     18         387
               de Basto

                    Total          93465     454937      79313      2826       43707
              Fonte: amave, 2007




Trabalho de Grupo                               Pág. 15/16                          FLUP 1º
Semestre/07
Sociedade, Território e Globalização                                                         Indústria Têxtil do Vale do Ave
Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos




                                                        Anexo IV


Freguesias, do concelho de Guimarães, nas quais algumas actividades Têxteis
predominam em 1884, designadamente os tecidos de linho e de algodão para exportação




   Extraído de: Marques, Teresa Sá, “Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães”, Revista da
    Faculdade de Letras – Geografia. I Série, Vol. IV, 1988, pág. 58




                                                        Anexo V


A Têxtil do Vale do Ave face à dimensão nacional, 1944




   Extraído de: Alves, Jorge Fernandes, A Indústria Têxtil do Vale do Ave, FLUP




Trabalho de Grupo                                       Pág. 16/16                                       FLUP 1º
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  • 2. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos ÍNDICE Resumo 1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave 2. Território, indústria e população 2.1 Do linho ao algodão 2.2 Da mecanização à especialização 3. Modelo de Povoamento (Rururbano) 4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses 5. A nova (r)evolução na indústria do Vale do Ave 6. O Vale do Ave e a globalização Conclusão Anexos Trabalho de Grupo Pág. 2/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 3. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Resumo: Analisando a geografia física do território e a ocupação humana que marcam e distinguem o Vale do Ave como uma região de desenvolvimento económico-social muito próprio, com um modelo de urbanização e industrialização difuso, estruturados e ajustados a cada época de acordo com as exigências locais e globais, pretendemos avaliar o seu papel no actual contexto económico, industrial e social, num mundo cada vez mais próximo e pequeno regido pelos desafios da globalização. Através de pesquisas bibliográficas, sites da internet e estudo da actual realidade vivida pelas unidades industriais, abordaremos os diversos processos industriais e fenómenos sociais que marcaram a história têxtil do Vale do Ave, sem ignorar o papel do território e da família, em especial da mulher e da criança, na evolução e fixação da indústria nesta região. Não sendo novidade a situação de crise na indústria têxtil do Vale do Ave, a actualidade é marcada por mais uma forte crise económica e social na região, devido à nova ordem económica mundial e à forte invasão do mercado de produtos manufacturados de origem estrangeira. Neste contexto, o encerramento de pequenas, médias e algumas grandes empresas torna a face bem visível na elevada taxa de desemprego que assola a região. Perante os desafios da globalização num mercado mundialmente aberto e competitivo torna-se necessário a adopção de medidas tendentes a dinamizar e optimizar as unidades industriais, para assim, conquistar novos mercados fidelizando os actuais, não só a nível de modernização tecnológica e qualificação profissional. Trabalho de Grupo Pág. 3/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 4. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos 1. Localização e caracterização geográfica do Vale do Ave Pertencendo à divisão administrativa NUT III Ave, o Vale do Ave (ver anexo I) situa-se no Noroeste de Portugal Continental e abrange 8 concelhos dos Distritos de Braga e Porto: Fafe, Guimarães, Póvoa de Lanhoso, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão e Vizela. Enquadrado numa região de clima mediterrânico onde a influência atlântica se deve à posição geográfica, disposição orográfica e proximidade ao mar, as características climáticas do Vale do Ave traduzem-se em temperaturas amenas de pequenas amplitudes térmicas e fortes níveis de pluviosidade média. Sendo o Rio Ave um importante curso de água, cujas cabeceiras atingem mais de 1.050 metros de altitude, tem como afluentes na margem direita o rio Este e na margem esquerda o rio Vizela. A sua bacia ocupa uma área de cerca 1.250 km2 representando 6% da superfície da região norte e 1,4% do território nacional1, criando assim uma grande mancha verde que predomina na paisagem minhota. Como um dos principais factores de fixação e distribuição da população, há que destacar a estrutura e organização agrária e sua dependência dos cursos de água para irrigação dos solos agrícolas. Na sua ligação com o exterior, em particular com a região espanhola da Galiza, saliente-se a importância estratégica da posição central ocupada pelo Vale do Ave no eixo triangular Porto / Galiza / Verin (ver anexo I). 2. Território, indústria e população Favorecido por factores naturais relacionados com o clima, cursos de água, acessibilidades e espaço, mas sobretudo, pela força, dinamismo e capacidade de trabalho da sua população, o Vale do Ave, transformou-se numa das zonas mais dinâmicas e industrializadas do país a partir de meados do séc. XIX. Estes, foram factores determinantes na polarização e concentração da indústria, sobretudo da têxtil e vestuário, chegando a empregar cerca de 70% da população. Segundo censos de 2001 (INE 2001) nesta região residem cerca de 5,1% da população total portuguesa. 1 LIMA, Joaquim et all (2006), Atlas do investimento no vale do ave, ADRAVE, S.A Trabalho de Grupo Pág. 4/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 5. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos O Vale do Ave, durante o último século, cresceu mais de 300% em população, apresentando uma densidade demográfica superior aos 400 hab./km2 (quatro vezes maior que a média nacional), mantendo actualmente uma tendência de crescimento natural positivo e uma população activa muito jovem2 (ver anexo II). Na passagem pelos diversos modelos industriais que marcam a história da região há mais de um século as alterações só poderão ser compreendidas através da história do território e das fortes ligações às actividades agrícolas e artesanais assentes num sistema de pluriactividade das famílias e plurifuncionalidade da utilização dos solos. Na sua heterogeneidade industrial (têxtil, vestuário, calçado, curtumes, cutelaria) o Vale do Ave divide-se em três importantes regiões industriais designadas por Médio Ave (concelhos de Guimarães, Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso), Alto Ave e Baixo Ave. Aproveitando o saber tradicional do cultivo e transformação do linho em fios para se transformar em panos, que remonta a tempos imemoriais, numa época em que quem trajava com roupas de linho era distinguido socialmente como “gente de posses”, a população do Vale do Ave, cuja subsistência e auto-suficiência provinha das actividades agrícolas, cedo soube complementar os rendimentos com a utilização da mão de obra feminina nos processos de fiação e tecelagem. Da roca ao tear cada casa agrícola tinha o seu tear para a transformação do fio em tecido. De uma necessidade meramente doméstica a produção intensificou-se e alargou-se além portas para criar o mercado do linho que abastecia cidades como Guimarães e Porto. Criado o mercado, o comércio do tecido de linho necessitava de uma produção articulada para assegurar o circuito de um mercado crescente. A exposição industrial de Guimarães de 1884, evidenciou o mérito e continuidade da tradição local3 na produção de linho, onde as transformações dos processos de manufactura e matéria prima eram já evidentes devido à importação de fio de linho e à introdução do algodão na indústria até aí existente. A introdução do algodão na indústria têxtil provocou um declínio no processo de produção e tratamento do linho, dando assim lugar à forte indústria algodoeira. 2 GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais da Universidade do Minho, (site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007 3 Em meados do XVIII, segundo Jacome Ratton “As manufacturas do Reino se limitavam a panos de linho, linhas de Guimarães, chapéus de lã de Braga e da Terra da Feira, ferragens grossas de Braga e, de Guimarães, panos grossos de lã e saragossas; e quanto a sedas, havia mui poucas fornecidas pela fabrica de Lisboa, além de taffetás, e gorgoroens, próprios para mantas de que até então usavam as mulheres, fabricados em Bragança onde todos os géneros manufacturados, para o consumo do reino e colónias vinham de fora” de Teresa Sá Marques, Revista da Faculdade de Letras – Geografia, I Série, Vol. IV – Porto, 1998 p. 55, Trabalho de Grupo Pág. 5/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 6. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos 2.1 Do linho ao algodão Já com um modelo de mercado onde a procura exigia um produção intensiva, o evoluir e intensificação do tecido produtivo marcadamente manual, monoespecializado e muito dependente de mão-de-obra feminina intensiva, dotaram e especializaram as indústrias em unidades industriais específicas dentro da indústria têxtil; algumas especializadas em fiação, outras em tecelagem, outras em confecção. Dada a dependência das estruturas de umas das outras, a organização e gestão das mesmas caracteriza-se pela interrelação numa estrutura horizontal com localização de proximidade dentro da mesma região. No caso da indústria têxtil, esta, tornou-se mais intensa na região do Médio Ave (Concelho de Guimarães). Na localização das unidades fabris, a força motriz gerada pela força da água era um elemento fundamental e determinante na instalação de unidades transformadoras do linho junto a linhas de água. Esta mesma importância poderia também transformar-se em impedimento de trabalho não só nos meses de estio, quando os caudais não tinham força de água suficiente para gerar energia, como no Inverno quando a água em excesso provocava inundações obrigando a interrupções na produção. Da longa experiência no linho á utilização do algodão como matéria prima principal importada a baixo preço, as estruturas fabris não tiveram necessidade de alterar as técnicas de produção, pois os processos de laboração eram idênticos, o que tornou o tecido de algodão acessível a muito mais gente. Em meados do séc. XIX e o consequente aumento de mercado pela produção a baixo preço, gerou uma forte concentração da indústria têxtil na região de Guimarães, ocupando uma grande parte da população feminina, muito jovem, pouco qualificada auferindo baixas remunerações com horários intensivos de trabalho (ver anexo IV). 2.2 Da mecanização à especialização Com o caminho de ferro e a máquina a vapor, a industria têxtil do Vale do Ave, teve de se modernizar, mecanizar, especializando-se para dar lugar a algumas unidades de grandes dimensões e inúmeras pequenas e médias empresas caracterizadas pela debilidade empresarial e a necessidade de investimentos de capital intensivo. Trabalho de Grupo Pág. 6/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 7. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Com uma forte implantação no mercado nacional e internacional com preços competitivos, os produtos têxteis manufacturados no Vale do Ave representavam em meados do séc. XX cerca de 50% da produção nacional (ver anexo V). Segundo Jorge Alves, “é o sector secundário que assume o predomínio, decorrente da sua tradição industrial no ramo do têxtil/vestuário. Na paisagem tradicional insinuou-se a indústria têxtil, através de pequenas unidades que começaram a assumir relevância no século passado. A dinâmica recente da industrialização tem profundas raízes na forma como a produção industrial se foi organizando …”. 3. Modelo de Povoamento (Rururbano) No modelo de território do Vale do Ave prevalece o sistema urbano misturado com elevados padrões de ruralidade, caracterizados por dinâmicas de difusão urbana e industrial. Na organização territorial torna-se difícil distinguir o espaço rural do espaço urbano, assim como o espaço industrial do espaço habitacional. Num sistema paralelo de urbanização e industrialização disperso, que muitas vezes se entrecruza e se ligam através da plurifuncionalidade do uso do solo e da contiguidade da residência ao campo com ligação á fábrica, a paisagem aparece num misto de rural/urbano. O Vale do Ave é um espaço diversificado mas igual a si próprio, onde a história, a geografia e a paisagem vão sendo alteradas, prevalecendo os traços comuns a um passado diversificado na actualidade. Paisagem marcante na história da história que lhe valeu o título de Património Mundial, passando do (re)conhecimento da escala regional para a escala mundial, é o Centro Histórico da Cidade de Guimarães, cuja recuperação veio dinamizar o comércio e captar a atenção do investimento privado, beneficiando o apoio técnico e financeiro do poder político local para a reabilitação do espaço público e adaptação dos grandes e velhos edifícios ás necessidades das funções centrais da Polis na velha Urbe . Trabalho de Grupo Pág. 7/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 8. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos 4. De “Chineses da Europa” à Europa dos Chineses Na actualidade, as lojas de produtos têxteis de origem chinesa (e não só), proliferam como cogumelos. Outrora os têxteis portugueses inundavam a Europa, hoje Portugal está inundado de produtos a baixo provenientes do estrangeiro. Segundo testemunho do Senhor Albino, director de uma empresa têxtil do Vale do Ave: “quando ia à Alemanha promover os meus têxteis, era acusado de ser responsável pelo encerramento de empresas do mesmo ramo noutros países por estar a vender tão barato” . Outrora compravam-se equipamentos para produzir a baixo custo, com baixos salários, trabalho intensivo, trabalhadores com baixo nível de instrução, (ver anexo III) mão de obra desqualificada, trabalho infantil e feminino pagos abaixo da média, desrespeito pelos direitos dos trabalhadores e total desrespeito pelas regras ambientais. Actualmente numa organização económica e social completamente diferente do que era nos finais na segunda metade do séc. XX, a têxtil portuguesa não consegue produzir a baixo custo nem em quantidades massivas economicamente viável. Sendo os custos de manutenção das estruturas existentes muito elevados e o apetrechamento tecnológico incomportável, diversas unidades industriais optam por vender fiações inteiras a países que se encontram num momento de desenvolvimento. Os preços a que se encontram os têxteis estrangeiros anulam qualquer possibilidade de colocação da produção do Vale do Ave nos mercados nacionais e internacionais, mesmo que seja produção em grandes números. Aproveitando o desenvolvimento de Portugal assim como de outros países ricos da Europa, algumas unidades industriais do Vale do Ave, que são especialistas na tradição e qualidade, estão a especializar-se em mercados de “nicho” que exige altos conhecimentos e muita qualidade. 5 A nova (r)evolução na indústria no Vale do Ave Perante os desafios da globalização num mercado liberalizado, a indústria têxtil do Vale do Ave encontra-se em grande crise em grande parte devido á invasão dos produtos manufacturados provenientes de países com economias emergentes, de que é exemplo a China. Trabalho de Grupo Pág. 8/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 9. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Numa organização em forma de teia e concentração em segmentos de forte controlo da cadeia produtiva, onde as relações de subcontratação e empresas subsidiárias, que por sua vez contratam micro empresas, gera uma enorme vulnerabilidade do sector em situações de crise. Numa sucessão quase em cadeia a selecção de quem permanece no ramo é quase que “natural” há medida que encerram unidades industriais, outras vendem estruturas produtivas (fiações) inteiras a países como Paquistão, Índia e China. Da mesma forma que as indústrias portuguesas adquiriram equipamentos a países mais desenvolvidos (Alemanha) em meados do século passado, hoje, grandes empresas encontram-se a desactivar e vender equipamentos, enquanto outras se especializam em produtos de qualidade fornecendo mercados com maior poder de compra e muito específicos – apesar de um menor número de peças fabricadas o elevado preço cobre os preços de produção - tirando assim partido da tradição e do vasto conhecimento do ramo apostando na alta qualidade e especificidade. Apesar da diminuição do números de unidades produtivas, vão surgindo novas estruturas adaptadas ás novas realidades do mercado, que apostam na redução dos custos com a mão-de-obra através da compra de matérias-primas semi-manufacturadas em países menos desenvolvidos. Assim o produto final passa a ser terminado em unidades nacionais subcontratadas para os processos como os de tinturaria, confecção, alta costura, produzindo assim um produto final de qualidade, apostando na exclusividade e preços competitivos. Com o encerramento de inúmeras unidades fabris nos últimos anos está iminente uma nova a (re)organização do espaço, das actividades económicas e aplicação de políticas de reinserção na vida activa dos trabalhadores da têxtil, normalmente monoespecializados, apostando na formação profissional para aquisição de novas competências de acordo com as novas técnicas da informação. Assim e para além de problemas como o desenvolvimento rural em alguma regiões a NE do Vale do Ave, a modernização da indústria, a diversificação do tecido produtivo, os graves problemas económicos e sociais das famílias com um ou vários membros desempregados e desafio que o mundo global e aberto nos coloca transformou-se numa prioridade absoluta numa região onde o desemprego atinge o dobro da taxa nacional. No Trabalho de Grupo Pág. 9/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 10. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos desafio da região em se adaptar ao mundo global, mitigando os efeitos da crise na indústria têxtil do ave associações como a AMAVE4 . 6. O Vale do Ave e a globalização Com a falência de inúmeras unidades industriais, deslocalização de empresas e consequente perda de postos de trabalho, o Vale do Ave, segundo o CITEVE5, precisa de “Compreender o fenómeno das deslocalizações e a capacidade do território e dos seus actores para anteciparem o fenómeno e ultrapassarem as consequências”. A aposta em novos em factores de diferenciação e a opção em adaptar unidades fabris a novas indústrias de que são já exemplo as indústrias de polímeros e indústria automóvel, tem sido uma das soluções encontradas. Na passagem de uma economia regional assente na mono-indústria, com muita gente, para uma indústria com pouca gente e muita tecnologia e automatismo inserida no contexto global, é essencial formar parcerias entre poder político local e regional, com objectivos económicos, investigação tecnológica que leve á promoção do desenvolvimento regional. Destas parcerias, entre outras, são exemplo a criação do Parque Tecnológico, AvePark6 e a AACTE - Associação das Actividade Colectivas Têxteis Europeias que visam minimizar a crise e defender as dinâmicas de desenvolvimentos e evolução tecnológica. 4 Situada no Noroeste de Portugal Continental, a AMAVE (Associação de Municípios do Vale do Ave) é constituída por 12 concelhos (Fafe, Guimarães, Póvoa do Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vizela, Cabeceiras de Basto, Santo Tirso, Trofa, Vila do Conde, Póvoa do Varzim e Mondim de Basto), pertencentes aos distritos de Braga, Porto e Vila Real e situa-se entre as NUT III Ave, Porto e Tâmega. Ocupa uma área total de 1891,1 Km2. 5 CITEVE-Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal , pessoa colectiva de utilidade pública sem fins lucrativos que tem como missão o apoio ao desenvolvimento das capacidades técnicas e formação profissional e alargamento das áreas potenciais de formação e certificação de competências. 6 AvePark, Parque de Ciência e Tecnologia de Guimarães, projectado para acolher, no prazo de 10 anos, 200 empresas tecnológicas, garantiu o seu administrador, Carlos Remísio. O gestor adiantou que a instalação das empresas, a concluir num prazo de 10 a 15 anos, vai permitir a criação de quatro mil empregos qualificados, entre cientistas e investigadores, que assim se fixarão na região do Minho. O parque, que tem como "suporte natural" a Universidade do Minho, está instalado em 80 hectares de terrenos nos arredores da vila das Caldas das Taipas, em pleno Vale do Ave. O AvePark, que acaba de receber um subsídio governamental de 3,2 milhões de euros, é uma sociedade constituída pela Câmara de Guimarães, com 51% do capital, pela Universidade do Minho, a Associação Industrial do Minho e a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto (com 15%, cada) e pela Associação Industrial e Comercial de Guimarães, com 4%. O investimento total em infra-estruturas e no chamado edifício central - já terminado - atinge os 10 milhões de euros. Em 2007, ficarão concluídos os edifícios da Incubadora de Empresas Tecnológicas, do Instituto Europeu de Excelência em Engenharia de Tecidos e Medicina Regenerativa, extraído do JN de 6 /4/2007. Trabalho de Grupo Pág. 10/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 11. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Conclusão Parafraseando o poeta o grande maior Poeta Português, “Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, muda-se o ser muda-se a esperança, todo mundo é composto de mudança …” É necessário ajustar as gentes, os espaço e as actividades económicas aos tempos que vamos vivendo, o Vale do Ave tem sido disso um exemplo. É preciso continuar … analisando, compreendendo e adaptando as pessoas, as estruturas, os espaços às exigências actuais da aldeia global. Bibliografia: 1 - Obras Gerais: . ALVES, Jorge Fernandes, A indústria Têxtil do Vale do Ave, in MENDES, José Amado; FERNANDES, Isabel (coord.) – Património e Indústria no Vale do Ave, V.N.Famalição, Adrave, 2002, p. 372-389 . ALVES, Jorge Fernandes, Cruzar os fios - a Fábrica Têxtil Riopele no contexto empresarial do Vale do Ave, in Estudos do Século nº 4, 2004, p. 437-468 . Circulo de Leitores e Autores, Geografia de Portugal - Actividades Económicas e Espaço Geográfico, Vol. 3 , p.194-201, Printer Portuguesa Indústria Gráfica, Lda., Rio de Mouro, 2006, . GONÇALVES, António José Bento e COSTA, Francisco da Silva, Secção de Geografia, Instituto de Ciências Sociais, Universidade do Minho, (site) www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado no dia 16/11/2007 . LIMA, Joaquim et all, Atlas do investimento no vale do ave, Adrave, S.A, 2006 . MARQUES, Teresa Sá, Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães, Revista da Faculdade de Letras – Geografia, I Série, Vol. IV, Porto, 1988, pág. 55 a 103 . SILVA, Cidália, O Difuso no Vale do Ave, Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Arquitectura e à Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, 2005 2 – Sites consultados: . http://www.rotanoave.com/index.php?lang=pt&t=main&n=2-1-0-0, consultado em 20/11/2007 . http://www.citeve.pt/backoffice/output_efile.asp?sid, consultado em 4/12/2007 . http://www.jpn.icicom.up.pt/2007/09/04/facul-dade_de_economia_do_porto_estuda_reconversao_do_vale_do_ave.html, consultado em 4/12/2007 . http://www.investinave.com, consultado em 5/12/2007 . http://www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg, consultado em 15/12/2007 . http://images.google.pt/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/08/LocalNUTS3Ave.svg/250px- LocalNUTS3Ave.svg.png&imgrefurl Trabalho de Grupo Pág. 11/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 12. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Trabalho de Grupo Pág. 12/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 13. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Anexo I – Localização Geográfica do Vale do Ave Sub-regiões Estatísticas de Portugal (NUT III) NUT III – Ave Fonte: wikipédia.pt/media/2007/portugal-nuts-3.png Fonte: Rota do Património do Vale do Ave (modificado) Extraído de: www.mapsofworld.com/spain/autonomous-community/galicia/galicia-road-map.jpg Trabalho de Grupo Pág. 13/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 14. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Anexo II Estimativas da população residente, segundo o grupo etário, 2004 65 ou 0-14 15-24 25-64 Concelho mais anos anos anos anos Fafe 9385 7883 28826 7434 Guimarães 29403 23917 90491 18065 Povoa de 4213 3985 11840 3619 Lanhoso Santo Tirso 11439 9385 40828 9971 Trofa 6847 5569 22320 4430 Vieira do 2243 2284 7212 2735 minho Vila Nova de 23536 17782 74896 15476 Famalicão Vizela 4591 3526 13123 2288 Povoa de 12282 9149 36127 7894 Varzim Vila do 13199 10259 42827 9696 Conde Cabeceiras 3285 2788 8613 3089 de Basto Mondim de 1475 1414 4144 1437 Basto Total 121898 97941 381247 86134 Fonte: amave, 2007 Trabalho de Grupo Pág. 14/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 15. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Anexo III População residente segundo o nível de instrução atingido 2001 Básico Concelho Nenhum Secundário Médio Superior Total Fafe 8260 36511 4916 150 2920 Guimarães 21968 107663 19406 666 9873 Povoa de 3892 15849 2027 50 954 Lanhoso Santo 9201 49678 8457 299 4761 Tirso Trofa 4545 25557 4849 185 2445 Veira do 2524 10099 1358 30 713 Minho Vila Nova de 17018 84358 16873 557 8761 Famalicão Vizela 3351 16164 2137 63 880 Povoa de 7984 41463 8056 420 5547 Varzim Vila do 9171 50075 9099 349 5697 Conde Cabeceiras 3675 11944 1419 39 769 de Basto Mondim 1876 5576 716 18 387 de Basto Total 93465 454937 79313 2826 43707 Fonte: amave, 2007 Trabalho de Grupo Pág. 15/16 FLUP 1º Semestre/07
  • 16. Sociedade, Território e Globalização Indústria Têxtil do Vale do Ave Docentes: Teresa Sá Marques e Paulo Santos Anexo IV Freguesias, do concelho de Guimarães, nas quais algumas actividades Têxteis predominam em 1884, designadamente os tecidos de linho e de algodão para exportação Extraído de: Marques, Teresa Sá, “Sistema Produtivo Industrial e Território, um estudo da Têxtil em Guimarães”, Revista da Faculdade de Letras – Geografia. I Série, Vol. IV, 1988, pág. 58 Anexo V A Têxtil do Vale do Ave face à dimensão nacional, 1944 Extraído de: Alves, Jorge Fernandes, A Indústria Têxtil do Vale do Ave, FLUP Trabalho de Grupo Pág. 16/16 FLUP 1º Semestre/07