As Professoras Elisa Moreira e Júlia Miguel recuperaram o manuscrito original do trabalho, realizado pelos alunos da 1ª turma do Curso Técnico Profissional de Secretariado do ano-lectivo 1988/99.
Este manuscrito vai ser distribuído aos antigos alunos no dia da Escola - 10 de Novembro de 2008.
2. Era Outubro.
O ano começava.
Chegámos todos à sala
número sete, espaço que
nos iria abrigar até ao final
de mais uma etapa, cuja
meta seria só, será só em
Junho.
Vindos de vários lados, trazendo experiências diferentes, deixámos para trás
as nossas amizades, que ficaram noutras Escolas… E foi então que o
Técnico-Profissional nos reuniu, os desconhecidos… E dentro desta sala
número sete p3, olhámos, desconfiados, para as paredes nuas e tão
desamparadas como nós - sentimos uma enorme vontade de dizer: Não!
Depois vieram os professores. Um a um, trazendo projectos…
Falavam. Perguntavam. Tentavam uma comunicação bilateral.
Mas nós, nada!
A nossa “conspiração do silêncio” deveria prolongar-se por mais algum tempo.
Íamos esboçando um sorriso pouco seguro, pendurávamos os cabelos sobre o
bloco onde registávamos as aula e …
E eis que, na aula de português nasceu a ideia de se começar a escrever
frases bonitas, sobre não importa o quê… Era um truque para forçar a saída de
emoções.
E a frase nasceu. Nasceu como um riozinho frágil, envergonhado. Pouco a
pouco as frases transformaram-se num caudal poético.
Hoje somos dezasseis amigos. Somos comunicativos. Reencontrámos a nossa
vivacidade e o prazer de conviver.
A nossa sala já não está nua. As suas paredes estão cheias de flores que são
os nossos sonhos.
Descobrimos a beleza da palavra. Descobrimos que só ela expressa a nossa
indiferença, a nossa raiva, o nosso Amor.
Se ser-se poeta é ser-se maior, nós gostaríamos de ter a alma grande, de
conhecer a magia da nossa Língua Portuguesa para com ela vencermos as
barreiras que se levantarão à nossa frente, quando abandonarmos este
espaço…
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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3. SÓ PARA TI…COM TODO O AMOR!
O homem não deve chorar
Não se deve prender a ilusões ou aventuras…
Quando a Tristeza encher
Os meus olhos
E a Solidão me correr
As veias do coração…
Estarei sem Amor
A sofrer, a esperar… Por ti!
O nosso Amor há-de chegar
Para juntos percorrermos
De mãos dadas
O mesmo caminho!...
Alexandra Carvalho
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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4. FELICIDADE
Felicidade
É água do mar na pele …
O calor do sol nos olhos que não vêem …
É a beleza de uma nova flor …
Felicidade
É pensar, escolher, sentir, amar
Ir abrindo o nosso coração, cada vez com menos
medo
Não necessitando de nos agarrarmos
A seguranças ou defesas
Felicidade
É um amar cheio de calor e luz …
É saber que alguém é feliz com a pessoa
Que ama, que adora …
Porque assim eu sou feliz também!
Alexandra Carvalho
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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5. AMOR
No pequeno jardim
Um colorido rio delicado corria…
Como fiozinhos de luz que se alastravam
Penetrando sobre uma flor que desabrocharia
Momento a momento, em mim se passavam…
As sensações mais belas
E essa flor irradiaria
Um perfume feito de Romance, Surpresa!
Prazeres esses que insinuavam…
A Beleza, a maneira mais Simples e Pura
Que eu descreveria…
Um sentimento tão Belo e Lindo como o Amor!
Alexandra Carvalho
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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6. A POESIA
A poesia!
Coisa maravilhosa e pura
Feita pelo pensamento
Feita pelo coração
Desperta palavras simples…
Que valem tudo
Tocam profundamente
A poesia!
Momento de esperança…
De amor…
De felicidade…
Por vezes dedicado a alguém,
Com muita paixão.
A poesia!
É o chamar por uma alegria
Que dominará mentes e sonhos…
Cheios de ilusão
É o responder de uma loucura
Que chegará num dia de sofrimento…
Num dia que o sol
Não virá
Ficará escondido
Alexandra Carvalho
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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7. PARA QUÊ PROCURAR A FELICIDADE
Para quê procurar a felicidade
Se ela está contida em nós…
Dentro do nosso coração!
A vida é uma flor que nasce!...
Uma criança que sorri
A vida é amar é ser feliz!…
A minha visão favorita, de ti…
É a que trago dentro do meu coração
Tu és como o sol!
Tens brilho próprio!
Todos os dias o sol desaparece
Com a promessa de voltar…
Para mais um dia
Que espera ser agradável!
Alexandra Carvalho
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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8. PENSAMENTOS
Por vezes fico longe da vida
Chego até a acreditar que não vivo por cá e
De repente, acordo e tudo recomeça…barulho
Ódio, falsidade de outros, adornos misturados
Fazem com que eu deseje cada vez mais invadir-me
Deste planeta louco chamado Terra!!!
Ah!
Só que eu não iria sem te levar comigo
Que tal irmos juntos descobrir um planeta?
Sonhos, sonhos?
Alexandra Flores
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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9. AMOR
Todo o mundo já sentiu
Milhares ainda o vão sentir
Ver, ainda ninguém o viu
Não há quem lhe possa fugir
Mas o que é? O que será?
É o amor, está bom de ver!!
Só quem está apaixonado
Pode dizer a verdade
Falar de amor é comum
Estar apaixonado é invulgar.
Amor assim tanto amor
Como o nosso nunca vi
Amar assim como nós
Só nos romances eu vi
O amor é sublime
Quando é sentido assim
Meu amor por ti é firme
E o teu amor por mim?
Alexandra Flores
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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10. ANO 1989 “MENSAGEM”
Que o Ano de 89 lhe traga satisfação
Que tenha muita saúde e Amor no coração
Pense em construir a Paz no Mundo que o rodeia
Se fosse assim toda a gente
Haveria Paz na aldeia
Muitas aldeias assim fariam o Mundo melhor
E todos diriam por fim
É bom viver em
Amor!!!
NATAL
Natal é Amor
Natal é nascimento
Natal é a ruga teimosa
Nos anos da vida
Natal é a paz
Nesta guerra descabida!!!
Palavra “Amizade”
Passam anos, séculos até!
Amizade é uma palavra linda
Gerações e gerações
Quando dita com verdade
Mas a Amizade fica, sempre
É dos mais nobres sentimentos
Em nossos corações.
Que existe na Humanidade.
Alexandra Flores
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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11. Na calmaria deste rio, que é Novembro
Navego e permaneço
Na harmonia deste doce Outono
Me encontro
E é em seu leito que adormeço
…Tu…Todo aquele ser por quem estremeço
Por quem choro e reconheço
Tu… Todo aquele ser que toda me alcança
Todo aquele ser por quem lonjuras corro…
Pois “Quem corre por gosto, não cansa”
CHOVE
Chove
Em cada gotícula translúcida
Vai um pouco de mim
Que invade as estradas …
Os tão longos caminhos que têm vida
Choro.
Em cada lágrima vai a minha angústia
Que invade o meu corpo
Em que transporto a minha alma infeliz.
E nestas ruas …
Um imenso mar de lama
Chove …
E cada vez mais
Como se essa água destilada
Quisesse lavar o meu sangue …
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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12. O TOCAR DO TELEFONE
Não quero … Não quero ouvir
O tocar do telefone
Para que o meu coração não retome
O seu ritmo apaixonado
E eu existo e medito
E me fico pela insignificância
De aceitar que te quero
Não quero ouvi-lo
E vibrar e sentir-te
E não resistir a lembrar
Tudo o que foi
E em mim perdura
Mas não desligo o meu telefone
Pois tenho medo, tanto medo
Que passe tempo, muito tempo
Sem que o teu toque se ouça
… E me preencha
Sem que o sinal da tua vida
Me encoraje de viver
…Sem sentir que me procuras
Pois mesmo sem que o atenda
Tu sabes
Jamais deixarás de saber…
Que sempre te espero
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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13. Sei… Sei
Sei Que tudo se acaba
Sei que em mim pensas Quando mais não há
Nesta noite fria Sei
Sei Porém temos mundos
Que a minha imagem Nada acabará
Hoje te alumia Nós somos um
E que esta chuva E um só, imenso
Te recorda, então, Dentro um do outro
Todos os momentos Neste vago extenso
Da nossa paixão
Sei
Sei Sei que talvez sonhe
Sei que alto me chamas Não querendo acordar
…dantes respondia Sei
Sei Se sempre sonhámos
Que sempre soubeste Por que terminar
Que isto assim seria Se nesta noite escura
…Que tal te empobrece O próprio luar
E que te destrói Se apresenta triste
O que o amor oferece Por nos ver chorar?
Ao perder-se, dói
…Mas que tudo sei
Sei Que um belo dia
Sei que nada sabes O sol brilhará
Sobre o meu saber Mais lindo sonho
Sei Nos envolverá
Que louco me procuras Se o teu orgulho
Em todo o teu ser Mais o meu orgulho
E que não encontras Forem dois peixinhos
Mais do que razões Perdidos no mar
Porque destruímos Sei… que iremos amar
Os nossos corações
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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14. NAQUELE DIA
Frio….
O frio que sentia
Naquele dia…
E permanecia ao relento
Naquele momento
E via as árvores, o sol, o Inverno
Que viria… naquele dia
E dentro… a paz, o presente, a lentidão…
Condição deste mundo lento
Que o era… naquele momento
Frio…
O frio gelava o vento
Naquele momento…
E o meu intento… o de ficar fria
Naquele dia
E buscar o pensamento, que fugia
Com o vento… naquele dia
E dentro… a divagação, a vadiagem…
Imagem desta vadia
Que o era… naquele dia
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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15. NÃO ME PERGUNTES
Não! Não me perguntes por que te quero…não sei!
Mas quero-te de uma tal forma
Que toda esta força me mantém
Não! Jamais me perguntes como… quando…
Eu somente sei
Que te ganho, não perguntando
Os porquês que o amor tem
Da mesma forma que o silêncio o faz
Não me perguntes, se fores capaz
Porque da maneira que, sem saber
Aceitaremos o doce calar
Seremos livres em nosso viver
Logo vai nascer a fórmula para amar
E do mesmo jeito que ambos aprendemos
Não me perguntes, assim sentiremos
Que a dúvida se desvanece
Que a confiança, enfim, floresce
Que vence um amor sincero
Então sente os instantes, sem viver em vão
Não saibas palavras de interrogação…
Não! Não me perguntes por que te quero!
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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16. PROIBIÇÃO SENTIMENTAL
A fúria e a rebeldia
Com que escravizo a minha vontade
E rejeito beber a tua imagem…
A bruta luta
Que em meu desejo travo
Para não sentir
Tão louca miragem
O grito infindo
E me afasto sem falar,
Que ao sofrer me traz
Com expressões mudas de dor
Faz-me ser capaz
O quão bravo é o mar
De banhar em ódio toda a frustração
Que nasce ao chorar
De rasgar, violenta, o meu coração
Por tão grande amor
Que procurou até então… a Paz
Na morte fictícia
Uma condenação…
Do nosso teatro
A revolta mortal de te dizer não
Inventei a arma
De sentir-te perto
Planeei o fim
E não poder ter
… Como me firo com profundos golpes
Mais que um deserto
Como proíbo os teus olhos em mim!
Onde finalmente morrer
… Ou caminhar em vão
Ana Paula Costa
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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17. A força da vida
Existe no tempo
No tempo embalo
O meu pensamento
Peguei no meu pensamento
E atirei-o para a lua
Agora sou eu pelo ar
A gora sou eu, sou o luar.
A força da vida
Em todo meu ser
É um sentimento de esperança
E no meu pensamento
Um sentimento de mudança
No repouso do meu leito
Peguei no meu pensamento
Na escuridão que me envolve
E atirei-o para a lua
Na angústia da solidão
Agora sou eu pelo ar
Penso no teu olhar distante
Agora sou eu, sou o luar
A minha paixão ardente
Uma folha de papel
O meu pecado e o meu juízo
Uma gota de tinta
O meu sentimento sincero
Uma lágrima no rosto
Por alguém desconhecido
Quando me sentia perdida
Uma folha de papel
Um poema de amor
Uma afeição que carece
De todo o meu calor
Ana Paula Ferra
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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18. Só mesmo um dia como
Hoje para me sentir assim
A felicidade não está comigo
Um vazio…Choro por ti
Melhores dias virão
Eu sei que sim
Os dias não são iguais
A realidade, a verdade
Sou tua para a eternidade
Uma flor sem pétalas
Uma rosa ou um malmequer?
Um coração partido
Pela seta do Cupido
Eterna saudade
Quero estar contigo
Ana Paula Ferra
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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19. VOAR
Sou um pássaro sem asas
Que gosta de voar
Na imensidão da tua alma
Para te poder amar
PENSAMENTO
Esta palavra deforma
Pelo uso da consciência
Estas palavras sem asas
Que voam na nossa inteligência
ESTAÇÃO
As folhas caíram
As aves partiram
O vento mudou
E o Outono chegou
Ana Paula Ferra
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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20. A poesia
É a furiosa
Tentativa
De pintar a
Cor do vento
Uma flor
Uma cor
Uma história
Contada com amor
Eis a fórmula
Mágica para aqueles
Que mais amamos
Ficarem connosco
Pergunta Para todo o sempre
Mais que um som
Uma tentativa
Para dar som à vida
Através dela
Obtemos uma resposta
Na velhice
Nem sempre
Se perde a juventude
Mas sim se transfere
Perdida na imensidão Do rosto para
Da minha casa O coração
Paira o clima de
Todo o meu amor
Através da janela
Um sol radioso
Invade o meu pensamento
Quando penso em ti Ana Paula Ferra
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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21. Não confies no vento
Que ele revela os teus segredos às
Árvores!
As abelhas são a
Doçura das flores
Tu, por quem padeço
Desordem da minha vida
Esta que quer viver
Fazer-se ouvir
Este sentimento doce
Não correspondido
O meu coração desfeito
Verdade que tu não vês
A tua serenidade que me fere
A pazada de cinza que tu deitaste
Sobre o meu amor
Dans ma ville
Tout est beau
Des jardins fleuris
Qui nous donnent la vie
Tu es ma fleur
Tu es ma vie
Je t’aime
Je t’aime
Ana Paula Ferra
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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22. Será este um natal
De paz?
Um natal diferente?
Porque não?
Que tal… desistirmos da guerra?
Reflectirmos dentro do coração?
Tão docinho e tão redondo
Resposta positiva, tão desejada Passas, frutas é o que tem
Mas ainda não conseguida Não há quem não goste
Há homens que pelo poder Do famoso bolo rei.
Preferem perder a vida
Tão linda e tradicional
Dentro dos nossos olhos Com os seus efeitos a brilhar
A desgraça, a solidão Com o seu aroma nos envolve
Que se pode ver no Numa surpresa matinal
Dia a dia, através da televisão
A desgraça, a solidão No seu verde o algodão
É uma lágrima materna A brancura faz realçar
Mais um filho se perdeu Não há sombra de dúvida
Por uma razão efémera É a árvore de natal
Ana Paula
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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23. A doçura de um raio de sol matinal
É como uma carícia esperada…!
Já é Outono
E hoje o sol não veio!
O Sol !
Por que não viria ele?
Tarde nevoenta e baça
Há salpicos de chuva
E nuvens que se atropelam
Umas às outras!
Carla Maria
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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24. IMAGINANDO
Vou dar largas à imaginação
Para aqui versos escrever
Mas sinceramente hoje não
Não me está a apetecer
Será à noite que a inspiração está presente?
Não sei se será verdade...
Hoje para mim ela está ausente
E já é bastante tarde
Vou fazer mais um esforço
Para algo conseguir
Mas já me dói o pescoço
Acho que vou dormir
Carla Maria
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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25. NÃO TEMAS
Não temas em dar todo o teu amor
A quem dele necessita
E para quem esse amor
É a coisa mais importante
De uma vida de desencontros
Não receies afundar-te no meu amor
E naufragar na minha vida
Se isso acontecer serás feliz
E farás feliz todo o meu ser
Mas se desse destino fugires
Podes contar sempre
Com o meu olhar amigo
Um sentimento que nunca irá morrer
Em mim
Mas que ficará adormecido
Numa triste esperança
Carla Maria
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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26. DESTRUIÇÃO
E se o mundo
Acabar
Não existirá
Nem mais amor
Nem liberdade
Nem sequer
A saudade
E nem homens haverá
Para contar a história
Da nossa auto-destruição!
Nunca houve memória Deixem-nos saltar
De tão grande conflito E lutar
Como o dos nossos dias Mas olhem para o Mundo
Os mísseis e as bombas Que pode acabar
E pode ser o fim De um momento para o outro
Do que levou tantos anos a criar! Só com uma bomba nuclear!
Catarina
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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27. DESESPERO
Mergulhou num abismo de sofrimento
Numa agonia
Como nunca experimentara
Era inútil tentar detê-lo
Lágrimas como aquelas
Ardentes e amargas
Não podiam guardar-se
Suportara muito, durante muito tempo
E a resistência
Ia quebrar-se finalmente
Sentiu-se fraco
Mas ainda com vida
Para “pegar” na coragem
Para olhar para a mão armada
…Para dizer ADEUS…
Ester Relvas
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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28. SONHAVA
Sonhava, decerto
E não tardaria o despertar
Mas sentia-me tão bem assim
Era tão delicioso o seu olhar
Que me deixei ficar muito quieta
Com receio de que a maravilhosa
Miragem se desvanecesse
Tinha medo de acordar…
Então caí em mim
E o sabor que senti
Foi o da realidade
Fixava-me carinhosamente
Com aqueles olhos
Que o desgosto
Me proibira de esquecer
Ester Relvas
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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29. AMAVA-O…
Ele estava perto …
Sentia-o…
Só de pensar que iria vê-lo
Sentia-se desfalecer
O seu corpo tremia
A resistência quebrava-se
Mas à medida que o tempo passava
O desejo da sua presença
Mais ardente se tornava
Vê-lo…
Agora que sabia que o amava
- Sim, Amava-o!
Tinha por ele um amor infindo
Um sentimento vasto
E muito diferente daquele
Que julgava ser a amizade
Amava-o…
Não tinha esperança
Nem vontade de fazer algo
Para se libertar desse sentimento
Amava-o!...
Ester Relvas
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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30. A FLOR
Continuava indecisa
Entre o murchar e o viver
O ambiente era
Intensamente branco!
As grades
Eram fortemente lisas!
Eles
Eram essencialmente brutos …
…A luz do sol
Estupidamente negra …
O movimento
Era Fantástico!?
Ah! O aquele sentimento asfixiante!…
Continuava indecisa
Entre o murchar e o viver…
Gritou de novo:
- Olhe para as gaivotas, fixamente!
Durante uma estação da vida
E de preferência
Quando pensar nisso!
Helena Cardoso
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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31. A INVENÇÃO DO TEMPO
Eu queria inventar o tempo
Um tempo diferente
Do hoje - ontem - amanhã
E tu Deus?
Que Deus és tu que desenhas e … Vivo agora em França
Não pudeste ir mais além Comprei um castelo
Daquilo que criaste? E seis leopardos porque
É tão aventureiro
Agora imagina … que crueldade Viver-se no meio da Natureza!
De árvores abatidas!
Aqui não há formigueiros
Aprende-se muito Nem roupas de Musselina
Com os princípios e os fins … Livres em plena Natureza !...
O único reduto da serenidade
Continuamos sempre em busca Imemoriada pelo chão …
… Mas há tanto por onde escolher!
A discussão, a infelicidade e as letras Descansamos, enfim,
Pensamentos intensos na luminosidade
Índices de anti-cristos E no relevo
Quando quiseres
Sabes onde é o meu castelo!
Helena Cardoso
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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32. NÃO SEI SÉ É VERDADE
Não sei se é verdade …
Quando me olhas
Não sei o que sinto!
É algo de bom
De novo
É um calor que aquece todo o meu ser
O teu olhar mergulha em mim
Sei que tentas comunicar-me algo
Não sei ler o que é …
Não sei se é verdade
Dizes-me qualquer coisa!
Os meus gestos acumulam-se
Perante o teu olhar! …
Não consigo decifrar … é bom demais!!!
Só sei que te adoro e não sei nada mais!
Perante o teu olhar! ..
Não sei se é verdade …
A luz dos teus olhos
É pura e simplesmente fascinante!
Helena Cardoso
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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33. MESMO SE EU ESTIVESSE NO PARAÍSO
Mesmo se eu estivesse no Paraíso
Rodeada pelas flores mais lindas
E pelo perfume mais belo
Seria insuportável viver sem ti!
Helena Cardoso
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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34. A viagem a Rio Maior
Decorreu com muita alegria
Só faltou a professora de Português
Com a sua poesia
Não é só de alegria
Que se faz uma excursão
Mas sim da poesia
Que temos no coração
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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35. NÃO SEI QUE FAZER
Não sei que fazer
Mas estou a tentar
Mesmo que consiga
Não vou conseguir acabar
Tanta coisa para te dizer
Mas não sou capaz de te falar
Apenas me resta viver
Na esperança de te amar
Jacinto António
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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36. CONJUGAÇÃO
Sou um tudo do nada que atravesso
Sou um nada do tudo que mereço
Sou um tudo do nada que vejo
Sou um nada do tudo que olho
Sou um tudo do nada que existe
Sou um nada do tudo que persiste
Sou eu sem saber o porquê
Sou tu quando não te encontro
Sou tu quando te olho por aí
Sou eu quando não me sinto aqui
Eu e tu vivendo por aí
Sempre desencontrados por aqui
Sou tu
Sou tudo
Sou eu
Sou nada
Sou o Mundo
Tenho o Mundo
Tenho o nada
Tenho o eu
Tenho o tu
Tenho o nós e a madrugada
Apenas nesta folha imaginada
Júlia Miguel
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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37. SE EU FOSSE POETA
Se eu fosse poeta Oh, se eu fosse poeta
Oh, se eu fosse poeta Cantaria este domingo de Páscoa
Falaria com as cores do mar Como só os poetas sabem cantar
Cantaria com as ondas
Se eu fosse poeta
Se eu fosse poeta Oh, se eu fosse poeta
Oh, se eu fosse poeta Estenderia os braços
Pintaria no longo muro da vida Até tocarem no azul do infinito
Todos os recortes do Oceano E uma voz tímida
Preencheria a tua ausência Cheia de música e de amor
Com as coisas que eu sinto Docemente te confessaria:
Com as coisas que eu amo Amo-te Mundo
Se eu fosse poeta Se eu fosse poeta
Oh, se eu fosse poeta Oh, se eu fosse poeta
Correria pelo Mundo fora Com os olhos postos
Como louca, à tua procura Nos céus desconhecidos
Atravessaria desertos e florestas Aos Deuses perguntaria:
A noite e o dia Quem sou eu?
O dia e de novo a noite
Até que os sinos
Dobrassem de alegria J.M.
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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38. ESTRADA E crianças nasceram
E veio a estrada E crianças endureceram
E homens nela correram À espera de um balão
Apressados, desarticulados
E momentos de verde inocência
E veio uma ambulância E de pureza tornara-se violência
E a sirene apitou A bomba sufocou a cor da adolescência
A multidão não se afastou
E o Mundo esqueceu a relva que renascia
E homens mudos continuaram E a flor ardeu no fogo da ignorância
E o caminho de infância A guerra do desamor alastrou
Atrás dos homens que se perderam
E a multidão a passar insensível
E o dia nasceu rápido E a criança aflita chorou
E o almoço e o jantar A falta de tempo não teve tempo de a ver
Atravessaram o lugar biológico
E a estrada continuou sem sentido
E a noite queimou-se só E o homem a correr: “não tenho tempo a
perder”
E a solidão envelheceu
A fila de espera do autocarro fez-se estátua
A imaginar uma pista de dança
E o autocarro passou
E a ciência inventou tudo
E a fila em estátua entrou
E a técnica adiou, salvou, matou
A senhora carregada de tempo desmaiou
A vida sempre a correr
E ninguém teve tempo de adiar o fim
E a cidade encheu-se de gente
E ninguém teve coragem de o enfrentar
E gente desintegrou-se na cidade
A noite regressou a grande velocidade
A traçar ilusões cósmicas
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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39. E o sonho foi cortado E o homem-electrónico reinou
E o relógio agitou o Mundo E a máquina não entendeu a fórmula do amor
A manhã correu, lavou-se e fugiu A vida sempre a correr
E o amor fez-se contra o tempo
E a chave abriu a porta
E a morte do amor a lavrar
E a hora de entrada colou-se à de
saída A estrada a curvar-se, a apertar-se
A semana devorou-se
E a máquina-homem empalidecendo,
sucumbindo
E o sábado continuou sem mudança
E a ambulância sempre a correr
E o domingo voou, fluídico,
irrealizável E a sirene a cortar a cidade com gritos
A vida sempre a correr
E a noite a regressar
E não teve um momento para viver E ninguém tem tempo de a beijar
E não viu o Pôr-do-Sol amando A cidade em estátua divaga, surda,
empedrada
A vida passou ao lado da vida
E o desamor a corroer o rosto da rua
E as noites falsificaram os dias
E a cidade a desconhecer a criança e a lua
E a imagem do sonho a devorar
A estrada sempre a correr, a apertar
A noção tempo perdeu-se para lá da
luz
A vida na estrada da ciência crua
E tudo continuou a correr A minar o perfume das coisas simples
E a estrada desviou-se do caminho A morrer, lentamente
A incerteza e o medo fossilizaram o E a estrada sempre a
pensamento fugir
Sem saber
E a confusão reinou na estrada Sem se ver
E a filosofia não serviu para nada
A teoria sempre a correr sem saber Júlia Miguel
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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40. O QUE É VIVER, MEU AMOR?
O que é viver, meu amor?
Viver é amar
Viver é sentir a vida
Viver é renascer
O que é vida, meu amor?
A vida é o amor
A vida é o perfume de flor
O que é um perfume, meu amor?
Um perfume és tu
Um perfume é a vida
Não entendo, meu amor
Não entendo o perfume da flor
Não entendo o sentido da vida
Não ouço o som do amor
Faltam-me duas letras na vida
Falta-me o V de vem
Que não é pressentido
Falta-me o A de amor
Que não é ouvida
Se eu sou a flor
Se eu sou a vida
Se eu sou o amor
Se eu sou o viver
Por que não te encontro eu
Dentro deste céu, neste amanhecer?
Júlia Miguel
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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41. OS TEUS BRAÇOS ME ABRAÇAM
Os teus braços me abraçam
Numa tentação invulgar
Será isso paixão
Ou ódio de amar?
Não nos parecemos com Camões
Muito menos com Eça
Mas temos tantas ambições
Que nem vos passa pela cabeça
Mário
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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42. O
O que
O que é
O que é o
O que é o amor
Perguntei!
Ninguém me respondeu
Uns entreolharam-se
Outros riram...
Verifiquei
Que todos a dizem
Mas poucos a conhecem
Esta palavra AMOR
Pequena e grande
Que vai continuar a ser
Para mim e par vós
Uma incógnita
Paula Cristina
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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43. O MUNDO TODOS OS DIAS
O Mundo todos os dias vira e revira
Uns nascem outros morrem...
É a roda da vida
A vida é um sim
É um não
É uma pergunta sem resposta
É uma interrogação
Solidão é...
Um vazio dentro de mim
Uma dor que dói sem doer
É tudo o que não consigo descrever
Paula Cristina
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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44. ONDE ESTÁS, SENHOR?
Procurei-Te entre as nuvens, entre todas as estrelas do céu
E entre os raios do Sol numa manhã de verão
Procurei-Te por muitos cantos desta gigantesca casa azul
A que chamam Mundo
Julguei-me não merecedora de Vós, Senhor!
Mas um dia, Senhor, olhando-me ao espelho
Encontrei-Te
Tu eras o brilho e a vida daqueles olhos pequenos
Que eu via através do espelho
E então compreendi
Que Te procurei nas trevas
Tendo a luz tão próxima de mim...
Olhei à minha volta e encontrei o Senhor nos sorrisos
E nas lágrimas dos rostos humildes e sinceros
Das pessoas que me rodeiam
Nas coisas mais simples e Mais preciosas
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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45. De uma pequena semente, Senhor, começou a nascer uma árvore
Que cresce lentamente e vai ocupando
Um enorme espaço na minha alma e coração
E agora peço-Te, Senhor
Que me dês força e coragem
Para eu tratar, cuidadosamente desta árvore
Alimentá-la e dar-lhe a Luz necessária
Para ela florir e dar fruto
Depois eu colherei e distribuirei esse fruto por todos
Aqueles que tenham fome da vida e sede de Vós, Senhor!
Paula Umbelina
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46. AMAR
Amar...
Amar não é ficar acordada
A sonhar
Amar…
É ficar a chorar
É tentar
É ir para a frente
Lutar!
Um dia o amor perguntou ao ódio
- Ódio, por que odeias tanto?
E o ódio respondeu:
- Talvez porque um dia amei demais!
Se um dia pensares
Que não és ninguém neste Mundo
Não desesperes!
Lembra-te que és o Mundo
De alguém e que esse alguém
Sou eu!
Paula Umbelina
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47. QUANDO EU PARTIR
Quando os meus olhos
Prestes a fecharem-se
Te disserem um último adeus
Olha as estrelas, Amor
E recorda o brilho dos olhos meus
Quando eu, já fria
Não aquecer as tuas mãos
Olha o sol, Amor
E nele encontrarás
O calor do meu corpo
Quando a minha boca se fechar
E não puder beijar-te mais
Abre os teus lábios, Amor
E recebe a minha brisa
Ela dar-te-á os meus beijos
Quando te sentares sem força
Para olhares as estrelas, o Sol
E abrires os lábios à brisa
Tenta escutar
O murmúrio do Amor
Amor, ouvir-me-ás a chamar-te
Esperando por ti no Infinito!...
Paula Umbelina
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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48. AMIZADE
A Amizade é como o Sol que brilha
Numa manhã clara
Por vezes o vento e as nuvens destroem
A sua beleza ...
... Mas mesmo que as lágrimas brotem
Nas tuas faces
Não desistas!
A Amizade é o único horizonte
Que os homens
Com armas não podem destruir
Estou feliz e tenho o coração
Cheio de alegria
Por pensar que gostas de mim
Se todos estes sonhos
Fossem realidade
Então a vida seria
Um berço cheio
De lindas flores
Paula Umbelina
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49. AMOR ERRADO
É como procurar
O que não se encontra
É como querer
O que não se pode ter
É aniquilador
Mas é mesmo assim
Assim é o amor
Crer e não poder ter
É chorar a solidão
Mas não será morrer
Porque se continua a ter
Coração
A timidez
Problema parvalhão
Muitas vezes vagabundo
Intrometendo-se no coração
Outras vezes fica mudo
Não deixando falar
O coitado do coração
Pedro Manuel
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50. TEMPO
Nestes tempos
Não há momentos
Para amar
Nem para falar
Mas há tempo
Para matar
Tempo para guerrear
ENGANAR-ME
Eu amo-te
Mas não sou capaz de to dizer
Será que não sou corajoso o suficiente
Para te falar?
Ou serei tímido demais?...
Se calhar não é amor o que sinto por ti
Mas sim um grande carinho e amizade
Será que eu estou a escrever isto só
Para me enganar a mim mesmo?
É que afinal o que sinto
Até pode ser amor ?...
Só que eu não tenho coragem de o admitir
Sou tímido demais!...
Quim
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51. ANGÚSTIA
Cheguei
E senti qualquer coisa dentro de mim
Um aperto no coração
Como se fosse tristeza… medo
Medo de que algo me acontecesse
Algo que me acontecesse de muito mau
Quando ali cheguei
Senti
TRISTE
Finjo estar alegre
Mas na verdade não o estou
Tenho que estar alegre
Porque a verdade é triste
A verdade que é a minha vida
É um reboliço
Por isso eu finjo sentir
O que não sinto
E desvio a tristeza
Para não me sentir só
Quim
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52. PORQUÊS
Porquê tanta mesquinhice
Porquê tanta parvoíce
Porquê tanta estupidez
Porquê tanto fingimento
Porquê?
Gostava eu de saber
Por que tenho eu tantos porquês!?
ASSIM NÃO
Estou farto
De fazer tudo escondido
Estou farto
De mentir
Estou farto
De falar
Mas o que eu falo ... ninguém ouve
Por que é que estão a gritar
Demasiado para me ouvirem?
Serão malucos?
Não. Eu acho que não!
Por isso me vou escondendo
Até me fartar
E poder dizer
Que: - Assim? Não!
E será que me vão ouvir?
Talvez eu tenha que lhes fazer frente
Porque se calhar
Só então me irão escutar! Quim
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53. FARTO
Apetece-me sair daqui
Porque não aguento mais
Este barulho!
Não aguento os gritos, os berros, os choros
Sinto-me mal aqui!
Apetece-me acabar de vez com isto
Mas falta-me a coragem
Mas quando a tiver
Será o fim!
Quim
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54. AMOR É ALEGRIA
Amor é alegria
Amor é sofrimento
Amor é beleza
Amor é uma coisa no coração
Que até agora ninguém conseguiu definir
Veja se o consegue fazer!
AMAR
Amar
Amar não sei
Mas queria que me ensinasses
Mas se tu também não sabes...
Então estamos iguais
Mas não fiquemos parados
A olhar um para o outro
Como se não nos conhecêssemos
Vamos mas é aprender
Um dos maravilhosos dons
Que Deus nos pode oferecer
AMAR!
Rosa Baleiza
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55. AMOR
Amor
É uma sensação que nos toca
Uma sensação deliciosa
Que não se sabe explicar
Amor
É um sorriso nos lábios
Mesmo quando a vida não no-lo favorece
Amor
É um sentimento que nunca se deve apagar
Rosa Baleiza
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56. AMANHÃ
Amanhã
Perguntarei ao tempo
O segredo do Inverno!
Nunca o amanhã chegará
Se não recordarmos o ontem!
O tempo é uma criança
Ora chora ora ri!
Nunca percas tempo
À espera de uma resposta
Porque o tempo prega partidas!
Nunca confies no tempo
Para marcar um encontro!
Mesmo que não tenhas tempo
Na vida
Arranja um minuto para amar!
Rosa Baleiza
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57. NATAL É...
Natal é
Estrelas a brilhar
Piscando à luz do luar
É
Sinos a tocar
Nas torres da igreja
É
Um pinheiro enfeitado
De multicoisas
É
Folhas de azevinho
A dominar o ambiente
É
Embrulhos decorados
Com o maior dos cuidados
NATAL
É
Uma festa farta de tudo o que é bom
De filhós, azevias, rabanadas, aletria
É
Crianças a sorrirem
À volta dos seus familiares
Como um presépio
Que o homem inventou
NATAL
É
Um dia como os outros
Mas... com um pouco menos de egoísmo
Rosa Baleiza
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58. OLHEI-ME AO ESPELHO
Olhei para o espelho
Um reflexo eu vi
Vi a tua imagem
E o teu corpo em mim
Ao darmos as mãos
Junto à praia infinita
Deste-me um beijo
E eu fiquei
Tão aflita
A Cinderela ganhou
O seu Príncipe encantado
O que é que eu tenho que fazer
Para ganhar um namorado
A chuva ao cair na janela
Disse-me assim:
- Não chores minha amiga
Porque eu choro por ti!
Rosa Baleiza
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59. ONDE ESTÁS, SOL?
Onde estás, Sol
Que iluminas a minha vida?
Onde te escondeste?
Vem comigo!
Vem, de novo, iluminar-me!
A vida é uma piscina
Uns nela sobrevivem
Outros nela se afogam
A vida é como o Lua
Umas vezes está cheia
Outras vezes está vazia
Para o Mundo
Tu és apenas
Mais uma pessoa
Para mim
Tu és o meu Mundo
Vanessa Monteiro
ESCOLA SECUNDÁRIA SEOMARA DA COSTA PRIMO 1988/89/2008
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