2. Meningites
• Processo inflamatório das leptomeninges
(conjunto das membranas pia-máter e
aracnóide que envolvem o cerébro),
caracterizado pela presença de exsudato
no espaço subaracnóide, detectável no
líquido cefalorraquidiano (LCR)
4. Epidemiologia
• OMS - anualmente 171.000 óbitos
• Alta letalidade nos países do terceiro mundo
• Letalidade - 5 a 10% (países em desenvolvimento)
• Sequelas - 10 a 20% (retardo mental, surdez ou
epilepsia (WHO-2004)
5. Epidemiologia
• Brasil - N. meningitidis, S. pneumoniae e H.
influenzae
• Diminuição da incidência H. influenzae com
vacinação
• 6 a 50 a - N. meningitidis e S. pneumoniae
15. Meningite Bacteriana Purulenta - Etiologia
Recém-nascidos (RN) e lactentes até 3 meses
de vida
- Streptococcus agalactiae (estreptococo B),
Listeria monocytogenes e bacilos Gram-negativos,
como Escherichia coli e salmonelas e
Streptococcus pneumoniae (pneumococo)
16. Meningite Bacteriana Purulenta - Etiologia
• 4 meses até os 5 anos de idade
- Haemophilus influenza tipo b, Neisseria
meningitidis (meningococo) e Streptococcus
pneumoniae
• 5 anos até a idade adulta
- Streptococcus pneumoniae e Neisseria
meningitides (1º lugar em períodos de epidemia)
17. Quadro clínico
Meningite bacteriana purulenta
• Clássico - febre, cefaléia e sinais de irritação
meníngea
• Irritação meníngea - rigidez de nuca, sinais de Kerning
e Brudzinski
• Criança - sinal do gatilho de fuzil
• Diversos graus de disfunção cerebral - confusão mental,
sonolência, torpor e coma
• 10 a 20% - paralisia de nervos cranianos (III, IV. VI e VII)
e sinais focais
18. Quadro clínico
Meningite bacteriana purulenta
• Recém-nascido e lactentes - sinais de irritação
meníngea não presentes
• Alteração do estado de alerta
• Irritabilidade, recusa alimentar, apatia, apnéia,
crises convulsivas, instabilidade térmica (hipertermia
ou hipotermia)
• Hipertensão intracraniana - vômitos, hipertensão
arterial, bradicardia, paralisia do III par craniano e
edema de papila
• Abaulamento de fontanela
• Agravamento - encefalite e sepse
19. Quadro clínico
Doença meningocócica
• Meningococcemia
- mal-estar súbito, febre alta, calafrios, prostração e
manifestações hemorrágicas na pele (petéquias,
equimoses)
• Meningite - com ou sem meningococcemia
- febre, cefaléia intensa, naúseas, vômitos e rigidez
de nuca ou outros sinais (Kerning e Brudzinski)
- consciente, sonolento, torporoso ou coma
- lactente - sinais raros de irritaçãomeníngea
25. Quadro clínico
Meningite bacteriana linfomonocitária
• Meningite ou meningoencefalite tuberculosa
• Início insidioso (criança agudo)
• Febre baixa, anorexia e adinamia
• Cefaléia - adulto
• Alterações do comportamento, redução do nível de
consciência e confusão mental
• Convulsões, vômitos, alterações visuais e da fala
• Crises focais (adultos)
26. Quadro clínico
Meningite bacteriana linfomonocitária
• Crianças - apresentação inicial
- apatia, perda de interesse por brincadeiras, agitação noturna,
cefaléia leve, perda do apetite, náuseas, vômitos e dor abdominal
• Início da irritação - cefaléia e vômitos
• < 3 anos - vômito (cefaléia é rara)
• Crises convulsivas generalizadas
27. Quadro clínico
Meningite bacteriana linfomonocitária
• Exame físico - sinais de irritação meníngea, altearções
de nervos cranianos (VI, III, IV. VIII e II) e alterações
cerebelares
• Hemiparesia (artéria cerebral média)
• Tubérculos coróides na retina (80%)
• Hipertensão intracraniana, descorticação e
descerebração
• Evolução grave - letalidadee e sequelas elevados
28. Quadro clínico
Meningite linfomonocitária viral
Enterovírus
• Início súbito
• Febre - 76 a 100%
• Rigidez de nuca (50%)
• Cefaléia e fotofobia (adultos)
• Alteração no nível de consciência
• Raro - sinais neurológicos focais
• Sinais e sintomas inespecíficos (faringite, tosse,
anorexia, diarréia e mialgias)
34. Abordagem diagnóstica
• Punção lombar
• História clínica completa e exame físico acurado
• Avaliar necessidade de TC antes da punção lombar
• Contra-indicações
- infecção no local da punção
- sinais neurológicos focais - pupilas não reativas
e dilatadas, anormalidades na motilidade ocular,
paralisia da marcha, paresia de membro superior
ou inferior
- hipertensão intracraniana grave e papiledema
35. Abordagem diagnóstica
• Líquor
- aspecto
- bioquímica
- bacterioscopia
- detecção de antígeno (latéx ou contra-
imunoeletroforese)
- cultivo
• PCR
• Diagnóstico por imagem
38. Abordagem diagnóstica
Meningite viral
• Pleocitose linfocítica (100 a 1000/mm3 ), precocemente
neutrofilia
• Pequeno aumento de proteína e diminuição de glicose
• Enterovírus (80%), arbovírus, caxumba, herpes vírus
• PCR enterovírus
• PCR- T
• Ausência de alterações consciência e sinais focais
39. Abordagem diagnóstica
• Hemograma completo
• Hemocultura
• Raios X tórax e seios da face
• Tomografia computadorizada
• Otoscopia
• Proteína C reativa
41. Tratamento
Meningite bacteriana purulenta
• Sensibilidade e resistência regional do microrganismo
• Boa penetração na barreira hematoencefálica
e SNC
• Atividade em meio purulento
• Menor frequência de efeitos colaterais
• Via de administração (Farmacodinâmica)
43. Tratamento
Microorganismo Recomendação Alternativa
H. Influenza
(β-lactamase -) Ampicilina Cefalosporina 3ª geração,
(β-lactamase +) Cefalosporina 3ª geração Cefepime, Aztreonam
(ceftriaxona, cefotaxima)
N. Meningitidis
Penicilina MIC < 0µg/ml Penicilina G Cristalina, Cefalosporina 3ª geração,
Penicilina MIC < 0,1 -1µg/ Cefalosporina 3ª geração Cloranfenicol
ml (ceftriaxona, cefotaxima)
S. Pneumoniae
Penicilina MIC < 0,1µg/ml Penicilina G Cristalina ou Cefalosporina 3ª geração
Ampicilina (ceftriaxona, cefotaxima)
Penicilina MIC < 0,1 -1µg/ Cefalosporina 3ª geração Meropenem, Vancomicina
ml
(ceftriaxona, cefotaxima)
Penicilina MIC >= 2µg/ml Cefalosporina 3ª geração
(ceftriaxona, cefotaxima) Meropenem
+ Vancomicin
Enterobactérias Cefalosporina 3ª geração Aztreonam, Sulfametoazol +
(ceftriaxona, cefotaxima) Trimetropima
44. Meningococcemia/com ou sem
Meningite
Suspeita clínica - Tratamento precoce
- Penicilina Cristalina
- Início antes de transferir paciente
para serviço de referência
45. Tratamento
• L. monocytogenes (RN e idosos) – Ampicilina
• Micobactéria tuberculosis – Rifampicina, Isoniazida e
Pirazinamida (RIP)
• Fungos - Anfotericina B, Fluoconazol e 5-fluocitosina
• Herpes - Aciclovir (reduz letalidade da encefalite
por HSV)
47. Prevenção e Controle
Quimioprofilaxia dos comunicantes
• Crianças e adultos que moram no mesmo domicílio
ou que tiverm contato > 4 horas ( 5-7 dias antes internação)
• Creches ou escolas (< 24 meses)
48. Prevenção e Controle
N. meningitidis
ATB Dose Intervalo Duração
Rifampicina Adulto 600mg 24/24 h 2 dias
Rifampicina Criança > 1 mês até 10 24/24 h 2 dias
anos - 20mg/Kg/dose (max 600mg)
< 1 mês - 10mg/Kg/dose 24/24 h
(max 600mg)
49. Prevenção e Controle
H. influenza
ATB Dose Intervalo Duração
Rifampicina Adulto 600mg 24/24 h 4 dias
Rifampicina Criança > 1 mês até 10 24/24 h 4 dias
anos - 20mg/Kg/dose (max 600mg)
< 1 mês - 10mg/Kg/dose 24/24 h
(max 600mg)
50. Prevenção e Controle
• Isolamento respiratório
- Quarto privativo ou coorte (1 metro)
- Máscara cirúrgica pelo profissional de saúde
-Transporte do paciente - máscara cirúrgica
- 24 horas após início do antibiótico
• Educação em saúde