O documento discute os desafios da prevenção e tratamento da dependência química e a necessidade de articulação entre a sociedade, família, escola e justiça. Ele destaca que múltiplos fatores influenciam o uso de drogas, com a família sendo fundamental, e que a prevenção e tratamento exigem um trabalho intersetorial envolvendo essas esferas.
Desafios da prevenção e tratamento da dependência química
1. OS DESAFIOS DA PREVENÇÃO E
DO TRATAMENTO DA
DEPENDÊNCIA QUIMICA:
Articulação do social, da
família, da escola e da
justiça.
2. Não existe sociedade sem drogas.
Tão antiga quanto a própria
humanidade, a tradição do uso de
substâncias capazes de alterar o
estado de consciência perde-se no
tempo, tendo sido estas usadas em
rituais religiosos, para fins
medicinais ou até para produzir
alterações sensoperceptivas que
promovessem uma “fuga” da
realidade.
3. No século passado, entretanto, o
uso de drogas adquiriu status de
problema social, numa
convergência dos discursos médico,
jurídico e social do início do século
XX.
Inaugurou se uma nova
representação sobre o usuário, que
transita entre os estigmas da
marginalização e da fraqueza
moral.
4. Lemos (2004, p.11) afirma que a
combinação de fatores de risco
pode tornar uma pessoa mais
suscetível ao abuso de drogas e
ainda interferir na recuperação,
assim como fatores de proteção que
auxiliam no afastamento do
indivíduo ao consumo de drogas.
5. FATORES DE PROTEÇÃO FATORES DE RISCO
INDIVIDUO habilidades sociais, cooperação,
capacidade resolutiva, vínculos
pessoais, vínculos institucionais, ética
e valores morais, auto-estima.
insegurança, insatisfação, curiosidade, busca de emoções
e prazer, transtornos psiquiátricos como depressão,
ansiedade e outras.
FAMILIA definição de papéis, hierarquia,
companheirismo, envolvimento
afetivo, monitoramento, regras de
conduta claras, respeito aos ritos
familiares e harmonia conjugal.
autoritarismo, permissividade/negligência, pais ou irmãos
que fumam, bebem ou usam drogas, pais ou irmãos que
sofrem de transtornos mentais, pais ou irmãos que sofrem
de doenças crônicas e com irmãos que fumam, bebem
ou usam drogas, pais ou irmãos que sofrem de transtornos
mentais, pais ou irmãos que sofrem de doenças crônicas e
conflito entre pais.
ESCOLA bom desempenho, boa adaptação,
oportunidades de participação,
desafios, vínculo afetivo, exploração
de talentos pessoais, descoberta e
construção de um projeto de vida,
prazer em aprender e realização
pessoal.
mau desempenho, falta de regras claras, baixa
expectativa em relação aos alunos, exclusão social, falta
de vínculos afetivos, autoritarismo, permissividade e falta
de infra-estrutura.
SOCIAIS respeito às leis sociais, credibilidade
da mídia, trabalho, lazer, justiça
social, informação sobre drogas,
organização comunitária,
afetividade comunitária, mobilização
social e boas relações interpessoais
violência, desvalorização do poder público, descrença
nas instituições, falta de recurso para prevenção e
tratamento, falta de trabalho/lazer, modismo, falta de
informação e uso indiscriminado de medicamentos
RELACIONADOS
A DROGAS
informações adequadas, regras e
controle para consumo e dificuldade
de acesso.
disponibilidade para a compra, fácil acesso,
propaganda, efeito agradável/prazer que leva o indivíduo
a querer repetir o uso.
6. Múltiplos aspectos fazem parte do
processo de drogadição, isto é, da
dependência de drogas em nosso meio.
Porém cabe ressaltar que dentre os
fatores – de risco e proteção
apresentados acima - o contexto
familiar se apresenta como
fundamental, um reforço tanto positivo,
quanto negativo para a opção dos
indivíduos em usar ou não algum tipo de
substância psicoativa
8. A preocupação com o crescente aumento do uso e/ou
abuso de substâncias químicas por parte da grande
parcela da sociedade, em especial os adolescentes,
tem obrigado governos e sociedade civil a pensarem
alternativas de tratamento eficazes e capazes de
reinserir os indivíduos à sociedade, não numa visão
marginalizada, mas como sujeitos sociais, dignos de
oportunidades, respeito e acesso pleno às condições de
dignidade humana.
Neste sentido é necessário compreender que o
dependente químico, assim como qualquer outro
paciente, precisa ser respeitado e atendido com
atenção. Atitudes preconceituosas criam
distanciamento e pioram o prognóstico (BORDIN; FIGLIE;
LARANJEIRA, 2004).
10. Diariamente, as Promotorias da Infância e Juventude
vem deparando-se com o numero crescente de pais
implorando por medidas que retirem seus filhos dos
locais onde há fácil acesso a substâncias
entorpecentes ilícitas, tendo em vista a grave
situação de dependência química que se
encontram.
A Lei nº 11.343, de 23 de agosto de 2003, em seu art.
28, ao não determinar a pena de restritiva de
liberdade aos autores, maiores de 18 anos de idade,
no momento da prática do crime de uso e porte de
substância entorpecente, mas advertência sobre os
efeitos das drogas, prestação de serviços à
comunidade e medida educativa de
comparecimento a programa ou curso educativo,
transferindo ao Sistema de Saúde a re-educação .