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RESERVADO À EDITORA
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LENDAS URBANAS 
MITOS E FOLCLORES
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A 
EDITORA 
IXTLAN 
APRESENTA... 
Adriana Matheus 
LENDAS URBANAS 
MITOS E FOLCLORES
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Certificam que a obra abaixo está devidamente registrada Título: Lendas Urbanas 
Autor: Adriana Matheus 
Pseudônimo: Adriana 
Número de Registro: 134047104028182800 
23/06/2012 - 14h06min: 10 
Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem permissão expressa da autora. (Lei nº 5.988 14/12/73). 
Adriana Matheus 
amatheus07@hotmail.com 
2014 
1ª edição 
CIP. Brasil. Catalogação na Publicação. 
M427s - Matheus, Adriana, 1970. 
Lenda Urbanas/Adriana Matheus - Juiz de Fora - MG. p.: il. 
ISBN: 
Ficção brasileira. Terror contos. 
CDD: 869. B.2 
Projeto Gráfico e Impressão: Editora Ixtlan 
Diagramação: Márcia Todeschini Edição de capa: Thais Riotto 
Revisão ortográfica: Pâmyla Serra
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Nota da Autora 
Dedico esta obra a minha primeira professora, Maria do Carmo Calderano, que me disse certa vez: “As histórias que você conta podem ser passadas para o papel e se transformarem em um livro”. 
Obrigada pelo conselho! 
Onde quer que esteja, guardo-te no coração.
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Capítulo I - Lendas urbanas .................................................. 09 
Capítulo II - Folclore .............................................................. 61 
Capítulo III - Mitos ................................................................. 78
Prólogo: 
uando tive a ideia de fazer este livro sobre lendas urbanas, mitos e o folclore brasileiro, as primeiras histórias que me vieram à cabeça foram: crocodilos nos esgotos de NY, serial killers com mãos de gancho, cadáveres disfarçados de decoração de Haloween e mais trocentas outras lendas tipicamente norte-americanas. Mas todas elas são muito distantes da nossa realidade, nossos esgotos não são muito misteriosos, pois vivem a céu aberto, nós não temos Haloween no Brasil, pelo menos em grande parte dele, e serial killers não são tão comuns aqui como são lá nos EUA. Então pensei: por que não fazer um livro somente com lendas brasileiras e misturar também as lendas de lá, dos outros países?! Acho que vocês devem estar pensando a mesma coisa que eu pensei quando tive a ideia, Saci-Pererê, Boi Tatá, Curupira, Bloody Mary (a bruxa do espelho), e assim por diante. Se bem que eles não são exatamente lendas urbanas, e sim mitos, que fazem parte do folclore brasileiro e de outros países. Fiz uma mistureba e vou deixá-los ver no que deu. Depois de uma extensa pesquisa, consegui juntar algumas lendas realmente urbanas e bem tupiniquins. Pra falar a verdade, até me surpreendi com o resultado dessa pesquisa, pois na imagem que eu tinha da cultura popular brasileira, lendas urbanas não se encaixavam muito bem, não com a mesma sinergia que vejo nos norte-americanos. Felizmente o quadro é outro, e por isso fiz essa pequena relação com as lendas urbanas brasileiras mais recorrentes e coloquei aí embaixo. Lendas urbanas são “pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalistas amplamente divulgadas de forma oral, através de e-mails ou da imprensa, e que constituem um tipo de folclore moderno”. São frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um 
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LENDAS URBANAS 
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amigo de um amigo ou de conhecimento público. Todos nós, 
sem exceção, já ouvimos algumas destas histórias que vou lhes 
contar agora. Algumas são tão convincentes que acabamos 
acreditando e passando pra frente. Na era da internet, essas 
lendas se propagam muito mais rápido, e crescem numa 
proporção incrível. Listo abaixo as mais famosas e assustadoras 
lendas urbanas de todos os tempos. 
Começarei por Bloody Mary (a bruxa do espelho), e irei até 
onde a imaginação me levar. 
Sejam bem-vindos ao mundo do 
sensacionalismo!
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I - Lendas Urbanas... 
BLOODY MARY, A BRUXA DO ESPELHO... 
m 1978, o especialista em folclores, Janet Langlois, publicou nos Estados Unidos uma lenda que até hoje aterroriza os jovens do mundo inteiro, principalmente da 
América. Trata-se de Bloody Mary, conhecida também como a bruxa do espelho, um espírito vingativo que surge quando uma jovem, envolta em seu cobertor, sussurra, à meia-noite, iluminada por velas. 
Diante do espelho do banheiro, treze vezes as palavras Bloody Mary. Segundo a lenda, o espírito de uma mulher cadavérica surge refletido no espelho e mata de forma sangrenta 
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e violenta as pessoas que estão no banheiro. Há quem diga que Mary foi executada há cem anos por praticar as artes da magia negra, mas há também uma história mais recente envolvendo uma bela e extremamente vaidosa garota que, após um terrível acidente de carro, teve seu rosto completamente desfigurado. Sofrendo muito preconceito, principalmente de seus amigos e familiares, ela decidiu vender a alma. Há outro caso famoso de uma jovem nova-iorquina que dizia não acreditar na lenda, mas, após realizar a mórbida brincadeira, escorregou da escadaria de sua casa e quebrou a bacia, e dizem que até hoje essa jovem encontra-se em estado de coma. A jovem ainda vive sobre esse estado vegetativo nos EUA, mas sua identidade é um sigilo absoluto. Dizem que esta é a verdadeira história de Mary: que alguém de sua família, para mantê-la viva em coma, vendeu a alma dela ao diabo, dando, assim, chance à moça de ressurgir cada vez que alguém lhe chamar treze vezes na frente de um espelho. Com isso, aparece seu reflexo, que suga para dentro do espelho a alma de jovens que a desafiam. Ai, ai, verdade ou não, eu é quem não vou fazer o teste! 
OS SANDUÍCHES DO MC DONALD’S... 
Seriam feitos de carne de minhoca? Aff! Não sei quem inventou isso, mas se tornou, acredite, uma lenda urbana. Segundo a lenda, o Big Mac, grande sucesso de vendas da Mc Donald’s, seria recheado com carne de minhoca. Ainda segundo essa lenda, o governo americano, em acordo com a rede de fast food, incentivou a alimentação por carne de minhoca. Como se sabe, esse tipo de carne é muito mais nutritiva e saudável do que a bovina. Lógico que nenhum americano temente a Deus experimentaria uma iguaria composta de carne de minhoca. Mas
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o que os olhos não veem o estômago não sente. Eca! Isso tudo começou ainda no início da década de setenta. O boato foi divulgado em uma grande rede de televisão americana e acarretou prejuízos imediatos à maior rede de fast food do mundo. O impacto sobre a marca foi tão grande que o Mc Donald's sofreu na época uma redução de trinta por cento em suas vendas. Claro que o Mc Donald's se defende, dizendo que tudo não passa de invenção das mentes maldosas e que isso foi sabotagem via marketing. Vai saber, né? 
PAUL MCCARTNEY MORREU EM 1966... 
E foi substituído por um sósia! Essa é a pior de todas... Em 1966, logo após o lançamento de Revolver, os Beatles pararam de excursionar em virtude da dificuldade de tocar ao vivo os arranjos cada vez mais complexos e inusitados. Esse fato aliado a um acidente de moto sem maiores consequências sofrido por Paul McCartney deu origem ao maior e mais duradouro boato de todos os tempos, que Paul McCartney havia morrido e sido substituído por um sósia. Gente, quem inventa essas coisas? O fato é que centenas de matérias em jornais, e mesmo em livros, foram lançadas sustentando a morte de Paul. As pessoas que acreditavam nisso se baseavam em centenas de pistas que tinham sido deixadas de propósito pelos três Beatles restantes nas gravações e filmes posteriores da banda. Isso é incrível!
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VELHO DO SACO... 
Não riam, mas eu mesma fui vítima desse aí. Morria de medo do pobre velhinho que passava com o saquinho dele perto da minha casa. Conta a história que, caso a criança saísse de casa sozinha, ou fosse brincar sozinha na frente de sua casa, viria um velho sujo e mal vestido, um tipo de mau elemento, com um saco cheio de crianças que ele havia pegado no caminho. Segundo a lenda, as crianças do saco que o velho carregava eram crianças que estavam sem nenhum adulto por perto, em frente as suas casas ou brincando na rua. O velho pegaria a criança se saísse sem ninguém de dentro de casa. Em versões alternativas da lenda, em vez de um velho, o elemento que levava as crianças era um cigano e, em versões remotas, esse velho ou o cigano levava as crianças para sua casa e fazia com elas sabonetes e botões. Jesus! Eu nem dormia, viu?! Agora, se fosse verdade, o tal velhinho já teria feito uma verdadeira cata na minha rua. Brincadeirinha... 
O PALHAÇO DA KOMBI... 
Essa quem me contou foi uma velha amiga. Em meados de 1990, uma história assombrou a grande São Paulo. Por ocasião do lançamento de uma série especial no jornal NP chamada “Os crimes que abalaram o mundo”, foi apresentado o caso de um palhaço norte-americano que na década de sessenta assassinava crianças. Alguém inspirado na reportagem começou a difundir a história de que um palhaço na cidade de Osasco estaria roubando crianças para vender seus órgãos, moda na época. Aos poucos, a história chegou a toda grande São Paulo, e ganhava tons cada vez mais verídicos: agora o palhaço atacava em toda a região, tinha dois ajudantes, uma Kombi azul, e só atacava em
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escolas públicas. A história chegou ao ponto que pessoas juravam ter visto reportagem no “Aqui Agora”, e realmente o boato foi tão forte que o NP chegou a dar algumas capas para a gangue do palhaço. Uma escola de nome desconhecido, em Mauá, chegou a ser atacada pelo palhaço, todos sabiam de alguém que conhecia a vítima, mas ninguém conhecia a própria vítima. Que confusão gera uma fofoquinha de esquina, né?! Eu, que não sou chegada a palhaços, confesso que essa lenda me deixa cada vez mais com o pé atrás. 
MULHER DE BRANCO... 
Minha mãe contou uma parecida para mim! No folclore brasileiro o mito é descrito como sendo a materialização de um fantasma de mulher que, aparentando ser real e de grande beleza física, seduz homens solitários e os convence a acompanhá-la até a sua casa. Invariavelmente, seguem-na até as proximidades de um cemitério, por volta da meia-noite, quando então são informados ser ali a sua morada, desaparecendo em seguida. 
A história contada por minha mãe: Certa mocinha que habita a cidadezinha de Goianá, interior de Minas, escondia-se sempre no meio do mato para assustar à noite as pessoas que saíam da missa na cidade ou as que vinham das procissões. Ela ficava escondidinha e, quando passava um, ela suspendia dois bambus com um lençol amarrado. Aí já viu, né? Só dava gente correndo pra todo o lado. Até que certa vez um corajoso disse “vou enfrentar essa assombração” e seguiu em frente. A mocinha, ao ver que iria se dar mal, saiu correndo mato adentro. Nem queria ver o lombinho da pobre quando os pais ficaram sabendo. Outra versão para essa história é que, quando o tal
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corajoso se aproximou da moça, ela foi crescendo e crescendo, e o dito caiu durinho ao chão. Eu, hein? 
DAMA DE VERMELHO – MUNDO 
Essa lenda mexe com o sobrenatural (ah, novidade!), fala de um jovem casal que estava muito feliz por estar podendo realizar todos os seus sonhos. Já moravam juntos há pouco tempo, tinham um pequeno filho de seis meses de idade, e tinham acabado de se mudar para um apartamento que almejavam. Numa tarde de fim de semana, o casal, depois de brincar com o bebê, acabou adormecendo. O bebê acordou e saiu engatinhando pela casa. Foi engatinhando até a sacada do apartamento, passou pelos buracos da grade de proteção e caiu do quarto andar. O casal foi acordado pelos vizinhos e ficou, obviamente, transtornado com o fato. 
Eles acabaram indo embora dali, pois não conseguiam mais viver em paz naquele apartamento. No dia em que a mudança foi toda retirada, a pobre mãe, que havia perdido seu filho de forma tão cruel, estava sozinha. Já era noite, quando no alto de seu desespero ela falou que faria qualquer coisa para ter seu filho de volta. Ela acabou dormindo no chão da sala vazia, mas foi acordada por uma voz que falava com ela. Assustada, ela se levantou do chão e viu uma mulher vestida de vermelho. A mulher falou que poderia trazer o bebê de volta, em troca de um favor. A mãe teria que matar uma criança da mesma idade do seu filho e oferecê-la para a mulher de vermelho. No desespero de mãe, ela acabou fazendo isso e tendo o seu bebê de volta. A mulher de vermelho devolveu o bebê vivo para os braços da mãe. O único inconveniente é que o bebê foi devolvido no
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mesmo estado em que se encontrava depois de todo o tempo enterrado. O bebê se transformava em algo sobrenatural, era uma massa deformada em carne viva. 
Existem várias lendas da Dama de Vermelho, essa é apenas uma delas. Em outra, conta que ela é uma mulher muito bonita que seduz festeiros na Quarta-feira de Cinzas. Outro também bastante comum diz que a Dama de Vermelho costuma aparecer nestes postos de estrada. Ela seduz os caminhoneiros e eles e seus caminhões somem do mapa. Dizem que a Dama de Vermelho é na verdade Lilith, e pode ser invocada em determinados locais. Aquele que a invoca ganha o direito a um desejo em troca de um favor, embora esses desejos nunca saiam como a pessoa espera. É tipo uma pegadinha do Malandro. Como aconteceu com a mulher que perdeu o filho, ela teve o filho de volta, mas não era bem do jeito que ela imaginava. 
A MULHER DA ESTRADA – MUNDO 
Essa também é muito conhecida, seu surgimento ocorreu em meados dos anos cinquentas e sessentas devido ao grande crescimento de rodovias que se deu nesses anos. Na maioria das vezes, a lenda fala de uma mulher loira, que pode ser trocada por uma índia ou prostituta, que fica na beira da estrada pedindo carona para os motoristas que passam, quando um resolve parar, muitas vezes caminhoneiros. Ela conduz a pessoa até um cemitério próximo; chegando lá, a bela mulher desaparece, deixando o motorista sem entender nada. Logo depois, ele a reconhece na foto de uma das lápides. Em outras versões, ela simplesmente desaparece dentro do próprio veículo, depois o motorista descobre pelos moradores das redondezas que a moça havia sido atropelada há muitos anos naquela mesma estrada.
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Algumas vezes, antes de desaparecer, o espírito da mulher pede ao motorista que ele construa uma capela no lugar onde ele a encontrou, para que assim ela possa finalmente descansar em paz. Há ainda versões em que ela se deita com o motorista, que, quando acorda no dia seguinte, descobre que ela simplesmente desapareceu sem deixar vestígios de sua existência. Uma versão mais sangrenta diz que a loira, antes de desaparecer, seduz o motorista, que, quando tenta beijá-la, acaba perdendo a língua. 
Outras versões dessa lenda se passam em cidades grandes e são protagonizadas por motoristas de táxi. Nelas, o taxista recebe uma passageira muito bela e jovem, ela pede uma corrida até um cemitério qualquer da região. Chegando lá, ela dá ao motorista o endereço de sua casa e diz que lá ele irá receber seu pagamento. No dia seguinte, quando o motorista vai receber o dinheiro, o pai da menina lhe diz que é impossível sua filha ter feito essa corrida, afinal, ela havia morrido há muitos anos. O taxista, sem entender nada, fica ainda mais confuso ao reconhecer numa foto a menina que ele conduziu no dia anterior. 
A LOIRA DO BANHEIRO... 
Essa história é muito contada nas escolas entre os alunos. Em todo o Brasil, sua fama é muito grande. Canta a lenda que uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente quinze anos sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar no banheiro da escola esperando o tempo passar. Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e, pouco tempo depois, veio a morrer. A alma da suposta menina não se conformou com seu
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fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitos! 
A MULHER DA CURVA... Também conhecida como O fantasma da estrada, consiste no aparecimento de uma jovem assim que você faz uma curva em uma estrada – alguns afirmam que ela aparece sempre em um mesmo dia e hora a cada ano, exatamente naquele em que teria morrido em um acidente de carro. Há duas versões diferentes. Na primeira, a jovem é reconhecida por um caminhoneiro que acaba morrendo no mesmo lugar onde ela perdeu a vida. Na segunda, a mulher fantasma adverte o condutor que essa curva a matou e desaparece. 
A MULHER DO VELÓRIO – BRASIL... 
Essa lenda urbana é bastante contada em faculdades por causa dos cemitérios, símbolos das histórias de terror. Reza a lenda que uma garota, que era uma estudante de psicologia, estava no final de seu curso e ficou responsável por pesquisar o comportamento das pessoas nos velórios e enterros. Primeiro, ela estudou teorias sobre esse comportamento. Mas depois a estudante resolveu partir para a prática, visitando, discretamente, velórios e enterros de estranhos. O primeiro velório foi de um senhor de idade, que tinha sido um professor famoso. Essa cerimônia foi cheia de pompas e discursos. Porém, uma pessoa em especial chamou a atenção da estudante: era uma idosa de cabelos brancos, vestida de preto, com uma mantilha negra e antiga na cabeça. A primeira vez que a estudante olhou
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para essa mulher, teve a impressão de que essa velhinha não tinha pernas e estava flutuando. Porém depois a estudante olhou novamente para essa esquisita figura, viu as suas pernas normais e concluiu que aquilo poderia ter sido uma ilusão de ótica. O segundo velório, visitado pela estudante, foi de uma criança de classe baixa, num bairro muito popular. Essa estudante estava observando o comportamento das pessoas, quando viu, novamente, a estranha senhora do primeiro velório. Então, a acadêmica resolveu olhar para a mulher com mais cuidado. Porém, a velhinha olhou em sua direção, e a estudante teve a impressão de ter visto duas estrelas no lugar dos globos oculares dessa mulher. Então, a moça pensou que isso poderia ter sido uma bobagem de sua cabeça. O terceiro velório que a graduada visitou foi o velório de um empresário milionário, amigo de sua família. Por ser um velório de gente importante, só entrava quem fosse conhecido. A estudante entrou, mas dentro do local ela teve uma surpresa: a idosa esquisita estava lá também. Após o enterro, a estudante decidiu seguir aquela idosa esquisita, que ficou algum tempo andando pelo cemitério, até que parou num túmulo marrom. Então, a estudante notou que a mulher da foto do túmulo era aquela mesma velhinha estranha, e, sem querer, soltou uma exclamação: – Ave! Assim, a idosa olhou para trás e disse: – Ave, minha filha! Dessa maneira, a estudante falou: – Como é possível? ! A foto da mulher enterrada neste túmulo é a cara da senhora! Deste jeito, a velha explicou: – Bem, isto faz sentido, porque esta mulher que está aí enterrada, neste túmulo marrom, sou eu… Então, a estudante disse: – Isto não é possível… Só pode ser uma brincadeira, ou, uma alucinação minha… E por que a senhora visita tantos velórios e enterros?! Qual é a explicação de tudo isto? Assim, calmamente, a velhinha falou:
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– Eu nasci há algum tempo… A minha vida foi indolente e sem graça… Fui filha única, não me casei, não tive filhos e não trabalhei… Eu apenas ficava vegetando em casa… Sem fazer nada, por preguiça… Quando meus pais morreram, eu vivi tranquilamente, com a pensão que eles deixaram para mim. Mas, quando eu morri, a primeira coisa que eu vi foi o filme da minha vida inteira: um tremendo vazio… Em primeiro lugar, um anjo tentou me levar para o céu, mas eles não me aceitaram lá, porque eu não tinha feito nada de útil para a humanidade… Depois, o mesmo anjo tentou me levar para o inferno, mas o diabo não me aceitou porque eu não era má suficiente… Após isso, o anjo me levou para o purgatório, mas o guardião de lá não me aceitou, alegando que eu não tinha feito nenhum pecado para purgar. Então, apareceu o chefe deste anjo, que falou que o melhor a fazer era dar uma missão útil para mim, como colaboradora da morte. 
Assim, a estudante indagou: – E o que uma colaboradora da morte faz? 
Dessa maneira, a velha respondeu: 
– Uma colaboradora da morte tem uma missão parecida com a deste anjo: quando alguém morre, ela coloca o filme da vida desta pessoa falecida, para ela ver e guiar a sua alma até muitos lugares como: o céu, o purgatório e o inferno. Após escutar tudo isso, a estudante desmaiou. No hospital ela contou a história para os enfermeiros, disse que estava vendo o filme da sua vida diante dos seus olhos e, em seguida, faleceu.
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A NOIVA CADÁVER – BRASIL... Conta a lenda que uma bela moça, que tinha como sonho da sua vida casar, morreu no baile do seu casamento. O noivo, desesperado, implorou que ela retornasse… mas ela não o fez. Não de imediato, pelo menos. Dois meses depois da sua morte, no mesmo salão onde foi realizado o baile, ela foi vista dançando. E depois em uma casa noturna na cidade. Em seguida em outra e depois em outra, até que, enfim, ela virou uma lenda. Dizem que ela convida para dançar e depois pede para levar à sua casa. E aí a história diverge. Umas dizem que ela leva a sua vítima para o cemitério, já em outras para a igreja e, se o “pegador” não correr muito, vai para o mundo dos mortos junto com a Noiva Cadáver. 
O CACHORRO DE DOM BOSCO – ITÁLIA... 
Muita gente conhece o italiano João Melchior Bosco, o padre que ajudava crianças pobres da cidade de Turim. Aqui no Brasil, existe a obra dos Salesianos, onde existem várias instituições escolares, Oratórios e igrejas, onde se contam as histórias de lutas e vitórias do educador. Com relação às lendas, conta-se de um sonho que Dom Bosco teve, e desse sonho surgiu a história da construção de Brasília, onde ele é o padroeiro, e várias e várias lendas e mitos acerca do assunto. Mas não é sobre isso que iremos relatar agora. O assunto igualmente lendário, mas pouco conhecido, é o episódio do cão Grigio, um suposto fantasma que o auxiliou a se safar de vários casos, cuja intervenção divina se fez através desse particular espectro peludo de quatro patas.
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Durante os primeiros dias de seu ministério ele correu perigo tanto por causa de bandidos, que pensavam que ele tinha dinheiro, como por parte de comerciantes e funcionários públicos da cidade, que se ressentiam de suas tentativas de organizar e educar sua futura mão de obra barata. Ao longo dos anos, Dom Bosco sobreviveu a diversos atentados contra sua vida. Eles poderiam ter sido bem-sucedidos, se não fossem pelas repetidas – e quase inexplicáveis – intervenções do enorme Grigio. Quando Bosco estava em perigo, o grande cachorro aparecia do nada para perseguir seus atacantes. Assim que a ordem era restabelecida, ele simplesmente se virava e ia embora. 
Com o passar dos anos, a reputação de Bosco cresceu e nem ladrões nem funcionários locais ousavam tocá-lo. O poderoso Grigio, que sempre era atraído pelos problemas, simplesmente desapareceu, sem nunca mais ser visto. Em certa ocasião, numa noite de 1852, voltando sozinho para casa, o Santo percebeu que um bandido o seguia a poucos passos de distância, pronto a agredi-lo. Dom Bosco pôs-se a correr, mas, pouco adiante, deparou-se numa esquina com o resto do bando que lhe barrava o caminho. Parou de improviso e fincou o cotovelo no peito do primeiro agressor, que caiu por terra gritando: Vou morrer! Vou morrer! O bom êxito da manobra o salvou de um perseguidor, mas os outros avançaram. Nesse instante, surgiu o cão providencial. Saltava de um lado para outro, dando latidos aterradores com tamanha fúria que os malfeitores tiveram de pedir a São João Bosco para acalmá-lo e mantê-lo junto de si, enquanto eles tratavam de fugir. A imagem do cão era tão ameaçadora que não tinha bandido que não se colocava a correr diante de tamanha ferocidade. Grigio era uma espécie de cão gigante guardião e fantasma que o Santo invocava nos piores
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momentos. O mais interessante é o fato de pessoas, que não eram o Santo, também descreverem o cão, e algumas contam que até o acariciaram, claro que com a permissão de Bosco. Até hoje corre a lenda que, na hora do desespero, quem clama pelo nome do santo invoca o cão Grigio. 
OS MENINOS VERDES – REINO UNIDO... 
Esse mistério que virou uma lenda urbana está há um bom tempo passando de geração. E por isso que em algumas partes do Reino Unido os camponeses têm o hábito de trancar os poços de suas propriedades quando não estão utilizando-os. A lenda tem origem numa história começou muito tempo atrás: as duas notáveis crianças foram descobertas na Vila de Woolpit, em Suffolk, Reino Unido. O incidente se deu durante o regime do rei Stephen da Inglaterra, 1135-1154, numa época difícil. Os camponeses estavam trabalhando quando as duas crianças, um garoto e uma garota, repentinamente emergiram de um fosso profundo. As pessoas ficaram de olhos arregalados diante do fato. Estavam vestidas com roupas de material nada familiar e suas peles eram verdes. Era impossível falar com eles porque tinham um dialeto desconhecido. Os dois foram levados para o dono do feudo, Sir Richard de Caline. Obviamente, eles estavam tristes e choraram por vários dias. Os pequenos esverdeados se recusaram a comer e a beber qualquer coisa até que alguém ofereceu feijão ainda no talo para eles. Eles sobreviveram comendo feijão por vários meses. Mais tarde, eles começaram a comer pão. O tempo passou, o pequeno e esverdeado garoto entrou em depressão, adoeceu e morreu. A garota adaptou-se melhor a sua nova situação. Ela aprendeu a falar inglês e gradualmente sua pele foi perdendo a cor verde.
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Mais tarde se tornou uma saudável jovem e se casou. Ela era sempre perguntada sobre seu passado e de onde tinha vindo, mas tudo que falava só fazia aumentar o mistério sobre suas origens. Explicava que seu irmão e ela tinham vindo de uma terra sem sol, com um perpétuo crepúsculo. Todos os habitantes eram verdes. Ela não tinha certeza exata onde se localizava sua terra. Ainda, ela chamava de Luminous a outra terra, que era cruzada por um rio considerável separando o mundo deles. Também são inexplicáveis como as crianças apareceram naquele fosso. A garotinha disse que ela e seu irmão estavam procurando o rebanho do pai e seguiram por caverna escutando o som dos sinos. Vagaram na escuridão por um longo tempo até que acharam uma saída; de repente, eles ficaram cegos por um clarão de luz. A luz do sol e a temperatura diferente deixaram- nos cansados; descansavam quando ouviram vozes, viram pessoas estranhas e tentaram fugir. Entretanto, não tiveram tempo de se mover da boca do fosso onde foram descobertos. As fontes originais dessa história são William de Newburgh e Ralph de Coggeshall, dois cronistas ingleses do século XII. Muitas explicações têm aparecido para o enigma das crianças verdes. Uma das teorias sugeridas é que as crianças eram imigrantes flamengas que sofreram perseguição. Seus pais teriam sido mortos e o garoto e a garota se esconderam na floresta. Essa ideia explicaria as roupas diferentes, mas não esclarece o fato de as crianças falarem uma língua desconhecida, embora alguns habitantes locais achassem que era uma corruptela de flamengo. Outros sugerem má nutrição ou o envenenamento por arsênico como a causa da pele verde. Também havia um rumor que um tio tentou envenenar as crianças, mas isso nunca foi confirmado. No entanto, outras pessoas, como o astrônomo escocês, Duncan Lunan, sugeriam que as crianças eram alienígenas enviados de outro planeta para
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a Terra. De acordo com outras teorias, as crianças vieram de um reino subterrâneo ou, possivelmente, de outra dimensão. Poderiam as crianças verdes de Woolpit ter vindo de um mundo paralelo, um lugar invisível ao olho nu? É importante lembrar que a garota disse que “não havia sol” no lugar de onde ela teria vindo. Disso se pode deduzir que ela habitava de um mundo subterrâneo. A verdadeira origem das crianças nunca foi descoberta e esse caso continua um mistério. Entre as teorias, a que ficou mais famosa entre os camponeses foi a do mundo subterrâneo. Isso fez com eles adotassem o hábito de trancar os poços, pois acreditam ser a passagem desses seres para o nosso mundo. Essa lenda já foi mais difundida pelo Reino Unido, hoje se restringem a algumas regiões rurais. Hora ou outra, aparece uma cabra mutilada ou com ferimentos incomuns e a lenda volta a ganhar força. 
A LENDA DE CROATOAN... Você já assistiu ao filme Mistério da rua sete? É porque essa lenda vai explicar bastante coisa sobre o filme, que não é nenhum pouco autoexplicativo. A lenda de Croatoan começa com as tentativas de se estabelecer uma colônia em terras americanas. Os ingleses precisavam fundar assentamentos se quisessem manter a posse sobre essas terras. Mas pense o quanto isso era difícil, se hoje tudo em matéria de informação e viagens é uma coisa rápida, nesse século as viagens demoravam meses. E para voltar a um determinado local poderia se levar meses, anos, e imagine se houvesse uma guerra ou piratas atrapalhando. Os ingleses, para demarcar território, mandaram colonos para o Novo Mundo. Esse primeiro assentamento inglês era composto apenas de homens. Nada de mulheres ou crianças.
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Eles ficaram lá por algum tempo, mas devido à falta de condições e depois de enfrentar vários invernos rigorosos, eles resolveram voltar para a Inglaterra, abandonando o local. O capitão Francis Drake, que estava passando pelo Novo Mundo, deu uma carona para eles em seu navio. Mas os ingleses não desistiram. Em vinte e seis de abril de 1587 dois barcos partiram, um com colonos e outro com suprimentos. Dessa vez, eles levaram mulheres e crianças porque eles realmente queriam estabelecer uma colônia permanente. Eles chegaram lá e reconstruíram as casas que foram deixadas pelos antigos colonos e que já estavam tomadas pelo mato. Nesse meio tempo, no dia dezoito de agosto 1588, nasce a neta do governador, Virginia Dar, a primeira criança filha de colonizadores a nascer em solo americano. Após alguns dias, mais precisamente no dia vinte e sete de agosto 1588, o governador John White voltou à Inglaterra a pedido dos colonos, pois eles queriam que ele intercedesse pela colônia, buscando ajuda e suprimentos. Mesmo relutante talvez em abandonar a filha e a neta, ele partiu. Mas quando chegou à Grã-Bretanha, eles não puderam mais voltar, os ingleses tinham sido atacados pela armada invencível do rei Felipe II da Espanha e a guerra impediu qualquer tentativa de voltar ao Novo Mundo. Muitos anos depois, ele retornou, em 1590. A única coisa que ele encontrou foi a cidade vazia, totalmente tomada pelo mato, coisas espalhadas pelo chão. Roupas, objetos, até mesmo suprimentos largados por todos os cantos. Apenas objetos, nenhuma pessoa. Nem corpos, nem sangue. Nada. Somente uma palavra escrita em um tronco de árvore, Croatoan. O estranho desaparecimento e a palavra Croatoan deram origem a muitas e muitas lendas. No imaginário norte-americano eles foram todos
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abduzidos ou levados por alguma coisa e com certeza seria uma coisa maligna. Durante o tempo em que eles permaneceram no lugar antes de John White partir, diz no livro que é constituído por parte da transcrição de White escrito por Richard Hakluyt, que eles ouviram muita coisa estranha. Durante a noite, vozes, gritos, seres, pareciam circular a colônia no meio da escuridão. Alguns trechos conta a história, no mínimo, fantástica sobre alguns períodos em que eles tinham que ficar recolhidos em um aposento das suas residências rezando para que aquilo fosse embora e os deixasse em paz. Provavelmente nisso que foi baseado o filme do Mistério da rua sete. Na Carolina do Norte essa lenda dura até hoje. Sobre a palavra Croatoan, a princípio foi levantada a hipótese de ser um sistema de coordenadas usadas pelos Colonos da época. Croatoan significaria que eles teriam mudado para cinquenta milhas dali. Mas o que significaria o resto da palavra? Então surgiu outra hipótese, uma mais sombria. Croatoan era o nome dado a um dos Demônios Indígenas mais temidos. Falam que os nativos sequer se aproximavam do lugar da construção da colônia por medo da entidade. O nono da segunda temporada de Supernatural retrata a lenda, de forma adaptada. Ainda, Croatoan era o nome dado pelos colonizadores a uma ilha habitada por índios amigos, perto do local onde se encontravam, embora nenhum deles parecesse ter ido para lá. Por falta de explicações, o mistério perpetuou e virou lenda de maldição, que persiste até hoje.
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DEMÔNIO DE JERSEY/YERSI 
Bem, o demônio de Jersey é uma... mistureba! As supostas testemunhas que informam encontros com essa criatura, o demônio de Jersey, afirmam que ela tem cabeça de cavalo, erguida em duas patas, com uma altura de quase dois metros, coberta de pelos, com asas parecidas com um morcego e com patas como cangurus. Old-school total a lenda de Jersey que perpetua até hoje. Existem várias vertentes sobre sua origem. As primeiras datam ao folclore dos índios nativos. As tribos chamavam a área ao redor de Pine Barrens de Popuessing, que significa lugar do dragão. Exploradores suecos depois chamaram a região de Drake Kill, drake sendo a palavra sueca para dragão, e kill significando canal ou braço do mar rio, riacho, etc. Mas a lenda mais conhecida é de que, em 1735, uma senhora de sobrenome Leeds, que tinha doze filhos, descobriu que estava grávida de seu trigésimo terceiro filho e disse: Que este seja amaldiçoado! Então o bebê teria nascido com cabeça de cavalo, asas de morcego e patas de canguru, teria matado seus pais e depois fugido para a floresta de Pine Barrens. Dizem que o demônio volta periodicamente à região. 
A BRINCADEIRA DO COPO... 
Junto com a loira do banheiro, essa é outra das mais famosas, até porque muitos dos que estão lendo isso agora já devem ter brincado de invocar espíritos com um copo alguma vez durante sua adolescência. A lenda em torno dela fora a própria efetividade da brincadeira é a de um grupo de amigos que resolveu fazer a famigerada brincadeira durante uma festa, um deles era descrente e só de sacanagem resolveu perguntar se
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alguém naquela mesa iria morrer recentemente, a resposta foi “sim” e logo em seguida o copo, em algumas versões ele é substituído por uma lapiseira, se estilhaça na frente de todos. Algum tempo depois, eles ficam sabendo que o rapaz cético que não respeitou o espírito havia morrido num acidente de carro. 
Se foi verdade, eu não sei... Mas meu irmão, quando era jovem, contou que certa vez ele e seus amigos fizeram essa brincadeira e o resultado foi catastrófico, pois ele contava que o copo saiu do lugar e começou a bater nas paredes do apartamento onde eles e os amigos estavam. Ele chegou pálido em casa e junto com os amigos disseram que o apartamento teve que ser vendido, pois os verdadeiros moradores começaram a ouvir barulhos de portas batendo e panelas caindo ao chão. Disseram também que vozes gritavam e as pessoas que estavam dentro do apartamento apanhavam de caírem no chão. A única coisa que realmente sei que é verdade é que os pais do amigo do meu irmão venderam o apartamento e mudaram-se para outra cidade. Esse amigo do meu irmão veio a falecer dois meses depois de insuficiência cardíaca, e os outros tiveram mortes muito estranhas, um morreu atropelado no Aterro do Flamengo, no Rio, e os outros morreram de acidente de automóvel indo para Cabo Frio. Meu irmão faleceu de tanto beber e dizia que via e ouvia vozes constantemente na cabeça dele. Pode ser alucinação causada pelo álcool, mas ninguém que passou por essa suposta experiência teve um fim lógico. 
Eu, como todos sabem, sigo um caminho... Diferente dos de muitas pessoas, digamos assim. E no meu frágil entendimento o jogo do copo não é um jogo, é sim uma chave, e essa chave abre o mundo espiritual, assim como a Tábua Ouija. Tem certas coisas que não devem ser mexidas por mãos alheias incrédulas. Esses tipos de rituais são usados por certas seitas que os utilizam
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para evocar espíritos malignos; aliás, é somente para isso que servem esses objetos nas mãos de pessoas zombeteiras. 
MEREANA MORDEGARD GLESGORV – O VÍDEO PROIBIDO 
Mereana Mordegard Glesgorv é chamado por muitos de O filme que foi proibido pelo YouTube, mesmo possuindo dezenas de versões no site. Nele, um estranho homem encara o usuário por mais de dois minutos. A imagem é trêmula e possui um sinistro tom de vermelho com uma trilha sonora digna de um filme de terror. No fim, o estranho homem sorri ironicamente para a câmera. A lenda sobre esse vídeo diz que todos que assistiram ao filme na íntegra simplesmente enlouqueceram. Alguns se jogaram pelas janelas enquanto outros arrancaram seus olhos e enviaram para a sede do YouTube, o que forçou o site a proibir sua exibição... Mas agora eles liberaram para ganhar uma graninha com os olhos enviados, sonoras gargalhadas. 
O DESENHO DE SATÃ... 
Uma animação de stop-motion, criado em 1985, criou muita confusão na internet tempos atrás. Ele não foi exibido nas TVs americanas devido a uma proibição alegando que o vídeo é satânico e atormentador. Mas isso não impediu que ele fosse arquivado e, enfim, digitalizado. Postaram no YouTube e a febre tomou conta da rede. Dizem que o vídeo é recheado de mensagens subliminares… Bom, assista e julgue você mesmo.
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DISQUE AMIZADE... 
Gente, eu entrava no disque amizade todo dia, a minha conta de telefone vinha um horror! Isso era um vício, quem se lembra do 145? Agora escute, preste atenção nesta lenda aí: 
Em 1993, Carolina era uma jovem de dezenove anos, muito infeliz, porque seus pais eram muito rígidos. Ela não podia frequentar barzinhos, nem danceterias e muito menos namorar. Por isso, no meio de suas colegas de faculdade, Carolina se sentia um ET. A solidão sufocava cada vez mais essa garota, por isso ela se refugiava nas poesias que escrevia. Mas um dia, num programa de rádio, ela escutou sobre um serviço telefônico chamado disque amizade, onde as pessoas ligavam para o número 145 e faziam amizades por telefone. Então, Carolina experimentou esse serviço e gostou. Às vezes, ela ficava declamando suas poesias para o grupo que estava na linha. Até que um dia, uma das monitoras desse serviço entrou no meio de uma declamação e perguntou: – Aqui é a monitora, alguém precisa de ajuda? Então, Carolina respondeu: – Não, obrigada. Assim, a monitora disse: – Eu escutei a conversa do grupo e gostei das suas poesias! Sou a monitora Cláudia, podemos conversar? Dessa maneira, Carolina e Cláudia ficaram amigas. Toda a vez que Carolina ligava para o disque amizade sempre falava com Cláudia. Até que, três meses depois, Carolina estranhou um fato: Cláudia não estava mais conversando com ela. Então, ela telefonou para a agência que oferecia o serviço de disque amizade e falou para a atendente: 
– Por favor, eu gostaria de saber se a monitora Cláudia continua trabalhando no disque amizade? 
A telefonista, no entanto, respondeu:
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– Só um minuto, irei verificar esta informação nos recursos humanos. 
Após três minutos, a atendente retornou e respondeu a Carolina: 
– Lamento, a monitora Cláudia do disque amizade já faleceu há dois anos. 
Depois dessa informação, Carolina ficou assustada e pensou: “como Cláudia pode ter falecido há dois anos, se só há três meses estamos conversando?” Carolina ficou confusa, mas continuou ligando para o disque amizade. Até que outro fato curioso aconteceu. Ela estava conversando com um rapaz, que tinha o pseudônimo de Samuel, quando perguntou a ele: 
–Você tem um número de telefone particular para conversarmos com mais privacidade? 
Assim, o moço respondeu: 
– Tenho sim, é 666. 
Então, a garota exclamou: 
– Pare de brincadeira! Eu quero o seu telefone real! 
Dessa maneira, Samuel exclamou: 
– Eu já falei: é 666! 
Assim, Carolina afirmou: 
– Então, eu desligarei o telefone e depois ligarei para o número 666. 
E foi bem isso o que a jovem fez: ela saiu do disque amizade e ligou para o 666. Então, o número chamou duas vezes e, na terceira vez, uma voz atendeu: 
– Boa tarde, aqui é Samuel! 
Dessa maneira, Carolina exclamou: 
– Como isto é possível? 
Desse jeito, Samuel disse: 
– Do mesmo jeito que sei que você está vestindo uma blusa vermelha, uma calça jeans e um chinelo preto.
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Então, Carolina notou que o rapaz estava falando a verdade sobre a sua roupa. Após isso, assustada, Carolina desligou o telefone. Mas, logo depois disso, o seu telefone tocou e a voz do rapaz disse: 
– Aqui é Samuel! Nunca mais brinque com as forças do inferno! 
Depois desse acontecimento, Carolina nunca mais ligou para o disque amizade. 
Rapaz, essa doeu! Porque eu conhecia uma Cláudia e um Samuel. Aff, será? 
ASSOMBRAÇÃO DE JAGUARUANA... 
Você acredita em assombração? Acredita em gente em forma de animal? Minotauro? Pois bem, caso acredite ou não, sugiro conhecer essa história que vem se passando na cidade de Jaguaruana no estado do Ceará. São relatos surpreendentes de tal de mulher-cavalo que vem aterrorizando pessoas naquele município. Relatos sobre aparições da “mulher-cavalo” correm pela cidade de Jaguaruana/CE. Segundo Geovane, de 18 anos, ele saiu de um circo que se encontrava no município, ao se dirigir a sua casa, no bairro do Juazeiro, a cerca de 100 metros, uma mulher com formas de um cavalo o perguntou para onde ele iria. Geovane correu em direção a sua casa, sendo perseguido pela tal mulher. Ao chegar à residência, o rapaz foi socorrido pela mãe e vizinhos que ouviram os gritos de socorro. Segundo o depoimento de sua mãe, Dona Biró, o filho “não é menino de mentiras” e ele chegou “quase sem fala em casa”. Homens vizinhos do rapaz se armaram de paus e foram atrás da criatura. De acordo com o jovem, ela teria fugido para as terras do DNOCS, em meio à escuridão e ao mato. Em outra aparição,
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um homem teria caído de sua moto após dar de cara com a tal mulher. O recado de Orlando Almeida enviado ao programa Acordando com os passarinhos com André Lúcio diz que a mulher-cavalo foi vista próximo à barragem do rio do Guilherme, Rio Jaguaribe. Uma moradora de Antonópoles, localidade perto do local, ligou para o filho que se encontrava na cidade de Jaguaruana e contou o ocorrido. A mulher disse que um homem que passava de moto, ao virar o cruzamento, que fica antes da passagem molhada, teria focalizado em cheio a criatura, e com medo teria caído. A mulher tinha receio que o filho fosse para casa sozinho e ligou pra ele não ir. Segundo os comentários da população, a mulher cavalo era uma dona de casa simples que tinha três filhos e morava em um sítio no estado do Rio Grande do Norte e seu marido um dia teria arrumado outra mulher. Com raiva e ciúmes, a mulher teria assassinado os próprios filhos e feito um pacto com o diabo. O marido, ao ver os filhos mortos e saber que foi a própria esposa que os matou, desferiu-lhe algumas facadas e ela acabou morrendo. Mas a mulher voltou “do mundo dos mortos” para procurar os filhos e, quando avista alguém, passa a perguntar por eles. As pessoas apenas dizem que não sabem e ela se transforma na criatura, perseguindo-as em seguida. A população do município se divide. Alguns acreditam e dizem que morrem de medo, já outros afirmam que isso é mais uma invenção do imaginário popular.
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POCONG - INDONÉSIA... 
Pocong é um fantasma da Indonésia que dizem ser a alma de uma pessoa morta presa em suas roupas. A mortalha do Pocong é usada pelos muçulmanos para cobrir o corpo do morto. Eles cobrem o corpo com um tecido branco e laçam a roupa sobre a cabeça, nos pés e no pescoço. De acordo com as crenças nativas, a alma de uma pessoa morta vai ficar na Terra por 40 dias após a morte. Quando os laços não são desamarrados após 40 dias, dizem que o corpo salta para fora da sepultura para avisar as pessoas que a alma precisa que as amarras sejam desfeitas. Após os laços serem liberados, a alma vai deixar a Terra e nunca mais aparecer. Por causa da amarra nos pés, o fantasma não pode andar. Isso faz com que a Pocong pule. Aparições e contos de Pocong são comuns no país. 
PIPOQUEIRO CHEIRADO... 
Não sei quem inventou essa lenda, mas uma coisa é certa: fez por maldade. Pobre dos pipoqueiros que sofreram por causa dessa história mal contada. No final da década de 80, boatos começaram a rodar pelo Brasil, dizendo que os pipoqueiros estariam usando cocaína nas pipocas. Artimanha de traficantes ávidos por nova clientela, eles salpicavam a pipoca vendida nas portas das escolas com cocaína, em vez do tradicional sal. A ingestão da substância ilegal faria com que o petiz, enroscado na armadilha do vício, voltasse a comprar pipoca sempre do mesmo vendedor. E cada vez mais! A dúvida é: qual o lucro do pipoqueiro nessa história toda? Vendia a pipoca por um valor barato e comprava a cocaína custando os olhos da cara? Que
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coisa... Isso tem cara de lenda de mãe que quer fazer medo em criança. 
SERINGAS DO INFERNO... 
Se já recebeu uma corrente por e-mail, então deve conhecer essa história. Um exemplo é a lenda de que seringas foram espalhadas em cinemas de várias capitais do Brasil. As pessoas, sem perceber a presença do objeto, sentavam sobre ele e então descobriam que tinham acabado de serem infectadas pelo vírus da AIDS. Essa leva o Selo lenda urbana clássica! Quero deixar bem claro que o vírus da AIDS é vulnerável demais para sobreviver a tanto tempo ao ar livre. Isso tá mais pra conto da carochinha. 
O BEBÊ DIABO – BRASIL... 
Essa lenda foi popularizada pelo famoso e extinto jornal NP, Notícias Populares, que circulou por vinte anos no Brasil e criou diversas das lendas urbanas que conhecemos; dentre elas, está a do Bebê Diabo. Segundo o jornal, ele era um bebê que nasceu com chifres, cascos e rabo e, de acordo com a mãe da criança, o próprio capeta era o pai. Provavelmente ele não passava de uma criança que nasceu com algum defeito genético, mas como bebês satânicos vendem mais que crianças deformadas, ele acabou ganhando esse estigma. Minha mãe contava essa história. Gente, eu morria de medo!
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O CADÁVER NAS GARRAFAS DE COCA-COLA... 
Essa eu ouvi quando era criança, é velhinha... E tinha gente que dizia ter encontrado um dedo dentro de um casco, houve até caso de gente que queria pedir indenização. Eu e minha família nunca deixamos de tomar o refri, que, por sinal, é um dos melhores. Essa é bem famosa e eu cheguei a ouvi-la da minha própria mãe, mas na versão dela aconteceu lá em Porto Seguro/BA. Morávamos no RJ nessa época, e eu tinha uns dez anos. De acordo com a lenda, um funcionário da Coca-Cola teria sofrido um infarto enquanto operava um dos tanques de refrigerante, seu corpo teria caído dentro do tanque, que, de tão fundo, ninguém via o corpo mergulhado na Coca-Cola. Ele teria ficado lá por dias se decompondo e sendo engarrafado. Essa lenda foi tão forte que em seu ápice ela chegou a diminuir as vendas da Coca-Cola em todo o país. 
O MENINO DO PORÃO – LENDA BAIANA... 
Essa lenda, uma história contada há várias gerações, é sobre um menino que além de muito levado era também muito mentiroso e, certo dia, após aprontar muito, foi colocado de castigo no porão da escola por sua professora... Em todas as versões, depois de certo tempo, o menino começou a gritar desesperadamente que havia uma cobra com ele, mas, como ele era muito mentiroso, ninguém levou a sério... E a partir deste ponto a história apresenta algumas variações, pois algumas versões contam que era uma cobra pequena, mas venenosa, que picou o menino; outras dizem que seria uma enorme sucuri que devorou o garoto, depois de matá-lo por esmagamento. Há versões que dizem até que, quando a professora entrou no porão,
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ainda pôde ver o pé do menino desaparecendo na boca da cobra... Bem, o final em todas as versões é o mesmo: a partir dessa trágica data, o fantasma do menino passou a assombrar os porões de diversas escolas na Bahia. Será? 
LADRÃO DE ÓRGÃOS – MUNDO... 
Muito embora o grosso das histórias relacionadas a essa lenda seja de uma ladra de rins, na verdade foram muitas as versões, e o ponto em comum entre elas era a de uma bela mulher que enganava suas vítimas, seja elas crianças ou adolescentes sedentos por sexo. A vítima acordava numa banheira cheia de gelo, com uma cicatriz enorme, devido ao roubo dos seus rins. Na versão das crianças, elas apareciam dias depois na porta de suas casas com a enorme cicatriz nas costas. A história ficou bastante conhecida e até ganhou um apelo totalmente negativo para o Brasil no filme americano Turista. 
PRAGA DA DANÇA... 
A epidemia começou em julho, com uma mulher bailando sem parar por seis dias. O transe acabou envolvendo centenas de pessoas e durou até setembro. Em julho de 1518, a cidade francesa de Estrasburgo, na Alsácia, viveu um carnaval nada feliz. Uma mulher, Frau Troffea, começou a dançar em uma viela e só parou quatro a seis dias depois, quando seu exemplo já era seguido por mais de trinta pessoas. Quando a febre da
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dança completava um mês, havia uns quatrocentos alsacianos rodopiando e pulando sem parar debaixo do sol de verão do Hemisfério Norte. Lá para setembro, a maioria havia morrido de ataque cardíaco, derrame cerebral, exaustão ou simplesmente por causa do calor. Reza a lenda que se tratava de um bloco carnavalesco involuntário: na realidade ninguém queria dançar, mas ninguém conseguia parar. 
Os enlutados que sobraram ficaram perplexos para o resto da vida. Para provar que a epidemia de dança compulsiva não foi lenda coisa nenhuma, o historiador John Waller lançou, quatrocentos e noventa anos depois, um livro de duzentos e setenta páginas sobre o frenesi mortal: A Time to Dance, A Time to Die: The Extraordinary Story of the Dancing Plague of 1518. Segundo o autor, registros históricos documentam as mortes pela fúria dançante: anotações de médicos, sermões, crônicas locais e atas do conselho de Estrasburgo. Outro especialista, Eugene Backman, já havia escrito em 1952 o livro Religious Dances in the Christian Church and in Popular Medicine. A tese é que os alsacianos ingeriram um tipo de fungo, Ergot fung, um mofo que cresce nos talos úmidos de centeio, e ficaram doidões. Tartarato de ergotamina é componente do ácido lisérgico, o LSD. Waller contesta Backman. Intoxicação por pão embolorado poderia, sim, desencadear convulsões violentas e alucinações, mas não movimentos coordenados que duraram dias. O sociólogo Robert Bartholomew propôs a teoria de que o povo estava na verdade cumprindo o ritual de uma seita herética. Mas Waller repete: há evidência de que os dançarinos não queriam dançar, expressavam medo e desespero, segundo os relatos antigos. E pondera que é importante considerar o contexto de miséria humana que precedeu o carnaval sinistro: doenças como sífilis,
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varíola e hanseníase, fome pela perda de colheitas e mendicância generalizada. 
O ambiente era propício para superstições. 
Uma delas era que, se alguém causasse a ira de São Vitor, também conhecido por São Guido, ele enviaria sobre os pecadores a praga da dança compulsiva. A conclusão de Waller é que o carnaval epidêmico foi uma enfermidade psicogênica de massa, uma histeria coletiva precedida por estresse psicológico intolerável. 
O ALBERGUE – ÍNDIA 
Esse é uma das mais revoltantes da lista, principalmente pelo fato de que parte dela é baseada em uma notícia real de crimes grotescos ocorridos na Índia durante a década de 70 a 80. Perto da atual capital Nova Deli, havia um vilarejo que hospedava ricos e poderosos de diversas partes do mundo. Nos territórios vizinhos ao vilarejo havia um albergue, que na verdade não era um albergue: era um centro de diversão mais bizarro e grotesco que talvez já tenha existido. Nesse lugar as crianças das famílias miseráveis da Índia vendiam seus filhos por uma quantia considerável. Os filhos, então, eram enjaulados e ficavam à espera de um comprador, um riquinho fdp que já tinha feito de tudo na vida e buscava por algo novo. O milionário comprava a criança/adolescente e se divertia torturando-a até a morte (ah, eu queria pegar um riquinho desse… o infeliz ia sofrer). Uma das mães se arrependeu do feito e noticiou à polícia local. E aí começa a lenda. Vertentes dizem que isso não era algo singular na Índia e talvez no mundo. Que era um forte esquema protegido por autoridades numa barreira de silêncio onde os delatores acabavam no albergue.
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Outra versão da história dizia que foram mais de 1200 vítimas durante esses anos, embora tenha ficado claro que nos laudos da polícia não se sabe ao certo o número de vítimas, apenas que os crimes ocorreram durante a década de 70 e 80. 
Também ficou apenas na suspeita a hipótese de ser uma organização responsável por isso e que tinha esse propósito: o que se sabe era que havia tráfico de humanos no local e que, em alguns casos, os compradores alugavam o porão do albergue para realizar suas barbáries, o que não significa que, necessariamente, ocorria o homicídio de todos os humanos comprados. Existe ainda a versão que foi parar no cinema, a qual diz que o Albergue era alugado para os viajantes e esses viravam vítimas dos poderosos cheios da grana. De certa forma, só de pensar que os humanos são capazes disso, já enraivece. 
A MÚSICA DE TRÁS PRA FRENTE... 
Essa surgiu em meados dos anos oitentas, embora tenha tido base em outras semelhantes que transcorreram por todos os anos sessentas e setentas em outros países e acabou por servir de referência para filmes que utilizaram a história. A versão que ouvi no início da década de oitenta dizia-se que a banda criadora do Heavy Metal Rock, o Led Zeppelin, havia deixado uma oração satânica inserida dentro da música Starway to heave, mas que a única forma de se ouvir a tal oração era tocando a música de trás pra frente... Esse expediente foi também utilizado para criticar músicas da banda Black Sabath e até do cantor Alice Cooper nos EUA e Inglaterra. Contudo, nunca teve tanta repercussão como no Brasil com essa música do Led. Bem, o que aconteceu é que não apenas milhares de religiosos gravaram a música em fitas cassetes e depois as inverteram para ouvir a
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tal oração, e milhares juram até hoje que a ouviram, mas não ousam repeti-la, como chegou até a ser mencionado na versão brasileira da série Batman, a volta do cavaleiro das trevas. E, com isso, os caras venderam milhões enquanto os tolos ladravam suas asneiras por aí. 
OLHA O ELVIS PRESLEY AÍ, GENTE! 
A frase que reza essa lenda é mundialmente conhecida: Elvis não morreu! Alguns chegam até a dizer que o viram em uma ilha. Outros comentam que ele foi abduzido e ganhou imortalidade, vivendo no mundo oculto. São tantos mitos em torno de sua morte que dava para escrever um livro só de possibilidades de ele estar vivo. A mais legal dela e a mais aceita é que Elvis Presley, por não aguentar mais a perseguição dos fãs e com sua carreira em declínio, decidiu arquitetar um plano para forjar sua morte. Achou um sósia o qual fez um acordo e comprou uma ilha paradisíaca na costa americana que foi fechada pelo governo desde sua ida para lá. E está lá até hoje, mas, como ninguém tem acesso à ilha, exceto o próprio governo, ninguém consegue provar nada. Elvis é visto até hoje, de vez em quando aparece alguém dizendo que o viu por aí! 
DISNEY RESSUSCITADO – EUA... 
Lenda urbana clássica da lista envolve Walt Disney, criador do Mickey, do Pato Donald e da Disneylândia. Milhões de americanos sabem que o gênio dos desenhos animados teve o corpo congelado logo depois de sua morte, para ser descongelado e ressuscitado no futuro. Fumante compulsivo,
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Disney morreu em decorrência de um câncer no pulmão no dia quinze de dezembro de 1966, aos sessenta e cinco anos de idade. Mas a técnica de congelamento, chamada criogenia, foi aplicada pela primeira vez em um ser humano somente um mês depois. Ela conserva os tecidos e órgãos dos cadáveres em bom estado, mas não se conhece ainda uma forma de fazê-los voltar à vida. Oficialmente, Disney foi cremado depois de dois dias de velório. 
LENDA DE GUEDES... 
Uma curiosa lenda que envolve a cidade de Cariré/CE, a 265 km de Fortaleza, fala de uma mulher que havia se perdido na mata durante dias. Sem conseguir encontrar o caminho de volta, acabou por falecer de fome e sede e ironicamente a apenas duzentos metros de um açude. Pescadores relatam que, quando vão pescar no açude, podem-se ouvir os gritos de socorro de uma mulher em meio à mata, outras pessoas, em respeito à finada Guedes, construíram uma cruz no local onde ela foi encontrada morta. Algumas pessoas deixam lá pratos de comida ou garrafas com água e pedem pequenos milagres em troca, já levam velas e oram para que Guedes encontre a paz eterna. O pessoal da cidade costuma visitar o local com bastante frequência de dia, já à noite… tipo montar um acampamento próximo à cruz, isso ninguém faz. 
Ué? É impressão minha ou o povo transformou Guedes em oráculo? Ou será que é santa milagreira, ou é orixá? Cada uma viu! 
Quanto mais eu penso que a ignorância acabou, mas vejo que isso será impossível... Na verdade, parece que as pessoas precisam ter um fantasma em suas vidas, é como se isso desse certa apimentada a suas vidinhas monótonas.
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A LENDA DAS BRUXAS... 
As famosas bruxas e suas lendas aterrorizavam os moradores de vilarejos europeus e americanos nos séculos XII, XIV, XV e XVI, mas, como sempre dizem, toda a lenda tem um começo, e não é diferente com as lendas de bruxas. Segundo documentos, populações inteiras sumiam de determinadas regiões da Alemanha, França e Inglaterra com medo dessas mulheres, que supostamente tinham pacto com o demônio e entendiam os fenômenos da natureza, mas na verdade tudo isso foi inventado. As bruxas vêm da cultura celta, onde elas eram sacerdotisas que cultuavam a noite e sabiam os segredos das florestas. Com o tempo, as lendas ganharam fantasia, e as bruxas ganharam vassouras, chapéus, roupas pretas, varinhas mágicas e até os gatos entraram na dança. Hoje em dia ainda existem bruxas, que seguem tradições milenares de culto à lua, que é considerada a mãe do universo, e utilizam também poções, caldeirões e até feitiços, claro que nada parecido com os feitiços do Harry Potter. 
A BRUXA DA BRUMA - PAÍS DE GALES 
O significado do nome Gwrach-y-rhibyn literalmente é Bruxa da Bruma, mas é mais comumente chamada de Bruxa da Baba. Dizem que parece com uma velha horrenda, toda desgrenhada, de nariz adunco, olhos penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos com longas garras, tem na corcunda duas asas negras escamosas, coriáceas como a de um morcego. Por mais diferente que ela seja da adorável baixei irlandesa, a Bruxa da Baba do País de Gales lamenta e chora quando cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a medonha aparição sirva de emissária
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principalmente às antigas famílias galesas. Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras nas janelas ou por um bater de asas, grandes demais para pertencer a um pássaro. Uma antiga família que teria sido assombrada pela Gwrach-y-rhibyn foi a dos Stardling, do sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do século XVIII, os Stardling ocuparam o Castelo de São Donato, no litoral de Glamorgan. A família acabou por perder a propriedade, mas parece que a Bruxa da Baba continuou associando São Donato aos Stardling. Uma noite, um hóspede do Castelo acordou com o som de uma mulher se lamuriando e gemendo abaixo de sua janela. Olhou para fora, mas a escuridão envolvia tudo. Em seguida ouviu o bater de asas imensas. Os misteriosos sons assustaram tanto o visitante que este voltou para cama, não sem antes acender uma lâmpada que ficaria acesa até o amanhecer. Na manhã seguinte, indagando se mais alguém havia ouvido tais barulhos, a sua anfitriã confirmou os sons e disse que seriam de uma Gwrach-y- rhibyn que estava avisando de uma morte na família Stardling. Mesmo sem haver um membro da família morando mais no casarão, a velha bruxa continuava a visitar a casa que um dia fora dos Stardling. Naquele mesmo dia, ficou-se sabendo que o último descendente direto da família estava morto. 
EMF 6742 – O DETECTOR DE FANTASMAS 
A festa Halloween pode já ter passado, mas alguns fantasmas e espíritos ficaram presos na sua casa. As vozes e vultos assustam você? Saiba quantos deles ainda estão por lá utilizando o EMF 6742, um detector de campo magnético que
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funciona junto à rede wireless e verifica os níveis de eletromagnetismo no ar EMF? Segundo especialistas, variações intensas nos campos eletromagnéticos estão diretamente relacionadas à presença de espíritos. Portanto, quanto maior o valor de EMF acusado pelo EMF 6742, maior a quantidade de espíritos que andam assombrando seu lar. Saiba quem anda provocando aqueles barulhos estranhos, vultos e batidas de porta na sua casa com o EMF 6742. E aí, vai arriscar? Se você quiser brincar um pouco com EMF e vir a verdade ou mentira por detrás de toda essa história, o site Baixaki disponibiliza o download gratuito. Só tem um pequeno detalhe: ele só roda em Mac. 
DONO DO FIREFOX FAZ PACTO COM O TINHOSO – MUNDO 
Não sei se alguém tem conhecimento disso, mas nos navegadores Mozilla Firefox, Netscape e Seamonkey se você digitar na barra de endereços about: Mozilla, a tela fica vermelha e com um pequeno texto como se fosse uma passagem da Bíblia. Mas na verdade é uma passagem do livro de Mozilla. Aparece o seguinte texto: Mamon adormeceu. E o renascimento da criatura disseminou-se pela terra e seus seguidores tornaram-se exércitos. E eles apregoaram a mensagem e sacrificaram lavouras com fogo, com a astúcia das raposas. E eles criaram um novo mundo à sua imagem e semelhança conforme prometido pelo texto sagrado e contaram da criatura para suas crianças. Mamon despertou e, veja só, nada mais era do que um discípulo. De O Livro de Mozilla, onze e nove da manhã, décima primeira edição.
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Em outras edições do Mozilla também aparece essa mensagem: Por fim, a criatura sucumbiu e os infiéis regozijaram-se. Porém nem tudo fora destruído, pois das cinzas ergueu-se um imponente pássaro. O pássaro mirou os infiéis e lançou sobre eles o fogo e o trovão. A criatura renascera com forças renovadas e os discípulos de Mamon encolheram-se horrorizados. De O Livro de Mozilla, sete e quinze da manhã. 
Estariam os navegadores escondendo alguma profecia? Teriam eles algum pacto? Será que existe realmente o Livro de Mozilla? Testem aí e vejam o que aparece. A verdade é que Mamon, em algumas culturas ligadas à religião católica, é o filho de Satã. Por isso surgiu a lenda do pacto. Entretanto há quem diga que a passagem se refere à Microsoft e que Mamon seria a empresa de Bill Gates. O que parece é ser uma brincadeira muito bem elaborada para despertar a curiosidade e fazerem os usuários baixarem o Firefox. No entanto, fica a dúvida, porque toda edição aparece com uma mensagem nova. Veremos no que isso irá terminar. 
CROCODILOS NA TUBULAÇÃO – NEW YORK As tubulações subterrâneas de água e esgoto de Nova Iorque estariam infestadas de crocodilos assassinos. Eles teriam vindo da Flórida, como animais de estimação. Mas foram se tornando grandes e violentos demais, e os antigos donos os soltaram nos esgotos. Esse mito foi criado por jornais sensacionalistas nos anos 1930, e resiste firme e forte até hoje. Outra versão para essa história é a do jacaré teimoso do rio Tietê, esse belo espécime apareceu na primeira vez em 1992 e
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desde então ambientalistas do mundo todo resolveram salvar o rio, que era considerando o mais poluído do mundo. Valeu, teimoso! 
A LENDA DOS VAMPIROS... 
Essas lendas que falam sobre criaturas que se alimentam de sangue começaram desde o ano C (100), depois de Cristo, as histórias que começaram a aparecer na mitologia grega, que muitas vezes uniam pessoas que tinham poderes sobrenaturais, e também contos em que existiam criaturas com cabeça de gente e corpo de animal, talvez as lendas sobre vampiros surgissem desse pensamento, já que os animais que se alimentam de sangue são os morcegos e também possuem os dentes caninos mais avantajados, assim como os vampiros. As lendas sobre vampiros ficaram famosas na Europa e se expandiram por todo o mundo através das caravanas pelo mediterrâneo. Com o surgimento da religião católica, os vampiros e suas lendas se tornaram histórias condenadas pela igreja e seus contos e lendas eram proibidos de serem contados. Porém ciganos continuaram acreditando e, no ano de 1431, segundo as lendas, nasceu Vlad Drácula, que era um vampiro com o espírito de uma pessoa morta. Os vampiros, segundo as lendas, não possuem sombra, nem reflexo nos espelhos. Como os vampiros eram associados a bruxas e assassinos, poucos falavam sobre o assunto, mas com o passar do tempo, essas criaturas se tornaram famosas não só nas lendas como também em livros e filmes. Segundo as lendas, os vampiros saem à noite para beber o sangue dos humanos e também só entram na casa das pessoas se o dono permitir. Os humanos deveriam ter medo dos vampiros devido ao fato de
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que, se fossem mordidos, poderiam se transformar em vampiros e perder a mortalidade, já que os vampiros são criaturas imortais. Canta ainda a lenda que os vampiros só morrem com uma estaca no coração e com exposição à luz solar. Cá para nós, é perigoso para qualquer um ficar exposto à luz solar hoje em dia, e qualquer pessoa morre com uma estaca no coração. Dawwww! 
A LENDA DO LOBISOMEM... 
Esse mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nessas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontram pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo. Tem, provavelmente, origem na Europa do século XVI, embora traços dessa lenda apareçam em alguns mitos da Grécia Antiga. Do continente europeu, espalhou-se por várias regiões do mundo. Chegou ao Brasil através dos portugueses que colonizaram nosso país, a partir do século XVI. Esse personagem possui um corpo misturando traços de ser humano e lobo. De acordo com a lenda, um homem foi mordido por um lobo em noite de Lua Cheia. A partir desse momento, passou a transformar-se em lobisomem em todas as noites em que a Lua apresenta-se nessa fase. Caso o lobisomem morda outra pessoa, a vítima passará pelo mesmo feitiço. A lenda no Brasil, principalmente no sertão, ganhou várias versões. Em alguns locais dizem que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo pode transformar-se em lobisomem. Em outras regiões dizem que, se uma mãe tiver seis filhas mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem. Existem também versões que
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falam que, se um filho não for batizado, poderá se transformar em lobisomem na fase adulta. Conta a lenda que a transformação ocorre em noite de Lua Cheia em uma encruzilhada. O monstro passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta à forma humana somente com o raiar do Sol. 
Curiosidade... 
De acordo com a lenda, um lobisomem só morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata. Oras... Se eu ou qualquer pessoa for atingida por uma bala, seja ela de prata ou não, com certeza iremos morrer, né? Cada uma viu! 
A LENDA DO CHUPA-CABRAS... 
É uma suposta criatura responsável por ataques sistemáticos a animais rurais em regiões da América, como Porto Rico, Flórida, Nicarágua, Chile, México, Brasil e Coito. O nome da criatura deve-se à descoberta de várias cabras mortas em Porto Rico com marcas de dentadas no pescoço e o seu sangue alegadamente drenado. Embora o assunto tenha sido explorado na mídia brasileira, os rumores sobre a existência de o misterioso ser foram gradualmente desaparecendo, cessando antes da virada do milênio. O primeiro ataque relatado ocorreu em março de 1995 em Porto Rico. Nesse ataque, oito cabras foram encontradas mortas, cada uma com três perfurações no tórax e totalmente esvaídas de sangue. Em 1975, mortes similares na pequena cidade de Corrente no Piauí foram atribuídas a El Vampiro de Moca, O Vampiro de Moca. Inicialmente suspeitou-se que as mortes estariam relacionadas à cultos satânicos; posteriormente mais mortes foram registradas
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na ilha, reportadas por muitos fazendeiros. Cada animal teve seu sangue drenado por uma série de incisões circulares. Normalmente atacam as cabras nas cidades menores, quando as fêmeas têm o cio. Logo após os primeiros registros dos incidentes em Porto Rico, várias mortes de animais foram relatadas em outros países como: República Dominicana, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Peru, Brasil, Estados Unidos e México. O fato é que o bicho nunca foi pego, não se sabe se realmente ele existe. Não se sabe o porquê exato dessa lenda ter chegado ao Brasil. 
OS BONECOS MALDITOS - MUNDO 
Essa história tem várias versões, alguns dizem que a boneca da Xuxa era amaldiçoada e que à noite ela ganhava vida e matava as criancinhas. Há também quem diga que, ao invés de matar as crianças, a boneca fazia com que elas matassem seus pais. Outros dizem que o boneco do Fofão vinha com uma adaga ou uma vela negra, ou ainda um revólver dentro dele. 
Algumas versões mais estendidas diziam que esses bonecos eram fabricados por uma seita satânica e que essa seita os carregava com energias demoníacas para levar as crianças para o mal. Foram tantas versões sobre o assunto que chegaram a chamar os inocentes brinquedos de Caixas de Pandora. 
Bom, eu odeio até hoje bonecos gigantescos, sempre tive a sensação de que eles ficam olhando, nos vigiando,
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enquanto dormimos. Isso é opinião minha, e não quer dizer que os bonecos têm mesmo vida! 
ILHA DAS BONECAS – MÉXICO Esse era um lugar digno de estar na lista dos lugares mais assustadores do mundo. A ilha das bonecas, ou também conhecida como a ilha das bonecas mortas, é uma ilha no México com bonecas por todos os lados, presas nas árvores, empaladas em gravetos ou enforcadas nas casas… Nessa ilha morreu uma garota afogada em 1951, num canal da ilha. Os moradores da ilha acreditam que o espírito da garota continue por lá. O florista Julián Santana Barrera tem certeza… Julián afirma que a garota o perturbava, dia e noite, noite e dia, e descobriu uma forma de afastar o espírito dela, prendeu bonecas nas árvores e na casa dele. Em um efeito em cadeia, todos os moradores começaram a pendurar bonecas nas árvores, pois morriam de medo do tal espírito. A maioria com um olhar assustador, e penduradas e destruídas pela ação da natureza, o que dá um clima ainda mais sombrio. Falam que são as bonecas que conservam o espírito da garotinha sossegado. Ou talvez não… Julián Santana Barrera, quem começou tudo isso, morreu em 2001, aos cinquenta anos, afogado… 
Sinistro, é?! Já imaginaram? Um monte de bonecas horrorosas e velhas penduradas em uma ilha? Que coisa... dá medo mesmo...
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O CASO DOS IRMÃOS ARAGÃO... 
Ninguém sabe até onde essa história é verdadeira, característica típica de uma lenda urbana. Mesmo assim, bastante interessante. Manaus, dezoito de junho de 2005, a polícia finalmente localiza os três irmãos Aragão, um fato que apesar de muito divulgado pela imprensa ganhou pouca repercussão nacional, devido à falta de esclarecimentos das autoridades. Dois dos irmãos foram encontrados mortos, de forma misteriosa. A segunda, uma garota que tinha na faixa de dezoito anos, fora encontrada perdida vagando pelas matas, completamente despida. Fora cometida por uma espécie de loucura momentânea e hoje se encontra sob tratamento psiquiátrico. As notícias liberadas pela polícia eram absurdas e muito contraditórias. Nunca ninguém soube, de fato, o que havia realmente ocorrido. Até o ano de 2008, quando uma suposta carta veio aparecer. Na tal carta o irmão mais novo da família Roberval faz uma espécie de reportagem, ele narra um fato, que poderia esclarecer o mistério ocorrido naquela data, mas a polícia nega a veracidade da carta. Na carta eles relatam a existência de um gravador, os investigadores dizem que esse gravador jamais existiu, mas muitos afirmam que ele, ainda hoje, encontra-se sob poder da polícia. A família não confirma os fatos e, desde 2006, não aparece em público, e já deixaram bem claro que jamais voltarão a falar sobre tal assunto… Não se sabe ao certo como o conteúdo dessa carta, que parece uma página do diário de um dos irmãos, chegou à internet, apenas sabemos tratar-se de um relato fascinante. Após três dias de busca foram encontrados os corpos dos dois irmãos. Reinaldo estava deitado na sala, com o corpo em forma de cruz e sobre seus pés havia um crânio de cachorro. Roberval foi encontrado deitado sobre os joelhos, sua face
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estava roxa, ele morrera de asfixia, a polícia disse se tratar de suicídio. Uma forma meio exótica de se matar. Alicia fora encontrada nua correndo pela mata. Estava num avançado estado de desidratação. Até hoje ninguém sabe que fim teve o caso, ninguém sabe se Alicia realmente ficou grávida ou teve sucesso com aquela invocação. Esse caso permanece um mistério, muitos o escarnecem, dizem tratar-se apenas de um boato ou mera história. Já outras pessoas usam esse caso como exemplo para outros jovens que um dia possam vir a ter esse tipo de curiosidade. Bom, eu quero ressaltar que tenho em poder a carta, em que um dos irmãos relata sobre o acontecido, porém esse não é um livro de magia negra, é um livro de ficção fantástica e de forma alguma minha intenção é induzir ou incentivar quem quer que seja a fazer um pacto. E conhecedora de alguns aspectos da magia, posso afirmar que a carta é além de assustadora um tanto... real. Mas, em minha opinião como leitora, posso dizer o seguinte: no mínimo essa irmã que ainda está viva mantinha relações secretas com um dos irmãos ou com os dois. E, durante o suposto pacto com o demônio, eles estariam todos drogados e foi aí que o mais velho quis ter relações com a irmã na frente do outro, o que causou um ciúme doentio no mais novo. E depois o mais novo deve ter investido para cima da irmã, o que a fez matá-lo. Ou... eles, num momento de alucinação, quiseram estuprá- la, o que ocasionou na morte dos dois. É só a minha opinião, porque, embora tenha achado o conteúdo da carta muito parecido com um pacto, vejo outro lado da moeda. Essa história está muito mal contada e eu acho que a polícia deveria divulgá-la ao invés de deixar que a culpar caísse sobre as forças sobrenaturais. Gente, pacto é coisa séria e, garanto a vocês, que o suposto diabo não tem o poder de tocar
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fisicamente em uma pessoa. Não estou defendendo o diabo não, longe disso... o que estou tentando dizer é que nem tudo o que acontece na vida é coisa dele. Afinal, Deus nos deu o poder de escolha e isso se chama livre-arbítrio. Tenho lido muitas histórias, como a de Emily Rose, que na verdade se chamava Anneliese Michel. Eu já li a história dela completa e também assisti ao filme. E posso somente dizer uma coisa: aquela moça foi brutalmente espancada e assassinada por pessoas que se julgavam acima do bem e do mal. Fizeram um exorcismo nela que com certeza era desnecessário. Essa moça, na verdade, era uma jovem reprimida sexualmente e que sofria de depressão e epilepsia. Quando li essa história, confesso que senti o espírito dela perto de mim e este me disse somente uma coisa: “orem por mim”. Como muitas pessoas sabem, a maioria das minhas obras é de cunho psicografista. Para matar a curiosidade de alguns, posso afirmar que ela não é um obsessor, mas que também não consegue descansar. Quem sabe um dia eu escrevo algo sobre o caso. Mas logicamente será a verdadeira história... e não versão de pais fanáticos e padres loucos. Entendam como queiram, mas Anneliese foi assassinada. Sem mais a dizer sobre esse caso. 
FREIRA ISABEL E O DIA DAS MÃES... 
Em 1979 uma jovem que estudava em um colégio de freiras, sentada em um banquinho, ouve Irmã Isabel contar a seguinte história para a turma: 
No ano de 1977 uma professora resolveu fazer uma atividade, de educação artística, para montar o presente do Dia das Mães com os alunos do jardim da infância. Então ela disse:
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– Tragam grampos de roupas que com eles montaremos um presente lindo para o Dia das Mães: um crucifixo feito destes grampinhos! 
Naquele instante, a aluna Marina ergueu os braços e indagou: 
– E quem tem a mãe morta pode dar o presente para quem? 
A freira respondeu: 
– Pode oferecer para uma pessoa na família que faça o papel de mãe: o pai, uma tia, etc. 
A garota comentou: 
– Eu moro com a minha tia, mas quero dar um presente para ela quando chegar o dia das tias. Existe o dia das tias? 
A mestra respondeu pensativa: 
– Bem, no momento, preocupe-se em fazer o seu trabalho artístico com os grampos de roupa, que arrumarei a solução para o seu problema mais tarde. 
Assim, todos os alunos, até mesmo Marina, confeccionaram crucifixos de grampinhos para darem as suas mamães. Numa sexta-feira, faltando dois dias para a comemoração das mães, a professora chegou perto de Marina e explicou: 
– Tive uma ideia, você gostaria de levar este presente até o túmulo de sua mãe? 
A menina exclamou: 
– Claro! 
Então a professora continuou: 
– Hoje ligarei para a sua tia para explicar a situação e falar que gostaria de acompanhá-la até o cemitério. 
Dessa maneira, no Dia das Mães, a professora foi até o túmulo da mãe de Marina, que deixou o presente na cripta. Na mesma noite, Isabel sonhou com uma mulher vestida de azul, semelhante à foto da moça da lápide, que disse:
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– Muito obrigada por ajudar a minha filha! Amei o presente que ela fez, com a sua ajuda, para mim. 
Várias mães falecidas sentem falta das orações dos seus filhos no Dia das Mães. Por isso, a professora Isabel até hoje aconselha os filhos que possuem mães falecidas a visitarem seus túmulos nos Dia das Mães. 
NO MEIO DA ESTRADA... 
Havia algo estranho. Todos dentro do ônibus podiam sentir isso. Eles haviam saído de Belém no final da noite, em direção a São Luiz. A estrada era perigosa, todos sabiam disso. Havia perigo de acidentes, assaltos... Mas não era tudo. Havia algo de sobrenatural e temeroso no ar. Como se algo estivesse para acontecer... Uma criança começou a chorar. A mãe colocou a cabeça da menina no peito e afagou-lhe os cabelos, tentando confortá-la. Lá na frente, perto do motorista, uma velhinha rezava, segurando um terço. O motorista suava e, de quando em quando, levava a mão à cabeça, como se houvesse algo ali que o incomodasse. Súbito, apareceu algo no meio da estrada. Parecia um carro policial. Dois homens sinalizavam para que o ônibus parasse. O motorista se lembrou de que eram comuns os assaltantes se disfarçarem de policiais... Isso quando não eram os próprios policiais que praticavam os assaltos. “Não pare para eles! São ladrões!”, gritou um homem, entre lágrimas. 
– Vão matar todos nós – choramingou uma mulher. 
– Apesar dos protestos, o motorista parou. Os dois homens entraram com armas na mão. 
– Todos parados! – berrou um deles. Havia algo de estranho nos dois... Como se fizessem parte de outra realidade. Seus corpos pareciam intangíveis.
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– São fantasmas, mamãe. São fantasmas! Vieram para nos levar – gemeu a garotinha. 
– Os homens devem se levantar e colocar as mãos para cima – ordenou o policial. 
Os homens, resignados, levantaram-se e deixaram-se revistar. Depois foi pedido que abrissem as sacolas. Os dois olharam tudo, depois saíram. 
– Boa viagem! – disse um deles ao motorista, mas ele não respondeu. Na verdade, o motorista nem mesmo pareceu prestar atenção neles. Ele simplesmente fechou a porta, sinalizou e saiu. Os dois ficaram lá, parados no meio do mato, observando o veículo se afastar. Um deles encostou-se ao carro e acendeu um cigarro. 
– Sei, eu não entendo porque temos de ficar aqui, no meio desta estrada esquecida por Deus revistando ônibus... 
– Você não soube... Do ônibus que foi assaltado? 
– Não, eu estava de férias... 
– Era um ônibus como este... Apontou com o veículo que já sumia no horizonte. Eles pararam no meio do caminho para pegar um passageiro. Era um assaltante. Ele tentou parar o carro, mas o motorista se negou. Foi morto com um tiro na cabeça. O ônibus bateu, então, em um caminhão. Todo mundo morreu. 
– Sabe, agora que você falou, estou me lembrando de uma coisa estranha... O cabelo daquele motorista parecia manchado de sangue... 
– Você... Você anotou a placa? – gaguejou o policial. 
– Claro. Está aqui. É OB 1326. 
O outro ficou lívido. 
– Era... Era o ônibus do acidente! 
Tá doido! Quem era quem afinal?
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CIGANA SORAYA... 
Na Idade Média, uma caravana de ciganos hospedou-se em uma cidade. Logo o grupo começou a trabalhar fazendo as seguintes atividades: jogando tarô, lendo as mãos das pessoas na rua, dançando, vendendo e confeccionando artesanato. Nessa caravana havia uma excelente dançarina chamada Soraya. Certo dia, a princesa Karin resolveu sair do castelo, vestida de mendiga só para ver o espetáculo dos ciganos na rua. A princesa viu Soraya dançar divinamente e ficou encantada. Quando a bailarina terminou a apresentação, Karin aproximou-se da tenda e disse: 
– Parabéns pela apresentação! Eu sou a princesa Karin, estou disfarçada de mendiga porque fugi do meu castelo para ver os ciganos dançarem. Fiquei tão apaixonada pelo seu bailado, que gostaria de ter aulas de dança cigana com você. Avisarei aos soldados do meu pai para deixá-la entrar amanhã de manhã no castelo. 
A cigana falou: 
– Eu aceito a proposta. Mas só posso sair com o meu irmão Pablo, que é músico. 
Karin comentou: 
– Tudo bem, você poderá trazer o seu irmão também. Afinal precisamos de um instrumentista para fazer as aulas. 
Então, no dia seguinte, Soraya e Pablo foram recebidos no castelo pela princesa, que levou os ciganos a um salão enorme. No meio da aula o rei abriu a porta do local e perguntou: 
– O que está acontecendo aqui?! 
Sua filha explicou: 
– Estou tendo aulas de dança cigana, papai. 
O homem entrou no salão, olhou a cigana Soraya de cima a baixo e comentou:
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– Gente bonita! Podem continuar as aulas, desde que sejam na minha presença. 
O nobre não tirava os olhos da cigana. No dia seguinte, Soraya recebeu um ramalhete de flores, que foi entregue por um soldado do rei. A jovem ficou atordoada, mesmo assim voltou para o castelo com o objetivo de ensinar dança cigana para a princesa. Porém, no meio da aula, a rainha abriu a porta do salão e ficou com inveja das belas pernas da cigana, que apareciam de acordo com o movimento da enorme saia. Naquele dia, após a aula, dentro do castelo, o rei aproveitou-se que Pablo afastou-se da irmã e puxou a cigana para o seu quarto, agarrou-lhe e deu- lhe um beijo à força. Naquele instante a rainha abriu a porta, viu a cena e ficou horrorizada de ciúmes. No mesmo dia ela condenou Soraya à forca alegando, falsamente, que a moça era bruxa. Mas, no instante do enforcamento, a corda partiu-se misteriosamente, soltando o corpo da garota no chão sem feri-la. Então o padre falou: 
– Quando uma coisa destas acontece, significa que o condenado é inocente. Portanto, podem soltar a jovem! 
À noite, Soraya estava dormindo em sua tenda. Quando, de repente, soldados encapuzados sequestraram a jovem e a colocaram numa carroça. Eles pararam no meio da floresta e, de outra carroça, saiu a rainha, que disse: 
– Você escapou do enforcamento, mas não escapará da minha vingança. Pois cortarei as suas belas pernas. 
Desse jeito, a monarca cortou as pernas de Soraya com um machado. Por isso a pobre cigana morreu de hemorragia no meio do mato. No meio daquela floresta existia uma senhora chamada Mary, mãe de uma adolescente chamada Brenda, que tinha pernas, mas nunca andou na vida. Mary estava indo pegar água do poço, quando de repente viu o corpo da cigana sem as pernas. Então ela orou pela alma da jovem e enterrou a pobre.
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Quando ela chegou a casa, viu que sua filha deficiente estava de pé. Assim, a mulher perguntou: 
– O que é isto, Brenda?! Você tem treze anos de idade, e nunca andou na vida! 
A menina explicou: 
– Hoje apareceu para mim uma linda moça, sem pernas, flutuando pelo ar. Ela falou que eu andaria como forma de agradecimento, porque a senhora rezou pela sua alma e enterrou o seu corpo, que teve as pernas amputadas. 
Esse conto ou lenda é muito famoso e antigo entre os ciganos. 
FIM
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II O FOLCLORE BRASILEIRO... 
que é Folclore? 
Podemos definir como folclore o conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas dessas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. Por ser dividido em lendas e mitos, muitos deles deram origem a festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país. As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os 
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fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido às coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo. 
O BOITATÁ... 
Representado por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que esse mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como fogo que corre. 
CURUPIRA OU CAIPORA... 
Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira. É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de cabelos vermelhos com pelo e dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir os agressores da natureza e o caçador que mate por prazer. É muito
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poderoso e forte. Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes, chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou mãe-do-mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato. Uma carta do padre Anchieta datada de 1560 dizia: Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante. Os índios, para lhe agradar, deixavam, nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele. Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois se tornou comum em todo país, sendo junto com o Saci os campeões de popularidade. Entre os tupis-guaranis, existia outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das Américas Latina Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espírito tanto da floresta quanto urbano, que também tem os mesmos atributos do Caipora. Ou seja, pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres. Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado papa-mel. Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do
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moleque Saci-Pererê. Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau em caça, para que este os mate sem saber. A função dessa divindade era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, mezinhas, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas. Como suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído a ele o domínio das matas onde guardava essas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta dessas ervas. 
MÃE DO OURO... 
Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e, após atrair homens casados, os faz largar suas famílias. 
CORPO-SECO... 
É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e a maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
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PISADEIRA... 
É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio. 
De acordo com a lenda a Pisadeira passa grande parte do tempo nos telhados das casas. Ela fica observando o movimento dentro das casas. Após o jantar, quando alguém vai dormir de barriga cheia ela entra em ação. Sai de seu esconderijo e pisa no peito da pessoa, deixando-a em estado de paralisia. Porém, a vítima da Pisadeira consegue acompanhar tudo de forma consciente o que traz grande desespero para a pessoa, pois nada consegue fazer para sair da situação. 
MULA SEM CABEÇA... 
Surgiu na região do interior. Conta que uma mulher teve um romance com um padre e, como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas. Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula Sem Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta-feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta. Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e, se encontrar alguém, chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula Sem Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, aparece como um animal inteiro,
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forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula, deve-se deitar de bruços no chão e esconder unhas e dentes para não ser atacado. Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula Sem Cabeça voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre. 
Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo Sem Cabeça, Padre Sem Cabeça, Malora (no México). Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim, não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países hispânicos. Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula pode variar. Há casos onde, para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma em outra mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e, se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é. É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso, ele vira um Padre Sem Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda norte-americana, O Cavaleiro sem cabeça, que lembra muito essa variação. Algumas vezes a Mula pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça,
Adriana Matheus 
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mas o que se sabe de concreto é que a Mula é mesmo uma amante de Padre. Credo! 
O SACI... 
A lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é de origem tupi-guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno. É uma criança, um negrinho de uma perna só, que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem três tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, o Trique, moreno e brincalhão, e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê, cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele deve jogar cordas com nós em seu caminho, que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo e, se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo. 
Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc. 
Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo, mas
LENDAS URBANAS 
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em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Esse mito não existia no Brasil Colonial. Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci- Pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora é seu pai. Dizem também que eles (vários Sacis) costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras o que irão fazer. O saci tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave. 
SACI-PERERÊ... 
É representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas. A figura do Saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou gracioso, conforme as versões comuns ao Sul. Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, e, da mitologia europeia herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo. O Saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe confere poderes mágicos. Sobre este
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Lendas urbanas brasileiras e do mundo reveladas

  • 2. 2 LENDAS URBANAS MITOS E FOLCLORES
  • 3. 3 A EDITORA IXTLAN APRESENTA... Adriana Matheus LENDAS URBANAS MITOS E FOLCLORES
  • 4. 4 Certificam que a obra abaixo está devidamente registrada Título: Lendas Urbanas Autor: Adriana Matheus Pseudônimo: Adriana Número de Registro: 134047104028182800 23/06/2012 - 14h06min: 10 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico, mecânico, inclusive através de processos xerográficos, sem permissão expressa da autora. (Lei nº 5.988 14/12/73). Adriana Matheus amatheus07@hotmail.com 2014 1ª edição CIP. Brasil. Catalogação na Publicação. M427s - Matheus, Adriana, 1970. Lenda Urbanas/Adriana Matheus - Juiz de Fora - MG. p.: il. ISBN: Ficção brasileira. Terror contos. CDD: 869. B.2 Projeto Gráfico e Impressão: Editora Ixtlan Diagramação: Márcia Todeschini Edição de capa: Thais Riotto Revisão ortográfica: Pâmyla Serra
  • 5. 5 Nota da Autora Dedico esta obra a minha primeira professora, Maria do Carmo Calderano, que me disse certa vez: “As histórias que você conta podem ser passadas para o papel e se transformarem em um livro”. Obrigada pelo conselho! Onde quer que esteja, guardo-te no coração.
  • 6. 6 Capítulo I - Lendas urbanas .................................................. 09 Capítulo II - Folclore .............................................................. 61 Capítulo III - Mitos ................................................................. 78
  • 7. Prólogo: uando tive a ideia de fazer este livro sobre lendas urbanas, mitos e o folclore brasileiro, as primeiras histórias que me vieram à cabeça foram: crocodilos nos esgotos de NY, serial killers com mãos de gancho, cadáveres disfarçados de decoração de Haloween e mais trocentas outras lendas tipicamente norte-americanas. Mas todas elas são muito distantes da nossa realidade, nossos esgotos não são muito misteriosos, pois vivem a céu aberto, nós não temos Haloween no Brasil, pelo menos em grande parte dele, e serial killers não são tão comuns aqui como são lá nos EUA. Então pensei: por que não fazer um livro somente com lendas brasileiras e misturar também as lendas de lá, dos outros países?! Acho que vocês devem estar pensando a mesma coisa que eu pensei quando tive a ideia, Saci-Pererê, Boi Tatá, Curupira, Bloody Mary (a bruxa do espelho), e assim por diante. Se bem que eles não são exatamente lendas urbanas, e sim mitos, que fazem parte do folclore brasileiro e de outros países. Fiz uma mistureba e vou deixá-los ver no que deu. Depois de uma extensa pesquisa, consegui juntar algumas lendas realmente urbanas e bem tupiniquins. Pra falar a verdade, até me surpreendi com o resultado dessa pesquisa, pois na imagem que eu tinha da cultura popular brasileira, lendas urbanas não se encaixavam muito bem, não com a mesma sinergia que vejo nos norte-americanos. Felizmente o quadro é outro, e por isso fiz essa pequena relação com as lendas urbanas brasileiras mais recorrentes e coloquei aí embaixo. Lendas urbanas são “pequenas histórias de caráter fabuloso ou sensacionalistas amplamente divulgadas de forma oral, através de e-mails ou da imprensa, e que constituem um tipo de folclore moderno”. São frequentemente narradas como sendo fatos acontecidos a um Q
  • 8. LENDAS URBANAS 8 amigo de um amigo ou de conhecimento público. Todos nós, sem exceção, já ouvimos algumas destas histórias que vou lhes contar agora. Algumas são tão convincentes que acabamos acreditando e passando pra frente. Na era da internet, essas lendas se propagam muito mais rápido, e crescem numa proporção incrível. Listo abaixo as mais famosas e assustadoras lendas urbanas de todos os tempos. Começarei por Bloody Mary (a bruxa do espelho), e irei até onde a imaginação me levar. Sejam bem-vindos ao mundo do sensacionalismo!
  • 9. Adriana Matheus 9 I - Lendas Urbanas... BLOODY MARY, A BRUXA DO ESPELHO... m 1978, o especialista em folclores, Janet Langlois, publicou nos Estados Unidos uma lenda que até hoje aterroriza os jovens do mundo inteiro, principalmente da América. Trata-se de Bloody Mary, conhecida também como a bruxa do espelho, um espírito vingativo que surge quando uma jovem, envolta em seu cobertor, sussurra, à meia-noite, iluminada por velas. Diante do espelho do banheiro, treze vezes as palavras Bloody Mary. Segundo a lenda, o espírito de uma mulher cadavérica surge refletido no espelho e mata de forma sangrenta E
  • 10. LENDAS URBANAS 10 e violenta as pessoas que estão no banheiro. Há quem diga que Mary foi executada há cem anos por praticar as artes da magia negra, mas há também uma história mais recente envolvendo uma bela e extremamente vaidosa garota que, após um terrível acidente de carro, teve seu rosto completamente desfigurado. Sofrendo muito preconceito, principalmente de seus amigos e familiares, ela decidiu vender a alma. Há outro caso famoso de uma jovem nova-iorquina que dizia não acreditar na lenda, mas, após realizar a mórbida brincadeira, escorregou da escadaria de sua casa e quebrou a bacia, e dizem que até hoje essa jovem encontra-se em estado de coma. A jovem ainda vive sobre esse estado vegetativo nos EUA, mas sua identidade é um sigilo absoluto. Dizem que esta é a verdadeira história de Mary: que alguém de sua família, para mantê-la viva em coma, vendeu a alma dela ao diabo, dando, assim, chance à moça de ressurgir cada vez que alguém lhe chamar treze vezes na frente de um espelho. Com isso, aparece seu reflexo, que suga para dentro do espelho a alma de jovens que a desafiam. Ai, ai, verdade ou não, eu é quem não vou fazer o teste! OS SANDUÍCHES DO MC DONALD’S... Seriam feitos de carne de minhoca? Aff! Não sei quem inventou isso, mas se tornou, acredite, uma lenda urbana. Segundo a lenda, o Big Mac, grande sucesso de vendas da Mc Donald’s, seria recheado com carne de minhoca. Ainda segundo essa lenda, o governo americano, em acordo com a rede de fast food, incentivou a alimentação por carne de minhoca. Como se sabe, esse tipo de carne é muito mais nutritiva e saudável do que a bovina. Lógico que nenhum americano temente a Deus experimentaria uma iguaria composta de carne de minhoca. Mas
  • 11. Adriana Matheus 11 o que os olhos não veem o estômago não sente. Eca! Isso tudo começou ainda no início da década de setenta. O boato foi divulgado em uma grande rede de televisão americana e acarretou prejuízos imediatos à maior rede de fast food do mundo. O impacto sobre a marca foi tão grande que o Mc Donald's sofreu na época uma redução de trinta por cento em suas vendas. Claro que o Mc Donald's se defende, dizendo que tudo não passa de invenção das mentes maldosas e que isso foi sabotagem via marketing. Vai saber, né? PAUL MCCARTNEY MORREU EM 1966... E foi substituído por um sósia! Essa é a pior de todas... Em 1966, logo após o lançamento de Revolver, os Beatles pararam de excursionar em virtude da dificuldade de tocar ao vivo os arranjos cada vez mais complexos e inusitados. Esse fato aliado a um acidente de moto sem maiores consequências sofrido por Paul McCartney deu origem ao maior e mais duradouro boato de todos os tempos, que Paul McCartney havia morrido e sido substituído por um sósia. Gente, quem inventa essas coisas? O fato é que centenas de matérias em jornais, e mesmo em livros, foram lançadas sustentando a morte de Paul. As pessoas que acreditavam nisso se baseavam em centenas de pistas que tinham sido deixadas de propósito pelos três Beatles restantes nas gravações e filmes posteriores da banda. Isso é incrível!
  • 12. LENDAS URBANAS 12 VELHO DO SACO... Não riam, mas eu mesma fui vítima desse aí. Morria de medo do pobre velhinho que passava com o saquinho dele perto da minha casa. Conta a história que, caso a criança saísse de casa sozinha, ou fosse brincar sozinha na frente de sua casa, viria um velho sujo e mal vestido, um tipo de mau elemento, com um saco cheio de crianças que ele havia pegado no caminho. Segundo a lenda, as crianças do saco que o velho carregava eram crianças que estavam sem nenhum adulto por perto, em frente as suas casas ou brincando na rua. O velho pegaria a criança se saísse sem ninguém de dentro de casa. Em versões alternativas da lenda, em vez de um velho, o elemento que levava as crianças era um cigano e, em versões remotas, esse velho ou o cigano levava as crianças para sua casa e fazia com elas sabonetes e botões. Jesus! Eu nem dormia, viu?! Agora, se fosse verdade, o tal velhinho já teria feito uma verdadeira cata na minha rua. Brincadeirinha... O PALHAÇO DA KOMBI... Essa quem me contou foi uma velha amiga. Em meados de 1990, uma história assombrou a grande São Paulo. Por ocasião do lançamento de uma série especial no jornal NP chamada “Os crimes que abalaram o mundo”, foi apresentado o caso de um palhaço norte-americano que na década de sessenta assassinava crianças. Alguém inspirado na reportagem começou a difundir a história de que um palhaço na cidade de Osasco estaria roubando crianças para vender seus órgãos, moda na época. Aos poucos, a história chegou a toda grande São Paulo, e ganhava tons cada vez mais verídicos: agora o palhaço atacava em toda a região, tinha dois ajudantes, uma Kombi azul, e só atacava em
  • 13. Adriana Matheus 13 escolas públicas. A história chegou ao ponto que pessoas juravam ter visto reportagem no “Aqui Agora”, e realmente o boato foi tão forte que o NP chegou a dar algumas capas para a gangue do palhaço. Uma escola de nome desconhecido, em Mauá, chegou a ser atacada pelo palhaço, todos sabiam de alguém que conhecia a vítima, mas ninguém conhecia a própria vítima. Que confusão gera uma fofoquinha de esquina, né?! Eu, que não sou chegada a palhaços, confesso que essa lenda me deixa cada vez mais com o pé atrás. MULHER DE BRANCO... Minha mãe contou uma parecida para mim! No folclore brasileiro o mito é descrito como sendo a materialização de um fantasma de mulher que, aparentando ser real e de grande beleza física, seduz homens solitários e os convence a acompanhá-la até a sua casa. Invariavelmente, seguem-na até as proximidades de um cemitério, por volta da meia-noite, quando então são informados ser ali a sua morada, desaparecendo em seguida. A história contada por minha mãe: Certa mocinha que habita a cidadezinha de Goianá, interior de Minas, escondia-se sempre no meio do mato para assustar à noite as pessoas que saíam da missa na cidade ou as que vinham das procissões. Ela ficava escondidinha e, quando passava um, ela suspendia dois bambus com um lençol amarrado. Aí já viu, né? Só dava gente correndo pra todo o lado. Até que certa vez um corajoso disse “vou enfrentar essa assombração” e seguiu em frente. A mocinha, ao ver que iria se dar mal, saiu correndo mato adentro. Nem queria ver o lombinho da pobre quando os pais ficaram sabendo. Outra versão para essa história é que, quando o tal
  • 14. LENDAS URBANAS 14 corajoso se aproximou da moça, ela foi crescendo e crescendo, e o dito caiu durinho ao chão. Eu, hein? DAMA DE VERMELHO – MUNDO Essa lenda mexe com o sobrenatural (ah, novidade!), fala de um jovem casal que estava muito feliz por estar podendo realizar todos os seus sonhos. Já moravam juntos há pouco tempo, tinham um pequeno filho de seis meses de idade, e tinham acabado de se mudar para um apartamento que almejavam. Numa tarde de fim de semana, o casal, depois de brincar com o bebê, acabou adormecendo. O bebê acordou e saiu engatinhando pela casa. Foi engatinhando até a sacada do apartamento, passou pelos buracos da grade de proteção e caiu do quarto andar. O casal foi acordado pelos vizinhos e ficou, obviamente, transtornado com o fato. Eles acabaram indo embora dali, pois não conseguiam mais viver em paz naquele apartamento. No dia em que a mudança foi toda retirada, a pobre mãe, que havia perdido seu filho de forma tão cruel, estava sozinha. Já era noite, quando no alto de seu desespero ela falou que faria qualquer coisa para ter seu filho de volta. Ela acabou dormindo no chão da sala vazia, mas foi acordada por uma voz que falava com ela. Assustada, ela se levantou do chão e viu uma mulher vestida de vermelho. A mulher falou que poderia trazer o bebê de volta, em troca de um favor. A mãe teria que matar uma criança da mesma idade do seu filho e oferecê-la para a mulher de vermelho. No desespero de mãe, ela acabou fazendo isso e tendo o seu bebê de volta. A mulher de vermelho devolveu o bebê vivo para os braços da mãe. O único inconveniente é que o bebê foi devolvido no
  • 15. Adriana Matheus 15 mesmo estado em que se encontrava depois de todo o tempo enterrado. O bebê se transformava em algo sobrenatural, era uma massa deformada em carne viva. Existem várias lendas da Dama de Vermelho, essa é apenas uma delas. Em outra, conta que ela é uma mulher muito bonita que seduz festeiros na Quarta-feira de Cinzas. Outro também bastante comum diz que a Dama de Vermelho costuma aparecer nestes postos de estrada. Ela seduz os caminhoneiros e eles e seus caminhões somem do mapa. Dizem que a Dama de Vermelho é na verdade Lilith, e pode ser invocada em determinados locais. Aquele que a invoca ganha o direito a um desejo em troca de um favor, embora esses desejos nunca saiam como a pessoa espera. É tipo uma pegadinha do Malandro. Como aconteceu com a mulher que perdeu o filho, ela teve o filho de volta, mas não era bem do jeito que ela imaginava. A MULHER DA ESTRADA – MUNDO Essa também é muito conhecida, seu surgimento ocorreu em meados dos anos cinquentas e sessentas devido ao grande crescimento de rodovias que se deu nesses anos. Na maioria das vezes, a lenda fala de uma mulher loira, que pode ser trocada por uma índia ou prostituta, que fica na beira da estrada pedindo carona para os motoristas que passam, quando um resolve parar, muitas vezes caminhoneiros. Ela conduz a pessoa até um cemitério próximo; chegando lá, a bela mulher desaparece, deixando o motorista sem entender nada. Logo depois, ele a reconhece na foto de uma das lápides. Em outras versões, ela simplesmente desaparece dentro do próprio veículo, depois o motorista descobre pelos moradores das redondezas que a moça havia sido atropelada há muitos anos naquela mesma estrada.
  • 16. LENDAS URBANAS 16 Algumas vezes, antes de desaparecer, o espírito da mulher pede ao motorista que ele construa uma capela no lugar onde ele a encontrou, para que assim ela possa finalmente descansar em paz. Há ainda versões em que ela se deita com o motorista, que, quando acorda no dia seguinte, descobre que ela simplesmente desapareceu sem deixar vestígios de sua existência. Uma versão mais sangrenta diz que a loira, antes de desaparecer, seduz o motorista, que, quando tenta beijá-la, acaba perdendo a língua. Outras versões dessa lenda se passam em cidades grandes e são protagonizadas por motoristas de táxi. Nelas, o taxista recebe uma passageira muito bela e jovem, ela pede uma corrida até um cemitério qualquer da região. Chegando lá, ela dá ao motorista o endereço de sua casa e diz que lá ele irá receber seu pagamento. No dia seguinte, quando o motorista vai receber o dinheiro, o pai da menina lhe diz que é impossível sua filha ter feito essa corrida, afinal, ela havia morrido há muitos anos. O taxista, sem entender nada, fica ainda mais confuso ao reconhecer numa foto a menina que ele conduziu no dia anterior. A LOIRA DO BANHEIRO... Essa história é muito contada nas escolas entre os alunos. Em todo o Brasil, sua fama é muito grande. Canta a lenda que uma garota muito bonita de cabelos loiros com aproximadamente quinze anos sempre planejava maneiras de matar aula. Uma delas era ficar no banheiro da escola esperando o tempo passar. Porém um dia, um acidente terrível aconteceu. A loira escorregou no piso molhado do banheiro e bateu sua cabeça no chão. Ficou em coma e, pouco tempo depois, veio a morrer. A alma da suposta menina não se conformou com seu
  • 17. Adriana Matheus 17 fim trágico e prematuro. Sua alma não quis descansar em paz e passou a assombrar os banheiros das escolas. Muitos! A MULHER DA CURVA... Também conhecida como O fantasma da estrada, consiste no aparecimento de uma jovem assim que você faz uma curva em uma estrada – alguns afirmam que ela aparece sempre em um mesmo dia e hora a cada ano, exatamente naquele em que teria morrido em um acidente de carro. Há duas versões diferentes. Na primeira, a jovem é reconhecida por um caminhoneiro que acaba morrendo no mesmo lugar onde ela perdeu a vida. Na segunda, a mulher fantasma adverte o condutor que essa curva a matou e desaparece. A MULHER DO VELÓRIO – BRASIL... Essa lenda urbana é bastante contada em faculdades por causa dos cemitérios, símbolos das histórias de terror. Reza a lenda que uma garota, que era uma estudante de psicologia, estava no final de seu curso e ficou responsável por pesquisar o comportamento das pessoas nos velórios e enterros. Primeiro, ela estudou teorias sobre esse comportamento. Mas depois a estudante resolveu partir para a prática, visitando, discretamente, velórios e enterros de estranhos. O primeiro velório foi de um senhor de idade, que tinha sido um professor famoso. Essa cerimônia foi cheia de pompas e discursos. Porém, uma pessoa em especial chamou a atenção da estudante: era uma idosa de cabelos brancos, vestida de preto, com uma mantilha negra e antiga na cabeça. A primeira vez que a estudante olhou
  • 18. LENDAS URBANAS 18 para essa mulher, teve a impressão de que essa velhinha não tinha pernas e estava flutuando. Porém depois a estudante olhou novamente para essa esquisita figura, viu as suas pernas normais e concluiu que aquilo poderia ter sido uma ilusão de ótica. O segundo velório, visitado pela estudante, foi de uma criança de classe baixa, num bairro muito popular. Essa estudante estava observando o comportamento das pessoas, quando viu, novamente, a estranha senhora do primeiro velório. Então, a acadêmica resolveu olhar para a mulher com mais cuidado. Porém, a velhinha olhou em sua direção, e a estudante teve a impressão de ter visto duas estrelas no lugar dos globos oculares dessa mulher. Então, a moça pensou que isso poderia ter sido uma bobagem de sua cabeça. O terceiro velório que a graduada visitou foi o velório de um empresário milionário, amigo de sua família. Por ser um velório de gente importante, só entrava quem fosse conhecido. A estudante entrou, mas dentro do local ela teve uma surpresa: a idosa esquisita estava lá também. Após o enterro, a estudante decidiu seguir aquela idosa esquisita, que ficou algum tempo andando pelo cemitério, até que parou num túmulo marrom. Então, a estudante notou que a mulher da foto do túmulo era aquela mesma velhinha estranha, e, sem querer, soltou uma exclamação: – Ave! Assim, a idosa olhou para trás e disse: – Ave, minha filha! Dessa maneira, a estudante falou: – Como é possível? ! A foto da mulher enterrada neste túmulo é a cara da senhora! Deste jeito, a velha explicou: – Bem, isto faz sentido, porque esta mulher que está aí enterrada, neste túmulo marrom, sou eu… Então, a estudante disse: – Isto não é possível… Só pode ser uma brincadeira, ou, uma alucinação minha… E por que a senhora visita tantos velórios e enterros?! Qual é a explicação de tudo isto? Assim, calmamente, a velhinha falou:
  • 19. Adriana Matheus 19 – Eu nasci há algum tempo… A minha vida foi indolente e sem graça… Fui filha única, não me casei, não tive filhos e não trabalhei… Eu apenas ficava vegetando em casa… Sem fazer nada, por preguiça… Quando meus pais morreram, eu vivi tranquilamente, com a pensão que eles deixaram para mim. Mas, quando eu morri, a primeira coisa que eu vi foi o filme da minha vida inteira: um tremendo vazio… Em primeiro lugar, um anjo tentou me levar para o céu, mas eles não me aceitaram lá, porque eu não tinha feito nada de útil para a humanidade… Depois, o mesmo anjo tentou me levar para o inferno, mas o diabo não me aceitou porque eu não era má suficiente… Após isso, o anjo me levou para o purgatório, mas o guardião de lá não me aceitou, alegando que eu não tinha feito nenhum pecado para purgar. Então, apareceu o chefe deste anjo, que falou que o melhor a fazer era dar uma missão útil para mim, como colaboradora da morte. Assim, a estudante indagou: – E o que uma colaboradora da morte faz? Dessa maneira, a velha respondeu: – Uma colaboradora da morte tem uma missão parecida com a deste anjo: quando alguém morre, ela coloca o filme da vida desta pessoa falecida, para ela ver e guiar a sua alma até muitos lugares como: o céu, o purgatório e o inferno. Após escutar tudo isso, a estudante desmaiou. No hospital ela contou a história para os enfermeiros, disse que estava vendo o filme da sua vida diante dos seus olhos e, em seguida, faleceu.
  • 20. LENDAS URBANAS 20 A NOIVA CADÁVER – BRASIL... Conta a lenda que uma bela moça, que tinha como sonho da sua vida casar, morreu no baile do seu casamento. O noivo, desesperado, implorou que ela retornasse… mas ela não o fez. Não de imediato, pelo menos. Dois meses depois da sua morte, no mesmo salão onde foi realizado o baile, ela foi vista dançando. E depois em uma casa noturna na cidade. Em seguida em outra e depois em outra, até que, enfim, ela virou uma lenda. Dizem que ela convida para dançar e depois pede para levar à sua casa. E aí a história diverge. Umas dizem que ela leva a sua vítima para o cemitério, já em outras para a igreja e, se o “pegador” não correr muito, vai para o mundo dos mortos junto com a Noiva Cadáver. O CACHORRO DE DOM BOSCO – ITÁLIA... Muita gente conhece o italiano João Melchior Bosco, o padre que ajudava crianças pobres da cidade de Turim. Aqui no Brasil, existe a obra dos Salesianos, onde existem várias instituições escolares, Oratórios e igrejas, onde se contam as histórias de lutas e vitórias do educador. Com relação às lendas, conta-se de um sonho que Dom Bosco teve, e desse sonho surgiu a história da construção de Brasília, onde ele é o padroeiro, e várias e várias lendas e mitos acerca do assunto. Mas não é sobre isso que iremos relatar agora. O assunto igualmente lendário, mas pouco conhecido, é o episódio do cão Grigio, um suposto fantasma que o auxiliou a se safar de vários casos, cuja intervenção divina se fez através desse particular espectro peludo de quatro patas.
  • 21. Adriana Matheus 21 Durante os primeiros dias de seu ministério ele correu perigo tanto por causa de bandidos, que pensavam que ele tinha dinheiro, como por parte de comerciantes e funcionários públicos da cidade, que se ressentiam de suas tentativas de organizar e educar sua futura mão de obra barata. Ao longo dos anos, Dom Bosco sobreviveu a diversos atentados contra sua vida. Eles poderiam ter sido bem-sucedidos, se não fossem pelas repetidas – e quase inexplicáveis – intervenções do enorme Grigio. Quando Bosco estava em perigo, o grande cachorro aparecia do nada para perseguir seus atacantes. Assim que a ordem era restabelecida, ele simplesmente se virava e ia embora. Com o passar dos anos, a reputação de Bosco cresceu e nem ladrões nem funcionários locais ousavam tocá-lo. O poderoso Grigio, que sempre era atraído pelos problemas, simplesmente desapareceu, sem nunca mais ser visto. Em certa ocasião, numa noite de 1852, voltando sozinho para casa, o Santo percebeu que um bandido o seguia a poucos passos de distância, pronto a agredi-lo. Dom Bosco pôs-se a correr, mas, pouco adiante, deparou-se numa esquina com o resto do bando que lhe barrava o caminho. Parou de improviso e fincou o cotovelo no peito do primeiro agressor, que caiu por terra gritando: Vou morrer! Vou morrer! O bom êxito da manobra o salvou de um perseguidor, mas os outros avançaram. Nesse instante, surgiu o cão providencial. Saltava de um lado para outro, dando latidos aterradores com tamanha fúria que os malfeitores tiveram de pedir a São João Bosco para acalmá-lo e mantê-lo junto de si, enquanto eles tratavam de fugir. A imagem do cão era tão ameaçadora que não tinha bandido que não se colocava a correr diante de tamanha ferocidade. Grigio era uma espécie de cão gigante guardião e fantasma que o Santo invocava nos piores
  • 22. LENDAS URBANAS 22 momentos. O mais interessante é o fato de pessoas, que não eram o Santo, também descreverem o cão, e algumas contam que até o acariciaram, claro que com a permissão de Bosco. Até hoje corre a lenda que, na hora do desespero, quem clama pelo nome do santo invoca o cão Grigio. OS MENINOS VERDES – REINO UNIDO... Esse mistério que virou uma lenda urbana está há um bom tempo passando de geração. E por isso que em algumas partes do Reino Unido os camponeses têm o hábito de trancar os poços de suas propriedades quando não estão utilizando-os. A lenda tem origem numa história começou muito tempo atrás: as duas notáveis crianças foram descobertas na Vila de Woolpit, em Suffolk, Reino Unido. O incidente se deu durante o regime do rei Stephen da Inglaterra, 1135-1154, numa época difícil. Os camponeses estavam trabalhando quando as duas crianças, um garoto e uma garota, repentinamente emergiram de um fosso profundo. As pessoas ficaram de olhos arregalados diante do fato. Estavam vestidas com roupas de material nada familiar e suas peles eram verdes. Era impossível falar com eles porque tinham um dialeto desconhecido. Os dois foram levados para o dono do feudo, Sir Richard de Caline. Obviamente, eles estavam tristes e choraram por vários dias. Os pequenos esverdeados se recusaram a comer e a beber qualquer coisa até que alguém ofereceu feijão ainda no talo para eles. Eles sobreviveram comendo feijão por vários meses. Mais tarde, eles começaram a comer pão. O tempo passou, o pequeno e esverdeado garoto entrou em depressão, adoeceu e morreu. A garota adaptou-se melhor a sua nova situação. Ela aprendeu a falar inglês e gradualmente sua pele foi perdendo a cor verde.
  • 23. Adriana Matheus 23 Mais tarde se tornou uma saudável jovem e se casou. Ela era sempre perguntada sobre seu passado e de onde tinha vindo, mas tudo que falava só fazia aumentar o mistério sobre suas origens. Explicava que seu irmão e ela tinham vindo de uma terra sem sol, com um perpétuo crepúsculo. Todos os habitantes eram verdes. Ela não tinha certeza exata onde se localizava sua terra. Ainda, ela chamava de Luminous a outra terra, que era cruzada por um rio considerável separando o mundo deles. Também são inexplicáveis como as crianças apareceram naquele fosso. A garotinha disse que ela e seu irmão estavam procurando o rebanho do pai e seguiram por caverna escutando o som dos sinos. Vagaram na escuridão por um longo tempo até que acharam uma saída; de repente, eles ficaram cegos por um clarão de luz. A luz do sol e a temperatura diferente deixaram- nos cansados; descansavam quando ouviram vozes, viram pessoas estranhas e tentaram fugir. Entretanto, não tiveram tempo de se mover da boca do fosso onde foram descobertos. As fontes originais dessa história são William de Newburgh e Ralph de Coggeshall, dois cronistas ingleses do século XII. Muitas explicações têm aparecido para o enigma das crianças verdes. Uma das teorias sugeridas é que as crianças eram imigrantes flamengas que sofreram perseguição. Seus pais teriam sido mortos e o garoto e a garota se esconderam na floresta. Essa ideia explicaria as roupas diferentes, mas não esclarece o fato de as crianças falarem uma língua desconhecida, embora alguns habitantes locais achassem que era uma corruptela de flamengo. Outros sugerem má nutrição ou o envenenamento por arsênico como a causa da pele verde. Também havia um rumor que um tio tentou envenenar as crianças, mas isso nunca foi confirmado. No entanto, outras pessoas, como o astrônomo escocês, Duncan Lunan, sugeriam que as crianças eram alienígenas enviados de outro planeta para
  • 24. LENDAS URBANAS 24 a Terra. De acordo com outras teorias, as crianças vieram de um reino subterrâneo ou, possivelmente, de outra dimensão. Poderiam as crianças verdes de Woolpit ter vindo de um mundo paralelo, um lugar invisível ao olho nu? É importante lembrar que a garota disse que “não havia sol” no lugar de onde ela teria vindo. Disso se pode deduzir que ela habitava de um mundo subterrâneo. A verdadeira origem das crianças nunca foi descoberta e esse caso continua um mistério. Entre as teorias, a que ficou mais famosa entre os camponeses foi a do mundo subterrâneo. Isso fez com eles adotassem o hábito de trancar os poços, pois acreditam ser a passagem desses seres para o nosso mundo. Essa lenda já foi mais difundida pelo Reino Unido, hoje se restringem a algumas regiões rurais. Hora ou outra, aparece uma cabra mutilada ou com ferimentos incomuns e a lenda volta a ganhar força. A LENDA DE CROATOAN... Você já assistiu ao filme Mistério da rua sete? É porque essa lenda vai explicar bastante coisa sobre o filme, que não é nenhum pouco autoexplicativo. A lenda de Croatoan começa com as tentativas de se estabelecer uma colônia em terras americanas. Os ingleses precisavam fundar assentamentos se quisessem manter a posse sobre essas terras. Mas pense o quanto isso era difícil, se hoje tudo em matéria de informação e viagens é uma coisa rápida, nesse século as viagens demoravam meses. E para voltar a um determinado local poderia se levar meses, anos, e imagine se houvesse uma guerra ou piratas atrapalhando. Os ingleses, para demarcar território, mandaram colonos para o Novo Mundo. Esse primeiro assentamento inglês era composto apenas de homens. Nada de mulheres ou crianças.
  • 25. Adriana Matheus 25 Eles ficaram lá por algum tempo, mas devido à falta de condições e depois de enfrentar vários invernos rigorosos, eles resolveram voltar para a Inglaterra, abandonando o local. O capitão Francis Drake, que estava passando pelo Novo Mundo, deu uma carona para eles em seu navio. Mas os ingleses não desistiram. Em vinte e seis de abril de 1587 dois barcos partiram, um com colonos e outro com suprimentos. Dessa vez, eles levaram mulheres e crianças porque eles realmente queriam estabelecer uma colônia permanente. Eles chegaram lá e reconstruíram as casas que foram deixadas pelos antigos colonos e que já estavam tomadas pelo mato. Nesse meio tempo, no dia dezoito de agosto 1588, nasce a neta do governador, Virginia Dar, a primeira criança filha de colonizadores a nascer em solo americano. Após alguns dias, mais precisamente no dia vinte e sete de agosto 1588, o governador John White voltou à Inglaterra a pedido dos colonos, pois eles queriam que ele intercedesse pela colônia, buscando ajuda e suprimentos. Mesmo relutante talvez em abandonar a filha e a neta, ele partiu. Mas quando chegou à Grã-Bretanha, eles não puderam mais voltar, os ingleses tinham sido atacados pela armada invencível do rei Felipe II da Espanha e a guerra impediu qualquer tentativa de voltar ao Novo Mundo. Muitos anos depois, ele retornou, em 1590. A única coisa que ele encontrou foi a cidade vazia, totalmente tomada pelo mato, coisas espalhadas pelo chão. Roupas, objetos, até mesmo suprimentos largados por todos os cantos. Apenas objetos, nenhuma pessoa. Nem corpos, nem sangue. Nada. Somente uma palavra escrita em um tronco de árvore, Croatoan. O estranho desaparecimento e a palavra Croatoan deram origem a muitas e muitas lendas. No imaginário norte-americano eles foram todos
  • 26. LENDAS URBANAS 26 abduzidos ou levados por alguma coisa e com certeza seria uma coisa maligna. Durante o tempo em que eles permaneceram no lugar antes de John White partir, diz no livro que é constituído por parte da transcrição de White escrito por Richard Hakluyt, que eles ouviram muita coisa estranha. Durante a noite, vozes, gritos, seres, pareciam circular a colônia no meio da escuridão. Alguns trechos conta a história, no mínimo, fantástica sobre alguns períodos em que eles tinham que ficar recolhidos em um aposento das suas residências rezando para que aquilo fosse embora e os deixasse em paz. Provavelmente nisso que foi baseado o filme do Mistério da rua sete. Na Carolina do Norte essa lenda dura até hoje. Sobre a palavra Croatoan, a princípio foi levantada a hipótese de ser um sistema de coordenadas usadas pelos Colonos da época. Croatoan significaria que eles teriam mudado para cinquenta milhas dali. Mas o que significaria o resto da palavra? Então surgiu outra hipótese, uma mais sombria. Croatoan era o nome dado a um dos Demônios Indígenas mais temidos. Falam que os nativos sequer se aproximavam do lugar da construção da colônia por medo da entidade. O nono da segunda temporada de Supernatural retrata a lenda, de forma adaptada. Ainda, Croatoan era o nome dado pelos colonizadores a uma ilha habitada por índios amigos, perto do local onde se encontravam, embora nenhum deles parecesse ter ido para lá. Por falta de explicações, o mistério perpetuou e virou lenda de maldição, que persiste até hoje.
  • 27. Adriana Matheus 27 DEMÔNIO DE JERSEY/YERSI Bem, o demônio de Jersey é uma... mistureba! As supostas testemunhas que informam encontros com essa criatura, o demônio de Jersey, afirmam que ela tem cabeça de cavalo, erguida em duas patas, com uma altura de quase dois metros, coberta de pelos, com asas parecidas com um morcego e com patas como cangurus. Old-school total a lenda de Jersey que perpetua até hoje. Existem várias vertentes sobre sua origem. As primeiras datam ao folclore dos índios nativos. As tribos chamavam a área ao redor de Pine Barrens de Popuessing, que significa lugar do dragão. Exploradores suecos depois chamaram a região de Drake Kill, drake sendo a palavra sueca para dragão, e kill significando canal ou braço do mar rio, riacho, etc. Mas a lenda mais conhecida é de que, em 1735, uma senhora de sobrenome Leeds, que tinha doze filhos, descobriu que estava grávida de seu trigésimo terceiro filho e disse: Que este seja amaldiçoado! Então o bebê teria nascido com cabeça de cavalo, asas de morcego e patas de canguru, teria matado seus pais e depois fugido para a floresta de Pine Barrens. Dizem que o demônio volta periodicamente à região. A BRINCADEIRA DO COPO... Junto com a loira do banheiro, essa é outra das mais famosas, até porque muitos dos que estão lendo isso agora já devem ter brincado de invocar espíritos com um copo alguma vez durante sua adolescência. A lenda em torno dela fora a própria efetividade da brincadeira é a de um grupo de amigos que resolveu fazer a famigerada brincadeira durante uma festa, um deles era descrente e só de sacanagem resolveu perguntar se
  • 28. LENDAS URBANAS 28 alguém naquela mesa iria morrer recentemente, a resposta foi “sim” e logo em seguida o copo, em algumas versões ele é substituído por uma lapiseira, se estilhaça na frente de todos. Algum tempo depois, eles ficam sabendo que o rapaz cético que não respeitou o espírito havia morrido num acidente de carro. Se foi verdade, eu não sei... Mas meu irmão, quando era jovem, contou que certa vez ele e seus amigos fizeram essa brincadeira e o resultado foi catastrófico, pois ele contava que o copo saiu do lugar e começou a bater nas paredes do apartamento onde eles e os amigos estavam. Ele chegou pálido em casa e junto com os amigos disseram que o apartamento teve que ser vendido, pois os verdadeiros moradores começaram a ouvir barulhos de portas batendo e panelas caindo ao chão. Disseram também que vozes gritavam e as pessoas que estavam dentro do apartamento apanhavam de caírem no chão. A única coisa que realmente sei que é verdade é que os pais do amigo do meu irmão venderam o apartamento e mudaram-se para outra cidade. Esse amigo do meu irmão veio a falecer dois meses depois de insuficiência cardíaca, e os outros tiveram mortes muito estranhas, um morreu atropelado no Aterro do Flamengo, no Rio, e os outros morreram de acidente de automóvel indo para Cabo Frio. Meu irmão faleceu de tanto beber e dizia que via e ouvia vozes constantemente na cabeça dele. Pode ser alucinação causada pelo álcool, mas ninguém que passou por essa suposta experiência teve um fim lógico. Eu, como todos sabem, sigo um caminho... Diferente dos de muitas pessoas, digamos assim. E no meu frágil entendimento o jogo do copo não é um jogo, é sim uma chave, e essa chave abre o mundo espiritual, assim como a Tábua Ouija. Tem certas coisas que não devem ser mexidas por mãos alheias incrédulas. Esses tipos de rituais são usados por certas seitas que os utilizam
  • 29. Adriana Matheus 29 para evocar espíritos malignos; aliás, é somente para isso que servem esses objetos nas mãos de pessoas zombeteiras. MEREANA MORDEGARD GLESGORV – O VÍDEO PROIBIDO Mereana Mordegard Glesgorv é chamado por muitos de O filme que foi proibido pelo YouTube, mesmo possuindo dezenas de versões no site. Nele, um estranho homem encara o usuário por mais de dois minutos. A imagem é trêmula e possui um sinistro tom de vermelho com uma trilha sonora digna de um filme de terror. No fim, o estranho homem sorri ironicamente para a câmera. A lenda sobre esse vídeo diz que todos que assistiram ao filme na íntegra simplesmente enlouqueceram. Alguns se jogaram pelas janelas enquanto outros arrancaram seus olhos e enviaram para a sede do YouTube, o que forçou o site a proibir sua exibição... Mas agora eles liberaram para ganhar uma graninha com os olhos enviados, sonoras gargalhadas. O DESENHO DE SATÃ... Uma animação de stop-motion, criado em 1985, criou muita confusão na internet tempos atrás. Ele não foi exibido nas TVs americanas devido a uma proibição alegando que o vídeo é satânico e atormentador. Mas isso não impediu que ele fosse arquivado e, enfim, digitalizado. Postaram no YouTube e a febre tomou conta da rede. Dizem que o vídeo é recheado de mensagens subliminares… Bom, assista e julgue você mesmo.
  • 30. LENDAS URBANAS 30 DISQUE AMIZADE... Gente, eu entrava no disque amizade todo dia, a minha conta de telefone vinha um horror! Isso era um vício, quem se lembra do 145? Agora escute, preste atenção nesta lenda aí: Em 1993, Carolina era uma jovem de dezenove anos, muito infeliz, porque seus pais eram muito rígidos. Ela não podia frequentar barzinhos, nem danceterias e muito menos namorar. Por isso, no meio de suas colegas de faculdade, Carolina se sentia um ET. A solidão sufocava cada vez mais essa garota, por isso ela se refugiava nas poesias que escrevia. Mas um dia, num programa de rádio, ela escutou sobre um serviço telefônico chamado disque amizade, onde as pessoas ligavam para o número 145 e faziam amizades por telefone. Então, Carolina experimentou esse serviço e gostou. Às vezes, ela ficava declamando suas poesias para o grupo que estava na linha. Até que um dia, uma das monitoras desse serviço entrou no meio de uma declamação e perguntou: – Aqui é a monitora, alguém precisa de ajuda? Então, Carolina respondeu: – Não, obrigada. Assim, a monitora disse: – Eu escutei a conversa do grupo e gostei das suas poesias! Sou a monitora Cláudia, podemos conversar? Dessa maneira, Carolina e Cláudia ficaram amigas. Toda a vez que Carolina ligava para o disque amizade sempre falava com Cláudia. Até que, três meses depois, Carolina estranhou um fato: Cláudia não estava mais conversando com ela. Então, ela telefonou para a agência que oferecia o serviço de disque amizade e falou para a atendente: – Por favor, eu gostaria de saber se a monitora Cláudia continua trabalhando no disque amizade? A telefonista, no entanto, respondeu:
  • 31. Adriana Matheus 31 – Só um minuto, irei verificar esta informação nos recursos humanos. Após três minutos, a atendente retornou e respondeu a Carolina: – Lamento, a monitora Cláudia do disque amizade já faleceu há dois anos. Depois dessa informação, Carolina ficou assustada e pensou: “como Cláudia pode ter falecido há dois anos, se só há três meses estamos conversando?” Carolina ficou confusa, mas continuou ligando para o disque amizade. Até que outro fato curioso aconteceu. Ela estava conversando com um rapaz, que tinha o pseudônimo de Samuel, quando perguntou a ele: –Você tem um número de telefone particular para conversarmos com mais privacidade? Assim, o moço respondeu: – Tenho sim, é 666. Então, a garota exclamou: – Pare de brincadeira! Eu quero o seu telefone real! Dessa maneira, Samuel exclamou: – Eu já falei: é 666! Assim, Carolina afirmou: – Então, eu desligarei o telefone e depois ligarei para o número 666. E foi bem isso o que a jovem fez: ela saiu do disque amizade e ligou para o 666. Então, o número chamou duas vezes e, na terceira vez, uma voz atendeu: – Boa tarde, aqui é Samuel! Dessa maneira, Carolina exclamou: – Como isto é possível? Desse jeito, Samuel disse: – Do mesmo jeito que sei que você está vestindo uma blusa vermelha, uma calça jeans e um chinelo preto.
  • 32. LENDAS URBANAS 32 Então, Carolina notou que o rapaz estava falando a verdade sobre a sua roupa. Após isso, assustada, Carolina desligou o telefone. Mas, logo depois disso, o seu telefone tocou e a voz do rapaz disse: – Aqui é Samuel! Nunca mais brinque com as forças do inferno! Depois desse acontecimento, Carolina nunca mais ligou para o disque amizade. Rapaz, essa doeu! Porque eu conhecia uma Cláudia e um Samuel. Aff, será? ASSOMBRAÇÃO DE JAGUARUANA... Você acredita em assombração? Acredita em gente em forma de animal? Minotauro? Pois bem, caso acredite ou não, sugiro conhecer essa história que vem se passando na cidade de Jaguaruana no estado do Ceará. São relatos surpreendentes de tal de mulher-cavalo que vem aterrorizando pessoas naquele município. Relatos sobre aparições da “mulher-cavalo” correm pela cidade de Jaguaruana/CE. Segundo Geovane, de 18 anos, ele saiu de um circo que se encontrava no município, ao se dirigir a sua casa, no bairro do Juazeiro, a cerca de 100 metros, uma mulher com formas de um cavalo o perguntou para onde ele iria. Geovane correu em direção a sua casa, sendo perseguido pela tal mulher. Ao chegar à residência, o rapaz foi socorrido pela mãe e vizinhos que ouviram os gritos de socorro. Segundo o depoimento de sua mãe, Dona Biró, o filho “não é menino de mentiras” e ele chegou “quase sem fala em casa”. Homens vizinhos do rapaz se armaram de paus e foram atrás da criatura. De acordo com o jovem, ela teria fugido para as terras do DNOCS, em meio à escuridão e ao mato. Em outra aparição,
  • 33. Adriana Matheus 33 um homem teria caído de sua moto após dar de cara com a tal mulher. O recado de Orlando Almeida enviado ao programa Acordando com os passarinhos com André Lúcio diz que a mulher-cavalo foi vista próximo à barragem do rio do Guilherme, Rio Jaguaribe. Uma moradora de Antonópoles, localidade perto do local, ligou para o filho que se encontrava na cidade de Jaguaruana e contou o ocorrido. A mulher disse que um homem que passava de moto, ao virar o cruzamento, que fica antes da passagem molhada, teria focalizado em cheio a criatura, e com medo teria caído. A mulher tinha receio que o filho fosse para casa sozinho e ligou pra ele não ir. Segundo os comentários da população, a mulher cavalo era uma dona de casa simples que tinha três filhos e morava em um sítio no estado do Rio Grande do Norte e seu marido um dia teria arrumado outra mulher. Com raiva e ciúmes, a mulher teria assassinado os próprios filhos e feito um pacto com o diabo. O marido, ao ver os filhos mortos e saber que foi a própria esposa que os matou, desferiu-lhe algumas facadas e ela acabou morrendo. Mas a mulher voltou “do mundo dos mortos” para procurar os filhos e, quando avista alguém, passa a perguntar por eles. As pessoas apenas dizem que não sabem e ela se transforma na criatura, perseguindo-as em seguida. A população do município se divide. Alguns acreditam e dizem que morrem de medo, já outros afirmam que isso é mais uma invenção do imaginário popular.
  • 34. LENDAS URBANAS 34 POCONG - INDONÉSIA... Pocong é um fantasma da Indonésia que dizem ser a alma de uma pessoa morta presa em suas roupas. A mortalha do Pocong é usada pelos muçulmanos para cobrir o corpo do morto. Eles cobrem o corpo com um tecido branco e laçam a roupa sobre a cabeça, nos pés e no pescoço. De acordo com as crenças nativas, a alma de uma pessoa morta vai ficar na Terra por 40 dias após a morte. Quando os laços não são desamarrados após 40 dias, dizem que o corpo salta para fora da sepultura para avisar as pessoas que a alma precisa que as amarras sejam desfeitas. Após os laços serem liberados, a alma vai deixar a Terra e nunca mais aparecer. Por causa da amarra nos pés, o fantasma não pode andar. Isso faz com que a Pocong pule. Aparições e contos de Pocong são comuns no país. PIPOQUEIRO CHEIRADO... Não sei quem inventou essa lenda, mas uma coisa é certa: fez por maldade. Pobre dos pipoqueiros que sofreram por causa dessa história mal contada. No final da década de 80, boatos começaram a rodar pelo Brasil, dizendo que os pipoqueiros estariam usando cocaína nas pipocas. Artimanha de traficantes ávidos por nova clientela, eles salpicavam a pipoca vendida nas portas das escolas com cocaína, em vez do tradicional sal. A ingestão da substância ilegal faria com que o petiz, enroscado na armadilha do vício, voltasse a comprar pipoca sempre do mesmo vendedor. E cada vez mais! A dúvida é: qual o lucro do pipoqueiro nessa história toda? Vendia a pipoca por um valor barato e comprava a cocaína custando os olhos da cara? Que
  • 35. Adriana Matheus 35 coisa... Isso tem cara de lenda de mãe que quer fazer medo em criança. SERINGAS DO INFERNO... Se já recebeu uma corrente por e-mail, então deve conhecer essa história. Um exemplo é a lenda de que seringas foram espalhadas em cinemas de várias capitais do Brasil. As pessoas, sem perceber a presença do objeto, sentavam sobre ele e então descobriam que tinham acabado de serem infectadas pelo vírus da AIDS. Essa leva o Selo lenda urbana clássica! Quero deixar bem claro que o vírus da AIDS é vulnerável demais para sobreviver a tanto tempo ao ar livre. Isso tá mais pra conto da carochinha. O BEBÊ DIABO – BRASIL... Essa lenda foi popularizada pelo famoso e extinto jornal NP, Notícias Populares, que circulou por vinte anos no Brasil e criou diversas das lendas urbanas que conhecemos; dentre elas, está a do Bebê Diabo. Segundo o jornal, ele era um bebê que nasceu com chifres, cascos e rabo e, de acordo com a mãe da criança, o próprio capeta era o pai. Provavelmente ele não passava de uma criança que nasceu com algum defeito genético, mas como bebês satânicos vendem mais que crianças deformadas, ele acabou ganhando esse estigma. Minha mãe contava essa história. Gente, eu morria de medo!
  • 36. LENDAS URBANAS 36 O CADÁVER NAS GARRAFAS DE COCA-COLA... Essa eu ouvi quando era criança, é velhinha... E tinha gente que dizia ter encontrado um dedo dentro de um casco, houve até caso de gente que queria pedir indenização. Eu e minha família nunca deixamos de tomar o refri, que, por sinal, é um dos melhores. Essa é bem famosa e eu cheguei a ouvi-la da minha própria mãe, mas na versão dela aconteceu lá em Porto Seguro/BA. Morávamos no RJ nessa época, e eu tinha uns dez anos. De acordo com a lenda, um funcionário da Coca-Cola teria sofrido um infarto enquanto operava um dos tanques de refrigerante, seu corpo teria caído dentro do tanque, que, de tão fundo, ninguém via o corpo mergulhado na Coca-Cola. Ele teria ficado lá por dias se decompondo e sendo engarrafado. Essa lenda foi tão forte que em seu ápice ela chegou a diminuir as vendas da Coca-Cola em todo o país. O MENINO DO PORÃO – LENDA BAIANA... Essa lenda, uma história contada há várias gerações, é sobre um menino que além de muito levado era também muito mentiroso e, certo dia, após aprontar muito, foi colocado de castigo no porão da escola por sua professora... Em todas as versões, depois de certo tempo, o menino começou a gritar desesperadamente que havia uma cobra com ele, mas, como ele era muito mentiroso, ninguém levou a sério... E a partir deste ponto a história apresenta algumas variações, pois algumas versões contam que era uma cobra pequena, mas venenosa, que picou o menino; outras dizem que seria uma enorme sucuri que devorou o garoto, depois de matá-lo por esmagamento. Há versões que dizem até que, quando a professora entrou no porão,
  • 37. Adriana Matheus 37 ainda pôde ver o pé do menino desaparecendo na boca da cobra... Bem, o final em todas as versões é o mesmo: a partir dessa trágica data, o fantasma do menino passou a assombrar os porões de diversas escolas na Bahia. Será? LADRÃO DE ÓRGÃOS – MUNDO... Muito embora o grosso das histórias relacionadas a essa lenda seja de uma ladra de rins, na verdade foram muitas as versões, e o ponto em comum entre elas era a de uma bela mulher que enganava suas vítimas, seja elas crianças ou adolescentes sedentos por sexo. A vítima acordava numa banheira cheia de gelo, com uma cicatriz enorme, devido ao roubo dos seus rins. Na versão das crianças, elas apareciam dias depois na porta de suas casas com a enorme cicatriz nas costas. A história ficou bastante conhecida e até ganhou um apelo totalmente negativo para o Brasil no filme americano Turista. PRAGA DA DANÇA... A epidemia começou em julho, com uma mulher bailando sem parar por seis dias. O transe acabou envolvendo centenas de pessoas e durou até setembro. Em julho de 1518, a cidade francesa de Estrasburgo, na Alsácia, viveu um carnaval nada feliz. Uma mulher, Frau Troffea, começou a dançar em uma viela e só parou quatro a seis dias depois, quando seu exemplo já era seguido por mais de trinta pessoas. Quando a febre da
  • 38. LENDAS URBANAS 38 dança completava um mês, havia uns quatrocentos alsacianos rodopiando e pulando sem parar debaixo do sol de verão do Hemisfério Norte. Lá para setembro, a maioria havia morrido de ataque cardíaco, derrame cerebral, exaustão ou simplesmente por causa do calor. Reza a lenda que se tratava de um bloco carnavalesco involuntário: na realidade ninguém queria dançar, mas ninguém conseguia parar. Os enlutados que sobraram ficaram perplexos para o resto da vida. Para provar que a epidemia de dança compulsiva não foi lenda coisa nenhuma, o historiador John Waller lançou, quatrocentos e noventa anos depois, um livro de duzentos e setenta páginas sobre o frenesi mortal: A Time to Dance, A Time to Die: The Extraordinary Story of the Dancing Plague of 1518. Segundo o autor, registros históricos documentam as mortes pela fúria dançante: anotações de médicos, sermões, crônicas locais e atas do conselho de Estrasburgo. Outro especialista, Eugene Backman, já havia escrito em 1952 o livro Religious Dances in the Christian Church and in Popular Medicine. A tese é que os alsacianos ingeriram um tipo de fungo, Ergot fung, um mofo que cresce nos talos úmidos de centeio, e ficaram doidões. Tartarato de ergotamina é componente do ácido lisérgico, o LSD. Waller contesta Backman. Intoxicação por pão embolorado poderia, sim, desencadear convulsões violentas e alucinações, mas não movimentos coordenados que duraram dias. O sociólogo Robert Bartholomew propôs a teoria de que o povo estava na verdade cumprindo o ritual de uma seita herética. Mas Waller repete: há evidência de que os dançarinos não queriam dançar, expressavam medo e desespero, segundo os relatos antigos. E pondera que é importante considerar o contexto de miséria humana que precedeu o carnaval sinistro: doenças como sífilis,
  • 39. Adriana Matheus 39 varíola e hanseníase, fome pela perda de colheitas e mendicância generalizada. O ambiente era propício para superstições. Uma delas era que, se alguém causasse a ira de São Vitor, também conhecido por São Guido, ele enviaria sobre os pecadores a praga da dança compulsiva. A conclusão de Waller é que o carnaval epidêmico foi uma enfermidade psicogênica de massa, uma histeria coletiva precedida por estresse psicológico intolerável. O ALBERGUE – ÍNDIA Esse é uma das mais revoltantes da lista, principalmente pelo fato de que parte dela é baseada em uma notícia real de crimes grotescos ocorridos na Índia durante a década de 70 a 80. Perto da atual capital Nova Deli, havia um vilarejo que hospedava ricos e poderosos de diversas partes do mundo. Nos territórios vizinhos ao vilarejo havia um albergue, que na verdade não era um albergue: era um centro de diversão mais bizarro e grotesco que talvez já tenha existido. Nesse lugar as crianças das famílias miseráveis da Índia vendiam seus filhos por uma quantia considerável. Os filhos, então, eram enjaulados e ficavam à espera de um comprador, um riquinho fdp que já tinha feito de tudo na vida e buscava por algo novo. O milionário comprava a criança/adolescente e se divertia torturando-a até a morte (ah, eu queria pegar um riquinho desse… o infeliz ia sofrer). Uma das mães se arrependeu do feito e noticiou à polícia local. E aí começa a lenda. Vertentes dizem que isso não era algo singular na Índia e talvez no mundo. Que era um forte esquema protegido por autoridades numa barreira de silêncio onde os delatores acabavam no albergue.
  • 40. LENDAS URBANAS 40 Outra versão da história dizia que foram mais de 1200 vítimas durante esses anos, embora tenha ficado claro que nos laudos da polícia não se sabe ao certo o número de vítimas, apenas que os crimes ocorreram durante a década de 70 e 80. Também ficou apenas na suspeita a hipótese de ser uma organização responsável por isso e que tinha esse propósito: o que se sabe era que havia tráfico de humanos no local e que, em alguns casos, os compradores alugavam o porão do albergue para realizar suas barbáries, o que não significa que, necessariamente, ocorria o homicídio de todos os humanos comprados. Existe ainda a versão que foi parar no cinema, a qual diz que o Albergue era alugado para os viajantes e esses viravam vítimas dos poderosos cheios da grana. De certa forma, só de pensar que os humanos são capazes disso, já enraivece. A MÚSICA DE TRÁS PRA FRENTE... Essa surgiu em meados dos anos oitentas, embora tenha tido base em outras semelhantes que transcorreram por todos os anos sessentas e setentas em outros países e acabou por servir de referência para filmes que utilizaram a história. A versão que ouvi no início da década de oitenta dizia-se que a banda criadora do Heavy Metal Rock, o Led Zeppelin, havia deixado uma oração satânica inserida dentro da música Starway to heave, mas que a única forma de se ouvir a tal oração era tocando a música de trás pra frente... Esse expediente foi também utilizado para criticar músicas da banda Black Sabath e até do cantor Alice Cooper nos EUA e Inglaterra. Contudo, nunca teve tanta repercussão como no Brasil com essa música do Led. Bem, o que aconteceu é que não apenas milhares de religiosos gravaram a música em fitas cassetes e depois as inverteram para ouvir a
  • 41. Adriana Matheus 41 tal oração, e milhares juram até hoje que a ouviram, mas não ousam repeti-la, como chegou até a ser mencionado na versão brasileira da série Batman, a volta do cavaleiro das trevas. E, com isso, os caras venderam milhões enquanto os tolos ladravam suas asneiras por aí. OLHA O ELVIS PRESLEY AÍ, GENTE! A frase que reza essa lenda é mundialmente conhecida: Elvis não morreu! Alguns chegam até a dizer que o viram em uma ilha. Outros comentam que ele foi abduzido e ganhou imortalidade, vivendo no mundo oculto. São tantos mitos em torno de sua morte que dava para escrever um livro só de possibilidades de ele estar vivo. A mais legal dela e a mais aceita é que Elvis Presley, por não aguentar mais a perseguição dos fãs e com sua carreira em declínio, decidiu arquitetar um plano para forjar sua morte. Achou um sósia o qual fez um acordo e comprou uma ilha paradisíaca na costa americana que foi fechada pelo governo desde sua ida para lá. E está lá até hoje, mas, como ninguém tem acesso à ilha, exceto o próprio governo, ninguém consegue provar nada. Elvis é visto até hoje, de vez em quando aparece alguém dizendo que o viu por aí! DISNEY RESSUSCITADO – EUA... Lenda urbana clássica da lista envolve Walt Disney, criador do Mickey, do Pato Donald e da Disneylândia. Milhões de americanos sabem que o gênio dos desenhos animados teve o corpo congelado logo depois de sua morte, para ser descongelado e ressuscitado no futuro. Fumante compulsivo,
  • 42. LENDAS URBANAS 42 Disney morreu em decorrência de um câncer no pulmão no dia quinze de dezembro de 1966, aos sessenta e cinco anos de idade. Mas a técnica de congelamento, chamada criogenia, foi aplicada pela primeira vez em um ser humano somente um mês depois. Ela conserva os tecidos e órgãos dos cadáveres em bom estado, mas não se conhece ainda uma forma de fazê-los voltar à vida. Oficialmente, Disney foi cremado depois de dois dias de velório. LENDA DE GUEDES... Uma curiosa lenda que envolve a cidade de Cariré/CE, a 265 km de Fortaleza, fala de uma mulher que havia se perdido na mata durante dias. Sem conseguir encontrar o caminho de volta, acabou por falecer de fome e sede e ironicamente a apenas duzentos metros de um açude. Pescadores relatam que, quando vão pescar no açude, podem-se ouvir os gritos de socorro de uma mulher em meio à mata, outras pessoas, em respeito à finada Guedes, construíram uma cruz no local onde ela foi encontrada morta. Algumas pessoas deixam lá pratos de comida ou garrafas com água e pedem pequenos milagres em troca, já levam velas e oram para que Guedes encontre a paz eterna. O pessoal da cidade costuma visitar o local com bastante frequência de dia, já à noite… tipo montar um acampamento próximo à cruz, isso ninguém faz. Ué? É impressão minha ou o povo transformou Guedes em oráculo? Ou será que é santa milagreira, ou é orixá? Cada uma viu! Quanto mais eu penso que a ignorância acabou, mas vejo que isso será impossível... Na verdade, parece que as pessoas precisam ter um fantasma em suas vidas, é como se isso desse certa apimentada a suas vidinhas monótonas.
  • 43. Adriana Matheus 43 A LENDA DAS BRUXAS... As famosas bruxas e suas lendas aterrorizavam os moradores de vilarejos europeus e americanos nos séculos XII, XIV, XV e XVI, mas, como sempre dizem, toda a lenda tem um começo, e não é diferente com as lendas de bruxas. Segundo documentos, populações inteiras sumiam de determinadas regiões da Alemanha, França e Inglaterra com medo dessas mulheres, que supostamente tinham pacto com o demônio e entendiam os fenômenos da natureza, mas na verdade tudo isso foi inventado. As bruxas vêm da cultura celta, onde elas eram sacerdotisas que cultuavam a noite e sabiam os segredos das florestas. Com o tempo, as lendas ganharam fantasia, e as bruxas ganharam vassouras, chapéus, roupas pretas, varinhas mágicas e até os gatos entraram na dança. Hoje em dia ainda existem bruxas, que seguem tradições milenares de culto à lua, que é considerada a mãe do universo, e utilizam também poções, caldeirões e até feitiços, claro que nada parecido com os feitiços do Harry Potter. A BRUXA DA BRUMA - PAÍS DE GALES O significado do nome Gwrach-y-rhibyn literalmente é Bruxa da Bruma, mas é mais comumente chamada de Bruxa da Baba. Dizem que parece com uma velha horrenda, toda desgrenhada, de nariz adunco, olhos penetrantes e dentes semelhantes a presas. De braços compridos e dedos com longas garras, tem na corcunda duas asas negras escamosas, coriáceas como a de um morcego. Por mais diferente que ela seja da adorável baixei irlandesa, a Bruxa da Baba do País de Gales lamenta e chora quando cumpre funções semelhantes, prevendo a morte. Acredita-se que a medonha aparição sirva de emissária
  • 44. LENDAS URBANAS 44 principalmente às antigas famílias galesas. Alguns habitantes de Gales até dizem ter visto a cara dessa górgona; outros conhecem a velha agourenta apenas por marcas de garras nas janelas ou por um bater de asas, grandes demais para pertencer a um pássaro. Uma antiga família que teria sido assombrada pela Gwrach-y-rhibyn foi a dos Stardling, do sul de Gales. Por setecentos anos, até meados do século XVIII, os Stardling ocuparam o Castelo de São Donato, no litoral de Glamorgan. A família acabou por perder a propriedade, mas parece que a Bruxa da Baba continuou associando São Donato aos Stardling. Uma noite, um hóspede do Castelo acordou com o som de uma mulher se lamuriando e gemendo abaixo de sua janela. Olhou para fora, mas a escuridão envolvia tudo. Em seguida ouviu o bater de asas imensas. Os misteriosos sons assustaram tanto o visitante que este voltou para cama, não sem antes acender uma lâmpada que ficaria acesa até o amanhecer. Na manhã seguinte, indagando se mais alguém havia ouvido tais barulhos, a sua anfitriã confirmou os sons e disse que seriam de uma Gwrach-y- rhibyn que estava avisando de uma morte na família Stardling. Mesmo sem haver um membro da família morando mais no casarão, a velha bruxa continuava a visitar a casa que um dia fora dos Stardling. Naquele mesmo dia, ficou-se sabendo que o último descendente direto da família estava morto. EMF 6742 – O DETECTOR DE FANTASMAS A festa Halloween pode já ter passado, mas alguns fantasmas e espíritos ficaram presos na sua casa. As vozes e vultos assustam você? Saiba quantos deles ainda estão por lá utilizando o EMF 6742, um detector de campo magnético que
  • 45. Adriana Matheus 45 funciona junto à rede wireless e verifica os níveis de eletromagnetismo no ar EMF? Segundo especialistas, variações intensas nos campos eletromagnéticos estão diretamente relacionadas à presença de espíritos. Portanto, quanto maior o valor de EMF acusado pelo EMF 6742, maior a quantidade de espíritos que andam assombrando seu lar. Saiba quem anda provocando aqueles barulhos estranhos, vultos e batidas de porta na sua casa com o EMF 6742. E aí, vai arriscar? Se você quiser brincar um pouco com EMF e vir a verdade ou mentira por detrás de toda essa história, o site Baixaki disponibiliza o download gratuito. Só tem um pequeno detalhe: ele só roda em Mac. DONO DO FIREFOX FAZ PACTO COM O TINHOSO – MUNDO Não sei se alguém tem conhecimento disso, mas nos navegadores Mozilla Firefox, Netscape e Seamonkey se você digitar na barra de endereços about: Mozilla, a tela fica vermelha e com um pequeno texto como se fosse uma passagem da Bíblia. Mas na verdade é uma passagem do livro de Mozilla. Aparece o seguinte texto: Mamon adormeceu. E o renascimento da criatura disseminou-se pela terra e seus seguidores tornaram-se exércitos. E eles apregoaram a mensagem e sacrificaram lavouras com fogo, com a astúcia das raposas. E eles criaram um novo mundo à sua imagem e semelhança conforme prometido pelo texto sagrado e contaram da criatura para suas crianças. Mamon despertou e, veja só, nada mais era do que um discípulo. De O Livro de Mozilla, onze e nove da manhã, décima primeira edição.
  • 46. LENDAS URBANAS 46 Em outras edições do Mozilla também aparece essa mensagem: Por fim, a criatura sucumbiu e os infiéis regozijaram-se. Porém nem tudo fora destruído, pois das cinzas ergueu-se um imponente pássaro. O pássaro mirou os infiéis e lançou sobre eles o fogo e o trovão. A criatura renascera com forças renovadas e os discípulos de Mamon encolheram-se horrorizados. De O Livro de Mozilla, sete e quinze da manhã. Estariam os navegadores escondendo alguma profecia? Teriam eles algum pacto? Será que existe realmente o Livro de Mozilla? Testem aí e vejam o que aparece. A verdade é que Mamon, em algumas culturas ligadas à religião católica, é o filho de Satã. Por isso surgiu a lenda do pacto. Entretanto há quem diga que a passagem se refere à Microsoft e que Mamon seria a empresa de Bill Gates. O que parece é ser uma brincadeira muito bem elaborada para despertar a curiosidade e fazerem os usuários baixarem o Firefox. No entanto, fica a dúvida, porque toda edição aparece com uma mensagem nova. Veremos no que isso irá terminar. CROCODILOS NA TUBULAÇÃO – NEW YORK As tubulações subterrâneas de água e esgoto de Nova Iorque estariam infestadas de crocodilos assassinos. Eles teriam vindo da Flórida, como animais de estimação. Mas foram se tornando grandes e violentos demais, e os antigos donos os soltaram nos esgotos. Esse mito foi criado por jornais sensacionalistas nos anos 1930, e resiste firme e forte até hoje. Outra versão para essa história é a do jacaré teimoso do rio Tietê, esse belo espécime apareceu na primeira vez em 1992 e
  • 47. Adriana Matheus 47 desde então ambientalistas do mundo todo resolveram salvar o rio, que era considerando o mais poluído do mundo. Valeu, teimoso! A LENDA DOS VAMPIROS... Essas lendas que falam sobre criaturas que se alimentam de sangue começaram desde o ano C (100), depois de Cristo, as histórias que começaram a aparecer na mitologia grega, que muitas vezes uniam pessoas que tinham poderes sobrenaturais, e também contos em que existiam criaturas com cabeça de gente e corpo de animal, talvez as lendas sobre vampiros surgissem desse pensamento, já que os animais que se alimentam de sangue são os morcegos e também possuem os dentes caninos mais avantajados, assim como os vampiros. As lendas sobre vampiros ficaram famosas na Europa e se expandiram por todo o mundo através das caravanas pelo mediterrâneo. Com o surgimento da religião católica, os vampiros e suas lendas se tornaram histórias condenadas pela igreja e seus contos e lendas eram proibidos de serem contados. Porém ciganos continuaram acreditando e, no ano de 1431, segundo as lendas, nasceu Vlad Drácula, que era um vampiro com o espírito de uma pessoa morta. Os vampiros, segundo as lendas, não possuem sombra, nem reflexo nos espelhos. Como os vampiros eram associados a bruxas e assassinos, poucos falavam sobre o assunto, mas com o passar do tempo, essas criaturas se tornaram famosas não só nas lendas como também em livros e filmes. Segundo as lendas, os vampiros saem à noite para beber o sangue dos humanos e também só entram na casa das pessoas se o dono permitir. Os humanos deveriam ter medo dos vampiros devido ao fato de
  • 48. LENDAS URBANAS 48 que, se fossem mordidos, poderiam se transformar em vampiros e perder a mortalidade, já que os vampiros são criaturas imortais. Canta ainda a lenda que os vampiros só morrem com uma estaca no coração e com exposição à luz solar. Cá para nós, é perigoso para qualquer um ficar exposto à luz solar hoje em dia, e qualquer pessoa morre com uma estaca no coração. Dawwww! A LENDA DO LOBISOMEM... Esse mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nessas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontram pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo. Tem, provavelmente, origem na Europa do século XVI, embora traços dessa lenda apareçam em alguns mitos da Grécia Antiga. Do continente europeu, espalhou-se por várias regiões do mundo. Chegou ao Brasil através dos portugueses que colonizaram nosso país, a partir do século XVI. Esse personagem possui um corpo misturando traços de ser humano e lobo. De acordo com a lenda, um homem foi mordido por um lobo em noite de Lua Cheia. A partir desse momento, passou a transformar-se em lobisomem em todas as noites em que a Lua apresenta-se nessa fase. Caso o lobisomem morda outra pessoa, a vítima passará pelo mesmo feitiço. A lenda no Brasil, principalmente no sertão, ganhou várias versões. Em alguns locais dizem que o sétimo filho homem de uma sucessão de filhos do mesmo sexo pode transformar-se em lobisomem. Em outras regiões dizem que, se uma mãe tiver seis filhas mulheres e o sétimo for homem, este se transformará em lobisomem. Existem também versões que
  • 49. Adriana Matheus 49 falam que, se um filho não for batizado, poderá se transformar em lobisomem na fase adulta. Conta a lenda que a transformação ocorre em noite de Lua Cheia em uma encruzilhada. O monstro passa a atacar animais e pessoas para se alimentar de sangue. Volta à forma humana somente com o raiar do Sol. Curiosidade... De acordo com a lenda, um lobisomem só morre se for atingido por uma bala ou outro objeto feito de prata. Oras... Se eu ou qualquer pessoa for atingida por uma bala, seja ela de prata ou não, com certeza iremos morrer, né? Cada uma viu! A LENDA DO CHUPA-CABRAS... É uma suposta criatura responsável por ataques sistemáticos a animais rurais em regiões da América, como Porto Rico, Flórida, Nicarágua, Chile, México, Brasil e Coito. O nome da criatura deve-se à descoberta de várias cabras mortas em Porto Rico com marcas de dentadas no pescoço e o seu sangue alegadamente drenado. Embora o assunto tenha sido explorado na mídia brasileira, os rumores sobre a existência de o misterioso ser foram gradualmente desaparecendo, cessando antes da virada do milênio. O primeiro ataque relatado ocorreu em março de 1995 em Porto Rico. Nesse ataque, oito cabras foram encontradas mortas, cada uma com três perfurações no tórax e totalmente esvaídas de sangue. Em 1975, mortes similares na pequena cidade de Corrente no Piauí foram atribuídas a El Vampiro de Moca, O Vampiro de Moca. Inicialmente suspeitou-se que as mortes estariam relacionadas à cultos satânicos; posteriormente mais mortes foram registradas
  • 50. LENDAS URBANAS 50 na ilha, reportadas por muitos fazendeiros. Cada animal teve seu sangue drenado por uma série de incisões circulares. Normalmente atacam as cabras nas cidades menores, quando as fêmeas têm o cio. Logo após os primeiros registros dos incidentes em Porto Rico, várias mortes de animais foram relatadas em outros países como: República Dominicana, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Panamá, Peru, Brasil, Estados Unidos e México. O fato é que o bicho nunca foi pego, não se sabe se realmente ele existe. Não se sabe o porquê exato dessa lenda ter chegado ao Brasil. OS BONECOS MALDITOS - MUNDO Essa história tem várias versões, alguns dizem que a boneca da Xuxa era amaldiçoada e que à noite ela ganhava vida e matava as criancinhas. Há também quem diga que, ao invés de matar as crianças, a boneca fazia com que elas matassem seus pais. Outros dizem que o boneco do Fofão vinha com uma adaga ou uma vela negra, ou ainda um revólver dentro dele. Algumas versões mais estendidas diziam que esses bonecos eram fabricados por uma seita satânica e que essa seita os carregava com energias demoníacas para levar as crianças para o mal. Foram tantas versões sobre o assunto que chegaram a chamar os inocentes brinquedos de Caixas de Pandora. Bom, eu odeio até hoje bonecos gigantescos, sempre tive a sensação de que eles ficam olhando, nos vigiando,
  • 51. Adriana Matheus 51 enquanto dormimos. Isso é opinião minha, e não quer dizer que os bonecos têm mesmo vida! ILHA DAS BONECAS – MÉXICO Esse era um lugar digno de estar na lista dos lugares mais assustadores do mundo. A ilha das bonecas, ou também conhecida como a ilha das bonecas mortas, é uma ilha no México com bonecas por todos os lados, presas nas árvores, empaladas em gravetos ou enforcadas nas casas… Nessa ilha morreu uma garota afogada em 1951, num canal da ilha. Os moradores da ilha acreditam que o espírito da garota continue por lá. O florista Julián Santana Barrera tem certeza… Julián afirma que a garota o perturbava, dia e noite, noite e dia, e descobriu uma forma de afastar o espírito dela, prendeu bonecas nas árvores e na casa dele. Em um efeito em cadeia, todos os moradores começaram a pendurar bonecas nas árvores, pois morriam de medo do tal espírito. A maioria com um olhar assustador, e penduradas e destruídas pela ação da natureza, o que dá um clima ainda mais sombrio. Falam que são as bonecas que conservam o espírito da garotinha sossegado. Ou talvez não… Julián Santana Barrera, quem começou tudo isso, morreu em 2001, aos cinquenta anos, afogado… Sinistro, é?! Já imaginaram? Um monte de bonecas horrorosas e velhas penduradas em uma ilha? Que coisa... dá medo mesmo...
  • 52. LENDAS URBANAS 52 O CASO DOS IRMÃOS ARAGÃO... Ninguém sabe até onde essa história é verdadeira, característica típica de uma lenda urbana. Mesmo assim, bastante interessante. Manaus, dezoito de junho de 2005, a polícia finalmente localiza os três irmãos Aragão, um fato que apesar de muito divulgado pela imprensa ganhou pouca repercussão nacional, devido à falta de esclarecimentos das autoridades. Dois dos irmãos foram encontrados mortos, de forma misteriosa. A segunda, uma garota que tinha na faixa de dezoito anos, fora encontrada perdida vagando pelas matas, completamente despida. Fora cometida por uma espécie de loucura momentânea e hoje se encontra sob tratamento psiquiátrico. As notícias liberadas pela polícia eram absurdas e muito contraditórias. Nunca ninguém soube, de fato, o que havia realmente ocorrido. Até o ano de 2008, quando uma suposta carta veio aparecer. Na tal carta o irmão mais novo da família Roberval faz uma espécie de reportagem, ele narra um fato, que poderia esclarecer o mistério ocorrido naquela data, mas a polícia nega a veracidade da carta. Na carta eles relatam a existência de um gravador, os investigadores dizem que esse gravador jamais existiu, mas muitos afirmam que ele, ainda hoje, encontra-se sob poder da polícia. A família não confirma os fatos e, desde 2006, não aparece em público, e já deixaram bem claro que jamais voltarão a falar sobre tal assunto… Não se sabe ao certo como o conteúdo dessa carta, que parece uma página do diário de um dos irmãos, chegou à internet, apenas sabemos tratar-se de um relato fascinante. Após três dias de busca foram encontrados os corpos dos dois irmãos. Reinaldo estava deitado na sala, com o corpo em forma de cruz e sobre seus pés havia um crânio de cachorro. Roberval foi encontrado deitado sobre os joelhos, sua face
  • 53. Adriana Matheus 53 estava roxa, ele morrera de asfixia, a polícia disse se tratar de suicídio. Uma forma meio exótica de se matar. Alicia fora encontrada nua correndo pela mata. Estava num avançado estado de desidratação. Até hoje ninguém sabe que fim teve o caso, ninguém sabe se Alicia realmente ficou grávida ou teve sucesso com aquela invocação. Esse caso permanece um mistério, muitos o escarnecem, dizem tratar-se apenas de um boato ou mera história. Já outras pessoas usam esse caso como exemplo para outros jovens que um dia possam vir a ter esse tipo de curiosidade. Bom, eu quero ressaltar que tenho em poder a carta, em que um dos irmãos relata sobre o acontecido, porém esse não é um livro de magia negra, é um livro de ficção fantástica e de forma alguma minha intenção é induzir ou incentivar quem quer que seja a fazer um pacto. E conhecedora de alguns aspectos da magia, posso afirmar que a carta é além de assustadora um tanto... real. Mas, em minha opinião como leitora, posso dizer o seguinte: no mínimo essa irmã que ainda está viva mantinha relações secretas com um dos irmãos ou com os dois. E, durante o suposto pacto com o demônio, eles estariam todos drogados e foi aí que o mais velho quis ter relações com a irmã na frente do outro, o que causou um ciúme doentio no mais novo. E depois o mais novo deve ter investido para cima da irmã, o que a fez matá-lo. Ou... eles, num momento de alucinação, quiseram estuprá- la, o que ocasionou na morte dos dois. É só a minha opinião, porque, embora tenha achado o conteúdo da carta muito parecido com um pacto, vejo outro lado da moeda. Essa história está muito mal contada e eu acho que a polícia deveria divulgá-la ao invés de deixar que a culpar caísse sobre as forças sobrenaturais. Gente, pacto é coisa séria e, garanto a vocês, que o suposto diabo não tem o poder de tocar
  • 54. LENDAS URBANAS 54 fisicamente em uma pessoa. Não estou defendendo o diabo não, longe disso... o que estou tentando dizer é que nem tudo o que acontece na vida é coisa dele. Afinal, Deus nos deu o poder de escolha e isso se chama livre-arbítrio. Tenho lido muitas histórias, como a de Emily Rose, que na verdade se chamava Anneliese Michel. Eu já li a história dela completa e também assisti ao filme. E posso somente dizer uma coisa: aquela moça foi brutalmente espancada e assassinada por pessoas que se julgavam acima do bem e do mal. Fizeram um exorcismo nela que com certeza era desnecessário. Essa moça, na verdade, era uma jovem reprimida sexualmente e que sofria de depressão e epilepsia. Quando li essa história, confesso que senti o espírito dela perto de mim e este me disse somente uma coisa: “orem por mim”. Como muitas pessoas sabem, a maioria das minhas obras é de cunho psicografista. Para matar a curiosidade de alguns, posso afirmar que ela não é um obsessor, mas que também não consegue descansar. Quem sabe um dia eu escrevo algo sobre o caso. Mas logicamente será a verdadeira história... e não versão de pais fanáticos e padres loucos. Entendam como queiram, mas Anneliese foi assassinada. Sem mais a dizer sobre esse caso. FREIRA ISABEL E O DIA DAS MÃES... Em 1979 uma jovem que estudava em um colégio de freiras, sentada em um banquinho, ouve Irmã Isabel contar a seguinte história para a turma: No ano de 1977 uma professora resolveu fazer uma atividade, de educação artística, para montar o presente do Dia das Mães com os alunos do jardim da infância. Então ela disse:
  • 55. Adriana Matheus 55 – Tragam grampos de roupas que com eles montaremos um presente lindo para o Dia das Mães: um crucifixo feito destes grampinhos! Naquele instante, a aluna Marina ergueu os braços e indagou: – E quem tem a mãe morta pode dar o presente para quem? A freira respondeu: – Pode oferecer para uma pessoa na família que faça o papel de mãe: o pai, uma tia, etc. A garota comentou: – Eu moro com a minha tia, mas quero dar um presente para ela quando chegar o dia das tias. Existe o dia das tias? A mestra respondeu pensativa: – Bem, no momento, preocupe-se em fazer o seu trabalho artístico com os grampos de roupa, que arrumarei a solução para o seu problema mais tarde. Assim, todos os alunos, até mesmo Marina, confeccionaram crucifixos de grampinhos para darem as suas mamães. Numa sexta-feira, faltando dois dias para a comemoração das mães, a professora chegou perto de Marina e explicou: – Tive uma ideia, você gostaria de levar este presente até o túmulo de sua mãe? A menina exclamou: – Claro! Então a professora continuou: – Hoje ligarei para a sua tia para explicar a situação e falar que gostaria de acompanhá-la até o cemitério. Dessa maneira, no Dia das Mães, a professora foi até o túmulo da mãe de Marina, que deixou o presente na cripta. Na mesma noite, Isabel sonhou com uma mulher vestida de azul, semelhante à foto da moça da lápide, que disse:
  • 56. LENDAS URBANAS 56 – Muito obrigada por ajudar a minha filha! Amei o presente que ela fez, com a sua ajuda, para mim. Várias mães falecidas sentem falta das orações dos seus filhos no Dia das Mães. Por isso, a professora Isabel até hoje aconselha os filhos que possuem mães falecidas a visitarem seus túmulos nos Dia das Mães. NO MEIO DA ESTRADA... Havia algo estranho. Todos dentro do ônibus podiam sentir isso. Eles haviam saído de Belém no final da noite, em direção a São Luiz. A estrada era perigosa, todos sabiam disso. Havia perigo de acidentes, assaltos... Mas não era tudo. Havia algo de sobrenatural e temeroso no ar. Como se algo estivesse para acontecer... Uma criança começou a chorar. A mãe colocou a cabeça da menina no peito e afagou-lhe os cabelos, tentando confortá-la. Lá na frente, perto do motorista, uma velhinha rezava, segurando um terço. O motorista suava e, de quando em quando, levava a mão à cabeça, como se houvesse algo ali que o incomodasse. Súbito, apareceu algo no meio da estrada. Parecia um carro policial. Dois homens sinalizavam para que o ônibus parasse. O motorista se lembrou de que eram comuns os assaltantes se disfarçarem de policiais... Isso quando não eram os próprios policiais que praticavam os assaltos. “Não pare para eles! São ladrões!”, gritou um homem, entre lágrimas. – Vão matar todos nós – choramingou uma mulher. – Apesar dos protestos, o motorista parou. Os dois homens entraram com armas na mão. – Todos parados! – berrou um deles. Havia algo de estranho nos dois... Como se fizessem parte de outra realidade. Seus corpos pareciam intangíveis.
  • 57. Adriana Matheus 57 – São fantasmas, mamãe. São fantasmas! Vieram para nos levar – gemeu a garotinha. – Os homens devem se levantar e colocar as mãos para cima – ordenou o policial. Os homens, resignados, levantaram-se e deixaram-se revistar. Depois foi pedido que abrissem as sacolas. Os dois olharam tudo, depois saíram. – Boa viagem! – disse um deles ao motorista, mas ele não respondeu. Na verdade, o motorista nem mesmo pareceu prestar atenção neles. Ele simplesmente fechou a porta, sinalizou e saiu. Os dois ficaram lá, parados no meio do mato, observando o veículo se afastar. Um deles encostou-se ao carro e acendeu um cigarro. – Sei, eu não entendo porque temos de ficar aqui, no meio desta estrada esquecida por Deus revistando ônibus... – Você não soube... Do ônibus que foi assaltado? – Não, eu estava de férias... – Era um ônibus como este... Apontou com o veículo que já sumia no horizonte. Eles pararam no meio do caminho para pegar um passageiro. Era um assaltante. Ele tentou parar o carro, mas o motorista se negou. Foi morto com um tiro na cabeça. O ônibus bateu, então, em um caminhão. Todo mundo morreu. – Sabe, agora que você falou, estou me lembrando de uma coisa estranha... O cabelo daquele motorista parecia manchado de sangue... – Você... Você anotou a placa? – gaguejou o policial. – Claro. Está aqui. É OB 1326. O outro ficou lívido. – Era... Era o ônibus do acidente! Tá doido! Quem era quem afinal?
  • 58. LENDAS URBANAS 58 CIGANA SORAYA... Na Idade Média, uma caravana de ciganos hospedou-se em uma cidade. Logo o grupo começou a trabalhar fazendo as seguintes atividades: jogando tarô, lendo as mãos das pessoas na rua, dançando, vendendo e confeccionando artesanato. Nessa caravana havia uma excelente dançarina chamada Soraya. Certo dia, a princesa Karin resolveu sair do castelo, vestida de mendiga só para ver o espetáculo dos ciganos na rua. A princesa viu Soraya dançar divinamente e ficou encantada. Quando a bailarina terminou a apresentação, Karin aproximou-se da tenda e disse: – Parabéns pela apresentação! Eu sou a princesa Karin, estou disfarçada de mendiga porque fugi do meu castelo para ver os ciganos dançarem. Fiquei tão apaixonada pelo seu bailado, que gostaria de ter aulas de dança cigana com você. Avisarei aos soldados do meu pai para deixá-la entrar amanhã de manhã no castelo. A cigana falou: – Eu aceito a proposta. Mas só posso sair com o meu irmão Pablo, que é músico. Karin comentou: – Tudo bem, você poderá trazer o seu irmão também. Afinal precisamos de um instrumentista para fazer as aulas. Então, no dia seguinte, Soraya e Pablo foram recebidos no castelo pela princesa, que levou os ciganos a um salão enorme. No meio da aula o rei abriu a porta do local e perguntou: – O que está acontecendo aqui?! Sua filha explicou: – Estou tendo aulas de dança cigana, papai. O homem entrou no salão, olhou a cigana Soraya de cima a baixo e comentou:
  • 59. Adriana Matheus 59 – Gente bonita! Podem continuar as aulas, desde que sejam na minha presença. O nobre não tirava os olhos da cigana. No dia seguinte, Soraya recebeu um ramalhete de flores, que foi entregue por um soldado do rei. A jovem ficou atordoada, mesmo assim voltou para o castelo com o objetivo de ensinar dança cigana para a princesa. Porém, no meio da aula, a rainha abriu a porta do salão e ficou com inveja das belas pernas da cigana, que apareciam de acordo com o movimento da enorme saia. Naquele dia, após a aula, dentro do castelo, o rei aproveitou-se que Pablo afastou-se da irmã e puxou a cigana para o seu quarto, agarrou-lhe e deu- lhe um beijo à força. Naquele instante a rainha abriu a porta, viu a cena e ficou horrorizada de ciúmes. No mesmo dia ela condenou Soraya à forca alegando, falsamente, que a moça era bruxa. Mas, no instante do enforcamento, a corda partiu-se misteriosamente, soltando o corpo da garota no chão sem feri-la. Então o padre falou: – Quando uma coisa destas acontece, significa que o condenado é inocente. Portanto, podem soltar a jovem! À noite, Soraya estava dormindo em sua tenda. Quando, de repente, soldados encapuzados sequestraram a jovem e a colocaram numa carroça. Eles pararam no meio da floresta e, de outra carroça, saiu a rainha, que disse: – Você escapou do enforcamento, mas não escapará da minha vingança. Pois cortarei as suas belas pernas. Desse jeito, a monarca cortou as pernas de Soraya com um machado. Por isso a pobre cigana morreu de hemorragia no meio do mato. No meio daquela floresta existia uma senhora chamada Mary, mãe de uma adolescente chamada Brenda, que tinha pernas, mas nunca andou na vida. Mary estava indo pegar água do poço, quando de repente viu o corpo da cigana sem as pernas. Então ela orou pela alma da jovem e enterrou a pobre.
  • 60. LENDAS URBANAS 60 Quando ela chegou a casa, viu que sua filha deficiente estava de pé. Assim, a mulher perguntou: – O que é isto, Brenda?! Você tem treze anos de idade, e nunca andou na vida! A menina explicou: – Hoje apareceu para mim uma linda moça, sem pernas, flutuando pelo ar. Ela falou que eu andaria como forma de agradecimento, porque a senhora rezou pela sua alma e enterrou o seu corpo, que teve as pernas amputadas. Esse conto ou lenda é muito famoso e antigo entre os ciganos. FIM
  • 61. Adriana Matheus 61 II O FOLCLORE BRASILEIRO... que é Folclore? Podemos definir como folclore o conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas dessas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. Por ser dividido em lendas e mitos, muitos deles deram origem a festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país. As lendas são histórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os O
  • 62. LENDAS URBANAS 62 fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido às coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido à vida e ao mundo. O BOITATÁ... Representado por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que esse mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como fogo que corre. CURUPIRA OU CAIPORA... Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira. É um Mito do Brasil que os índios já conheciam desde a época do descobrimento. Índios e Jesuítas o chamavam de Caiçara, o protetor da caça e das matas. É um anão de cabelos vermelhos com pelo e dentes verdes. Como protetor das Árvores e dos Animais, costuma punir os agressores da natureza e o caçador que mate por prazer. É muito
  • 63. Adriana Matheus 63 poderoso e forte. Seus pés voltados para trás serve para despistar os caçadores, deixando-os sempre a seguir rastros falsos. Quem o vê, perde totalmente o rumo, e não sabe mais achar o caminho de volta. É impossível capturá-lo. Para atrair suas vítimas, ele, às vezes, chama as pessoas com gritos que imitam a voz humana. É também chamado de Pai ou mãe-do-mato, Curupira e Caapora. Para os Índios Guaranis ele é o Demônio da Floresta. Às vezes é visto montando um Porco do Mato. Uma carta do padre Anchieta datada de 1560 dizia: Aqui há certos demônios, a que os índios chamam Curupira, que os atacam muitas vezes no mato, dando-lhes açoites e ferindo-os bastante. Os índios, para lhe agradar, deixavam, nas clareiras, penas, esteiras e cobertores. De acordo com a crença, ao entrar na mata, a pessoa deve levar um Rolo de Fumo para agradá-lo, no caso de cruzar com Ele. Nomes comuns: Caipora, Curupira, Pai do Mato, Mãe do Mato, Caiçara, Caapora, Anhanga, etc. Origem Provável: É oriundo da Mitologia Tupi, e os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando da época do descobrimento, depois se tornou comum em todo país, sendo junto com o Saci os campeões de popularidade. Entre os tupis-guaranis, existia outra variedade de Caipora, chamada Anhanga, um ser maligno que causava doenças ou matava os índios. Existem entidades semelhantes entre quase todos os indígenas das Américas Latina Central. Em El Salvador, El Cipitío, é um espírito tanto da floresta quanto urbano, que também tem os mesmos atributos do Caipora. Ou seja, pés invertidos, capacidade de desorientar as pessoas, etc. Mas, este El Cipitío, gosta mesmo é de seduzir as mulheres. Conforme a região, ele pode ser uma mulher de uma perna só que anda pulando, ou uma criança de um pé só, redondo, ou um homem gigante montado num porco do mato, e seguido por um cachorro chamado papa-mel. Também, dizem que ele tem o poder de ressuscitar animais mortos e que ele é o pai do
  • 64. LENDAS URBANAS 64 moleque Saci-Pererê. Há uma versão que diz que o Caipora, como castigo, transforma os filhos e mulher do caçador mau em caça, para que este os mate sem saber. A função dessa divindade era o controle, sabedoria, e manuseios de tudo que estava relacionado às plantas medicinais, como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso de chá, mezinhas, beberagens e outros medicamentos feitos a partir de plantas. Como suas qualidades eram as da farmacopeia, também era atribuído a ele o domínio das matas onde guardava essas ervas sagradas, e costumava confundir as pessoas que não pediam a ele a autorização para a coleta dessas ervas. MÃE DO OURO... Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e, após atrair homens casados, os faz largar suas famílias. CORPO-SECO... É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e a maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.
  • 65. Adriana Matheus 65 PISADEIRA... É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio. De acordo com a lenda a Pisadeira passa grande parte do tempo nos telhados das casas. Ela fica observando o movimento dentro das casas. Após o jantar, quando alguém vai dormir de barriga cheia ela entra em ação. Sai de seu esconderijo e pisa no peito da pessoa, deixando-a em estado de paralisia. Porém, a vítima da Pisadeira consegue acompanhar tudo de forma consciente o que traz grande desespero para a pessoa, pois nada consegue fazer para sair da situação. MULA SEM CABEÇA... Surgiu na região do interior. Conta que uma mulher teve um romance com um padre e, como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas. Nos pequenos povoados ou cidades, onde existam casas rodeando uma igreja, em noites escuras, pode haver aparições da Mula Sem Cabeça. Também se alguém passar correndo diante de uma cruz à meia-noite, ela aparece. Dizem que é uma mulher que namorou um padre e foi amaldiçoada. Toda passagem de quinta para sexta-feira ela vai numa encruzilhada e ali se transforma na besta. Então, ela vai percorrer sete povoados, ao longo daquela noite, e, se encontrar alguém, chupa seus olhos, unhas e dedos. Apesar do nome, Mula Sem Cabeça, na verdade, de acordo com quem já a viu, aparece como um animal inteiro,
  • 66. LENDAS URBANAS 66 forte, lançando fogo pelas narinas e boca, onde tem freios de ferro. Nas noites que ela sai, ouve-se seu galope, acompanhado de longos relinchos. Às vezes, parece chorar como se fosse uma pessoa. Ao ver a Mula, deve-se deitar de bruços no chão e esconder unhas e dentes para não ser atacado. Se alguém, com muita coragem, tirar os freios de sua boca, o encanto será desfeito e a Mula Sem Cabeça voltará a ser gente, ficando livre da maldição que a castiga, para sempre. Nomes comuns: Burrinha do Padre, Burrinha, Mula Preta, Cavalo Sem Cabeça, Padre Sem Cabeça, Malora (no México). Origem Provável: É um mito que já existia no Brasil colônia. Apesar de ser comum em todo Brasil, variando um pouco entre as regiões, é um mito muito forte entre Goiás e Mato Grosso. Mesmo assim, não é exclusivo do Brasil, existindo versões muito semelhantes em alguns países hispânicos. Conforme a região, a forma de quebrar o encanto da Mula pode variar. Há casos onde, para evitar que sua amante pegue a maldição, o padre deve excomungá-la antes de celebrar a missa. Também basta um leve ferimento feito com alfinete ou outro objeto, o importante é que saia sangue, para que o encanto se quebre. Assim, a Mula se transforma em outra mulher e aparece completamente nua. Em Santa Catarina, para saber se uma mulher é amante do Padre, lança-se ao fogo um ovo enrolado em fita com o nome dela, e, se o ovo cozer e a fita não queimar, ela é. É importante notar que também, algumas vezes, o próprio Padre é que é amaldiçoado. Nesse caso, ele vira um Padre Sem Cabeça, e sai assustando as pessoas, ora a pé, ora montado em um cavalo do outro mundo. Há uma lenda norte-americana, O Cavaleiro sem cabeça, que lembra muito essa variação. Algumas vezes a Mula pode ser um animal negro com a marca de uma cruz branca gravada no pelo. Pode ou não ter cabeça,
  • 67. Adriana Matheus 67 mas o que se sabe de concreto é que a Mula é mesmo uma amante de Padre. Credo! O SACI... A lenda do Saci data do fim do século XVIII. Durante a escravidão, as amas-secas e os caboclos-velhos assustavam as crianças com os relatos das travessuras dele. Seu nome no Brasil é de origem tupi-guarani. Em muitas regiões do Brasil, o Saci é considerado um ser brincalhão enquanto que em outros lugares ele é visto como um ser maligno. É uma criança, um negrinho de uma perna só, que fuma um cachimbo e usa na cabeça uma carapuça vermelha que lhe dá poderes mágicos, como o de desaparecer e aparecer onde quiser. Existem três tipos de Sacis: O Pererê, que é pretinho, o Trique, moreno e brincalhão, e o Saçurá, que tem olhos vermelhos. Ele também se transforma numa ave chamada Matiaperê, cujo assobio melancólico dificilmente se sabe de onde vem. Ele adora fazer pequenas travessuras, como esconder brinquedos, soltar animais dos currais, derramar sal nas cozinhas, fazer tranças nas crinas dos cavalos, etc. Diz a crença popular que dentro de todo redemoinho de vento existe um Saci. Ele não atravessa córregos nem riachos. Alguém perseguido por ele deve jogar cordas com nós em seu caminho, que ele vai parar para desatar os nós, deixando que a pessoa fuja. Diz a lenda que, se alguém jogar dentro do redemoinho um rosário de mato bento ou uma peneira, pode capturá-lo e, se conseguir sua carapuça, será recompensado com a realização de um desejo. Nomes comuns: Saci-Cererê, Saci-Trique, Saçurá, Matimpererê, Matintaperera, etc. Origem Provável: Os primeiros relatos são da Região Sudeste, datando do Século XIX, em Minas e São Paulo, mas
  • 68. LENDAS URBANAS 68 em Portugal há relatos de uma entidade semelhante. Esse mito não existia no Brasil Colonial. Entre os Tupinambás, uma ave chamada Matintaperera, com o tempo, passou a se chamar Saci- Pererê, e deixou de ser ave para se tornar um caboclinho preto de uma só perna, que aparecia aos viajantes perdidos nas matas. Também de acordo com a região, ele sofre algumas modificações: por exemplo, dizem que ele tem as mãos furadas no centro, e que sua maior diversão é jogar uma brasa para o alto para que esta atravesse os furos. Outros dizem que ele faz isso com uma moeda. Há uma versão que diz que o Caipora é seu pai. Dizem também que eles (vários Sacis) costumam se reunir à noite para planejarem as travessuras o que irão fazer. O saci tem o poder de se transformar no que quiser. Assim, ora aparece acompanhado de uma horrível megera, ora sozinho, ora como uma ave. SACI-PERERÊ... É representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas. A figura do Saci surge como um ser maléfico, como somente brincalhão ou gracioso, conforme as versões comuns ao Sul. Na Região Norte do Brasil, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu uma perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também, da cultura africana, o pito, uma espécie de cachimbo, e, da mitologia europeia herdou o píleo, um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo. O Saci é um negro jovem de uma só perna, portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe confere poderes mágicos. Sobre este