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História 08

                                    "Jesus na Samaria"
                       ( PELO ESPÍRITO DE HUMBERTO DE CAMPOS -
                     PSICOGRAFADO POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER)


                                    Descendo Jesus de Jerusalém para Cafarnaum, seguido de
                              alguns discípulos, nas suas habituais jornadas a pé, alcançou a
                              Samaria*, quando o crepúsculo já se fazia mais sombrio.

                              ( Nota: * Samaria- cidade sobre a montanha. Lugar escolhido pelo
                              ponto de vista estratégico, econômico e urbanístico. De fato, agüentou
                              o sítio dos assírios e só depois de três anos, foi conquistada. Daí seu
                              nome Samaria (TORRE SEM GUARDA)

                                    Felipe, André e Tiago, estando com fome, deixaram o Mestre a
                              repousar junto de uma pequena herdade e demandaram o lugarejo
                              mais próximo, em busca de alimento.




      O Messias, olhando em torno de si, reconheceu que se
encontrava ao lado da Fonte de Jacob. Envolvida nos revérberos do Sol
que ia ceder lugar às sombras da noite que se aproximava, uma mulher
acercou-se do antigo poço e observou que o Mestre lhe ia ao encontro
com a bela e costumeira placidez do semblante, e lhe pedia de beber.
      - Como sendo tu um judeu, me pedes um favor a mim, que sou
samaritana?*

(Nota:* Havia uma inimizade ferrenha entre os judeus e os samaritanos
naquela época. Os motivos eram vários. Religiosos, políticos e sociais.
Depois da conquista da Samaria por outros povos, tornou-se até uma
mistura de raças e crenças abominadas pelos judeus, que ao contrário
dos samaritanos, era radicais quanto à raça e crença. Os samaritanos
eram considerados à margem da sociedade (párias), sendo por isso
desprezados.




                                    Jesus descansou na interlocutora o olhar tranqüilo e redargüiu :
                                    - Os judeus e samaritanos terão por ventura, necessidades
                              diversas entre si? Bem se vê que não conheces os dons de Deus,
                              porquanto se houvesse guardado os mandamentos divinos,
                              compreenderias que te posso dar água viva.*

                              (Nota:* _ Serão as pessoas diferentes quanto às suas necessidades?
                              Todos não sentem fome, sede, frio, calor anseios, alegrias, tristezas,
                              dor, felicidade, etc?

                                   - Bem se vê que és ignorante, não conhecendo os Dons de Deus
                              – "Amor, Bondade, Justiça, Misericórdia, etc." Não Conhecendo os
                              Dons de Deus não guardas os Mandamentos que resumidos são:



                                                                                                       1
AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Se guardasses
os Mandamentos, compreenderias que te posso dar ÁGUA VIVA.)
       - Que vem a ser essa água viva? – inquiriu a samaritana impressionada. Onde a tens, se a
água aqui existente é apenas a deste poço? Acaso serias maior que nosso pai Jacob que nô-la deu
desde o princípio?
       - Mulher, a água viva é aquela que sacia toda sede: vem do amor infinito de Deus e santifica as
criaturas. E envolvendo a samaritana no doce magnetismo de seu olhar, continuou: Este poço de
Jacob secará um dia. No leito da terra em que agora repousam suas águas claras, a serpente poderá
fazer seu ninho. Não sentes a verdade de minhas afirmativas, ante a tua sede de todos os dias? Não
obstante levares cheio o cântaro, voltarás logo ao poço, com uma nova sede. Entretanto, os que
beberem da água viva estarão eternamente saciados. Para esses não mais haverá a necessidade
material que se renova a cada instante da vida. Perene conforto lhes refrescará os corações através
dos caminhos mais acidentados, sob o sol ardente dos desertos do mundo...
       A mulher escutava presa de funda impressão, aquelas palavras que lhe chegavam ao santuário
do espírito com a solenidade de uma revelação.
       - Senhor, dá-me dessa água* ! - exclamou interessada.

(Nota:* Essa água viva que sacia a sede do Espírito imortal que está acima de todas as coisas
materiais e perecíveis. Com a desenvoltura espiritual, terminam todas as vãs paixões e necessidades
fisiológicas, porque toda sabedoria, toda boa obra, todo bom pensamento , é alimento para o espírito
e se constitui em água viva. Não podemos esquecer que Jesus falava do futuro espiritual, das
moradas elevadas das coisas celestiais. Não falava das coisas e necessidades materiais urgentes da
criatura encarnada, sujeita a todas as vicissitudes da vida terrena, necessidades que se renovam a
cada instante. O conhecimento de todas estas coisas traz grande conforto e aplaina os caminhos
mais acidentados e ardentes dos desertos do mundo. "ÁGUA VIVA É A VERDADE "-
"CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ"

      - Mas ouve! - disse-lhe Jesus.
      E o Mestre passou a esclarecê-la sobre fatos e circunstâncias íntimas de sua vida particular,
explicando-lhe o que se fazia necessário para que a sagrada emoção do amor divino lhe iluminasse a
alma, afastando-a de todas as circunstâncias penosas da existência material.
      Observando que não havia segredos para Jesus, a samaritana chorou e respondeu:
      - Senhor, vejo que és de fato um profeta.

      Quando Jesus disse: "Vai, chama o teu marido", ela lhe
respondeu:
      - Não tenho marido.
      Jesus respondeu:
      - Isto o dizes em verdade, porque cinco maridos já tiveste e este
com quem vives não é teu marido. Com o poder de ver no tempo e no
espaço, pode o Mestre saber esta questão.

       Continuou a mulher :
       - Meu espírito está cheio de boa vontade e, desde muito, penso
na melhor maneira de purificar minha vida e santificar os meus atos.
Entretanto, é tal a confusão que observo em torno de mim, que não sei
como adorar a Deus. Os meus familiares e vizinhos afirmam que é
indispensável celebrar o culto ao todo Poderoso neste monte (Garizim).
Os judeus nos combatem e asseveram que nenhuma cerimônia terá
valor fora dos muros de Jerusalém. As discórdias nesta Região têm
chegado ao cúmulo. Já que tenho a felicidade de ouvir as tuas
palavras, ensina-me o melhor caminho.
      O Mestre observou-a compadecido e exclamou:
      - Tens razão. As divergências têm implantado a maior desunião entre os membros da grande
família humana. Entretanto, o pastor vem ao redil para reunir as ovelhas que os lobos dispersaram.
Em verdade, afirmo-te que virá um tempo em que não se adorará a Deus nem neste monte, nem no
templo suntuoso de Jerusalém. Porque o Pai é Espírito e só em espírito deve ser adorado. Por isso
venho abrir o templo dos corações sinceros para que todo culto a Deus se converta em íntima
comunhão entre o homem e seu criador.
       - Meu desejo sincero é adorar a Deus, mas como e onde? Tantas religiões, tantas divergências


                                                                                                     2
e discórdias...
      Jesus explica que o santuário não é nos templos de pedra ou nas montanhas. A verdadeira
adoração se processa no santuário do espírito e no coração. Deus é espírito e não habita um templo
de pedra. É AMOR, é BONDADE, é JUSTIÇA. O verdadeiro culto a Deus é a comunhão íntima do
Homem com o seu criador.

                                       Suave silêncio se fez entre ambos. Daí a alguns instantes,
                                 acompanhados de grande número de populares, chegavam os
                                 discípulos, admirando-se todos de encontrarem o Messias em
                                 conversação íntima com uma mulher. Nenhum deles todavia aventurou
                                 qualquer observação menos digna ou imprudente.
                                       A samaritana impressionada com as suas revelações, solicitou a
                                 presença de seus familiares e vizinhos, a fim de lhe ouvirem a palavra.
                                       Tiago e André haviam trazido pão e frutas, insistindo com Jesus
                                 para que se alimentasse. O Mestre, porém, aproveitou o instante pra
                                 mais uma vez ensinar o caminho do Reino, com as palavras amigas,
                                 compondo parábolas singelas.
                                       Muita gente se aglomerava para ouvi-lo. Eram viajantes que
                                 demandavam regiões diferentes, a par de grande grupo de samaritanos
                                 de opiniões exaltadas. A enorme assembléia se pôs a caminho, mas o
                                 Messias continuou espalhando as suas promessas de esperança e
                                 consolação.
                                       Nesse ínterim, Felipe consultou os companheiros e,
aproximando-se de Jesus, rogou-lhe carinhosamente:
       - Mestre, por favor, aceitai um pouco de pão.
       - Não de preocupes, Felipe – disse o Messias. – Não tenho fome. Aliás, recebo um alimento
que talvez meus próprios discípulos ainda não puderam conhecer.
       - Qual? – atalhou o apóstolo com interesse.
       - Antes de tudo, meu alimento é fazer a vontade daquele Pai misericordioso e justo que a este
mundo me enviou, a fim de ensinar o seu amor e a sua verdade. Meu sustento é realizar sua obra.
       - É verdade – observou o discípulo, olhando a multidão que os acompanhava. Levaremos para
Cafarnaum mais este triunfo, porque é incontestável que obtiveste aqui entre os samaritanos um dos
nossos maiores êxitos.
       Tiago e André ouviam silenciosos o diálogo.
       Às palavras entusiásticas do apóstolo, o Mestre sorriu e acrescentou:
       - Não é isso propriamente o que me interessa. O êxito mundano pode ser uma ondulação de
superfície. O que necessitamos em todas as situações é atender o que o Pai deseja de nós.
Como todo o seu apelo é o do bem, eu trabalho, mas sem me prender ao anseio das vitórias
imediatas. Acaso já poderíamos admitir que somos compreendidos? Calemo-nos por alguns instantes
a fim de ouvirmos a opinião dos que nos seguem os passos.
      Fez-se silêncio entre ele e os três discípulos, de modo que podiam ouvir distintamente os
diálogos travados entre os que os acompanhavam.
      - Este nazareno é um explorador da piedade popular – dizia um samaritano.
      - É certo – concordava o outro – porque em sua terra, não chega a valer um denário. Pelos
parentes é tido como inimigo do trabalho.
      - É um louco de boa aparência – dizia uma mulher idosa para a filha.
      - Para mim é grande velhaco – dizia um rapaz – porque se meteu com pescadores quando
alega ser tão sábio? Por que não se transfere para Jerusalém ou Tiberíades? Bem sabe a razão
disso. Lá encontraria homens cultos, que lhe confundiriam a presunção.
      - E não tem caridade – acrescentou outro – pois ainda há pouco tempo, quando o procuraram
em Cafaraum para um sinal do Céu, fugiu para o monte, sob o protesto de fazer orações.
      A noite começava a cair de todo. No alto brilhavam as primeiras estrelas. Jesus sentou-se com
os discípulos, à margem do caminho, para um momento de repouso. André , Tiago e Felipe estavam
espantados com o que tinham visto e ouvido. Aparentemente o Mestre aureolado de imenso êxito;
entretanto, verificaram a profunda incompreensão do povo. Foi então que Jesus, com a serenidade
de todos os instantes os esclareceu cheio de sua bondade imperturbável:
     Não vos admireis da lição deste dia. Quando veio o Batista, procurou o deserto, nutrindo-se de
mel selvagem. Os homens alegaram que em sua companhia estava o espírito de Satanás. A mim,
pelo motivo de participar das alegrias do Evangelho, chama-me glutão e beberrão. Esta é a imagem
do campo onde temos que operar. Por toda parte encontraremos samaritanos discutidores, atentos



                                                                                                      3
aos êxitos e referências do mundo. Observai a estrada para não cairdes, porque o discípulo do
Evangelho não se pode preocupar senão com a vontade de Deus, com o seu trabalho sob as vistas
do Pai e com a aprovação de sua CONSCIÊNCIA.




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16752502 Espiritismo Infantil Historia 08

  • 1. História 08 "Jesus na Samaria" ( PELO ESPÍRITO DE HUMBERTO DE CAMPOS - PSICOGRAFADO POR FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER) Descendo Jesus de Jerusalém para Cafarnaum, seguido de alguns discípulos, nas suas habituais jornadas a pé, alcançou a Samaria*, quando o crepúsculo já se fazia mais sombrio. ( Nota: * Samaria- cidade sobre a montanha. Lugar escolhido pelo ponto de vista estratégico, econômico e urbanístico. De fato, agüentou o sítio dos assírios e só depois de três anos, foi conquistada. Daí seu nome Samaria (TORRE SEM GUARDA) Felipe, André e Tiago, estando com fome, deixaram o Mestre a repousar junto de uma pequena herdade e demandaram o lugarejo mais próximo, em busca de alimento. O Messias, olhando em torno de si, reconheceu que se encontrava ao lado da Fonte de Jacob. Envolvida nos revérberos do Sol que ia ceder lugar às sombras da noite que se aproximava, uma mulher acercou-se do antigo poço e observou que o Mestre lhe ia ao encontro com a bela e costumeira placidez do semblante, e lhe pedia de beber. - Como sendo tu um judeu, me pedes um favor a mim, que sou samaritana?* (Nota:* Havia uma inimizade ferrenha entre os judeus e os samaritanos naquela época. Os motivos eram vários. Religiosos, políticos e sociais. Depois da conquista da Samaria por outros povos, tornou-se até uma mistura de raças e crenças abominadas pelos judeus, que ao contrário dos samaritanos, era radicais quanto à raça e crença. Os samaritanos eram considerados à margem da sociedade (párias), sendo por isso desprezados. Jesus descansou na interlocutora o olhar tranqüilo e redargüiu : - Os judeus e samaritanos terão por ventura, necessidades diversas entre si? Bem se vê que não conheces os dons de Deus, porquanto se houvesse guardado os mandamentos divinos, compreenderias que te posso dar água viva.* (Nota:* _ Serão as pessoas diferentes quanto às suas necessidades? Todos não sentem fome, sede, frio, calor anseios, alegrias, tristezas, dor, felicidade, etc? - Bem se vê que és ignorante, não conhecendo os Dons de Deus – "Amor, Bondade, Justiça, Misericórdia, etc." Não Conhecendo os Dons de Deus não guardas os Mandamentos que resumidos são: 1
  • 2. AMAR A DEUS SOBRE TODAS AS COISAS E AO PRÓXIMO COMO A SI MESMO. Se guardasses os Mandamentos, compreenderias que te posso dar ÁGUA VIVA.) - Que vem a ser essa água viva? – inquiriu a samaritana impressionada. Onde a tens, se a água aqui existente é apenas a deste poço? Acaso serias maior que nosso pai Jacob que nô-la deu desde o princípio? - Mulher, a água viva é aquela que sacia toda sede: vem do amor infinito de Deus e santifica as criaturas. E envolvendo a samaritana no doce magnetismo de seu olhar, continuou: Este poço de Jacob secará um dia. No leito da terra em que agora repousam suas águas claras, a serpente poderá fazer seu ninho. Não sentes a verdade de minhas afirmativas, ante a tua sede de todos os dias? Não obstante levares cheio o cântaro, voltarás logo ao poço, com uma nova sede. Entretanto, os que beberem da água viva estarão eternamente saciados. Para esses não mais haverá a necessidade material que se renova a cada instante da vida. Perene conforto lhes refrescará os corações através dos caminhos mais acidentados, sob o sol ardente dos desertos do mundo... A mulher escutava presa de funda impressão, aquelas palavras que lhe chegavam ao santuário do espírito com a solenidade de uma revelação. - Senhor, dá-me dessa água* ! - exclamou interessada. (Nota:* Essa água viva que sacia a sede do Espírito imortal que está acima de todas as coisas materiais e perecíveis. Com a desenvoltura espiritual, terminam todas as vãs paixões e necessidades fisiológicas, porque toda sabedoria, toda boa obra, todo bom pensamento , é alimento para o espírito e se constitui em água viva. Não podemos esquecer que Jesus falava do futuro espiritual, das moradas elevadas das coisas celestiais. Não falava das coisas e necessidades materiais urgentes da criatura encarnada, sujeita a todas as vicissitudes da vida terrena, necessidades que se renovam a cada instante. O conhecimento de todas estas coisas traz grande conforto e aplaina os caminhos mais acidentados e ardentes dos desertos do mundo. "ÁGUA VIVA É A VERDADE "- "CONHECEREIS A VERDADE E ELA VOS LIBERTARÁ" - Mas ouve! - disse-lhe Jesus. E o Mestre passou a esclarecê-la sobre fatos e circunstâncias íntimas de sua vida particular, explicando-lhe o que se fazia necessário para que a sagrada emoção do amor divino lhe iluminasse a alma, afastando-a de todas as circunstâncias penosas da existência material. Observando que não havia segredos para Jesus, a samaritana chorou e respondeu: - Senhor, vejo que és de fato um profeta. Quando Jesus disse: "Vai, chama o teu marido", ela lhe respondeu: - Não tenho marido. Jesus respondeu: - Isto o dizes em verdade, porque cinco maridos já tiveste e este com quem vives não é teu marido. Com o poder de ver no tempo e no espaço, pode o Mestre saber esta questão. Continuou a mulher : - Meu espírito está cheio de boa vontade e, desde muito, penso na melhor maneira de purificar minha vida e santificar os meus atos. Entretanto, é tal a confusão que observo em torno de mim, que não sei como adorar a Deus. Os meus familiares e vizinhos afirmam que é indispensável celebrar o culto ao todo Poderoso neste monte (Garizim). Os judeus nos combatem e asseveram que nenhuma cerimônia terá valor fora dos muros de Jerusalém. As discórdias nesta Região têm chegado ao cúmulo. Já que tenho a felicidade de ouvir as tuas palavras, ensina-me o melhor caminho. O Mestre observou-a compadecido e exclamou: - Tens razão. As divergências têm implantado a maior desunião entre os membros da grande família humana. Entretanto, o pastor vem ao redil para reunir as ovelhas que os lobos dispersaram. Em verdade, afirmo-te que virá um tempo em que não se adorará a Deus nem neste monte, nem no templo suntuoso de Jerusalém. Porque o Pai é Espírito e só em espírito deve ser adorado. Por isso venho abrir o templo dos corações sinceros para que todo culto a Deus se converta em íntima comunhão entre o homem e seu criador. - Meu desejo sincero é adorar a Deus, mas como e onde? Tantas religiões, tantas divergências 2
  • 3. e discórdias... Jesus explica que o santuário não é nos templos de pedra ou nas montanhas. A verdadeira adoração se processa no santuário do espírito e no coração. Deus é espírito e não habita um templo de pedra. É AMOR, é BONDADE, é JUSTIÇA. O verdadeiro culto a Deus é a comunhão íntima do Homem com o seu criador. Suave silêncio se fez entre ambos. Daí a alguns instantes, acompanhados de grande número de populares, chegavam os discípulos, admirando-se todos de encontrarem o Messias em conversação íntima com uma mulher. Nenhum deles todavia aventurou qualquer observação menos digna ou imprudente. A samaritana impressionada com as suas revelações, solicitou a presença de seus familiares e vizinhos, a fim de lhe ouvirem a palavra. Tiago e André haviam trazido pão e frutas, insistindo com Jesus para que se alimentasse. O Mestre, porém, aproveitou o instante pra mais uma vez ensinar o caminho do Reino, com as palavras amigas, compondo parábolas singelas. Muita gente se aglomerava para ouvi-lo. Eram viajantes que demandavam regiões diferentes, a par de grande grupo de samaritanos de opiniões exaltadas. A enorme assembléia se pôs a caminho, mas o Messias continuou espalhando as suas promessas de esperança e consolação. Nesse ínterim, Felipe consultou os companheiros e, aproximando-se de Jesus, rogou-lhe carinhosamente: - Mestre, por favor, aceitai um pouco de pão. - Não de preocupes, Felipe – disse o Messias. – Não tenho fome. Aliás, recebo um alimento que talvez meus próprios discípulos ainda não puderam conhecer. - Qual? – atalhou o apóstolo com interesse. - Antes de tudo, meu alimento é fazer a vontade daquele Pai misericordioso e justo que a este mundo me enviou, a fim de ensinar o seu amor e a sua verdade. Meu sustento é realizar sua obra. - É verdade – observou o discípulo, olhando a multidão que os acompanhava. Levaremos para Cafarnaum mais este triunfo, porque é incontestável que obtiveste aqui entre os samaritanos um dos nossos maiores êxitos. Tiago e André ouviam silenciosos o diálogo. Às palavras entusiásticas do apóstolo, o Mestre sorriu e acrescentou: - Não é isso propriamente o que me interessa. O êxito mundano pode ser uma ondulação de superfície. O que necessitamos em todas as situações é atender o que o Pai deseja de nós. Como todo o seu apelo é o do bem, eu trabalho, mas sem me prender ao anseio das vitórias imediatas. Acaso já poderíamos admitir que somos compreendidos? Calemo-nos por alguns instantes a fim de ouvirmos a opinião dos que nos seguem os passos. Fez-se silêncio entre ele e os três discípulos, de modo que podiam ouvir distintamente os diálogos travados entre os que os acompanhavam. - Este nazareno é um explorador da piedade popular – dizia um samaritano. - É certo – concordava o outro – porque em sua terra, não chega a valer um denário. Pelos parentes é tido como inimigo do trabalho. - É um louco de boa aparência – dizia uma mulher idosa para a filha. - Para mim é grande velhaco – dizia um rapaz – porque se meteu com pescadores quando alega ser tão sábio? Por que não se transfere para Jerusalém ou Tiberíades? Bem sabe a razão disso. Lá encontraria homens cultos, que lhe confundiriam a presunção. - E não tem caridade – acrescentou outro – pois ainda há pouco tempo, quando o procuraram em Cafaraum para um sinal do Céu, fugiu para o monte, sob o protesto de fazer orações. A noite começava a cair de todo. No alto brilhavam as primeiras estrelas. Jesus sentou-se com os discípulos, à margem do caminho, para um momento de repouso. André , Tiago e Felipe estavam espantados com o que tinham visto e ouvido. Aparentemente o Mestre aureolado de imenso êxito; entretanto, verificaram a profunda incompreensão do povo. Foi então que Jesus, com a serenidade de todos os instantes os esclareceu cheio de sua bondade imperturbável: Não vos admireis da lição deste dia. Quando veio o Batista, procurou o deserto, nutrindo-se de mel selvagem. Os homens alegaram que em sua companhia estava o espírito de Satanás. A mim, pelo motivo de participar das alegrias do Evangelho, chama-me glutão e beberrão. Esta é a imagem do campo onde temos que operar. Por toda parte encontraremos samaritanos discutidores, atentos 3
  • 4. aos êxitos e referências do mundo. Observai a estrada para não cairdes, porque o discípulo do Evangelho não se pode preocupar senão com a vontade de Deus, com o seu trabalho sob as vistas do Pai e com a aprovação de sua CONSCIÊNCIA. Voltar 4