2. Estava um belo
dia de Outono.
O Sapo andava
a passear pelo
bosque, olhando
para as cores
das folhas –
amarelo -
doiradas, cor de
laranja e
castanhas.
« O mundo é
mesmo bonito»,
pensou ele.
3. De repente, no
meio das cores
maravilhosas,
viu outra coisa
maravilhosa
caída no meio
da erva
4. Aproximou-se
e viu que era
um ursinho
castanho com
uma camisola
vermelha.
Tinha os olhos
pretos, e
corria-lhe uma
lágrima pela
cara.
5. O Sapo pegou-lhe
com muito carinho.
« Oh, que bonito
que ele é», pensou.
«Vou leva-lo para
casa, e ele pode
ficar a viver
comigo.»
E o Sapo levou o
seu novo amigo,
bem agarradinho
ao peito, para
casa…
6. No caminho encontraram o Porquinho.-Que é que
levas aí?
- perguntou o
Porquinho
- O meu novo
amigo - disse o
Sapo. –
Encontrei-o no
bosque.
- Mas que é que
vais fazer com
ele ?-
perguntou o
Porquinho.
- Ele vai viver
comigo. Porque
está sozinho -
respondeu-lhe
o sapo
7. Deixa-me vê-
lo – disse a
Lebre, que
tinha ouvido.
-Ora, é um
urso de
peluche. Um
brinquedo.
Nem sequer
sabe falar!
--Eu vou
ensina-lo –
disse o Sapo
8. E de mão
dada, o Sapo
e o rsinho
caminharam
até à casa do
Sapo.
O ursinho
sabia andar
muito bem
9. Nos primeiros dias
o ursinho não dizia
nada.
Mas comia
bastante.
Tinha muito apetite!
10. Antes de
adormecer, o
Sapo contava ao
ursinho
histórias de
fadas e
ensinava-lhes
palavras como
lua, maçã, rosa..
13. Um dia o sapo
perguntou-lhe:
-De onde é que
tu és, Ursinho?
- Dali - disse o
Ursinho. E
apontou com a
pata
14. A Lebre ouviu-os falar. Ficou espantada.
-Ele sabe mesmo falar? – perguntou ela.
-Claro que sabe - disse o sapo, muito orgulhoso.
- Eu ensinei-o.
Vieram todos ouvir
esta coisa incrível
-Tu sabes mesmo
falar, Ursinho ? –
perguntaram todos
em coro. – Diz
alguma coisa!
-Durante um
momento ficou
tudo em silêncio, e
depois o Ursinho
disse:
- Bom dia. Hoje
está um tempo
magnífico.
-Desataram todos a
rir
15. Desse dia em
diante, todos os
animais trataram o
ursinho muito
bem.
A Pata deixa-o
andar às
cavalitas…
17. Até o Rato
gostava de o
levar à pesca.
Todos eles
adoravam o
Ursinho, e o
Ursinho adorava
estar com eles.
18. Mas um dia, inesperadamente, o
Ursinho sentou-se numa pedra e
pôs-se a olhar para longe.
Deixou de querer brincar e não
falava com ninguém.
19. E à hora do jantar não quis comer.
- Ursinho, que é que tens? – perguntou o Sapo.
- Não te sentes bem? Estás doente?
- Não – respondeu o ursinho muito baixinho. – Não sei o que é .
20. Mas na manhã
seguinte levantou-
se muito cedo.
- Aonde vais? –
perguntou o Sapo
ansioso.
- Vou-me embora –
disse o ursinho. –
Vou voltar lá para
o lugar de onde eu
sou.
21. Os outros animais vieram ver o que se passava.
-Vais-te embora? – perguntaram todos, chocados.
- Para onde vais? Sabes o caminho?
- Hei-de encontrá-lo – disse o ursinho.
- Não havia dúvidas. Ele ia-se mesmo embora.
22. Muitos tristes, encheram-lhe a mochila com coisas para comer e beber na
viagem. Então o Ursinho pôs-se a caminho, de regresso ao sítio de onde
tinha vindo.
23. O Sapo ficou tristíssimo. Nessa noite e nas noites seguintes, dava voltas
na cama, cheio de desgosto.
-Oh, Ursinho, tenho tantas saudades de ti! – lamentava-se ele. E chorava
até adormecer.
-Depois, uma madrugada, uma coisa quente e macia enfiou-se na cama ao
pé dele…
24. O sapo abriu os olhos.
- Ursinho – murmurou ele - então voltaste? és mesmo tu?
- Sim – disse o Ursinho, - Vocês são os meus melhores amigos e o meu
lugar é aqui, convosco. Agora tenho a certeza disso e nunca mais quero
ir embora.
E o Sapo e o Ursinho deixaram-se dormir, muito felizes.