Este documento descreve a Guerra Colonial em Angola, Guiné e Moçambique entre Portugal e grupos independentistas entre 1961 e 1974. Começou com ataques do MPLA e UPA contra alvos portugueses em Angola, e depois espalhou-se para a Guiné e Moçambique liderada por outros grupos. Durou 13 anos de guerrilha até ser resolvida politicamente após o golpe de estado em Portugal em 1974.
2. Em Angola, depois de
várias acções repressivas e
violentas da PIDE sobre grupos
de trabalhadores africanos,
que pediam melhores
condições de trabalho,
o MPLA ataca a prisão de Luanda.
No norte do território a UPA
desencadeia vários ataques
sobre a população branca e
trabalhadores de fazendas.
Estas acções guerrilheiras dão o
início da
Guerra Colonial
que irá durar 13 anos.
4 de Fevereiro e 13 de Março de 1961
4. Para Salazar e para a Ditadura
do Estado Novo o império era o
pilar fundamental.
Por isso, era preciso defendê-
lo a todo o custo.
Defendê-lo das pressões e
oposições internas e externas.
Salazar sabia que não havia
ajudas externas, até mesmo as
internas estavam rebeldes.
“Estamos orgulhosamente sós”-
dizia.
E após o golpe de estado de
Abril decide assumir a pasta da
Defesa e na frase que ficou
célebre « Para Angola
rapidamente e em força» dá
início ao envio de tropas para as
colónias.
5. • 17 de Dezembro de 1961
A União Indiana ataca e
anexa Goa, Damão e Diu,
possessões portuguesas em
território indiano.
• Tinham durante alguns anos
tentado negociar essa
entrega de terras que
entendiam pertencer à índia
mas Salazar sempre se
recusara.
• Começava assim a queda do
império colonial português.
Nehru, primeiro
ministro da Índia, na
altura.
6. • Em Abril de
1963
a luta armada estende-se
à Guiné.
A luta armada é
conduzida pelo
PAIGC, liderado por
Amilcar Cabral
7. A 25 de Setembro
de 1964
É a vez do início da luta
armada em
Moçambique, com a
Frelimo liderada por
Eduardo Mondlane.
8. Durante treze anos travou-se uma luta de
guerrilha, desgastante, em três frentes
ao mesmo tempo.
O exército português procurava destruir
as bases dos guerrilheiros e capturar os
seus chefes.
9.
10.
11.
12.
13. Nesta guerra perderam a
vida mais de oito mil
soldados portugueses,
cerca de vinte e oito mil
ficaram feridos ou
mutilados.
Do lado dos
guerrilheiros nem se
sabe ao certo os
números de mortos,
feridos ou
mutilados.
14.
15.
16.
17. O apoio internacional à
luta pela
independência dos
territórios africanos
sob controlo português
era cada vez mais
forte.
Até mesmo o papa
Paulo VI o faz
abertamente, visitando
a Índia, a ONU e
recebendo os chefes
militares das
guerrilhas de Angola,
Guiné e Moçambique.
18. O povo português à
medida que os anos
passavam estava cada vez
mais descontente e cansado
da guerra mas o
Governo continuava a
rejeitar o diálogo com os
guerrilheiros.
A guerra só veio a terminar
com o 25 de Abril de 1974.
19. • A 16 de Agosto de1971
Numa tentativa de aparentar
uma certa abertura do
regime, a Assembleia
Nacional aprova uma
resolução constitucional
em que se preconiza
"maior autonomia para as
Províncias Ultramarinas".
Entretanto Portugal
continuava a ignorar as
recomendações da ONU
relativamente aos territórios
africanos sob governo
português, pois continuava
a manter a guerra e não
negociava com os
contendores.
20. A 16 de Dezembro de 1972
• O Exército Português
desencadeia uma
operação militar sobre a
população indígena em
Wiriyamu (Moçambique).
Mais tarde a imprensa
internacional irá
denunciar esta acção e o
caso tornar-se-á
tristemente célebre sob a
designação de
Massacres de Wiriyamu.
A luta radicaliza-se.
A oposição radicaliza-se também.
A solução para a guerra é política, não é possível
vencê-la militarmente, já todos sabem isso.
Mas a guerra toma um rumo desesperado.
21. Aumentam-se os efectivos militares para fazer face às
cada vez maiores exigências da guerra.
Há muito que os oficiais de quadro não chegam.
Recorrem aos milicianos, oficiais sem a formação da
academia e logo sem segurem o quadro.
Surge uma reacção de defesa de direitos dos militares
de carreira, uma reacção corporativa.
Mas se a revolta militar começou assim, rapidamente
passou para a fase conspirativa e altamente politizada.
Era preciso acabar com a guerra e negociar a paz e ,
para tal, o regime só deixava uma hipótese - tinha que
ser derrubado.
22. A 24 de Setembro de 1973
Nas regiões libertadas,
reunida a Assembleia
Popular, é proclamada
unilateralmente a
independência do Estado da
Guiné-Bissau.
23. • A 22 de Fevereiro 1974
Faz-se a publicação do livro
Portugal e o Futuro do
General António de
Spínola, em que este
defende que a solução para
a guerra colonial deverá ser
política e não militar.
Tudo, de repente, se acelera.
24. Esta guerra durou treze anos.
Foi uma guerra de guerrilha.
Não foi resolvida militarmente.
Só terminou com acordos políticos e
a concessão das principais
prioridades dos beligerantes.