O documento descreve as principais características dos bacilos gram-negativos, incluindo enterobactérias como Escherichia coli, Salmonella, Shigella e Klebsiella, abordando sua classificação, habitat, mecanismos de virulência e doenças causadas.
4. Família Enterobacteriaceae
Classificação: Gêneros (42)
Espécies (centenas)
• Enteropatógenos clássicos (diarréias)
• Infecção hospitalar - espécies importantes Patógenos
oportunistas
• Outras espécies - raras em material clínico
• Espécies que não são isoladas em material clínico
5. ENTEROBACTÉRIAS
• Definição
• Bacilos Gram negativos
• Fermentadores da glicose
• OXIDASE NEGATIVA (Exceção : Plesiomonas shigelloides)
• catalase +
• Móveis (maioria) / imóveis (algumas Kleb e as Shigella)
• Cresce em meios comuns
• Reduzem nitrato
• Habitat
• Plantas, solo, água, intestino do homem e animais
6. ENTEROBACTÉRIAS
• Encontra-se em solo, água, vegetação e
são o principal componente da flora
intestinal normal do homem.
• Maior grupo e mais heterogêneo
• Infecções -intestinal, feridas e trato
urinário
• Abcessos, pneumonia, meningites
• Infecções nosocomiais
7. ENTEROBACTÉRIAS
• Crescem bem nos meios comuns e meios seletivos
para BGN, são imóveis ou móveis, todas possuem
Ag comum enterobacteriano, aeróbios ou
anaeróbios facultativos.
• ( 18 a 24h 1 mm de diâmetro).
• 1- Exame macroscópico da cultura:
• Aspecto morfológico das colônias ( AS, MC,SS, TSA )
• Tempo de crescimento e tamanho da colônia
• Observar pureza da cultura
• 2-Exame microscópico da cultura:
• Gram: tamanho, morfologia
• reação tintorial, etc
8. FERMENTAÇÃO DE
LACTOSE
• Fermentam -
Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Ci
trobacter e Serratía.
• Não fermentam -
Proteus, Salmonella, Shigella e Yersinia
spp
16. Virulência
• Ag comum
enterobacteriano
• LPS
• Sistema de secreção
tipo III – “seringa que
secreta fatores de
virulência
17. CLASSIFICAÇÃO DAS
ENTEROBACTÉRIAS
• Sorológica - polisacáridos somáticos
O, antígenos capsulares K e proteínas
flagelares H.
• Baseado em provas bioquímicas
• Baseado em biologia molecular
18. Meio IAL
(Pessoa e Silva)
Identificação presuntiva
31. GASTROENTERITES
• EPEC – Ag O – adesão
e destruição das
microvilosidades
absorção inadequada
diarréia aquosa
– Diarréia dos viajantes
• ETEC – LT-I (parece
toxina colérica) –
estimula hipersecreção
de eletrólitos e líquidos
–diarréia aquosa
32. GASTROENTERITES
• EHEC – Secreção de toxina letal ao intestino
causando hemorragia e ulceração. Diarréia leve à
colite hemorrágica (sorotipo 0157:H7). Complicações
síndrome hemofílica urêmica (IRA, anemia
hemolítica).
– Diarréia sanguinolenta, Toxina Shiga (S. dysenteriae)
– adesão e destruição das microvilosidades absorção
inadequada / destruição das células glomerulares
33. GASTROENTERITES
• EIEC – invasão destruição do
epitelio colônico diarrea aquosa
ulceração colônica sangue. Parecida
com a infecção causada por
Shigella, mas não produz Shiga Toxina.
• EAEC - diarrea aquosa, persistente
com desidratação (crônica). Fímbrias
de aderência organizam as bactérias
agregadas em pilhas de tijolos.
34.
35.
36. SALMONELLA
• Daniel Elmer Salmon
• Salmonella é subdividida em seis subespécies:
enterica, salamae, arizonae, diarizonae, hutnae e
indica.
• Causa mais frequente de intoxicação alimentar
• A quantidade de bactérias ingeridas determina se a
doença se vai manifestar, ou não(106 a 108).
• Ingestão de água e alimentos contaminados.
• Sintomas a partir de 6h até 48h:
febre, nauseas, diarréia, vômitos, cólicas
37. SALMONELLA
• Salmonella enterica (subsp enterica), e Shige
bongori.
• Sorotipos: S. typhi, Salmonella paratyphi (só em
humanos), S. typhymurium, Salmonella
enteritidis, Salmonella choleraesuis(grave em
humanos).
• Ingestão Invasão de cél M (placas de Peyer)
invasão da mucosa intestinal (se replicam dentro do
vacúolo fagocítico) invasão sistêmica (sobrevivem
dentro de macrófagos) causam apoptose celular
• Gene de tolerância ao ácido do estômago – ATR
• Sistema de secreção do tipo III
38. SALMONELLA
• Colonização assintomática (reservatório – vesícula
biliar), febre entérica (tifóide), enteritis (não tratar) e
bacteremias.
• Febre tifóide (S. typhi) e paratifóide (S. paratyphi
A, S. Schottmuelleri (paratyphi B) e S. hirschlfeldi
(paratyphi C).
• Ingestão intestino (fagocitose pelos Macrófagos)
replicação no fígado, MO e baço.
• 10 a 14 d – aumento progressivo de febre
• 1 semana - cefaléia, mialgias, mal estar e anorexia
• Sintomas gastrointestinais
41. TRANSMISSÃO
• Intestino do homem e de outros animais
de sangue quente ou frio;
• Portadores ou doentes;
• Água doce;
• Alimentos: carnes e derivados, leite e
derivados, ovos, frutos do
mar, saladas, chocolate.
42. SHIGELLA
• Espécies sorogrupo O: S.
dysenteriae, Shigella flexneri, Shigella
boydií e Shigella sonnei.
• Invasão células M replicação
intracelular nas células do cólon
difusão.
• Sistema de secreção tipo III
• Se replicam dentro do citoplasma da
célula.
44. SHIGELLA
• S. dysenteriae produz Exotoxina –
toxina Shiga (igual a ECEH) – infecções
mais graves, pois interrompem a
síntese de proteínas e produzem dano
epitelial.
• O ser humano é o único reservatório.
• Transmissão fecal-oral
• Colite hemorrágica e´síndrome
hemolítico urêmico.
46. YERSINIA
• Y. pestis, Y. enterocolitica, Y. pseudotuberculosis.
• Alta virulência, resiste à fagocitose(sist. Sec. Tipo
III), capsulado, atividade citotóxica, inibe agregação
plaquetária.
• Humano é reservatório acidental.
• Picada de pulgas, tecidos infectados e inalação de
aerossóis, sangue contaminado e alimentos (Y.
enterocolitica).
• Y. pestis - peste bubônica e peste Pulmonar.
• Outras espécies de Yersinia - gastroenteritis (diarréia
aquosa aguda ou crónica) e sepse em transfusões.
47. YERSINIA
• PESTE BUBÔNICA
– 1ª. EPIDEMIA – 541 A.C
– 2ª. EPIDEMIA – 1320 (25 milhões de
mortos)
– 3ª. EPIDEMIA – 1860 (China, África,
Europa e América).
• GASTROENTERITIS – Incubação (1 a
10 d) diarréia, febre, dor íleo
terminal (apendicite) cronifica
48. Tempo d Sintomas Duração dos
incubaçã sintomas
o
Salmonella typhi 7-30 dias FEBRE TIFÓIDE - anorexia, dores de cabeça e 6 semanas
abdominais, febre. Convulsões, delírios e calafrios
Salmonella spp 12-26h diarréia, febre, dores abdominais, vômitos 4-5 dias (*)
EPEC 17-72h Diarréia, dor abdominal, vômito e febre 6h – 3 dias
ETEC 8-44h semelhantes aos da cólera (diarréia aquosa, 24-30h (*)
desidratação, possível choque)
EHEC 3 – 4dias Colite hemorrágica - sangue nas fezes, dores 6 a 9 dias
abdominais grave, vômito
EIEC 8-24h desenteria, calafrios, febre, dores abdominais 3-5 dias
Shigella 1-4 dias Dor abdominal intensa, febre, diarréia aquosa 2 -5 dias (*)
(exotoxina), sangue, pus
S. aureus 1-6h Vômito e diarréia aquosa, nauseas, cólicas e febre baixa 1 a 2 dias
Campylobacter 24-48h Cólicas abdominais, diarréia, vômito, febre, calafrios, dor 2 dias
jejunii de cabeça, náusea, mal estar
C. Perfringes 6-24h Cólicas abdominais, diarréia, diarréia putrefata 1-2dias
(associada com o C. perfringens), algumas vezes
náuseas e vômitos
V. cholerae 6h-5dias Diarréias moderada ou intensa (água de arroz), dores 3-4dias
abdominais e calafrios (10%sintomáticos). Sem
FEBRE.
Rotavírus 1-3 dias diarreia aquosa sem muco, sem sangue, dor abdominal 5 dias(*)
ligeira, febre, vómitos, infecção respiratória alta em 50%
49. RESUMO
Vírus 18-72h náusea e desconforto abdominal de início 24h – 14 dias
abrupto, seguidos de vômitos e diarréia.
Febre baixa (37,5 oC). Podem estar
presentes cefaléia, mialgia, coriza
aquosa, obstrução nasal.
Bactérias 0-8 dias Febre MAIS alta e calafrios, diarréia com 2-7 dias
ou sem sangue e muco. Leucócitos
podem estar presentes.
50. KLEBSIELLA
• K. oxytoca e K. pneumoniae
• Grande virulência
• Cápsula mucóide
• Infecções de
ferida, ITU, pneumonias, bacteremias, sepse.
IH´s.
• Klebsiella ozaenae – sinusite crônica
52. GRUPO CESP
• Citrobacter freundii, C. koseri
• Providencia stuarti, P. rettgeri
• Serratia marcescens, S. liquefaciens
• Enterobacter aerogenes, E.
aglomerans, E. cloacae.
• Principal mecanismo de resistência –
AmpC.
53. PROTEUS
• P. mirabilis (indol -) e P. vulgaris (indol +)
• Fenilalanina positivo
Enterobactérias PYR Fenilalanina
• H2S + Salmonella Neg Neg
Citrobacter Pos Neg
Proteus Neg Pos
56. CUIDADO!!!
• Hafnia e Edwadsiella não são comuns...
Assim como outras espécies de
enterobactérias aqui não mencionadas.
É necessário fazer a CONFIRMAÇÃO.
57. RESULTADOS
Enterobactérias em microbiologia clínica
Poucas espécies
Espécies incomuns , novas espécies, espécies
atípicas podem ocorrer
(isoladas de material clínico, ambiente, plantas e
animais)
PROBABILIDADES
• Tratar-se de uma espécie rara
• Cepa contaminada
• Uma ou mais testes não adequados na identificação ( turvação)
• Manipulação errada ( concentração do inóculo)
• Composição e quantidade do meio ( substrato presente)
• Controle de Q
58. O que fazer?
RESULTADOS
Checar tudo:
• Pureza da cultura
• Repetir todos os testes no mesmo sistema ou
utilizando os meios anteriormente utilizados
•Repetir todos os testes em outro sistema de
identificação ou utilizar partidas diferentes do
meio.
•Encaminhar para laboratórios de referência
59. RESPONDA
• Quais os principais sorotipos de Salmonella?
• Quais as principais espécies de Shigella?
• Paciente chega ao pronto-socorro com
diarréia desde as 20h. Relata ter comido um
X tudo e usado maionese as 18:00. Você
acha que se trata de
Shigella, Salmonella, Yersinia, EHEC, ETEC,
EPEC, EIEC, EAEC ou a outro agente?