O documento descreve o período literário Pré-Modernismo no Brasil em três frases:
1) Foi um período de transição entre o Realismo/Naturalismo e o Modernismo, questionando a visão romântica do Brasil.
2) Apresentou uma literatura crítica da sociedade brasileira real, por meio do regionalismo e de personagens marginalizados.
3) Teve como principais obras Os Sertões, de Euclides da Cunha, Cidades Mortas, de Monteiro Lobato, e Triste Fim de Policarpo Qu
3. Pré-Modernismo
Localização: Não constitui uma escola literária, mas um
período de transição para o Modernismo.
Realismo Vanguardas
Européias
Naturalismo
Pré-
Modernismo
Modernismo
Parnasianismo
1922
1902
Simbolismo Semana
Os Sertões de Arte
Canaã Moderna
4. O PRÉ-MODERNISMO
O que se convencionou chamar de Pré-Modernismo
no Brasil, não constitui uma “escola literária”, ou
seja, não temos um grupo de autores afinados em
torno de um mesmo ideário, seguindo determinadas
características. Na realidade, Pré-Modernismo é um
termo genérico que designa uma vasta produção
literária que abrangeria os primeiros 20 anos do
século passado. Porém, podemos pensar em
alguns pontos em comum:
5. O PRÉ-MODERNISMO
A denúncia da realidade brasileira,
negando o Brasil literário herdado do
Romantismo e do Parnasianismo; o Brasil
não-oficial do sertão nordestino, dos
caboclos interioranos, dos subúrbios, é o
grande tema do Pré-Modernismo.
6. O PRÉ-MODERNISMO
O regionalismo, montando-se um vasto
painel brasileiro: o Norte e o Nordeste com
Euclides da Cunha; o vale do Paraíba e o
interior paulista com Monteiro Lobato; o
Espírito Santo com Graça Aranha; o subúrbio
carioca com Lima Barreto.
7. O PRÉ-MODERNISMO
Os tipo humanos marginalizados: o
sertanejo nordestino, o caipira, os
funcionários públicos, os mulatos.
8. O PRÉ-MODERNISMO
Uma ligação com fatos políticos, econômicos e
sociais contemporâneos, diminuindo a distância
entre a realidade e a ficção. São exemplos: Triste
fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto (retrata
o governo de Floriano e a Revolta da Armada), Os
sertões, de Euclides da Cunha (faz um relato da
Guerra de Canudos), Cidades mortas, de Monteiro
Lobato (mostra a passagem do café do vale do
Paraíba paulista) e Canaã, de Graça Aranha (faz
um documentário sobre a imigração alemã no
Espírito Santo)
9. Pré-Modernismo
Uma Radiografia Crítica do Brasil
No geral, o Pré-Modernismo é uma literatura de Crítica Social.
Desmistifica o romantismo e seu Nacionalismo Ufanista.
Mostra o Brasil real, com seus Conflitos Político-Sociais .
Portanto, um Nacionalismo Crítico-Amargo.
“Precisamos descobrir o Brasil!
Escondido atrás das florestas,
Com a água dos rios no meio,
O Brasil está dormindo, coitado!”
Carlos Drummond de Andrade
10. Pré-Modernismo
Que Brasil é este? É o Brasil desigual...
Urbano Rural
civilizado
politizado
refinado
Anacrônico
Brutalizado
Fanatizado
Tema de Euclides da Cunha
11. Pré-Modernismo
O Brasil Caipira
anacrônico
inerme
analfabeto
obtuso
Tema de Monteiro Lobato
Urupês ( Jeca Tatu) Cidades Mortas
12. Pré-Modernismo
O Brasil da Marginalização Urbana
O negro O funcionário público Os alcoólatras
Lima Barreto Subúrbio
13. CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA
Substituição da “República
da espada” (governos
Marechal Deodoro e do
Marechal Floriano) pela
“República do café-com-
leite”;
Auge da economia cafeeira
no Sudeste;
Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto foram os presidentes
Entrada de grandes levas
militares do período inicial da
de imigrantes (notadamente
História Republicana do Brasil,
os italianos) no país;
denominado “República da
Esplendor da Amazônia,
Espada”. com o ciclo da borracha
17. Em 1934 morria em Juazeiro do
Norte um "messias", também
perseguido pela Igreja Católica,
porém, ao contrário de Antonio
Conselheiro, o Padre Cícero Romão
Batista era um aliado dos coronéis do
Vale do Cariri, que a partir de 1912
lutaram contra a política de
intervenções do governo federal e
derrubaram o governador Franco
Rabelo.
19. As classes trabalhadoras, lideradas por
anarquistas, iniciavam movimentos grevistas em
São Paulo.
Manifestação operária em SP ocorrida em 1917
20. Cinco dias após a aprovação da lei, é criada a Liga Contra a Vacinação
Obrigatória. O medo de morrer por causa da vacina não é o único motivo
que inflama o povo. Os agentes de saúde teimam em inocular as mulheres
na perna, o que é considerado um atentado sério ao pudor. O decreto que
regulamenta a vacinação obrigatória vaza para a imprensa e é publicado
num jornal em 9 de novembro. No dia seguinte, 10 de novembro de 1904, a
tensão finalmente explode.
21. MANIFESTAÇÕES ARTÍSTICAS
O ESTILO ART NOUVEAU (ARTE
NOVA), EMPREGADO POR MUITOS
ESTUDIOSOS, É UMA REAÇÃO À
IMITAÇÃO DO ESTILO GÓTICO E DO
RENASCENTISTA
25. A MÚSICA POPULAR
(MAXIXE, MODINHA E
TOADA) COMEÇA A
SER OUVIDA NOS
SALÕES ELEGANTES
O mais importante centro de divulgação da música popular carioca da virada do
século era o teatro de revista, ou revista de ano, palco canalizador das novas
composições populares e de lançamento das músicas carnavalescas – só
perdendo este status com o advento do disco e do rádio.
26. O CARNAVAL COMEÇA A SE FIRMAR COMO A
PRINCIPAL FESTA POPULAR DO RIO DE
JANEIRO
27. “Ó ABRE ALAS
QUE EU QUERO PASSAR
Ó ABRE ALAS
QUE EU QUERO PASSAR
EU SOU DA LIRA
NÃO POSSO NEGAR
Ó ABRE ALAS
QUE EU QUERO PASSAR
Ó ABRE ALAS QUE EU QUERO PASSAR
ROSA DE OURO
É QUEM VAI GANHAR”
Chiquinha Gonzaga - 1991
28. CARACTERÍSTICAS DO PRÉ-
MODERNISMO
RUPTURA COM O PASSADO
DENÚNCIA DA REALIDADE BRASILEIRA
REGIONALISMO
TIPOS HUMANOS MARGINALIZADOS
LIGAÇÃO COM FATOS POLÍTICOS,
ECONÔMICOS E SOCIAIS
CONTEMPORÂNEOS
29. PRINCIPAIS OBRAS E
REPRESENTANTES
OS SERTÕES, de Euclides da Cunha (relato sobre
a Guerra de Canudos)
Linguagem cientificista
Teorias deterministas (o homem é fruto do meio em
que vive)
Obra dividida em três partes :
A terra
O homem
A luta
30. Igreja do Bom Jesus ou Nova, arrasada pela artilharia expedicionária. Como
trincheira, cairá somente dias antes do término da guerra.
32. CIDADES MORTAS e URUPÊS, DE
MONTEIRO LOBATO
PASSAGEM DO CAFÉ PELO VALE DO
PARAÍBA PAULISTA.
LINGUAGEM PRÓXIMA DA COLOQUIAL
PRESENÇA DO CAIPIRA PAULISTA (JECA
TATU)
33.
34.
35. TRISTE FIM DE POLICARPO
QUARESMA, DE LIMA BARRETO
RETRATO DO GOVERNO DE FLORIANO
PEIXOTO E DA REVOLTA DA ARMADA
LINGUAGEM PRÓXIMA DA LÍNGUA
FALADA DA ÉPOCA
PERSONAGENS MARGINALIZADOS,
IGNORANTES E OPRIMIDOS
36.
37. EU, de AUGUSTO DOS ANJOS
Linguagem cientificista-
naturalista
Emprego de palavras
não-poéticas
Pessimismo e angústia
em face dos problemas
e distúrbios pessoais
38. A esperança
A Esperança não murcha, ela não cansa,
Também como ela não sucumbe a Crença.
Vão-se sonhos nas asas da Descrença,
Voltam sonhos nas asas da Esperança.
Muita gente infeliz assim não pensa;
No entanto o mundo é uma ilusão completa,
E não é a Esperança por sentença
Este laço que ao mundo nos manieta?
Mocidade, portanto, ergue o teu grito,
Sirva-te a crença de fanal bendito,
Salve-te a glória no futuro - avança!
E eu, que vivo atrelado ao desalento,
Também espero o fim do meu tormento,
Na voz da morte a me bradar: descansa!
39. Hino à dor
Dor, saúde dos seres que se fanam,
Riqueza da alma, psíquico tesouro,
Alegria das glândulas do choro
De onde todas as lágrimas emanam..
És suprema! Os meus átomos se ufanam
De pertencer-te, oh! Dor, ancoradouro
Dos desgraçados, sol do cérebro, ouro
De que as próprias desgraças se engalanam!
Sou teu amante! Ardo em teu corpo abstrato.
Com os corpúsculos mágicos do tacto
Prendo a orquestra de chamas que executas...
E, assim, sem convulsão que me alvorece,
Minha maior ventura é estar de posse
De tuas claridades absolutas!
40. Versos Íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
41. Psicologia de um vencido
Eu, filho do carbono e do amoníaco,
Monstro de escuridão e rutilância,
Sofro, desde a epigênesis da infância,
A influência má dos signos do zodíaco.
Profundíssimamente hipocondríaco,
Este ambiente me causa repugnância...
Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia
Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme — este operário das ruínas —
Que o sangue podre das carnificinas
Come, e à vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los,
E há-de deixar-me apenas os cabelos,
Na frialdade inorgânica da terra!
42. FONTES
PEREIRA & PELACHIN, Helena Bonito e
Marcia Maisa. Português Na trama
do texto. Ensino Médio. Ed. FTD
TERRA, ERNANI. Português para o Ensino
Médio. Vol. Único. Ed. Scipione
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