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O EnsinO da
dEcifraçãO




              Paula Inês Flambó/2008
Sumário temático:
 Algumas interrogações dos professores

 O que os professores precisam de saber sobre o
 processo de decifração
 O que as crianças devem saber antes de
 aprenderem formalmente a decifrar
 Ensino da decifração
Algumas interrogações dos professores
            Qual o melhor método para o ensino
             da decifração?
            Qual a importância dos chamados pré-
             requisitos para a aprendizagem da
             leitura
            O que faz com que algumas crianças
             aprendam a decifrar mais depressa
             do que outras?
            Em que pilares deve assentar a
             decifração
                                     ( Sim-Sim, 2007)
Alguns princípios orientadores
 A aprendizagem da linguagem escrita não é
  natural; requer ensino sistematizado que
  contemple a consciência dos sons da língua e
  a aprendizagem da sua correspondência numa
  representação alfabética
 Ler é um acto perceptivo mas também
  cognitivo
 Na aprendizagem de qualquer habilidade
  existem três fases:
      - cognitiva
      - de domínio / treino
      - de automatização
Alguns princípios orientadores

              Ler é compreender um texto. Para
               compreender é preciso ser capaz de
               descodificar
              Os leitores recorrem a diferentes vias
               para decifrar:

                - via lexical (directa, global, rápida)
                  - via sub-lexical (indirecta, perceptiva,
               ortográfica)
O que é a decifração


Decifrar: identificar palavras
 escritas

Decifrar: converter padrões
 visuais (letras / conjuntos de letras)
 em padrões fonológicos

Reconhecimento automático, rápido e
eficiente do significado das palavras
                                          (Sim-Sim, 2007)
Perante uma palavra escrita como se faz a
identificação?
 Palavra escrita / Sistema de análise visual / Busca no
 vocabulário visual / Formatação ortográfica           /
 Activação semântica / Produção oral da palavra

 Palavra escrita / Sistema de análise visual / Conversão
 fonema-grafema / Formatação fonológica /activação
 semântica / Produção oral da frase
Factores que condicionam a aprendizagem
da linguagem escrita




 Competência linguística na língua de escolarização
 (riqueza lexical, conhecimento de estruturas sintácticas com
 alguma complexidade)


 Conhecimento prévio dos princípios que regulam a
 linguagem       escrita      (organização, funcionamento        e
 funcionalidade, princípio alfabético, relação oral / escrito)
Factores que condicionam a aprendizagem
  da linguagem escrita
 Experiência com a linguagem escrita               (manipulação de
 materiais de leitura e escrita, concepções sobre leitura e escrita,
 comportamentos emergentes de leitura e escrita)
 Desenvolvimento das consciências:
    Fonológica (sons, ritmos, reconstrução
    Lexical (as palavras: significado dos constituintes,
     actividades de segmentação e reconstrução
    Sintáctica (a frase: elementos fundamentais, expansões,
     concordância)
 Existência de rituais diários de leitura
Para garantir o sucesso na
                         aprendizagem da linguagem escrita

 Treino fonológico + leitura
 Reconhecimento explícito da correspondência som/letra
 Estratégias de automatização
 Estratégias de antecipação/chaves contextuais (leitura de
 palavras em contexto)
 Explicitação da relação entre consciência fonémica e
  capacidade para ler palavras
 Exemplos de leitura de unidades ortográficas, indutoras
  da regra
 E…
Para garantir o sucesso na
               aprendizagem da linguagem escrita




 Não separar as actividades de decifração do
 verdadeiro sentido da leitura:

     Compreensão do texto
                                       (Sim-Sim, 2007)
Para garantir o sucesso na
                       aprendizagem da linguagem escrita

 Qualidade do material linguístico
 Quantidade / diversidade
 Selecção e organização dos materiais de referência e de apoio
 Existência de espaços de leitura
 Ambiente rico em escrito
 Existência de rituais diários de leitura
 Bem falar para bem escrever
 Transformar as situações de leitura em situações significativas,
  desafiante, de descoberta e sistematização
Para garantir o sucesso na
                     aprendizagem da linguagem escrita

 Qualidade do material linguístico

 Quantidade / diversidade

 Selecção e organização dos materiais de referência e de apoio

 Existência de espaços de leitura

 Ambiente rico em escrito

 Existência de rituais diários de leitura

 Bem falar para bem escrever

 Transformar as situações de leitura em situações significativas,
  desafiantes, de descoberta e sistematização
Competências gráficas,
          ortográficas e de textualização
 Os resultados da investigação mostram que as crianças
 constroem conhecimento sobre a leitura e escrita antes de
 serem formalmente ensinadas a ler e a escrever.

 Ao 1º ciclo, chegam as crianças com conhecimentos muito
 diferenciados.

 O professor tem de saber compreender a situação para
 diferenciar o processo de ensino de forma a poder atender
 todos os alunos.
Competência da Escrita
A competência da escrita é uma actividade
neurobiológica complexa que exige:
Formulação de ideias e a sua tradução numa linguagem
visível, fortemente convencional;
Adequação aos objectivos do escritor e às necessidades
do leitor distante no tempo e no espaço;
Codificação de unidades de som em grafemas
particulares num contexto verbal ortográfico;
A existência de uma imagem mental eficaz da sequência
gráfica a realizar pelo escrevente, de modo a actividade
realizar-se com segurança e de um controlo motor que
permita a execução de movimentos para escrever e
gestão do espaço gráfico;
Utilização da pontuação.
A Dimensão Gráfica da Escrita
Competência gráfica, ou seja, a competência
relativa à capacidade de inscrever num
suporte material os sinais em que assenta a
representação escrita.
A  dimensão gráfica da escrita apresenta dois tipos de
características: as intrínsecas e as extrínsecas, as quais são
uma mais valia para a transmissão de conteúdos e substituir as
marcas da oralidade.
A Dimensão Gráfica da Escrita
Características intrínsecas    Características extrínsecas
Alfabeto dual ( maiúsculas e   quadros
minúsculas)
Estilos de letras ( negros,    Configurações ramificadas
itálicos)
Formas de letra ( redonda,     pontuação
inglesa)
cor

Linha interrompida

lista
A competência
                          ortográfica
 A competência ortográfica, ou seja, a competência
 relativa às normas que estabelecem a representação
 escrita das palavras da língua.

 A ortografia dentro de uma comunidade linguística,
 assume uma função unificadora, do ponto vista social
 e político, ou seja há uma única maneira de escrever a
 palavra, face à existência de várias formas de
 pronunciar a palavra nas produções orais.
Complexidade da ortografia


Esta complexidade inerente à ortografia portuguesa é ainda
caracterizada pelo facto de na relação entre grafemas e
fonemas haver:

Nuns   casos, uma regulação que é feita por regras
ortográficas;

Noutro, não haver quaisquer regras estabelecidas, sendo
as formas escritas derivadas do uso, tradição evolução
histórica (Morais & Teberosky, 1994).
Conclusões dos estudos sobre
                              o erro

 Os erros são instrumentos de trabalho, fonte de
 informação para o professor, que irá nortear a sua
 acção junto de cada aluno, para o ajudar a dominar a
 escrita (Salgado,1993;Perrenoud,1995; Reuter ,1996;Amor, 1997; Azevedo, 2000).

 O erro faz parte da aprendizagem. Fenómeno de
 integração de novos conhecimentos, é passagem
 obrigatória para o saber ( Azevedo,p.65).
Aprendizagem da ortografia
Para escreverem as palavras           Exemplos
correctamente os alunos devem ter
aprendido:


Discriminar os sons que integram as   Gato ( se escrevem correctamente
palavras                              identificam os 4 sons de gato [gatu]:
                                      sabem que os sons podem ser
                                      transcritos; sabem que no final têm de
                                      escrever um “o” em vez de “u”
Saber como esses sons podem ser       campo ( o nº de sons são 4 e têm de
transcritos                           representar em 5 letras, pois a vogal
                                      nasal escreve-se”am”
Decidir a forma de representação de   paço / passo
acordo com a norma ortográfica        Eu vou passear ao paço da rainha.
                                      Eu dou um passo com o meu pé.
Causas do erro
                                O erro poderá ser um
                                indicador   para    verificar
                                aprendizagens que não foram
                                alcançadas.
 Enumeração de causas dos erros ortográficos (Gomes, 1989, citado por
  Azevedo,2000,p.69):


9 Causas psicológicas: memória, atenção, percepção, lateralidade;
ã Causas derivadas dos métodos de leitura seguidos;
l Causas relacionadas com o meio social do aluno: vocabulário,
  hábitos de leitura;
r Causas relacionadas com um grande contacto com situações
  predominantemente orais: conversação, audiovisuais, banda
  desenhada;
u Dificuldades da própria língua.
Como proporcionar o acesso à
                          norma ortográfica:


 A acção do professor em enfatizar a presença de
 sons que nem sempre são ditos “exp`riência      vs
 experiência”.

 Exercitar a separação das sílabas.

 A consciencialização da existência de palavras que
 habitualmente se pronunciam de forma muito
 diferente daquela como são escritas.
Análise das incorrecções
                                   ortográficas
Incorrecções                             Exemplos

por transcrição de formas de oralidade   “ auga por água”
corrente
Inobservância de regras ortográficas     “omde por onde” moito por muito”
de base fonológica
Inobservância de regras ortográficas     “fomus por fomos”; “gostão por gostam” ;
de base morfológica                      “compru por compro”

Quanto à forma ortográfica específica    “ ospital por hospital”; caicha por caixa”
das palavras
Incorrecção quanto à acentuação          “amavel por amável” ; “hà por há”
Inobservância da unidade gráfica da      “de pois por depois” ; guarda chuva por
palavra                                  guarda-chuva”
Incorrecção quanto à translineação       “ turi-stas por tu-ris-tas”
Tipologia de erros
Desvios             Relação assistemática som/grafia; translineação;
ortográficos        acentuação; uso de maiúsculas e minúscula e vice-
                    versa;pontuação
Desvios fonéticos   Inserção, omissão; inversão; substituição
Desvios             Segmentação ou delimitação de
morfológicos        palavras;flexão;derivação
Desvios morfo-      concordância
sintáctico
Desvios sintácticos Alteração da ordem dos constituintes
Desvios sintáctico- Subcategorização, restrições de selecção;omissão de
semânticos          constituintes
Desvios semânticos Construção da referência nominal, construção da
                   referência temporal e aspectual; conectores, semântica
                   lexical
Correcção:
               Dez Conselhos ao Professor                          ( Cassany,1993,
                                                          citado por Azevedo,2003)


ð   Corrige somente o que o aluno pode aprender.
o   Corrige no momento exacto do erro.
t   Se possível, corrige as versões prévias ao texto.
r   Não faças todo o trabalho de correcção.
    Dá instruções concretas e práticas.
n   Dá tempo para que os alunos possam ler e comentar as correcções.
e   Se puderes, fala individualmente com cada aluno.
    Dá instrumentos para que os alunos possam auto-corrigir-se.
p   Não tenhas pressa em corrigir tudo.
a   Utiliza a correcção como um recurso didáctico.
Considerações Finais
 Os      alunos têm de ser implicados na
    aprendizagem da ortografia!
   O ensino da ortografia tem de ser sistemático e
    orientado.
   Tem de haver tempo no horário curricular para a
    aprendizagem da ortografia.
   Uma das vias para a aprendizagem da ortografia é
    a leitura, mas…
   Somente ler, não Chega!
Para garantir o sucesso na
aprendizagem da linguagem escrita
 Não separar as
 actividades de
 decifração do
 verdadeiro sentido da
 leitura:
 Compreensão do
 texto
DESAFIOS DE
  LEITURA
Desafios de Leitura

 Ler para desenhar

 Ler para colorir

 Ler para cumprir ordens

 Ler para descobrir diferenças

 Ler para pôr em ordem (frases, textos)

 Ler para completar textos lacunados
Desafios de Leitura
 Ler para encontrar elementos piratas

 Ler para contar um segredo

 Ler para fazer corresponder imagens a legendas
 (palavras, frases, textos)
 Ler para…
Desafios de Leitura
 Ler textos para completar com recurso à escolha
 entre duas palavras

 O João ______ à floresta       foi/está

 Lá, ele viu ____ árvore enorme um/uma

 Em cima da árvore estavam
 muitos ________                 pássaros/pássaro
Desafios de Leitura
 Ler textos para completar

 Era uma vez uma menina muito _____________
 O ____________ dela é Joaninha
 Joaninha tem _________ louro, olhos _______
 e um sorriso ____________.
 Ela gosta muito de brincar com _________, etc.
Actividades de treino

Discriminação visual rápida
Identificação de palavras
Apresentam-se objectos em cima da mesa, ou numa
boca de cena de uma casinha de fantoches, ou no ecrã
de uma televisão. Vão-se introduzindo alterações que
as crianças devem descobrir. Dizer se um elemento
mudou, se o outro está a mais, se há um intruso.
Discriminação visual rápida e identificação
               de palavras
 Mostrar um cartão com uma palavra. A seguir mostrar
  um pequeno texto. As crianças devem dizer se a
  palavra está ou não no texto. A mesma coisa com um
  elemento de uma imagem.

 Encontrar uma palavra
      numa lista vertical
      numa lista horizontal
      num texto

 Descobrir quantas vezes uma palavra surge num texto
Discriminação visual rápida e identificação
               de palavras
  Descobrir uma palavra parasita numa lista
       por temas
       por regularidades (letra, sílaba)
  Fazer corresponder legendas a imagens
  Identificar e memorizar palavras
       Mostra um cartão com uma palavra
       Dá-se uma ficha com várias palavras
       Circundar a palavra igual à do cartão
Discriminação visual rápida e identificação
               de palavras
 Reconhecer palavras entre formas parecidas
  Mostrar um cartão com a palavra e entre formas
  muito parecidas as crianças deverão encontrar o
  que é igual
      Exemplo: ruído / roído
                 bola / bolha
 Reproduzir uma palavra de memória

 Descobrir palavras que, num texto, estão em letra
  diferente, cor diferente, tamanho diferente
Sistematização

 Trabalho sobre correspondências fonema – grafema
 que levantam problemas
     - procurar palavras com o som em causa
     - listagens
     - construção de frases
     - quadros silábicos
     - formulação de regras
     - afixação de regras com cartazes
     - exercícios de lacunas
Sistematização
 Revisão dos grupos de palavras mais frequentes.
 Exemplos:
 No recreio podemos brincar        à bola
                                   ao pé coxinho
                                   ao pião
                                   à macaca
                                   ao berlinde
Sistematização


 Podemos beber   uma chávena de leite
                    um copo de água
                    uma chávena de chocolate
                    um sumo

O João veste      uma camisola azul
A Maria           umas calças pretas
O…                um blusão vermelho
A…
Sistematização
  Localização de informação no meio circundante:

      no quadro
      em cartazes
      em listas
      em textos expostos
      o passeio descoberta
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Bibliografia
 AZEVEDO, Flora (2000). Ensinar e Aprender a Escrever – Através e
  para além do erro. Porto: Porto Editora
 SILVA, M.E. . A escrita de textos da teoria à prática. In Sousa, O. & A.
  Cardoso (ed). Desenvolver competências em Língua Portuguesa.
  Lisboa:Cied;1-32
 Sim-Sim, I. (1998).Lisboa: Universidade Aberta.
 BAPTISTA,A;Viana,L:Barbeiro,L. (2008). O Ensino da Escrita:
  Dimensões gráfica e ortográfica. Lisboa: Ministério da Educação
  (documento policopiado)




                                                                        51
Ensino da Decifração

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Ensino da Decifração

  • 1. O EnsinO da dEcifraçãO Paula Inês Flambó/2008
  • 2.
  • 3. Sumário temático:  Algumas interrogações dos professores  O que os professores precisam de saber sobre o processo de decifração  O que as crianças devem saber antes de aprenderem formalmente a decifrar  Ensino da decifração
  • 4. Algumas interrogações dos professores  Qual o melhor método para o ensino da decifração?  Qual a importância dos chamados pré- requisitos para a aprendizagem da leitura  O que faz com que algumas crianças aprendam a decifrar mais depressa do que outras?  Em que pilares deve assentar a decifração ( Sim-Sim, 2007)
  • 5. Alguns princípios orientadores  A aprendizagem da linguagem escrita não é natural; requer ensino sistematizado que contemple a consciência dos sons da língua e a aprendizagem da sua correspondência numa representação alfabética  Ler é um acto perceptivo mas também cognitivo  Na aprendizagem de qualquer habilidade existem três fases: - cognitiva - de domínio / treino - de automatização
  • 6. Alguns princípios orientadores  Ler é compreender um texto. Para compreender é preciso ser capaz de descodificar  Os leitores recorrem a diferentes vias para decifrar: - via lexical (directa, global, rápida) - via sub-lexical (indirecta, perceptiva, ortográfica)
  • 7. O que é a decifração Decifrar: identificar palavras escritas Decifrar: converter padrões visuais (letras / conjuntos de letras) em padrões fonológicos Reconhecimento automático, rápido e eficiente do significado das palavras (Sim-Sim, 2007)
  • 8. Perante uma palavra escrita como se faz a identificação?  Palavra escrita / Sistema de análise visual / Busca no vocabulário visual / Formatação ortográfica / Activação semântica / Produção oral da palavra  Palavra escrita / Sistema de análise visual / Conversão fonema-grafema / Formatação fonológica /activação semântica / Produção oral da frase
  • 9. Factores que condicionam a aprendizagem da linguagem escrita  Competência linguística na língua de escolarização (riqueza lexical, conhecimento de estruturas sintácticas com alguma complexidade)  Conhecimento prévio dos princípios que regulam a linguagem escrita (organização, funcionamento e funcionalidade, princípio alfabético, relação oral / escrito)
  • 10. Factores que condicionam a aprendizagem da linguagem escrita  Experiência com a linguagem escrita (manipulação de materiais de leitura e escrita, concepções sobre leitura e escrita, comportamentos emergentes de leitura e escrita)  Desenvolvimento das consciências:  Fonológica (sons, ritmos, reconstrução  Lexical (as palavras: significado dos constituintes, actividades de segmentação e reconstrução  Sintáctica (a frase: elementos fundamentais, expansões, concordância)  Existência de rituais diários de leitura
  • 11. Para garantir o sucesso na aprendizagem da linguagem escrita  Treino fonológico + leitura  Reconhecimento explícito da correspondência som/letra  Estratégias de automatização  Estratégias de antecipação/chaves contextuais (leitura de palavras em contexto)  Explicitação da relação entre consciência fonémica e capacidade para ler palavras  Exemplos de leitura de unidades ortográficas, indutoras da regra  E…
  • 12. Para garantir o sucesso na aprendizagem da linguagem escrita  Não separar as actividades de decifração do verdadeiro sentido da leitura: Compreensão do texto (Sim-Sim, 2007)
  • 13. Para garantir o sucesso na aprendizagem da linguagem escrita  Qualidade do material linguístico  Quantidade / diversidade  Selecção e organização dos materiais de referência e de apoio  Existência de espaços de leitura  Ambiente rico em escrito  Existência de rituais diários de leitura  Bem falar para bem escrever  Transformar as situações de leitura em situações significativas, desafiante, de descoberta e sistematização
  • 14.
  • 15. Para garantir o sucesso na aprendizagem da linguagem escrita  Qualidade do material linguístico  Quantidade / diversidade  Selecção e organização dos materiais de referência e de apoio  Existência de espaços de leitura  Ambiente rico em escrito  Existência de rituais diários de leitura  Bem falar para bem escrever  Transformar as situações de leitura em situações significativas, desafiantes, de descoberta e sistematização
  • 16. Competências gráficas, ortográficas e de textualização  Os resultados da investigação mostram que as crianças constroem conhecimento sobre a leitura e escrita antes de serem formalmente ensinadas a ler e a escrever.  Ao 1º ciclo, chegam as crianças com conhecimentos muito diferenciados.  O professor tem de saber compreender a situação para diferenciar o processo de ensino de forma a poder atender todos os alunos.
  • 17. Competência da Escrita A competência da escrita é uma actividade neurobiológica complexa que exige: Formulação de ideias e a sua tradução numa linguagem visível, fortemente convencional; Adequação aos objectivos do escritor e às necessidades do leitor distante no tempo e no espaço; Codificação de unidades de som em grafemas particulares num contexto verbal ortográfico; A existência de uma imagem mental eficaz da sequência gráfica a realizar pelo escrevente, de modo a actividade realizar-se com segurança e de um controlo motor que permita a execução de movimentos para escrever e gestão do espaço gráfico; Utilização da pontuação.
  • 18. A Dimensão Gráfica da Escrita Competência gráfica, ou seja, a competência relativa à capacidade de inscrever num suporte material os sinais em que assenta a representação escrita. A dimensão gráfica da escrita apresenta dois tipos de características: as intrínsecas e as extrínsecas, as quais são uma mais valia para a transmissão de conteúdos e substituir as marcas da oralidade.
  • 19. A Dimensão Gráfica da Escrita Características intrínsecas Características extrínsecas Alfabeto dual ( maiúsculas e quadros minúsculas) Estilos de letras ( negros, Configurações ramificadas itálicos) Formas de letra ( redonda, pontuação inglesa) cor Linha interrompida lista
  • 20. A competência ortográfica  A competência ortográfica, ou seja, a competência relativa às normas que estabelecem a representação escrita das palavras da língua.  A ortografia dentro de uma comunidade linguística, assume uma função unificadora, do ponto vista social e político, ou seja há uma única maneira de escrever a palavra, face à existência de várias formas de pronunciar a palavra nas produções orais.
  • 21. Complexidade da ortografia Esta complexidade inerente à ortografia portuguesa é ainda caracterizada pelo facto de na relação entre grafemas e fonemas haver: Nuns casos, uma regulação que é feita por regras ortográficas; Noutro, não haver quaisquer regras estabelecidas, sendo as formas escritas derivadas do uso, tradição evolução histórica (Morais & Teberosky, 1994).
  • 22. Conclusões dos estudos sobre o erro  Os erros são instrumentos de trabalho, fonte de informação para o professor, que irá nortear a sua acção junto de cada aluno, para o ajudar a dominar a escrita (Salgado,1993;Perrenoud,1995; Reuter ,1996;Amor, 1997; Azevedo, 2000).  O erro faz parte da aprendizagem. Fenómeno de integração de novos conhecimentos, é passagem obrigatória para o saber ( Azevedo,p.65).
  • 23. Aprendizagem da ortografia Para escreverem as palavras Exemplos correctamente os alunos devem ter aprendido: Discriminar os sons que integram as Gato ( se escrevem correctamente palavras identificam os 4 sons de gato [gatu]: sabem que os sons podem ser transcritos; sabem que no final têm de escrever um “o” em vez de “u” Saber como esses sons podem ser campo ( o nº de sons são 4 e têm de transcritos representar em 5 letras, pois a vogal nasal escreve-se”am” Decidir a forma de representação de paço / passo acordo com a norma ortográfica Eu vou passear ao paço da rainha. Eu dou um passo com o meu pé.
  • 24. Causas do erro O erro poderá ser um indicador para verificar aprendizagens que não foram alcançadas.  Enumeração de causas dos erros ortográficos (Gomes, 1989, citado por Azevedo,2000,p.69): 9 Causas psicológicas: memória, atenção, percepção, lateralidade; ã Causas derivadas dos métodos de leitura seguidos; l Causas relacionadas com o meio social do aluno: vocabulário, hábitos de leitura; r Causas relacionadas com um grande contacto com situações predominantemente orais: conversação, audiovisuais, banda desenhada; u Dificuldades da própria língua.
  • 25. Como proporcionar o acesso à norma ortográfica:  A acção do professor em enfatizar a presença de sons que nem sempre são ditos “exp`riência vs experiência”.  Exercitar a separação das sílabas.  A consciencialização da existência de palavras que habitualmente se pronunciam de forma muito diferente daquela como são escritas.
  • 26. Análise das incorrecções ortográficas Incorrecções Exemplos por transcrição de formas de oralidade “ auga por água” corrente Inobservância de regras ortográficas “omde por onde” moito por muito” de base fonológica Inobservância de regras ortográficas “fomus por fomos”; “gostão por gostam” ; de base morfológica “compru por compro” Quanto à forma ortográfica específica “ ospital por hospital”; caicha por caixa” das palavras Incorrecção quanto à acentuação “amavel por amável” ; “hà por há” Inobservância da unidade gráfica da “de pois por depois” ; guarda chuva por palavra guarda-chuva” Incorrecção quanto à translineação “ turi-stas por tu-ris-tas”
  • 27. Tipologia de erros Desvios Relação assistemática som/grafia; translineação; ortográficos acentuação; uso de maiúsculas e minúscula e vice- versa;pontuação Desvios fonéticos Inserção, omissão; inversão; substituição Desvios Segmentação ou delimitação de morfológicos palavras;flexão;derivação Desvios morfo- concordância sintáctico Desvios sintácticos Alteração da ordem dos constituintes Desvios sintáctico- Subcategorização, restrições de selecção;omissão de semânticos constituintes Desvios semânticos Construção da referência nominal, construção da referência temporal e aspectual; conectores, semântica lexical
  • 28. Correcção: Dez Conselhos ao Professor ( Cassany,1993, citado por Azevedo,2003) ð Corrige somente o que o aluno pode aprender. o Corrige no momento exacto do erro. t Se possível, corrige as versões prévias ao texto. r Não faças todo o trabalho de correcção. Dá instruções concretas e práticas. n Dá tempo para que os alunos possam ler e comentar as correcções. e Se puderes, fala individualmente com cada aluno. Dá instrumentos para que os alunos possam auto-corrigir-se. p Não tenhas pressa em corrigir tudo. a Utiliza a correcção como um recurso didáctico.
  • 29. Considerações Finais  Os alunos têm de ser implicados na aprendizagem da ortografia!  O ensino da ortografia tem de ser sistemático e orientado.  Tem de haver tempo no horário curricular para a aprendizagem da ortografia.  Uma das vias para a aprendizagem da ortografia é a leitura, mas…  Somente ler, não Chega!
  • 30. Para garantir o sucesso na aprendizagem da linguagem escrita  Não separar as actividades de decifração do verdadeiro sentido da leitura: Compreensão do texto
  • 31.
  • 32. DESAFIOS DE LEITURA
  • 33. Desafios de Leitura  Ler para desenhar  Ler para colorir  Ler para cumprir ordens  Ler para descobrir diferenças  Ler para pôr em ordem (frases, textos)  Ler para completar textos lacunados
  • 34. Desafios de Leitura  Ler para encontrar elementos piratas  Ler para contar um segredo  Ler para fazer corresponder imagens a legendas (palavras, frases, textos)  Ler para…
  • 35. Desafios de Leitura  Ler textos para completar com recurso à escolha entre duas palavras O João ______ à floresta foi/está Lá, ele viu ____ árvore enorme um/uma Em cima da árvore estavam muitos ________ pássaros/pássaro
  • 36. Desafios de Leitura  Ler textos para completar Era uma vez uma menina muito _____________ O ____________ dela é Joaninha Joaninha tem _________ louro, olhos _______ e um sorriso ____________. Ela gosta muito de brincar com _________, etc.
  • 37. Actividades de treino Discriminação visual rápida Identificação de palavras Apresentam-se objectos em cima da mesa, ou numa boca de cena de uma casinha de fantoches, ou no ecrã de uma televisão. Vão-se introduzindo alterações que as crianças devem descobrir. Dizer se um elemento mudou, se o outro está a mais, se há um intruso.
  • 38. Discriminação visual rápida e identificação de palavras  Mostrar um cartão com uma palavra. A seguir mostrar um pequeno texto. As crianças devem dizer se a palavra está ou não no texto. A mesma coisa com um elemento de uma imagem.  Encontrar uma palavra numa lista vertical numa lista horizontal num texto  Descobrir quantas vezes uma palavra surge num texto
  • 39. Discriminação visual rápida e identificação de palavras  Descobrir uma palavra parasita numa lista por temas por regularidades (letra, sílaba)  Fazer corresponder legendas a imagens  Identificar e memorizar palavras Mostra um cartão com uma palavra Dá-se uma ficha com várias palavras Circundar a palavra igual à do cartão
  • 40. Discriminação visual rápida e identificação de palavras  Reconhecer palavras entre formas parecidas Mostrar um cartão com a palavra e entre formas muito parecidas as crianças deverão encontrar o que é igual Exemplo: ruído / roído bola / bolha  Reproduzir uma palavra de memória  Descobrir palavras que, num texto, estão em letra diferente, cor diferente, tamanho diferente
  • 41. Sistematização  Trabalho sobre correspondências fonema – grafema que levantam problemas - procurar palavras com o som em causa - listagens - construção de frases - quadros silábicos - formulação de regras - afixação de regras com cartazes - exercícios de lacunas
  • 42. Sistematização  Revisão dos grupos de palavras mais frequentes. Exemplos: No recreio podemos brincar à bola ao pé coxinho ao pião à macaca ao berlinde
  • 43. Sistematização  Podemos beber uma chávena de leite um copo de água uma chávena de chocolate um sumo O João veste uma camisola azul A Maria umas calças pretas O… um blusão vermelho A…
  • 44. Sistematização  Localização de informação no meio circundante: no quadro em cartazes em listas em textos expostos o passeio descoberta
  • 45. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 46. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 47. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 48. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 49. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 50. Actividades de Escrita - Sugestões
  • 51. Bibliografia  AZEVEDO, Flora (2000). Ensinar e Aprender a Escrever – Através e para além do erro. Porto: Porto Editora  SILVA, M.E. . A escrita de textos da teoria à prática. In Sousa, O. & A. Cardoso (ed). Desenvolver competências em Língua Portuguesa. Lisboa:Cied;1-32  Sim-Sim, I. (1998).Lisboa: Universidade Aberta.  BAPTISTA,A;Viana,L:Barbeiro,L. (2008). O Ensino da Escrita: Dimensões gráfica e ortográfica. Lisboa: Ministério da Educação (documento policopiado) 51